Epilepsia Flashcards
O que é uma crise epiléptica?
Diz respeito à descarga elétrica neuronal paroxísticas anormais e síncronas que pode ocorrer em um ou mais locais no cérebro.
O que é a epilepsia propriamente dita?
É o dx de uma doença c/ disfunção neurologica c/ crises recorrentes e não provocadas por nenhum insulto neurológico.
o que é a convulsão?
é a manifestação motora que pode ser desencadeada por uma crise epiléptica ou induzida por algum outro fator (inflamação, toxicidade, trauma, hipóxia, etc)
Quais os critérios para o Dx de epilepsia?
1 - Pelo menos duas crises separadas por um intervalo de mais de 24h;
ou
2 - uma crise não provocada e uma chance maior de 60% de que ocorra uma nova crise
ou
3- ter um dx de uma síndrome epiléptica - p. ex., EMJ, Lennox-Gastaut e ELTM;
Explique a fisiopatologia das crises epilépticas.
O substrato fisiopatológico comum para todos os tipos de crise é o desequilíbrio entre as vias glutamatergicas (excitação) e gabaérgica (inibição) causando desbalanço energético celular, estresse oxidativo e neuroinflamação, isso tudo cumina na morte neuronal. Além disso, mutações genéticas em genes que codificam canais aniônicos podem causar desequilíbrio hidroeletrolítico e gerar hiperdespolarizações excessivas e/ou repetitivas, contribuindo para a hiperexcitabilidade neuronal e convulsões;
Esses fatores que desencadeiam essa hiperexcitação pode iniciar numa região bem definida do cérebro (caracterizando as crises focais) ou pode iniciar em diferentes locais do cérebro ao mesmo tempo (caracterizando as crises generalizadas). O local do inicio de despolarização neuronal anômala está correlacionado com as características clinicas dos sintomas que o paciente pode apresentar. Já em relação as crises generalizadas, não se tem muito conhecimento sobre como as descargas iniciam, mas acredita-se que o principal fator etiológico seja genético e que esteja relacionado com as vias tálamo-corticais.
A atividade paroxística (máxima) ocorre devido a seguinte sequencia de eventos: (1) despolarização de longa duração, (2) abertura dos canais de Na voltagem-dependentes e (3) geração de potenciais de ação (PA) repetitivos. Depois que a célula despolariza (pós-potencial) ocorre uma HIPERPOLARIZAÇÃO mediada por receptores GABA ou canais de K. No EEG, as descargas sincronizadas caracterizam as pontas eletrográficas.
Após a onda de despolarização, a sua disseminação é alentecida por pelo menos 2 mecanismo: (1) a hiperpolarização intacta e (2) a inibição circundante - ativação progressiva dos neurônios inibitórios. Esses neurônios são recrutados devido a estímulos como aumento da concentração extracelular de K, acúmulo de Ca nas terminações pré-sináptica, ativação induzida por receptores NMDA e alterações relacionados a osmolaridade tecidual e edema celular. Além disso, os mecanismos de controle da excitabilidade podem ser intrínsecos a célula como por exemplo, alteração de condução elétrica através dos canais iônicos ou expressão de proteínas que de alguma forma controlam essa excitabilidade, e mecanismos extrínsecos que são através de outras células como os astrócitos e os oligodendrócitos. Determinadas causas de crises são explicadas devido a alterações de alguns desses fatores de controle como por exemplo, a ingestão de ácido domoico (análogo glutamatergico) ativando neurônios excitatórios, a penicilina que pode inibir as vias gabaérgicas, além de mecanismos básicos menos compreendidos como a privação do sono, febre, abstinência alcoolica, hipóxia, infecção, etc.
INFLAMAÇÃO E CRISE EPILÉTICA
Existem evidencias de que o sistema nervoso consegue modular a resposta inflamatória através do sistema imunológico. Essa inflamação pode ser decorrente de infecção, trauma, hipóxia, toxicidade, etc. Essa modulação ocorre através de mecanismos que promovem a alteração da permeabilidade vascular, sensibilização de terminações nervosas e produção de moléculas inflamatórias como IL-6 e TNF-α. Essas moléculas são quimiotáticas, assim acabam atraindo para o sítio da lesão moléculas e células pró-inflamatória periférica. Essas células conseguem entrar no parênquima cerebral porque durante a lesão são produzidas metaloproteinases que acabam degradando parte da BHE, aumentando sua permeabilidade.
