Economia Flashcards

1
Q

Ação Teoria do Consumidor, preferências, reta orçamentária e utilidade

1- Definição de reta orçamentária e sua equação

2- Fórmula da INCLINAÇÃO da reta orçamentária e o que ela representa

3- Variável que altera a inclinação da reta orçamentária e variável que desloca toda a curva

4- Princípio ou lei principal da utilidade

5- Qual é o ponto em que a utilidade é máxima ?

6- Definição de Curva de Indiferença e seu formato em relação à origem

7- Nome dado a um conjunto de curvas de indiferença

8- Duas condições para curvas de indiferença bem comportadas

9- Três condições para escolha ou preferências racionais do consumidor

10- Local do equílibrio do consumidor

A

DECORAR: UTILIDADE (marginal e total), PREFERÊNCIA, RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA E SUA EQUAÇÃO, CURVA DE INDIFERENÇA, MONOTONICIDADE, PREFERÊNCIAS BEM-COMPORTADAS, PREFERÊNCIAS RACIONAIS E DIAGRAMA DO EQUÍLIBRIO DO CONSUMIDOR

Teoria do Consumidor, também chamado de equílibrio ou problema do consumidor = É a parte da ciência econômica que estuda o comportamento do consumidor durante as suas decisões de consumo, de acordo com a restrição orçamentária, preferências e Cestas de Consumo. Os pressupostos da teoria do consumidor são de que o consumidor escolhe o “melhor possível” (utilidade e preferência) do que ele “pode adquirir” (restrição orçamentária)

TEORIA DO CONSUMIDOR = COMPORTAMENTO + DECISÕES DE CONSUMO + RESTRIÇÃO

RETA ORÇAMENTÁRIA (aquilo que o consumidor “pode adquirir”)

A reta orçamentária, também chamada de linha orçamentária ou reta de restrição orçamentária, é o conjunto de cestas que esgotam a renda do consumidor.

Equação da reta orçamentária: R = P1 x Q1 + P2 x Q2 (ou seja, a renda total do consumidor é igual ao preço vezes a quantidade dos bens) e sua inclinação se dá por: – P1/P2

A inclinação da reta orçamentária é igual à relação dos preços dos bens (p1/p2) e mede a taxa à qual o consumidor está disposto a substituir “a” por “b”.

Às vezes, também é dito que a inclinação da reta orçamentária mede o custo de oportunidade de consumir um bem. A inclinação da reta orçamentária representa o custo de oportunidade do consumo de determinado bem. Ou seja, para consumir um bem, e se manter ao longo da reta orçamentária, é necessário reduzir o consumo do outro bem. Assim, ao consumir um bem, deixa-se de consumir outro bem, o que representa o conceito de custo de oportunidade.

Aumentos na renda, deslocam a reta orçamentária como um todo e mudanças nos preços alteram a inclinação da reta, pois só deslocam um dos eixos onde a reta toca. No entanto, se os preços dos bens mudarem ao mesmo tempo e no mesmo montante, não há alteração na inclinação.

UTILIDADE (“melhor possível”)

Também chamada de benefício, prazer, utilidade.

Aumentos na quantidade de bens sempre aumentam a utilidade total, mas em níveis cada vez menores (utilidade marginal ou benefício adicional) – Lei da Utilidade Marginal decrescente Utilidade marginal (Umg): é o acréscimo de utilidade (U) em virtude do acréscimo de uma unidade de consumo (q) de um bem qualquer. De forma matemática: Umg = delta U sobre delta Q.

Assim, Quanto mais temos de um bem, menos útil ele se torna (Princípio da utilidade marginal decrescente). O momento em que a utilidade é máxima acaba sendo quando a utilidade marginal é NULA.

Os consumidores procuram igualar os seus benefícios marginais (utilidade ou satisfação) com os seus custos marginais (preço pago). A utilidade marginal da água é baixa e do diamante é alta, por isso, pagamos muito por ele (paradoxo do valor). Mas não confunda: A maximização da utilidade ocorre quando a utilidade marginal é igual a zero

A maximização da utilidade ocorrerá quando o consumido tiver satisfeito o princípio da igualdade marginal, que é conceituado como: o momento em que os consumidores igualam as utilidades marginais por unidade monetária gasta em cada um dos bens.

Preferências “escolha do melhor possível”

Curva de indiferença: é uma curva que liga as várias combinações de consumo de vestuário e alimentos que proporcionam igual utilidade (a expressão curva de indiferença deriva do fato de que cada ponto na curva rende a mesma utilidade, logo, o consumidor será indiferente sobre qualquer cesta de consumo ao longo da curva).

A utilidade é uma medida SUBJETIVA (não-objetiva) de satisfação ou benefício que os consumidores atribuem aos diferentes bens e serviços que consomem.

A curva de indiferença, portanto, consiste em todas as cestas de bens que deixam o consumidor indiferente à cesta dada. Assim, uma curva de indiferença mostra apenas as cestas que o consumidor percebe como indiferentes entre si à a curva de indiferença, ** sozinha, não distingue as cestas melhores das piores ** / Curvas de indiferença não se cruzam.

Observação: A isoquanta está para a curva de indiferença assim como a teoria do produtor está para a teoria do consumidor. Tanto a isoquanta como a curva de indiferença tem o mesmo formato: são convexas em relação a orígem.

Nota: existe também o conceito de mapa de indiferença, que é o gráfico que contém um conjunto de curvas de indiferença mostrando as cestas de mercado cuja escolha é indiferente para o consumidor.

Princípio da monotonicidade ou não saciedade (quanto mais melhor) / A monotonicidade das preferências implica que as curvas de indiferença tenham, obrigatoriamente, inclinação negativa.

Cestas ou combinações médias são preferíveis aos extremos em curvas convexas / nas curvas côncavas, os extremos são preferíveis

Preferências bem-comportadas: monotônicas e convexas

Preferências racionais:

1) Completa (o consumidor é capaz de comparar a satisfação trazida pelas diferentes cestas de bens)

2) Reflexiva: uma cesta de bens é tão boa quanto a ela mesma.

3) Transitiva: se se prefere a cesta A à cesta B e a B à C, logo, prefere-se a cesta A à C.

Equilíbrio do Consumidor: Tangente entre Reta Orçamentária e a Curva de Indiferença do consumidor, significando a maior utilidade possível para o consumo de determinada cesta de bens (x;y), dada a restrição orçamentária. No equilíbrio, TMS =Px/Py

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Q

Curvas de Indiferença e TMgS

1- Três características das curvas de indiferença

2- Definição das curvas de indiferença

3- Nome do mapa que monstra um conjunto de curvas de indiferença

4- Princípio que garante o não cruzamento das curvas e princípio que explica a inclinação negativa da curva de indiferença

5- 3 propriedades das curvas de indiferença

6- Significado da taxa marginal de substituição e sua fórmula

A

As curvas de indiferença se inclinam negativamente (já caiu), nunca se cruzam e são convexas com relação à origem, quando bem comportadas / Além disso, possuem taxa marginal de substituição e utilidade marginal DECRESCENTES

Definição: A Curva de indiferença mostra DIVERSAS cestas de consumo com a MESMA utilidade / Inserem-se na Teoria do Consumidor e suas decisões de consumo

Os pressupostos da teoria do consumidor são de que o consumidor escolhe o “melhor possível” (utilidade e preferência) que ele “pode adquirir” (restrição orçamentária)

A curva de indiferença, portanto, consiste em todas as cestas de bens que deixam o consumidor indiferente à cesta dada. Assim, uma curva de indiferença mostra apenas as cestas que o consumidor percebe como indiferentes entre si

A curva de indiferença, ** sozinha, não distingue as cestas melhores das piores **

Nota: existe também o conceito de mapa de indiferença, que é o gráfico que contém um conjunto de curvas de indiferença mostrando as cestas de mercado cuja escolha é indiferente para o consumidor.

