Clínica Médica Flashcards

1
Q

Qual é a clínica característica da dissecção aguda de aorta ?

A

Dor torácica irradiando para dorso (dilacerante)+ mediastino alargado (Rx) + pulsos assimétricos (diferença > 20mmHg na PA)

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2
Q

Qual é o tratamento da dissecção aguda de aorta ?

A

Controle da dor (Morfina) + Controle da FC (Ex: BB EV - Metoprolol) + Controle da PA (Ex: Nitroprussiato). Objetivo de PAS entre 100-120 e FC por volta de 60bpm

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3
Q

Quais são os equivalentes anginosos e em qual grupo eles predominam ?

A

Epigastralgia, náuseas, vômitos, lipotímia, síncope, dispneia, diaforese. Mais comum em idosos, diabéticos, mulheres, DRC e transplantados cardíacos

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4
Q

Qual é a classificação de Killip ?

A

I - Sem alterações
II - Estertores bibasais, B3
III - Edema Agudo de Pulmão (estertores além da metade do hemitórax, dispneia, ortopneia)
IV - Choque cardiogênico (PA <90mmHg, pulsos finos)

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5
Q

Classifique a dor torácica de A-D

A

A - Definitivamente anginosa (3C)
B- Provavelmente anginosa (2C)
C - Provavelmente não anginosa (1C)
D - Definitivamente não anginosa (0C)

Características: Dor retroesternal + desencadeada pelo exercício ou estresse + aliviada com repouso ou nitrato

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6
Q

Critérios de melhora pós cateterismo cardíaco de reperfusão miocárdica

A

Melhora da dor, redução do supra >50% e arritmias de reperfusão (RIVA)

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7
Q

Estratificação de Risco em IAM sem Supra de ST

A

Imediata <2h: Paciente instável (Angina refratária, instabilidade hemodinâmica ou arritmia grave - TV/FV)
Precoce <24h: Exame ou escore alterado (Troponina ou ECG alterado)
Tardio <72h: Paciente com morbidade (DM, IR, IC)

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8
Q

Correlacione as derivações do ECG com as áreas acometidas

A

V1-V4: Anterior (Artéria DA) - V1/V2: Septal
V5-V6: Lateral/Dorsal (Artéria Cx)
D1-aVL: Lateral Alta (Artéria Cx)
D2-D3-avF: Inferior (Artéria Cd ou Cx)

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9
Q

Qual é a abordagem imediata em paciente com SCA?

A

AAS (300mg ataque + 100mg manutenção) + Clopidogrel (300mg ataque + 75mg manutenção) + Enoxaparina. Programar administração de IECA, BB e estatina quando o quadro compensar

Obs: Não fazer ataque de clopidogrel em >75 anos e se o cateterismo for feito em até 6h o ataque é de 600mg

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10
Q

Qual é a clínica e o tipo de ECG mais comum da pericardite aguda ?

A

Dor torácica tipicamente pleurítica (melhora ao inclinar o tronco pra frente) + atrito pericárdico + supra difuso de ST + infra do PR + derrame pericárdico visualizado em imagem

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11
Q

Qual é o tratamento da pericardite aguda

A

AINEs + colchicina

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12
Q

Qual é a classificação de Stanford e De Bakey na dissecção aguda de aorta ?

A

Stanford A: Acomete aorta ascendente (cirurgia de emergência - cardíaca)
Stanford B: Não acomete aorta ascendente (cirurgia vascular)

De Bakey I: Ascendente + Descendente
De Bakey II: Ascendente
De Bakey III: Não acomete ascendente

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13
Q

Quais são os “tempos” na SCA ?

A

ECG em 10’
Trombólise em 30’ (se indicada)
CATE em 90’ (se feito no hospital em que foi recebido atendimento inicial, geralmente hospital terciário)
Transferência para CATE em 120’
Trombolítico até 12h

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14
Q

Quando a angioplastia como terapia de reperfusão se torna obrigatória?

A

Paciente instável (em choque), IC grave ou contraindicações absolutas ao trombolítico

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15
Q

Fluxograma de tratamento para esôfago de Barret

A

Avaliar Displasia: se não houver, realizar EDA a cada 3-5 anos; se tiver, ver o grau da lesão

Lesão de baixo grau: EDA a cada 6-12 meses
Lesão de alto grau: Terapia de erradicação endoscópica

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16
Q

Exames, achados e conduta em quadro de ruptura esofágica

A

Esofagograma contrastado: extravasamento de contraste visto no Rx
Radiografia de tórax: hidropneumomediastino e hidropneumotórax

Conduta: Cirurgia de emergência

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17
Q

Sintomas típicos e atípicos da DRGE

A

Típicos: pirose, regurgitação, piora com decúbito dorsal, após ingesta de alimentos

Atípicos: Dor retroesternal, tosse crônica, pigarro, rouquidão

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18
Q

Achados na EDA que confirma DRGE

A

Esofagite graus C e D, estenose péptica e esôfago de Barret

Obs: 70% das EDAs na DRGE são normais

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19
Q

Tratamento da DRGE

A

1ª linha: IBP como teste terapêutico por 4 a 8 semanas
2ª linha: Cirurgia antirrefluxo de Nissen (casos refratários)

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20
Q

Exame padrão ouro na DRGE

A

Phmetria de 24 horas

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21
Q

Quais são os tipos de hérnias relacionadas a DRGE

A

Hérnias de hiato. Podem ser do tipo 1 (deslizamento), 2 (rolamento), 3 (mista 1+2), 4 (paraesofágica)
A hérnia do tipo 1 é a mais frequente

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22
Q

Fatores de risco para úlcera péptica

A

Infecção pelo H. pylori, AAS, AINEs, Síndrome de Zollinger-Elisson, Radioterapia, Tabagismo, Etilismo, Estresse

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23
Q

Diagnóstico de esofagite eosinofílica

A

EDA com biópsia

Paciente geralmente com outros quadros alégicos associados

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24
Q

Tratamento para H. pylori

A

IBP + amoxicilina + claritromicina. Feito controle após 4 semanas de atb. Se falha, realizar esquema quádruplo, preferencialmente com levofloxacino ou bismuto

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25
Q

Divertículo de Zenker: Localização, tratamento e diagnóstico diferencial

A

Triângulo de Killian, diverticulectomia e divertículo esofágico. Mais comum em idosos

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26
Q

Características clínicas da Acalasia

A

Hipertonia do EEI + aperistalse do esôfago, disfagia a sólidos e líquidos, azia que não melhora com IBP, alimentos retidos no esôfago, perda de peso gradual, quadro insidioso

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27
Q

Qual é a classificação de Johnson para úlceras pépticas ?

A

I - Pequena curvatura, normo ou hipocloridria. Mais comum
II - Úlcera gástrica e duodenal hipercloricria
III - Canal pilórico ou 3cm pré-piloro
IV - Corpo proximal ou cardia, normo ou hipocloridria
V - Múltiplas úlceras, AAS associado e normocloridria

I, II e III associados com H. pylori

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28
Q

Achados na EDA de quadro de esofagite eosinofílica

A

Felinização do esôfago e friabilidade do tipo papel crepom

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29
Q

Conduta na úlcera péptica perfurada

A

Cirurgia de emergência (laparotomia ou laparoscopia) com fechamento da úlcera e patch de omento (de Graham).

Local mais comum de perfuração: bulbo duodenal e pequena curvatura do antro gástrico

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30
Q

Epidemiologia das úlceras pépticas perfuradas

A

Mais comum em homens, uso de AAS, AINEs, infecção pelo H. pylori.
Localização: duodeno > estômago, em especial na parede anterior do bulbo duodenal e na pré-pilórica.

Obs: principal complicação das úlceras pépticas é o sangramento, a 2ª é a perfuração

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31
Q

Diagnóstico da Acalasia

A

Radiografia contrastada (EED): ondas terciárias, afinamento do esôfago distal (bico de pássaro), dilatação esofágica.
Manometria: Aperistalse, hipertonia de EEI, tônus do EEI >35mmHg

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32
Q

Classificação e tratamento da Acalasia

A

Grau I (até 4cm) e II (4-7cm): Terapia endoscópica ou toxina botulínica
Grau III (7-10cm): Cardiomiotomia ou POEM
Grau IV (>10cm): Esofagectomia - cirurgia de Serra-Dória

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33
Q

Indicação de intervenção de urgência após ingesta de corpo estranho

A

Obstrução esofágica, disfagia, objetos pontiagudos ou longos (>5cm), sinais de inflamação/obstrução intestinal, febre, vômitos.

Obs: Assintomáticos podem fazer EDA em até 24 horas

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34
Q

Causa principal de megaesôfago

A

Doença de Chagas

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35
Q

Fluxograma de Fibrilação atrial (e flutter)

A

Instável: Cardioversão (120 a 200J na FA e 50J no flutter) + anticoagulação por 4 semanas ou mais

Estável: <48h cardioversão; >48h ou indefinido- controlar FC<110bpm (BB, BCC ou digoxina) ou ritmo (ECOTE ou anticoagulação por 3 semanas e em seguida cardioversão).
Obs: Controle do ritmo (necessita de preparação previa com ACO); com cardiopatia: amiodarona ou propafenona; sem cardiopatia: sotalol e propafenona. Se não melhorar, ablação.

Anticoagulação feita pelo risco de trombos em apêndice do átrio esquerdo devido a estase sanguínea

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36
Q

Ritmo sinusal x atrial

A

Sinusal: P positiva em D1, D2, AVF e negativa em avR, sendo seguida por um QRS
Atrial: quando não tiver esses critérios

Obs: eixo normal entre -30 e +90, porém pode estar alterado e o ritmo continuar sendo sinusal

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37
Q

Clínica/diagnóstico na hipotensão postural.

A

Quadro de hipofluxo cerebral. Mais comum em pacientes com >65 anos, tontura provocada, em uso de diurético (hidroclorotiazida), piora pós-prandial.

Apresenta queda da PAS >20mmHg ou da PAD >10mmHg após 3 minutos em ortostase em comparação as medidas em decúbito dorsal.

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38
Q

Tratamento da síncope neuromediada e ortostática

A

Na ordem:
Corrigir desencadeantes (ajuste medicamentoso, não levantar rápido, evitar banhos quentes, elevar cabeceira); aumentar ingesta líquida e de sal; meia compressiva; se refratário usar fludrocortisona

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39
Q

Classificação dos tipos de síncope

A
  • Neuromediada: mais comum (70%), tem pródromos, melhora após o decúbito. Mais presente em mulheres <40 anos e episódios recorrentes. Fazer Tilt Test se situação de risco
    Subtipos: vasovagal, emocional, situacional, hiperssensibilidade do seio carotídeo
  • Ortostática/Postural: desencadeantes: pós prandial, exercício físico, iatrogenia (diuréticos)
    -Cardiogênica: Mais grave, sem pródromos e fatores desencadeantes, síncope que acontece no decúbito/supino, HF de morte súbita em jovens
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40
Q

Conduta na taquiarritmias

A

Instável: Cardioversão sincronizada
Estável:
- Supraventricular: manobra vasovagal 1x e adenosina: no máximo 3x, com dose de 6mg, 12 e 12mg.
- Ventricular: amiodarona 300mg ataque e 900mg de manutenção

Obs: Torsade de pointes (TV polimórfica) - estável pode usar sulfato de magnésio, instável desfibrilação (é um ritmo pré-parada)

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41
Q

Critérios de instabilidade nas arritmias

A

5 “Ds”: Dispneia, Diminuição da consciência, Desmaio, Diminuição da PA e Dor torácica

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42
Q

Fluxograma RCP - BLS

A

1ª etapa: checar responsividade, chamar ajuda, acionar emergência e providenciar DEA
2ª etapa: Verificar respiração e pulsos simultaneamente (por 10 segundos); se R (-) e P (+) realizar ventilação de resgate 1:6, checar P a cada 2 min e se (-) iniciar RCP.
3ª etapa: R e P (-): iniciar RCP 30:2. DEA disponível, avaliar se é chocável ou não. Se for, desfibrilar, se não continua na compressão.

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43
Q

O que é o escore CHA2DS2VASC e quando usar

A

Avalia o risco do paciente com FA ter AVEi em 1 ano, não indica nem contra indica, por si só, anticoagulação (DOACs 1ª linha, varfarina 2ª)

C - Congestive Heart (IC) - 1pt
H - Hipertensão - 1pt
A - Age >75 - 2 pts
D - Diabetes - 1 pt
S - Stroke prévio - 2 pt
V - Vascular prévio (IAM, DAP) - 1 pt
A - Age 65-74 - 1 pt
Sc - Sexo feminino - 1 pt

0 - não indica ACO
1 - considera
2 - indica

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44
Q

Pulsos chocáveis x não chocáveis

A

Chocável: TV sem pulso e FV
Não chocável: AESP e assistolia

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45
Q

Fluxograma PCR - ACLS (medicamentos)

A

Durante o atendimento é preconizado via aérea avançada.
Chocável: Ciclo de RCP por 2 minutos e adrenalina 1mg a cada 3-5 minutos, alternando com amiodarona (300mg e depois 150mg) ou lidocaína (1mg depois 0,75mg)
Não chocável: Só usar adrenalina

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46
Q

Causas reversíveis de PCR

A

5Hs e 5Ts:
- Hidrogênio, Hipo/Hipercalemia, Hipoxia, Hipotermia, Hipovolemia
- TEP, Toxinas, Tamponamento cardíaco, Tensão torácica (pneumotórax), Trombose coronariana

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47
Q

Taquicardia supraventricular x ventricular

A

Supra: QRS estreito
Ventricular: QRS largo (obs: 80% dos casos de QRS largo são TV, mas 20% são supra com aberrância, pode ter bloqueio de ramo associado - ver critérios de brugada para diferenciar)

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48
Q

Diferenciar os tipos de BAVs

A

1º grau: Benigno. PR >200ms, fixo, precede QRS.
2ª grau Mobitz 1: Benigno. PR alarga gradualmente até que há onda P bloqueada
2º grau Mobitz 2: Maligno. PR normal (alargado) fixo e há bloqueio súbito da onda P
3º grau ou BAVT: Dissociação total entre P e QRS. Ambos ocorrem em intervalos regulares, porém dissociados.

Benignos (suprahissianos) reverter com atropina, malignos (infrahissianos) aplicar marca-passo

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49
Q

Holiday Heart Syndrome, o que é ?

A

Ingesta excessiva de álcool gera um metabólito, o acetaldeído, que tem propriedades arritmogênicas e eleva catecolaminas e SNS. Relaciona-se com FA e taqui supra, principalmente, diminuindo o período refratário.

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50
Q

Critérios de Brugada

A

Usado para diferenciar TV de TSV. Se 1 presente já é TV.

  • Ausência de RS na derivações precordiais
  • Intervalo entre início da onda R e nadir da onda S >100ms
  • Dissociação AV
  • BRD ou BRE
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51
Q

Classificação da FA

A

Alta resposta >100bpm; baixa resposta <60
Temporal: Paroxística <7 dias, Persistente >7 dias, Curta <1ano e Longa >1ano ou permanente (opta-se por manter a FA).

Pode ser valvar (estenose mitral ou prótese mecânica) ou não-valvar

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52
Q

Anticoagulação na FA

A

Sempre anticoagular FA valvar, protése aórtica mecânica, cardiomiopatia hipertrófica. O restante aplica CHA2DS2VASC.
FA não valvar: DOACs
FA valvar e demais casos: varfarina

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53
Q

Síncope x Convulsão

A

Síncope NÃO pode ter mordedura de língua, movimento tônico, ser repetitivo e simétrico.

Na síncope há pós-ictal curto, assimetria.

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54
Q

Características clínicas da Estenose aórtica

A
  • Etiologia: degenerativa (idosos), bicúspide (jovens) e sequela de FR
  • Clínica: tríade de angina, síncope e dispneia. Sindrome de Heyde: EA + sangramento TGI
  • Exame Físico: sopro rude mesossitólico em diamante ou em crescendo-descendo, pode irradiar para fúrcula e carótida. Pode ter B4 se grave. Pulso parvus tardus, menor amplitude (mais fraco) e tardio. PA convergente. Fenômeno de Gallavardin: sopro sistolico na mitral por reverberação da aorta - timbre piante.
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55
Q

Achados em exames complementares e tratamento da Estenose Aórtica

A

Exame: ECG: SVE; Rx com aumento da área cardíaca; ECO TT: área valvar aortica <1 cm2, gradiente medio VE/Ao >40 e velocidade do jato >4ms. Área + GM = estenose importante
Complicadores em assintomáticos: área valvar <0,6, gradiente >60, velocidade do jato >5, FEVE <50%, teste ergometrico +.
Tratamento: Troca valvar, TAVI (via transfemoral; 1ª escolha se >70a ou alto risco cirurgico), valvoplastia aórtica por cateter balao (mais paliativo).

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56
Q

Características clínicas da Insuficiência Aórtica

A

Etiologia: Reumática, aterosclerótica, bicúspide, artopastia, endocardite, trauma, dissecção de Aorta descendente
Clinica: Angina, Sincope, Dispneia. Menos pior do que na estenose aórtica
Exame Fisico: sopro aspirativo, protodiastólico, em foco aórtico e/ou aórtico acessorio (3ºEIPE), A2 ausente ou hipofonético, PA divergente. Sopro de Austin Flint (ruflar diastolico no foco mitral). Pulso em martelo d’água e sinais de pulsação evidentes

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57
Q

Achados em exames complementares e tratamento da Insuficiência Aórtica

A

Exames: ECG: SAE, SVE; Rx aumento area cardiaca
Tratamento: medicamentoso nao reduz mortalidade; pode administrar vasodilatadores: IECA, BRA, hidralazina, BCC. Intervenção: cirurgia

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58
Q

Características clínicas da Estenose Mitral

A
  • Etiologia: reumática em países em desenvolvimento, em desenvolvidos é degenerativa, congênita, LES, AR
  • Clinica: dispneia, palpitação, hemoptise, roquidao (Sd de Ortner), disfagia, tosse. O que piora: febre, gestacao, exercicio fisico e FA.
  • Exame fisico: Sopro em ruflar diastólico (tem estalido de abertura e reforço pre-sistólico - ausente se houver FA - tb sem B4), B1 e B2 hiperfonéticas
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59
Q

Achados em exames complementares e tratamento da estenose mitral

A
  • Exame: ECG: SAE vista em D2 e V1 (indice de Morris e P bifida) e de VD/AD (poupa VE), arritmias (FA), Rx: aumento do AE - sinal do duplo contorno, sinal da bailarina, 4º arco a E
  • Tratamento: Medicamentoso: Controle da FC com BB ou digitálico; furosemida (se hipervolemia); penicilina se febre reumatica, anticoagulacao se FA.
    Se grave: AV <1.5cm/GM >10. Fazer escore de block e wilkins. Intervencao pode ser cirurgia ou percutaneo.Cirurgia - Muito calcificada, WB >8, aparelho subvalvar comprometido; se gestante ou alto risco ver VMCB. VMCB (percutaneo) - WB < ou igual a 8, calcificacao E subvalvar < ou igual a 2).
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60
Q

Características clínicas da Insuficiência Mitral

A
  • Etiologia: prolapso de valva mitral; no Brasil o mais comum é febre reumática
  • Clinica: Dispneia, palpitação, tosse, evento
    embólico
  • Exame fisico: Sopro holossistólico em barra, B1 hipofonetica. Desvio do ictus por dilatação de VE, B3, Frêmito, IC direita
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61
Q

Achados em exames complementares e tratamento da Insuficiência Mitral

A

Exames: ECG: Sobrecarga atrial e ventricular - SAE e SVE; Rx dilata VE

Tratamento: Primário troca valva ou plastia, se alto risco considera mitraclip; Secundário trata medicamentoso - refratario considera cirurgia

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62
Q

Quadro característico da miocardite

A

Etiologia: Viral mais comum. Coxsackie-B mais importante.
Paciente com quadro gripal recente e desenvolve sintomas de IC aguda, febre, taquicardia, elevação de marcadores de lesão miocárdica (troponina). Pode ter quadro embólico sistêmico. Não há tratamento específico.

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63
Q

Características da Cardiomiopatia Hipertrófica

A
  • Doença autossômica dominante -> HVE
  • Principal forma; hipertrofia septal assimétrica
  • Clínica com angina, síncope, dispneia, palpitação e morte súbita (HF + em <50a; principal causa CV em atletas jovens)
  • Obstrução dinâmica da VSVE (via de saída do VE) - quanto mais vazio o coração, maior a chance de obstrução
  • Exame físico: B4, sopro aumenta com valsalva, desdobramento paradoxal de B2
  • ECG: SVE; ECO: ver subtipo e gradiente (>30 obstrutiva; <30 não obstrutivo)
  • Tratamento: BB, BCC, ACO se FA e CDI se alto risco; não pode praticar esportes competitivos
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64
Q

Cardiomiopatia Hipertrófica x Estenose Aórtica

A

Na CMH, quanto menos volume pior o sopro; na EAo, quanto mais volume pior o sopro. Para diferenciar deve-se auscultar após manobra de valsalva e rápido agachamento.
- CMH: Sopro piora com valsalva (diminui o retorno venoso) e melhora com agachamento (retorno aumenta)
-EAo: Sopro melhora com valsalva e piora com agachamento

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65
Q

Sopro característico de Insuficiência pulmonar e tricúspide

A

IP: Sopro diastólico aspirativo no 2º EIE (foco pulmonar)
IT: Sopro holossitólico, melhor audível em foco tricúspide, mais intenso na inspiração

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66
Q

Critério de hipertrofia ventricular esquerda no ECG

A

Sokolow-Lyon: R em V5 ou V6 + S em V1 >35mm
Cornell: R de aVL + S de V3 >20 em mulheres ou >28 em homens

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67
Q

Características da Síndrome de Takotsubo

A

Dor torácica relacionado a eventos estressantes, mais comum em mulheres >50 anos, semelhante a IAM. Apresenta troponina positiva (níveis baixos, sem curvar). Cateterismo sem alterações, ECO e ventriculografia com abaulamento apical e hipercontratilidade basal

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68
Q

Sobrevida em pacientes sintomáticos com Estenose Aórtica, de acordo com os sintomas

A

Angina: 5 anos
Síncope: 3 anos
Dispneia: 2 anos

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69
Q

Características da Febre Reumática

A

Etiologia: Infecção por estreptococcos do grupo A de Lancefield (pós faringite/amigdalite) - quando mal tratada há reação cruzada com coração e articulações
Faixa etária: 5-15 anos
Diagnóstico: Critérios de Jones
Tratamento: Penicilina Benzatina DU

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70
Q

Quadro clássico de amiloidose cardíaca

A

IC + Macroglossia + Síndrome do túnel do carpo
Pode ser de cadeia leve de imunoglobulina (mieloma) ou a Transtirretina
ECG: Baixa voltagem difusa e dissociação ECO-ECG.

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71
Q

Critérios de Jones

A

Diagnóstico de febre reumática: 2 maiores ou 1 maior + 2 menores (3 menores em reincidentes). Comprovar infecção por SBHGA (cultura de orofaringe, teste rápido ou ASLO - a partir do 7º dia, elevado por até 1 ano)
Maiores: Poliatrite, Cardite, Eritema marginado, Nódulos subcutâneos e Coreia
Menores: PCR/VHS aumentado, febre >38,5ºC, poliatralgia, intervalo PR aumentado

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72
Q

Características dos principais achados da Febre Reumática

A
  • Poliatrite (75% dos casos): autolimitada, grandes articulações, assimétrica e migratória. Tratamento com AAS
  • Cardite: Risco de óbito na fase aguda. Pode ter pancardite. Principais valvas: Na fase aguda IM>IAo, na tardia estenose mitral e aórtica. Valva mais comumente acometida é mitral, depois mitral + aórtica e aórtica pura.
  • Eritema marginado: raro; lesão eritematosa de bordas bem definidas e centro claro. Sem prurido e dor. Acomete tronco e face interna de membros, poupa face.
  • Nódulo subcutâneos: indolores, múltiplos, região extensora de membros, muito associada a cardite. Necessita fazer ECO
  • Coreia: ocorre 1-6 meses depois, desaparece no sono e surge com estresse/esforço
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73
Q

Profilaxia de Febre reumática

A

Feita com penicilina benzatina IM 21/21 dias
- FR sem cardite: 5 anos ou até fazer 18 (o que tiver mais tempo)
- FR com cardite, sem sequelas ou leves: 10 anos ou até 25 (o que for maior)
- FR com cardite e sequelas graves: até 40 anos. Se tiver exposição ocupacional (ex:professor de escola), por toda a vida

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74
Q

Escore H2FPEF na IC de FE preservada (>50%)

A

H - Heavy: IMC>30 - 2 pontos
H - Hipertensão: 2 ou mais medicações anti-hipertensivas - 1 ponto
F - Fibrilação atrial - 3 pontos
P- Pulmonary hypertension: PSAP >35 - 1 ponto
E - Elder: >60 anos - 1 ponto
F - Filing pressure: E/e’ no ECO >9 - 1 ponto

0-1: baixa probabilidade
2-5: probabilidade intermediária. Fazer ECOTT com estresse diastólico
6 ou mais: alta probabilidade

Tratamento: iSGLT2; diurético se necessário

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75
Q

Classificação da IC pela ACC e AHA

A

ACC: Estágios A-D

A: Fatores de risco presentes
B: Lesão estrutural sem sintomas
C: Lesão estrutural com sintomas
D: Sintomas refratários ao tratamento

AHA: NYHA I-IV

I: Sintomas aos grandes esforços
II: Sintomas aos médios esforços
III: Sintomas aos pequenos esforços
IV: Sintoma no repouso

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76
Q

Conduta medicamentosa para controle na IC de FE reduzida (<40%)

A

Terapia quádrupla: IECA/BRA + Espironolactona + Betabloqueador + iSGLT2 (mais recente).

