Anemia Hiperproliferativa (hemolítica/hemoglobinopatias) Flashcards
Anemia Hemolítica = Contagem de Reticulócitos Aumentados (Hiperproliferativa)
- Hemocaterese: morte fisiológica de hemácias envelhecidas após 120 dias de vida
- Hemólise: morte patológica e prematura das hemácias em menos de 120 dias
- Ambas ocorrem no baço pela ação dos macrófagos que pode retirar “pedacinhos” e depois a hemácias inteira
- Partes retiradas: resíduos nucleares (Corpúsculo de Howell-Jolly), Hb desnaturada (C. de Heinz) e pigmnetos férricos (C. Pappenheimer)
Hemólise
- Anemia ocorre quando tempo de meia-vida eritrocitária chega a <20 dias não havendo hemólise compensada
- Hemólise Extravascular: tipo mais comum, são destruídas no tecido reticuloendotelial do baço pelos macrófagos dos cordões esplênicos de Billroth
- Hemólise Intravascular: destruídas na circulação e liberadas no plasma
- Produção de Bilirrubina Indireta: heme oxidase separa a heme em Fe e protopofirina, essa se transforma em biliverdina e é convertida em BI e o Fe retorna para MO
- Formação de Cálculos de Bilirrubinato de Cálcio: pelo ↑ de BI na hemólise
Hemólise Compensada
Não ocorreu anemia hemolítica ainda
- Hiperplasia Medular
- Estoques de ferro, B12 ou ác. fólico* (esse último é mais afetado devido ao baixo estoque em comparação aos outros)
- Hemácia morre com >20 dias
Hemólise Compensada
- Reticulocitose = Anemia Hiperporliferativa
- Hemólise nem sempre significa anemia hemolítica, pois há ainda a compensação
↓ Hemácias por hemólise → Hipóxia renal → ↑ Eritropoetina → ↑ Medula Óssea (hiperplasia eritroide 6-8x) → ↑Liberação de Reticulócitos → Reticulocitose → ↑ de Hemácias
Causas de Riticulocitoses
*Reticulócitos > 2,5%
- Anemia Hemolítica
- Sangramento agudo (hemorragia)
- Melhora da anemia ferropriva ou de outras anemias carenciais
Quadro Clínico da Anemia Hemolítica
- Uso de medicamentos
- Hx familiar positiva para anemia
- Urina avermelhada ou marrom (hemoglobinúria)
- Síndrome anêmica (fadiga, palidez, astenia, cefaleia, angina)
- Esplenomegalia (neoplasias hematológica ou anemia hemolítica crônica)
- Icterícia leve (associada à palidez)
- Cálculo biliar de bilirrubinato de cálcio (pretos)
- Crise Anêmica aguda: complicação da Anemia Hemolítica ocorrendo de repente … Anemia + Reticulopenia ou IRA ou Esplenomegalia”
Labotatorial da Anemia Hemolítica
- Anemia Normo/Normo, e se grave ↑ VCM (reticulócitos ou shift cells 108 fl)
- Policromatofilia = Reticulocitose
- ↑ LDH
- ↑ BI (até 5mg/dl exceto em neonatos)
- ↓ Haptoglobina
Morte da Hemácia e liberação de Hemoglobina
- Heme:
- Ferro: 100% reaproveitado
- Protoporfirina: biliverdina → ↑ BI
- Globina: substância tóxica quando livre se liga à haptoglobina causando ↓ Haptoglobina
Crise Anêmica Aguda - Anemia + Reticulopenia
- Crise aplásica: causa mais comum de crise anêmica, sendo principal causa infecção pelo Parvovírus B19 (eritema infeccioso) com tropismo por pró-eritroblasto não formando reticulócito.
- TTO: Suporte (autolimitada) ± transfusão
- Crise megaloblástica: devido ao baixo estoque ácido fólico, mais comum em gestantes, etilistas e com dieta deficiente de ác. fólico
- TTO: reposição de ác. fólico diariamente
Crise Anêmica
- Exacerbação aguda de uma anemia hemolítica crônica
- Tendem a aparecer de repente com Anemia + reticulopenia ou IRA ou esplenomegalia
- As anemias hemolíticas hereditárias (esferocitose e falciforme) são principais condições associadas às crise anêmicas
Crise Anêmica Aguda - Anemia + Injúria Renal Aguda
- Hemólise Aguda grave ou hiper-hemolítica CAUSAS:
- ↓ G6PD
- Veneno de Loxocelles
- Hemoglobinúria Maciça com lesão renal
- NTA com IRA oligúrica
Crise Anêmica Aguda - Anemia + Esplenomegalia
- Causa mais com é Anemia Falciforme em crianças <5 anos
Causas de Anemia Hemolítica Hereditária ExtraVascular (baço)
- An. Falciforme e Talassemias
- Esferocitose
- Xerocitose heredtária
- Deficiência de G6PD (INTRAVASCULAR)***
Causas de Anemia Hemolítica Adquirida ExtraVascular (baço)
- Anemia imuno-hemolótica (hemólise autoimune, por medicamento, transfusional)
- Esplenomegalia congestiva
- Insuficiência hepática grave
Causas de Anemia Hemolítica Adquirida Intravascular
- Hemoglobinúria paroxística notura
- Anemia hemolítica microangiopática: SHU, PTT. Sd. Help, Hipertensão maligna, Crise renal da esclerodermia, CIVD
- Sepse por Clorstridium
- Envenenamentos (LOXOSCELES, aranhas)
- Drogas (dapsona)
- Malária, lesão térmica, prótese valvar cardíaca
Indicadores de Hemólise INTRAVASCULAR
*Liberação de Hb diretamente no plasma
- Hemoglobinemia >50mg/dl (plasma avermelhado)
- Hemossiderinúria
- Hemoglobinúria: colúria (urina vermelho-acastanhada)
