Exame do abdome Flashcards
PERGUNTAS GERAIS
Clinicamente, é uma etapa fundamental do exame médico, podendo extrair informações de diversos sistemas, como (citar sistemas):
- Urinário (ex .: bexigoma, hidronefroma)
- Digestório (p. Ex .: trânsito intestinal, massas côlonicas)
- Hematopoiético (p. Ex .: Hepatoesplenomegalia)
- Vascular (p. Ex .: sopros, aneurismas)
PERGUNTAS GERAIS
O abdome é dividido em nove regiões. Sobre este assunto, responda:
- Cite as nove regiões.
- Cite, ainda, a delimitação posterior do abdome.
Posteriormente: rebordo costal e cristas ilíacas, sendo dividido na região lombar direita e esquerda.
INSPEÇÃO
Durante a inspeção do abdome, é importante observar todo o abdome, notando (citar ou que é para ser notado e que pode estar alterado):
- Tipo de abdome.
- A circulação respiratória (toracica ou abdominal).
- Presença de cicatriz.
- Abaulamentos na parede ou herniações.
- Alterações na pele.
- Presença de circulação colateral aumentada, depressões e movimentos peristálticos.
INSPEÇÃO
Cite os tipos (formas) do abdome que podem ser encontrados durante uma inspeção. Descreva cada uma delas.
Abdome normal ou atípico: plano , simétrico e sem aumento ou diminuição do volume abdominal.
Abdome globoso: aumento global com predomínio do diâmetro anteroposterior (p. Ex .: gravidez no último trimestre, ascite, obesidade, hepatoesplenomegalia volumosa, obstrução intestinal, tumores policísticos do ovário).
Abdome em ventre de batraquio: estando o paciente em decúbito dorsal, ocorre predomínio do diâmetro transversal sobre o ântero-posterior (ex.: áscite em fase de regressão).
Abdome em avental: aparece em pessoas muito obesas devido ao aumento de tecido gorduroso na parede abdominal que cai como um avental sobre a raiz das coxas.
Abdome pendular ou ptótico: uma variante do abdome em avental é o pendular. Esse tipo tem aspecto em avental , mas diferentemente deste, resulta de uma grande fraqueza da musculatura no andar inferior do abdome , não associada à obesidade. A causa mais comum do abdome ptótico é a flacidez abdominal do puerpério (período desde o parto até os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltar às condições anteriores de gestação).
Abdome escavado: a parede abdominal se mostra retraída. Aparece em pessoas emagrecidas.
INSPEÇÃO
Cite alterações na pele que podem estar presentes durante uma inspeção estática no abdome.
Telangiectasias ou aranhas vasculares: são formadas por uma artéria central que emite ramos, cujo fluxo desaparece na compressão central. Podem ser exibidos na parede abdominal, mas preferencialmente são identificados no pescoço, tronco e membros superiores. Encontrado nas hepatopatias , mas não são específicos.
Equimose: denota extravasamento de sangue na derme. Encontrado em locais de trauma e também nos pontos de injeção subcutânea de heparina.
Sinal de Cullen: equimose periumbilical encontrado quando há hemorragia retroperitoneal, ocorrendo na pancreatite necrosante e também na gravidez ectópica.
Sinal de Grey-Turner: equimose nos flancos, oorrendo na pancreatite necrosante e em outras coausas de hemorragia retroperitoneal.
Estrias: as esbranquiçadas denotam processo antigo, cuja causa, na maioria das vezes, é devido à obesidade. Dentre outras causas, quando há uma hipertrofia rápida da musculatura abdominal que leva a um estiramento da pele, levando as estrias.
Cicatrizes: denotam processos traumáticos ou cirúrgicos que podem auxiliar na elucidação da história da patologia pregressa. Sua descrição é importante, devendo-se registrar sua localização e extensão.
Hérnias: devemos descrever sua localização (linha Alba**, **linha Semilunar - lateral ao reto abdominal, ou Spigel - abaixo da linha arqueada) e sua relação com cicatrizações cirúrgicas (hérnia incisional). As mais encontradas na linha Alba são umbilicais, epigástricas e incisionais..
Abaulamentos : avaliar localização**, **pulsatilidade** e **extensão (p. Ex .: aneurismas, massas, hérnias, visceromegalias, linfonodomegalia - classicamente temos o sinal da irmã Maria José (nódulo umbilical metastático indicativo de neoplasia intra-abdominal ).