As curvas de indiferença não se cruzam, graças ao princípio da transitividade (A preferível B e B preferível a C, logo A é preferível a C) – pois se cruzassem formariam um absurdo lógico ***

O princípio da utilidade marginal decrescente explica por que a curva de indiferença é negativamente inclinada

Propriedades das curvas de indiferença (bem-comportadas) - não confundir com as preferências do consumidor:

1) Curvas mais altas são preferíveis por fornecerem maior utilidade (monotonicidade). monotonicidade das preferências implica que as curvas de indiferença tenham, obrigatoriamente, inclinação negativa. Se mais é melhor, então, ao reduzirmos o consumo de um bem, devemos, com certeza, aumentar o consumo do outro bem para que nos mantenhamos indiferentes entre duas cestas de consumo. Isso só é possível se as curvas de indiferença tiverem inclinação negativa.

2) Curvas de indiferença não se cruzam = é uma reafirmação da premissa da transitividade, pois se ocorresse cruzamentos haveria combinações dos mesmos bens com dois níveis de utilidade diferentes ao mesmo tempo (absurdo lógico)

3) As médias são preferidas aos extremos (desde que sejam curvas convexas em relação a origem) = A explicação intuitiva para este fenômeno reside no fato de que os consumidores preferem consumir cestas mais diversificadas; isto é: tendo quantidades equilibradas de cada bem.

Acima temos as PROPRIEDADES das curvas de indiferenças bem comportadas.

Quanto mais melhor (monotonicidade) = garante a inclinação negativa das curvas de indiferença. Essa inclinação é dada por delta y sobre delta x, ou seja, sua taxa marginal de subtituição. A convexidade das curvas de indiferença parece algo natural: ela diz que quanto mais temos de um bem, mais propensos estaremos a abrir mão de alguma quantidade dele em troca de outro bem.

Em primeira instância, o que ocasiona estas mudanças ao longo da curva de indiferença e a sua própria inclinação é o princípio da utilidade marginal decrescente.

A inclinação da curva de indiferença, a taxa marginal de substituição, mede a taxa em que o consumidor se encontra na fronteira entre trocar ou não trocar.

O princípio da utilidade marginal decrescente explica por que a curva de indiferença é negativamente inclinada (não confunda com com a reta de restrição orçamentária)

Curvas de indiferença não mantêm relação com restrições orçamentárias ou preços dos bens envolvidos na análise, somente sua UTILIDADE.

Quem mantém relação com a restrição de renda (orçamentária) e com os preços dos bens envolvidos é a reta de restrição orçamentária e não a curva de indiferença.

Uma curva de indiferença é convexa quando a taxa marginal de substituição diminui na medida em que há movimentação para baixo ao longo da mesma curva. A medida que nos deslocamos para baixo, a inclinação da curva de indiferença (que é a própria taxa marginal de substituição) diminui. No inicio da curva de indiferença, a inclinação da curva é alta. No final, a inclinação é bem menor. Essa redução da taxa marginal de substituição só é possível graças à convexidade da curva de indiferença. Vale ressaltar que se a taxa marginal de substituição aumentasse à medida que nos deslocássemos para baixo, a curva de indiferença seria côncava, não convexa.

Preferências Mal-Comportadas (substitutos e complementos perfeitos) = ** Elas seguem as premissas de preferências (monotonicidade, reflexividade, transitividade, integralidade), mas não seguem o comportamento das curvas bem-comportadas (TMgS decrescente e negativa, convexidade) ** - Não Confunda

As curvas de indiferença entre um bem e um mal são curvas ou retas positivamente inclinadas, pois o consumo do mal deve ser compensado pelo consumo do bem para manutenção do mesmo nível de utilidade.

Bem neutro em relação a outro = curva de demanda vertical

Curvas de indiferença côncavas = diferente das curvas convexas em que o consumidor prefere cestas médias devido à diversificação, aqui a especialização do consumo em um bem prevalece.

A curva de indiferença é usualmente ilustrada como sendo côncava em relação à origem para mostrar que as combinações de dois bens são indiferentes ao consumidor, e sinaliza que quanto mais escasso for um bem maior, maior será o seu valor relativo de substituição.

TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO

TMgS = quanto se abre mão de um bem por outro, mantendo a utilidade ou a PRODUÇÃO (teoria da firma) constantes *** Essa é a definição ! / TmgS determina a inclinação da curva de indiferença / O declínio no consumo de vestuário permitido por um aumento no consumo de alimentos a fim de que a utilidade se mantenha constante é chamado de taxa marginal de substituição (TMgS)

TmgS = delta y dividido por delta x = inclinação da reta naquela ponto = fronteira entre trocar ou não = propensão marginal a pagar = razão entre as utilidades marginais / TMgS possui inclinação NEGATIVA

Taxas Marginal de Substituição Constante indica bens substitutos, pois a inclinação não se altera. Neste caso, as curvas de indiferença são formadas por linhas retas paralelas, sendo a TMgS constante *** / Taxa Marginal de Substituição infinita ou igual a zero representa bens complementares (gráfico perpendicular)

Observação: Para lembrar do gráfico de preferência dos bens complementares, lembre-se que a palavra “compLementares” diferente da “substitutos”, possui um “L”

** Curvas de indiferença monotônicas implicam que elas têm inclinação negativa (certo) **

Observação 2: mapa de indiferença é a representação de um conjunto de curvas de indiferença, mostrando as cestas de mercado cuja escolha é indiferente para o consumidor.

5 (CESPE, TCE/PA, ACE/Economia, 2016) A utilização de curvas de indiferença para descrever as preferências dos consumidores não é indicada, já que as curvas não distinguem as cestas de consumo - CERTO - o que distingue as cestas de consumo é o mapa de indiferença (conjunto de curvas de indiferença). As curvas de indiferença mostram combinações entre cestas as quais o consumidor é
indiferente. A curva de indiferença sozinha não distingue as cestas melhores das piores. Ordenam-se as preferências através do mapa de indiferença. Curvas mais distantes da origem representarão cestas preferíveis.

Observação 3: Se um indivíduo gosta de um bem e é neutro em relação a outro, então a curva de indiferença será uma linha paralela ao eixo do bem neutro. O bem neutro possui como característica a invariabilidade da satisfação dado aumento na quantidade consumida do bem, basicamente refere-se aos alimentos básicos, como açúcar, sal, arroz. A curva de indiferença destes bens é paralela ao eixo do bem neutro, pois a utilidade não varia com o aumento da quantidade consumida.

Observação 4: A curva de indiferença não distingue cestas de produtos, já que cestas ao longo de uma curva trazem o mesmo nível de utilidade ao consumidor, contudo um mapa de curvas de indiferenças podem distinguir as cestas de produtos, pois as cestas localizadas nas curvas mais altas trarão mais utilidade comparativamente com aquelas localizadas em curvas mais baixas.

Observação 5: A taxa marginal de substituição independe do nível de renda. Quem depende da renda é a reta de restrição orçamentária: quanto menor a renda, mais baixa estará a reta de restrição orçamentária. Veja, então, que a curva de indiferença e a estrutura de preferências do consumidor não dependem da renda (não confunda)

Resumo da TMgS para curvas bem-comportadas:
1) Significa a inclinação da curva de indiferença (vale em qualquer caso);
2) Possui inclinação negativa;
3) É decrescente;
4) É a fronteira de trocar ou não trocar um bem pelo outro;
5) Mede a propensão marginal a pagar.

A curva de indiferença do consumidor não tem relação DIRETA com restrições orçamentárias ou preços dos bens pertencentes à cesta de preferência – CERTO - A curva de preferência avalia as cestas de bens que deixam o consumidor indiferente à cesta dada; não há, portanto, relação direta com restrições orçamentárias e níveis de preços.

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Q

Teoria do Consumidor

1) Citar as 4 Premissas básicas da teoria do consumidor, também chamada, de preferências das pessoas por determinadas cestas e seus significados

2) Quais as três premissas que geram racionalidade e razoabilidade na escolha do consumidor

A

As premissas da monotonicidade, transitividade e completude conferem racionalidade e razoabilidade à teoria do consumidor

1) integralidade, exclusividade ou completude = pode-se ordenar e organizar em preferências ou indiferença toda e qualquer cesta / Na completude, é importante citar o exemplo: Para quaisquer duas cestas A e B, um consumidor pode preferir A a B, ou preferir B a A ou ser indiferente a qualquer uma das duas.

