Electrofisiologia Flashcards

1
Q

Electrofisiologia - Qual é o Princípio do exame?

A
  • Graduação dos potenciais eléctricos despoletados por estímulos visuais através da utilização de eléctrodos
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2
Q

Electrofisiologia - Indicações principais?

A
  • Distrofias da retina (+)
  • Toxicidade fármacos
  • Patologia inflamatória (Birdshot)
  • Patologia vascular
  • CAR e MAR
  • Défices metabólicos
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3
Q

Electrofisiologia - Que tipos de exames existem?

A
  • ERG flash / full-field
  • ERG pattern
  • ERG multifocal
  • EOG
  • PEV
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4
Q

ERG Flash/Full-Field - o que detecta?

A
  • Detecta resposta EM MASSA (de TODA a área da retina) a um estimulo luminoso
  • Por esse motivo é útil para avaliar patologias que afectam GRANDES AREAS da retina
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5
Q

ERG Flash/Full-Field - que células avalia?

A
  • Função dos Fotorreceptores e das células da Camada Nuclear Interna (Bipolares, Amacrinas, Horizontais)
    (células ganglionares NÃO são avaliadas por este exame)
  • É o ÚNICO teste que mede directamente a função dos bastonetes :O
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6
Q

ERG Flash/Full-Field - Como é feito o procedimento?

A

Doente em Midriase
- Flash de luz intenso (em várias condições de luminosidade e padrão) numa cúpula de Ganzfeld
- Estimulos com intervalo suficiente para recuperação entre Flashes (geralmente 2 segundos para flashes fracos e 20 segundos para flashes fortes)

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7
Q

ERG Flash/Full-Field - Quais são as limitações inerentes ao tipo de exame?

A
  • Não permite distinção topográfica da lesão
  • Não detecta alterações localizadas
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8
Q

ERG Flash/Full-Field - onde são colocados os Eléctrodos?

A

Principal - Córnea / conjuntiva / Pálpebra inferior
Referência - Canto palpebral externo
Terra - Mastoide (ao pe da orelha)

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9
Q

ERG - que outro componente do aparelho é fundamental para o procedimento?

A
  • O amplificador do sinal
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10
Q

ERG Flash/Full-Field - Qual o impacto da fixação?

A
  • Apesar de ser apresentado um ponto de fixação, NÃO NECESSITA de boa fixação por parte do doente
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11
Q

ERG Flash/Full-Field - Que protocolos são recomendados (segundo o ultimo update do ISCEV)

A
  • DA 0,01
  • DA 3
  • DA 10
  • DA Potenciais oscilatórios
  • LA 3
  • LA Flicker (30 Hz)
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12
Q

ERG Flash/Full-Field - Qual é a unidade do número dos protocolos?

A
  • Luminancia integrada com o tempo - candelas / s / m2
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13
Q

ERG Flash/Full-Field - Quanto tempo é preciso aguardar para a adaptação escotópica, antes de fazer os protocolos escotópicos?

A

20 minutos

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14
Q

ERG Flash/Full-Field - DA 0,01 - o que permite observar? que células são principalmente isoladas? Qual das ondas não é geralmente observável? Permite isolar local da disfunção da retina?

A
  • Flash FRACO
  • Para os Bastonetes
  • Onda a (negativa - cones e bastonetes) - NÃO observável
  • Onda b (positiva - células bipolares ON) - Observável
    Alteração indica
  • Disfunção do Sistema dos Bastonetes
  • NÃO diferencia Fotorreceptores VS Retina Interna (porque só se distingue 1 onda)
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15
Q

ERG Flash/Full-Field - DA 3 e 10 o que permite observar? que células são principalmente isoladas? Que padrões de alteração existem?