- ↓ Hemopexina e ↑ Metemoglobina: Hb liberada que não se liga à haptoglobina sofre oxidação e forma metemoglobina e o heme liga-se a hemopexina
Hematoscopia
- Células afoiçadas (drepanócitos): an. falciforme
- Hemácias em alvo (leptócitos): talassemias, hepatopatia
- Esquizócitos (fragmento da hemácia): microangiopática, prótese valvar, queimadura
- Acantócitos ou em esporas: insuf. hepática grave, abetalipoproteinemia
- Microesferócitos: esferocitose hereditária, anemia imuno-hemolítica
Anemia Hemolítica
- Coombs DIRETO POSITIVO = autoimune (anticorpos quentes IgG e Crioaglutininas IgM)
- Coombs DIRETO NEGATIVIO = não autoimune
- Hereditárias: esferocitose, falciforme, talassemia, def. G6PD
- Adquiridas: SHU, PTT, hiperesplenismo, HBnúria paroxística noturna
Anemia Hemolítica HEREDITÁRIA - Esferocitose Hereditária
- Coombs Direto NEGATIVO
- Alteração de membrana
- Desordem autossômica dominante (80%) ou recessiva (20%)
- Deficiência de proteínas do citoesqueleto: espctrina, ANQURINA* (mais comum), banda 3, proteína 4.2
- Esferócitos deformados ficam retidos nos cordões esplênicos e são atacados por macrófagos formando microesferócitos
Anemia Hemolítica HEREDITÁRIA - Esferocitose Hereditária
- Criança com esplenomegalia, anemia, icterícia discreta com crise biliar ou aplásica (anemia aguda grave com reticulopenia pós parvovirose B9)
- Icterícia neonatal em <24h que pode levar a kernicterus
- Anemia micro ou normocítica mas HIPERcrômicas (↑ CHCM)
- Dx: teste de fragilidade osmótica (microesferocitose)
- TTO: esplenectomia se anemia grave e/ou repercussão clínica (exceto se anemia leve ou compensada e evitar <4 anos pelo risco de sepse fulminante por encapsulados)
- Vacinação: meningococo, hemófilo e pneumococo
Anemia Hemolítica HEREDITÁRIA - Deficiência de G6PD
(Shunt da Hexose-Monofosfato)
*Precipitação da Hb pela perda de proteção contra agentes oxidantes após um fator de risco
- Coombs direto NEGATIVO
- Defeito enzimático da glicose-6-fosfato desidrogenase
- Herança recesiva ligada ao X (mais em ♂)
- Anemia Hemolítica após SUPEROXIDAÇÃO (estresse oxidativo)
- Causas: Infecção (+ comum), NAFTALINA, SULFAS, primaquina, dapsona, nitrofurantoína
- Hemólise INTRAVASCULAR com formação dos Corpúsculos de Heinz
Anemia Hemolítica HEREDITÁRIA - Deficiência de G6PD
(Shunt da Hexose-Monofosfato)
- Mais brando e autolimitado em negros e mais grave nos mediterrâneos
- Protege contra formas graves de malária*
- Hemólise intravascular aguda (não possui esplenomegalia), febre, lombalgia, palidez e icterícia após 2-4 dias do fator precipitante
- Hemoglobinúria pode levar a NTA e IRA oligúrica
- Labs: hemoglobinúria, metalbuminemia, “células mordidas e bolhosas”
- Dx: Corpúsculo de Heinz e dosagem da atividade de G6PD
- TTO: prevenção das crises
Anemia Hemolítica HEREDITÁRIA - Deficiência de Piruvato Quinase
- Autossômico recessivo com deficiência de piruvato quinase
- Desordem desde a infância com icterícia e esplenomegalia
- Hematoscopia: equinócitos (hemácias crenadas)
Anemia Hemolítica ADQUIRIDAS - Hiperesplenismo
- Hemólise EXTRAvascular
- Baço: hemocaterese e armazenador de plaquetas
- Causas: cirrose hepática e esquistossomose hepatoesplênica
- Anemia hemolítica TROMBOCITOPÊNICA c/ ou s/ neutropenia
Anemia Hemolítica ADQUIRIDAS - Anemia Hemolítica com Acantócitos
- Hemólise EXTRAvascular
- Ocorre em 5% dos cirróticos avançados (alcoólica)
- Teor de colesterol = lecitina na memb. eritrocítica tem Hemácias em alvo (leptócitos) e teor de colesterol > lectina Hemácia ACANTÓCITO (spur cell ou espinho)
- Outras casas de acantócito: abtalipoproteinemia (Sd. Bassen-Kornzweig)
Anemia Hemolítica Autoimune
- Geralmente o quadro não está presente desde o nascimento
- São EXTRAVASCULAR (não ocorre hemoglobinúria)
- Pode haver VCM aumentado
- Coombs Direto POSITIVO + microesferócitos
- Hemólise Extravascular
- Pode ser por anticorpos quentes (IgG) ou frios (IgM)
- IgG: se liga à superfície do eritrócito na temperatura corpóres de 37ºC
- IgM: reagem com as hemácias em baixas temperaturas (0-10ºC)
Anemia Hemolítica Autoimune por Anticorpos Quentes IgG
- IgG: 75% dos casos
- IgG são dirigidos contra antígenos do sistema Rh e extravascular
- 50% são idiopáticos ou 1º (♀ 50-60 anos)
- Causas Secundárias: Viral, LES e, LLC, Linfoma não Hodgkin, Alfametildopa*, penicilina
- Icterícia leve, esplenomegalia e pode ocorrer plaquetopenia
- Dx: teste coombs +
- TTO: tratar causa + corticoide/rituximab/explnectomia
Síndrome de Evans
- É Anemia Hemolítica Autoimune por IgG com PTI (púrpura trombocitopênica autoimune)
TODO PACIENTE COM HEMÓLISE CRÔNICA DEVE SER PRESCRITO:
ÁCIDO FÓLICO
Anemia Hemolítica Autoimune por Anticorpos Frios ou Crioaglutininas IgM
- Coombs direito +
- Destruição das hemácias ocorre no fígado (macrófagos de Kupffer)