2) Transitividade (consistência) = preferência de a por b e de b por c, marca a de a por c, obrigatoriamente. (Por isso, nunca as curvas de indiferença nunca se cruzam) (não confundir com a primeira premissa) (princípio da transitividade = as curvas nunca transam = se cruzam) /

(3) princípio da não saciedade ou monotonicidade = quanto mais, melhor / essa é a premissa violada caso as curvas de indiferença se cruzem. Embora elas não se cruzem graças à transitividade

(4) reflexividade = supomos que todas as cestas são pelo menos tão boas quanto elas mesmas. Ou seja, mesmo prazer entre cestas iguais

Escolha racional = completa, transitiva e monotônicas (1,2,3) / algumas questões não mencionam a monotoniciedade / As premissas da monotonicidade, transitividade e completude conferem racionalidade e razoabilidade à teoria do consumidor

Preferências racionais devem atender obrigatoriamente a 1, 2 e 3 = integralidade, transitividade e monotonicidade, segundo Pindyck

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Q

Escolha ótima do consumidor

1- Dois elementos que restrigem a escolha do consumidor (R-P)

2- Local da escolha ótima do consumidor (3)

3- reta de restrição orçamentária – significado, fórmula e citar o que gera o deslocamento da sua inclinação e da reta como um todo

A

Possui dois elementos fundamentais: a restrição orçamentária e as preferências do consumidor

** as curvas de indiferença bem comportadas são CONVEXAS em relação a origem (meia bola) **

A escolha do consumidor se dá no encontro dessas duas variáveis (preferência x restrição) / as preferências servem para delimitar ou constituir um modelo de escolha para formação de uma cesta de bens (x e y) / partindo de preferências bem-comportadas (monotônicas e convexas), a reta de restrição de orçamentária delimita um universo de preferências de acordo com seus preços

** A escolha ótima se situa na curva de indiferença mais longe da origem e no ponto mais central dessa curva, onde a restrição orçamentária toca (tangencia) a curva de indiferença (evitando soluções de canto) **. Nesse ponto, a taxa marginal de substituição é igual ao preço RELATIVO dos bens, formando o ÓTIMO DO CONSUMIDOR

RETA ORÇAMENTÁRIA = A relação entre os preços (Px e Py) define a inclinação da reta orçamentária / ou seja; Px / Py = tg alfa / essa fórmula é IGUAL a taxa marginal de substituição nesse ponto, ou seja, a tangente entre Reta Orçamentária e a Curva de Indiferença do consumidor, significando a maior utilidade possível para o consumo de determinada cesta de bens (x;y), dada a restrição orçamentária

A taxa marginal de substituição (tg alfa) demonstra a capacidade de abrir mão de um bem para consumir o outro em cada um dos pontos da curva de indiferença / a Tmgs varia ao longo da curva da indiferença e se constitui da inclinação ao longo da curva

** a inclinação da reta de restrição orçamentária é igual a taxa marginal de substituição no ponto da escolha ótima, sendo igual ao preço relativo entre os produtos em análise (Px/Py) **

O consumidor está disposto a abrir mão de um bem pelo outro na medida da relação de seus preços

Diferentemente da Curva de Indiferença e da TMgS: O que explica a inclinação negativa da reta de restrição orçamentária é o fato de um consumo maior de um bem implicar obrigatoriamente um consumo menor de outro bem, estando o consumidor limitado pela sua renda (que está representada pela própria reta de restrição orçamentária)

Reta orçamentária está ligado a Renda e sua inclinação é dado por = px / py (preço do bem das abcissas pelo preço do bem das ordenadas)

** É importante lembrar que o que desloca a inclinação dessa reta é o preço, uma vez que a renda desloca TODA a reta para direita ou esquerda **

Portanto, restrição orçamentária são todas as cestas que exaurem a Renda do consumidor (R-> R = restrição, renda) (é a linha reta no gráfico) **

Em uma situação de equilíbrio, limitados renda e preço, o consumidor maximiza sua satisfação. Entretanto, se o consumidor escolher ficar abaixo da linha orçamentária, ele poderá estar satisfeito e não gastará toda a sua renda (certo) (acredito que a questão desconsidere o axioma de quanto mais melhor)

Resposta do professor: Se o consumidor escolher a curva de indiferença que tangencia a restrição orçamentária, ele estará fazendo a escolha ótima, maximizando sua utilidade. Se o consumidor escolher consumir abaixo da restrição orçamentária ele poderá estar satisfeito, visto que pode estar consumindo em um ponto da curva de indiferença, contudo não maximizará sua satisfação. Já os pontos acima da restrição orçamentária são impossíveis, tendo em vista que o consumidor não possui renda disponível para este nível de consumo.

A cesta maximizadora de utilidade deverá satisfazer duas condições:

  1. Deverá estar sobre a linha do orçamento.
  2. Deverá dar ao consumidor sua combinação preferida de bens e serviços.

O conjunto de cestas de consumo que o consumidor “pode adquirir” aos preços (p1, p2) e renda m é denominado o conjunto orçamentário do consumidor, ou conjunto de oportunidade (no sentido de que há a oportunidade de consumir as cestas que fazem parte deste conjunto) - é tudo que esta para trás da reta orçamentária no gráfico e não se confunde com a reta em si (esse conjunto tem formato de triângulo)

Em uma escolha de produção ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam aos custos de produção de longo prazo. - CERTO

Nos mercados competitivos, a escolha ótima a ser feita por determinado consumidor corresponde à escolha em que a taxa marginal de substituição entre dois bens quaisquer é igual para todos os consumidores – questão certa tps – Umg = Cmg

Se o consumidor escolher a curva de indiferença que tangencia a restrição orçamentária, ele estará fazendo a escolha ótima, maximizando sua utilidade. ** Se o consumidor escolher consumir abaixo da restrição orçamentária ele poderá estar satisfeito, visto que pode está consumindo em um ponto da curva de indiferença, contudo não maximizará sua satisfação **. Já os pontos acima da restrição orçamentária são impossíveis, tendo em vista que o consumidor não possui renda disponível para este nível de consumo.

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Q

Efeito PREÇO e suas componentes

1- Dois componentes do efeito preço

2- Sinal do efeito substituição para qualquer modificação (preço x demanda ou quantidade)

3- Efeito substituição e efeito renda sobre a reta orçamentária

4- Três variáveis para analisar o efeito renda

5- Sinal do efeito renda para bens normais e bens inferiores

6- Motivo da demanda dos bens inferiores ser negativamente inclinada

7- Por que os bens de giffen possuem um efeito substituição muito pequeno ?

A

É constituído por 2 componentes, quais sejam efeito substituição + efeito renda

A decomposição do efeito preço em efeito substituição e efeito renda é atribuída a chamada equação de Slutsky

Efeito Substituição (ES) = é sempre negativo em relação as variáveis: preço x demanda (vão em sentidos opostos), ou seja, contrário ao efeito gerado no preço (se o preço aumenta, ocorre a diminuição da sua demanda por substituição) (as variáveis preço e substituição se relacionam de forma inversa) – ** SEM NENHUMA EXCEÇÃO! ** / o efeito substituição RELACIONA PREÇO E QUANTIDADE demandada (diferente do efeito renda que relaciona renda e demanda) / No efeito substituição o consumidor se desloca ao longo da mesma curva de indiferença, mantendo a taxa de utilidade

Atenção: o efeito substituição é o responsável por rotacionar a reta orçamentária, enquanto a renda gera deslocamentos à esquerda e à direita

O efeito substituição para bens complementares perfeitos é zero e, portanto, a variação da demanda deve-se inteiramente ao efeito renda. Quando os bens são perfeitamente complementares, o efeito substituição é irrelevante.

O efeito substituição é sempre negativo (decorar). Quando o preço de um item diminui, o efeito substituição sempre leva a um aumento na quantidade demandada do item.