A
  • Flash mais forte
  • Resposta COMBINADA dos cones e bastonetes (dominada pelos bastonetes)
  • Onda a (negativa - cones e bastonetes) - Observável
  • Onda b (positiva - células bipolares ON e OFF) - Observável
  • Aqui já se ve as células bipolares ON e OFF porque já estamos a trabalhar com cones
    Alteração indica
    onda a diminuída + onda b diminuída:
  • Disfunção Fotorreceptores
    onda a normal + onda b diminuída:
  • Disfunção pós-fototransdução ou retina INTERNA
  • A este padrão chama-se ERG ELECTRONEGATIVO e indica disfunção da retina INTERNA
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16
Q

ERG Flash/Full-Field - Qual é o propósito do DA 10.0, quando já se faz o 3.0?

A
  • Tem amplitude da onda A maior, por isso permite melhor visualização das ondas negativas
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17
Q

ERG Flash/Full-Field - Qual é o sentido normal de uma onda-a e uma onda-b?

A

Onda a - negativa (cones+bastonetes)
Onda b - positiva (células bipolares)

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18
Q

Quais são as causas principais de ERG electronegativo? (5)

A

Adquiridas
- OACR (e outras causas de isquémia da retina interna)
- MAR
- Retinopatia Auto-imune
Hereditárias
- Congenital Stationary night blindness ligada ao X
- Retinosquisis ligada ao X

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19
Q

ERG Flash/Full-Field - Qual é a função dos potenciais oscilatórios?

A
  • Isolam sobretudo células amácrinas ON e OFF
  • Avaliam a função das camadas MEDIAS e da função VASCULAR :O
  • Podem estar REDUZIDOS em condições de Hipoxia, Microvasculares ou na CSNB
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20
Q

ERG Flash/Full-Field - quando tempo de adaptação fotópica é necessário antes da realização dos protocolos fotópicos

A

10 minutos
(nos escotópicos é 20 minutos)

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21
Q

ERG Flash/Full-Field - LA 3.0 - quais são as particularidades? Que células isola? O que indica uma alteração?

A
  • Para isolar os Cones (porque bastonetes estão saturados devido ao light-adapt e a um fundo supressor de bastonetes !!)
  • Onda a (negativa - cones e células bipolares OFF dos cones :O) - Observável
  • Onda b (positiva - células bipolares ON e OFF) - Observável
    Alteração indica
    Disfunção no Sistema dos cones
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22
Q

ERG Flash/Full-Field - LA 3.0 30 Hz flicker - quais são as particularidades? que tipo de onda se vê? que células permite isolar?

A
  • Específico dos cones (porque resolução temporal dos bastonetes é FRACA)
  • Ondas b em série
    Não tem especificidade anatómica (entre camadas externas ou internas)
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23
Q

ERG Flash/Full-Field - LA 3.0 30 Hz flicker - o que indica um atraso na resposta e uma perda de amplitude na resposta?

A
  • ATRASO na resposta é indicador SENSÍVEL de Disfunção GENERALIZADA nos cones
  • Perda de amplitude é mais frequentemente por Disfunção Parcial
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24
Q

ERG Flash/Full-Field - Como são as ondas nos bebés? A partir de que idade se assemelham às dos adultos?

A
  • Recem nascidos tem amplitudes baixas e ondas simplificadas
  • Mas há uma maturidade rápida e ao fim de 1 ano de vida já se assemelham aos adultos
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25
Q

ERG Flash/Full-Field - Em que patologias podemos obter um padrão patognomónico? (3)

A
  • Bradiópsia /visão lenta
  • Síndrome dos Enhanced S-cones (Goldman-Favre)
  • Distrofia cones com ERG bastonete supernormal
26
Q

ERG Flash/Full-Field - Padrão patognomónico na Bradiópsia / visão lenta? Mutação?

A

ERG com tempo de adaptação prolongado
Genes RGS9 ou R9AP
# Perdeu a Rapidez

27
Q

ERG Flash/Full-Field - Padrão patognomónico no S. Enhanced S-cones? Mutação?

A
  • Ausencia de resposta de bastonetes
  • Flicker 30Hz com baixa amplitude e aumento da latência
  • Resposta aumentada para luz azul em background laranja
    Gene NR2E3
28
Q

ERG Flash/Full-Field - Padrão patognomónico na Distrofia de Cones com resposta bastonete supranormal?