Se refratário:
- Substituir IECA/BRA por Sacubitril-Valsartana (INRA)
- Se FC >70: associar ivabradina
- Se FA: associar digoxina
- Se sinusal + BRE com QRS >150ms: TRC
- Se cardiopatia isquêmica/TV/MS abortada: CDI
- Se afrodescendente: Nitrato + hidralazina (possível também se PA alta ou DRC)

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77
Q

IC de baixo débito x alto débito

A

Baixo débito: a mais comum, com DC diminuído, incapaz de atender a demanda tecidual. Ex: miocardiopatia isquêmica e hipertensiva, Chagas, valvopatias, amiloidose, hiv, álcool, cocaína

Alto débito: aumento da demanda metabólica, em que nem o aumento do DC dá conta. Ex: beriberi, hipertireoidismo/tireotoxicose, FAV, gravidez, anemia, obesidade

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78
Q

Critérios de Framingham

A

Maiores: Estertores pulmonares, DPN, EAP, turgência jugular, refluxo hepatojugular, PVC >16, cardiomegalia no Rx, B3, perda de 4,5kg ou mais devido a diureticoterapia

Menores: Dispneia, tosse noturna, derrame pleural, edema de tornozelo, hepatomegalia, taquicardia.

Presença de 2 maiores OU 1 maior +2 menores é sugestivo de IC

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79
Q

Perfil de paciente com IC: A, B, C e L (IC descompensada)

A

A: Quente e Seco - tto ambulatorial
B: Quente e Úmido (mais comum) - diuréticos + vasodiltadores
C: Frio e Úmido (mais grave) - inotrópico +/- vasopressor +/- vasodiltador + diurético; PAS <70: vasopressor, 70-90 inotrópico e >90 diurético e considerar inotrópico
L: Frio e Seco - hidratação cautelosa (250ml) + suspender diurético
Obs: Betabloqueador: reduzir 50% da dose

Sinais de congestão: dispneia, taquipneia, edema, estertores, ascite. Tratamento: diuréticos
Sinais de má perfusão: hipotensão, confusão mental, oligúria, extremidades frias. Tratamento: Inotrópicos - dobutamina

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80
Q

Valores alterados de BNP e NT-pró-BNP na IC

A

BNP: <100 improvável; >400 provável

NT-pró-BNP: <300 improvável; > 450 provável

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81
Q

Cuidados pós internação na IC

A

Reavaliar em 7-14 dias, orientar vacinar contra Influenza anualmente, reabilitação CV e evitar ingesta de >7g de sal por dia.

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82
Q

Principais etiologias da IC

A

Cardiopatia isquêmica, HAS, Valvulopatias, Cardiotoxicidade, Chagas, Cardiopatia congênita, miocardite

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83
Q

IC de FE melhorada

A

FE basal <40% que aumenta >10% após tratamento ou que fica >40%

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84
Q

B3 x B4

A

B3: ritmo de galope. Indica sobrecarga de volume. Surge devido ao esvaziamento atrial passivo, comum na ICFER

B4 (“quÁTRIO”): Sobrecarga de pressão. Surge no esvaziamento atrial ativo (contração), comum na ICFEP

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85
Q

Achados na radiografia de tórax em pacientes com IC

A

ABCD2

A: edema Alveolar
B: linhas B de kerley
C: Cardiomegalia
D: Dilatação de vasos nos lobos superiores (inversão da trama vascular)
D: Derrame pleural

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86
Q

Achados no ECG da IC

A

Sobrecarga de AE, VE e VD; Baixa voltagem, arritmias, zona elétrica inativa

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87
Q

Definição de endocardite

A

Infecção microbiana da superfície endotelial cardíaca ou na superfície de dispositivos como marcapasso, CDI e próteses valvares. As principais valvas acometidas são as atrioventriculares (em usuários de drogas EV aumenta chance na câmara direita e nos pacientes com prótese na câmara esquerda). Pode afetar o endocárdio atrial/ventricular e grandes vasos.

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88
Q

Fisiopatologia e fatores de risco para Endocardite

A

Valvopatias, presença de cateteres, cirurgias cardíacas prévias, dispositivos, próteses valvares, imunossupressão, hemodiálise, coarctação de aorta, uso de drogas injetáveis - causam lesão endotelial. Febre Reumática também pela lesão mitral e aórtica (principal no Brasil).

Obs1: Para cicatrizar a lesão há um depósito de fibrina e plaquetas, que, em pacientes com risco de endocardite, formam uma vegetação trombótica não bacteriana, causando a endocardite trombótica não infecciosa. Se esse paciente for submetido a uma bacteremia transitória, como extração dentária e procedimentos cardíacos, favorece a colonização da vegetação por bactérias e causa a endocardite infecciosa.

Obs2: Em pacientes com LES leva a endocardite de Libman-Sacks.

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89
Q

Etiologia da endocardite

A

No Brasil: Streptococcus viridans
Em países desenvolvidos: S. aureus

Etiologia por quadro e tipo de valva

Valva nativa
- Quadro agudo (toxemia): S. aureus; Mais comum em usuários de drogas IV
- Quadro Insidioso: S. Viridans; comum em procedimentos odontológicos/ Enterococcus fecalis; 2º mais comum/ S. gallolyticus (bovis); associado a neoplasia de cólon

Valva protética
- <2 meses: S. coagulase; S. aureus
- >1 ano: = valva nativa
- Entre 2 meses e 1 ano: qualquer agente

HACEK: Bacilos Gram (-) de crescimento lento.
H. Influenzae
Actinomycetemcomitans e Aggregatibacter
Cardiobacterium hominis
Eikenella corrodens
Kingella kingae

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90
Q

Classificação da Endocardite

A

Direita x Esquerda; Aguda x Subaguda; Presença ou não de dispositivos cardíacos; De acordo com o tipo de valva (nativa ou prótese - nesse caso ver o tempo da cirurgia, que pode ser precoce se <1 ano ou tardia se >1 ano).

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91
Q

Clínica da Endocardite

A

Mais comum é a febre. O restante é inespecífico, como perda de peso, calafrio e anorexia.

Exame físico:
- Sopro novo (não é piora de sopro já existente) principalmente na câmara esquerda.
- Fenômenos embólicos (êmbolos saindo da vegetação): aneurisma micótico, abscesso cerebral, abscesso esplênico, manchas de Janeway (indolores, mais comuns em pés e mãos, são secundárias a embolização em extremidades), petéquias conjuntivais, manchas de splinter (na região ungueal)
- Fenômenos imunológicos: Pode positivar o fator reumatoide. No exame tem mancha de roth (hemorragia retiniana), nódulos de osler (lesão eritematosa, nodular e dolorosa, mais comum nos dedos).

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92
Q

Complicações da Endocardite

A

IC aguda, BAV pelo abscesso perivalvar (ambas indicações de cirurgia de emergência), embolias para SNC, baço e pulmões, descontrole da infecção

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93
Q

Diagnóstico de Endocardite

A

Paciente suscetível (fatores de risco) + agente provável (hemoculturas) + vegetação vista (ecocardiograma, TC cardíaca, PET)

Critérios de Duke: Alta sensibilidade (80%) e especificidade (99%). Define quadro como definido (2 maiores ou 1 maior + 3 menores ou 5 menores) provável (1 maior + 1 menor ou 3 menores) ou descartado (não preenche critérios ou quadro com melhora após menos de 4 dias de ATB).

Maiores
- Hemocultura: Germes típicos em pelo menos 2 amostras separadas (todos os estreptococos exceto pneumoniae e pyogenes, enteroccus faecalis, HACEK; também típicos na presença de dispositivos intracardíacos, como serratia, p. aeruginos, candida spp) ou 1 amostra com Coxiella burnetti (ou anticorpos >1:800) ou microorganismos atípicos isolados em 3 HMC diferentes
- Imagem: Ecocardiograma ou TC compatível com endocardite (vegetação, abscesso, perfuração, aneurisma perivalvar, nova deiscência em prótese), alteração vista durante inspeção cirúrgica ou alteração em prótese na PET-TC (se implante >3 meses) ou alteração SPECT-TC.

Menores
- Predisposição: EI prévia, cirurgia valvar, cardiopatia congênita, valvopatia moderada/severa, dispositivos implantáveis, drogas injetáveis, cardiomiopatia hipertrófica
- Febre: >38ºC
- Fenômenos vasculares
- Fenômenos imunológicos
- Microbiológicos: HMC ou sorologia que não preenche critério maior; pode ser cultura, PCR
- Exame físico: Nova regurgitação valvar na ausculta se eco indisponível

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94
Q

Tratamento da Endocardite

A

ATB IV em altas doses, feito empiricamente:
- Valva nativa ou prótese >1 ano: Ampicilina + Oxacilina + Gentamicina; para alérgicos a penicilina: vancomicina + gentamicina.
- Prótese <1 ano: Vancomicina + gentamicina + rifampicina (iniciada 3-5 dias após início de vanco + genta)
- Se fungo na cultura: Anfotericina B

Tratamento por 4-6 semanas

Avaliar indicação de cirurgia: IC aguda, falha de tratamento empírico, abscesso perivalvar, etiologia fúngica e fenômenos embólicos recorrentes.

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95
Q

Profilaxia da Endocardite

A

Paciente de alto risco (EI prévia, prótese valvar, cardiopatia congênita cianótica não corrigida ou corrigia com shunt ou prótese, transplante cardíacos com insuficiência valvar) + procedimentos dentários invasivos (manipulação gengival, perfuração de mucosa oral).

É feita com amoxicilina 2g dose única VO, 30-60 min antes do procedimento. Se alergia, clindamicina 600mg ou azitromicina/claritromicina.

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96
Q

Tipos de infecção de corrente sanguínea e fatores de risco

A
  • Primária: laboratório com HMC + sem relação do patógeno com outro foco ou clínica sem associação com infecção em outros sítios e HMC -.
  • Secundária: Ocorre devido a algum procedimento, presença de cateter

Fatores de risco: 90% relacionadas a cateter central, doenças crônicas, nutrição parenteral total, quebra da integridade da barreira cutânea, imunossupressão, desnutrição, ICS prévia

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97
Q

Etiologias mais comuns de ICS

A

Staphylococcus coagulase-negativo (16%), enterococcus (15%), candida (13%), s. aureus (13%), klebsiella (8%), pseudomonas (4% - mais comum em grandes queimados). Em neoplasia pensar em germes gram negativos.

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98
Q

Clínica de ICS

A

Febre, calafrios, instabilidade hemodinâmica, sinais locais no cateter (sinais flogísticos, saída de pus pelo óstio).

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99
Q

Diagnóstico de ICS

A

Cateter há pelo menos 2 dias + clínica de infecção (3 dias antes ou depois ou na data da coleta da 1ª HMC positiva) ou HMC do cateter positiva com 1 amostra de sangue periférico positiva sem outro sítio provável

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100
Q

Tratamento da ICS

A

Quando tirar o cateter: Sepse, instabilidade hemodinâmica, complicações sistêmicas, HMC positiva após 72h de ATB, saída de secreção pelo óstio, infecção por S. aureus, P. aeruginosa, Candida spp

Empírico: Ceftriaxone. Se instável, associar Vancomicina; se fator de risco para pseudomonas, associar piperacilina/meropenem/ceftazidima

Colher culturas diariamente ou em dias alternados. Se positivas após 72h = resistência ou complicações; Trocar o cateter após 2-3 dias e se candidemia após 5 dias. Se não puder, fazer lockterapia.

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101
Q

Diferença entre celulite e erisipela

A

Celulite: Mal delimitada, bordas não elevadas. Acomete tecidos mais profundos, podendo ter purulência. É mais insidioso, sem sintoma sistêmico.

Erisipela: Bem delimitada, bordas elevadas, não tem purulência. Quadro mais agudo, com sintoma sistêmico

Em geral ambas costumam ser eritematosas, unilaterais, acometendo MMII, podem ter petéquias, hemorragias e linfadenopatia. São difíceis de diferenciar na prática.

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102
Q

Características de abscesso cutâneo

A

Coleção de pus na derme/subcutâneo. Há um nódulo doloroso, flutuante e eritematoso. Pode ter celulite, drenagem e adenopatia. É incomum ter febre, calafrio e toxicidade.

Se infecção de folículo piloso: furúnculo
Se múltiplos furúnculos: carbúnculo
Áreas comuns: nuca, face, axilas e nádegas

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103
Q

Fatores de risco para celulite, erisipela e abscesso cutâneo

A

Principal é a perda da barreira cutânea. Pode ser também inflamação (eczema, psoríase), edema, imunossupressão, infecção prévia

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104
Q

Etiologia para celulite, erisipela e abscesso cutâneo

A

SBHGA, S. pyogenes, S. aureus (menos comum em celulite e erisipela, mais comum nos abscessos).

Obs: Pensar em aureus quando houver toxicidade importante

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105
Q

Diagnóstico diferencial de celulite e erisipela

A
  • Fasceíte necrotizante: dor desproporcional ao exame
  • Síndrome do choque tóxico: descamação de pele
  • Gangrena gasosa: febre e dor intensa com trauma ou cirurgia recente com crepitação tecidual ou gás no Rx
  • Lyme: eritema migratório
  • Herpes Zoster: vesícula
  • Osteomielite: não melhora com ATB
  • Dermatite de estase: bilateral
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106
Q

Tratamento de celulite e erisipela

A

Internar dependendo da extensão da lesão ou da gravidade.

Tratar dura 14 dias e pode ser feito com cefalosporina, como cefalexina e cefadroxila. Se alérgico a penicilina, usar clindamicina ou macrolídeo. Se sepse grave ou imunossupressão, usar vancomicina + cefepime por 7-14 dias.
Para cobrir S. aureus: MSSA (oxacilina) ou MRSA (Vancomicina, linezolida, teicoplanina; nesse caso há mutação da PBP - proteína ligadora de penicilinas).

Se mordedura de animal, cobrir pasteurella multocida com amoxicilina + clavulanato.
Se celulite periorbitária: imagem + internar + ATB IV

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107
Q

Tratamento de abscesso cutâneo

A

Incisão + drenagem + ATB. Envia o líquido para cultura. ATB deve cobrir MRSA, podendo fazer bactrim, clindamicina ou doxiciclina em casos leves; nos graves ATB IV usar vanco +/- mero/cefepime. Não é recomendado puncionar e aspirar.

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108
Q

Características do impetigo

A

Infecção superficial da pele. Etiologia: S. aureus (maioria), SBHGA (minoria, principalmente o pyogenes).

  • Não bolhoso/Crostoso: Mais comum. Pápulas -> Vesículas -> Pústulas -> Decomposição em crosta melicérica. Acomete mais face e extremidades. Mais comum por S. pyogenes.
  • Bolhoso: Se adulto, pensar em HIV. Há bolhas flácidas que ao romper deixam crosta amarronzada. Acomete mais o tronco.

Ectima: impetigo que ulcera; há crostas aderentes com borda violácea elevada. Etiologia: SBHGA
Ectima gangrenoso: tem centro necrótico, causado por P. aeruginosa

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109
Q

Tratamento do impetigo

A

Se limitado: terapia tópica com mupirocina, retapamulina (ambos 1ª linha) ou ácido fusílico; aplicar 2-3 vezes por dia. Se extenso ou ectima: terapia sistêmica com cefalosporina (cefalexina), penincilinas ou macrolídeos por 7-10 dias.

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110
Q

Característica da Síndrome da Pele escaldada

A

Grave. Acomete mais crianças pequenas. Etiologia: S. aureus. Geralmente há uma infecção ativa ou infecção prévia (varicela zoster, porta de entrada). Pode complicar com sepse.

Tratamento: Internar + suporte + ATB
ATB IV: oxacilina (MSSA) ou vancomicina (MRSA)

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111
Q

Característica da Fasciite Necrotizante

A

Infecção da fáscia com destruição fulminante. Tem alta mortalidade. Pode ser tipo 1 (polimicrobiana, com gás no tecido) ou 2 (monomicrobiana, sem gás no tecido).

Clínica: anestesia pré-necrose, seguida de dor desproporcional ao exame físico. Sintomas sistêmicos. Gangrena de Fournier: Polimicrobiana, acomete o períneo.

Tratamento: Exploração cirúrgica de urgência, com desbridamento agressivo e coleta de material. Feita também HMC + ATB empírico (carbapenêmico + vancomicina + clindamicina). Feita imunoglobulina se etiologia estreptocócica.

DDx: Pioderma gangrenoso (não melhora com cirurgia ou ATB, relação com DII, melhora com imunoterapia) e Gangrena gasosa (clostridium, pode exigir amputação)

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112
Q

Etiologia da Osteomielite

A

Etiologia: S. aureus é o mais comum. Se anemia falciforme, pensar em Salmonella (tratar com ceftriaxone), SBHGA (complicação da varicela), Bartonella henselae (arranhadura do gato), M. tuberculosis (mal de pott: clínica de TB + dor óssea; tratar com RIPE).

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113
Q

Classificação da Osteomielite

A

Aguda: infecção com aumento da pressão intraóssea, gerando comprometimento vascular
Crônica: morte óssea (sequestro ósseo) e/ou trajeto sinusal (formação de fístulas)

Mecanismo de infecção:

  • Hematogênico: mais comum em lactentes, crianças e meninos. Início na metáfise e em ossos longos. Tem sintomas ósseos localizados, com sinais flogísticos e sintomas sistêmicos
  • Contiguidade: mais comum em adultos. Há um foco, como trauma, cirurgia, infecção de partes moles. Em idoso pode ter úlcera. Apresenta dor musculoesquelética nova ou agravada.
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114
Q

Diagnóstico da Osteomielite

A

Padrão-ouro: biópsia óssea. Pode fazer HMC, VHS, PCR

Imagem: se >2 semanas de quadro, fazer radiografia e, se normal, RNM ou PET. Se <2 semanas, fazer RNM ou PET.
Achados na imagem: abscesso de brodie (pus circundado por tecido de granulação; marca a fase subaguda, mais comum no tipo hematogênico);
No Rx: na precoce é visto edema de partes moles, na tardia reação/destruição periosteal, gás em tecido mole.
Na RNM: boa para ver o sequestro ósseo; pode ter abscesso na patela, infecção da bolsa pré-patelar

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115
Q

Tratamento da osteomielite

A

Desbridamento agressivo (em crianças só é feito se falha de ATB em 48-72h, sequestro ósseo, drenagem de focos

ATB (iniciar IV): Vancomicina (MRSA) ou Oxacilina (MSSA) + cefalosporina de 3ª (gram -). Pode associar rifampicina para atacar biofilme. Com melhora do quadro pode ser feito VO - afebril há >48h, melhora da dor, PCR cair pelo menos 50% (geralmente 1 semana após início do tratamento).

Tempo: 4-6 semanas

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116
Q

Como é o vírus do HIV?

A

Vírus de RNA com 2 fitas. É um retrovírus citopático não oncogênico. Possui um núcleo encapsulado por proteínas + envelope externo de fosfolipídios.

Retrovírus: RNA + transcriptase reversa (uma proteína transforma o RNA em DNA viral, acelerando sua replicação, mutação e capacidade de instaurar resistência).

Gênero Lentivirinae e família retroviridae
HIV-1: Mais comum no Brasil com subtipo B epidêmico
HIV-2: Mais comum na áfrica, pior prognóstico

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117
Q

Transmissão do HIV

A

Através de fluidos contaminados + contato com mucosa, pele não íntegra ou direto no sangue.
A principal via é a sexual. Via parenteral (drogas IV) e vertical também são muito relevantes.
- Suor, saliva, lágrima, fezes, urina, vômitos e secreções nasais, todas sem sangue, não transmitem
- Sangue, sêmen/fluidos vaginais, líquidos de serosas, líquido amniótico e líquor, transmitem.

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118
Q

Evolução do HIV

A
  • Fase aguda: Pico da viremia em 21-28 dias. Há aumento expressivo da CV e redução de CD4+. Dura semanas. Maior importância da resposta celular.
  • Fase de latência: Pode durar anos (7-10). Paciente assintomático, transmitindo a doença. Há estabilização e depois aumento da CV. Quando há um set point viral, que é um cruzamento do CD4+ (em queda) com a CV (aumentando). Maior importância da resposta humoral.
  • Fase AIDS: alta CV e sem sistema imune suficiente para combater a infecção
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119
Q

Quadro clínico do HIV

A
  • 1ª fase (Síndrome retroviral aguda): Alta CV e queda de CD4+. Há uma síndrome mono-like com febre, cefaleia, mialgia, exantema, linfonodomegalia cervical e axilar, perda de peso e úlceras orais. É autolimitada, de 3-4 semanas.
  • 2ª fase (Latência): Anemia, leucopenia discreta, plaquetopenia, com queda da CV e aumento de CD4+ (= 10% do total de linfócitos, aproximadamente; bom pra estimar enquanto não tem resultado). Linfadenopatia persistente com perda de peso e astenia.
    CD4+ entre 200-300: diarreia crônica, infecções bacterianas de repetição, leucoplasia oral pilosa (placa não removível; diferente da candidíase, que é removível).
  • 3ª fase: Quando o HIV vira AIDS. Paciente com CD4+ <350 e/ou doenças definidoras: Pneumocistose, pneumonia recorrente (>2 em 1 ano), candidíase esofágica/traqueia/brônquio/pulmão, neurotoxoplasmose, TB pulmonar e extrapulmonar, criptococose extrapulmonar, retinite por CMV, Kaposi, Linfoma não Hodgkin e CA cervical invasivo. A nefropatia mais comum é a GESF colapsante. Neurológico: demência precoce, distúrbio de marcha e tremor
    Cardiovascular: aterosclerose avançada, cardiomiopatia. Há aumento de risco à resistência a insulina e osteoporose.
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120
Q

Na fase de latência do HIV, quais são os marcadores de imunodeficiência moderada ?

A

Perda >10% do peso, diarreia >1 mês, febre de origem indeterminada >1 mês, candidíase oral/vulvovaginal persistente, leucoplasia pilosa oral, hérpes zoster (>2 episódios ou > dermátomos)

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121
Q

Diagnóstico de HIV

A

SEMPRE confirmar com 2 amostras. Há diferenças em screening (rastreio em paciente assintomático) X sintomático. Importante ver o tempo de soroconversão X tempo de detecção pelo método (RNA começa a positivar logo após 1 semana e o IgG após 4 semanas).

Tipos de testes:
- Anticorpos: Teste rápido, imunoensaio e BLOTs
- Molecular: Carga viral

2 testes para diagnosticar

  • 2 negativos: Não reagente
  • 2 positivos: Reagente para HIV, solicitar CV e CD4+
  • 1º positivo e 2º negativo: Repetir o teste. Ao coletar a 2ª amostra e a primeira vier positiva e a segunda negativa, fazer imunoensaio de 4ª geração + CV. Se teste positivo com CV >5.000 = reagente. Se teste positivo com CV <5.000, fazer BLOT, devido a suspeita de HIV-2 ou é um controlador de elite. Se teste negativo = não reagente
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122
Q

Tipos de testes diagnósticos para HIV

A

Anticorpos

  • Imunoensaio (ELISA): detecção de anticorpos anti-HIV. Janela imunológica: fase aguda + eclipse. 1ª e 2ª geração detecta IgG (35-45 dias); 3ª geração IgM (20-30 dias); 4ª geração IgM e IgG + antígeno viral P24 (15 dias), bom para a fase aguda.
  • Testes rápidos (imunocromatográficos): Detecta anticorpos, com janela imunológica maior (30-90 dias). Não detecta HIV-2 e não pode usar em menores de 18 meses (tem anticorpos da mãe). Resultado sai em 30 minutos, sem necessidade de laboratório. Se 2 testes rápidos positivos: coletar CV e CD4+.
  • BLOT: Tem o Western-blot (WB) e imunoblot (IB). Detecta a ligação anticorpos-antígeno, usado quando há IgG positivo (70 dias).