- Causas: Micoplasma pneumoniae, Mononucleose por EBV*, Macroglobulinemia (MMM) ou idiopático
- Quadro mais brando e indolente que por IgG
- TTO: tratar causa + rituximab ou plasmaférese
Anemia Hemolítica por Anticorpo de Donath-Landsteiner
- Autoanticorpo de classe IgG com característica de anticorpo frio
- Especificidade contra antígeno P
- Criohemolisina com hemólise intravascular
Anemia Hemolítica Adquirida INTRAvascular - HEMOGLOBINURIA PAROXÍSTICA NORTUNA
*Coombs direto -
- Desordem adquirida extra-útero da célula-tronco com produção de granulócitos, plaquetas e hemácias hipersensíveis ao complemento
- Mutação no gene PIG-A deixa a hemácia mais fácil de ser lesada por complemento
- Pode ter associação entre anemia aplásica*, mielodisplasias e LMA
- Ocorre mais em ♂ entre 30-40 anos
Anemia Hemolítica Adquirida INTRAvascular - HEMOGLOBINURIA PAROXÍSTICA NORTUNA
- Pode ocorrer citopenias, trombose, espasmo esofagiano e disfunção erétil (deficiência de óxido nítrico) e IRA.
- Cefaleia, dor subesternal e abdominal, lombalgia, febre e astenia
- TRÍADE: Hemólise + Pancitopenia + Trombose abdominais (Sd. Budd-Chiari)*
- Hemoglobinúria: urina vermelha/sangue/escura pela manhã (evento mais à noite pelo sangue mais ácido)
Anemia Hemolítica Adquirida INTRAvascular - HEMOGLOBINURIA PAROXÍSTICA NOTURNA
- Labs: hemoglobinúria, hemossiderinúria, plaquetopenia (com ou sem anemia ferropriva por sangramento crônico)
- Dx: citometria de fluxo: ↓ CD55/CD59
- TTO: Eculizumabe (inibe o complemento C5)
- Suporte: hemotransfusão, reposição de ferro, ácido fólico
Anemias Hemolíticas Microangiopáticas
- Síndrome hemolítico-urêmica
- Púrpura trombocitopênica trombótica
- CIVD
- Eclâmpsia e Sd. HELLP
- Hipertensão arterial maligna
- Crise renal da esclerodermia
- Carcinomatose disseminada
- Hemangiomas gigantes (Sd. Kasabach-Merritt)
ANEMIA FALCIFORME
- Anemia Hemolítica Crônica Autossômica Recessiva
- Mutação GAG → GTG (6-Glu → Val) → gene βS
- 1 Substituição do ác. glutâmico pela valina na posição 6 da cadeia β-Globina = Hemoglobina S
- Apenas homozigotos para gene (βS βS) desenvolvem a doença
- Expectativa de vida de 42 anos em homens e 48 em mulheres
Causas de Falcização (formato de foice ou drepanócitos)
- Hipóxia: desoxi-HbS tem limiar de solubilidade abaixo da CHCM
- Acidose: reduz afinidade de Hb pelo O2 (efeito Bohr)
- Desidratação: polimerização por aumentar CHCM
Doenças Falciformes
*HbF bloqueia a polimerização da HbS por ter alta afinidade pelo O2, então quanto mais HbF dentro da hemácia maior a quantidade de O2
- Anemia falciforme (HbSS): homozigose para o gene βS (dç mais grave e pior prognóstico → HbA1 (0%), HbS (86-98%), HbA2 (1-2%) e HbF (5-15%)
- Traço falcêmico (HbAS): heterozigose com o gente βA, que representa a cadeia β normal (manifestações sutis, bom prognóstico) → HbA1 (60%), HbS (40%),HbA2 (1-2%) e HbF (<1%)
- Hemoglobinopatia SC: heterozigose com o gene βC ou hemoglobina C (gravidade intermediária entre a an. falciforme e o traço falcêmico)
- HbS/β-Talassemia: heterozigose com alguma forma de β-talassemia β0 ou β+ (gravidade intermediária entre a an. falciforme e o traço falcêmico)
- HbS/HPFH (persistência hereditária da hemoglobina fetal): heterozigose com gene da HPFH (indivíduo assintomático)
Anemia Falciforme
*Geralmente apresenta anemia com VCM normal e inicia quadro aos 6 meses com manifestações clínicas típicas
- Mais comum em negros (cinturão da malária) e sintomas aparecem após 6 meses de vida
- Alteração no cromossomo 11 em que filhos herdam do pai e da mãe βSβS
- Manifestação clínica após 6 meses de vida em que para se predominar a HbF
- Laboratório: queda de Hb e Ht; RETICULOCITOSE (3-15%), ↑BI, ↑ LDH, ↓ haptoglobina e ↓ VHS*
- Hematoscopia: hemácias afoiçadas, policromasia (reticulocitose), corpúsculo Howell-Jolly (sinal de asplenia); hemácias “em alvo” (indica hemoglobinopatia)
- Dx: ELETROFORESE DE Hb
Tipos de Hemoglobinas NORMAIS na vida adulta (Genótipo AA)
*Formada por 2 cadeia alfa + 2 cadeias beta
- HbA (α2β2): 97% (surge a partir dos 6 meses)
- HbA2 (α2δ2): 2% → são praticamente normais na anemia falciforme e no traço falcêmico e se apresentar elevados (>3%) indica heterozigose (β-Talassemia)
- HbF (α2γ2): 1%
Hemoglobina S (HbS)
*Hemoglobina instável
- Baixa solubilidade e tendência a polimerização: perda de eletronegatividade e ganho de hidrofobicidade
- Instabilidade molecular: tende a sofrer oxidação
- Afoiçamento da hemácia
- Aumento no estresse oxidativo intracelular: dano cumulativo da membrana plasmática (lise osmótica/mecânica); transporte iônico afetado (desidratação celular); modificações antigênicas na membrana (exposição da fosfatidilserina)
Anemia Falciforme -
Dano ao organismo causado pela HbS
