Ginecologia/Obstetrícia Flashcards
O que é endometriose ?
Presença de tecido endometrial fora do útero. É uma doença crônica, multifatorial, estrogênio dependente e benigna.
Quais são as teorias da endometriose ?
Sampson: menstruação retrógrada
Metaplasia Celômica: células fora do útero se diferenciam em tecido endometrial
Genética: Parente de 1º grau aumenta o risco
Qual é a clínica da endometriose ?
3 Ds: Dismenorreia, Dispaurenia e Dificuldade de engravidar. Associada à dor na mobilidade do útero, anexos, e espessamento de ligamentos. Pode ter também queixas urinárias e intestinais.
Obs: A dor não tem relação com o tamanho/quantidade das lesões
Qual é o tratamento da endometriose ?
Queixa de dor: AINEs + ACO
Queixa de infertilidade: FIV (mulheres mais velhas) ou retirada dos focos (mulheres mais novas)
Cirúrgico: Endometrioma >6cm, lesão em ureter, íleo, apêndice e retossigmoide com sinal de suboclusão ou tratamento clínico refratário
Defina dor pélvica crônica
Dor no andar inferior do abdome por pelo menos 6 meses, não causada pela gravidez e sem associação exclusiva com a atividade sexual
Qual é a faixa etária mais comum da endometriose
Mulheres em idade fértil (costumam ser nulíparas)
Quais são os métodos diagnósticos da endometriose ?
Diagnóstico presuntivo: Ultrassom transvaginal com preparo intestinal e RNM de pelve (bons para ver lesões profundas >5mm)
Diagnóstico definitivo: Videolaparoscopia com biópsia
Dismenorreia primária x secundária
Primária: desde o primeiro ciclo ovulatório (paciente com 13/14 anos)
Secundário: Paciente mais velha
Causas de dismenorreia secundária
Endometriose, leiomiomatose, DIP, adenomiose
Conduta cirúrgica com endometrioma
Drenagem + extirpação da cápsula do endometrioma + ressecção do peritônio acometido. Buscar preservar os ovários.
Quais são os principais focos de endometriose ?
Em ordem decrescente: Ovários, fundo de saco, ligamentos uterossacros, útero, tubas uterinas e intestino
Sangramentos da 1ª x 2ª metade da gravidez
1ª: menos de 20 semanas. Pensar em abortamento, gestação ectópica e doença trofoblástica gestacional
2ª: mais de 20 semanas. DPP, placenta prévia, rotura uterina, de vasa prévia e seio marginal
Quadro característico da gestação ectópica
Sangramento vaginal + Atraso menstrual + Dor abdominal (baixo ventre). Pode ter também massa anexial palpável, irritação peritoneal, mobilização dolorosa do colo. 98% dos casos ocorrem na tuba uterina (principalmente na ampola).
Conduta/Tratamento da gestação ectópica
Medicamentoso com Metotrexato, que impede a multiplicação de células trofoblásticas. Critérios de administração:
- Ectópica íntegra
- Estabilidade hemodinâmica
- Ausência de BCF
- Saco gestacional <3.5-4 cm
- Beta-hCG <5.000 mUi/mL
Se houver sinais de ectópica rota (irritabilidade peritoneal, sangue livre na cavidade) = instabilidade. Tratamento cirúrgico imediato com laparotomia (videolaparoscopia é feita para confirmar diagnóstico)
Fatores de risco para gestação ectópica
Antecedente de gestação ectópica, de cirurgia tubárea, DIP, endometriose, DIU (relativo), gravidez por reprodução assistida, tabagismo, salpingite, exposição ao dietilestibestrol
Quadro característico da Doença Trofoblástica Gestacional (DTG)
Proliferação anormal de tecido trofoblástico com degeneração hidrópica, podendo causar doença benigna ou maligna. Marcador é o beta-hCG. Doença “hiper”. Útero maior do que o esperado para IG (em sanfona), hiperêmese, hipertireoidismo, hipertensão (pré-eclâmpsia) antes de 20 semanas e hipercistos (tecaluteínicos). US importante para diagnóstico. Conduta: esvaziamento uterino com dilatação cervical mecânica prévia (não indica-se misoprostol)