Moleculares

  • Carga Viral: Detecta PCR viral. Detecta infecção, com menor janela imunológica (10 dias). Bom para infecção aguda e seguimento durante a TARV.
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123
Q

Acompanhamento do paciente com HIV

A

Acompanha com CD4+ e CV.
CD4+ >350 pode tomar vacina. Se <200, não pode.
TARV eficaz: 2 exames seguidos com CV indetectável (paciente não transmite).

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124
Q

Tratamento do HIV com TB, neurocriptococose e TB meníngea

A

Objetivo: CV indetectável em 6 meses = não transmissível

Situações especiais

  • HIV + TB: Se CD4+<50 ou imunodeficiência avançada, iniciar RIPE imediatamente e TARV em 2 semanas; Se CD4+ >50, iniciar RIPE imediatamente e TARV após 8 semanas.
  • HIV + Neurocriptococose: Esperar 4 semanas para iniciar TARV.
  • HIV + TB meníngea: Esperar 4 semanas para iniciar TARV.
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125
Q

Esquemas de tratamento do HIV

A

2 ARNI + 1 outra classe

  • ARNI (inibidores da transcriptase reversa): Tenofovir (TDF), Lamivudina (3TC), Zidovudina (AZT), Efavirenz (EFV), Abacavir (ABC) e Eritricitabina (FTC).
  • Inibidores da integrase: Dolutegravir (DTG; subsituiu o Efavirenz) e Raltegravir (RAL).
  • Inibidores da protease: Atazanavir, Darunavir e Ritonavir

Mais comum: Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir 1x ao dia.

Terapia dupla: Lamivudina + Dolutegravir ou Darunavir + Ritonavir. Pode ser feita em pacientes com CV indetectável há 1 ano, boa adesão a TARV e sem coinfecção pela Hepatite B (tratamento é com tenofovir, que nesse caso é retirado)

Observações:
- TB + HIV: Trocar o dolutegravir pelo efavirenz ou dobrar a dose do dolutegravir (2x ao dia). Tenofovir + Lamivudina + Efavirenz
- TB + HIV com CD4+ <100 e/ou infecção oportunista e/ou doença grave/internação e/ou TB disseminada: Tenofovir + Lamivudina + Raltegravir.
- Se contraindicação ao dolutegravir: substituir pelo efavirenz
- Se contraindicação ao tenofovir: substituir pelo abacavir ou atazanavir

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126
Q

O que é a Síndrome de Reconstituição Imune no HIV ?

A

Piora paradoxal das doenças de base após 4-8 semanas do início da TARV. Há risco aumenta nos pacientes com CD4+ <100, desnutrição, coinfecção e comorbidades.

Conduta: Manter TARV + corticoide por 2 semanas

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127
Q

Efeitos colaterais da TARV

A

-Tenofovir*: Osso e rim. Síndrome de Fanconi, Osteoporose
- Lamivudina: Esteatose hepática, pancreatite (+crianças) e insônia
- Zidovudina: Anemia macrocítica e lipodistrofia
- Abacavir: Hiperssensibilidade - pesquisar HLA-B5701
- Efavirenz**: Sono REM, sonhos vívidos e lesão hepática.
- Dolutegravir: Aumento de Cr sem LRA, dislipdemia, aumento da lipase sérica

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128
Q

PrEP e PEP

A
  • PrEP: Uso contínuo. Feito em população suscetível + exposição ao risco. Mais suscetíveis são HSH, trans, profissionais do sexo, relacionamento com sorodiferente. Exposição ao risco é sexo anal ou vaginal sem preservativo, antecedente de IST, uso repetido de PEP, uso de drogas e chemsex (sexo sob uso de psicoativos).

Mais tratado com tenofovir + entricitabina. Se relação anal, usar por 7 dias. Se vaginal, 20 dias.

PEP: Deve ser usado após exposição risco. Deve ser avaliado se o material biológico tem risco de transmissão, se o tipo de exposição tem risco de transmissão (percutânea, mucosa, pele não íntegra, mordedura com sangue; e se o tempo de exposição é <72h.

Mais tratado com Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir 1x ao dia por 28 dias. Se suspeita de gestação, trocar dolutegravir por atazanavir/ritonavir

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129
Q

Neurotoxoplasmose no HIV

A

Lesão expansiva mais comum. Ocorre reativação de cistos cerebrais latentes no SNC. - Local mais comum de ser acometido são os gânglios da base.
- Clínica: Cefaleia, sinais focais (hemiparesia/afasia), convulsão. Quadro é subagudo. “AVC no HIV”. Não é comum ter febre e alteração do nível de consciência.
CD4+: <100
- Diagnóstico: definitivo é com histopatológico. O presuntivo é feito com clínica + achado radiológico compatível + boa resposta após 10-14 dias de tratamento.
- TC de crânio com 1 ou mais lesões cerebrais hipodensas + realce anelar após contraste + edema perilesional
- Tratamento: Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico por 6 semanas; 2ª opção com bactrim por 6 semanas; se alergia a sulfa, trocar pro clindamicina. Se tiver edema cerebral/efeito de massa, usar corticoide. Se tratamento refratário, pensar em Linfoma primário do SNC (tem lesão única)
- Iniciar TARV imediatamente

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130
Q

Criptococose no HIV

A

Seus reservatórios são solo, árvores e fezes de pombos. Há inalação do fungo levando à infecção. Pode ser pulmonar, neurológica e cutânea.
- Neurológica: Causa mais frequente de meningite oportunista no PVHIV. Tem meningite/meningoencefalite subaguda com cefaleia, febre e náuseas. Pode ter HIC, vômitos, diplopia, papiledema e confusão mental.
- Pulmonar: Causa pneumonia subaguda. Não tem um padrão radiológico clássico, podendo ter infiltrados nodulares/intersticiais ou consolidações.
- Cutânea: Tem pápulas umbilicadas, com diagnóstico diferencial de molusco contagioso.
- CD4+: <100
- Diagnóstico: Punção lombar + pedir do LCR: teste de aglutinação do látex ou ensaio de fluxo lateral ou coloração com tinta da china. Medir a pressão de abertura na coleta do LCR.
- Tratamento: 3 fases. 1ª é indução, dura no mínimo 2 semanas, feita com anfotericina B + fluconazol ou flucitosina; 2ª é consolidação, dura no mínimo 8 semanas, feita com fluconazol diário, 3ª é a manutenção, dura no mínimo 12 meses e até ficar com 2 níveis de CD4+ >200 em 6 meses, é feito com fluconazol diário. Se o paciente tiver pressão de abertura >25 cmH2O + sinais de HIC, realiza-se punção lombar diária ou em dias alternadores e retira-se 20 a 30ml.
- TARV deve ser iniciado 4-6 semanas após início do antifúngico.

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131
Q

LEMP no HIV

A

LEMP: Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva. É uma doença desmielinizante do SNC causada pelo vírus JC.
- Clínica: déficit visual + déficit de memória + labilidade do humor. Poupa a medula espinhal e tem lesões maiores e mais difusas.

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132
Q

Pneumocistose no HIV

A

Causa mais comum de infecção oportunista pulmonar com CD4+ <200/TARV irregular, aumento de LDH e 1,3-beta-D-glucana (BDG). Transmissão feita por gotículas.
- Clínica: Insidiosa com febre + tosse seca + dispneia progressiva. Fala contra o quadro: tosse produtiva, derrame pleural e consolidação na imagem.
- Exame físico: taquipneia, taquicardia e estertores
- Há grande dissociação clínica-radiológica. Há infiltrado peri-hilar simétrico e vidro fosco (mais central).
- Diagnóstico: Identificar o fungo na cultura. É feito de forma presuntiva: sinais de imunossupressão + quadro respiratório progressivo, hipoxemia (dessaturação) em repouso ou após esforço.
Tratamento: Bactrim por 21 dias. Se alérgico a sulfa, usar clindamicina + primaquina. Se sinal de gravidade (PaO2 <70mmHg em AA: bactrim IV corticoide (prednisona 40mg 2x/dia por 5 dias) + CPAP/IOT. Manter profilaxia com bactrim por 3 meses após atingir CD4+ >200.
- Introduzir TARV 2 semanas após início do tratamento

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133
Q

Histoplasmose no HIV

A

Transmitido por gotículas.
- Clínica: Tem forma pulmonar e disseminada. Tem hepatoesplenomegalia, febre, linfonodomegalia, lesões cutâneas (diagnóstico diferencial com molusco contagioso) e sintomas respiratórios.
- CD4+: <150
- Laboratório: Pancitopenia
- Imagem: Infiltrado pulmonar retículo-nodular difuso.
- Tratamento:
Leve/moderado: fase inicial com Itraconazol VO até melhora clínica; fase de consolidação com itraconazol 2x por dia por 12 meses; fase de manutenção por no mínimo 12 meses após CD4+ >150.
Moderado/grave: Anfotericina B por 2 semanas, depois fase de consolidação e manutenção igual acima.

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134
Q

Sarcoma de Kaposi no HIV

A

Associação com herpes vírus 8. É uma neoplasia vascular. Tratamento é feito com TARV e nos casos graves com QMT.
Tem lesões cutâneas características, sanguinolentas, eritemato-violáceas, mais comum em superfícies extensoras. Pode aparecer em qualquer região do corpo.

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135
Q

Profilaxia das infecções oportunistas

A

CD4+
- <200 (Pneumocistose): Bactrim 3x por semana
- <100 (Toxoplasmose): Bactrim diário
- <50 (Mycobacterium avium): Azitromicina 500mg 3x por semana
- Se PPD >5mm ou contato com bacilífero ou cicatriz de TB no Rx sem tratamento prévio (TB latente): Isoniazida 270 doses

Obs: Pacientes com CD4+ <50-100, realizar fundo de olho para avaliar CMV.

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136
Q

Metabolismo da hemoglobina

A

Hemoglobina se degrada em Heme + globina. O grupamento Heme sofre ação enzimática e vira biliverdina, que vira bilirrubina indireta (ligada à albumina) na corrente sanguínea. Ela vai então até o fígado, sofre ação da UDP-glicuroniltransferase, virando bilirrubina direta.

Bilirrubina direta sofre ação bacteriana no intestino, virando estercobilinogênio (sofre ação da estercobilina) e urobilinogênio, tendo como via final as fezes. O urobilinogênio também sofre ação nos rins, virando urobilina e tendo como via final a urina.

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137
Q

Alterações do metabolismo da hemoglobina

A
  • Hemólise: Aumenta a degradação de hemoglobina, globina se liga a haptoglobina, que tem seus níveis diminuídos e aumenta a conversão de heme em bilirrubina indireta.
  • Doença hepática: Captação e conjugação ocorrem normalmente, transforma bilirrubina indireta em direta. Mas a excreção, que demanda mais ATP, não ocorre, havendo aumento de bilirrubina direta.
  • Colestase: Há todo o processo hepático de captação, conjugação e, na hora de excretar, há uma obstrução, causando uma colestase. Dessa forma aumenta os níveis de bilirrubina direta na circulação sanguínea
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138
Q

Causas de aumento de bilirrubina

A

Indireta

  • Hemólise: Causa anemia, diminuição de haptoglobina, aumento de LDH
  • Distúrbios do metabolismo: Síndrome de Gilbert (UDP não funciona muito; precipitado por estresse, jejum, álcool e exercício; mais comum em homens) e Crigler-Najjar (doença da infância, UDP não é produzida)

Direta

  • Distúrbios do metabolismo: Síndrome de Rotor, Dubin-Johnson (problema na excreção)
  • Colestase: Há prurido, aumento de FA/GGT, transaminases tocadas; pode ser intra ou extra-hepática
  • Hepatite: TGO (AST)/TGP (ALT) >10x, FA/GGT tocadas. Se >1.000mg/dL, pensar em quadro viral (TGP>TGO), isquemia e drogas. Na lesão alcoólica a TGO>TGP em 2x (B6 diminuída, tem relação com a produção de TGP).
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139
Q

Hepatite tóxica: Paracetamol

A
  • Tem metabolização hepática. Parte dela é feita pelo citocromo P-450, que forma o metabólito NAPQI, tóxico. Ele sofre ação da glutationa, que inibe seu efeito. No entanto, se tomar muito paracetamol a glutationa é saturada, havendo acúmulo de NAPQI. Nesse caso há necrose hepatocelular.
  • É dose-dependente (>10-15g/24 horas). Pensar em acidente ou auto-extermínio
  • Tratamento: N-acetilcisteína (precursor da glutationa) é o antídoto.
  • Principal risco: Hepatite aguda fulminante (em até 8 semanas causa encefalopatia)

King’s College: critérios de transplante
- ALF (falência hepática aguda) induzida por paracetamol: pH <7,3 após expansão volêmica ou todos os seguintes: TAP>100 (INR>6,5), creatinina >3,4, encefalopatia hepática grau III ou IV. Cai mais em prova, principalmente o do pH.
- ALF não induzida por paracetamol: TAP>100 (INR>6,5) ou 3 dos seguintes: TAP>50 (INR>3,5), BT >17,4, <10 ou >40 anos, Hepatite não A ou B, induzida por drogas ou indeterminada, >7 dias entra icterícia e encelopatia.

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140
Q

Hepatite alcoólica

A

3 tipos de lesão alcoólica: esteatose, hepatite e cirrose

  • Clínica: Bebedor crônico + libação. Quadro de febre, icterícia, transaminases até 400U/L, TGO>TGP maior em 2x, leucocitose intensa, hiperbilirrubinemia, aumento de GGT e tempo de protrombina
  • Biópsia (não é indicada): lesão centrolobular, corpúsculos de Mallory (não patognomônica - na prova costuma ser), infiltrado inflamatório neutrofílico (polimorfonucleares)
  • Tratamento: abstinência alcoólica, corticoide por 28 dias (predisolona 40mg/dia; preferencial à prednisona) se índice de Maddrey >32, pentoxifilina (se corticoide contraindicado).
  • Prognóstico: se não tratado é ruim. Calcular escore de Lille no 7º dia: se <0,45, sobrevida em 6 meses de 85%; se >0,45, sobrevida em 6 meses de 25%.
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141
Q

Hepatite autoimune

A

Tipo I: Mais comum, típico em mulher jovem com FAN positivo e anticorpo antimúsculo liso positivo.

Tipo II: Sem padrão de acometimento preferencial. Tem anticorpo anti-LMK-1 e anticitosol hepático 1 positivo

Tratamento: prednisona; pode associar com azatioprina

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142
Q

Colangite biliar primária

A

Paciente jovem, mulher, icterícia, prurido e fadiga. Pesquisar o anticorpo antimitocôndria (AMA) e biópsia para estadiamento (se positivo) ou diagnóstico diferencial (se negativo).

Doença que acomete os ductos biliares microscópicos do espaço porta (não vê nada na CPRE). Pode ter associação com outra doenças autoimunes: AR, Sjogren, tireoidite de hashimoto (FAN+)

Tratamento: Sal biliar sintético (Ácido ursodesoxicólico - UDCA); transplante hepático

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143
Q

Colangite Esclerosante Primária

A
  • Mais comum em homens, associação com DII (RCU), acomete grandes vias biliares (intra e extra-hepáticas). p-ANCA positivo.
  • Quadro típico: RCU + colestase
  • CPRE: vias biliares extra-hepáticas em contas de rosário.
  • Tratamento: Ácido ursodesoxicólico é controverso. O definitivo é transplante hepático.
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144
Q

Classificação e fisiopatologia das hepatites virais

A
  • Aguda: <6 meses. Todas fazem, A e B mais sintomáticos.
  • Crônica: >6 meses. C é a que mais cronifica, B também. D tem junto com a B.
  • Fulminante: gera encefalopatia hepática em até 8 semanas (fígado previamente hígido). Mais comum é a B (1% dos casos), A (0,03%) e E em gestantes (20%).

Fisiopatologia

  • Vírus tem tropismo e agride ohepatócito. 95% dos casos tem resposta normal e hepatite aguda.
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145
Q

Clínica das hepatites virais

A
  • Aguda: Icterícia + febre + dor em HCD
  • Crônica: fadiga e falência hepática progressiva (cirrose)

Período de incubação
- A: 4 semanas
- E: 5-6 semanas
- C: 7 semanas
- B e D: 8-12 semanas

  • Fase prodrômica: inespecífica, com aumento de AST/ALT
  • Fase ictérica: icterícia, colúria e acolia
  • Fase de convalescência: resolução gradual do quadro
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146
Q

Diagnóstico das hepatites virais

A
  • AST/ALT aumentadas em pelo menos 10x
  • BT alta as custas de BD
  • Albumina normal
  • TP/INR e TTPa geralmente normais
  • Leucopenia com “linfocitose”
  • Infiltrado linfocítico (mononuclear) no anatomopatológico e necrose periportal/em ponte
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147
Q

Hepatite A

A
  • Transmissão fecal-oral; pode ter sexual em HSH
  • Fase prodrômica: anti-HAV IgM positivo
  • Fase ictérica: geralmente anictérica. Adulto tem mais chance de hepatite fulminante e pode fazer colestase
  • Não cronifica e tem IgG positivo pra sempre
  • Diagnóstico com anti-HAV IgM e tratamento com suporte
  • Profilaxia: Vacina dose única com 15 meses
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148
Q

Hepatite B

A
  • Único que é DNA, o resto é RNA
  • Transmissão sexual mais comum; pode ser também vertical, percutânea, transplante de órgãos
  • Vírus selvagem (mais comum) x mutantes
    HBV mutante do pré core: falha na síntese de HBeAg, tem aumento de transaminase/HBsAg (+)/HBeAg (-) e DNA viral aumentado
  • Nas primeiras 6 semanas: HBV-DNA baixos, aumentam após, junto com HBeAg. HBsAg é detectado entre 1-10 semanas após a infecção.
  • Evolução
    Aguda: Assintomática (anictérica), ictérica (30%), fulminante (1%).
    Crônica: 1-5% em adultos, 20-30% em crianças em 90% em RNs. Esses podem evoluir para CHC
  • Doenças associadas: Poliarterite nodosa (PAN), GN memBranosa
  • Prognóstico: 95% cura, 5-10% cronifica (desses, 20-50% evolui com cirrose e 10% tem CHC)
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149
Q

Tratamento da Hepatite B

A

Avaliar na crônica quem precisa de terapia específica (HBsAg +). Na aguda só trata se for fulminante.

PCDT 2017
- Condições especiais: HF de CHC, coinfecção com HIV ou HCV, ou complicações (manifestações extra-hepáticas, hepatite aguda grave, cirrose/insuficiência hepática, reativação, biópsia hepática ou elastografia com fibrose
- HBeAg
Positivo: >30 anos e/ou TGP>2x LSN
Negativo: HBV-DNA> 2.000 UI/mL E TGP>2x LSN

2020
- Condições especiais mantém
- HBeAg: positivo trata todos, negativo adiciona biópsia hepática ou elastografia com fibrose como necessário

  • Objetivo: diminuir progressão para cirrose, CHC e óbito. Soroconverter para anti-HBe, reduzir CV e normalizar ALT
  • Medicamentos: PegINF alfa/ Entecavir/ Tenofovir
  • Profilaxia: vacina. 3 doses; se imunodeprimidos, DRC, transplantados tomar 4 doses dobradas. Renal crônica dialítico tem que dosar anualmente o anti-HBs (se <10 repetir vacina); Anti-HBs negativo após 3 doses = revacinação completa com mais 3 doses
    Obs: só precisa dosar anti-HBs profissionais da saúde e renais crônicos
  • Profilaxia pós-exposição: Imunoglobulina; tomar se infecção perinatal, vítima de abuso sexual ou acidente biológico e imunossuprimido exposto
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150
Q

Hepatite C

A
  • Transmissão: pouca sexual, tem alta transmissibilidade parenteral (transfusão, drogas injetáveis)
  • Genótipo 1 mais prevalente
  • Clínica: 70% é assintomática, NÃO FULMINA, 60-85% cronifica e causa cirrose e pode evoluir para CHC
  • Doenças associadas: Crioglobulinemia, GN mesangioCapilar, linfoma de células B, líquen plano, porfiria de
  • Diagnóstico: Anti-HCV (+) e dosagem HCV-RNA (teste de carga viral)
  • Profilaxia: Não tem vacina
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151
Q

Tratamento Hepatite C

A
  • Sempre tratar no diagnóstico. Avaliar grau de fibrose hepática (APRI-FIB4 ou elastografia hepática ou biópsia hepática), grau de descompensação hepática (CHILD), genotipagem viral, outras disfunções e/ou tratamento prévio

> 12 anos (ou >30kg) sem tratamento prévio
- Sem cirrose: Velpatasir + Sofosbuvir por 12 semanas
- CHILD A: Velpatasir + Sofosbuvir por 12 semanas
- CHILD B ou C: Velpatasir + Sofosbuvir por 24 semanas ou V + S + Ribavirina por 12 semanas

  • Infecção prévia não garante proteção.
152
Q

Hepatite D

A

Só causa doença junto com a hepatite B
-Coinfecção: D e B juntas. Diminui o risco de cronificar mas aumenta o risco de fulminar
- Superinfecção: paciente com hepatite B crônica e pega hepatite D. Aumenta o risco de cronificação (80%)
- Prevenção: vacina para hepatite B

153
Q

Hepatite E

A
  • Semelhante a hepatite A
  • Transmissão fecal-oral
  • Pouco comum
  • Gestantes: 20% de risco de hepatite fulminante
154
Q

Fases da hepatite B crônica

A
  • Imunotolerância: Elevado carga viral (>20.000), AST e ALT normais. Dura poucas semanas no adulto e pode duras décadas nas crianças. Tem maior chance de transmissão.
  • Imunorreativa: Menores valores de replicação viral e AST e ALT elevados
  • Soroconversão: Fase não replicativa (HBeAg negativo e anti-HBe positivo). Pode ter uma agudização com aumento de transaminases, que em seguida se normalizam.
  • Reativação: Pode ocorrer por qualquer imunossupressão ou por mutantes do vírus
155
Q

Dengue: Etiologia, transmissão e fisiopatologia

A
  • Etiologia: Vírus dengue (DENV-1 a 4; 1 é o mais comum). É de RNA, da família Flaviridae.
  • Transmissão: fêmea do Aedes aegypti é o mais comum (pode ser por aedes albopictus também), o mesmo da FA urbana. Esse mosquito tem hábitos diurnos e urbanos. É antropofílico (homem é o único reservatório no ciclo).
  • Fisiopatologia: Picada do mosquito, inoculação do vírus presentes na saliva do aedes, e após 2-5 dias inicia a viremia. Há então replicação viral + invasão de tecidos, inibição da produção de INF-gama causando queda da imunidade celular. Há produção de anticorpos pelo hospedeiro (proteína E, NS1) e o processo de opsonização, que dá origem à imunidade.
    Na nova infecção: Não pode ser infectado pelo mesmo sorotipo. Nesse caso há uma ligação fraca dos anticorpos do sorotipo anterior, não há opsonização. Há aumento da viremia e mais complicações locais. Ou seja, é pior do que na 1ª vez.
    Obs: Há uma reação sorológica cruzada que confere imunidade temporária e parcial entre os sorotipos
156
Q

Dengue: Clínica

A
  • Uma minoria tem soroconversão assintomática. Tem uma fase febril que pode evoluir para crítica.
  • Nas primeiras 48-72h tem febre alta e abrupta, com risco de desidratação, seguido por um período de defervescência e melhora do quadro. Se piorar após o período de 4-6 dias do início, provavelmente evoluiu para a fase crítica, com risco de choque e sangramento.
  • Alterações laboratoriais esperadas: Primeiras 48-72h há risco de desidratação, avaliando-se então o hematócrito, grande preditor de gravidade do caso. É esperado uma hemoconcentração inicial e que ele caia com o tempo, enquanto as plaquetas, que iniciam baixas, vão aumentando conforme evolução.
  • Virologia: Pico na fase febril aguda
  • Anticorpos: IgM positiva após 7 dias
  • Risco de infecção secundária: Alta no começo, depois estabiliza
157
Q

Dengue: Fases clínicas

A

Fase Febril
- 1ª manifestação é febre alta e súbita, que dura de 2-7 dias, associada com cefaleia, adinamia e dor retroorbitária. Pode ter exantema maculopapular com ou sem prurido, acometendo face, tronco e membros, não poupando planta e palma dos pés e mãos. Pode surgir antes, durante ou após a febre.
- Outros sintomas: diarreia pastosa pouco volumosa (3-4 evacuações), náuseas e vômitos

Fase crítica
- Começa na defervescência da febre. Sinal de alarme: indicam aumento da permeabilidade vascular e risco de choque hipovolêmico.
- Quando os sinais de alarme evoluem há dengue grave, com quadro de choque ao 4-5º dia de doença, com evolução rápida. Importante vigiar FC, PA, TEC, diurese e sensório. Há recuperação ou piora em 12-24h. Pode ter também sangramentos, principalmente no TGI. Mais comum em histórico de úlceras, uso de AAS, AINEs e anticoagulantes.
- Disfunção de órgãos: com ou sem choque; hepatite, encefalite, miocardite.