Circulação colateral Portal: obstrução ao fluxo venoso provocado pelas veias da porta (veia esplênica** e **mesentérica superior), em direção ao fígado, ou leva à formação de veios umbilicais e recanalização da veia umbilical, culminando com um movimento centrífugo com relação ao umbigo (cabeça de medusa).
Circulação colateral da veia cava inferior: causa de uma obstrução ao nível da veia cava inferior que leva ao aumento do fluxo venoso em vasos na parede abdominal em direção ascendente.
Movimentos respiratórios: indivíduos do sexo masculino tem um respiração do tipo abdominal ou toracoabdominal. Já a mulher apresenta movimento respiratório torácico, uma diferença importante devido à gravidez. Processos inflamatórios do peritônio com rigidez da parede abdominal podem causar alteração desses movimentos, ou mesmo com os processos dolorosos do abdome superior.
Pulsações: podem ser visíveis em pacientes muito** **emagrecidos, na presença de aneurisma ou de massas próximas ao vaso arterial que transmitem uma pulsação.
Movimentos peristálticos visíveis: normalmente, as respostas dos movimentos intestinais para a impulsão de bolo alimentar não são visíveis, quando presentes são um sinal de luta contra uma obstrução em algum ponto do trato gastrointestinal, o que faz os movimentos se tornarem mais fortes para tentar vencer a obstrução.
INSPEÇÃO
Cite as manobras da INSPEÇÃO DINÂMICA e comente sobre como são realizadas.
Manobra de Valsalva : permite avaliar as herniações através da parede abdominal, devido ao aumento da pressão intracdominal aplicada por esta manobra.
Manobra de Smith Bates : pede-se para o paciente contrair a musculatura abdominal. Se a massa visível desaparecer, indica que está abaixo da parede abdominal, se ficar visível indica que a massa é da parede abdominal (p: ex .: lipoma).
AUSCULTA
Sobre a AUSCULTA, cite:
- Qual é o objetivo ao se fazer a ausculta?
- Quando a mobilidade (movimentos peristálticos) é considerada normal, aumentada ou diminuída?
- Em qual quadrante devemos colocar o esteto para iniciar o exame e por quê? Quanto tempo ouvir?
- Quais são os possíveis vasos de auscultação no abdome?
OBJETIVOS
Os objetivos desta manobra são avaliar a motilidade intestinal** (se normal, aumentada ou ausente) e **avaliar a presença de sopros arteriais.
NORMAL, AUMENTADO OU DIMINUÍDO
Normal: de cinco a 34 borborigmos intestinais por minuto (denotam um peristalse).
Aumentado ou hiperristáltico: acima de 34 por minuto. Pode estar presente nos casos de “ peristalse de luta”, quando o intestino tenta vencer uma obstrução intestinal** e também nos casos de **diarreia.
Hipoperistáltico: se menor que cinco por minuto. pode ser encontrado nas fases tardias da obstrução intestinal .
Ausente ou aperistáltico: não se ausculta ruídos. Como exemplo temos o íleo metabólico.
ONDE COLOCAR O ESTETOSCÓPIO
Colocar na região direita lateroinferiormente a cicatrização umbilical, onde, em grande parte das vezes, os borborigmos intestinal são mais audíveis. Em caso de ausência de borborigmos, este foco deve ser auscultado em todos os focos.
QUANTO TEMPO OUVIR?
Um minuto. Para dizer que há ausência de ruídos, deve ouvir no mínimo 5 minutos em cada quadrante.
AUSCULTA DE SONS VASCULARES
- Procuram-se por sopros aórticos, renais, mesentéricos, ilíacos, femorais e também sopros venenosos.
Aorta: se divide nas ilíacas comuns na altura da cicatriz umbilical. Logo, sopros aórticos podem ser audíveis desde o apêndice xifoide até a cicatriz umbilical.
Renais: no caso de estenose das artérias renais, sopros são audíveis sobre estas artérias. Emergem da aorta na altura da região mediana entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical.
Femorais: aterosclerose gera sopro assimétrico, em geral sopros de ‘’Pistol Shot’’ da insuficiência aórtica, se transmite simetricamente.
Venosos: ausculta-se um zumbido venoso na região periumbilical do tipo cabeça de medusa, conhecido como Sinal de Cruzador-Baugarten, que denota hipertensão portal.
