Fungo Flashcards
Paracoccidioidomicose: patogenia
A porta de entrada do fungo é a via inalatória e, na maioria dos casos, em indivíduos jovens. Propágulos infectantes (microconídios) chegam à via aérea inferior, onde há formação de um complexo primário, com possível disseminação do fungo por via linfática e hematogênica para outros órgãos, na dependência da quantidade de inóculos, da patogenicidade e da virulência do fungo, assim como da integridade do sistema de defesa e de possíveis fatores genéticos. Em indivíduos com resposta imunológica satisfatória, o desenvolvimento da infecção é contido, havendo resolução do processo. O fungo permanece nesses locais, em meio a lesões fibróticas, em estado latente, porém viável. Após um período prolongado de tempo, a infecção pode progredir e dar origem as formas crônicas do adulto (reativação endógena). Menos frequentemente, a doença pode progredir do foco primário ou mesmo devido a reexposições a inóculos em zonas endêmicas, originando a forma agudo-subaguda da infância e adolescência.
Paracoccidioidomicose:
Formas clínicas
Aguda/subaguda(juvenil/adolescência)
É a forma clínica da paracoccidioidomicose da infância, do adolescente e do adulto até 30-35 anos de idade. Representa 3-5% dos casos de paracoccidioidomicose. Linfonodomegalias superficiais e profundas, com supuração de massa ganglionar, hepatoesplenomegalia e diversos sintomas (digestivos, cutâneos e osteoarticulares) são as principais manifestações da doença, além de anemia, febre e emagrecimento, com rápida deterioração do estado geral da criança. É raro o comprometimento pulmonar.
Forma crônica unifocal/multifocal do adulto:
É a forma mais frequente (90% dos casos), com predomínio no sexo masculino. Caracteriza-se por evolução crônica, predominando sintomas de fraqueza, emagrecimento, febre, tosse, dispneia, infiltrado reticulonodular (geralmente nos dois terços superiores dos pulmões) e hipertransparência distal bibasal: essa é a forma unifocal.
Quando a doença compromete outros sítios extrapulmonares, tais como a pele, a mucosa oral (estomatite moriforme), mucosas da faringe e/ou da laringe e o ápice dos dentes, é considerada como forma multifocal, gerando sintomas de dor durante a mastigação, sialorreia e odinofagia. O indivíduo demora muito a procurar assistência médica, muitas vezes instalando-se um quadro de caquexia. A radiografia de tórax revela as mesmas lesões da forma unifocal.
Outros locais envolvidos pela paracoccidioidomicose são as suprarrenais, o sistema nervoso central, os linfonodos cervicais e submandibulares, os intestinos, o sistema osteoarticular, o epidídimo, o fígado e o baço.
Paracoccidioidomicose: imunologia
Predomínio da resposta TH2> maior ativação de linfócitos B, hiperagamaglobulinemia, altos títulos de anticorpos inespecificos.
Papel resposta Th1
Permite formação de granulomas compactos, controla a replicação do fungo.
Paracoccidioidomicose: diagnóstico
Hemograma: eosinofilia, neutrófilo e anemia(leve a moderada)
Eletroforese de proteínas: aumento discreto das frações alfa e beta, aumento acentuado da fração gama(hiperagamaglobulinemia) com inversão da relação albumina/globulina
Vhs- aumentada
Provas de função hepática e renal
Radiografia de tórax
Usg abdômen- hepatoesplenomegalia e adenomegalias
Tc de crânios- lesões no snc
Exame direto (KOH):
Raspadores lesões mucosas ou cutâneas
Secreção de gânglios
Escarro
Cultura para fungos: agar saboraud-glicose
Histopatologico: visualização de granulomas com formas leveduriformes com brotamentos múltiplos tipo “roda de leme”
Paracoccidioidomicose:
Tratamento e controle de cura
Formas leves: Itraconazol VO ou bactrim
Formas graves e disseminadas(internação): Anfotericina B
IV - 15 a 30 dias
Bactrim- IV 30 dias
Manutenção: itraconazol 9 a 18 meses ou sulfametoxazol 24 meses ou mais
Controle de cura: clínico- desaparecimento de sinais e sintomas, cicatrização das lesões, regressão das linfodenopatias e ganho de peso(1 a 3m)
Radiológico- imagens cicatriciais em dois exames com intervalo de 3 meses
Imunológicos- negativação dos títulos de ID ou estabilização em níveis< ou = 1:2 duas amostras com intervalo de 6 meses
redução da vhs e normalização das globulinas
Paracoccidioidomicose: por que ocorre mais em homens do que em mulheres?
A PCM tem incidência bem mais em homens, não tendo relação com a endemicidade e sim com a proteção conferida pelos hormônios estrogênios femininos, que impede a transformação de micélio em levedura
Fungo:estrutura celular
Glucanas, mananas, galactomanas e quitina
Proteínas, lipídios e melanina
Fungo: Leveduriformes
Reproduzem por divisão binária ou brotamento.
Paracoccidioidomicose
Cryptococcus
Malassezia
Rhodotorula
Cândida
Sachamoryces
Fungo: filamentoso ou bolores
Formado por hifas, hifa septada ou cenocítica
Micélio= conjunto de hifas
Micélio aéreo e vegetativo
Produz esporos
Curvalaria
Microsporum
Rhizopus
Rhizomucor
Wangiella
Aspergillus
Fungo: reprodução
Micélio(n) > plasmogamia(fusão do citoplasma) > estágio dicariótico (n+n)>cariogamia(fusão de núcleo> estágio diploide(2n) > meiose(crossing over…) > estrutura formadora de esporos(n) > esporos(n) > micélio [reprodução sexuada]
Micélio> estrutura formadora de esporos> esporos> germinação> micélio [reprodução assexuada]