Ginecologia & Obstetrícia Flashcards
Síndromes sexualmente transmissíveis
Corrimento vaginal baixo x alto: ponto de referência anatômico
Orifício interno do colo (OIC)
- Baixo (abaixo do OIC): vulvovaginite e cervicite
- Alto (acima do OIC): doença inflamatória pélvica
Síndromes sexualmente transmissíveis
Método para diferenciar vulvovaginite e cervicite
Exame especular
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: agente
Gardnerella vaginalis (principal) e outras bactérias anaeróbias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: a Gardnerella faz parte da flora vaginal normal?
Sim. Na vaginose bacteriana, há desbalanço da microbiota normal
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: diagnóstico pelos critérios de Amsel
Pelo menos 3 dos 4 critérios:
1) Corrimento branco-acinzentado, fino e homogêneo
2) pH vaginal > 4,5
3) Teste das aminas (Whiff test) positivo (piora do odor após coito e no período menstrual)
4) Presença de clue cells ou células alvo (células epiteliais cobertas por bactérias)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: padrão-ouro para diagnóstico segundo o Ministério da Saúde (MS)
Critérios de Nugent >= 7: a partir da coloração pelo Gram, faz-se a relação entre a quantidade de anaeróbios e de lactobacilos
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: tratamento
Metronidazol 500 mg, VO, 12/12h por 7 dias
Ou
Metronidazol 100 mg/g, creme vaginal, um aplicador cheio a noite, por 5 dias
2a opção: Clindamicina 300 mg, VO, 12/12h, por 7 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: tratamento em gestantes
Metronidazol (mesmo esquema de não gestante)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: tratamento do parceiro
Somente se sintomático
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana: na gestação, há aumento do risco de …..
Ruptura prematura das membranas ovulares (RPMO)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Candidíase: agente
Fungos do gênero Candida sp.
Síndromes sexualmente transmissíveis
Candidíase: características (4)
1) Prurido
2) Corrimento branco, grumoso, aderido nas paredes vaginais
3) pH < 4,5
4) Exame a fresco: pseudo-hifas e esporos
Síndromes sexualmente transmissíveis
Candidíase: tratamento
Miconazol 2% (ou outro creme imidazólico): um aplicador cheio ao deitar, por 7 noites
OU
Nistatina 100.000UI: um aplicador cheio ao deitar, por 14 noites
Síndromes sexualmente transmissíveis
Candidíase: definição de candidíase recorrente e tratamento
> = 4 episódios/ano
Fluconazol 150 mg, VO, 1 vez ao dia nos dias 1, 4 e 7 e, posteriormente, 1 vez na semana por 6 meses
Síndromes sexualmente transmissíveis
Candidíase: tratamento da gestação
Somente com o uso de terapia tópica
Síndromes sexualmente transmissíveis
Candidíase: tratamento do parceiro
Se sintomático (balanite e balanopostite)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Candidíase: a Candida pode ser encontrada na flora vaginal normal?
Sim
Síndromes sexualmente transmissíveis
Tricomoníase: agente
Trichomonas vaginalis
Síndromes sexualmente transmissíveis
Tricomoníase: o Trichomonas faz parte da flora vaginal normal?
Não.
Síndromes sexualmente transmissíveis
Tricomoníase: em crianças e adolescentes < 14 anos indica …..
Abuso sexual (notificar e acionar o Conselho Tutelar)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Tricomoníase: características (6)
1) Corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso
2) pH > 5
3) Colo em framboesa / morango
4) Teste de Schiller (lugol): aspecto tigroide
5) Whiff test: positivo
6) Exame a fresco: presença de protozoários móveis (flagelados)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Tricomoníase: tratamento
Metronidazol 500 mg, VO, 12/12h por 7 dias ou Metronidazol 2g, VO, dose única
O uso de metronidazol creme não é eficaz na tricomoníase
Síndromes sexualmente transmissíveis
Tricomoníase: deve-se tratar o parceiro? Se sim, como?
