GAS 4 Flashcards

1
Q

Qual a função das células Delta do pâncreas endócrino? Qual seu uso na prática médica?

A

Síntese da somatostatina, que inibe a secreção pancreática alimentar.

Ocreotide: análogo da somatostatina usado no tratamento da fístula pancreática.

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2
Q

Qual o tratamento da fístula pancreática?

A

Dieta zero + NPT + Ocreotide

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3
Q

Qual o tumor endócrino + comum? Qual seu caráter de benignidade e malignidade? Qual seu tratamento?

A

Insulinoma (célula B).
Benigno em 90% dos casos.
Cirurgia: enucleação.

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4
Q

Qual a fisiologia da secreção do suco pancreático?

A

Alimentos + acidez no duodeno provocam a liberação de secretina e colecistocinina, que estimulam a secreção do suco pancreático, que consiste em bicarbonato + pró-enzimas.

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5
Q

Qual a função do suco pancreático?

A

Digestão + proteção contra o ácido gástrico

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6
Q

Quais as 2 principais causas de pancreatite aguda? Qual a + comum?

A

Litíase biliar (+ comum, 70%)

Álcool

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7
Q

Qual a clínica da pancreatite aguda?

A
.Dor contínua em ''barra'' que irradia para dorso
.Náuseas e vômitos
.Icterícia leve (etiologia biliar)
.Sinais semiológicos:
-sinal de Cullen (periumbilical -''C de centro'')
-sinal de Grey Turner (flancos)
-sinal de Fox (base do pênis)
-retinopatia Purschet-like e amaurose
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8
Q

Os sinais semiológicos da pancreatite aguda são patognomônicos?

A

NÃO. Representam apenas hemorragia retroperitoneal

ex: fratura de pelve

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9
Q

Como é o dx da pancreatite aguda?

A

Pelo menos 2 dos 3:

  • clínica compatível;
  • amilase ou lipase +3x normal;
  • exames de imagem compatíveis.
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10
Q

Qual a particularidade de cada enzima pancreática no dx da pancreatite aguda?

A

Amilase: normaliza mais precocemente

Lipase: mais específica

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11
Q

Qual a ressalva das enzimas pancreáticas quanto ao prognóstico?

A

NÃO INDICAM GRAVIDADE, mesmo se valores absolutamente exagerados.

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12
Q

Quais os exames de imagem na pancreatite aguda? Qual a utilidade de cada?

A

.USG: não avalia pâncreas, mas avalia litíase biliar
.TC abdominal COM contraste: edematosa vs necrosante, complicações
.USG endoscópico: MICROLITÍASE (não observado no USG tradicional)

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13
Q

Qual o 1o exame de imagem na pancreatite aguda?

A

USG

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14
Q

Qual o principal exame de imagem na pancreatite aguda?

A

TC abdominal COM contraste

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15
Q

Quando solicitar a TC abdominal com contraste? Por que?

A

48-72h (necrose aparece mais tardiamente)

  • VERIFICAR ESSA INFO imediata se:
  • quadro grave ou com piora progressiva
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16
Q

Quando solicitar USG endoscópico?

A

Suspeita de microlitíase

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17
Q

Como é a classificação da pancreatite aguda quanto à gravidade? Qual a + comum?

A

.Leve (+ comum): sem falência orgânica, complicações locais ou sistêmicas;

.Moderada: com falência orgânica TRANSITÓRIA (<48h) e/ou complicações locais ou sistêmicas;

.Grave: com falência orgânica persistente e complicações locais ou sistêmicas

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18
Q

Como é a classificação da pancreatite aguda quanto à fase da doença? Qual a + comum?

A

.Edematosa/intersticial (+ comum): captação de contraste homogênea

.Necrosante: captação de contraste heterogênea

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19
Q

Qual a dica para encontrar o pâncreas na TC?

A

Procure os rins: a cobrinha que está na frente é o pâncreas

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20
Q

Qual a complicação mais temida da pancreatite aguda? Como identificá-la?