PERCUSSÃO
Sobre a percussão do abdome, cite:
- Qual é o objetivo da percussão?
- Em regiões com presença de macicez, o que pode indicar?
- O que pode causar vísceras aumentadas?
- Quais regiões devem ser percutidas?
- Um som maciço no espaço de Traube pode ser indicativo de quais são as possíveis causas? Como diferenciar uma esplenomegalia verdadeira das demais causas?
- Objetiva avaliar a distribuição de gases no abdome, além de identificar massas, a presença de líquido livre na cavidade, o tamanho do fígado (hepatimetria), se houver aumento de áreas esplênicas e dolorosas.
- Regiões de macicez podem indicar massas ou visceromegalias, orietando a subsequente palpação.
- Vísceras macicas normais: fígado
Vísceras aumentadas: esplenomegalia, tumor ovariano, distensão da bexiga, útero gravídico, ascite, fezes e demais tumores.
- Deve percorrer as nove regiões, analisando se há presença de timpanismo ou macicez, e também percurtir o espaço de Traube (delimitado pelo rebordo costal, linha axilar anterior e 6 ° espaço intercostal esquerdo), que pode indicar uma esplenomegalia.
- Macicez no espaço de Traube pode ser decorrente de: Esplenomegalia (aumento de 2,5 vezes seu tamanho), alimentação copiosa (estomago cheio); fecaloma; adenocarcinoma gástrico; ascite volumosa; Situs inversus ; extenso derrame pleural à esquerda.
- Para diferenciar uma esplenomegalia de outras causas, usa-se a delimitação feita pela linha de Piorry, que vai da fúrcula external até a extremidade distal da primeira costela flutuante esquerda. Se for feito uma percussão medial nesta linha, será positiva no caso de macicez, que indica crescimento esplênico verdadeiro.
PERCUSSÃO
Como é realizada a HEPATIMETRIA?
Percurti-se de cima para baixo. O som atimpânico ou claro é pulmonar, enquanto o maciço é hepático. No ponto em que há sobreposição do pulmão com o fígado, o som passa a ser submaciço, sendo este o ponto consideradolimite superior do fígado, enquanto que oinferioré dado pelofim da macicez hepáticae oinício do timpanismo abdominal. Se a flexura direita do cólon estiver sobre o fígado (sinal dechilaiditi), a hepatimetria pode ser falseada,sendo necessário palpar para delimitar uma borda inferior.
PALPAÇÃO
Sobre a etapa de palpação, responda:
- Partes dolorosas são palpadas primeiros ou por último?
- O que pode eventualmente ser palpado durante a etapa de palpação?
- O examinador deve examinar primeiro áreas não dolorosas, deixando uma região acometida por último.
- Pode sentir o fígado, baço (3% das vezes), ceco, sigmoide, bexiga, útero gravídico, aorta adominal. Lembrar que em pacientes obesos estão dificultados e, consequentemente, em indivíduos magros facilitados
PALPAÇÃO
Sobre a PALPAÇÃO SUPERFICIAL, responda:
- Qual é o objetivo da palpação?
- O que deve ser feito pelo médico antes de começar a palpação (antes de encostar no paciente)?
- Tem como objetivos avaliar a tensão da parede abdominal, hérnias, massas e visceromegalias de grande monta.
- Antes de começar, deve-se aquecer as mãos, despir o abdome desde o apêndice xifoide até um fossa ilíaca. Deve-se, também, perguntar ao paciente onde ele sente dor para deixar a palpação desta área por último. A palpação é feita em todos os quadrantes usando-se uma das mãos.
PALPAÇÃO
Sobre a PALPAÇÃO PROFUNDA, responda:
- Como é realizado o procedimento?
Use uma das mãos para sentir enquanto outra empurra, não sendo uma questão de força. Pesquisa-se a presença de massas delimitadas pela etapa anterior, registrando sua localização, tamanho, formato, consistência, pulsações.
PALPAÇÃO DE MASSAS PULSÁTEIS
O que uma palpação de massas pulsáteis pode indicar? Como diferenciar um aneurisma de uma presença de massa no vaso?
A palpação de massas pulsáteis** pode indicar a presença de um **aneurisma** ou a **presença de massa que encosta no vaso e passa a sensação de pulsação.