Sim, mesmo se assintomático, pois é uma IST. Metronidazol 2g, VO, dose única
Cada comprimido de Metronidazol tem 250 mg
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose citolítica: causa
Aumento da população de lactobacilos com redução do pH vaginal
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose citolítica: diagnóstico diferencial
Candidíase
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose citolítica: características (6)
1) Corrimento branco, grumoso (leucorreia)
2) Prurido vaginal e ardor
3) Piora do período pré-menstrual
4) pH < 4,5
5) Aumento de lactobacilos
6) Citólise
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginose citolítica: tratamento
Alcalinização do meio vaginal com banho de assento (bicarbonato de sódio)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginite atrófica: causa
Redução dos níveis de estrogênio (mais comum na pós-menopausa)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginite atrófica: diagnóstico diferencial
Tricomoníase
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginite atrófica: características (6)
1) Corrimento amarelo-esverdeado
2) Prurido intenso
3) Ardência e dispareunia
4) pH > 5
5) Presença de células basais e parabasais
6) Grande quantidade de polimorfonucleares
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginite atrófica: tratamento
Estrogênio local
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vulvovaginite inespecífica: aspectos gerais (3)
1) Causa inespecífica
2) Mais comum em pré-púberes
3) Medidas gerais de higiene (limpeza, uso de roupas íntimas de algodão)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Vaginite descamativa: aspectos gerais (6)
1) Conteúdo vaginal purulento e em grande quantidade
2) pH alcalino
3) Grande número de polimorfonucleares
4) Flora vaginal do tipo 3: substituição dos lactobacilos por cocos Gram-positivos
5) Descamação intensa com a presença de células basais e parabasais
6) Tratamento: Clindamicina creme 2% - 5g, via vaginal, por 7 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cervicites: agentes
Neisseria gonorrhoeae (gonococo) e Chlamydia trachomatis
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cervicites: características (4)
1) Corrimento mucopurulento
2) Colo hiperemiado e friável
3) Sinusiorragia
4) Dispareunia de profundidade
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cervicites: tratamento
Se diplococo Gram-negativo: tratar gonococo e clamídia
Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única (Gonococo) + Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, dose única (Clamídia)
Se ausência de diplococo Gram-negativo: tratar clamídia
Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, dose única ou Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 7 dias
Não usar Doxiciclina em gestantes
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cervicites: principal complicação
Doença inflamatória pélvica (DIP)
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: agentes principais
Chlamydia trachomatis (mais prevalente) e Neisseria gonorrhoeae
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: diagnóstico
3 critérios maiores + 1 critério menor
OU
1 critério elaborado
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: diagnóstico (critérios maiores)
1) Dor à mobilização do colo do útero
2) Dor à palpação dos anexos
3) Dor abdominal infraumbilical ou pélvica
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: diagnóstico (critérios menores)
Alterações no exame físico e/ou exames laboratoriais
1) Febre
2) Leucocitose (mais de 10 leucócitos por campo)
3) Aumento de PCR e/ou VHS
4) Confirmação de infecção por gonococo ou clamídia
5) Cervicite (conteúdo vaginal ou endocervical anormal)
6) Massa pélvica
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: diagnóstico (critérios elaborados)
Alterações em processos elaborados ➡️ Eu vejo a doença
1) Endometrite na análise histopatológica da biópsia
2) Abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem (USG ou RM)
3) Sinais sugestivos de infecção tubária ou tuboperitoneal na laparoscopia
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: classificação de Monif e conduta
Estágio 1: endometrite e salpingite aguda sem peritonite
- Tratamento ambulatorial
Estágio 2: salpingite aguda com peritonite
- Tratamento hospitalar
Estágio 3: salpingite aguda com obstrução tubária ou comprometimento tubo-ovariano (abscesso)
- Tratamento hospitalar
Estágio 4: abscesso ovariano > 10 cm ou abscesso roto (secreção purulenta na cavidade)
- Tratamento hospitalar e cirúrgico
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: quais os outros critérios para hospitalização? (4)
1) Gestantes
2) Falha do tratamento ambulatorial após 72h
3) Impossibilidade de tratamento VO
4) Estado geral grave (náuseas, vômitos, febre)
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: tratamento ambulatorial
Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única (1a opção) ou Cefotaxima 500 mg, IM, dose única
+
Doxiciclina 100 mg, 1 comprimido, 12/12h, por 14 dias
+
Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, VO, 12/12h, por 14 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: tratamento hospitalar (2a opção)
Clindamicina 900 mg, IV, 3x/dia, por 14 dias
+
Gentamicina (IV ou IM):
- Dose de ataque: 2 mg/Kg
- Dose de manutenção: 3-5 mg/Kg/dia, por 14 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: tratamento hospitalar (1a opção)
Ceftriaxona 1g, IV, 1x ao dia
+
Doxiciclina 100 mg, 1 comprimido, VO, por 14 dias
+
Metronidazol 400 mg, IV, 12/12h
Após 24h sem febre, a via parenteral pode ser suspensa e a paciente completa os 14 dias com Doxiciclina VO
Gestantes não podem usar Doxiciclina
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: tratamento dos parceiros (indicação)
Parceiros dos últimos 2 meses independente se sintomáticos ou não
Tratamento igual ao da cervicite
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: o DIU deve ser removido sempre?