Fase de recuperação
- Exantema pode permanecer e tem risco de infecções bacterianas secundárias.

158
Q

Sinais de alarme da dengue

A

Dor abdominal contínua e intensa, vômitos persistentes, hemorragias/sangramento de mucosas, hipotermia, hipotensão/lipotimia, acúmulo de líquido (ascite, derrame pleural), letargia, aumento progressivo do hematócrito, hepatomegalia >2cm do RCD.

Quando evoluem há dengue grave: extravasamento de plasma e choque, com derrames cavitários, sangramentos e disfunção de múltiplos órgãos.

159
Q

Dengue: diagnóstico laboratorial

A
  • Antígenos virais mais precoces: NS1, RT PCR, isolamento viral; são úteis até o 5º dia dos sintomas. Positivo confirma, negativo tem que pedir sorologia.
  • Sorologia: IgM e IgG; a partir do 6º dia de início dos sintomas. Obs: pode ficar reagente por 3 meses como falso-positivo (vacina da FA, reação cruzada da zika e coinfecção).
  • Achados laboratoriais: aumento do hematócrito é sinal de alarme; pode ter leucopenia, plaquetopenia, hiponatremia (por causa da HV), acidose metabólica (secundária ao choque), hipoalbuminemia e aumento das transaminases
160
Q

Dengue: Prova do laço

A

Avalia o risco de sangramento (não tem valor em pacientes que já tem manifestações hemorrágicas). Tem baixa sensibilidade e especificidade.

  • Faz um quadrado de 2,5x2,5cm. Afere a PA média.
  • Adultos: 5 minutos e >20 petéquias = (+)
  • Crianças: 3 minutos >10 petéquias = (+)
161
Q

Dengue: Classificação de caso suspeito

A
  • Caso suspeito: Vive ou viajou para região endêmica nos últimos 14 dias + febre + 2 ou mais dos seguintes sintomas: náusea/vômitos, exantema, mialgia, artralgia, cefaleia/dor retroorbitária, petéquias, prova do laço positiva, leucopenia.
  • Caso suspeito com sinal de alarme: >1 sinal de alarme na fase de defervescência.
  • Caso suspeito de dengue grave: >1 dos seguintes: choque, sangramento grave, lesão orgânica (AST/ALT >1.000, miocardite, disfunção neurológica).

Todo caso suspeito é notificado.

162
Q

Dengue: Classificação em grupos A-D

A

A: Dengue sem sinal de alarme, prova do laço, risco social, comorbidades e condição especial, não gestante, >2 anos e <65 anos.

B: Dengue sem sinal de alarme mas com prova do laço, risco social, comorbidades ou condição especial, gestante ou <2 anos e >65 anos.

C: Dengue com sinal de alarme sem sinais de gravidade

D: Dengue grave com choque, sangramento ou disfunção de múltiplos órgãos

163
Q

Dengue: Tratamento de acordo com grupos A-D

A
  • A: Hidratação oral. Realizar acompanhamento ambulatorial com orientação de sinais de alarme e reavaliação no 3º e 6º dia. Feito sintomáticos com HV 60ml/kg (1/3 SRO e 2/3 líquidos) e dipirona/paracetamol.
  • B: Hidratação oral. Realizar acompanhamento em leito de observação até resultado de exames (hemograma para ver hemoconcentração) e reavaliação clínica, enquanto realiza hidratação e sintomáticos igual o grupo A. Se hematócrito normal, reavaliar em 48h; se hemoconcentração/sinais de alarme, tratar como grupo C
  • C: Hidratação venosa. Acompanhamento em leito de internação até estabilizar por pelo menos 48h e pedir exames (hemograma, albumina, AST/ALT, Rx de tórax, US abdominal). HV de 10ml/kg de SF na 1ª hora e manter até novo hemograma na 2ª hora (máximo de expansão: 20ml/kg em 2h). O alvo é ter queda do Ht e diurese de 1ml/kg/h. Se melhora após expansão inicial manter 25ml/kg por 6h e depois faz 25ml/kg em 8h (1/3 com SF 0,9% e 2/3 SG 5%). Se não melhorar, repetir até 3 vezes a infusão de 20ml/h por 2 horas e ir para o grupo D.
  • D: Hidratação venosa. Acompanhar em leito de emergência. Realizar expansão vôlemica rápida de 20ml/kg em até 20 min até 3x. Internar pelo menos 48h em UTI e pedir os mesmos exames do grupo C. Se melhorar, conduzir como grupo C. Se não melhorar, ver o Ht: se aumentou fazer SF 0,9% + albumina; se piorou porém com choque, ver hemorragia e coagulopatia.
164
Q

Dengue: Quando dar alta

A

Estável hemodinamicamente, afebril por 48h, hematócrito normal e estável por 24h, plaquetas em ascensão e >50.000, melhora clínica visível.

165
Q

Diferenças entre Dengue e Chikungunya

A

Chikungunya: Família Togaviridad, exantema mais frequente e precoce (D1-4), febre e artralgia marcante, mais linfopenia

Dengue: Exantema menos frequente e mais tardio (D5-7), mais complicações sistêmicas e laboratoriais

166
Q

Chikungunya: Clínica

A

Fase 1: aguda (até o 14º dia). 70% são sintomáticos. Tem mais poliartralgia (bilateral, simétrica, distal, edema; pode evoluir para tenossinovite), lombalgia, cefaleia e fadiga (7 dias). Exantema macular D2-5 após a febre que pode descamar. Pode ter também úlceras orais. Não há relação da defervescência com melhora dos sintomas

Fase 2: subaguda (2 semanas a 3 meses). Febre desaparece, a atralgia persiste ou piora, há tenossinovite hipertrófica com síndrome do túnel do carpo. Pode ter retorno das lesões cutâneas ou novas lesões com sintomas depressivos.

Fase 3: crônica (depois de 3 meses).
Persistem sintomas articulares e neuropáticos de modo flutuante. Fatores de risco: mulheres, >45 anos, doença articular prévia, alta intensidade na fase aguda.

167
Q

Diagnóstico e Tratamento da Chikungunya

A
  • Direto: isolamento viral, RT-PCR
  • Indireto: sorologia após 5-6º dia ou sorologia pareada (15 dias de intervalo com aumento de 4x)

Tratamento
- Fase aguda: Não fazer AAS, AINEs e corticoide. Dipirona e paracetamol; tramadol se fizer IV ou alergia a dipirona; codeína, oxicodona, amitriptilina, gabapentina.
- Fase crônica: AINEs, corticoide, neuropáticos, hidroxicloroquina por 6 semanas, metotrexato.

168
Q

Diferença entre Zika e Dengue

A

Zika: afebril ou subfebril, rash precoce D1-D2 em 90%, conjuntivite, linfonodomegalia, acometimento neurológico

169
Q

Zika: Clínica, transmissão, diagnóstico e tratamento

A
  • 80% tem sintomas mínimos e de curta duração (4-7 dias). Tem exantema maculopapular pruriginoso, conjuntivite não purulente, S. de Guillain-Barré, encefalite, mielite;
  • Transmissão vertical: Microcefalia
  • Diagnóstico: RT-PCR até D3, PCR urinário até 20 dias
  • Tratamento: Sintomáticos
170
Q

Síndomes febris ictéricas

A

Febre Amarela, Leptospirose e Malária

171
Q

Febre Amarela

A
  • Etiologia: vírus do gênero Flavivirus
  • Vetor: mosquito Haemagogus (forma silvestre) e aedes aegypti (forma urbana)
  • Hospedeiro: primatas (silvestre) e homem (urbana). Reservatório são os macacos.
  • Fisiopatologia: Pico de viremia com 3-4 dias e dissemina para linfonodos e órgãos (fígado e baço). Necrose no parenquima hepático e redução da produção de fatores de coagulação/CIVD.
  • Clínica: Febre alta e súbita + sintomas gerais. Sinal de Faget (dissociação pulso-temperatura: febre sem taquicardia; também presente na febre tifoide); Fase de remissão entre D3-5 que dura no máximo 48h. A partir disso evolui para cura ou forma grave.
  • O paciente morre de FA por insuficiência hepática aguda com coagulopatia + encefalopatia hepática, sangramentos, icterícia e CIVD; Insuficiência renal aguda; choque cardiogênico ou neurológico
172
Q

Febre Amarela: Caso suspeito

A

Indivíduo não vacinado/vacinação desconhecida exposto nos últimos 15 dias + febre súbito de até 7 dias + icterícia e/ou hemorragia.

173
Q

Febre Amarela: Classificação

A

Leve: TGO/TGP <500, Cr <1.3INR <1.5

Moderado: 1 ou mais sinais de alarme. TGO>500 e Cr> 1.3; dor abdominal, vômitos, diarreia

Grave: 1 ou mais sinais de gravidade. Oligúria,
sonolência, confusão mental, icterícia, sangramento; TGO/TGP> 2.000, Cr> 2, INR> 1.5, plaquetas< 50.000.

174
Q

Febre Amarela: Diagnóstico e tratamento

A
  • Sorologia: IgM a partir do 7º dia
  • TGO>TGP indica pior prognóstico
  • Ausência de leucocitose e PCR não elevado

Tratamento

  • Leve: Hidrata, sintomático e exames até 48h após a febre
  • Moderado: Interna, hidrata, sintomático, exames 12/12 e vacinar após
  • Grave: UTI, garantir estabilidade hemodinâmica, avaliar hemodiálise, ver sinais de HIC
175
Q

Leptospirose

A
  • Etiologia: Leptospira interrogans
  • Transmissão: Urina dos ratos infectados
  • Homem: hospedeiro terminal e acidental
  • Período de incubação de 5-14 dias: fase leptospirêmica (disseminação hematogênica); tem resposta imune humoral; fase imune (sem bactérias no sangue, espiroquetas seguem nos tecidos)
  • “Vasculite febril com icterícia”. Pode ter isquemia, necrose e hemorragia.
176
Q

Leptospirose: Clínica

A
  • Fase precoce (leptospirêmica): Febre abrupta, cefaleia, náusea, vômitos, hemorragia conjuntival, fotofobia, exantema macular, mialgia lombar e panturrilha.
  • Fase tardia (imune): Acomete 15% dos pacientes, se inicia após 7 dias. Complicação: Tríade de Weil: icterícia + IR + hemorragia (+ pulmonar). Pode ter hemorragia pulmonar isolada; Icterícia rubínica: pior prognóstico. Paciente pode ter IRA não oligúrica e normo/hipocalêmica; Meningite asséptica, miocardite, encefalite também podem estar presentes.
  • Fase de convalescença: Leptospiúria por 7 dias, icterícia desaparece lentamente e uveíte pode persistir por até 18 meses.
177
Q

Leptospirose: Caso Suspeito e diagnóstico

A

Febre, cefaleia, mialgia + exposição nos últimos 30 dias (enchente, catador de lixo) ou pelo menos 1 dos seguintes sintomas: sufusão conjuntival, IRA, icterícia e/ou aumento se bilirrubina, hemorragia.

Diagnóstico

  • Sorologia: IgM
  • Microaglutinação: titular anticorpos e sorotipos
  • Achados laboratoriais: BT as custas de BD, plaquetopenia, leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, acidose metabólica, hipoxemia, CPK alta.
  • Diferenciar de hepatite aguda: aumento de CPK, aumento moderado de AST/ALT (<400) e leucocitose com desvio
178
Q

Leptospirose: Tratamento

A

ATB em qualquer período da doença (melhor na 1ª semana

  • Fase aguda: Amoxicilina ou doxiciclina; se alergia usar macrolídeos
  • Fase tardia: Penicilina G cristalina ou ampicilina ou ceftriaxona por pelo menos 7 dias; se alergia, macrolídeos; Suporte de O2, diálise precoce
  • Pode ter reação de Jarisch-Herxheimer
179
Q

Malária

A
  • Etiologia: Plasmodium vivax. Gosta de áreas de mata - Amazônia.
  • Transmissão: fêmea do mosquito Anopheles

Malária não complicado
- Crise aguda (acesso malárico): ruptura de hemácias com paroxismos de calafrio + febre + sudorese por 6-12h. Malária terça (febre a cada 2 dias) e quartã (febre a cada 3 dias)

Malária complicada
- P. falciparum e vivax
- Dor abdominal + ruptura de baço; icterícia, IRA, hemorragia, dispneia (EAP)

  • Diagnóstico: microscopia de gota espessa de sangue; laboratório com TGO/TGP >5x
  • Tratamento: P. vivax e ovale: Cloroquina 3 dias + primaquina 7 dias
180
Q

Leishmaniose Visceral (Calazar)

A
  • Etiologia: protozoário Leishmani chagasi.
  • Vetor: insetos flebotomíneos Lutzomyia (mosquito palha). Reservatório: cachorro, raposas e marsupiais
  • Clínica: Na fase aguda tem febre por até 4 semanas, palidez, hepatoesplenomegalia (baço principalmente), pancitopenia; Na fase de estado tem quadro arrastado, febre intermitente, perda de peso e aumento da hepatoesplenomegalia; Na fase final de febre contínua, desnutrição, anasarca e hemorragias.
  • Diagnóstico: Imunofluorescência indireta com dosagem de anticorpos (>1:80) + caso suspeito; padrão-ouro é punção esplênica (feita punção da medula óssea - vista forma flagelada/pramastigota ou aflagelada/amastigota); marcador rK39 IgG (indica contato prévio); Laboratório com anemia, neutropenia, monocitopenia, inversão albumina:globulina (pico policlonal; no mieloma múltiplo tem pico monoclonal)
  • Tratamento: Antimonial pentavalente (tem cardiotoxicidade) ou Anfotericina B. Ver hipocalemia no tratamento.
181
Q

Febre Maculosa

A
  • Etiologia: Rickettsia rickettsii (gram negativo), também causa febre das montanhas rochosas.
  • Transmissão: Carrapatos amblyomma sculptum e ovale. Hospedeiro são capivaras, cães e homem. Ocorre após ancoragem prolongada do carrapato infectado (4-6 horas). Risco em áreas de mata.
  • Clínica: Síndrome febril com cefaleia, mialgia, náuseas, vômitos. No 3º ao 5º dia tem exantema e petéquias. A partir do 6º dia tem aumento da permeabilidade vascular e complicações: edema, IRA, icterícia, EAP, convulsões.
  • Diagnóstico: Plaquetopenia, leucopenia ou leucocitose, hiponatremia, aumento de CPK, de BD e AST/ALT; Sorologia pareada de IgG na fase aguda e 14 dias depois, positivo com aumento de 4x; IFI (escolha!); PCR depende do tipo etiológico, melhor em casos graves.
  • Tratamento: Doxiciclina 100mg 12/12h VO ou IV por 7 dias ou Cloranfenicol
182
Q

Diagnóstico diferencial de febre maculosa

A

Doença de Lyme: eritema migratório centrífugo, centro claro e borda descontínua, mais em MMII e face, com disseminação hematogênica e na fase crônica tem acrodermatite crônica atrofiante. Tratamento feito com doxiciclina 100mg 12/12h por 10-14 dias.

183
Q

Febre de origem indeterminada

A
  • Febre >38.3 por >3 semanas sem diagnóstico ou febre sem diagnóstico apesar de 3 dias de investigação hospitalar/3 consultas ambulatoriais.
  • Causas: infecções (CMV, HIV, EBV, TB, abscessos, endocardite, osteomielite), colagenoses, neoplasias, outro (DII, medicamentos - principalmente anticonvulsivantes)
  • Investigar com HMC, PCR, VHS, HIV, HBV, HCV, sífilis, cultura e imagem.
184
Q

Piomiosite tropical

A
  • Infecção primária no músculo em países tropicais. Mais comum em homens de 30-60 anos
  • Fatores de risco: Trauma local, imunossupressão, desnutrição, DM, exercício físico
  • Etiologia: S. aureus
  • Presença de abscesso e necrose muscular
  • Estágios: I (local), II (supurativo) e III (tardio-sepse)
  • Tratamento: ATB (vancomicina) e drenagem se abscesso
185
Q

Fibrose hepática

A

Insulto crônico ao fígado levando à uma resposta inflamatória e ativação das células de Ito e aumento da produção de colágeno na matriz extracelular. Isso causa perda das microvilosidades e alteram as membranas dos hepatócitos. Como consequência há fibrose hepática com disfunção dos hepatócitos. É um mecanismo que leva à cirrose.

186
Q

Hipertensão portal

A

A distorção arquitetural (fibrose) gera distorção da microcirculação hepática e aumento na pressão do sistema porta. Há então liberação de NO, fator de crescimento endotelial, aumento do fluxo na circulação esplâncnica e surgimento de varizes e esôfago, gástricas e circulação colateral.

  • Definição: pressão >5mmHg; para formar varizes: >10mmHg e >12mmHg para romper
  • Fluxo hepatofugal (doppler)

Consequências
- Varizes: circulação colateral no abdome (cabeça de medusa pode surgir), varizes podem ser anorretais; pode ter HDA
- Ascite (sinusoides fenestrados)
- Esplenomegalia: ver plaquetopenia por sequestro esplênico
- Encefalopatia hepática

187
Q

Clínica do paciente cirrótico

A
  • Assintomáticos até desenvolvimento de cirrose
  • EF: estigmas de cirosse: telangiectasias - aranhas vasculares, principalmente em tórax e abdome; ginecomastia; eritema palmar; atrofia testicular; rarefação de pelos; sarcopenia e caquexia. Ascite, circulação colateral, pode ter hérnias umbilicais (se não tratar a ascite tem muitas recidivas), esplenomegalia, hepatomegalia/redução volumétrica em casos avançados, contratura de Dupuytren (paciente etilista)
188
Q

Definição de paciente cirrótico

A

Sinais de insuficiência hepática + hipertensão porta

IH: Ginecomastia, atrofia testicular, telangiectasia, eritema palmar, aumento de INR e bilirrubinas, queda de albumina

HP: Ascite, esplenomegalia, varizes, circulação colateral e queda de plaquetas

189
Q

Diagnóstico da cirrose.

A
  • Clínica + evidência de fibrose (elastografia, pressão portal, biópsia hepática) - definir exames para etiologia.
  • Exames complementares: sorologia para HBV, HCV, FAN, autoanticorpos para hepatite autoimune e biópsia hepática em casos de dúvida
  • Para estratificar o grau de IH: TGO/TGP, FA/GGT, BT as custas de BD, tempo de protrombina, albumina (hipo ao avanço da doença), função renal, eletrólitos (hipervolemia: hiponatremia dilucional, DHE secundários à disfunção renal), hemograma com plaquetopenia >50.000, EDA detectando varizes de esôfago ou gastropatia hipertensiva portal (obs: não precisa de EDA se cirrose compensada, plaquetas >150.000 e elastografia <20kPa)
190
Q

Classificação da cirrose

A
  • CHILD-Pugh: avalia prognóstico e gravidade
  • MELD-Na: alocar na fila do transplante

CHILD: A tem 5-6 pontos, B 7-9 e C 10-15
( ) = pontos
- Ascite: (1) ausente, (2) pequeno volume e fácil controle, (3) grande volume e difícil controle
- Bilirrubinas: (1) <2, (2) 2-3, (3) >3
- Coagulação (INR): (1) <1.7, (2) 1.7-2.3, (3) >2.3
- Déficit de albumina: (1) >3.5, (2) 3-3.5, (3) <3
- Encefalopatia hepática: (1) ausente, (2) grau I ou II, (3) grau III ou IV

MELD-Na
- Bilirrubina
- INR
- Creatinina

191
Q

Insuficiência hepática aguda

A

Lesão hepática aguda grave + encefalopatia + icterícia.

  • Encefalopatia em até 8 semanas do início da icterícia (SEM hepatopatia prévia) ou em até 12 semanas do início da icterícia (COM hepatopatia prévia).
  • IH crônica agudizada: alta mortalidade em curto prazo, com intensa inflamação. Descompensado por libação alcoólica, infecções. Pode ter falência múltipla de órgãos. Tratamento com suporte intensivo, controle do desencadeante e listagem para transplante hepático.
192
Q

Encefalopatia hepática

A
  • Síndrome neuropsiquiátrica: acúmulo de amônia no cérebro devido à IH e da circulação colateral.
  • Fatores precipitantes: Constipação intestinal, infecções (PBE > pneumonia > ITU), má adesão à dieta, DHE (hipocalemia e alcalose metabólica), desidratação, benzodiazepínicos, sedativos, opioides, HDA, trombose de veia porta.
  • Clínica: Ver alterações subclínicas em testes cognitivos, distúrbios de atenção, inversão sono-vigília, coma hepático. EF: flapping (tremor fino de extremidades anteroposterior)
  • Tratamento: Identificar e tratar o precipitante, estimular a evacuação (objetivo de 3 evacuações pastosas por dia; lactulose 40-60ml/dia; refratários usar neomicina, metronidazol, rifaximina - ATB intestinal)
193
Q

Graus de encefalopatia hepática

A

Critérios de West-Haven

  • Mínima: nível de consciência e comportamento normal. Teste psicométrico prejudicado
  • Grau I: Perda de atenção, inversão sono-vigília
  • Grau II: Letargia, desorientação, comportamento inadequado, flapping
  • Grau III: Sonolência intensa, agitação, hiperreflexia e rigidez muscular
  • Grau IV: Coma
194
Q

Ascite

A
  • Acúmulo de líquido intra-abdominal
  • EF: aumento do volume abdominal e macicez à percussão. Presença de macicez móvel e semicírculo de Skoda.
  • US de abdome identifica o ascite; Paracentese ajuda a definir etiologia

GASA: Albumina sérica - Albumina do líquido ascítico.
- >1,1: Hipertensão portal. Dosar proteínas totais. Se >2,5 a causa cardiogênica, se <2,5 cirrose hepática
- <1,1: Doença peritoneal. TB, carcinomatose, síndrome nefrótica.

Tipos
- Leve/moderada: indolor e sem desconforto respiratório. Fazer dieta normossódica, restrição hídrica se Na<120 e diuréticos.
- Tensa/maciça: dor e/ou desconforto respiratório. Paracentese terapêutica, repor albumina e diuréticos.
- Refratária: falência em resposta aos diuréticos em dose máxima ou não pode usá-los.
- Tratamento: Restringir sódio até 2g/dia, diuréticos (iniciar com espironolactona e depois furosemida; objetivo perder 0,5kg/dia ou 1kg/dia se edema de MMII), paracentese de alívio se desconforto respiratório, intolerância e/ou refratariedade aos diuréticos. Se retirar >5L, repor 6-8g de albumina para cada L retirado.