Efeito renda = variáveis caminham no mesmo sentido (variáveis: RENDA x demanda), diferentemente do efeito substituição – lembrar que na renda são três variáveis = preço, consumo e renda = se o preço cai, a renda aumenta, o consumo aumenta = ** renda e consumo sempre caminham no mesmo sentido ** / QUANDO O BEM FOR NORMAL, O EFEITO RENDA SEMPRE SERÁ POSITIVO (sempre reforçará o efeito substituição) / aqui o consumidor migra para uma nova curva de indiferença, alterando a utilidade

Já o efeito renda, no caso de bens normais, é positivo, já que o aumento da renda provoca aumento da quantidade demandada do bem, ou ainda, a redução da renda provoca redução na quantidade demanda, ou seja, a quantidade demandada varia no mesmo sentido da variação da renda.

Diversamente para o caso dos bens inferiores, o efeito renda é negativo, um aumento da renda provoca redução da quantidade demanda do bem, ou ainda, uma redução na renda provoca um aumento da quantidade demanda, ou seja, a quantidade demandada varia no sentido contrário da variação da renda.

No caso de bens normais, o efeito renda reforça o efeito substituição (vão no mesmo sentido - decorar).

Contudo, no caso de bens inferiores o efeito renda diverge do efeito substituição. Geralmente o efeito substituição é maior que o efeito renda, assim, na maioria dos bens a curva de demanda é negativa, quando o preço de um bem aumenta, a demanda dele diminui, curva de demanda negativa. Com exceção do bem Giffen, o efeito renda negativo supera o efeito substituição negativo, produzindo a curva de demanda positiva, quando o preço do bem aumenta, a demanda dele aumenta.

Bens inferiores = demanda negativamente inclinada porque o efeito substituição suplanta o efeito renda (no bem de giffen é o contrário)

A predominância do efeito renda (positivo) sobre o efeito substituição (negativo) explica a inclinação negativa da curva de demanda para os bens de Giffen, um tipo de bem inferior. Tal bem constitui a exceção à lei da demanda, pois a inclinação da curva de demanda é positiva, à medida que o preço aumenta, o consumo aumenta. Todos os outros bens inferiores possuem inclinação negativa na curva de demanda, à medida que o preço aumenta, o consumo diminui.

Lembrar que os bens de giffen possuem um efeito substituição muito pequeno, pois são bens essenciais, logo o efeito RENDA (positivo) suplanta o efeito SUBSTITUIÇÃO

Em uma economia com dois bens, um inferior e outro normal, a queda da renda dos consumidores resulta em aumento do preço do bem inferior. - CERTO - Se a renda abaixar, necessariamente a quantidade consumida do bem inferior aumentará e do bem normal será reduzida. A demanda pelo bem inferior, portanto, será maior, o que provocará um aumento do preço desses bens

Considerando o efeito do preço de um bem sobre sua própria demanda, o efeito renda pode exatamente igualar o efeito substituição somente se o bem não for inferior (caso em que o efeito renda será menor que o efeito substituição, exceto se for de giffen) - CERTO

Efeito renda é a variação no consumo de um item ocasionada pela variação do poder aquisitivo, mantido constante o preço do item.

Quando o preço de uma mercadoria cai, ocorre um aumento no seu poder aquisitivo real (renda real) dos consumidores. Quando a renda de uma pessoa aumenta, a quantidade demandada de um produto pode aumentar ou diminuir. Desse modo o efeito renda pode ser negativo ou positivo.

Os efeitos Renda e Substituição consideram a variação da quantidade demandada em relação ao PREÇO do bem e não à renda do consumidor (efeito substituição sempre negativo em relação ao preço do bem e o efeito renda depende do tipo de bem – normal (-), inferior (+)

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Q

Sinais dos efeitos substituição e renda

1- Sinal do efeito preço para bens normais e inferiores

2- Sinal do efeito substituição em relação ao preço (sempre)

3- Sinal do efeito renda para bens normais e inferiores (muito importante)

4- Inclinação da demanda para bens normais e inferiores

5- Idiossincrasia do bem de giffen em relação ao efeito preço

A

1- Sempre negativo
2- Sempre negativo
3- Positivo (bens normais) e negativo (bens inferiores)
4- Sempre negativamente inclinada (exceto bens de giffen)
5- É o único bem cujo o efeito renda é maior que o substituição

O efeito preço é o efeito renda somado com o efeito substituição

O efeito PREÇO é sempre negativo, tanto para bens normais quanto para bens inferiores

Efeito substituição sempre terá o sinal inverso ao do preço em qualquer hipótese

Bens normais = o efeito renda é positivo; (+ renda + consumo) / efeito preço negativo, pois o efeito substituição é maior que o efeito renda / para saber que se trata de um bem normal, é necessário notar que o efeito renda é positivo

Bens inferiores = o efeito renda é negativo; (+ renda – consumo) - condição suficiente para saber que se trata de um bem inferior / assim como bens normais, a demanda por bens inferiores é negativamente inclinada (se aumentar o preço, reduz a quantidade demandada - negativamente inclinada, a exceção a essa regra é o caso dos bens de Giffen)

Bem de giffen é um tipo de bem inferior, em que o efeito renda suplanta o efeito substituição; *** = efeito renda > efeito substituição (não substitui, pelo contrário aumenta ou diminui o consumo) / É o único caso em que o efeito RENDA é maior que o efeito SUBSTITUIÇÃO

Arrematando o raciocínio:

1) se os Efeito Renda e Efeito Substituição apontarem variações distintas no consumo, o bem, obrigatoriamente, será inferior; e se, além disso, Efeito Renda >Efeito Substituição, então, o bem, além de ser inferior, será de Giffen (lembre então que o bem de Giffen é um caso especial do bem inferior)

2) se ES > ER e ER é positivo, o bem é normal

3) se ES > ER e ER é negativo, o bem analisado é inferior, mas não de Giffen (já caiu cespe)

4) Se ER > ES, o bem analisado é inferior e de giffen!

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7
Q

BENS DE GIFFEN

1- Classificação do bem

2- Qual é o efeito maior nesse tipo de bem

3- Equação que representa um bem de giffen

4- Principal variável a que o bem de giffen responde

A

** Bens de Giffen são bens com grande peso no orçamento, seu comportamento contraria a Lei de Demanda = sua curva de demanda é positivamente inclinada ** (pode ser citado em prova) / é um bem muito inferior e essencial

Os bens de Giffen são bens inferiores cujo efeito substituição é inferior ao efeito renda (renda suplanta a substituição por causa da dependência) – muito importante

No caso dos bens inferiores, o efeito renda é negativo e suplanta o efeito substituição. Assim, para os bens inferiores, o efeito preço é negativo

Observação: o efeito substituição sempre é negativo (sinal contrário a variação do preço), independentemente do tipo de bem

A demanda da equação Q=1+P é representativa de um bem de Giffen, tendo em vista as variáveis quantidades (Q) e preços (P) terem uma relação direta (aumento nos preços, geram aumento nas quantidades)

É importante ressaltar que é possível uma curva de demanda individual ter inclinação positiva (uma mercadoria ser um bem de Giffen para determinado consumidor), mas a curva de demanda de mercado para esse mesmo bem ter inclinação negativa. Por exemplo, o pão pode ser um bem de Giffen para João. Logo, a curva de demanda individual do João terá inclinação positiva. No entanto, se considerarmos um mercado com milhões de consumidores, a curva de demanda de mercado terá inclinação negativa, de modo que um aumento de preço do pão geralmente vai provocar redução nas quantidades demandadas.

Um bem é denominado bem de Giffen se uma redução em seu preço acarretar redução da quantidade demandada - CERTO

Bens de Giffen respondem às variações nos preços e não nas rendas. Ou seja, o bem de Giffen possui elasticidade preço da demanda positiva e não elasticidade renda. Da mesma forma que o bem de luxo, bens de Giffen respondem a preços – NÃO CONFUNDIR

A elasticidade-preço da demanda é negativa, quanto preço e quantidade demandada atuam em direções OPOSTAS. Isto é: quando o bem em questão segue a lei da demanda.