Não. Caso haja indicação, deve ser removido após duas doses da antibioticoterapia
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: complicações precoces (3)
1) Abscesso tubo-ovariano
2) Fase aguda da síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (peri-hepatite)
3) Morte
Síndromes sexualmente transmissíveis
DIP: complicações tardias (6)
1) Infertilidade
2) Gravidez ectópica
3) Dor pélvica crônica
4) Dispareunia
5) Recorrência da DIP
6) Fase crônica da síndrome de Fitz-High-Curtis (aderências em corda de violino)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Uretrites: aspectos gerais (2)
1) Mesmos agentes da cervicite
2) Mesmo tratamento da cervicite
Síndromes sexualmente transmissíveis
Bartolinite: O que é? Quais os agentes?
Infecção das glândulas de Bartholin por gonococo, clamídia e outros agentes como a E. coli
Síndromes sexualmente transmissíveis
Bartolinite: principal sintoma
Dor intensa sobretudo ao sentar
Síndromes sexualmente transmissíveis
Bartolinite: tratamento (4)
1) Drenagem
2) Antibioticoterapia (controverso)
3) Marsupialização (orifício e cicatrização por segunda intenção)
4) Bartolinectomia (último caso, sangramento intenso)
Síndromes sexualmente transmissíveis
3 perguntas sobre as úlceras genitais
1) Múltiplas?
2) Doem?
3) Fistulizam?
Síndromes sexualmente transmissíveis
Úlceras genitais: quais são múltiplas? (3)
1) Herpes
2) Cancro mole
3) Donovanose
Síndromes sexualmente transmissíveis
Úlceras genitais: quais são dolorosas?
1) Herpes
2) Cancro mole
Dica: Lesões sem dor
- Linfogranuloma venéreo
- Sífilis
- Donovanose
Síndromes sexualmente transmissíveis
Úlceras genitais: quais fistulizam? (2)
1) Cancro mole
2) Linfogranuloma venéreo
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: agentes
Herpes vírus humano dos tipos 1 (oral) e 2 (genital)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: características das lesões
Vesículas e úlceras dolorosas, rasas, de fundo limpo
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: acomete linfonodos?
Sim, presença de linfadenomegalia inguinal, bilateral, dolorosa e que não fistuliza
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: tratamento da primo-infecção
Aciclovir 400 mg, VO, 3x/dia, por 7-10 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: tratamento após a primo-infecção
Aciclovir 400 mg, VO, 3x/dia, por 5 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: tratamento dos casos graves
Aciclovir 5-10 mg/Kg, IV, 3x/dia, por 5-7 dias ou até regressão
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: tratamento supressivo (indicação e medicamentos)
> = 6 recidivas/ano
Aciclovir 400 mg, VO, 2x/dia, por 6-12 meses ou Fanciclovir 250 mg, VO, 2x/dia ou Valaciclovir 500-1000g, VO, 1x/dia
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: aciclovir e valaciclovir são seguros na gestação?