- HbS → Polimerização → Desoxigenação e Desidratação → hemácia afoiçada (após 15 dias é irreversível) → lesão endotelial (inflamação sistêmica crônica) → vaso-oclusão capilar (crise álgicas) e hipercoagulabilidade (vasculopatia microscópica - AVC)
- Anemia hemolítica por Hemólise EXTRAvascular (2/3) ou intravascular (1/3)
- Vaso-oclusão: impactação e empilhamento de hemácias afoiçadas no vasos gerando obstrução microvascular e isquemia tecidual (crise álgica)
- Tanto de micro quanto macrocirculação
Rastreamento da HbS
- Pré-natal: se risco pode fazer biópsia de vilo coriônico entre 8-10 sem
* TERMO “FA” = TESTE NORMAL PARA DOENÇA FALCIFORME
- Neonatal: todos RN durante teste do pezinho pode ser testado para principais fenótipos de Hb:
- 1 FA (só HbF e HbA): padrão normal
- FS (só HbF e HbS): an; falciforme, HbS/β0-talassemia, HbS/HPFH
- FAS (HbF, HbA > HbS): traço falcêmico
- FSA (HbF, HbS > HbA): HbS/β+ talassemia
- FC (HbF e HbC): hemoglobinopatia C
- FSC (HbF, HbS e HbC): hemoglobinopatia SC
- FAC (HbF, HbA > HbC): Traço C
- FCA (HbF, HbC >HbA): HbC/β+ talassemia
Anemia Falciforme Manifestações Clínicas da Crises vaso-oclusivas agudas:
- Síndrome mão-pé (até 2-3 anos)
- Crise óssea (>3 anos)
- Sequestro esplênico
- Síndrome Torácica Aguda
- AVE: isquemico (crianças) e hemorrágico (adultos)
- Priapismo
- Tendem a aumentar os episódios com o aumento da idade*
Anemia Falciforme Manifestações Clínicas das Disfunções Crônicas:
- Lesão Óssea: osteonecrose e osteomielite por Salmonela* e S. aureus
- Lesão Renal: necrose de papila, GESF, Ca Medula (idade mais avançada)
Terapia Modificadora de Doença na Anemia Falciforme - Profilaxia contra pneumococo
*Inicido para TODOS aos 2 meses
- PRINCIPAL CAUSA DE ÓBITO em crianças falcêmicas (1-3 anos) por germes encapsulados
- 1 S. pneumoniae tem comportamento mais invasivo nesses (pneumonia,bacteremia e meningite)
- Vacina hepatvalente ou 13-valente (2-4-6-12 meses), Vacina 23-valente (2 e 5 anos com reforço a cada 5 anos) e Penicilina V oral 125 mg VO x/d até 2 anos, 250 mg VO 2x/d de 2 a 5 anos (manter para sempre se sepse pneumocícica e/ou esplenectomia cirúrgica)
- Reduzem morbimortalidade precoce da AF
Terapia Modificadora de Doença na Anemia Falciforme
- Profilaxia contra pneunomococo (inicio para TODOS aos 2 meses)
- Reativação da síntese de HbF: hidroxiureia
- Terapia transfusional
- Quelação do Ferro
Terapia Modificadora de Doença na Anemia Falciforme - Hidroxiuréia
- Manter neutrófilos > 2.000/ml
- HbF evita polimerização da HbS reduzindo o afoiçamento
- Reativação da síntese de HbF: hidroxiureia
- Indicações:
- ≥ 2 crises álgicas/ano com necessidade de internação
- Disfunções orgânicas crônicas
- Anemia profunda com reticulócitos >250.000 (se < considerar eritropoetina)
- .4 Necessidade de hemotransfusão crônica mas com aloimunização significativa
- Prevenção secundária da STA* (basta 1 episódio agudo para ter a sua indicação e saturação persistente <94%)
- Duas medidas consecutivas do fluxo das artérias cerebrais média ou anterior por doppler transcraniano com velocidade entre 170 e 199 cm/s
Terapia Modificadora de Doença na Anemia Falciforme - Terapia Transfusional
*Cada bolsa de hemácias eleva a Hb em 1 g/dl e 3% do Ht
- Transfusão simples: anemia sintomática ou Hb <5,5 (crianças) ou Hb <6 (adultos)
- Crise aplásica, sequestro esplênico, queda da Hb >20%, pré-op, STA ou priapismo
- Alvos: Hb =10 e Ht= 30% valores acima desses causa hiperviscosidade snaguinea na presença de HbS
- Transfusão de troca parcial (exasanguíneo transfusão): prevenção 1a e 2a do AVC isquêmico e na STA (reduz HbS circulante com objetivo de HbS <30% e Hb 9-10)
- Indicada em casos que não respondem à hidroxiuréia e nos quadros agudos de STA e AVE
- Complicações: aloimunização, sobrecarga de Fe e infecções virais hemotransmissíveis
Terapia Modificadora de Doença na Anemia Falciforme - Quelação do Ferro
*Hemotransfusões repetitivas acumulam ferro tendo risco de hemocromatose 2a e danificação de órgãos
- Deferoxamina ou deferasirox: indicações
- Ferritina sérica >2.000 mcg/L
- Fe hepática >2.000 mcg/g de peso seco
- Hx de transfusões mensais por >1 ano
- RM cardíaca e/ou hepática (ferriscan) positiva para excesso de ferro
Terapias Adjuvantes na Anemia Falciforme
- Reposição de folato (1 mg/d) e outros vitaminas (A,C,D,E, Zn e acetilcisteína)
- Flebotomia: se Hb >10 para evitar hiperviscosidade
- Eritropoetina: Hb<9 e reticulócitos <250.000
- Transplante de células-tronco hematopoiéticas: única chance de cura da AF, mas com ALTA morbimortalidade (10% de morte e 80% de eventos adversos em 5 anos), indicada em crianças HbSS fenótipo agressivo e refratária à hidroxiuréia (HU) e múltiplas disfunções orgânicas.