Mas o bem de Giffen não segue a lei da demanda, pois preço e quantidade demandada atuam na mesma direção. Por isso, no caso dos bens de Giffen, a Elasticidade-preço será POSITIVA.

ATENÇÃO = A curva de demanda dos bens de Giffen (pxq) é positiva, já a curva de ENGEL (renda x quantidade) é negativamente inclinada, assim como os demais bens inferiores.

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Curva de Engel

1- Duas variáveis envolvidas

2- O que a curva de engel indica em relação ao bem

A

RENDA X QUANTIDADE = é uma curva de demanda no gráfico de renda do consumidor x quantidade (preço e demais informações = constantes) (muito similar a curva de demanda tradicional, apenas substituindo o “preço” pela “renda” no eixo y) (** sendo que para bens normais ela é positivamente inclinada (já caiu)) (desenhar). Ela indica se o bem é inferior, normal, ou de luxo – gráfico de preço x quantidade

Os bens inferiores tem curva de Engel negativamente inclinada, enquanto para os bens normais a inclinação é positiva – CERTO – gráfico quantidade x renda = bens normais (positivamente inclinado) e bens inferiores (negativamente inclinados)

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Q

TEORIA DA FIRMA objetivos, isoquantas e isocustos)

1- Qual o objetivo e otimização da firma

2- Local de custo mínimo da produção

3- O que significa a função de produção de Leontief

4- Nomes dados a “curva de indiferença” e a “taxa marginal de substituição” na teoria da firma

A

Objetivo da firma = maximizar o lucro / Não confundir com otimização

Otimização da firma = maximizar o produto OU minimizar o custo total

** O custo mínimo de produção é mínimo quando o custo marginal se iguala ao custo médio ** (Custo mínimo = Cmg = Cme) (Verificar gráficos e relações no porão)

O gráfico da curva de custos da Teoria da firma trabalha com o curto prazo, por isso, as variáveis dos eixos são: a produção x um único fator variável (pode ser K ou trabalho por exemplo).

ISOQUANTAS = são curvas que mostram todas as infinitas combinações possíveis de insumos que geram o mesmo volume de produção (similar a curva de indiferença que mostra a satisfação na teoria do consumidor) / são sempre CONVEXAS e negativamente inclinadas (“U”) / os eixos são compostos pelos fatores, por exemplo Kapital e W (trabalho) e a taxa marginal de substituição representa o quanto se abre a mão de um para aumentar o outro, mantendo a utilidade (teoria do consumidor) ou a produção (teoria a firma) constantes! / NUNCA se cruzam / NÃO podem ter uma inclinação ascendente jamais / taxa marginal de substituição DECRESCENTE, demonstra a dificuldade de substituição de um fator pelo outro / ** Evidentemente, para uma mesma quantidade produzida, se aumentar a quantidade de um fator de produção, a quantidade do outro fator tem que ser reduzida, daí a declividade negativa da isoquanta ** / as isoquantas (teoria da firma) possuem as mesmas propriedades matemáticas das curvas de indiferença (teoria do consumidor) / o mapa de produção é uma família de isoquantas

A isoquanta está para a curva de indiferença assim como a teoria do produtor está para a teoria do consumidor. Tanto a isoquanta como a curva de indiferença tem o mesmo formato: são convexas em relação a orígem.

Isoquantas de bens substitutos = As funções de produções (isoquantas) para substitutos perfeitos não são convexas, mas RETAS PARALELAS com taxa marginal de substituição constante (capital e trabalho podem ser substituídos sem crise) / Se o aumento do preço de um dos bens produz aumento na quantidade demandada do outro, é porque ambos são bens substitutos ou concorrentes no consumo

Isoquanta para bens comp”L”ementares (função de produção de proporções fixas ou função de produção de Leontief) = exige uma combinação ESPECÍFICA para cada nível de produção (devem ser adicionadas proporções fixas de insumos para se elevar o nível). Por isso, possuem função de produção em “L” / “L”eontief = curva em “L” = compLementares perfeitos / importante lembrar que nesse caso, a taxa marginal de substituição é igual a zero (só se pode produzir com uma combinação fixa de fatores = por exemplo, precisa de 1 operador e de 1 motoserra ao mesmo tempo para executar o serviço) / matematicamente a tmg será zero ou infinita

Na função de produção do tipo Leontief, as proporções de insumos são sempre fixas, independentemente dos preços dos insumos - CERTO

Isoquantas de bens substitutos e complementares são exceções à regra e NÃO RESPEITAM A LEI DOS RENDIMENTOS MARGINAIS DECRESCENTES!

Qualquer ponto em uma isoquanta = mesma utilidade (teoria do consumidor) e mesmo nível de produção (teoria da firma) / Quando as isoquantas são em formato de L, não se determina o valor da TMgST. No trecho vertical do L, ela será igual a infinito (pois a variação de L = 0); já no trecho horizontal, ela será igual a zero (pois a variação de K = 0).

Lembre-se Taxa Marginal de substituição = delta K / delta L / Se os fatores de produção são substitutos perfeitos (usa-se um, ou usa-se o outro), as isoquantas são retas inclinadas paralelas, com TMgST constante. *** VTC / Preço bem A aumenta, Demanda bem B aumenta = bens substitutos / As próprias isoquantas podem indicar se há rendimento crescente, constante ou decrescente de escala. Se, à medida que aumentamos a produção em proporções iguais, o espaço entre as isoquantas é igual, então, temos rendimentos constantes de escala

Linha de isocustos = Todas as combinações possíveis de trabalho e capital que podem ser adquiridas mediante dado custo / é uma linha reta similiar a taxa marginal de substituição na teoria do consumidor / toca a curva de isoquanta em um único ponto / As curvas de isocusto descrevem as combinações de insumos de produção que custam o mesmo montante para a empresa / O fato de a isoquanta tangenciar a linha de isocusto mais baixa possível é consistente com a hipótese de minimização de custos (questão certa cespe) / Caso a sindicalização dos trabalhadores de determinada indústria se traduza em salários mais elevados, isso modificará a inclinação da linha de isocusto para as firmas que compõem essa indústria / A inclinação de uma linha de isocusto será sempre a relação entre os preços dos fatores de produção, ou seja, -w/r. w é a remuneração do trabalho (salário) e r é a remuneração do capital (juros). Se w aumenta, a inclinação da reta muda

Ganho de escala técnica ou tecnológica = um aumento dos fatores de produção podem gerar um ganho de produtividade total na produção. Exemplos: setor siderúrgico e construção de fornos enormes, ou seja, há ganhos de escala por uma escolha de escala mínimo de produção.

Em uma firma que opera com capital constante no curto prazo, aumento na quantidade de trabalho faz que o produto marginal e o produto médio do trabalho cresçam e depois tendam a cair. Nesse processo, enquanto o produto médio cresce, o produto marginal é maior que o médio; e, enquanto o produto médio diminui, o produto marginal é menor que o produto médio. - CERTO (vide gráficos de produtos - teoria da firma)

Ao se tratar de isoquantas, supoe-se que estamos no longo prazo, ou seja, todos os insumos são variáveis. No entanto a aplicabilidade da lei dos rendimentos marginais decrescentes restringe-se aos casos de curto prazo (pelo menos 1 insumo é fixo).

Lei dos rendimentos marginais decrescente (David Ricardo): à medida que aumentamos o uso de determinado fator de produção, mantendo-se os outros insumos de produção constantes, chegamos a um ponto em que a produção adicional resultante começa a decrescer

Máximização do Lucro ou da Receita:

1) concorrência perfeita e Oligopólio de Bertrand: Rmg = P

2) Demais modelos: Rmg = Cmg

Se o preço for igual ao custo médio, não haverá lucro. Afinal, o lucro por unidade é justamente o preço menos o custo médio.

