Endocrinologia Flashcards
Quais as manifestações clínicas do hipotireoidismo?
- Lentificação de TODOS os processos metabólicos;
- Bócio;
- Menorragia/hipermenorreia;
- Intolerância ao frio;
- Sonolência;
- Aumento de peso;
- SNC: bradipsiquismo, depressão;
- Cardiovascular: bradicardia, dislipidemia, anemia;
- Outros: pele seca, queda de cabelos, unhas frágeis, constipação.
Quais os exames diagnósticos de hipotireoidismo?
- Anticorpo Anti-TPO: inibem ação da TPO e não consigo produzir hormônios tireoidianos;
- Hipotireoidismo primário: TSH elevado e T4L baixo;
- Hipotireoidismo central: TSH baixo e T4L baixo;
- Hipotireoidismo subclínico: TSH elevado e T4L normal - na maioria dos casos, a conduta pode ser expectante, com repetição da dosagem de TSH e T4 livre em 3 a 6 meses.
Valores normais:
* TSH: 0,4 a 4,5 mU/L;
* T4 livre: 0,7 a 1,8 ng/dl.
Quais as indicações de tratamento de hipotireoidismo subclínico?
TSH persistentemente > 10 mU/L, exceto em indivíduos idosos ou idosos muito frágeis com TSH entre 10-20 mU/L.
Qual a medicação usada no hipotireoidismo e como avaliar a dose?
- Levotiroxina: 1,6 mcg/kg/dia (1 a 2 mcg/kg/dia). Tomar de manhã em jejum e não tomar com IBP;
- Dose inicial: 50 microgramas/dia, aumentando 25 microgramas a cada 2-3 semanas, até que o efeito desejado seja alcançado;
- Manutenção: 75-125 microgramas/dia.
Quais as manifestações clínicas do hipertireoidismo?
- Epidemiologia: mulher 20-50 anos;
- Bócio + tireotoxicose;
- Insônia;
- Agitação;
- Sudorese e intolerância ao calor;
- Hiperdefecação, náuseas,
- Geniturinário: Poliúria, noctúria e enurese, oligomenorreia ou amenorreia
- Perda ponderal apesar do aumento de apetite;
- Pele quente e úmida,
- Retração palpebral, exoftalmia;
- HAS, taquicardia, IC de alto débito;
- Apatia em idosos.
Quais os exames diagnósticos do hipertireoidismo?
- Laboratório: redução de TSH e aumento T3 e T4;
- TRAb;
- USG: quando se identificam nódulos à palpação da tireoide;
- Cintilografia: avalia captação de iodo, principal indicação é na suspeita de nódulo funcionante Graves: elevada captação difusa (tireoidites estaria baixo).
Qual o tratamento do hipertireoidismo?
- Sintomático: Betabloqueador (Propranolol, Atenolol ou Metoprolol);
- Metimazol: 15-60mg VO é a primeira escolha;
- Propiltiouracil: é preferido em gestantes e crise tireotóxica - 100 mg VO de 8/8 horas;
- Radioiodoterapia: fazer com recidiva, contraindicação ou reações tóxicas ao PTU/MMZ. NÃO fazer: gestantes, grande bócio, oftalmopatia grave;
- Cirurgia: gestantes refratárias a DAT, bócio muito aumentado ou oftalmopatia.
Qual a clínica do DM1?
- Polifagia: célula não recebe glicose e manda sinal para paciente comer mais) e emagrecimento (sem insulina, hormônios contra-insulinicos estão agindo = catabolismo acontece = quebra de macromoléculas);
- Polidipsia: ocorre devido ao aumento da osmolaridade decorrente da hiperglicemia e da hipovolemia;
- Poliúria: decorrente do aumento da perda de glicose pela urina, exerce efeito osmótico e aumenta o volume urinário. Em crianças, costuma se manifestar como: noctúria, enurese noturna, incontinência urinária.
Quais os critérios diagnósticos da DM1?
- Glicemia de jejum: ≥ 126 mg/dL;
- Glicemia 2h pós-TOTG (75g): ≥ 209mg/dL
- Glicemia glicada (HBA1C): ≥ 6,5%;
- Precisamos de 2 testes alterados (pode ser até na mesma amostra) para fechar o diagnóstico;
- Glicemia aleatória ≥ 200mg/dL + sintomas: apenas 1 exame alterado fecha diagnóstico.
Quais os critérios diagnósticos da pré-DM1?
- Pré-diabetes se: GJ entre 100-125 mg/dL ou HbA1c entre 5,7-6,4% ou TOTG-2h entre 155-208 mg/dL.
Quais os alvos glicêmicos do paciente com DM1?