- Alternativas à HU: decitabina, inib. da histona deacetilase e pomalidomida
- Inib. da desidratação de hemácias: citrato de cetiedila
- Antiplaquetário/ anticoagulantes, ômega 3
Crise Álgica: Síndrome Mão-Pé (dactilite falcêmica)
*Infarto/isquemia dos pequenos ossos da medula das mãos e pés
- ATÉ 2-3 ANOS
- 1ª manifestação da an. falciforme
- Dor e edema nas extremidades com dactilite
- Local: extremidades
- Rx ósseo: NORMAL
Fatores de risco para crise álgica
*Maioria da crise pe espontânea
- Níveis reduzidos de HbF
- Níveis aumentados de Hb/Ht (maior viscosidade sanguínea)
- História de apneia do sono (dessaturação arterial noturna)
- Frio, desidratação, infecções*, menstruação e libação alcoólica
Crise Álgica
- Dura entre 4-10 dias
- Pode ser leve a excruciante
- Incidência: dorsolombar, tórax, extremidades, abdome
- Crise Abdominal: dor intensa, sinais de irritação peritonial (= abdome agudo cirúrgico sem nenhum dx cx na laparotomia) mas com peristalse*
- Não há laboratorial específico de diagnóstico
- Hb pode cair de 1-2 g/dl durante a crise e NÃO indica hemotransfusão pois essa não controla a dor e causar hiperviscosidade (pira oclusão)
Crise Álgica: Crise Óssea
- Isquemia da medula óssea
- Crise álgica/osteoarticular mais comum
- Idade: >3 anos
- Clínica: dor SEM dactilite
- Local: ossos longos
- Rx: NORMAL
Dor Crônica da Anemia Falciforme
- Lesão óssea: fraturas vertebrais, osteonecrose da cabeça do fêmur/úmero, úlceras cutâneas persistentes
- Osteomielite por: SALMONELLA* (principal por isquemia/necrose da mucosa intestinal) e S. aureus (artrite séptica normalmente é PNEUMOCOCO)
- Altas doses de analgésicos (morfina oral), antidepressivos tricíclicosem baixas doses e anticonvulsivantes (gabapentina) → paliativo
Crises Anêmicas na Anemia Falciforme
*Vida média das hemácias de 17 dias
- Crise aplásica: interrupção transitória de precursores eritrocitários na MO com queda súbita de Hb e reticulopenia geralmente por infecções.
- Pode acompanhar crise álgica intensa + febre + leucoeritroblastoses no sg periférico
- TTO: hemotransfusão simples
Crises Anêmicas na Anemia Falciforme
- Crise megaloblástica
- Queda súbita de Hb + aumento do VCM (macrocitose) + reticulopenia
- Causada por esgotamento das reservas endógenas de folato que duram poucos dias nos estados hemolíticos crônicos
- TTO: hemotransfusões simples + reposição de vitamina que falta
- Profilaxia com ácido fólico 1mg/d
Crises Anêmicas da Anemia Falciforme: Crise de “SEQUESTRO” (esplênico, hepático ou pulmonar)
- Obstrução aguda da rede de drenagem devido vaso-oclusão
- Queda súbita de Hb + Reticulocitose
- Pode haver também plaquetopenia e sinais de hipovolemia
Crise Álgica: Sequestro Esplênico na Anemia Falciforme
- Ocorre em 30% das crianças, 15% o episódio é fatal e a recidiva é de 50%
- Na hemoglobinopatia SC e heterozigose HbS/β+ talassemia também pode ocorrer
- Baço palpável ao exame físico.
- Criança com ESPLENOMEGALIA + ANEMIA ATÉ 5 ANOS
- Congestão esplênica (esplenomegalia) + “sequestro” e hemólise esplênica (anemia)
- Até 5 anos: fibrose e atrofia progressiva do baço devido várias crise e faz uma autoesplenectomia (múltiplos infartos teciduais cumulativos) não conseguindo mais albergar uma crise álgica
- Depois do 1º sequestro: FAZER ESPLENECTOMIA profilática
- TTO agudo: reposição volêmica com hemotransfusão
Esplenomegalia APÓS 5 anos SIGNIFICA:
- CRIANÇA MANTEM PRODUÇÃO DE HbF
2. Ocorre em <5 % dos casos
Crises Anêmicas da Anemia Falciforme:
- Crises hiper-hemolíticas de reação hemolítica tardia
- 30% dos que fazem hemotransfusão fazem aloimunização e aloanticorpos
- Queda de Hb após 4-10 dias + sinais de hemólise (↑LDH, BI, hemoglobinúria e ↓ haptoglobina)
- Outra causa disso é a deficiência de G6PD
Anemia Falciforme e o risco de infecção
- Toda ITU é considerada complicada e a causa principal é por E. Coli (maior risco de pielonefrite)
- Bacteremia e meningite por pneumococo
- Osteomielite principal é Salmonella e na artrite séptica é pneumococo
- Pneumonia: mycoplasma pneumoniae e vírus resp.