Com relação ao gráfico do produto marginal esse cresce até atingir um pico e a partir daí começa a decrescer até chegar zero, passando a ser ineficiente produzir. Essa inflexão do gráfico do produto marginal é o momento em que passa a valer a Lei dos rendimentos marginais decrescentes

A maximização do produto (otimização) ocorre quando o produto marginal é igual a zero (gráfico toca o eixo x), esse é o ponto gráfico mais alto da curva de produto total (momento em que se para de contratar)

Uma combinação de fatores de produção só pode levar a um único nível de produção - CERTO - caso contrário seria um absurdo produtivo, pois isoquantas nunca se cruzam

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Rendimentos crescentes de escala x Economia de Escala

1- Principal diferença entre rendimentos e economias (de escala)

A

RENDIMENTOS = INSUMOS

ECONOMIAS = CUSTOS

A longo prazo, interessa analisar as vantagens e desvantagens de a empresa aumentar sua dimensão, seu tamanho, o que implica demandar mais fatores de
produção. Isso introduz o conceito de rendimentos ou economias de escala.

Teoria do Consumidor = economias e deseconomias de escala

Teoria da firma = rendimentos crescentes e decrescentes!

Observação: Para o professor do Nabuco, rendimentos e economias de escala são termos intercambiáveis

Os Rendimentos de escala, conceito do longo prazo, não se confundem com Rendimento marginais decrescentes, situação em que um fator de produção varia e o outro é fixo - CURTO PRAZO PARA ECONOMIA (teoria da firma)

Rendimentos de escala (conceito do longo prazo) é uma variação de todos os fatores de produção e seu impacto no produto.

Rendimentos de escala crescentes: a produção mais do que dobra quando as quantidades de todos os insumos são dobradas (Rendimentos = INSUMOS) /

Economias de escala: é quando a firma consegue dobrar a produção sem dobrar os CUSTOS (ganha eficiência e preço) (associar a palavra “economia de escalas” a “custos”) / conforme o produto cresce, o custo médio da produção tende a cair até certo ponto (fábrica de cartões de visita e quantidade de cartões) (economias = CUSTOS)

NÃO CONFUNDA ECONOMIAS DE ESCALA COM RENDIMENTOS DE ESCALA! = as economias estão relacionadas ao custo de produção: quando a produção dobra, os custos menos que dobram. Os rendimentos estão associados à quantidade produzida: quando os insumos dobram, a produção mais que dobra (Michelle Miltons)

Se os fatores de produção são utilizados conjuntamente (proporção fixa), as isoquantas são em formato de “L” (ângulos retos paralelos) *** VTC

As teorias clássicas e neoclássicas do comércio internacional mostram-se insuficientes para explicar padrões atuais de comércio global, em que predomina, entre os países desenvolvidos, o comércio intraindústria, isto é, com trocas entre o mesmo setor produtivo. Observando essa tendência e a incapacidade de explicá-la com base na perspectiva dos clássicos e neoclássicos, economistas como Krugman desenvolveram novas teorias, que levam em conta a presença de economias de escala e de concorrência imperfeita.

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Lei dos rendimentos decrescentes

1- Condição essencial para validade da lei

2- Diferença em relação aos rendimentos de escala

A

faz parte do estudo do curto prazo ***. Vimos que no curto prazo, apenas um fator de produção varia, enquanto o outro permanece constante.

Neste contexto, a lei dos rendimentos decrescentes afirma que a medida que aumentamos o fator de produção variável, a produção cresce a taxa cada vez menores. – NÃO CONFUNDIR COM LONGO PRAZO (Lei dos rendimentos decrescentes = diminuição do produto marginal do fator que é adicionado)

Observação: Os Rendimentos de escala, conceito do longo prazo, não se confundem com Rendimento marginais decrescentes, situação em que um fator de produção varia e o outro é fixo - CURTO PRAZO PARA ECONOMIA.

Rendimentos de escala (conceito do longo prazo) é uma variação de todos os fatores de produção e seu impacto no produto.

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Economias de escopo (apenas ler)

1- Definição de economia de escopo

A

Segundo o livro de Microeconomia, Pindyck & Rubinfeld, as economias de escopo encontram-se presentes quando a produção conjunta de uma única empresa é maior do que as produções obtidas por duas empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto, com equivalentes insumos de produção alocados entre elas.

Nessa esteira, o conceito de economia de escopo não restringe a certo tipo de mercado, assim, no monopólio natural é possível, sim, que haja economias de escopo.

Já vi outras questões confundindo economia de escopo com economia de escala.

Economias de escala: Situação em que a produção pode ser dobrada quando o custo não chega a dobrar.

Economias de escopo: Ocorrem quando a produção conjunta de uma única empresa é maior do que aquilo que poderia ser produzido por duas empresas diferentes; ou, alternativamente, a produção conjunta de uma única empresa tem custo menor do que poderia ser produzido por duas empresas diferentes.

(CESPE / MS 2010) Em uma firma com rendimentos de escala crescentes, se as quantidades de todos os insumos forem dobradas, então a produção mais do que dobrará. Em uma firma com economia de escala, para se dobrar a produção, não é preciso dobrar os custos - CERTO

Atenção: apenas o monopolista NATURAL tem custos médios e marginais decrescentes e economias de escala de forma permanente!

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13
Q

Elasticidade cruzada de demanda

1- definição

2- significado do sinal da elasticidade cruzada (positivo e negativo)

A

A elasticidade preço cruzada da demanda mede a variação percentual na quantidade demandada de uma mercadoria que decorre da variação de 1% no preço de outra mercadoria.

** A elasticidade cruzada é positiva no caso de bens substitutos e negativa no caso de bens complementares (decorar) **

Delta Qx / Delta Py vezes Py / Qx (similar a fórmula da elasticidade da demanda)

O resultado positivo indica bens substitutos (também chamado de sucedâneos)

Negativo = bens complementares (já caiu cespe - decorar)

Igual a zero = bens independentes

Dois bens são considerados substitutos se um aumento (ou redução) no preço de um deles ocasiona um aumento (ou redução) na quantidade demandada do outro. Portanto, o preço de um bem e a demanda de seu substituto são diretamente (ou positivamente) relacionados.

Dois bens são considerados complementares se um aumento (ou redução) no preço de um deles ocasiona uma redução (ou aumento) na quantidade demandada do outro. Portanto, o preço do bem e a demanda do seu complementar são inversamente (negativamente) relacionados.

Aumentos nos preços de bens substitutos deslocam a curva de demanda de um bem ou serviço para a DIREITA (diminuições deslocam para esquerda).

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14
Q

Elasticidade preço da demanda

1- definição

2- significado dos três resultados possíveis da elasticidade

3- Sinal da elasticidade para bens normais e bens de giffen

4- Fórmula da elasticidade preço da demanda

5- 3+ fatores que influenciam a elasticidade preço da demanda

A

A elasticidade preço da demanda é definida como a variação PERCENTUAL na quantidade dividida pela variação percentual no preço

A elasticidade-preço da demanda tem implicações práticas muito Importantes = Os produtores obtêm informações valiosas sobre o impacto das mudanças de preços em suas vendas

Seu resultado pode ser assim interpretado:

E > 1 = Demanda elástica em relação ao seu preço

E < 1 = Demanda inelástica em relação ao seu preço

E = 1 = Demanda unitária em relação ao seu preço e RT é máxima

Se o bem obedece a lei da Demanda, a elasticidade de preço da demanda sempre será negativa, dado que o aumento do preço reduz a quantidade, relação inversa entre as variáveis. Todavia, esse sinal pode ser ignorado e trabalhamos, apenas, com o valor absoluto da elasticidade

OUTROS CASOS:

Se a oferta de um bem tiver elasticidade zero em relação ao preço, a demanda determinará unicamente o preço de equilíbrio da transação *** = se a oferta tiver elasticidade zero em relação ao preço, significa que o preço não tem nenhum impacto na oferta. Ou seja, a quantidade ofertada será sempre a mesma = oferta perfeitamente inelástica ou anelástica = reta vertical no gráfico pxq = não há qualquer sensibilidade da oferta em relação à variação de preços = a qualquer preço, a quantidade oferta é a mesma, ou seja, variações na demanda só alteram o preço para mais ou para menos, sem alterar quantidades = exemplo: metais preciosos.

