Ensaios clínicos: Flashcards
Designs de estudos de investigação clínica:
- Intervencional - avaliar o efeito de uma intervenção específica numa população, implicando a existência de um protocolo com alterações à prática clínica (ex: ensaios clínicos de novos fármacos)
- Observacional - não há uma intervenção na população e apenas se observa a prática clínica, sem impor alterações na mesma, e fazem-se estudos com base em observações retiradas da população alvo. São estudos para examinar associações entre variáveis e identificar padrões ou tendências (ex: estudo de fatores de riscos, analisar os efeitos de um medicamento já no mercado).
Validação dos estudos intervencionais e observacionais:
Intervencionais (mostrar o efeito de um fáramaco):
* validação interna elevada - dado ser feita numa população “ideal” controlada, é fácil maximizar o efeito do fármaco
* validação externa baixa - população externa é heterogénea e com condições que não foram consideradas no ensaio clínico, levando a efeitos do fármaco diferentes
Observacionais (extrapolar população do mundo real):
* validação interna baixa
* validação externa elevada: são estudos em populações heterogéneas que refletem a realidade
Fases num ensaio clínico:
Pré-clínica:
* Fase I: número baixo de pacientes e estuda-se a farmacodinâmica (mecanismo de ação) e farmacocinética (como é metabolizado) do fármaco
* Fase II: analisar a segurança e encontrar a melhor dose
* Fase III: numa população maior, estuda-se a eficiência
Clínica (após aprovação com base na pré-clínica):
* Fase IV: ensaios clínicos de longos anos - analisar efeitos a longo termo
Conceito de “Real Word Evidence”:
Evidência clínica do uso e potenciais benefícios ou riscos de um produto médico derivado da análise de dados da população real (dados de saúde eletrónicos, críticas, faturas, etc). Deriva de estudos e análises que podem ser ensaios aleatórios. grandes ensaios ou estudos observacionais.
Estes dados são vantajosos pois incluem representatividade da população real, com uma maior variedade de participantes do que os ensaios clínicos, num maior tamanho de amostra e com dados a longo prazo.
Basket vs umbrella trials:
- basket - testar o efeito de um fármaco ou combinações num mutação específica em vários cancros → combinação de múltiplas fases 2
- umbrela - testar diferentes fármacos em diferentes mutações no mesmo tipo de cancro (mais eficiente) → encontrar subgrupos de pacientes que beneficiam do tratamento
Ensaios adaptativos:
- dinâmicos
- flexíveis - alterações sem comprometer a validação e integridade do estudo (ex: se num grupo não funciona, mudar esses pacientes para outro grupo)
- aumenta eficiência e rapidez, diminuindo os custos
Em que baseiam as abordagens centradas no paciente:
- Paciente e as suas perspetivas tem o papel ativo no design de ensaios clínicos, também tomando decisões e participando no seu próprio tratamento
- Ex: outcomes dos pacientes baseados em sintomas, qualidade de vida, aspetos funcionais, estado de saúde, etc
Vantagens de abordagens centradas no paciente:
- maior envolvimento de todas as partes interessadas, o que pode diminuir custos
- aumenta o conhecimento do paciente em relação à sua própria saúde e bem-estar, levando a melhores cuidados e menos doença. Os cuidados após alta também melhoram, diminuindo readmissões e visitas a hospitais
- profissionais de saúde ao se envolverem com os pacientes podem tomar melhores decisões em relação à sua saúde
Desafios em investigação clínica de doenças raras:
- População pequena
- Heterogeneidade fenotípica e genotípica
- Doença mal compreendida (tanto a sua história natural como diagnóstico)
- muitas afetam crianças, o que aumenta as considerações éticas
- não há um diagnóstico e avaliação estandardizado
- não há regulamentação para desenvolvimento de fármacos
Novos fármacos para doenças raras baseiam-se em:
Genes, tecidos ou células (ATPMs, advanced therapy medicinal products)
* aumento de desenvolvimento devido ao grande investimento feito
Diferenças entre estudos longitudinais e transversais:
- Longitudinais: acompanham os indivíduos ao longo de um período de tempo específico, coletando dados em diferentes momentos para observar mudanças e desenvolvimentos
- Transversais: coletam dados num único momento no tempo da população estudada para fornecer uma visão geral da população em relação a algum assunto (ex: incidência de uma doença)
Estratégias para combater os desafios de pesquisar fármacos para a doenças raras:
- Podem recorrer a ensaios adaptativos, que são dinâmicos e flexíveis, permitindo alterações sem comprometer a integridade do estudo. Este tipo de estudo pode ser vantajoso pois como os mecanismos destas doenças podem ser ainda pouco conhecidos, a testagem de fármacos e as suas consequências podem trazer novas informações sobre a doença que implique que seja necessária mudar alguma parte da abordagem. Este tipo de ensaios também é indicado para quando se tem um baixo número de doentes, dado que também pode implicar alterar os pacientes de grupo por questões éticas, como se por exemplo um grupo não apresentar alterações mas outro sim. Desta maneira, aumenta-se a eficiência e rapidez, diminuindo os custos.
- De maneira a que os fármacos sejam rentáveis para a indústria farmacêutica, estas podem recorrer a colaborações entre pesquisadores e instituições, de maneira a aumentar os recursos.
- Para além disso, tendo em conta que maior parte são doenças genéticas, e considerando o grande investimento e a evolução de técnicas genéticas, muitos novos fármacos baseiam-se em genes, tecidos e ATPMs (Advanced Therapy Medical Products)