A

Infecção da pancreatite necrosante.

TC: presença de gás no pâncreas
Invasivo: punção + cultura

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21
Q

Quais os preditores clínicos de mau prognóstico?

A
Idade avançada
Álcool
Internação <24h (evolução rápida)
Obesidade
Peritonite
PCR elevada
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22
Q

Cite alguns critérios que NÃO fazem parte do Ranson (não indicam prognóstico)

A

TGP
Amilase e lipase
Bilirrubinas

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23
Q

Quais escores são usados na prática para determinar prognóstico da pancreatite aguda?

A

Ranson +3
Balthazar (TC) +6
APACHE-2 (UTI) +8

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24
Q

Qual o tratamento da pancreatite aguda?

A
''Não atrapalha...''
.Internação (enfermaria/UTI)
.Dieta zero (quanto mais rápido voltar melhor)
.Hidratação e controle de DHE
.Analgesia (opioide)
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25
Q

Quais as medidas mais importantes no tratamento da pancreatite aguda?

A

Hidratação e controle de DHE

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26
Q

Como reiniciar a dieta na pancreatite aguda?

A

.VO: dentro de 24-72h (quanto antes melhor)
-se não tolerado: cateter NG/NE

-se não tolerado VO nem cateter: NPT

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27
Q

Como manejar a pancreatite aguda BILIAR e LEVE?

A

Geralmente o cálculo já foi eliminado.

  • risco cirúrgico baixo: videocolecistectomia antes da alta.
  • risco cirúrgico alto: CPRE com papilotomia antes da alta (evita obstrução por novos cálculos)
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28
Q

Como manejar a pancreatite aguda BILIAR e GRAVE, COLANGITE OU OBSTRUÇÃO DISTAL?

A

O cálculo ainda está lá.

  • CPRE com papilotomia o mais imediato possível (elimina o cálculo impactado)
  • colecistectomia eletiva
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29
Q

Quais as complicações locais da pancreatite edematosa?

A

Precoce (<4 semanas): coleção fluida aguda peripancreática

Tardia (>4 semanas): pseudocisto

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30
Q

Qual a conduta na coleção fluida aguda peripancreática da pancreatite edematosa?

A

Observação.

31
Q

Qual a conduta no pseudocisto da pancreatite edematosa?

A

Observação.

32
Q

Quais as complicações locais da pancreatite necrosante?

A

Precoce (<4 semanas): coleção necrótica aguda intra ou extrapancreática

Tardia (>4 semanas): coleção necrótica organizada

33
Q

Qual a conduta na coleção necrótica aguda da pancreatite necrosante?

A

Observação.

34
Q

Qual a conduta na coleção necrótica organizada da pancreatite necrosante?

A

Observação.

35
Q

Qual a conduta frente às complicações locais na pancreatite aguda?

A

Observação.

36
Q

Quando indicar ATB na pancreatite aguda? Qual ATB?

A

Carbapenêmicos: Imipenem

-Necrose infectada (gás na TC ou punção + cultura)

37
Q

Quando indicar a necrosectomia na pancreatite aguda?

A
  • Necrose com sintomas persistentes ou em piora

- Necrose infectada

38
Q

Qual a diferença entre necrosectomia e drenagem de coleção necrótica na pancreatite aguda?

A

Drenagem: terapia de ponte, pois a necrosectomia não seria anatômica na fase aguda

  • necrose encapsulada: endoscópica
  • necrose não encapsulada: percutânea via TC

.Após fase aguda da doença: necrosectomia cirúrgica (padrão-ouro, tratamento definitivo), aberta ou por vídeo

39
Q

Se for feita a cirurgia da pancreatite aguda, quando esta deve ser feita? Por que?

A

3-4 sem após início do quadro, protelar o máximo possível de acordo com estabilidade do paciente
Na fase aguda, o retroperitôneo fica muito difícil de se avaliar, a cirurgia seria não-anatômica (ou ia faltar ou ia ressecar em excesso)

40
Q

Quando tratar o pseudocisto? Como é o tratamento?