195
Q

Diagnóstico diferencial da Ascite

A

Após paracentese, solicitar do líquido ascítico:
- Celularidade total e diferencial (foco em PMN), Albumina do líquido e sérica, Proteínas totais, Glicose, Cultura, Pesquisar células neoplásicas, amilase, ADA, LDH.
- Peritonite bacteriana espontânea (PBE): Translocação bacteriana. Etiologia: E. Coli e S. pneumoniae (Síndrome nefrótica). Diagnóstico: >250 PMN (neutrófilos) e cultura monobacteriana positiva. Tratamento: ceftriaxona 2g/dia por 5-7 dias + paracentese de controle em 72h. Profilaxia primária: ceftriaxona 1g por 5-7 dias (ou enquanto sangrar); secundária (todos que já tiveram o 1º episódio: Norfloxacino por toda a vida; Profilaxia para síndrome hepatorrenal: albumina 1.5g/kg no 1º dia e 1g/kg no 3º dia
- Peritonite bacteriana secundária (PBS): Causa abdominal (diverticulite, apendicite). Na punção tem >250 PMN com pelo menos 2: cultura polimicrobiana, glicose <50, proteína total >1, LDH alto e lesão abdominal. Fazer exame de imagem e avaliar cirurgia.
- Bacterascite: <250 PMN + cultura positiva. Pode ser contaminação. Repetir paracentese e se persistir, tratar igual PBE
- Ascite neutrofílica: >250 PMN + cultura negativa. Tratar igual PBE

196
Q

Reposição de albumina no paciente cirrótico

A
  • Profilaxia de Síndrome hepatorrenal (PBE): 1,5g/kg no 1º dia (em 6h) + 1g/kg no 3º dia
  • Diagnóstico de Síndrome hepatorrenal: 1g/kg/dia por 48h
  • Tratamento de Síndrome hepatorrenal: 20-50g/dia + vasoconstritor esplânico
  • Pós-paracentese >5L: 6-8g por L retirado
197
Q

Disfunção renal no paciente cirrótico

A

Diferenciar IRA x Síndrome Hepatorrenal (SHR) x DRC sobreposta à IRA

Síndrome hepatorrenal
- É uma forma de IR no cirrótico avançado e tem HP + ascite (também ocorre na IH). Não tem alteração histológica no parênquima renal. Há aumento da resistência vascular renal e redução RVS (principalmente esplâncnica)
- Prognóstico ruim, diagnóstico de exclusão (tem que preencher todos os critérios abaixo): Cirrose com HP, aumento de creatinina >0,3 em 48h ou >50% da basal em 7 dias, ausência de drogas nefrotóxicas ou choque; US normal, Urina I <50 células, proteinúria <500mg, ausência de melhora da função renal com suspensão de diuréticos e expansão volêmica com albumina 1g/kg/dia por 48h (se tiver resposta deve ser IRA-pré-renal)
- Tratamento: Suspender diuréticos, expansão volêmica com albumina + vasoconstritor (noradrenalina, terlipressina), suporte intensivo e diálise se necessário. Definitivo: transplante duplo renal + hepático

198
Q

Infecções e CHC no paciente cirrótico

A

Infecções
- Maior risco de infecção por germes encapsulados. Atentar para PBE, ITU e pneumonia

CHC
- Pesquisar quando houver descompensação da cirrose. Marcador: AFP. Diagnóstico: Não precisa de biópsia; TC de abdome com contraste com lesão irregular, hipervascularizada na fase arterial e washout pós-contraste; Nódulos característicos >2cm ou 1-2cm + AFP >400
- Tratamento: 1 nódulo <5cm ou 3 <3cm + assintomático + CHILD A = ressecar cirurgicamente + avaliar transplante; >3 nódulos + assintomático + CHILD A ou B = terapia local de quimioembolização; Sintomático + metástase + CHILD A ou B = sorafenibe; Baixa perfomance status + CHILD C = paliativo
- Rastreio: US e AFP de 6-6 meses em todos os cirróticos e/ou portadores de hepatite B

199
Q

Manifestações hematológicas no paciente cirrótico

A

Manifestações hematológicas:
- Plaquetopenia por sequestro esplênico. Costuma ser >50.000, se abaixo avaliar diferencial.
- Anemia: de doença crônica, perda de sangue
pelo TGI (varizes), hiperesplenismo. Etilistas por toxicidade, deficiência de folato e B12.
- Coagulopatia: Deficiência de fatores pró-coagulantes x anticoagulantes. Pode ter alargamento de TP e TTPa, plaquetopenia, D-dímero alto, consumo de fibrinogênio. Fazer vitamina K se desnutrição com sangramento.

200
Q

Tipos de dor articular

A
  • Inflamatória: Piora ao repouso, melhora com o movimento. Rigidez matinal >30 minutos.
  • Mecânica: Melhora com repouso, piora com movimento. Rigidez matinal <30 minutos
  • Poliatrite: Acomete 4 ou mais articulações
  • Oligoartrite: Menos de 4 articulações
  • Monoartrite: Só acomete 1 articulação
  • Crônica: Mais de 6 semanas
  • Aditiva x Migratória: Aditiva soma, migratória muda a articulação acometida.
201
Q

Grupos de artrites

A

Poliartrite crônica simétrica e aditiva
- Artrite Reumatoide

Lombalgia: Oligoartrite, dactilite, entesite
- Espondiloartropatias (SpA)

Monoartrite
- Gota/ Artrite séptica

Doenças mecânicas
- Diversas

202
Q

Artrite Reumatoide: Epidemiologia e alvo

A
  • Mais comum em mulher jovem.
  • Suceptibilidade: Predisposição genética (HLA-DRB1) + gatilhos ambientais (tabagismo é o mais associado; ). HLA-DRB 01 e 04 e HF + aumentam o risco em 3x
  • Produção de autoanticorpos: FR (IgM que ataca IgG - Alta S, muitos falsos positivos) e Anti-CCP (Alta S, comparável ao FR, e E maior, de 95%)
  • Alvo: Autoanticorpos atacam a Sinóvia, causando sinovite crônica, pannuns, gerando deformidade articular. Há nesse quadro uma inflamação crônica: VHS, PCR, TNF-Alfa (terapia), aterogênese acelerada (aumento do RCV - principal causa de óbito), osteoporose difusa e risco de linfoma
203
Q

Artrite Reumatoide: Manifestações articulares

A
  • Poliartrite crônica simétrica aditiva. É inflamatória. Tem preferência por pequenas articulações periféricas (mão, punho, pé).
  • Poupa a articulação Interfalangiana distal (IFD; comum em osteoartrite e artrite psoriásica)
  • Poupa o eixo axial (exceto C1-C2 - atlantoaxial - pode causar uma subluxação com clínica de tetraplegia; no Rx distância >3mm de C1-C2)
  • Dedo em pescoço de cisne: Hiperflexão da IFD + hiperextensão da IFP
  • Dedo em Abotoadura: Hiperextensão da IFD + Hiperflexão da IFP
  • Desvio Ulnar e tumefação em articulação MCF (subluxação)
204
Q

Artrite Reumatoide: Manifestações articulares - Imagem

A
  • Rx inflamatório: inespecífico. Edema de partes moles e redução simétrica do espaço articular (assimétrica pensa em osteoartrite).
  • Rx na AR: Osteopenia periarticular, erosões marginais não proliferativas, deformidades
205
Q

Artrite Reumatoide: Manifestações extra-articulares

A

Incomuns em soronegativos, mais grave quanto maior for a FR e Anti-CCP

  • Nódulos reumatoides: acometem qualquer local do corpo
  • Pulmão: derrame pleural (exsudativo, verde, pH<7.3, glicose próxima a zero, LDH>1.000, FR alto), Intersticiopatias
  • Ocular: Episclerite/Esclerite, Sjogren
  • Renal: GN membranosa, mesangial, amiloidose AA
  • Síndrome do Túnel do Carpo, de Felty (eSplenomegalia, Penias (neutropenia), Artrite reumatoide- SPA; risco de linfoma de células B)
206
Q

Artrite Reumatoide: Diagnóstico

A

Articulações, Sorologia (FR e anti-CCP), Reagentes de fase aguda (PCR/VHS), Duração - Ver tabela completa nas fotos.

> ou igual a 6 pontos = Diagnóstico

Diagnóstico pode ser feito clinicamente sem Rx ou marcadores inflamatórios.

207
Q

Artrite Reumatoide: Fatores de mau prognóstico

A
  • Atividade intensa de doença por escore de atividade
  • Autoanticorpos altos
  • Erosões ósseas precoces
  • Homens
208
Q

Artrite Reumatoide: Tratamento

A
  • Objetivo: Remissão da doença
  • Scores: DAS 28 (remissão <2.6 e baixa atividade <3.2)
  • Sintomáticos: AINEs/Corticoides
  • Modificadoras de curso de doença (DMARDs):
    Sintéticos convencionais: Metotrexato (principal; causa prejuízo no metabolismo do ácido fólico, sendo necessário sua reposição), sulfassalazina, hidroxicloroquina
    Biológicos (cuidado com ILTB - ver PPD): Anti-TNF
    Inibidores de JAK
  • Tratamento inicial: Corticoide em dose baixa + Metotrexato
209
Q

Artrite idiopática juvenil

A
  • Crônica (>6 semanas) iniciada com menos de 16 anos.
  • FR em geral negativo. Se positivo mais grave é o quadro e pior o padrão articular.
  • 3 formas: oligoarticular (50/60%, tratamento com AINEs), poliarticular (=AR, tratamento com Metotrexato) e sistêmica (Doença de Still).
  • Uveíte anterior aguda: Risco aumentado se FAN positivo, mulheres e <6 anos. Não tem relação com atividade da doença, porém tem risco de cegueira, com consulta oftalmológica obrigatória. Mais associada à forma oligoarticular
210
Q

Doença de Still

A

Inflamação sistêmica que ativa o sistema reticulo-endotelial e cursa com artrite, rash cutâneo e febre.
- Acomete H e M igual
- Pico de incidência: 1-5 anos. Se após 16 anos é chamada de Doença de Still do adulto.
- Critérios de Yamaguchi: clínica e diagnóstico
“FRANCO”: Febre diária, Rash salmão (maculopapular evanescente, não pruriginoso, acompanha a febre), Alta ferritina, Neutrofilia, Colesterol alto, O FAN e FR negativos
- Tratamento: AINES, Corticoide sistêmicos e Imunobiológicos
- Complicação: Síndrome da ativação macrofágica

211
Q

Espondiloartropatias (SpA)

A

Características em comuns:
- HLA-B27 positivo
- FR negativo (positivo não exclui)
- Ótima resposta aos AINEs (2 tentativas, dose máxima, por pelo menos 4 semanas; se refratário: imunobiológicos anti-TNF
- Alvo nas ênteses (osso-ligamento-tendão)

Pode ter inflamação ocular, uveíte anterior aguda (reccorrente, unilateral), conjuntivite não purulenta, inflamação intestinal (RCU e Crohn), inflamação cutânea (psoríase)

4 grandes achados: Sacroileíte, dactilite (dedos em salsicha), entesite (calcâneo/fascia plantar) e oligoartrite assimétrica periférica de MMII.

212
Q

Espondiloartropatia soronegativas: Axial x Periférica

A

Axial
- Lombalgia >3 meses, mais comuns em homens com menos de 40/45 anos
- Espondilite anquilosante: imagem com sacroileíte
- SpA Axial não radiográfica: Sem imagem de sacroileíte

Periférica
- Oligoartrite assimétrica em MMII ou dactilite ou entesite
- Artrite reativa: reação cruzada pós infecciosa: clamídia/uretrite ou shigella/diarreia. Pode ter também ceratoderma blenorrágico, balanite circinada. Síndrome de Reiter (só na clamídia): tríade de artrite + uretrite + conjuntivite
- Psoriásica: Psoríase cutânea/ungueal (onicólise, hiperceratose, hemorragias em estilhaços) + poliatrite simétrica (idêntica a AR) ou oligoartrite assimétrica acometendo IFD (AR não). Pode ter artrite mutilante (destruição articular osteolítico exuberante). Imagem tem lesão em lápis-copo e neoformação óssea exuberante (proliferação)
- Enteropática

213
Q

Espondilite anquilosante

A
  • Artrite soronegativa (FR negativo)
    Tem que ter acometimento comprovado por imagem de sacroileíte ascendente. Acomete coluna de forma simétrica e contínua.
  • Clínica: Lombalgia inflamatória há mais de 3 meses, iniciada com <45 anos, HLA-B27 positivo em 90% dos casos (obs: não feito de screening pois apenas 5% dos positivos desenvolvem doença). Manobras positivas, como patrick, fabere, schober.
  • Imagem: shining corners e inflamação da êntese. Com o avanço tem sindesmófitos e ossificação ligamentar
214
Q

Monoartrite

A
  • Todas devem fazer uma artrocentese diagnóstica
215
Q

Interpretação diagnóstico do líquido sinovial nas monoartrites

A

Não inflamatória (osteoartrite, trauma, necrose avascular)
- Cor: Incolor/claro/amarelo claro
- Viscosidade: normal/alta
- Células brancas: 200-2.000 (mais importante)
- Percentual de neutrófilos: <25%
- Pesquisa de cristais: negativa
- Cultura: negativa

Inflamatório (AR)
- Cor: amarela
- Viscosidade: diminuída
- Células brancas: 2.000-20.000
- Percentual de neutrófilos: 50-75%
- Pesquisa de cristais: positiva (mais importante; comum em gota e pseudogota)
- Cultura: negativa

Artrite séptica
- Cor: amarela/purulenta
- Viscosidade: alta
- Células brancas: >20.000 (S. aureus quando >50.000-100.000)
- Percentual de neutrófilos: >75%
- Pesquisa de cristais: negativa
- Cultura: positiva (mais importante; gram diferencia o microorganismo)

216
Q

Artrite séptica: Etiologia, via de disseminação e fatores de risco

A
  • Etiologia: S. aureus mais comum. Pseudomonas (drogas IV, imunossuprimidos), Salmonella (anemia falciforme), N. gonorrhoeae (jovem sexualmente ativo)
  • Disseminação de bactérias por via hematogênica (mais comum), inoculação direta (mordedura, trauma, procedimentos), contiguidade (ex: osteomielite)
  • Fatores de risco: extremos de idade, imunossupressão, doenças crônicas, acessos, drogas IV
  • Dividida em Gonocócica x Não gonocócica (S. aureus)
217
Q

Artrite séptica: Não gonocócica

A
  • Clínica: Monoartrite aguda com sinais de infecção sistêmica gerando bloqueio articular. Acomete mais o joelho; quando pega quadril ver abdução, flexão e rotação externa.
  • Alto potencial de destruição articular precoce
  • Diagnóstico: Artrocentese diagnóstica. Cultura (+) em 90%, glicose consumida.
  • Tratamento: Controle de foco + ATB IV por 3/4 semanas ou 7 dias após controle do foco. Pode ser feito Oxacilina (MSSA), Vancomicina (MRSA)
218
Q

Artrite séptica: Gonocócica

A
  • Clínica: Síndrome artrite-dermatite. É uma poliartrite assimétrica, aditiva, migratória, que acomete joelho, tornozelo, punho e cotovelo. É a fase aguda. Se cronificar vira monoartrite. A dermatite é indolor, pustulosa, base eritematosa e centro necrótico
  • Diagnóstico: Identificar N. gonorrhoeae no sangue ou líquido sinovial (cultura, NAAT). Pode fazer prova terapêutica. Se monoartrite, fazer artrocentese.
  • Tratamento: Ceftriaxona 7-10 dias. Fazer controle de foco só em formas monoarticulares purulentas.
219
Q

Gota: Definição e fatores de risco

A
  • Doença causada pelo acúmulo ácido úrico (consumo de purinas na dieta - carne, álcool) que leva ao aumento de cristais de urato dentro da articulação.
  • 2/3 da eliminação do ácido úrico é feita no rim (risco aumentado no DRC).
  • Hiperuricemia é necessária mas por conta própria não causam gota, tem que estar associada com fatores de risco

Fatores de risco
- Homem jovem e mulher pós-menopausa (jovem não tem muito porque o estrogênio é uricosúrico)
- Síndrome metabólica (obesidade, HAS, DM, dislipidemia), DRC, álcool, medicamentos (etambutol, pirazinamida, HCTZ, AAS, ciclosporina) e dieta rica em frutos do mar

220
Q

Gota: Clínica

A

Dividida em 3 fases

  • Artrite gotosa: Monoartrite aguda que acomete o 1º MTF (podagra) e pode migrar para os joelhos. Tem gatilhos como trauma, libação alimentar/alcoólica, jejum prolongado. Diagnóstico feito com atrocentese que identifica cristais em formato de agulha/birrefringência negativa; na fase aguda não adianta dosar ácido úrico; no Rx tem aumento da densidade de partes moles e/ou erosão óssea justarticular (“saca bocado”) e no POCUA tem sinal do duplo contorno
  • Gota intercrítica: Fase de crise-remissão, com a remissão ficando cada vez mais curta.
  • Gota tofácea crônica: Cristais que são granulomas (tofos), indolores, localizados mais na orelha. Pode ter destruição articular e deformação
221
Q

Gota: Tratamento

A

Não farmacológico
- Mudança de estilo de vida: perda de peso, diminuir álcool, manejo de comorbidades.
- Pode usar medicamentos hipouricemiantes: losartana, atorvastatina, fenofibrato

Farmacológico
- Crise aguda: AINE (1ª escolha; evitar se histórico de DUP, TFG<60, usa anticoagulante), Corticoide (evitar se DM descompensado ou suspeita de infecção) ou Colchicina (evitar se DRC/Insuficiência hepática combinadas ou associadas a medicamentos - carvedilol, amiodrano, propafenona …). Tratar nessa fase até 3-7 dias. Paciente em uso prévio com alopurinol: mantém.
- Intercrise: Colchicina (não é hipouricemiante) 0,5mg 12/12h por 3 a 6 meses; também faz tratamento hipouricemiante após 2 semanas do quadro agudo (administrado se tofo, >1 crise no ano ou 1 ou mais crises debilitantes, DRC, alto risco de gota). 1ª escolha é alopurinol, 2ª é probenecida e sulfimpirazona.

222
Q

Hiperuricemia assintomática: Conduta

A

Trata os pacientes com risco de SLT (síndrome de lise tumoral), uricemia muito alta (>13mg/dL), nefrolitíase por ácido úrico recorrente, excreção de ácido úrico >1.100/24h.

  • Tratamento feito com hipouricemiantes.
223
Q

Pseudogota

A
  • Acúmulo de pirofosfato de cálcio que pode precipitar e gerar uma inflamação semelhante à gota
  • Fatores de risco: Hemocromatose, HIPERparatireoidismo, HIPOmagnesemia e HIPOfosfatemia
  • Clínica: Pode simular gota, mas de início já acomete o joelho. Na artrocentese os cristais tem birrefringência positiva. Na imagem tem condrocalcinose ou cristais.
  • Tratamento: AINES e Colchinina.
224
Q

Osteoartrite

A
  • Desgaste mecânico da articulação. Pode ser por sobrepeso, desalinhamento articular. Acomete >45 anos.
  • Dor que piora com movimentação e melhora com repouso.
  • Rx: redução assimétrica do espaço articular + osteófito/cistos subcondrais
  • Líquido sinovial amarelado, com viscosidade baixa, celularidade <2.000
  • Quando de mão: rizartrose - OA da 1ª MCF (base do dedão); nódulos de bouchard (IFP) e heberden (IFD). Comum em costureiras
  • De joelho: Obesidade, acomete o compartimento medial.
  • Tratamento: AINE tópico ou sistêmico, capsaicina tópica, analgésico. Não é feito condroitina e glicosamina. MEV também. Artroplastia se refratário
225
Q

Policondrite recidivante

A
  • Doença autoimune com inflamação crônica e destrutiva de cartilagens específicas.
  • Clínica: condrite crônica auricular (poupa lóbulo), nasal e de árvore traqueobrônquica
  • Tratamento: AINES, corticoide sistêmico, imunossupressores
226
Q

Lombalgia

A
  • 90% é benigna
  • Red flags: sintomas neurológicos associados como incontinência, fraqueza muscular, hiperreflexia), diagnóstico atual ou recente de neoplasia, sinais de infecção ativa, risco de fratura, trauma recente, início após 50 anos, duração maior do que 4 semanas
  • Se red flag = RM; Rx se RM não for possível
  • Tratamento: depende da causa
227
Q

Fibromialgia

A

Mais comum em mulheres 20-55 anos. Há perversão da experiência da dor.
- Clínica: dor musculoesquelética difusa e crônica (>3 meses), alteração do sono, disfunção cognitiva, SAHOS, cefaleia, dispepsia, depressão, ansiedade
- Tratamento: educar o paciente, manejar comorbidades, MEV. Fármaco: amitriptilina e ciclobenzapina, fluoxetina, AINE, analgésico. Evitar opioides.

228
Q

Vascularização cerebral

A
  • Ramos da aorta: tronco braquicefálico (forma a. subclávia direita e carótida interna direita), a. subclávia esquerda (emite um ramo que é a a. vertebral direita e esquerda, que se juntam e forma a a. basilar) e a. carótida interna esquerda.
  • Circulação anterior (carótidas internas): A carótida interna sobe ao cérebro e emite um ramo lateral, a cerebral média, e um pra cima, a cerebral anterior.
  • Circulação posterior (sistema vértebro-basilar): A vertebral direita e esquerda se unem e formam a basilar, que forma vários ramos. Na parte posterior forma a cerebral posterior. Também compõem essa circulação as artérias cerebelares e do tronco. No AVC que acomete essa área pode ter vertigem, ataxia cerebelar, tronco e pares cranianos gerando síndromes cruzadas: hemiplegia/paresia contralateral + déficit de par craniano ipsilateral; Weber e Wallenberg.
229
Q

Vascularização cerebral: irrigação

A
  • Artéria cerebral anterior: irriga a porção medial do cérebro. Causa déficit motor + sensitivo na perna contralateral.
  • Artéria cerebral média: irriga a porção lateral; nesse local a área de broca (alteração motora, entende mas não fala) e wernicke (parte motora preservada, mas não entende). É a mais acometida no AVC. Gera déficit motor + sensitivo contralateral mais de braço e face, podendo poupar perna. Pode ter afasia.
  • Artéria cerebral posterior: irriga a região occipital, responsável pela visão. Gera déficit visual (hemianopsia - perde campo visual, não é cegueira) contralateral.

AVC lacunar/lentículo-estriado: acomete a cápsula interna, onde se localizam neurônios motores. Nesse caso há um déficit motor.

230
Q

Causas de AVE isquêmico

A
  • Trombose (mecanismo de aterosclerose)
  • Embolia: origem do coração ou grandes vasos
  • Hipoperfusão: PCR ou choque
231
Q

Clínica e conduta inicial de AVE isquêmico

A
  • Déficit focal súbito
  • Abordagem inicial: Anamnese (ver o tempo/ictus de início, última vez visto bem, e medicamentos que usa)+ EF (NIHSS) + glicemia capilar + neuroimagem
  • TC: não mostra nada; ASPECTS 0-10, vê territórios da ACM acometidos, 10 é bom 1 é ruim - acometeu 9; é feita para descartar sangramento. Hiperdensa = sangue.
  • Angio-TC de cabeça e pescoço: ajuda a determinar se uma trombectomia será feita. Não é necessária para trombólise.
  • RM: A difusão de prontidão mostra a área isquemiada. O flair vê área de penumbra a partir de 4h30. Hiperdensa = isquemia. Mismatch (+) = AVC <4h30.
  • RM é usado como 1ª escolha se woke-up stroke (paciente teve AVC dormindo - DWI-flair) ou circulação posterior
  • NIHSS: 11 itens que pontuam de 0-42. Quando menor ou igual a 4 é minor.
  • Stroke mimics: convulsões, síncope, enxaqueca, hipo/hiperglicemia
232
Q

Tratamento do AVE isquêmico: Parte 1

A
  • Estabilização clínica: Corrigir glicemia, temperatura, volemia - deixar tudo normo: SpO2 >94%, elevar cabeceira 30°, hipertensão (HAS permissiva para garantir perfusão da área de penumbra: diminuída se não for candidato à trombólise para um alvo se <220x110 e se for, para <185x110, em ambos os casos com nitroprussiato).
  • Trombólise: Tem que ter >18 anos, PA <185x110, glicemia >60, NIHSS maior ou igual a 5 ou déficit incapacitante persistente, Ictus <4h30. Agente: Alteplase com dose de 0,9mg/kg (máximo 90mg), 10% em bolus em 1 minuto e 90% em 1 hora; Tenecteplase em bolus único de 0,25mg/kg (máximo 25mg). Após, vigiar PA + NIHSS. PA deve ficar <180x105 por >24h e fazer TC/RM de controle em 24h. Se náusea, vômito, HAS refratária, cefaleia intensa, deterioração neurológica: parar alteplase e fazer TC de crânio.
233
Q

Contraindicações da Trombólise

A
  • Cabeça: A menos de 3 meses teve TCE grave, AVEi ou neurocirurgia; qualquer sangramento intracraniano na vida.
  • Câncer ativo
  • Coração: Endocardite infecciosa e dissecção aórtica
  • Coagulação: Uso de heparina plena <24h, DOAC <48h, uso de anticoagulantes com INR >1.7, TP >15’’, TTPa>40’’; plaquetas <100.000, sangramento do TGI <21 dias.
234
Q

Tratamento do AVE isquêmico: Parte 2

A
  • Endovascular: Trombectomia reservada para grandes artérias, as intracranianas: carótida interna e ACM (M1 e M2). Feita se ictus <6h, NIHSS maior ou igual a 6 + ASPECTS >6. De 6-24h pode ainda ser benéfica: estudo DAWN 6-16h se NIHSS maior ou igual a 6 e DEFUSE 6-24h se NIHSS maior ou igual a 10. Até 24: ASPECTS 3-5 ou infarto >50ml. Se paciente chegar depois de 24h do início do quadro, avaliar início de AAS.
  • Prevenção secundária: Feita para todos os pacientes. Controlar fatores de risco (HAS, DM), estatinas de alta potência, AAS (esperar pelo menos 24 após trombólise). Não iniciar anticoagulante por aumentar o risco de sangramento e, se usar, suspender uso. Investigar TOAST: causa tromboembólica e grandes vasos (USG duplex scan cervical), pequenos vasos (lacunar; angio-TC/RM), cardioembólico (ECG por 24h+ ECO TT; forame oval patente fazer ECO TE microbolhas
235
Q

Conduta diante de investigação TOAST no AVEi

A
  • Embolia: Suspende AAS + inicia anticoagulação. Se for minor, iniciar 24-48h após; se AVEi, 1-2 semanas
  • Outras causas: mantém AAS. Estenose ACI >70% = revascularização
  • DAPT por 21 dias no AVC minor; se estenose intracraniana >70% fazer DAPT por 90 dias.
236
Q

AVC hemisférico maligno

A

> 50% do território da ACM acometida. Indicada hemicraniectomia descompressiva. Diminui mortalidade e aumenta morbidade.