Sim, em todos os períodos
Síndromes sexualmente transmissíveis
Herpes: prevenção da herpes neonatal (3)
1) Se casos recorrentes ou primo-infecção durante a gestação, indicação de terapia supressiva com aciclovir a partir de 36 semanas até o fim da gestação
2) Se lesões ativas no momento do parto, indicação de via alta (cesariana)
3) Se RPMO, cesariana em até 4-6 horas
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cancro mole: também conhecida como …..
Cancroide
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cancro mole: agente
Haemophilus ducreyi (cocobacilo Gram-negativo)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cancro mole: características da lesão
Múltiplas úlceras dolorosas, de borda irregular e contorno eritematoso, fundo sujo, com tecido de granulação e friável
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cancro mole: características da adenopatia (3)
1) Massa sólida e dolorosa
2) Unilateral em 2/3 dos casos
3) Fistuliza por um único orifício
Síndromes sexualmente transmissíveis
Cancro mole: tratamento
Azitromicina 1g, VO, dose única (melhor opção)
OU
Ceftriaxona 250 mg, IM, dose única
Síndromes sexualmente transmissíveis
Linfogranuloma venéreo: sinônimo
Doença de Nicolas-Favre-Durand
Síndromes sexualmente transmissíveis
Linfogranuloma venéreo: agente
Chlamydia trachomatis sorotipos L1, L2 e L3 (Gram-negativa)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Linfogranuloma venéreo: características da lesão
Pápula, pústula ou úlcera indolor, que desaparece sem deixar sequelas
Síndromes sexualmente transmissíveis
Linfogranuloma venéreo: características da adenomegalia (3)
1) Massa dolorosa
2) Unilateral na maioria dos casos
3) Fistuliza por múltiplos orifícios (“bico de regador”)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Linfogranuloma venéreo: tratamento (1a opção e alternativo)
Recomendado: Doxiciclina 100 mg, VO, 1 comprimido, 12/12h, por 21 dias
Alternativo: Azitromicina 500 mg, VO, 2 comprimidos, 1x/semana, durante 3 semanas (preferencial em gestantes)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Dica para Chlamydia trachomatis
C - cervicite
L - linfogranuloma
A - adenite que fistuliza
M - múltiplos orifícios
I - imunofluorescência (diagnóstico)
D - doxiciclina (linfogranuloma)
A - azitromicina (cervicite)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Donovanose: agente
Klebsiella granulomatis (anterior Calymmatobacterium granulomatis)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Donovanose: sinônimo
Granuloma inguinal
Síndromes sexualmente transmissíveis
Donovanose: características da lesão
Úlcera profunda, indolor, crônica (> 4 semanas), de fundo granulomatoso, friável. Pode-se tornar vegetante ou ulcerovegetante e assumir a configuração “em espelho”
Síndromes sexualmente transmissíveis
Donovanose: achado característico da microscopia
Corpúsculos de Donovan (microorganismos no interior de grandes células mononucleadas)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Donovanose: tratamento (1a opção e alternativo)
Recomendado: Azitromicina 1g, VO, 1x/semana, durante 3 semanas ou até desaparecer a lesão
Alternativo: Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 21 dias ou até desaparecer a lesão
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: agente
Treponema pallidum (espiroqueta anaeróbia)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: ponto de corte para sífilis recente e tardia
<= 12 meses: recente
> 12 meses: tardia
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: achados da forma clínica primária
Cancro duro: úlcera única, indolor, com bordas bem delimitadas e regulares, base dura e fundo limpo
Também conhecida como protossifiloma
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: achados da forma clínica secundária (6)
1) Roséolas
2) Sifílides
3) Condiloma plano
4) Placas mucosas
5) Alopecia irregular
6) Madarose
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: achados da forma clínica terciária (4)
1) Tabes dorsalis (acometimento do sistema nervoso)
2) Aneurisma de aorta
3) Artropatia de Charcot
4) Gomas sifilíticas
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual dos testes positiva primeiro?
O teste rápido (treponêmico) positiva primeiro, enquanto o VDRL (não-treponêmico) positiva após 1-3 semanas
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual a recomendação do MS para diagnóstico?
Solicitar ambos os testes (treponêmico e não-treponêmico)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: o que significa VDRL (+) e teste rápido negativo
VDRL falso-positivo ➡️ não tem sífilis
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: o que fazer se um dos testes diagnósticos for positivo em uma gestante?