A

Complicações:

  • compressão de estruturas adjacentes (estômago)
  • rotura (ascite)
  • hemorragia por pseudoaneurisma

.Tratamento:

  • drenagem ENDOSCÓPICA transgástrica (não PERCUTÂNEA, apenas se pseudocisto infectado!!!)
  • cirurgia com cistogastroanastomose
41
Q

Qual a anatomopatologia da pancreatite crônica?

A

Calcificação

42
Q

Qual a etiologia da pancreatite crônica?

A

Álcool

43
Q

Qual a clínica da pancreatite crônica?

A
.Tríade clássica:
 -calcificação pancreática
 -sd disabsortiva
 -diabetes (fase tardia)
.dor abdominal
.emagrecimento
44
Q

Como é feito o diagnóstico da pancreatite crônica?

A
.Elastase fecal <200
.Imagem:
 -USG endoscópico (fase inicial)
 -TC
 -RNM
 -CPRE: se CI a TC e RNM
45
Q

Quando é obrigatória a CPRE na pancreatite crônica?

A

Antes da cirurgia, pois indica qual a cirurgia será feita.

46
Q

Como é o tratamento clínico da pancreatite crônica?

A
.Cessar tabagismo e alcoolismo
.Refeições pequenas e com pouca gordura
.Analgesia escalonada
.Enzimas pancreáticas + IBP (reduz acidez gástrica para não inativar enzima pancreática)
.Insulina
47
Q

Quando está indicada a cirurgia na pancreatite crônica?

A

Persistência da dor com medidas clínicas.

48
Q

Qual o ponto de corte para definição da técnica cirúrgica na pancreatite crônica pela CPRE?

A

.Dilatação do ducto principal >7mm: a dor ocorre porque o ducto é tão dilatado que o pâncreas não consegue comprimi-lo o suficiente para eliminar as enzimas pancreáticas

.Ducto principal <7mm: a dor ocorre pelo excesso de calcificação

49
Q

Qual a técnica cirúrgica na dilatação do ducto principal >7mm?

A

Cirurgia de Puestow-Partington-Rochelle: pancreatojejunostomia latero-lateral em Y de Roux

50
Q

Qual a técnica cirúrgica na dilatação do ducto principal <7mm?

A

Depende do local da calcificação:

  • Cabeça: cirurgia de Whipple modificada
  • duodenopancreatocolecistectomia com anastomose do piloro, hepático comum e ducto pancreático na alça distal preservada
  • Corpo/cauda: cirurgia de Child
  • pancreatectomia subtotal/distal
51
Q

Quais as complicações da pancreatite crônica?

A

Trombose da veia esplênica

52
Q

Qual a clínica da trombose da veia esplênica? Qual o principal ddx?

A

Alcoolismo + esplenomegalia + varizes gástricas (hipertensão portal segmentar)

Ddx: CIRROSE HEPÁTICA (hipertensão portal completa)

A diferença principal é: na trombose da veia esplênica não faz VARIZE ESOFÁGICA

53
Q

Qual a anatomopatologia do câncer pancreático?

A

Adenocarcinoma

54
Q

Qual a localização mais comum do câncer pancreático?

A

Cabeça

55
Q

Qual a epidemiologia do câncer pancreático?

A

Idosos

Negros

56
Q

Qual o principal FR do câncer pancreático?

A

Tabagismo

57
Q

Qual a clínica do câncer pancreático?

A
.Icterícia colestática verdínica
.Sinal de Courvoisier-Terrier (vesícula palpável e indolor pela dilatação crônica e lentamente progressiva)
.Perda ponderal
.Dor abdominal
.Linfonodo supraclavicular E
58
Q

Qual o marcador tumoral do câncer pancreático? Qual seu uso?

A

Ca 19-9, acompanhamento do tratamento.

59
Q

Quais os exames de imagem no câncer pancreático?