Indicado se <48h delta ictus-craniectomia e <60-65 anos.

237
Q

Ataque isquêmico transitório (AIT)

A
  • Déficit focal transitório sem evidência de infarto em neuroimagem (RM por difusão ou perfusão).
  • Principais mecanismos: embólico, lacunar, estenose de ACI
  • Risco de evoluir para AVC: ABCD2 score. Se maior ou igual a 4, interna (cardioembólico anticoagula, outros AAS) e DAPT por 21 dias.
238
Q

Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP): Etiologia e fator de risco

A
  • 85% dos casos ocorrem por HAS e angiopatia amiloide
  • HAS: pressão elevada lesa a artéria e forma o aneurisma de charcot-bouchard. Acontece mais nas pequenas artérias lacunares, distribuição central. Principal localização é no putâmen.
  • Angiopatia amiloide: depósito da proteína amiloide no vaso que vai lesionando-o. Distribuição periférica (hemorragia lobar em 30% dos casos).
  • FR: idade avançada, HAS, colesterol baixo (<160), anticoagulantes, obesidade, álcool, tabagismo
239
Q

Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP): Clínica, Diagnóstico

A
  • Cefaleia, náusea, vômito. Déficit focal surge após 1-3h. Rebaixamento de nível de consciência em 3-6h. Progressão do sangramento gera HIC, hidrocefalia obstrutiva, rigidez de nuca (hemorragia intraventricular), convulsão (hemorragia lobar)
  • Diagnóstico: TC de crânio
  • Prognóstico: Ver risco de aumento de sangramento. Aumentado quando o tempo entre sintomas e imagem for pequeno, maior volume hemorrágico, uso de antitrombóticos/anticoagulantes, spot sign na angio-TC (ponto branco no meio do sangramento, indica sangramento ativo).
  • ICH score: Avalia mortalidade em 30 dias.
240
Q

Hemorragia intraparenquimatosa: Tratamento

A

Prevenir expansão da hemorragia e controlar a PIC.
Hemorragia
- Reverter anticoagulantes se estiver em uso, dar plaquetas se necessário. Transamin não é usado.
- Hipertensão: controlar com nitroprussiato. Se PAS >220, reduzir rapidamente para <220 e depois lentamente para 140-160. Se PA 150-220, reduzir progressivamente para 140.
PIC
- Uso de cateter para medir se hemorragia intraventricular, ECG <9, paciente sedado. Objetiva-se manter a PPC (= PAM - PIC) entre 50-70.
- HIC = >20. Tem cefaleia, vômito, RNC, paralisia do VI par craniano, papiledema, tríado de cushing (bradicardia, hipertensão e alteração respiratória).
- Cabeceira a 30°, RASS 0-2, normo tudo, soluções isotônicas, evitar constrição do fluxo venoso cerebral.
- Se PIC alta avaliar necessidade de cirurgia: hemorragia cerebelar >3cm de diâmetro ou volume >14, efeito de massa ameaçador, hidrocefalia obstrutiva. Nesse caso fazer DVE, craniectomia ou ventriculostomia. Se não tiver indicação: salina hipertônica ou manitol, coma, hiperventilação, BNM, hipotermia.
- Obs: Corticoide não é indicado.

241
Q

Hemorragia subaracnoide: Etiologia, FR, clínica e diagnóstico

A
  • Etiologia: Ruptura de aneurisma em 80%, muitas vezes na ACA. Malformações arteriovenosa, trauma, vasculite, dissecção arterial, drogas (cocaína e anfetaminas).
  • FR: HAS, tabagismo e HF principais.
  • Clínica: Cefaleia súbita, excruciante (pior da vida), thunderclap (cefaleia chega na intensidade máxima em poucos segundos), RNC, meningismo em 12-24h. Cefaleia sentinela (cefaleia semelhante 1/2 semanas antes), síndrome do 3º par craniano (ruptura de aneurisma da ACP; ptose palpebral, diplopia).
  • Diagnóstico: TC. Se normal, punção lombar. Após diagnóstico, angio-TC/RM. Angiografia padrão-ouro.
242
Q

Hemorragia subaracnoide: Prognóstico e complicações

A

Escala clínica de Hunt-Hess
- Grau I: Cefaleia leve
- Grau II: Cefaleia + rigidez nucal
- Grau III: Sonolência
- Grau IV: Torpor/déficit focal
- Grau V: Coma

Escala tomográfica de Fisher
- Grupo I: sem hemorragia
- Grupo II: lâmina de sangue <1mm
- Grupo III: lâmina de sangue >1mm
- Grupo IV: hemorragia intraventricular ou intraparenquimatosa

  • Complicações:
    Ressangramento do 1-7º dia (principalmente em 24h): intervenção precoce no aneurisma e controle de PA;
    Hidrocefalia: se aguda fazer DV se sintomático ou não reversão espontânea em 24h e se crônica fazer DVP;
    Vasoespasmo do 3-14º dia (principalmente no 7º dia): suspeitar se déficit focal novo, queda de 2 ou mais pontos na ECG por >1h. Rastreio com DTC (doppler transcraniano diário) e se alterado, mandar para angio-TC. Se confirmado fazer HV, elevar PAM e angioplastia se refratário.
243
Q

Hemorragia subaracnoide: Tratamento

A
  • HAS: PAS <160 ou PAM <110
  • Repouso absoluto/meia compressiva
  • Suspender e reverter anticoagulantes
  • Não usar antifibrinolíticos
  • Neuroproteção com Nimodipina
  • Convulsão: tratar, não faz profilaxia
  • Intervenção precoce no aneurisma até o 3º dia ou após 14 dias.
244
Q

Fisiopatologia de Lupus (LES)

A
  • Genética: Expressão MHC
  • Hormônio: Acomete mais mulheres na menacme pela exposição ao estrogênio
  • Ambiente: Luz UV como gatilho para desencadear a doença e reativação, infecções, tabagismo
  • Desequilíbrio do sistema imune e da produção de autoanticorpos gerando lesão por imunocomplexos e mecanismos humorais.
  • Padrão de acometimento: surtos e remissões
245
Q

Epidemiologia de Lupus

A
  • 70 a cada 100.000
  • Mais comum em mulheres, jovens (menacme), negras
  • Prevalência urbana > rural
246
Q

Clínica de Lupus (LES): mais comuns

A
  • Cutâneo-mucoso: alopécia não cicatricial, úlceras orais indolores; em quadro agudo rash malar em asa de borboleta e fotossensibilidade inespecífica; no subagudo com rash sem relação com fotossensibilidade; no crônico pode ter alopécia cicatricial; fenômeno de Raynaud
  • Osteoarticular: Mialgia, necrose avascular (ex: cabeça de fêmur), poliartrite (Jaccoud, não faz erosão; fazer Ddx com AR)
  • Hematológico: Anemia de doença crônica (normo normo, ferritina aumentada), hemolítica imune (CI positivo, BI alta, TGO alta), trombocitopenia, leucopenia por linfopenia, espleno e linfadenomegalia. Síndrome de Evans: anemia hemolítica imune + trombocitopenia.
  • Renal: Nefrite lúpica (aumenta morbidade por virar DRC e dialítico); na prova tem diagnóstico recente de LES e queixa de hematúria, urina espumosa, edema, HAS, leucocitúria, cilindros, queda de TFG, marcadores Anti-DNAds, queda de C3/C4, aumento de provas inflamatórias; biópsia padrão full house.
247
Q

Clínica de Lupus (LES): outros

A
  • Serosite: pleurite e pericardite
  • Pode ser também cardiopulmonar (miocardite/endocardite de Libman-Sacks, pneumonite, síndrome do pulmão encolhido) e neuropsiquiátrico (transtorno de humor, psicose lúpica nos primeiros 5 anos de doença, delirium, meningite asséptica, polineuropatia, mononeurite, convulsão)
  • Pode ter astenia, anorexia, perda de peso, febre, linfonodomegalia
248
Q

Clínica de Lupus (LES): Classes de Nefrite

A
  • I: Alteração mesangial mínima. Tem imunocomplexos em mesângio, sem alteração clínica, sem necessidade de tratamento.
  • II: Mesangial proliferativa: Imunocomplexos e células inflamatórias em mesângio, proteinúria e hematúria macroscópica, sem necessidade de tratamento
  • III: Proliferativa focal: Imunocomplexos subendoteliais + infiltração glomerular (<50%), hematúria e proteinúria subnefrótica + cilindrúria + azotemia (aumento de escórias), necessita de tratamento com imunossupressão
  • IV: Proliferativa difusa: Imunocomplexos subendoteliais + infiltração glomerular (>50%), hematúria e proteinúria nefrótica + cilindrúria + azotemia, necessita de tratamento com imunossupressão. É a forma mais grave e mais frequente de nefrite.
  • V: Membranosa: Imunocomplexo subepiteliais, proteinúria nefrótica sem azotemia. Necessita de manejo de síndrome nefrótica, imunossupressão se evolução desfavorável.
  • VI: Esclerose avançada: Fibrose >90% dos glomérulos. Manejo como DRC.
249
Q

FAN no Lupus

A

FAN
- Denso: Não patológico
- Nuclear homogêneo: Mais específico para Lupus, associada com Anti-DNA e Anti-histona
- Nuclear pontilhado grosso: Mais específico, relação com Anti-Sm e Anti-RNP
- Nuclear pontilhado fino: Relação com Anti-SSA (Anti-Ro) e Anti-SSB (Anti-La) - relacionados a Sd de Sjogren
- Nucleolar: Relação com Anti-Scl70 (esclero)
- Centromérico: Relação com Anti-Centrômero

250
Q

Autoanticorpos no Lupus

A
  • Anti-DNA: Sugestivo de atividade renal
  • Anti-Sm: Mais específico de LES
  • Anti-SSA e SSB: Sd de Sjogren/Esclerose sistêmica, LES, AR, LES neonatal
  • Anti-RNP: Doença mista do tecido conjuntivo, LES
  • Anti-P: LES (Psicose lúpica)
  • Anti-histona: LES fármaco-induzido
251
Q

Critérios ACR/EULAR 2019 de Lupus

A
  • FAN não é critério diagnóstico, é de entrada (negativo nem entra). Se <1:80 não é LES, se > ou igual, ver critérios aditivos.
  • LES se > ou igual a 10

Critérios aditivos
- Constitucional: Febre (2)
- Hematológico: Leucopenia (3), Trombocitopenia (4), Hemólise autoimune (4)
- Neuropsiquiátrico: Delirium (2), Psicose (3), Convulsão (5)
- Mucocutâneo: Alopecia não cicatricial (2), Úlceras orais (2), lupus cutâneo subagudo ou discoide (4), lupus cutâneo agudo (6)
- Serosa: Derrame pleural ou pericárdio (5), pericardite aguda (6)
- Musculoesquelético: Sinovite em >2 articulações ou dor em >2 articulações e rigidez matinal >30 minutos (6)
- Renal: Proteinúria >0,5/24h (4), nefrite lúpica classe II ou V (8), classe III ou IV (10)
- Anticorpos: Anti-dsDNA e Anti-Sm (6)
- Complemento: C3 ou C4 baixo (3), C3 E C4 baixo (4)
- Anticorpo antifosfolipídeos: Anticardiolipina, anti-B2 glicoproteína1 e anticoagulante lúpico (2)

252
Q

Tratamento de LES

A
  • Filtro solar (FPS>30), contracepção no menacme, Cloroquina para todos os pacientes, atividade física, tratar síndrome metabólica, evitar tabagismo

Imunossupressão
- Cutâneo/articular: Cloroquina + cascata de corticoide; metotrexato pode ser associado
- Serosite: AINE/cascata de corticoide, metotrexato também é opção
- Hematológico: Anemia hemolítica avaliar corticoide sistêmico ou pulso (quando maior gravidade), trombocitopenia corticoide sistêmico ou pulso, leucopenia não precisa tratar
- Nefrite lúpica: I, II (IECA/BRA) e VI (manejo DRC); III e IV (ciclofosfamida/micofenolato); V (manejo de síndrome nefrótica/corticoide sistêmico). Indução com pulso de metilprednisolona + micofenolato ou ciclofosfamida nos primeiros 6 meses e depois manutenção com micofenolato ou azatioprina por 3 anos.
- Neuropsiquiátrico: AVC, vasculite de SNC, neurite periférica, mielite faz ciclofosfamida e corticoide sistêmico; humor e cefaleia tratamento tradicional

253
Q

LES farmacoinduzido

A
  • Fan Homogêneo e Anti-Histona
  • Medicamente de maior risco é Procainamida e o mais comum é a Hidralazina. Pode ser também por anti-TNF, isoniazida, metildopa, IECA, carbamazepina.
254
Q

Esclerose sistêmica: Características

A
  • Disfunção vascular com característica fibrosante
  • Mais comum em negras de 25-55 anos
  • Autoimunidade gera dano vascular e deposição de colágeno. Pode causar isquemia vascular (úlceras, crise renal e HAP tipo 1) e fibrose (pele, pulmão, esôfago, coração).
255
Q

Esclerose sistêmica: Clínica

A
  • Cutâneo: Fase edematosa, fibrótica e atrófica. Pode ser difusa ou limitada (em extremidades e face). Há espessamento cutâneo (próximo das MCFs) - Escala de rodnan; Microstomia (VAD); Telangiectasias, úlcera em polpa digital, Raynaud
  • TGI: Esofagopatia (DRGE, aumento do risco de neoplasia), Estômago (dismotilidade), delgado e grosso (dismotilidade, disabsorção e supercrescimento bacteriano)
  • Respiratória: HAP (na cutânea limitada), fibrose pulmonar (na difusa)
  • Renal: Crise renal esclerodérmica: vasoconstrição, associada a corticoide, pode evoluir para lesão terminal e óbito. Tratamento com IECA. Quadro de HAS acelerada + rápida perda de função renal + cefaleia, distúrbio visual e encefalopatia.
  • Cardíaco: derrame pericárdico, fibrose miocárdica
256
Q

Esclerose sistêmica: Exames laboratoriais e Diagnóstico

A
  • FAN positivo em 90% dos casos. Padrão pode ser centromérico (anticorpo anticentrômero), nucleolar (anti-Scl-70).
  • Capilaroscopia periungueal (passa a ter rarefação de capilares, ectasia, micro-hemorragias)
257
Q

Esclerose sistêmica: Formas de aparecimento clínico

A
  • Esclerodermia localizada: Manifestação apenas dermatológica, não evolui para sistêmica e não precisa de tratamento
  • Esclerose sistêmica sine esclerodermia: Manifestação visceral sem acometer pele
  • Esclerose sistêmica cutânea limitada: espessamento cutâneo limitado, HAP, Raynaud pode preceder a doença. Anticorpo anticentrômero. Pode ter o Fenótipo CREST: Calcinose, Raynaud, Esofagopatia, eSclerodactilia, Telangiectasia
  • Esclerose sistêmica cutânea difusa: Espessamento cutâneo difuso, doença pulmonar intersticial (fibrose), Raynaud coincide com sintomas, crise renal esclerodérmica. Anticorpo anti-Scl-70.
258
Q

Esclerose sistêmica: Tratamento

A
  • Manejo das demandas do paciente, ausência de medidas preventivas, progressão é insidiosa
  • Espessamento cutâneo: Metotrexato ou Ciclofosfamida
  • Raynaud: Bloqueador de canal de cálcio ou Sildenafila.
  • Doença pulmonar intersticial ativa: Ciclofosfamida ou Micofenolato; na crônica faz Nintedanib.
  • HAP: Sildenafil (inibidor da PDE-5), Antagonista dor receptor de endotelina (ambisentrana), análogo de prostaciclina (iloprost)
259
Q

Síndrome de Sjogren: Características

A
  • Colagenose mais prevalente
  • Mais comum em mulheres (10:1) de idade avançada (40-60 anos)
  • Primário: Sjogren sem outra doença reumática (cai mais em prova); Secundária: Associada a outras doenças reumáticas
  • Linfócitos hiperativados infiltram tecidos glandulares exógenos: síndrome seca, manifestações extra-glandulares e aumento do risco de linfoma
260
Q

Síndrome de Sjogren: Clínica

A
  • Glândulas exócrinas: Xeroftalmia + risco de úlcera de córnea, Xerostomia + risco de doenças odontológicas, tosse seca, xerose cutânea, dispareunia, parotidite de repetição
  • Extra-glandulares: Artrite (60%), doença pulmonar intersticial (15%), hematológico (“LES like”), cutâneo, renal (ATR tipo I)
261
Q

Síndrome de Sjogren: Laboratório

A
  • FAN: pontilhado fino, 80% de positividade
  • Autoanticorpos: Anti-SSA (Ro) e Anti-SSB (La)
  • FR (80%)
  • Crioglobulina (16%)
  • Eletroforese com hipergamaglobulinemia
262
Q

Síndrome de Sjogren: Testes funcionais

A
  • Teste de Schirmer: Lágrima. Não molha quase no Sjogren
  • Coloração: Rosa Bengala/Fluoresceína
  • Sialometria
  • Cintilografia de glândulas salivares
  • Biópsia de glândulas salivares: quantificar grupamentos/focos linfocitários
263
Q

Síndrome de Sjogren: Tratamento

A
  • Sintomas secos: Colírio lubrificante, saliva artificial, bala de xilitol
  • Artrite: Cloroquina ou Metotrexato
  • Se comprometimento orgânico grave: imunossupressão
264
Q

Miopatias inflamatórias

A
  • Fraqueza muscular proximal e elevação de marcadores de lesão muscular. Pode ter acometimento extra-muscular
  • Mais comum mulheres (3:1) e faixa etária de 40-50 anos.
265
Q

Fisiopatologia das miopatias inflamatórias

A

-Polimiosite: Lesão muscular mediada por imunidade celular
- Dermatomiosite: Lesão muscular mediada por mecanismo vasculítico

266
Q

Clínica da Polimiosite

A
  • Fraqueza muscular proxima, simétrica, insidiosa e progressiva
  • Acomete região cervical: dificuldade de manter a cabeça ereta
  • Disfagia de condução
  • Poupa a face
  • Não tem déficit neurológico
  • Dor leve ou ausente
  • Artrite (50%)
  • Doença pulmonar instersticial (10%) - PINE
267
Q

Clínica da Dermatomiosite

A
  • Quadro muscular da polimiosite + quadro dermatológico
  • Sinal do xale: hiperemia em região fotoexposta
  • Heliotropo: hiperemia periorbitária
  • Pápulas de Gottron: pápulas hiperemiadas em superfícies extensoras
  • 15% tem neoplasias. >50% em pacientes com >50 anos. Fazer screenings de acordo com a faixa etária ou clínica.
268
Q

Laboratório e exames complementares de miopatias inflamatórias

A
  • CPK, aldolase, TGO, LDH, FAN, Anti-Jol, Anti-Mi2.
  • Eletroneuromiografia: padrão miopático
  • RM: inflamação ativa
  • Biópsia muscular: Polimiosite com infiltrado inflamatório endomisial (CD8+); Dermatomiosite: infiltrado inflamatório perivascular perimisial
269
Q

Tratamento de miopatias inflamatórias

A

Inicial
- Corticoide sistêmico 1mg/kg/dia com desmame lento
- Cloroquina (dermatomiosite)

Reativação ou quadro grave
- Corticoide sistêmico
- Imunossupressor: Metotrexato/Azatioprina

Doença agressiva
- Pulso com metilprednisolona
- Imunossupressor

270
Q

Síndrome anti-sintetase

A
  • Anti-Jol positivo
  • Artrite erosiva
  • Raynaud
  • Fibrose pulmonar
  • Mão de mecânico
271
Q

Miosite por corpúsculos de inclusão

A
  • Miopatia pseudo inflamatória
  • Acomete musculatura distal, insidiosa e assimétrica
  • Menor elevação de marcadores de lesão muscular
  • Mais comum em homens e idade avançada
  • Biópsia
272
Q

Miopatia por corticoide

A
  • Fraqueza muscular proximal
  • Ausência de elevação de marcadores de lesão muscular
  • Ausência de inflamação na RM
  • Tratamento: desmame de corticoide com melhora do quadro
273
Q

Pneumonia: Definição

A
  • Infecção agudo do trato respiratório inferior com infiltrado pulmonar novo em exame de imagem.
  • Há preenchimento do espaço alveolar por infiltrado necroinflamatório: leucócitos e exsudato purulento (debris celulares, neutrófilos e bactérias)
  • PAC: Não hospitalizados ou hospitalizados por <48 horas.
  • Nosocomial: Hospitalizados por >48 horas.
  • Associada aos cuidados de saúde: Hospitalizados nos últimos 3 meses, receberam ATB IV, QMT, tratamento de diálise, oriundos de asilos ou casas de saúde
274
Q

Pneumonia típica

A
  • Pneumocócica ou por bactérias identificáveis no Gram ou cultura.
  • Quadro hiperagudo (2/3 dias), febre alta 39/40°C, calafrios, DT pleurítica, tosse produtiva com expectoração purulenta (esverdeada).
  • Streptococcus pneumoniae (diplococo).
  • EF com prostração, taquipneia, taquicardia, hipertermia, estertores inspiratórios, síndrome de consolidação, derrame pleural.
  • Laboratório com leucocitose neutrofílica, GSA com alcalose respiratória (pela hiperventilação), acidose metabólica (sepse); hipoxemia grave (<60), acidose metabólica ou respiratória = pior prognóstico
  • Comorbidades (idosos) podem deixar o quadro não tão típico: prostrado, desorientado ou taquidispneia.
275
Q

Pneumonia atípica

A
  • Microorganismos não corados pelo Gram ou que não crescem em culturas para germes comuns. Ex: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Legionella pneumophila.
  • Subagudo: 10 dias para início dos sintomas
  • Sintomas de síndrome gripal: dor de garganta, mal-estar, mialgia, cefaleia, tosse seca sem expectoração (principal achado), febre.
  • Leucocitose neutrofílica em 20% dos casos
  • Mycoplasma pneumoniae é o mais comum
  • Dissociação clínico-radiológica importante
  • Diagnóstico: Clínica + EF + Imagem
  • Imagem: Rx de tórax. Padrão de acometimento pode sugerir a etiologia:
276
Q

Relação da imagem do Rx de tórax com etiologia na pneumonia

A
  • Pneumonia lobar: S. pneumoniae (mais comum em todos os casos).
  • Pneumonia do lobo inferior direito: Anaeróbios orais (aspiração)
  • Abscesso pulmonar/lesão cavitária: Anaeróbios orais, S. aureus, Klebsiella pneumoniae, Nocardia, fungos
  • Infiltrado intersticial: Patógenos atípicos (Legionella, Mycoplasma, Chlamydophila), vírus
  • Derrame pleural/empiema: Anaeróbios orais, estreptococos do grupo anginosus-constellatus, S. aureus, S. pneumoniae
277
Q

Diagnóstico de pneumonia

A
  • TC de tórax: melhor opção em obesos, em quadro de suspeita de infecção fúngica e casos atípicos.
  • US: consolidações subpleurais (padrão C), sinal da hepatização.
  • Laboratório: Hemograma (leucocitose), GSA, função renal, eletrólitos, função hepática, PCR, procalcitonina.
  • Escarro: Solicitado se paciente for internado, usou ATB IV nos últimos 3 meses. No CTI: aspirado de secreçãp traqueal.
  • Hemocultura: Feita em neutropênicos: asplênicos, DRC, deficientes de proteínas do complemento, PAC grave: internação com ATB empírico para MRSA ou Pseudomonas aeruginosa.
278
Q

CURB-65 e PSI-PORT

A

C: Confusão mental
U: Ureia >50
R: FR>30irpm
B: Blood pressure: PAS<90mmHg ou PAD<60mmHg
65: 65 anos ou mais

0-1: Ambulatorial/ 2: Inicia ambulatorial e retorno em 48h ou antes se piora evolutiva (sem repetir imagem); na prática interna)/ 3-4 interna/ 5: CTI

  • PSI-PORT: 5 classes de gravidade. I e II ambulatorial, III individualiza, IV e V interna e no V considera UTI
279
Q

Tratamento de pneumonia

A
  • Tempo: Ambulatorial feito por 5-7 dias e internado por 7-10.
  • Ambulatorial: Betalactâmicos ou macrolídeos: Amoxicilina, Amoxicilina + Clavulanato, Azitromicina ou Claritromicina. Se FR, doença grave ou uso recente e ATB: betalactâmico + macrolídeo: amoxicilina + azitromicina; ou quinolonas se alergia: levofloxacino ou moxifloxacino (problemas: induz resistência, colite por clostridium, dificulta identificação e o diagnóstico de TB).
  • Internado em enfermaria: Cefalosporina de 3ª + Macrolídeo: Ex: Ceftriaxona + Azitromicina; Ampicilina/Sulbactam + Macrolídeo (para cobrir anaeróbios e atípicos): Quinolonas sozinhas.
  • UTI: Cefalosporina de 3ª + Macrolídeo ou Ampicilina/Sulbactam + Macrolídeo ou Cefalosporina de 3ª + Quinolona respiratória. UTI precisa de 2 ATBs, não retira mesmo se cultura indicar essa possibilidade.
280
Q

Pneumonia nosocomial e associada a VM: Definição, etiologia, FR e conduta

A
  • Nosocomial: 48h após internação
  • VM: 48h após intubação e VM; associada a infiltrado novo no Rx de tórax + critérios clínicos-laboratoriais (febre, leucocitose, alteração do aspecto da secreção/piora da oxigenação).
  • Etiologia: Bastonetes Gram-negativos (Pseudomonas), Cocos Gram-positivos (S. aureus resistente à meticilina: MRSA). Em imunodeprimidos pensar em fungos.
  • FR para pseudomonas e MRSA: ATB IV nos últimos 3 meses
  • FR para pseudomonas: doença estrutural pulmonar (fibrose cística, bronquiectasia)
  • FR para MRSA: tratamento em local com >20% dos S. Aureus são MRSA, uso de droga injetável, infecção prévia por Influenza, uso de cateter permanente.
  • Coletar escarro, secreção traqueal para Gram e cultura, hemoculturas.
281
Q

Pneumonia nosocomial e associada à VM: Tratamento

A
  • Sem VM/choque séptico nem FR para pseudomonas e MRSA: Tratar como PAC com indicação de internação - Ex: Ceftriaxona + Azitromicina.
  • VM/choque séptico, FR para pseudomonas ou MRSA: Piperacilina-tazobactam (+ vancomicina ou linezolida se FR para MRSA), cefepime, meropenem.
282
Q

Definição e achados de derrame pleural

A
  • Acúmulo de líquido entre a pleura visceral e parietal
  • Sintomas: dispneia, trepopneia, DT, tosse
  • EF: redução ou abolição do MV, (sub)macicez à percussão
  • Rx: Velamento do seio costofrênico; Parábola de Damoiseau. Desvio da traqueia contralateral (atelectasia é ipsilateral)
  • USG: “Barbatana de tubarão”
283
Q

Rx no pneumotórax

A

Ausência de trama vascular, desvio do mediastino para o lado oposto.