- Se FEBRE (>38,5ºC) SEMPRE INTERNAR devido risco de bacteremia por pneumococo até que prove ao contrário
- ATB empírico após cultura
Crise Álgica: AVE
- Pode se manifestar como crise convulsiva isolada
- Maior fator de risco é hx prévia*** e velocidade de fluxo sanguíneo cerebral >200 cm/s
- Mais comum: AVE isquêmico (70-80%) com microinfartos “silenciosos” e é mais comum em crianças e adultos >30 anos
- AVE hemorrágico por HSA por ruptura de aneurismas em adultos entre 20-30 anos
- Doença de Moyamota: hiperproliferação de pequenos vasos colaterais a partir de uma grande artéria estenosada (angiografia em “nuvem de fumaça saindo da ponta de um cigarro”) com maior risco de AVE, crises convulsivas e déficit cognitivo (fazer by-pass extra-intracraniano)
Manejo do AVE na Anemia Falciforme
*Em todos: exsanguíneo transfusão/troca parcial
- Profilaxia 1ª: programa de transfusão de troca parcial crônica/exsanguineo transfusão (risco hemocromatose) mas protege também contra ocorrência de crises álgica, infecções bacterianas, STA e hospitalização
- AVE agudo: TC s/ contraste e p/ ambos transfusão de troca parcial (visa HbS<30%)
- Profilaxia 2ª: exsanguíneo transfusão crônica, hidroxiuréia ou decitabina
Crise Álgica: Síndrome Torácica Aguda
- QC = pneumonia só que mais grave
- Pode ser desencadeada por pneumonia ou embolia pulmonar gordurosa da MO infartada e fagocitada por macrófagos alveolares
- Complicações pulmonares são a principal causa de óbito em falcêmicos na atualidade
- Infiltrado Pulmonar NOVO + um dos seguintes achados:
- Febre
- Tosse
- Dor torácica
- Secreção purulenta
- Dispneia e/ou hipoxemia
- Acomete 30% dos falcêmicos
- Pode ocorrer por vaso-oclusão capilar pulmonar e infecção
- Evolui para SDRA em 36-48 horas
Se paciente com Anemia Falciforme e com FEBRE
INTERNAR
Tratamento da Síndrome Torácica Aguda (STA)
- Suporte: analgesia e suplementação com O2 se SpO2 <92%
- Febre = INTERNAR
- ATBterapia empírica
- Transfusão de troca parcial (Visa Hb=10, Ht=3-% e HbS<30%) se desconforto respiratório intenso e/ou hipoxemia refratária à suplementação com O2
Crise Álgica: Hipertensão Pulmonar
*Hx prévia de STA não é um fator de risco para HP no futuro
- Mais encontrada em adultos com an. falciforme (60%)
- Depleção de óxido nítrico endotelial secundária à hemólise intravascular
- Dx: mensuração direta da PA pulmonar (PSAP <30)
Complicações Hepatobiliares na Anemia Falciforme
- Cálculos de bilirrubinato de cálcio (cálculos pretos) em doenças hemolíticas crônica
- 70% dos pctes com anemia falciforme
- 60% são radiopacos e aparece no Rx ( ≠ colesterol)
- Fazer colecistectomia VDLP
- Vaso-oclusão no parênquima hepático pode ainda causar:
- Crise de sequestro hepático (queda Hb + reticulocitose + hepatomegalia dolorosa + hipovolemia)
- Crise hepatocelular aguda: hepatite isquêmica microvascular com ↑ AST e BT
Complicações Geniturinárias na Anemia Falciforme
- Insuf. Renal terminal crônica com rins de tamanho normal ou aumentado
- Hipostenúria: perda da [urinária máx] tendência à hipernatremia e hipovolemia
- Necrose de papila: hematúria + sd. de cólica nefrética + pielonefrite + desobstrução emergencial com cateter duplo J OU assintomática
- GESF secundária
- Carcinoma medular renal: mais velhos com hematúria, perda ponderal e massa em flanco/abdome
Complicações Geniturinárias na Anemia Falciforme - Priapismo
- Ereção peniana sustentada e não relacionada ao desejo sexual
- Ocorre em 42% e maioria relacionado após uma ereção fisiológica
- Isquêmico ou de baixo fluxo pelo afoiçamento e vaso-oclusão nas veias de drenagem dos corpos cavernosos
- Dor aparece em 4 horas de ereção e se >36h risco de lesão e impotência sexual irreversível
- Manejo: após 2h fazer hidratação venosa e analgesia
- > 4h: aspiração percutânea dos corpos cavernosos e instilar agonista a-afrenérgico
- Refratária e c/ >12h: exsanguinitransfusão parcial (HbS<30%)
Outras Complicações da Anemia Falciforme
*Método anticoncepcional de escolha é o DIU de cobre
- Retinopaia falcêmica: fundoscopia anual e se neovascularização fazer panfotocoagulação a laser
- Vértebras em “boca de peixe”, osteonecrose, periartrite falcêmica
- Úlceras cutâneas crônicas bilateral em maleolos
- Hipertrofia ventricular
- GESTAÇÃO: MAIOR crises álgicas e vaso-oclusão (aborto,CIUR,PIG), infecções e pré-eclâmpsia.