Iniciar o tratamento com benzilpenicilina benzatina e solicitar o segundo teste para confirmação
Na população geral, solicita-se ambos os testes para depois iniciar o tratamento
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: quanto a transmissão vertical da sífilis, em qual fase clínica a taxa é maior?
A taxa de transmissão é maior na sífilis secundária, seguida da sífilis primária e latente recente
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual o exame capaz de visualizar diretamente os espiroquetas?
Exame em campo escuro
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual o tratamento de escolha e alternativo para sífilis primária, secundária e latente recente
Escolha: Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhões UI em cada glúteo)
Alternativo: Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 15 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual o tratamento de escolha e alternativo para sífilis terciária e latente tardia
Escolha: Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, 1x/semana (1,2 milhões UI em cada glúteo), por 3 semanas
Alternativo: Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 30 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual o tempo máximo entre cada dose de benzilpenicilina? O que fazer se passar do tempo?
9 dias (idealmente 7 dias). Reiniciar o tratamento
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual o tratamento de escolha em gestantes? O que fazer em caso de alergia?
Para gestantes, somente benzilpenicilina benzatina. Em caso de alergia, recomenda-se a dessensibilização
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: como e com o quê é feito o seguimento dos pacientes?
O seguimento é feito trimestralmente com VDRL (testes não-treponêmicos) em não-gestantes e mensalmente em gestantes até 12 meses de acompanhamento
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: o que é considerado resposta imunológica adequada?
Sífilis primária, secundária e latente recente: queda da titulação em 2 diluições em até 6 meses
Sífilis terciária e latente tardia: queda da titulação em 2 diluições em até 12 meses
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: o Treponema pallidum pode ser resistente à benzilpenicilina?
Não!
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: qual o tratamento recomendado e alternativo para neurossífilis? Como é feito o seguimento com teste não-treponêmico?
Recomendado: Benzilpenicilina potássica / cristalina 18-24 milhões UI, EV, administrada em doses de 3-4 milhões UI, a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias
Alternativo: Ceftriaxona 2g, IV, 1x/dia, por 10-14 dias
Seguimento: LCR de 6/6 meses até a normalização
Síndromes sexualmente transmissíveis
Sífilis: o que é a reação de Jarisch-Herxheimer? Como resolver?
Evento que ocorre em até 24h após a primeira dose de penicilina, sobretudo nas formas primárias e secundárias, havendo piora das lesões cutâneas e sintomas sistêmicos como febre, cefaleia e artralgia. Os sintomas regridem espontaneamente em 12-24h e podem ser controlados com analgésicos simples. Não é necessário suspender o tratamento com penicilina
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: exame de corpo de delito e boletim de ocorrência (BO) são necessários para o atendimento?
Não!
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: quem notificar?
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) em até 24h (todos)
Conselho Tutelar ou Vara da Infância e da Juventude se vítima < 18 anos
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: é preciso notificar a autoridade policial?
Não!
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: contracepção de emergência
Levonorgestrel 1,5 mg, VO, dose única, se não estiver fazendo uso de método contraceptivo de alta-eficácia de forma contínua e correta
Fazer idealmente em até 3 dias (72h) ou em até 5 dias (120h)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: profilaxia para HIV
Iniciar em até 3 dias (72h)
Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Dolutegravir (DTG) por 28 dias
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: profilaxia hepatite B
Indicação: vítima como esquema vacinal incompleto ou desconhecido
Imunoglobulina idealmente em até 48h e no máximo em 14 dias (somente para vítimas de violência sexual)
Deve-se iniciar ou completar a vacinação (3 doses) contra a hepatite B
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: profilaxia HPV
9 a 14 anos: 2 doses (0 e 6 meses)
15 a 45 anos: 3 doses (0, 2 e 6 meses)
Imunossuprimidos de 9 a 45: 3 doses (0, 2 e 6 meses)
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: interrupção da gestação, o que é necessário? (5)
1) Termo de relato circunstanciado
2) Parecer técnico
3) Termo de aprovação de procedimento de interrupção de gravidez
4) Termo de responsabilidade
5) Termo de consentimento livre e esclarecido
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: interrupção da gestação, o que não é necessário? (3)
1) Autorização judicial
2) Exame de corpo de delito
3) Boletim de ocorrência
Síndromes sexualmente transmissíveis
Violência sexual: profilaxia das ISTs não virais
ABC da Mulher
Azitromicina 1g, VO (infecção por clamídia e cancro mole)
Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM (sífilis)
Ceftriaxona 500 mg, IM (gonococo)
Metronidazol 2g, VO (tricomoníase)
Síndromes sexualmente transmissíveis
HPV: agente
Papilomavírus humano
Síndromes sexualmente transmissíveis
HPV: tipos relacionados ao condiloma acuminado (baixo risco oncogênico)
Tipos 6 e 11
Síndromes sexualmente transmissíveis
HPV: tipos de alto risco oncogênico
Tipos 16 e 18
Síndromes sexualmente transmissíveis
HPV: lesão típica
Condiloma acuminado
Síndromes sexualmente transmissíveis
HPV: fluxograma de manejo
Síndromes sexualmente transmissíveis
HPV: quais tratamentos não estão indicados na gestação?