- HbA1C: < 7%;
- Glicemia pé-prandial: 80-130;
- Glicemia pós-prandial: < 180;
- Idosos: HbA1C: < 8-8,5%.
Como deve ser a dose de insulina calculada para o paciente com DM1?
A insulina deve ser administrada na dose total de 0,5-1,0 UI/kg/dia.
Como deve ser o esquema de aplicação de insulina para o paciente com DM1?
50% Basal e 50% bôlus:
* NPH: 2/3 AC e 1/3 22h;
* Regular: 1/3 AC, 1/3 AA, 1/3 AJ.
Quais os cuidados que devemos ter com a insulina?
- Lavagem das mãos;
- Retirar frasco de insulina da geladeira de 10-20 minutos antes da aplicação;
- Girar o frasco de insulina leitosa (NPH) com movimentos suaves (não agitar);
- Higienizar a tampa emborrachada do frasco de insulina com álcool a 70%;
- Aguardar pelo menos 10 segundos antes de retirar a agulha aplicada no tecido subcutâneo;
- Preferir áreas de maior concentração de tecido adiposo para aplicação subcutânea (face lateral de membros superiores, região do tríceps, nádegas, face anterior do abdome.
Quais os fatores de risco para DM2?
- Sobrepeso ou obesidade;
- HDL < 35mg/dL;
- Triglicerídeos > 250 mg/dL;
- Hipertensão arterial;
- Doença aterosclerótica;
- Pré-diabetes;
- Estigmas de resistência insulínica (Acantose nigricans);
- Sedentarismo;
- História familiar de diabetes em parente de primeiro grau;
- Mulheres com diabetes gestacional;
- Mulheres com síndrome dos ovários policísticos.
Quais os critérios diagnósticos para DM2?
- Glicemia de jejum: ≥ 126 mg/dL;
- Glicemia 2h pós-TOTG (75g): ≥ 209mg/dL
- Glicemia glicada (HBA1C): ≥ 6,5%;
- Precisamos de 2 testes alterados (pode ser até na mesma amostra) para fechar o diagnóstico;
- Glicemia aleatória ≥ 200mg/dL + sintomas: apenas 1 exame alterado fecha diagnóstico.
Quais os critérios diagnósticos para pré-DM2?
GJ entre 100-125 mg/dL ou HbA1c entre 5,7-6,4% ou TOTG-2h entre 155-208 mg/dL.
Quando fazer o rastreio de DM2?
- Idade ≥ 35 anos (ADA) ou ≥ 45 anos (SBD);
- IMC ≥ 25 + fator de risco - História familiar de primeiro grau, doença CV, sedentarismo, dislipidemia, SOP, acantose, DMG, HIV e pré-DM.
Qual o tratamento inicial da DM2?
Metformina Dose inicial usual: 500 mg VO 2-3x/dia (máximo de dose 2500mg) - contraindicada se TFGe menor que 30
Quais os critérios de medicações com base na HbA1c do paciente com DM2?
- HbA1c < 7,5%: Metformina em monoterapia;
- HbA1c 7,-5-9,0%: + 2o antidiabético (escolher com base nos sintomas do paciente);
- HbA1c > 9,0% ou glicemia ≥ 250mg/dL + sintomas (poliúria, polidipsia e perda ponderal): insulina.
Como fazer a escolha do antidiabético no paciente com DM2?
- Preocupação com DRC: Pioglitazona (15-30 mg/dia VO) e inibidores do DPP4 (Linagliptina: 5 mg/dia VO) ou iSGLT2 (Dapagliflozina 10mg/dia VO ou Empagliflozina 25mg/dia VO);
- Preocupação com risco CV: Agonistas GLP-1 (Saxenda/Liraglutida: 0,6 mg/dia SC. Se necessário, aumentar 0,6 mg em intervalos de 1 semana, até atingir a dose de 3 mg/dia SC ou Ozempic/Semaglutida: 0,25 mg/semana SC durante 4 semanas e, após, dose deve ser aumentada para 0,5 mg/semana SC) e inibidores do iSGLT2;
- Preocupação com custo: Sulfonilureia (Glibenclamida 5-10mg VO 1x/dia) e Pioglitazona.
Como iniciar a insulinização do paciente com DM2?
- Iniciar com basal (NPH bedtime) 10U ou 0,1-0,2 unidades/kg/dia antes de dormir e retirar secretagogos. Pode aumentar 2U a cada 3 dias até chegar no desejado;
- Se basal não for suficiente: começar na refeição com pior valor de glicemia pós-prandial com regular +/- 4UI por refeição. Aumentar 1-2 U 2x/semana.
Como fazer o acompanhamento do paciente com DM2?
Rever HbA1c em 3 meses – se fora do alvo = INTENSIFICAR.