284
Q

Conduta no derrame pleural

A
  • Derrame novo >1cm: toracocentese diagnóstica. Aspecto macroscópico: seroso, serossanguinolento, hemorrágico, purulento. Se pus: empiema pleural; se sangue: derrame maligno, embolia pulmonar, trauma
285
Q

Avaliação do líquido da toracocentese no derrame pleural

A

Solicitar:
- Celularidade com diferencial: predomínio de neutrófilos sugere etiologia bacteriana
- Proteína do líquido pleural e sérica + LDH pleural e sérica: Critérios de Light
- Glicose: se muito consumida, pensar em etiologia bacteriana
- pH, cultura e gram: usar em derrame pleural complicado
- citologia oncótica: se suspeita de CA
- ADA: >35-40 + infiltrado linfocitário é sugestivo de TB pleural. Também elevado em empiema e linfoma.
- Triglicerídios: quilotórax (trauma ou linfoma)

286
Q

Critérios de Light

A

Diferenciar transudato x exsudato. Se pelo menos 1 presente = exsudato

  • Proteína pleural/proteína plasmática >0,5
  • LDH pleural/LDH plasmática >0,6
  • LDH >200U/L (ou > 2/3 o limite superior da normalidade)

Exsudato: Doença pleuropulmonar como TB, pneumonia, TEP, CA pulmonar. Mais comum ser unilateral.
Transudato: Doença sistêmica como IC, cirrose hepática, síndrome nefrótica. Mais comum ser bilateral.

287
Q

Derrame pleural complicado

A
  • Aspecto: claro ou turvo
  • pH: <7,3, LDH >1.000, glicose <40
  • Bactérias no Gram, cultura positiva
  • Empiema = purulento
  • Tratamento: drenagem torácica + ATB
288
Q

Derrame pleural: Tratamento

A
  • 1º: Tratar a causa de base
  • Se empiema: drenar
  • Toracocentese de alívio: quando não há indicação de drenagem pleural porém com insuficiência respiratória, derrame de grande monta
289
Q

Critérios de síndrome gripal

A

Quadro respiratório agudo com pelo menos 2 sintomas abaixo:
- Febre
- Calafrio
- Odinofagia
- Cefaleia
- Artralgia
- Mialgia
- Anosmia ou ageusia

Obs: Covid acomete TGI (diarreia)

290
Q

Definição de SARA (SRAG)

A

Quadro de síndrome gripal com:
- Dispneia, desconforto respiratório, taquipneia, hipoxemia, cianose, SatO2 <95%.

291
Q

Definição de Influenza

A
  • Vírus de RNA. Tipos A, B, C e D. A e B mais importantes (A causa pandemia). Mais comuns foram H1N1 e H3N2: h de hemaglutinina e N de neuraminidase.
  • FR: grávidas e puépera até 2 semanas pós-parto, >60 e <5 anos, indígena, <19 anos em uso de AAS (risco de Sd de Reye), comorbidades associadas.
  • Antivirais: Tamiflu/Oseltamivir; Buscam prevenir desfechos graves. Tratam formas graves e vulneráveis, hospitalizados ou FR para gravidade. Usar até 5 dias dos sintomas
  • Corticoide não tem benefício
  • Vacina no SUS é trivalente: H1N1, H3N2 e circulante influenza B. Tem tetravalente no privado. Feito anualmente para população vulnerável. Alvos da campanha são idosos >60 anos, trabalhadores da saúde, crianças de 6m a 4a 11m 29d, gestantes e puérperas, indígenas, professores, comorbidades, pessoas com deficiência permanente.
292
Q

Atuação do pâncreas na regulação da glicemia: pós-prandial

A

Carboidrato -> Glicose. Há absorção no TGI e liberação de incretinas (GLP-1 e GIP), que estimulam a liberação de insulina e bloqueiam a produção de glucagon, e liberação de insulina pelas células Beta-pancreáticas. Há a insulina e a pró-insulina, mais estável, que é composta pelo peptídeo C, dosado para avaliar a produção de insulina pelo pâncreas.
Insulina é anabólico, estimulando a glicogênese, lipogênese e síntese proteica, o que diminui a glicose sérica. O receptor da insulina é, na maioria das células, o SGLT4 (no cérebro e pâncreas não há dependência de insulina para absorver glicose). Há uma enzima, a DPP-4, que degrada as incretinas.

293
Q

Atuação do pâncreas na regulação da glicemia: jejum

A

Há queda da glicemia sérica, da insulina, e aumento dos contra-insulínicos catabólicos (glucagon - produzido pelas células alfa pancreáticas -, adrenalina, cortisol, GH), que geram glicogenólise, gliconeogênese, lipólise, proteólise, diminuindo a glicemia. No DM, há uma falta de insulina total ou parcial e estado permanente de jejum.

294
Q

Clínica da DM

A
  • Inicia assintomático
  • 4 Ps: perda ponderal, poliúria, polidipsia, polifagia. Mais comum em DM2 grave e DM1 súbito.
295
Q

Diagnóstico da DM

A
  • Glicemia de jejum: Normal <100, Pré-DM 100-125, DM > ou igual a 126
  • 2h após TOTG 75g: Normal <140, Pré-DM 140-199, DM > ou igual a 200
  • HbA1c: Normal <5,7%, Pré-DM 5,7-6,4%, DM > ou igual a 6,5%.
  • Necessário 2 exames alterados OU sintomas de hiperglicemia + glicemia ao acaso >200. Se 1 exame normal e outro alterado, repetir o alterado.
  • Falseadores da hemoglobina glicada: Falso aumento pode ser por esplenectomia; falsa redução por anemia hemolítica e sangramentos.
296
Q

DM 1: Classificação

A
  • Jovens (<30 anos) e magros
  • Marco de início de doença bem definido
  • Apresentação abrupta: Cetoacidose
  • Destruição de >90% da célula B; há um hipoinsulinismo absoluto e peptídeo C <0,6.
  • Tratamento apenas com insulina.
  • Pode ser autoimune (1A; pesquisar anti-GAD, antitirosina fosfatase) ou idiopática (1B)
297
Q

DM 2: Classificação

A
  • Mais frequente (70-80%) e com maior participação genética
  • Tem resistência à insulina: hipoinsulinismo relativo, acantose nigricans, hipertrigliceridemia.
  • Paciente >40 anos, sobrepeso ou obesidade, HF
  • Geralmente assintomático. Tende a ter manifestações tardias e complicações.
298
Q

Quando pedir exames para diferenciar DM1 x DM2

A
  • Quadros atípicos: Clínica de DM2 em crianças ou de DM1 em adultos, necessidade de insulina com <1 ano do diagnóstico no adulto jovem, CAD que depois não precisa de insulina (Flatbush).
  • Pode solicitar autoanticorpos, sendo o Anti-GAD o mais sensível.
299
Q

Tratamento na Pré-DM

A
  • Todos: MEV
  • Metformina se: <60 anos, IMC >35, HP de DM gestacional, Sd metabólica com hipertensão, glicemia de jejum >110.
300
Q

Metas terapêuticas na DM

A

HbA1c
- Geral: <7,0 geral, <7,5 em idosos saudáveis
- Idoso comprometido: <8,5
- Idoso muito comprometido: evitar sintomas.

Jejum e pré-prandial
- Geral: 80-130
- Idoso comprometido: 90–150
- Idoso muito comprometido: 100-180

2h após refeição
- Geral e idoso comprometido: <180

  • Idoso comprometido: alteração funcional/cognitiva leve, CA, AR, IC, depressão, DPOC, parkinson, IAM, AVC, DRC
  • Idoso muito comprometido: alteração funcional/cognitiva grave, doença terminal, CA metastático, IC NYHA IV/V, DPOC com O2, TRS
301
Q

Antidiabéticos não insulínicos: Classes e função

A
  • Diminuem a resistência periférica à insulina: Biguanidas (Metformina)* e Glitazonas (Pioglitazona)
  • Aumentam a secreção de insulina: Sulfonilureias (contínua; Glibenclamida, Glicazida, Glimepirida) e Glinidas (pós-prandial; Glinida - repa, nate)
  • Aumentam a incretina: Análogos GLP-1 (Glutidas - lira, sema)* e Inibidores da DPP-4 (Gliptinas - vilda, sita, lina)
  • Diminuem a reabsorção tubular de glicose: Inibidores da SGLT2 (Glifozinas - dapa, empa, cana)*
  • Diminuem a absorção de glicose: Inibidor da alfa glucosidase (Acarbose)
302
Q

Tratamento DM: Biguanidas - Metformina

A
  • Mecanismo: Diminuem a resistência periférica à insulina e a produção hepática de glicose
  • Droga: Metformina: usar até 2g
  • Pontos positivos: Diminuem o risco CV e complicações macro e microvasculares, reduz HbA1c em 1-2%, melhora perfil lipídico, diminuição do peso. É 1ª escolha.
  • Pontos negativos: Intolerância gastrointestinal, diminuem absorção de B12 e acidose lática
  • Contraindicações: Gravidez, IR com TFG <30, Insuficiências hepáticas, cardíaca, pulmonar (aguda) e acidose grave.
303
Q

Tratamento DM: Glitazonas

A
  • Mecanismo: Reduz a resistência periférica à insulina em músculos, adipócitos e hepatócitos.
  • Droga: Pioglitazona
  • Pontos positivos: Melhora o perfil lipídico e diminui a redução indireta de esteatose hepática.
  • Pontos negativos: Retenção hídrica (descompensa IC), anemia, ganho de peso, aumento do risco de fraturas (desmineralização óssea).
  • Contraindicações: Insuficiência hepática, IC classe III e IV, osteoporose, gestação.
304
Q

Tratamento DM: Secretagogos; Sulfonilureia

A
  • Mecanismo: Aumento da secreção basal de insulina
  • Droga: Glibenclamida, Glicazida
  • Pontos positivos: Reduz HbA1 de 1-2%, baixo custo e MODY.
  • Pontos negativos: Hipoglicemia, ganho de peso, não atua no DM2 avançado (falência pancreática e peptídeo C diminuído)
  • Contraindicações: Gestação, IR com TFG <30 e Insuficiência hepática.
305
Q

Tratamento DM: Secretagogos; Glinidas

A
  • Mecanismo: Aumentam a secreção pós-prandial de insulina
  • Droga: Repaglinida e Nateglinida
  • Pontos positivos: Baixo custo, usado em insuficiência hepática e renal (TFG <15)
  • Pontos negativos: Hipoglicemia e ganho de peso discreto
306
Q

Tratamento DM: Incretinomiméticos; Análogos do GLP1

A
  • Mecanismo: Atuam no receptor de GLP1, aumentam a síntese e secreção de insulina, reduz HbA1c em 0,5-1,5%, reduzem glucagon, retardam o esvaziamento gástrico
  • Droga: Liraglutide, Semaglutide
  • Pontos positivos: Diminuem o apetite, o peso, a PAS, risco CV
  • Pontos negativos: Efeito gastrointestinal, alto custo, via de administração SC, pancreatite aguda
  • Contraindicações: Pancreatite aguda, carcinoma medular de tireoide, TFG <15, uso com iDPP4

Obs: Só estimulam a quantidade necessária de insulina, sem risco de hipoglicemia ou ganho de peso

307
Q

Tratamento DM: Incretinomiméticos; Inibidores da DPP4 (Gliptinas)

A
  • Mecanismo: Inibem a DPP4 e consequente aumento de GLP1, aumenta a síntese de insulina e reduz glucagon
  • Droga: Sitagliptina, linagliptina, saxagliptina
  • Pontos negativos: Angioedema, urticária, sem impacto sobre o peso, pancreatite aguda, aumento de internação por IC (saxa), dor articular
  • Contraindicações: DRC avançada, HP de pancreatite aguda, hipersensibilidade
308
Q

Tratamento DM: Inibidores da SGLT2

A
  • Mecanismo: Diminuem a reabsorção tubular de glicose inibindo a SGLT2 (receptor que reabsorve) no túbulo proximal, gerando glicosúria devido ao aumento da excreção.
  • Droga: Dapaglifozina, Empaglifozina
  • Pontos positivos: Diminuição de peso e PAS, de eventos CV, internação por IC e progressão de DRC diabética
  • Pontos negativos: Infecção genital (fúngica) e urinária, poliúria, depleção de volume (hipotensão) e CAD euglicêmica
  • Contraindicações: DRC moderada a grave com Cl Cr <25-45.
309
Q

Tratamento DM: Inibidor da Alfa Glucosidase

A
  • Mecanismo: Diminui a absorção intestinal de carboidratos -> diminui a glicemia pós-prandial
  • Droga: Acarbose
  • Pontos positivos: Hipoglicemia pós-prandial idiopática, Sd dumping precoce pós-bariátrica
  • Pontos negativos: Diarreia, flatulência e meteorismo
  • Contraindicações: Má-absorção intestinal (DII) e TFG <25.
310
Q

Sequência de tratamento de DM

A
  • Todos: MEV
    1ª droga: Metformina
    2ª droga (independente da HbA1c)
  • Se DCV alto risco: Agonista GLP1 ou inibidor da SGLT2 (empa ou cana)
  • IC: Inibidor da SGLT2 (empa > dapa > cana)
  • DRC ou nefropatia diabética: Inibidor da SGLT2 (cana > dapa > empa)
  • 3ª droga: A que estiver faltando, ou seja, agonista GLP1 ou Inibidor SGLT2
  • Se meformina proibida: Na DRC IV (TFG 15-30) usar análogo GLP1 ou iDPP4; na DRC V (TFG <15) usar Lina/Evogliptina ou Glinidas.
311
Q

Sequência de tratamento na DM: paciente sem DCV, DRC ou IC

A
  • Todos: MEV
    1ª droga: Metformina
    2ª droga:
  • Controle da glicemia: Inibidor de DPP4, agonista de GLP1, inibidor de SGLT2, Glitazona
  • Esteatose hepática: Pioglitazona
  • Perda de peso: Agonista GLP1, inibidor SGLT2
  • Custo (SUS): Sulfonilureia ou Glitazona
  • Refratário: Associar droga com melhor efeito na glicemia
  • Insulina: Refratário ao tratamento ou DM2 descompensada: sintomático, GJ > 250, glicemia aleatória >300, HbA1c >9%.
312
Q

Tratamento no DM1: Insulinização

A

NPH
- Início de ação: 2-4h
- Pico: 4-10h
- Duração: 10-18h

Regular
- Início de ação: 30-60 minutos
- Pico: 2-3h
- Duração: 5-8h

Análogos de ação rápida (asparte, lispro e glulisina)
- Início de ação: 5-15 minutos
- Pico: 30-120 minutos
- Duração: 3-5h

Análogos de ação longa (Glargina U100 e Detemir)
- Início de ação: G 2-4h/ D 1-3h
- Pico: G mínimo/D 6-8h
- Duração: G 20-24h/D 12-20h

313
Q

Tratamento no DM1

A

Dose diária total
- 0,4-1,0 UI/kg/dia
- 50% basal (NPH ou ação longa; simulam a insulina basal: pré-prandial e jejum) e 50% bolus (regular ou análogos rápidos; simula a insulina pós-prandial, administradas antes do almoço).
- Lua de mel: 0,3-0,5 UI/kg/dia

Controle com glicemia capilar: 7-8 pontos
- Mínimo 4x ao dia: antes do café, almoço e jantar + ao deitar
- Ideal 6x ao dia: + 2h depois de almoço e jantar
- 1x no mês: medir de madrugada (03-04h da manhã)
- A cada 3/4 meses: 7x ao dia (pré e pós-prandial + ao deitar) por 3 dias.

314
Q

Meta na DM1

A
  • Jejum e pré-prandial: Geral 80-130 e idoso comprometido 90-150
  • 2h após refeição: <180
  • Evitar hipoglicemia
  • Glicemia pré-prandial: Ajustar NPH
  • Glicemia pós-prandial: Ajustar regular
315
Q

Hiperglicemia matinal na DM1

A
  • Fenômeno do Alvorecer: Hiperglicemia na madrugada + pico matinal dos contra insulínicos (cortisol). Deve aumentar a dose da basal ao deitar ou mudar o horário (aplicar após 22h).
  • Efeito Somogy: Hipoglicemia na madrugada + hiperglicemia matinal de rebote. Deve reduzir a dose basal ao deitar ou aumentar a ingesta alimentar na ceia.
316
Q

Insulinoterapia no DM2

A
  • Maior eficácia na glicemia
  • Ponto negativo: Ganho de peso (anabolismo)
  • Risco de hipoglicemia
  • Pode iniciar com insulina bedtime: 10UI ou 0,2U/kg antes de dormir - controla a glicemia no início do dia. Suspende secretagogos (estimulam insulina, risco de hipoglicemia) e mantém a metformina.
317
Q

Tratamento DM intra-hospitalar

A
  • Antidiabéticos não insulínicos tem risco de disfunção orgânica, logo são substituídos pela insulina.
  • Alvo glicêmico de 140-180 (ambiente de estresse libera hormônios contra insulínicos, sendo mais tolerante com a glicemia)
  • Paciente não crítico: Basal-bolus (0,4-0,5U/kg/dia) com resgate de regular
  • Paciente crítico: insulina em BIC
318
Q

Cetoacidose diabética: Definição

A
  • Deficiência absoluta de insulina
  • Precipitada por infecção, má-aderência ao tratamento, primo-descompensação (DM1)
  • Ausência de insulina gera hiperglicemia (+ desidratação) e lipólise (libera ácidos graxos e cetoácidos, com cetonemia, e acidose metabólica de ânion gap aumentado).
  • Mais comum no DM1 e que geralmente não sabe que tem DM. Tem os 4 Ps associados e dor abdominal simulando AA. Pode ter respiração de Kussmaul e evoluir com RNC ou coma.
  • Critérios: Glicemia >250, pH <7,3 com HCO3 <15-18 de AG >10-12 e Cetonemia ou cetonúria > +3/4.
319
Q

Cetoacidose diabética: Tratamento

A
  • VIP
  • Volemia: No choque hipovolêmico dar 1-1,5L/h até estabilizar. Se ausência de hipotensão avaliar o sódio corrigido. Se >135 oferecer NaCl 0,45% e se <135 NaCl 0,9%. Feito 250-500 ml/h. Quando glicemia <200-250 associar SG 5%.
  • Potássio: Se <3,3 não dar insulina, oferece KCl e mede o K+ após. Se entre 3,3 e 5,3 dar insulina + KCl, medir o potássio se 2/2h e manter entre 4 e 5. Se >5,3 dar apenas insulina e dosar potássio de 2/2h.
  • Insulina: Inicia com 0,1 UI/kg em bolus e mantem em BIC de insulina regular 0,1 UI/kg/h, medindo a glicemia capilar a cada 1 hora. Alvo de queda de 50-70mg/dL por hora. Se queda <50 reduz a velocidade da BIC em 2x, se aumenta >70 diminui a velocidade em 2x. Quando glicemia <200-250 associar SG 5% e NaCl 0,45% em 150-200ml/h + insulina 0,05 UI/kg/h.
  • Bicarbonato: Feito se pH <6,9 oferecendo 100 mEq IV (100ml da solução NaHCO3 8,4%)
  • Fósforo: Se disfunção cardíaca grave, rabdomiólise ou fósforo <1,0 mEq/L.
320
Q

Critérios de resolução da CAD

A

Pelo menos 2 dos 3 seguintes:
- pH > 7,3
- Ânion gap <12
- Bicarbonato >15

321
Q

Conduta após CAD resolvida

A
  • Garantir alimentação ao paciente e nesse momento fazer 1 dose de insulina rápida ou NPH. Desligar a BIC 1 hora após e iniciar esquema basal bolus.
  • Fazer 2/3 basal e 1/3 bolus ou 50/50%; 0,5-0,8 UI/kg/dia; 50-60% da dose total usada na BIC.
322
Q

CAD euglicêmica

A
  • CAD com glicemia <200
  • Causas: Principal é uso de iSGLT2. Tem também gestação, baixa ingesta calórica e uso de insulina antes da admissão hospitalar.
  • Feito insulina. Objetivo é reverter a cetoacidose.
323
Q

Estado hiperosmolar hiperglicêmico

A
  • Deficiência relativa de insulina
  • Critérios: Glicemia >600, Osmolaridade = 2x Na + Glicose/18 + Ur/6, >320 pH >7,3.
  • Mais comum na DM2, descompensado por outra patologia. Tem desidratação intensa e RNC.
  • Tratamento: VIP. Adição do SG 5% na glicemia 250-300. Iniciar basal-bolus quando glicose <250-300.
  • Critério de compensação: Osmoloridade <320 e recuperação do RNC.
324
Q

Hipoglicemia na DM

A
  • Glicemia <70
  • Aumenta morbidade
  • Clínica: Sintomas adrenérgicos (tremores, sudorese, taquicardia, hipertensão) e/ou neuroglicopênicos (cefaleia, tontura, RNC, déficit focal, convulsão, coma).
  • Tratamento: Se consciente, tratar por VO 15g de carbo/30ml Glicose a 50%/ 1 colher de sopa de açúcar; Se RNC: com acesso IV fazer 40ml de Glicose 50% em bolus; sem acesso IV fazer Glucagon 1 ampola IM.
325
Q

Hipoglicemia no não-DM

A
  • Sintomas + Glicemia <55. Avaliar o peptídeo C.
  • Peptídeo C baixo (<0,2 ng/ml) ->Dosar insulina sérica: se alta indica ser exógena, se baixa pensar em tumor produtor de IGF
  • Peptídeo C alto (>0,2 ng/ml) -> Pensar em insulinoma, hipoglicemia autoimune e uso de antidiabético (sulfonilureia/glinida)
326
Q

Complicações crônicas na DM

A

Microvasculares
- Nefropatia
- Retinopatia
- Neuropatia

Rastreio
- DM1: 5 anos após o diagnóstico
- DM2: no momento do diagnóstico
- Nefropatia: albuminúria 24h + TFG (tardio); Retinopatia: fundo de olho + lâmpada de fenda; Neuropatia: sensibilidade térmica + vibratório. Acompanhamento feito anualmente.