A

.USG endoscópico

.TC de abdome

60
Q

A terapia curativa (ressecção) é possível em quantos % dos pacientes?

A

Bem baixa (20%)… T3/N0/M0

61
Q

Quais as cirurgias possíveis para o câncer pancreático?

A

.Cabeça: cirurgia de Whipple (duodenopancreatectomia)
.Corpo/cauda: cirurgia de Child (pancreatectomia distal)

+ Linfadenectomia

62
Q

Faz QT neo e adjuvante no câncer pancreático?

A

Sim

63
Q

Como é o tratamento paliativo do câncer pancreático?

A

Devemos resolver, se presentes, a icterícia (colédoco) e a obstrução intestinal (duodeno).

.Risco cirúrgico baixo: coledocojejunostomia + gastrojejunostomia

.Risco cirúrgico alto: stent em colédoco e duodeno

+ QT adjuvante

64
Q

Pancreatite aguda de etiologia supostamente biliar, mas com USG sem cálculos em vesícula. Quais 2 exames podem me ajudar a confirmar a etiologia biliar?

A

.USG endoscópico

.ColangioRNM

65
Q

Paciente com pancreatite aguda com melhora progressiva, evolui agora com febre, sem outros sintomas. Hemograma continuou sem leucocitose. Qual a suspeita e conduta?

A

.Não se deve suspeitar de necrose infectada apenas pela febre; nesses casos, haverá uma piora clínica mais evidente

.Conduta: observação clínica, pesquisar algum outro foco (rX tórax, urina 1)

66
Q

Como diferenciar um pseudocisto de uma necrose pancreática delimitada?

A

Ambos são complicações tardias da pancreatite aguda e ambas são delimitadas, mas o pseudocisto tem conteúdo homogêneo no contraste e a necrose tem conteúdo heterogêneo

67
Q

Paciente com história de pancreatite aguda há 1 mês, evolui com dificuldade para se alimentar e dor abdominal. Qual o dx e conduta? Qual seria o diagnóstico e conduta se o paciente também apresentasse febre?

A

.Pseudocisto = drenagem endoscópica ou cistogastroanastomose

.Com febre: pseudocisto infectado = drenagem PERCUTÂNEA

68
Q

O que muda na conduta da pancreatite aguda se BD aumentada e o USG revelar dilatação de colédoco?

A

Nada! Abordar via biliar apenas se colangite ou icterícia progressiva

69
Q

Qual o achado TC da neoplasia çística serosa vs mucinosa do pâncreas? E do IPMN (tumor intraductal)? E do tumor de Frantz?

A

.Serosa (benigna): multiloculada, pequenos cistos, aspecto em ‘‘colmeia’’
.Mucinosa (maligna): mais volumosa, multiloculada, cistos maiores, aspecto em ‘‘laranja’’
.IPMN: dilatação do ducto pancreático
.Frantz (tumor sólido mas com necrose > sólido-cístico): volumoso, conteúdo sólido-cístico

70
Q

Mulher com pancreatite aguda leve, realiza USG para investigar etiologia biliar, revela vesícula biliar com paredes finas, sem cálculos e sem dilatação de vias biliares. Qual a conduta?

A

.USG endoscópico para avaliar MICROLITÍASE

71
Q

Homem 38a alcoólatra com dor epigástrica aguda e vômitos repetitivos. Hx de diarréia há 6 meses. Glicemia 200. Qual o dx?

A

Pancreatite crônica agudizada

72
Q

Quanto tempo devo manter o jejum na pancreatite aguda?

A

Até melhora clinica da dor e vômitos, geralmente 48-72h mas pode manter até 5-7 dias em alguns casos

73
Q

Homem 48a alcoólatra com dor epigástrica recorrente, diarréia crônica com fezes que flutuam no vaso e diabetes há 6 meses, possui massa palpável de 15cm em epigastrio. Qual o dx?

A

Pancreatite crônica com pseudocisto (complicação em quase metade dos pacientes)