Grupo: 80% Mola hidantiforme (completa, parcial e invasiva) e 20% neoplasias (coriocarcinoma, neoplasia de sítio placentário e TTE)
Mola completa x Mola parcial
Geralmente apresentam b-hCG >100.000
- Completa: 1 espermatozoide fecunda 1 óvulo VAZIO. Há apenas genes paternos, sem embrião, cariótipo diploide 46 XX ou 46 XY. Risco de malignização: 15-20%
- Parcial: 2 espermatozoides fecundam 1 óvulo NORMAL. Carga genética triploide 69 XXX ou 69 XXY e formação de tecido fetal. Risco de malignização: 5%
Conduta: esvaziamento uterino e seguimento com beta-hCG
Definição de aborto
Interrupção da gravidez com menos de 20 semanas ou feto com menos de 500g. Pode ser precoce (<12 semanas) ou tardio (>12 semanas); esporádico ou habitual (3 ou mais - SAAF e incompetência istmocervical principalmente)
Abortamento de colo fechado/impérvio
- Ameaça: Cólica e sangramento leves. Útero compatível com IG, BCF presente. Fazer repouso relativo, analgésico/antiespasmódico
- Completo: História de sangramento. Útero menor que IG e vazio. Endométrio <15 mm de espessura. Parada e diminuição das cólicas e sangramento após expulsão. Orientar e tranquilizar a paciente.
- Retido: Cessação dos sintomas de gestação. Útero menor que IG, embrião presente, CCN>7mm, BCF ausente. Repetir USG em 7-14 dias para confirmar diagnóstico. Conduta pode ser expectante por no máximo 3 semanas antes de esvaziamento uterino
Abortamento de colo aberto/pérvio
- INevitável: Útero compatível com IG. Embrião presente, sangramento profuso. USG com SG em direção ao colo do útero; Esvaziamento uterino
- INcompleto: Sangramento moderado ou intenso, cólicas intensas. Útero menor que IG. Endomério >15mm e irregular. USG pode ver restos ovulares; Esvaziamento uterino
- INfectado: Febre, taquicardia, odor fétido, leucocitose. ATB + esvaziamento imediato
Conduta geral em casos de abortamento de acordo com a IG
<12 semanas: AMIU ou curetagem, com ou sem misoprostol prévio
> 12 semanas: expulsão fetal com ocitocina ou misoprostol, seguida de curetagem se necessário
Critério de cura e malignização de mola em neoplasia trofoblástica gestacional
Realizado esvaziamento uterino e seguimento com beta-hCG. É feita semanalmente (na USP a cada 15 dias) até ter 3 resultados negativos, a partir disso é realizado 1x por mês por 6 meses. Se negativos, cura.
Se após 3 dosagens (0, 7 e 14) há uma ascensão de 10% ou mais; ou 4 valores em platô (0, 7, 14, 21); ou metástases a distância (pulmão e vagina); ou b-hCG positivo após 6 mezes = malignização e tratamento com quimioterapia com metotrexato
Quadro característico da DPP
- Clínica: Sangramento vaginal escuro com dor abdominal súbita+ hipertonia uterina ou taquissistolia + sofrimento fetal com risco de óbito + risco de instabilidade materna
- Conduta: É uma emergência. Realizar amniotomia quando possível antes do parto. Se feto vivo: realizar o parto imediatamente pela via mais rápida (cesárea na maioria das vezes). Feto morto: Preferir via vaginal, mas se demorar ou instabilidade, cesárea.
- Complicações: Útero de Couvelaire (infiltração de sangue no miométrio, não contraindo adequadamente), CIVD
Fatores de risco para rotura uterina e conduta
Roturas, cesárea e miomectomia prévias, indução do trabalho de parto, parto prolongado, traumas (acidentes, kristeller), sobredistensão uterina (gemelar, polidrâmnio, macrossomia)
Conduta: É uma emergência uterina. Na iminência de rotura, fazer cesárea de urgência imediatamente. Na rotura consumada, histerorrafia em lesões pequenas e histerectomia em lesões grandes após extração fetal