A
  • ERG escotópico de luz muito baixa indetectável ou subnormal
  • Aumento desproporcionmal da amplitude da onda b com pequenos incrementos do estimulo luminoso
  • Onda-a com atraso perante estímulos mais fortes
  • ERG LA reduzido e com aumento da latencia
29
Q

ERG Pattern - que células da mácula é que avalia?

A
  • Fotorreceptores + células ganglionares MACULARES (com contributo menor do que outras células)
    Uma vez que a maioria das células ganglionares está concentrada na mácula
30
Q

ERG Pattern - particularidades de como se faz o procedimento (que são diferentes do ERG full field)

A
  • Sem midríase :O
  • Binocularidade
  • Exige transparência de meios e refração adequada
31
Q

ERG Pattern - Quantos eléctrodos existem e onde se colocam?

A

Activo - 1 em cada olho, na córnea ou conjuntiva
Referência - No canto palpebral externo (na pele) (= ERG full-field)
Terra - zona frontal

32
Q

ERG Pattern - Como é o estímulo?

A
  • Xadrez, com quadrados brancos e pretos alternantes com frequência regular
33
Q

ERG Pattern - Que º da retina é que estimula?

A
  • Corresponde aos 12º CENTRAIS
34
Q

ERG Pattern - Como é o trajecto da onda? Que partes são correspondentes a que células?

A

N35
- NEM sempre visível
P50
- Cones maculares + células ganglionares maculares
N95
- Células Ganglionares ++
(- Os P e Ns vêm do facto das respectivas ondas serem tipicamente positivas ou negativas
- Os números vêm do tempo normal em que essas ondas surgem)

35
Q

ERG Pattern - Quais são os padrões de alterações da onda? que partes da retina estão afectadas em cada padrão?

A

P50 e N95 diminuida com rácio P50/N95 normal ou aumentado
- Representa patologia da mácula (a P50 diminuida torna inevitável a diminuição da N95)
P50 normal com N95 diminuida
- Representa patologia do Nervo Optico (só células ganglionares é que estão afectadas)

36
Q

ERG Pattern - Como é que podemos saber se a patologia é limitada à mácula?

A

Por comparação com o ERG flash

37
Q

ERG Pattern - Indicações principais

A
  • Maculopatias
  • Alterações primárias das células ganglionares (Atrofia Optica Herditária de Leber / Neuropatia Optica Dominante)
38
Q

ERG Multifocal - que º avalia? Que células avalia?

A

40-50º centrais
Cones do polo posterior

39
Q

ERG Multifocal - quantos hexágonos poderá ter?

A

61, 103, 241

40
Q

ERG Multifocal - É feito e midríase ou miose? É feito em condições escotópicas ou fotopicas? Que condições exige?

A
  • Midriase
  • Fotopicas (por isso é que isola os cones)
  • Exige transparência de meios e refração adequada e fixação continua (= Pattern)
41
Q

ERG Multifocal - Como é a onda obtida? De onde vêm?

A
  • Onda em resposta bifásica - N1 - P1 - N2
  • Não se sabe ao certo
42
Q

ERG Multifocal - Indicações Principais?

A
  • Toxicidade por hidroxicloroquina / tamoxifeno / Clorpromazina
    Distrofias maculares (para caracterização topográfica)
  • S. Stargardt
  • Distrofias de Cones
  • MAR e CAR
43
Q

EOG - o que mede?

A
  • Mede indirectamente a diferença de potencial entre a membrana basla e apical do EPR
44
Q

EOG - que células avalia?

A
  • Função do EPR
  • Interação EPR-Fotorreceptores
45
Q

EOG - Qual é o principio base?

A
  • Baseia-se no olho como um dipolo em que a córnea tem um potencial eléctrico em relação à retina
  • Essa diferença ocorre a nível do EPR
  • A diferença de potencial aumenta com o aumento da luminosidade, se o EPR estiver a funcionar bem
46
Q

EOG - Qual é a causa da diferença de potencial transmembranar do EPR? Qual uma das moléculas principais responsáveis?