Podofilina e Imiquimode
Sangramentos da primeira metade da gestação
Quando é possível ver a gestação no USTV? (3)
4 semanas ➡️ Saco gestacional
5 semanas ➡️ Vesícula vitelínica
6/7 semanas ➡️ Embrião / BCE (+)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Qual a medida do saco gestacional que asseguraria a presença de embrião no USTV?
SG >= 25 mm
Se não tiver, gravidez anembrionada
Sangramentos da primeira metade da gestação
Qual a medida (parâmetro e valor) que indicaria a presença de BCE no USTV?
Comprimento cabeça nádega (CCN)
CCN >= 7 mm
Se não houver BCE (+), abortamento retido
Sangramentos da primeira metade da gestação
Os achados do USG transabdominal diferem do USTV em quanto tempo?
Em 1 semana a mais em relação ao achados da USTV
Sangramentos da primeira metade da gestação
Qual o período a ser considerado e quais as possibilidades? (3)
< 20 semanas
- Abortamento
- Gestação ectópica
- Doença trofoblástica gestacional (DTG)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Dentre as 3 possibilidades de diagnóstico diferencial, qual a mais comum?
Abortamento
Sangramentos da primeira metade da gestação
Definição de abortamento
Interrupção (extração ou expulsão) da gestação antes de 20-22 semanas OU com feto pesando menos de 500g
Sangramentos da primeira metade da gestação
Qual a causa mais comum de abortamento?
Anomalias cromossômicas, sobretudo as trissomias
Sangramentos da primeira metade da gestação
Qual a trissomia mais relacionada ao abortamento?
Trissomia ou aneuploidia do cromossomo 16
Sangramentos da primeira metade da gestação
Diabetes gestacional é causa de abortamento?
Não, mas o diabetes prévio sim
Sangramentos da primeira metade da gestação
Classificação do abortamento quanto a idade gestacional (2)
Precoce: <= 12 semanas (maioria dos casos)
- Maior parte ocorre antes de 8 semanas
Tardio: > 12 semanas
Sangramentos da primeira metade da gestação
Classificação do abortamento quanto a periodicidade (2)
Esporádico: 1-2 vezes
- Não há necessidade de investigar um único abortamento precoce
Habitual ou Recorrente: >= 3 vezes
- Assim como os tardios, demandam investigação
Sangramentos da primeira metade da gestação
Quais os dois pontos necessários para a classificação dos abortamentos?