- Hemotransfusão: antes da cesária; pré-eclâmpsia; gemelar; hx prévia de morte perinatal
Tratamento Agudo das Crise Vaso-Oclusivas ou Álgicas da Anemia Falciforme
- Hidratação: evitar hiper hidratação
- O2 suplementar SÓ se SatO2<92%
- Analgesia: opioides
- ATB Beta-lactâmicos se Febre (>38,5ºC, hipotensão, Hb <5, leucócitos >30.000)
- Internar se febre
Traço Falcêmico
- Hb possui 4 cadeias de globina
- Cadeia βA é mais eletronegativa e sua ligação com cadeias α é mais rápida possuindo HbS (40%) e HbA1 (60%)
- HbA2 (1-2%) e HbF (<1%)
- Heterozigose entre genes βS e βA normal
- 1 Como o HbS <50% na eletroforese há menor chance de polimerização e afoiçamento de hemácias
- É a variante mais frequente
- Maioria ASSINTOMÁTICO
- Expectativa de vida = população geral e sem crise vaso-oclusivas ou disfunções orgânicas progressivas
- Não é necessário tratamento mas alguns cuidados (próximo card)
Traço Falcêmico (FÃS)
- Se submetido a ambiente com baixa tensão atm de O2 (altas altitudes) há risco de sequestro esplênico (mesmo se adulto)
- Mesmo ao nível do mar pode desenvolver lesão isquêmica da medula renal (hipostenúria no EAS) e risco de carcinoma de medula renal
Talassemias (hemoglobinopatias)
- Deficiência na síntese das cadeias de globina Beta ou Alfa (e não há produção de HbS)
- Mutação no cromossomo 11 (que produz as cadeias beta, delta, alfa e gama/fetal)
- Anemia Hemolítica descendente de países banhados pelo mar mediterrâneo (italianos, gregos,turcos, libanês)
- Dx: eletroforese de Hb
- Importância para aconselhamento genético
Betatalassemias
- Gene β0: não produz cadeia β
- Gene β+: produz pequena quantidade de cadeia β
- Gene β: produção normal
- A gravidade da anemia e do quadro clínico é dependente da quantidade total de cadeia beta produzida pelos dois alelos (paterno e materno)
- Forma mais comum no BR
- Diminuição ou ausência de cadeias Beta de globina
- Genótipos possíveis:
- β/β: pessoa normal
- β0/β0: homozigoto que não produz nada de cadeia β é a β-talassemia maior (mais grave)
- β+/β+: homozigoto que produz a β-talassemia intermédia (moderadamente grave)
- β0/β+: duplos heterozigotos, produz pouquíssima cadeia beta
- 5 β/β0 ou β/β+: heterozigotos com β-talassemia minor ou “traço talassêmico” totalmente assintomático
Betatalassemia
- Pode ser ser Maior (β0/β0), Intermédia (β+/β+) ou Menor (β/β+)
- Mutações QUALITATIVAS no gene beta
- Diminuição da síntese de Hb
- Microcitose, hipocromia e anemia
- Sobram cadeia alfa no citoplasma do eritroblasto que precipitam no citoplasma da célula e da MO - eritropoiese ineficaz
- Os eritroblastos que conseguem escapar da destruição medular formam hemácias defeituosas
- Resultado da: redução da síntese de Hb, da eritropoiese ineficaz (estimula absorção de ferro levando a hemossiderose/cromatose) e da hemólise crônica extravascular
β-Talassemia MAJOR
(β0/β0) ou Anemia de Cooley
- Ausência completa de cadeia β, com muita cadeia alfa livre causando destruição celular
- Quadro inicia após 6 meses (HbF cai)
- Anemia Grave
- icterícia
- Deformidades ósseas com proeminência maxilar (fácies talassêmicos/ de esquilo), aumento da arcada dentária superior, com separação dos dentes e bossa frontal
- Baixa estatura, suscetibilidade a infecções, litíase biliar e úlceras maleolares
- HEPATOESPLENOMEGALIA: hemólise crônica (hiperplasia reticuloendotelial) e eritropoiese extramedular (hiperplasia dos eritroblastos no baço e fígado)
- Hemocromatose
β-Talassemia MAJOR
(β0/β0 ou β0/β+) ou Anemia de Cooley
- Rx de crânio: aspectos de expansão medular, adelgaçamento da cortical, alargamento da cavidade medular e imagem do “hair-on-end” ou cabelos na extremidades
- Hemocromatose (intoxicação por ferro): aumento de Ferro pela hemólise, diminui produção de hemácias com ferro e transfusão crônica
- Hemocromatoses transfusional e eritropoiética por aumento da absorção intestinal de ferro acumulado
- Depósito no fígado, sistema endócrimo, pele e coração
- Coloração bronzeada da pele, hipogonadismo, DM e ICC refratária
β-Talassemia MAJOR
(β0/β0) ou Anemia de Cooley - Tratamento
- Transfusão Crônica (↓ anemia e ↓EPO): 5-10 ml/kg a cada 3-5 semanas (alvo Hb 10-12)
- 1 Reposição de ácido fólico 1mg/dia
- Quelante do Fe (deferoxamina SC ou deferasirox VO)
- Esplenectomia: se ↑ nº de transfusão em 50% em um ano ou >200ml/kg/ano e deve ter <6-7 anos e ser imunizada para encapsulados
- Transplante de medula (resposta muito melhor que na an. falciforme): crianças sem hepatomegalia e fibrose periportal tem maior chance
β-Talassemia MAJOR
(β0/β0) ou Anemia de Cooley - Laboratório
*Predomínio de HbF (>95%)
- Anemia grave MICROCÍTICA e HIPOCRÔMICA
- VCM entre 48-72 fl (mais baixo de ferropriva) e CHCM entre 23-32 g/dl