Para diferenciar este quadro, deve-se avaliar a direção da distensibilidade da massa:
- Se esta somente pulsando para cima, indica massa encostada na aorta.
- Se tiver pulsação lateral é indicativo de ser um aneurisma. Basta pressionar lateralmente a massa e sentir se há pulsação lateral.
GRANDES SÍNDROMES ABDOMINODIGESTIVAS
Sobre a ASCITE, cite:
- Cite as principais etiologias
- Cite os principais sinais e sintomas
- A presença de líquido ascético acarreta complicações. Cite exemplos.
As principais etiologias são:
- Hipertensão porta
- Insuficiência cardíaca congestiva
- Síndrome nefrótica
- Causas peritoneais, como tuberculose peritoneal, neoplasias primárias (mesotelioma) e carcinomatose metastática, peritonite secundária à rotura de víscera oca, peritonite bacteriana e cisto hidático, além de obstrução ou rotura de vias linfáticas.
Quanto aos sinais e sintomas, temos:
- Abdome distendido (globoso ou em batráquio)
- Protusão da cicatriz umbilical
- Circulação colateral (tipo porta, cava inferior)
- Macicez de decúbito
- Sinal de piparote positivo e outros específicos da doença de base
A presença de líquido ascitico acarreta complicações, como:
- Dificuldade ventilatória (ascite de grandes volumes)
- Compressão da veia cava inferior e veias renais
- Distúrbios hidroeletrolíticos
- Agravamento de condições cardiorrespiratórias
- Derrame pleural
GRANDES SÍNDROMES ABDOMINODIGESTIVAS
Sobre a DIARREIA, responda:
- Definição
- Quanto a localização, defina:
- Diarreia alta
- Baixa
- Mistas
-
Quanto ao início de duração, responda:
- Dirreia aguda
- Dirreia crônica
-
Com relação à etiologia, responda:
- Quais são as causas entre as altas agudas
- Quais são as etiologias entre as causas altas crônicas
- Quais são as etiologias entre as causas baixas agudas
- Quais são as etiologias entre as causas baixas crônicas
- Como complicações , temos (citar):
DEFINIÇÃO: é uma evacuação de consistência diminuída em uma frequência maior que um habitual para determinado paciente. Pode ser classificada quanto à localização em alta, baixa ou mista, e quanto a início e duração em agudas ou crônicas.
Quanto à localização :
- Altas: evacuações volumosas e em pequeno número (até 10 / dias), tendo associado náusea ou vômitos, podendo ter cólicas periumbilicais, sem urgência de evacuação, com a presença de restos alimentares nas fezes que são pastosas.
- Baixas: evacuações de pequeno volume e muito frequentes (mais de 10/dias), presença de tenesmo (vontade de evacuar, seguida de contração espasmódica do reto, sem interrupção de fezes), cólicas infraumbilicais com urgência de evacuações, presença de muco, pus e/ou sangue. Fezes liquefeitas.
- Mistas: as características dos dois tipos ocorrem simultaneamente ou sucessivamente.
Quanto ao início e duração :
- Agudas: início súbito em pessoa anteriormente sadia, com duração de até 14 dias.
- Crônicas: longa duração.
Com relação à etiologia entre as causas altas agudas estão:
- Salmonelas
- Estafilococos
- Estreptococos
- Viral
- Uso de antibióticos
- Ingestão de substâncias irritantes (p. ex .: álcool)
- Catárticos
- Intoxicação digital, entre outros.
Já entre as altas crônicas, temos:
- Parasitoses (estrongiloides, giárdia)
- Síndrome de má absorção
- Insuficiência gástrica, pancreática ou biliar
- Afecções do intestino delgado
Dentre as baixas agudas estão , principalmente:
- Shigelose
- Diverticulite
- Amebíase e catárticos
Enquanto as baixas crônicas podem ser:
- Funcionais (cólon irritável)
- Tumores do cólon
- Amebíase
- Colite ulcerativa
- Suboclusões
- Alergia alimentar
- Hipertireoidismo
- Doença de Addison
- Carcinoide da Síndrome
OBS: quanto aos sinais e sintomas, estarão relacionados à doença de base.
Como complicações, temos:
- Distúrbios hidroeletrolíticos
- Desnutrição e carências , além de outros correlacionados à doença causadora da síndrome diarreica.