No parênquima cerebral existem 3 grupos celulares: (1) neurônios, (2) micróglia – representada pelo macrófagos do SNC e (3) a macroglia – representada pelos astrócitos (que regula a permeabilidade da BHE) e os oligodendrócitos (responsáveis pelo mielinização axonal). Durante a neuroinflamaçao a micróglia e os astrócitos sintetizam IL-6, TNF-α e IL-1β (que são pró-inflamatorios), aumentando a expressão de genes que codificam mais receptores pró-inflamatorios.
Quais são as 3 principais classificações de epilepsia?
1 - Focal: grupo de neuronios iniciam hiperexcitabilidade e que culminam com manifestações clinicas daquela área cerebral especifica. A focal também pode iniciar num local e migrar para o outro hemisfério cerebral, assim é dita focal com generalização secundária;
2- generalizada: o foco também pode começar num local especifico mas generaliza tão rapidamente que ele nunca chega a ser identificado e compromete os dois hemisférios quase ao mesmo tempo. Clinicamente se menifesta por tonia, clonia, atonia e perda de consciencia.
3 - Início desconhecido: quando não consegue determinar se é focal ou generalizada
Quais os tipos de crise generalizada?
Tônico-clonico, ausencia (típica ou atípica), tonica, atonica, clonica e mioclônica
Como se classifica as crises focais?
Motora ou não motora, com ou sem manifestações discognitivas. Pode evoluir para crise convulsiva bilateral.
o que é a epilepsia genética?
a epilepsia que é diretamente resultante de um defeito genético conhecido ou presumido
o que é a epilepsia estrutural?
epilepsia em que uma lesão estrutural é visível na neuroimagem e concordante com os achados eletroclínicos, sugerindo uma relação direta entre a lesão e a epilepsia,
o que é a epilepsia metabolica?
defeito metabólico com sintomas sistêmicos que levam também ao desenvolvimento de epilepsia,
o que é a epilepsia imunologica?
epilepsia em que há evidência de um processo autoimune ocasionando inflamação do sistema nervoso central
o que é a epilepsia infecciosa?
epilepsia desencadeada por um processo infeccioso, como neurocisticercose, toxoplasmose, HIV
o que é a epilepsia desconhecida?
: a causa da epilepsia não pode ser determinada
o que representa as ondas alfa no EEG?
pessoa acordada
o que representa as ondas betas?
atividade eletrica de pessoa acordada em atividade mental (estudando por exemplo)
o que representa as ondas tetas?
atividade eletrica de uma pessoa dormindo
o que representa as ondas deltas?
atividade elétrica de uma pessoa em sono profundo
V ou F: o EEG mostrando atividade elétrica normal significa que o paciente não possui epilepsia.
Falso, EEG normal não descarta o Dx de epilepsia. So tem valor se vier alterado.
Quais exames de imagem podem ajudar no Dx de epilepsia?
RNM ou TC, porém RNM é muito melhor pois os cortes são mais finos e as regiões ficam melhor delimitadas. TC da pra ver tumor e malformações…
Quais exames laboratoriais podem ajudar no Dx de epilepsia?
hemograma, TSH, T4, glicemia, ECG, ecocardiograma
Quais os objetivos de exames genéticos na epilepsia?
identificar mutações e tentar correlacionar com quadros epileptiformes, custo elevado.
Como são as crises generalizadas de epilepsia? Quando costumam iniciar o quadro?
São crises que iniciam em ambos os hemisférios simultaneamente e estão muito relacionados a quadro genético.Costumam iniciar na infancia ou adolescencia. Nem sempre há alteração no EEG. Manifestações motoras são bilaterais e geralmente iniciam com quadro de redução do nível de consciencia.
A partir da idade do paciente, pode-se ter uma ideia de qual síndrome epiléptica o paciente possui. Cite os casos mais frequentes para: (1) periodo neonatal, (2) infancia 1 ano, (3) infancia 5 anos e (4) adolescencia.
(1) Síndrome de Ohtahara e síndrome benigna familiar;
(2) Síndrome de West
(3) Sindrome de Lennox- gastaut
(4) Eplepsia mioclônica juvenil
Cite dois casos de Sx epiléptica q não está relacionada com a idade:
Ep. Lobo temporal Mesial e Gelástica
Epilepsias generalizadas indeterminadas (EGI) geralmente ocorrem na infancia ou adolescencia e costumam ser de etiologia genética (canulopatia). V ou F?
Verdadeiro. Tres exemplos são - convulsão neonatais familiares benignas, ep. gener. com crises febris plus e EMJ dominante.