Observação: A elasticidade-preço, em regra, é negativa, pois as variáveis preço e quantidade demandada são inversamente relacionadas. No caso do bem de Giffen, como as variáveis são positivamente relacionadas, a elasticidade-preço será naturalmente positiva.

Calculando a Elasticidade preço da demanda

Sua fórmula é a calculada através da variação percentual da quantidade sobre a variação percentual do preço / atenção pois a Elasticidade preço da demanda é sempre dada em módulo e a questão pode tentar lhe confundir

Para encontrar a porcentagem:

variação percentual da Quantidade = Quantidade demandada final - quantidade demandada inicial dividido pela quantidade inicial

Faça a mesma coisa com o preço e depois divida os resultados para achar a Epd

Fatores que influenciam a elasticidade preço da demanda:

1- Comportamento do consumidor (preferências pessoais = você pode ser mais elástico ou menos elástico dependendo do bem que estamos tratando)

2- grau de substitutibilidade dos bens (mais bens substitutos, maior a elasticidade)

3- essencialidade (quanto mais essencial, mais preço-inelástica a demanda)

4- horizonte temporal considerado = em geral, somos mais elásticos no longo prazo (não aumentamos a internet imediatamente após travar)

5- peso no orçamento = menor peso, menor elasticidade

Bens que têm pequena participação no orçamento tendem a ter uma demanda inelástica em relação ao preço. – CERTO

Na hipótese de uma elasticidade-preço da demanda infinitamente elástica, uma redução de preços levará a uma quantidade demandada ilimitada, ao passo que um aumento de preços levará a uma quantidade demandada igual a zero – CERTO - No caso de uma demanda infinitamente elástica, a curva de demanda é horizontal, de modo que uma redução de preços leva a um aumento infinito da quantidade demandada. O contrário ocorre no caso de aumento de preços.

** A variação da elasticidade-preço da demanda varia NÃO só pela inclinação da curva (coeficiente angular da equação da demanda), mas também por causa do preço e quantidade em cada ponto. Conforme mudam preços e quantidades, a elasticidade mudará. **

Um aumento no imposto sobre o consumo de um bem com demanda perfeitamente preço-elástica e oferta preço-inelástica terá incidência apenas sobre o bem-estar dos produtores, pois os consumidores somente adquirem o bem a um preço único de equilíbrio – CERTO TPS 2023

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15
Q

Elasticidade renda da demanda

1- Três classificações dos bens segundo resultado da elasticidade renda da demanda

A

E > 1 Bem superior

0 < E ≤ 1 Bem normal (aumento da renda gera aumento no consumo -> por isso, positiva)

E < 0 Bem inferior

Atenção: 54. (Cespe/Unb Analista do Executivo SEGER/ES 2013) Um bem é considerado inferior se a queda do preço do bem gera redução da quantidade demandada. – ERRADO - Um bem é considerado é inferior se a queda da RENDA gera redução da quantidade demandada.

ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA X BENS DE LUXO

Durante as expansões econômicas, a demanda por viagens e alimentação em restaurantes aumenta numa proporção maior do que a demanda por alimentos consumidos em casa. A elasticidade-renda da demanda nos informa sobre o comportamento da demanda quando a renda muda. Durante as expansões econômicas, a renda aumenta. Então o comportamento da demanda viagens e alimentação em restaurantes e da demanda por alimentos consumidos em casa durante as expansões, com o aumento da renda, depende da elasticidade renda da demanda.

Bens que os consumidores consideram como necessidades, como alimentos consumidos em casa, geralmente, têm baixa elasticidade-renda da demanda e bens que os consumidores consideram como supérfluos geralmente têm alta elasticidade-renda da demanda. Assim, quando a renda aumenta, a demanda por viagens e alimentação em restaurantes aumenta numa proporção maior do que a demanda por alimentos consumidos em casa.

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16
Q

ELASTICIDADE

1- Definição e fórmula

2- Tipo de mercado com elasticidade da demanda infinita

3- Três possibilidades que a elasticidade demonstra sobre o bem

4- Três fatores que determinam a elasticidade da demanda DA EMPRESA

A

Elasticidade equivale a SENSIBILIDADE entre variáveis / relaciona sempre DUAS variáveis, sendo a variação percentual da quantidade sempre em cima (numerador) / elasticidade significa sensibilidade e mede o quanto uma variável pode ser afetada por outra = é a divisão percentual do EFEITO sobre a CAUSA / Elasticidade-preço da demanda = é a sensibilidade da demanda em relação à variação percentual do preço

Elasticidade = medida prática para compreender a interação entre oferta e demanda / calcula a resposta de compradores e vendedores às MUDANÇAS nas condições de mercado

Epd = delta QUANTIDADE (%) sobre delta PREÇO (%)= variação da quantidade em porcentagem (sempre) sobre a variação percentual do preço (tudo em módulo)

DELTA Q / DELTA P VEZES

Lembre-se sempre de que no numerador teremos sempre a variação percentual das quantidades, seja qual for o tipo de elasticidade. Inclusive na Elasticidade Cruzada da Demanda = delta quantidade do bem x (%) sobre delta preço do bem y (%)

Alta elasticidade = “curvas deitadas” (em tese), pois matematicamente, a extremidade superior de uma curva de demanda em linha reta mostrará uma elasticidade maior do que a extremidade inferior. A Elasticidade de uma reta começa infinita e acaba em zero. O ponto médio de uma reta é uma elascitidade unitária (=1).

Elasticidade infinita = Demanda horizontal = concorrência perfeita = demanda infinitamente elástica = sensível à variação de preços, ou seja, aumentos de preços geram grandes quedas nas receitas

Demanda vertical = demanda completamente inelástica = elasticidade preço da demanda igual a zero = exemplo: remédios sem substitutos = demanda pouco ou não sensível à variação de preços = aumento de preços geram aumento de receitas / Para uma curva de demanda vertical, a relação delta Q/ delta P é zero / Como a quantidade demandada é a mesma, não importando o preço, o delta Q é zero. Sendo o numerador zero, a relação delta Q/ delta P também é zero.

Elasticidade ** PREÇO ** da demanda mostra se o bem é elástico, inelástico ou anelástico

Elastidade ** RENDA ** da demanda mostra se o bem é normal (0 < Erd < 1), de luxo ou superior (>1), inferior (<0) ou perfeitamento inelástico ou anelástico (igual a zero = Isto é, a demanda permanece constante, independente de qualquer alteração na renda do consumidor, também chamados de bens de consumo saciado = sal de cozinha e pimenta) / Observação: Para um bem de consumo saciado, o aumento da renda não aumentará a demanda pelo bem.

** Elasticidade Cruzada da Demanda = delta quantidade do bem x (%) sobre delta preço do bem y (%) = o resultado maior que zero indica bens substitutos (aumento no preço Y, gera elevação na quantidade X), menor que zero indica bens complementares. Serão bens independentes se a elasticidade cruzada da demanda for igual a zero. Dois bens serão complementares se a elasticidade-preço cruzada é negativa. **

ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA

Se o módulo da variação percentual da quantidade (NUMERADOR) for maior do que o módulo da variação percentual do preço (DENOMINADOR), a demanda é preço-elástica, ou seja, maior que 1 (demanda muito sensível a variações no preço) – nesse caso a receita total segue o movimento das quantidades

Se for igual a um = elasticidade unitária

Se o módulo da variação percentual da quantidade (NUMERADOR) for menor do que o módulo da variação percentual do preço (DENOMINADOR), a demanda é pouco elástica (menor que 1) em relação ao preço ou inelástica (igual à zero) (demanda pouco sensível a variações no preço) – nesse caso a receita total segue o movimento dos preços

A elasticidade relaciona-se com a Receita total (RT) = Q x P (demandas elásticas = um aumento do preço, reduz a receita total)

Elasticidade-RENDA da demanda indica se o bem é superior (>1), normal (0 < E ≤ 1) ou inferior (<0) /

Elasticidade preço-CRUZADO da demanda = indica se o bem é substituto (>1), complementar (<1) ou independente (=0)

*** A elasticidade da demanda DA EMPRESA é determinada por 3 fatores:

1) elasticidade demanda do mercado (delimita o limite inferior da curva de demanda da empresa, é um limitador do poder de monopólio);

2) o número de empresas com grandes fatias de mercado (mais empresas, menos poder de monopólio, maior a elasticidade);

3) e a interação entre as empresas (se concorrem entre si ou fazem conluio podem gerar muito ou pouco poder de monopólio) *** VTC!!!