A
  • Despolarização da membrana baso-lateral do EPR pela entrada de potássio em condições de luminosidade
  • Bestrofina - controla abertura de canais de Cloro no EPR
47
Q

EOG - Como é o procedimento? Estado de dilatação? O que o doente tem de fazer?

A
  • Feito em midríase
  • Doente faz movimentos sacádicos horizontais de 30º, alternando o lado a cada 10 segundos
  • Primeiro faz-se durante 20 minutos de Dark-adaptation - dark-through
  • Depois faz-se durante 12-15 minutos de Light-adaptation - light-peak
48
Q

EOG - Como se interpreta o exame?

A

Índice de Arden:
- Proporção entre o light-peak e o dark-through
- Normal < 1,8
- Subnormal 1,65-1,8
- Anormal < 1,65

49
Q

EOG - Indicações? Padrões de resultado nas indicações?

A
  • Doença de BEST (mutação bestrofina) - EOG alterado com ERG normal
  • Bestrofinopatia Recessiva - EOG alterado com ERG normal (mas não suficiente para causar alteração tão marcada no EOG)
  • Portadores de Bestrofinopatias podem ter alteração
  • AZOOR :O
    (EOG é normal em todos os casos que o ERG é normal excepto nestas doenças)
50
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - O que mede?

A

Potencial eléctrico Cortical a estímulos invocados na retina
Dependente de toda a actividade do sistema visual

51
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - Quantos eléctrodos e como se colocam?

A

Eléctrodo activo
- Pode ser 1 ou mais
- Colocado no escalpe occipital, na linha média
Eléctrodo de referência
- Colocado na Zona Frontal
Terra
Colocado no Mastóide ou lóbulo da orelha

52
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - que tipos de estimulos existem?

A
  • Flash de luz
  • Pattern reversal ++
  • Pattern onset-offset (pattern-appearance)
53
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - qual é o tipo de estimulo mais usado?

A
  • Pattern reversal ++
54
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - particularidades do estimulo Flash de luz simples? Quando podem ser uteis?

A
  • É altamente variável intra e inter doentes
  • Uteis apenas para comparações entre os 2 olhos ou respostas hemisféricas do MESMO doente
    Uteis em
  • Opacidade de meios (menos afectados)
  • Crianças pequenas ou não colaborantes (para avaliar PRESENÇA de resposta ou simetria)
55
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - particularidades do estimulo Pattern reversal?

A
  • É o estimulo mais utilizado
  • Timings são geralmente semelhantes entre a população
  • Amplitude é altamente variável
56
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - particularidades do estimulo Pattern onset-offset? Em que doentes podem ser uteis?

A
  • Estimulo que aparece num fundo cinzento uniforme e depois desaparece
  • Menos dependentes da fixação correcta
  • Maior variabilidade entre sujeitos e menor sensibilidade que o pattern-reversal
    Util em
  • Nistagmus
  • Albinismo (alterações do trajecto da via optica)
  • Simuladores
  • Crianças (que não conseguem manter fixação)
57
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - características da onda? Componentes?

A
  • Componente negativo N75 a 75 ms do estimulo
  • Componente positivo P100 a aproximadamente 100 ms do estímulo
  • Componente negativo N135 a 135 ms do estimulo
58
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - Onda P100. Como se mede? Particularidade em relação às outras?

A
  • É que tem menor variabilidade intra e interindividual, se for feita com Pattern-Reversal
  • Amplitude é medida entre o vale e a crista da onda
59
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - Indicações? (4)

A
  • Patologia da Via Visual - atrasos de condução (por exemplo Esclerose Multipla / Desmielinizantes) (pode haver atraso residual mesmo com recuperação)
  • Avaliação de crianças pré-verbais
  • Albinismo / Patologia do quiasma com alterações na decusassão
  • Avaliação de suspeita de perda inexplicada / não organica
60
Q

Potenciais Visuais Evocados (PEV) - A que podem levar doenças maculares?

A
  • Doenças MACULARES podem levar a PEV atrasados !!!
  • Têm sempre de ser interpretados com ERG