- Hemólise: ↑BI, ↑ LDH, reticulocitose (5-12%), ↓ haptoglobina
- Hematoscopia: anisopoiquilocitos, com hemácias em alvo (leptócitos), hipocrômicas e um eritroblasto (hemácia nucleada))
β-Talassemia Intermédia (β+/β+) ou não dependente de transfusão
*Mesmo laboratório que a major o que difrencia é o grau de anemia
- Quadro mais brando
- Diagnóstico mais tardio nas adolescência ou adulto
- Anemia crônica com Hb 6-9g/dl
- QC = major mas MUITO MENOS grave
- Deformidades ósseas, icterícia intermitentes, litíase biliar recorrente e esplenomegalia moderada
- Crescimento, desenvovlimento e fertilidade preservados
- Aumento da absorção de ferro intestinal e sintomas de hemossiderose após 30 anos
- TTO: Acompanhamento contínua de sintomas, fç cardíaca e sobrecarga de ferro
- Reposição de ácido fólico 1mg/d
- Quelante de Fe: ferritina >1000ng/ml
β-Talassemia Minor ou Traço Betalassêmico
(β+/β ou β0/β)
- Heterozigotos
- Principal dxx é com anemia carencial ferropriva*
- Se dois indivíduos com talassemia minor tiverem prole, tem a chance de 25% de ter β-talassemia maior ou intermédia, 25% de ser normal e 50% de ter o “traço”
- ASSINTOMÁTICO
- Laboratório: Anemia Microcíctica (VCM <75) e Hipocrômica. RDW NORMAL e cinética do Ferro NORMAL
- Hematoscopia: hemácias em alvo e pontilhado basofílico
- TTO: aconselhamento genético
Diagnóstico de β-Talassemia
- Eletroforese
- HbS alto e HbA2 (>3%) indica heterozigose para β+ talassemia (≠ da an. falciforme que está normal- 1-2%)
- Se HbA1 detectável: β+ talassemia
- Ausência de HbA1: heterozigose β0 talassemia
- Na talassemia possui níveis persistentemente altos de HbF
Alfatalassemia
- Mais encontrada no sudeste da Ásia e na China e no Oeste da África (negros)
- Alteração no cromossomo 16
- Deleção de um ou mais gene alfa
Genótipos da Alfatalassemia
*Sintomas só se manifestam com 3 deleções (Doença da HbH) ou 4 deleções (hidropsia fetal))
- αα/α_ (1 deleção): Carreador assintomático
- αα/__ (2 deleções): α-talassemia minor (heterozigoto α0 com depleção de ambos os gene α de um braço cromossomial)
- α_/α_ (2 deleções): α-talasssemia minor (homozigoto α+ com deleção de apenas um gene α no braço)
- α_/__ (3 deleções): Doença da HbH
- __/__ (4 deleções): Hidropsia fetal (incompatível com a vida)
Hidropsia Fetal
(__/__)
*Diagnóstico já é possível a partir da 10ª semana de gestação por biópsia do vilo coriônico
- Deleções dos 4 genes α
- Incompatível com a vida extrauterina
- Natimorto ou nascimento com rapidamente fatal
- Se nenhuma cadeia α as HbF se juntam e formam Hb Barts (γ4), sendo muito ávida por O2 não entregando esse para os tecidos
- Anemia e hipóxia grave provocam falência cardíaca e dema fetal (hidropsia)
Doença da Hemoglobina H
α_/__
- Ausência de 3 genes α_/__
- Compatível com a vida
- Anemia, Microcítica e Hipocrômica, hemólise extravascular e moderada eritropoiese ineficaz
- Esplenomegalia
- Não necessita de hemotransfusões*
- Cadeias beta livre não tem efeito tóxico (= as α) formando um tetrâmero de cadeias beta (β4) denominada HbH
- Hematoscopia: corado por azul brilhante de cresil como pontilhado eritrocítico
- TTO: hemotransufsão, quelação de Fe e esplenectomia + ác. fólico 1 mg VO/dia
Alfatalassemia MINOR
α_/α_ ou αα/__
- Assintomáticos
- Anemia Microcítica e Hipocrômica
- Aconselhamento genético
- Não necessita tto
Anemia de Diamond-Blackfan ou Aplasia Eritroide Pura
- Anemia microcítica que vem associada a outras anormalidade congênitas (craniofaciais, cardíacas, oftalmológicas)
- Microceafalia, orelha pequena, ptose palpebral, catarata
Teste do Pezinho na Anemia Falciforme
- FA: resultado normal e sem Doença Falciforme
- FAS, FAC e FAD: pacientes com traço falciforme, traço C e Traço D respectivamente
- FS,FSC e FSD: compatíveis com Doença Falciforme
Causas de Esplenomegalia de grande monta
*Baço estende-se além de 8 cm da margem costa esquerda e/ou pesando 1kg (ou que atravessa a linha media ou chega à fossa ilíaca)
- Anemia Hemolítica autoimune
- Leucemias Crônicas (LMC e Leucemia de células pilosas)
- Mielofibrose com metaplasia mieloide
- Sarcoidose
- Linfomas
- Dç de Gaucher
- Policitemia Vera
- Hemangiomatoseesplênica difusa
- Esquistossomose e Calazar
Correção de Reticulócitos
- Índice de reticulócitos corrigidos (avalia o grau de anemia): % reticulócitos x Ht/40 OU % reticulócitos x Hb/15
- Índice de Produção Reticulocitária (Tempo de maturação reticulocitária): (% reticulócitos x Ht/40)/2 OU (% reticulócitos x Hb/15)/2
- Se IPR >2 indica que reticulócitos estão mais de 2x aumentados
- Causas de reticulocitose: anemia hemolítica e sangramento agudo (hiperprodução reticulocitária), e tratamento de anemias carenciais