Colo (fechado ou aberto)
Achados do USTV
Sangramentos da primeira metade da gestação
Ameaça de abortamento (2)
Colo fechado
BCE (+)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Aborto completo (2)
Colo fechado
Útero vazio (endométrio < 15 mm)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Aborto retido (2)
Colo fechado
BCE (-)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Aborto inevitável (2)
Colo aberto
BCE (+ ou -)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Aborto incompleto (2)
Colo aberto
Presença de restos (endométrio > 15 mm)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Aborto infectado (2)
Colo aberto
Presença de restos + febre
Sangramentos da primeira metade da gestação
Conduta se ameaça de abortamento ou abortamento completo (2)
Sintomáticos (analgesia, antiespasmódico, repouso relativo…) + Acompanhamento
Não fazer progesterona
Abstinência sexual é indicado para evitar fatores de confundimento (sinusorragia)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Conduta se abortamento inevitável, incompleto, retido ou infectado
Dica: Se in…, eu vou intervir
Esvaziamento uterino +/- antibioticoterapia com gentamicina e clindamicina (somente se infectado)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Como realizar o esvaziamento uterino de forma cirúrgica? (2)
Aspiração manual intrauterina (AMIU): escolha até 12 semanas
- Pode ser feito misoprostol em dose baixa para preparo do colo (diferente do misoprostol para expulsão do feto)
Curetagem: alternativa à AMIU
Sangramentos da primeira metade da gestação
Quais as vantagens do AMIU? (2)
Menor risco de perfuração e de sinequias
Sangramentos da primeira metade da gestação
Como realizar o esvaziamento uterino de forma clínica?
Misoprostol: expulsão de fetos > 12 semanas
Sangramentos da primeira metade da gestação
Qual a importância do esvaziamento clínico em fetos > 12 semanas?
Como já há ossos, o esvaziamento clínico minimiza o risco de perfurações. Após a expulsão do embrião, avalia-se a necessidade de curetagem
Sangramentos da primeira metade da gestação
Abortamento recorrente: pensar em… (3)
Anomalias genéticas (continua sendo a principal causa)
Incompetência istmocervical
Síndrome do anticorpo antifosfolípide
Sangramentos da primeira metade da gestação
Na incompetência istmocervical, o orifício ….. (interno / externo) do colo uterino é incompetente
Interno
Sangramentos da primeira metade da gestação
Incompetência istmocervical: diagnóstico (3)
História de dilatação cervical indolor no 2° trimestre
- Tendência a ser cada vez mais precoce
- No aborto, o sangramento é doloroso
Dilatação + encurtamento do colo (atual)
Histeroscopia (realizado fora da gestação)
Sangramentos da primeira metade da gestação
Incompetência istmocervical: causas identificáveis (3)
Conização
Curetagens
Amputações cervicais
Muitas vezes não há causa identificável
Sangramentos da primeira metade da gestação
Incompetência istmocervical: tratamento (2)
Cerclagem uterina, sendo a técnica de McDonald a mais utilizada
Há a possibilidade de cerclagem laparoscópica antes da gestação, contudo ela impede o parto vaginal
Sangramentos da primeira metade da gestação
Incompetência istmocervical: quais os critérios ideais para realizar a cerclagem? (3)
Idealmente:
- Entre 12 e 16 semanas (~ 14 semanas)
- Dilatação < 3 cm
- Sem herniação de bolsa
Cuidado: o USTV deve indicar viabilidade da gestação
Sangramentos da primeira metade da gestação
Incompetência istmocervical: conduta, em relação a cerclagem, se proximidade do parto ou trabalho de parto
Cortar o fio a fim de se evitar lacerações
Sangramentos da primeira metade da gestação
SAF: diagnóstico
1 critério clínico-obstétrico + 1 critério laboratorial (confirmado em duas medidas com um intervalo de pelo menos 12 semanas)
Sangramentos da primeira metade da gestação
SAF: critérios clínico-obstétricos (4)
Trombose arterial ou venosa confirmadas
OU
≥ 3 perdas antes de 10 semanas
OU
> 1 perda após 10 semanas
OU
Parto prematuro por pré-eclâmpsia (PE) / crescimento intrauterino restrito (CIUR) < 34 semanas
Sangramentos da primeira metade da gestação
SAF: critérios laboratoriais (3)
Anticoagulante lúpico
OU
Anticardiolipina IgG ou IgM
OU
Anti-beta2-glicoproteína I IgG ou IgM
Sangramentos da primeira metade da gestação
SAF: conduta se eventos obstétricos e conduta se eventos trombóticos
Obstétricos: AAS + heparina profilática (preferencialmente de baixo peso molecular - 0,5 mg/Kg/dia)
Trombose: AAS + heparina terapêutica (1 mg/Kg de 12/12h)