327
Q

Retinopatia na DM

A
  • 1ª causa de cegueira adquirida entre 25 e 75 anos
  • Maculopatia diabética: edema macular reversível com tratamento
  • Na DM1 é mais grave e precoce
  • Piora/progressão: mau controle glicêmico e tempo de DM
  • Tratamento: Fotocoagulação, anti-VGF e vitrectomia.
  • Fundoscopia: Hemorragia, exsudatos duros, microaneurisma (alteração mais precoce), neovascularização no disco óptico
  • Classificação: Não-Proliferativa (90%) ou Proliferativa (10%; tem hemorragia vítrea e/ou neovascularização)
328
Q

Neuropatia na DM

A
  • Polineuropatia autonômica: CV, gastroparesia. Pode ter IAM assintomático e no TGI náusea, vômito, dor abdominal, saciedade precoce.
  • Mononeuropatia: acomete 1 nervo
  • Polineuropatia sensitivo-motora (padrão de bota e luva): É a mais comum. Rastrear pé diabético.
  • Pé de Charcot: Artropatia crônica, progressiva e destrutiva; pé plano; há inflamação e edema, sem marcador inflamatório elevado; tipicamente unilateral.
  • Tratamento: Parestesia/dor usar tricíclicos, duloxetina, venlafaxina ou gabapentina; na gastroparesia mudar a dieta, pró-cinéticos e anti-eméticos.
329
Q

Dislipidemia: Definição

A
  • Acúmulo de lipídios séricos, causando aumento do risco CV.
  • Lipoproteínas: HDL e LDL são as principais, ricas em colesterol. LDL está associado a processo inflamatório na placa aterosclerótica, enquanto o HDL ajuda a estabilizar a placa, diminuindo o risco de ruptura, tromboses locais e suas consequências, como IAM e AVC. São diferenciadas pela quantidade de lipoproteína A (mais no HDL), que confere a estabilidade.
  • Etiologia: Primária é genética, secundária é estilo de vida.
  • Rastreio a partir dos 20 anos, não sendo necessário jejum, apenas considerando fazê-lo se TG >440.
330
Q

Cálculo de lipídios: Fórmula de Friedewald

A

LDL = CT - HDL - TG/5. Se TG >400, o resultado não é confiável. Nesse caso é usado a fórmula de Martin.

331
Q

Dislipidemias: Hipertrigliceridemia

A
  • Acúmulo de triglicerídeos. Associados com aumento da chance de ter pancreatite aguda (quando muito alto).
  • Carreado por VLDL/ Quilomícron
  • Normal: <150; Limítrofe: 150-199; Alto: 200-499; Muito alto: >500.
  • Etiologia: Primária: Pensar quando há xantomas e pancreatite sem outra causa; pode ser por hipertrigliceridemia familiar; Secundária: mais comuns, FR são hipotireoidismo, álcool, obesidade, tiazídicos.
332
Q

Tratamento da hipertrigliceridemia

A
  • Indicado se TG >500. Alvo é <150 com jejum e <175 sem jejum.
  • Primárias: dieta com <20% de lipídios (<30g/d), reduzir alimentos com alto IG, medicamentoso preferencial é fibrato (estímulo aos PPAR-alfa, reduzem TG; indicado quando falha não-farmacológica e TG >500); ácido nicotínico (tem MUITOS efeitos colaterais) é outra opção e reduz a ação da lipase tecidual
333
Q

Hipercolesterolemia: Definição

A
  • Primária: Hipercolesterolemia familiar (LDL muito elevados, acima de 190 - risco CV alto)
  • Secundária: DM, hipotireoidismo, Sd nefrótica, colestase, anabolizantes, progesterona, glicocorticoides
334
Q

Estratificação de risco CV da hipercolesterolemia

A
  • Pode ser muito alto (doença aterosclerótica significativa), alto (>20% no homem e >10% na mulher), intermediário (5-20% em homem e 5-10% na mulher) ou baixo (<5%).
  • Muito alto: Obstrução >50% na coronária, cerebrovascular, vascular periférico/claudicação, com ou sem eventos clínicos.
  • Alto: USG carótidas com placa >1,5mm, ITB <0,9, escore de cálcio >100U, AngioTC com placas nas coronárias, aneurisma de aorta abdominal, DRC (Cl Cr <60), LDL >190, DM1 ou DM2 + LDL 70-189 + FR (tabagismo, HAS, Sd metabólico, idade avançada, complicação de DM, HF). É a doença aterosclerótica subclínica.
  • Intermediário: DM1 ou DM2 + LDL 70-189 sem FR ou DASX. É o DM puro.
  • Baixo: Não tem nada.
335
Q

Tratamento da hipercolesterolemia

A
  • 1ª linha: Estatina. Inibem a enzima HMG-CoA redutase, reduzindo LDL e aumentando HDL. Efeitos adversos: musculares (mialgia; rabdomiólise é raro), hepatotoxicidade, efeito nocebo (sente o efeito colateral pq sabe que ele existe), miosite necrotizante autoimune. Suspender se CK >10x LSN ou >4x + sintomas ou transaminases >3x LSN.
  • Se refratário: Ezetimibe (inibe a absorção do colesterol, reduz LDL; usado associada às estatinas, efeito baixo quando isolado) e inibidores do PCSK9 (reduz LDL; usado quando outros tratamentos forem refratários).
  • Alvo: Depende do risco CV. Muito alto <50, Alto <70, Intermediário <100, Baixo <130.
336
Q

Síndrome metabólica

A
  • Síndrome de resistência à insulina
  • 3 de 5 critérios
  • Circunferência abdominal: >102 em homens e >88cm em mulheres
  • PA >130x85 ou tratamento para HAS
  • Triglicerídeo >150 ou em tratamento
  • HDL baixo <50 em mulheres e <40 em homens ou em tratamento
  • Glicemia de jejum >100 ou em tratamento
337
Q

Tratamento da Obesidade

A
  • Não medicamentoso: Feito por 3 meses. MEV, exercícios com mínimo de 150 min/semana, terapia comportamental. Meta é perder >5% do peso em 3-6 meses. Realizar dieta balanceada (C 50%/ P 20%/ G <30%).
  • Se refratário: Medicamento ou cirurgia. Medicamentoso se IMC >30 ou >27 + comorbidades. Pode ser a sibutramina (não usar se alto risco CV), bupropiona, orlistate (inibe lipase pancreática e intestinal, seguro CV; causa esteatorreia e afeta absorção de vitaminas ADEK), análogo GLP1. É contraindicado em gestantes.
338
Q

Fisiologia da Tireoide

A
  • Hipotálamo (TRH) faz feedback positivo na hipófise (TSH), que vai na tireoide e estimula a produção de T3 e T4, que fazem feedback negativo com hipotálamo e hipófise.
  • O TSH estimula a tireoide e hipertrofia os seus folículos. Bócio = TSH aumentado.
  • O iodo é ingerido, entra no folículo tireoidiano e transformado em orgânico pela tireoperoxidase, fazendo-o se juntar à tireoglobulina. Se essa está ligada a 1 iodo: MIT, se 2, DIT, se 3 T3 e se 4 T4. Tireoglobulina só deve estar no folículo, se está no sangue indica destruição do folículo.
  • T4 é produzido em maior quantidade (faz a alça de feedback), T3 é o ativo. Pode ser livre (atua) ou ligado a TBG (não tem seu efeito normal).
  • Desiodase: Tira um iodo da molécula T4 e transforma em T3. D I: fígado e rins/ D II: SNC, hipófise e músculo/ D III: Transforma em T3 reverso, molécula inativa.
339
Q

Fisiologia da tireoide: aumento da ingesta de iodo

A
  • Glândula normal: Wolff-Chaikoff - desliga a glândula.
  • Glândula hiperfuncionante: Jon-Basedow - patológico - exacerba a produção.
340
Q

Avaliação da função tireoidiana

A

Pedir T4 livre e TSH.
- Eutireoideo: Ambas normais
- Hipotireoidismo: T4 livre baixo. Se TSH alto, indica quadro primário da tireoide. Se TSH baixo ou normal, indica causa secundária ou terciária.
- Hipertireoidismo: T4 livre alto. Se TSH baixo, indica causa primária. Se alto ou normal é secundário/terciário.
- T4 livre normal e TSH alterado: TSH baixo é hipertireoidismo subclínico, alto indica hipotireoidismo subclínico.

341
Q

Drogas simuladoras de doença tireoidiana

A
  • Biotina: Simula hiper: TSH baixo + T3 e T4 altos. Esperar 48-72h após descontinuação da medicação para dosar.
342
Q

Quadro de hipertireoidismo e tireotoxicose

A
  • B1: insônia, inquietação, tremores, perda de peso, polifagia, taquicardia (sinusal)
  • B2: pele quente e úmida, sudorese, intolerância ao calor, hiperdefecação
  • PA divergente: Aumento da FC + vasodilatação. PAS - PAD > 60mmHg. Hipertensão sistólica, diastólica cai.
  • Beta-bloqueadores ajudam no tratamento.
  • Hipertireoidismo: Graves, BMT, Plummer. Alta captação (>20%) na cintilografia.
  • Tireotoxicose: Tireoidites, factícia, medicamentos (ex: amiodarona), apática (sem sintomas, apenas fraqueza e astenia). Baixa captação na cintilografia (<5%).
  • Idoso: FA nova = investigar tireotoxicose. Há também maior perda de peso e menos aumento do apetite.
343
Q

Doença de Graves

A
  • Principal causa primária
  • Mais comum em mulheres. É autoimune pela produção de Ac anti receptor de TSH
  • Bócio difuso, simétrico e não nodular
  • Exoftalmia: em geral bilateral (sinal do lid lag)
  • Sintomas pioram se tabagismo/iodo radioativo/ níveis elevados de TRAb
  • Não regride com o tratamento. Se grave usar corticoide, RT ou cirurgia.
  • Diagnóstico clínico-laboratorial.
344
Q

Tratamento da Doença de Graves

A
  • Controle dos sintomas: betabloqueadores
  • Específicos: Drogas antitireoidianas (DAT), Radioterapia e cirurgia.
  • Monitoramento das DATs com T3L + T4L a cada 4-6 semanas. Ao estabilizar pede só TSH e T4L. Após 12-18 semanas dosa Trab: se normal, interrompe DAT. Se alto, RT ou cirurgia.

DAT
- Metimazol: Principal. 5-20mg/dia. Risco de colestase.
- Propiltiouracil: Reservado para uso no 1ºT da gestação (MMZ é teratogênico) e crise tireotóxica. Risco de hepatite.
- Antes de iniciar ambos: perfil hepático + HMG. Contraindicado se TGP/TGO >5x LSN. Ambas podem causar agranulocitose: contraindica se neutrófilo <1.000; suspeita se febre e dor de garganta.

345
Q

RT na doença de graves

A
  • Iodo radioativo VO -> tireoidite actínica
  • Usado se DAT contraindicada ou não funcionante.
  • Se falha, tenta de novo.
  • Problema: Pode induzir hipotireoidismo
  • Contraindicação: Ofatlmopatia moderada a grave, gravidez (4-6 meses antes) e bócios muito volumosos.
346
Q

Cirurgia na doença de graves

A

Usado quando:
- Refratário a DAT e RT
- Bócios muito volumosos (>80g), obstrução de VA, disfagia
- Suspeita de CA
- Hiperparatireoidismo

Complicações de PO:
- Lesão inadvertida -> hipoparatireoidismo 1º -> hipocalcemia (Chvostek e Trousseau).
- Lesão do nervo laríngeo superior = altera o timbre da voz. Se no laríngeo recorrente, afeta corda vocal. Se unilateral causa disfonia, se bilateral insuficiência respiratória aguda.

347
Q

Crise tireotóxica

A
  • Potencialmente fatal
  • Exacerbação + disfunção orgânica: FC >140, FA, Tax >40°C, IC de alto débito + Alteração mental (!!!) - não tratar com haldol.
  • Escala de Burch e Wartofsky: >45 altamente sugestivo, <25 pouco.
  • Tratamento: UTI (alta mortalidade). Iniciar com propanolol IV + PTU + Corticoide IV. 1h após PUT -> Lugol (Wolff-Chaikoff).
348
Q

Tireoidite

A
  • Tireotoxicose sem hipertireoidismo: apenas destruição
    Fases:
  • Destruição do parênquima com aumento de tireoglobulina e T3/T4 ->Eutireoidismo -> Hipotireoidismo -> Eutireoidismo
    Exemplos:
  • Tireoidite linfocítica subaguda dolorosa (de quervain ou granulomatosa; principal em prova): Doença pós-viral com reação cruzada, quadro álgico cervical bilateral (!!!!!), aumento de VHS. Tratamento da dor com AINE ou corticoide e B-bloq se sintomas de tireotoxicose.
  • Tireoidite aguda infecciosa: Piogênica - abscesso na tireoide unilobular com sinais infecciosos. Etiologia de S. Aureus, S. pyogenes, S. pneumoniae e H. Influenzae. Tratamento é drenar o abscesso + ATB
  • Tireoidite por amiodarona: Tipo 1 causa efeito de Jod-Basedow que surge no início, com cintilo hipercaptante, tratado com Tionamida; Tipo 2 há destruição insidiosa com cintilo sem captação, tratado com prednisona. Suspende amiodarona se prescrita por arritmias não ventricular.
  • Crônica fibrosante de Riedel: Raro, tireoide endurecida, disfagia, dispneia, fazer biópsia. Tratar com imunobiológico e se compressão cirurgia.
349
Q

Etiologia de hipotireoidismo

A
  • Primário: Hashimoto, carência de iodo, iatrogenia, cirurgia, lítio
  • Central: T4L baixo e TSH baixo; Hipopituitarismo (Sd de Sheehan) e doenças hipotalâmicas.
350
Q

Clínica de hipotireoidismo

A
  • Cansaço, fraqueza, amnésia, ganho de peso (obesidade não), intolerância ao frio, queda de cabelo, alopécia difusa, madarose, pele fria e seca, discromias (aumento de caroteno)
  • CV: HAS convergente (PAD aumenta), bradicardia, anemia.
  • Bócio: mais comum na primária
  • Dislipidemia: Aumento de LDL
  • Neurológico: STC, neuropatia, miopatia
  • Aumento de prolactina: amenorreia, galactorreia.
351
Q

Tireoidite de Hashimoto

A
  • Mulher, >65 anos
  • Autoimune: Anti-TPO em 95-100%, Anti-Tg em 95%
  • Formas: bócio (80%) ou atrófica (20%)
  • Associações: Linfoma de Hodgkin e doenças autoimunes como DM1, celíaca, vitiligo, anemia perniciosa.
  • Tratamento: Levotiroxina (T4) em jejum com água, 30-60 minutos antes do café. 1,6-1,8 ug/kg/dia. Se >60 anos ou coronariopata inicia com 25-50 ug/dia. Se > 2mcg/kg/dia = má aderência, má absorção, aumento de clearance hepática (carbamazepina).
352
Q

Monitorização de T. de Hashimoto

A
  • Monitoriza com TSH em 4-6 semanas e depois anualmente. A cada ajuste dosar em 6-8 semanas.
  • Quando aumentar a dose independente: Gravidez, aumento de peso >10%, má absorção TGI (celíaco, IBP crônico), Sd Nefrótica, uso de rifampicina, anticonvulsivante, ritonavir.
  • Quando reduzir: Perda de peso >10% e início de terapia androgênica.
353
Q

Conduta no hipotireoidismo subclínico

A
  • Elevação isolada de TSH
  • Conduta: Repetir TSH e T4L em 1-3 meses
  • Quando tratar: TSH >10, infertilidade e desejo de gravidez, sintomáticos, evidência de doença cardíaca
354
Q

Coma Mixedematoso

A
  • Clínica: Hipo - termia, ventilação (hipercapnia), natremia, glicemia/ confusão, letargia, bradicardia, redução de volume sistólico.
  • Na suspeita: Dosar função tireoidiana + cortisol.
  • Tratamento: T4 + T3 IV em dose alta + hidrocortisona + suporte
355
Q

Fluxograma em nódulos tireoidianos

A

1º Dosa o TSH
- Se baixo, fazer cintilografia. Se hipercaptante (quente), investigar e tratar hipertireoidismo. Se hipocaptante (frio) fazer USG.
- Se normal ou alto fazer USG e avaliar PAAF. Se não indicada, acompanha com USG. Se indicada, PAAF e conduta conforme Bethesda.

356
Q

Achados de risco no USG de nódulos de tireoide e indicação de PAAF

A
  • Hipoecoico, microcalcificação, margem irregular, altura > largura, extensão extratireoidiana.

Indicação de PAAF
(ATS): Tem que ser >1cm
- Hipoecoico >1cm
- Iso/Hiperecoico ou parcial cístico + alto risco >1,5cm
- Espongiforme ou parcial cístico + baixo risco >2cm
- Puramente cístico não punciona
(TI-RADS)
- 1 e 2: não punciona
- 3 punciona se >2,5cm
- 4 se >1,5cm
- 5 se >1cm

357
Q

Nódulo tireoidiano: Conduta diante do Bethesda I-IV

A

I: Amostra insatisfatória, repetir PAAF em 4-6 semanas
II: Benigno. Acompanha com USG a cada 6-18 meses e avalia PAAF se alteração importante/suspeita.
III: Lesão folicular (FLUS) ou Atipia (AUS) de significado indeterminado.
IV: Neoplasia folicular.
III e IV: Teste genético diz se é benigno (acompanha por USG 1-2 anos) e maligno (cirurgia). Se não disponível:
- AUS: USG em 6-12 meses e se mantido, cirurgia.
- FLUS ou neoplasia folicular: Dosar TSH. Se normal ou alto, USG em 6-12 meses. Se baixo, cintilografia. Se não funcionante, USG em 6-12 meses, se funcionante avaliar hipertireoidismo e tratar.
V: Suspeito de malignidade

358
Q

Nódulo tireoidiano: Conduta diante do Bethesda V e VI

A

V: Suspeito de malignidade. Cirurgia
VI: Maligno. Cirurgia

359
Q

Clínica de Tuberculose

A
  • Sintomático respiratório: Tosse por mais de 3 semanas ou Tosse por qualquer período + HIV/Situação de Rua/ Privação de Liberdade
  • TB pulmonar: Tosse, perda de peso, febre vespertina, sudorese noturna e hemoptise.
  • “Pneumonia que não melhora”.
360
Q

Tuberculose pleural

A
  • Líquido pleural linfocítico + ADA, baixa positividade de pesquisa e cultura de micobactéria
  • Extrapulmonar mais comum no não-HIV.
361
Q

Tuberculose Ganglionar

A
  • Linfonodomegalia localizada, mais comum cervical
  • > 2cm, pouco móvel, sem sinal flogístico, fistuliza, evolui 3/4 semanas
362
Q

Diagnóstico de Tuberculose

A
  • BAAR: Demonstra transmissão, bom para acompanhamento. Positivo a partir de 5.000 bacilos/ml. Coletar pelo menos 2 amostras.
  • Cultura de micobactéria: Padrão-ouro. Detecta a partir de 10 bacilos/ml. Negativo se não crescer em 42 dias.
  • TRM: PCR em tempo real, detecta resistência a rifampicina e tem o resultado em 2 horas. Positivo a partir de 106 bacilos/ml. É mais sensível que o BAAR.
  • Faz 1 dos 3 acima.
  • Histopatológico: Granuloma caseoso
  • Imagem: Cavitação, geralmente postero-superior.
363
Q

Tratamento de Tuberculose

A
  • Inicia com RIPE por 2 meses e depois 4 meses com RI. Tratamento é diretamente observado.
  • 20 a 35kg: 2cp/ 36 a 50kg: 3cps/ 51 a 70kg: 4cps/ >70kg: 5cps
  • TB meníngea e óssea: 2 meses de RIPE e 10 meses de RI.
  • Interação da rifampicina: Anticonvulsivantes, inibidores de protease, amiodarona, ACO, hipoglicemiantes, Varfarina
364
Q

Tratamento de tuberculose em paciente HIV

A
  • HIV com CD4+ <50: Inicia tratando TB e TARV após 2 semanas
  • HIV com CD4+ >50: Inicia tratando TB e TARV após 8 semanas
  • Obs: HIV = dose dobrada de dolutegravir
365
Q

Efeitos colaterais do tratamento RIPE

A
  • Rifampicina: Urina/secreções laranjas
  • Isoniazida: Neuropatia periférica -> prevenção com piridoxina/B6
  • Pirazinamida: Hepatotoxicidade (sintoma em TGI + TGP/TGO >3x LSN ou >5x sem sintomas).
  • Etambutol: Neurite óptica
366
Q

Infecção latente de tuberculose

A
  • PPD: Realizado por profissional capacitado. Aplicação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis. Não diferencia doença de infecção.
  • IGRA: Realizado por amostra de sangue, não tem reação cruzada com BCG e outras micobactérias. Alto custo.
  • PPD > 5mm ou IGRA +: Avaliar se há contato de TB, uso de inibidor do TNF-a, corticoides, pré-transplante, alteração radiológica. Se presente, tratar.
  • PPD >10mm ou IGRA +: Silicose, neoplasia de cabeça e pescoço, IR em diálise, DM, baixo peso, tabagista, calcificação isolada no Rx.
  • Tratar ILTB no HIV.
367
Q

Tratamento de tuberculose latente

A
  • Isoniazida 5mg/kg/dia por 9 meses. Se >50 anos usar por 4 meses.
  • Rifampicina por 4 meses
  • Rifapentina + isoniazida por 3 meses (12 semanas).
368
Q

Definição de Insuficiência Respiratória

A
  • PaO2 <60mmHg e/ou PaCO2 >50mmHg (com pH <7.3)
  • Tipo 1/hipoxêmica: PaO2 <60mmHg; G (A-a) >15mmHg
  • Tipo 2/hipercápnica: PaCO2 >50mmHg; G (A-a) <15mmHg
369
Q

Mecanismos de insuficiência respiratória: Distúrbios V/Q

A

Distúrbio V/Q (ventilação/perfusão): Principal causa de hipoxemia. Pode ser doenças obstrutivas pulmonares, vasculares ou intersticiais.
- Efeito Shunt: Área perfundida mas não ventilada. O shunt verdadeiro é quando o sangue desoxigenado vai à circulação arterial (CIV, FAV). Pode ocorrer na SDRA, pneumonia, atelectasia extensa, EAP cardiogênico. Compensação feita com vasoconstrição hipóxica em áreas pouco ventiladas.
- Efeito espaço morto: Área ventilada mas não perfundida. Mais comum na TEP e queda abrupta do DC.

370
Q

Mecanismos de insuficiência respiratória: Shunt Direito-Esquerdo e Difusão diminuída

A
371
Q

Por que não ofertar muito O2 para o paciente DPOC ?

A

Porque haverá perda do mecanismo compensatório de vasoconstrição hipóxica. Assim, haverá um efeito shunt, com uma área não ventilada e dificuldade de eliminar CO2, que se retém e pode causar carbonacose (RNC por excesso de CO2).

372
Q

USG Pulmonar normal

A
  • Linhas A + “bat sign
  • Lung Sliding
  • Sinal da areia
373
Q

USG pulmonar alterado

A

Pneumotórax
- Ausência de linha A ou B
- Sinal do código de barras
- Ponto P

Pneumonia/Congestão/ SDRA: Ver história
- Linhas B

Consolidação/Atelectasia
- Hepatização/Padrão C
- Broncograma dinâmico (cons)
- Broncograma estático (atele)

Derrame pleural
- Sinal de Jellyfish (água fica preta no USG)

374
Q

Pré-requisitos para uso de VNI e contraindicações

A

Uso melhor em paciente com EAP cardiogênico e no DPOC exacerbado

  • Paciente consciente e colaborativo
  • Sinais de desconforto respiratório agudo
  • Anormalidades em trocas gasosas: pCO2 >45mmHg e pH <7,35mmHg; P/F <300

CI: RNC, indicação de IOT, risco de broncoaspiração, instabilidade hemodinâmica, deformidade facial/ via aérea superior

375
Q

7 Ps da Intubação

A
  • Preparação: Checar material e avisar família
  • Pré-oxigenação: Fornecer O2 a 100% por 3-5 minutos (não fazer ventilação positiva - aumenta o risco de broncoaspiração)
  • Pré-tratamento: Fentanil/lidocaína. Não deve ser feito de rotina. FNT não faz em paciente hipotenso, por exemplo.
  • Paralisia com indução: Etomidato principal (não é hipotensor; supressão adrenal pode surgir). Pode ser com Quetamina (analgésico, broncodilatador, não deprime SNC, só dissocia) , Propofol (cardiodepressor) e Midazolam (mais usado em paciente convulsivo; os 2 últimos são hipotensores). Indução feita com succinilcolina principal (risco de hipercalemia; não usar em grande queimado, politrauma, DRC; antídoto = neostigmina), rocurônio (sugamadex inibe) ou cisatracúrio (meia vida mais longa)
  • Posicionamento do paciente: Coxim occipital, hiperextensão com retração mandibular. Deixar o tragus na altura do esterno.
  • Posicionamento do tubo: Ausculta e capnografia
  • Pós-intubação
376
Q

Critérios de Berlim na SDRA

A

A: Agudo, <1 semana do insulto ou piora dos sintomas
B: Bilateral - Opacidades
C: Cardiogênico. A IR não é hipervolêmica ou cardiogênica
D: Dessaturação. P/F <300. 300-200 leve, 200-100 moderada, <100 é grave.

Doença heterogênea, com áreas de pulmão sadio.