POLÍTICA DE PREÇO MÍNIMO X ELASTICIDADE

Os preços mínimos são utilizados muitas vezes pelos governos para garantir as rendas dos agricultores, porém criam no longo prazo grandes excedentes não desejados de produção agrícola, ainda que no curto prazo a produção varie pouco.

Quando o governo fixa um preço mínimo acima do preço de equilíbrio de mercado, ocorre um excesso de oferta ***. Os excedente criado será tanto maior quanto mais elástica for a curva de oferta, para uma dada curva de demanda.

No curto prazo a curva de oferta agrícola é geralmente inelástica, dado que a produção está sujeita aos limites da área plantada e demais recursos produtivos bem como a períodos específicos de plantio e colheita, o que faz com que a produção varie pouco.

No longo prazo porém, a oferta agrícola é mais elástica e a produção pode aumentar bastante como resposta ao aumento de preço, tanto porque a área plantada pode aumentar como porque pode ocorrer a incorporação de novas tecnologias, como o uso de fertilizantes ou pesticidas.

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17
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CURVAS DE CUSTOS (microeconomia)

1- Composição dos dois eixos das curvas de custos

2- Quatro curvas de custos

3- Ponto em que o Custo Marginal corta as duas curvas de custo médio

4- Ponto em que há o custo MÍNIMO de produção

A

Gráfico custo (eixo y) x produção ou quantidade (eixo x)

4 curvas de custo: Custo marginal, custo total médio, custo variável médio e custo fixo médio

A curva de Cmg intercepta a curva de custo médio no seu ponto de MÍNIMO *** (já caiu ipsis litteris) / A área ACIMA da curva de custo marginal mede os custos médios.

Sempre que o custo marginal for inferior ao custo médio, a curva de custo médio apresentará declínio

Sempre que o custo marginal estiver acima do custo médio, a curva de custo médio apresentará elevação

** O custo mínimo de produção é mínimo quando o custo marginal se iguala ao custo médio **

*** Só deve encerrar suas atividades no curto prazo quando, ao igualar a Rmg ao Cmg, o preço for inferior ao custo variável médio (P)

O chamado estágio racional de produção inicia-se quando o custo marginal atinge o mínimo da curva de custo variável médio, o chamado ponto de fechamento.

No longo prazo, o custo médio de uma empresa AUMENTA pelas DESECONOMIAS de escala existentes. ( No longo prazo, um aumento na produção da firma leva a um aumento em seu custo total médio, gerando uma deseconomia de escala).

A curva de custo médio tem o formato de U porque quando a produção aumenta os custos fixos médios caem e os custos variáveis aumentam.

OUTRA FORMA DE VER A COISA (QCONCURSOS):

  • A curva de custo marginal (CMg) é um ímã das curvas de custo total médio (CTMe) e custo variável médio (CVMe).

> Se a curva de CMg está abaixo dessas outras, ela as “puxa” para baixo, ou seja, as curvas de CTMe e CVMe são decrescentes quando a curva de CMg está abaixo delas.

> Se a CMg está acima delas, ela as “puxa” para cima, ou seja, as curvas de CTMe e CVMe são crescentes quando a curva de CMg está acima delas.

  • Quando a curva de CMg encontra essas outras curvas, elas não serão nem crescentes, nem decrescente, mas sem inclinação, o que significa que elas alcançaram seu valor mínimo
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18
Q

CONCORRÊNCIA PERFEITA

1- Citar 5+ de 8 características da Concorrênica Perfeita

2- 5 variáveis que são iguais nesse mercado

3- Uma idiossincrasia desse mercado

4- Inclinação da curva do setor em concorrência perfeita

5- Como é a curva de oferta da empresa individual em concorrência perfeita ?

6- Definição de mercado contestável (teoria da Baumol)

A

1) Atomicidade,
2) perfeito conhecimento (plena informação)
3) produto homogêneo (sem diferenciação)
4) livre mobilidade dos fatores de produção (ausência de barreiras)
5) agentes price takers
6) livre entrada e saída de empresas (permeabilidade)
7) Associar ao mercado de commodities
8) Inexistência de externalidades

Para configurar mercado de concorrência perfeita para o CESPE é obrigatório haver essas 4 características: atomicidade, produto homogêneo, plena informação e ausência de barreiras

Em determinado mercado, a existência de grande número de compradores e vendedores, a homogeneidade dos produtos e a existência de informação completa acerca do preço do produto são requisitos insuficientes para a classificação desse mercado como de concorrência perfeita – CERTO – faltou ausência de barreira

** Receita média = preço = receita marginal (Exclusividade dessa estrutura) = linha horizontal = curva de demanda individual da firma = custo marginal

** P = Rme = Rmg = Cmg = Custo Total Médio ** [no longo prazo] ** (5 variáveis)

  • Única estrutura de mercado em que o preço é igual à receita marginal. Consequentemente, o ponto de maximização de lucros da firma (equilíbrio) é atingido quando o preço é igual ao custo marginal (P=Cmg); / Longo prazo Rmg=Cmg=P=Rme=Cme

** Somente na concorrência perfeita, o preço equivale ao custo marginal (idiossincrasia) ** No monopólio, para que ocorra lucro máximo, a receita marginal é que equivale ao custo marginal e o preço está em um patamar acima da Rmg e do Cmg (lucros exorbitantes)

Em concorrência perfeita, o equilíbrio da firma, definido no ponto em que a receita marginal se iguala ao custo marginal, só é válido como ponto de maximização de lucros se o custo marginal for crescente - QUESTÃO CERTA CESPE - A questão está certinha. O ponto de maximização de lucros na concorrência perfeita exige que o CUSTO MARGINAL seja CRESCENTE. Se o custo marginal for decrescente, estaremos no ponto de prejuízo máximo / Decore isso: Rmg = P = Cmg –> sendo Cmg crescente / A questão está correta porque considera os dois pontos em que a RMg intercepta o CMg. O ponto usual em que ambas se interceptam é quando o custo marginal se igual ao custo marginal, ponto em que o custo marginal é decrescente, entretanto essas curvas também se interceptam, em um nível baixíssimo de produção, e por ser baixa a produção o custo marginal ainda é crescente.

A receita média é constante pois é igual ao preço / A receita marginal também é fixa porque as empresas são price takers

Não há peso morto!

No curto prazo, pode ter lucro ou prejuízo, basta observar o custo total médio em relação ao custo marginal (Se o Cmg for decrescente = prejuízo) / Em curto prazo, o equilíbrio pode ocorrer com a firma obtendo lucro extraordinário, lucro normal ou prejuízo econômico

longo prazo = lucro econômico igual a zero (abrange o custo de oportunidade) / No curto prazo, a firma competitiva continua operando desde que o preço de mercado seja superior ao custo variável médio

Na concorrência perfeita o que é horizontal é a CURVA DE DEMANDA individual da firma (perfeitamente elástica)

Importante: A curva DO SETOR para a concorrência perfeita é, conforme as demais, decrescente (relação negativa entre preço e quantidade), assim como a curva de oferta é positiva. A curva horizontal diz respeito a curva de demanda INDIVIDUAL DO PRODUTOR (OU DA EMPRESA) - perfeitamente elástica, pois o preço é dada pelo mercado.

A produção do setor em concorrência perfeita corresponde a soma horizontal das curvas de oferta das empresas individuais

As empresas em mercados perfeitamente competitivos devem escolher seu nível de produção de tal forma que seu custo marginal seja igual ao preço. Essa é uma regra para a determinação do nível de produção, mas não do preço (que é dado pelo mercado)

CURVA DE OFERTA DA EMPRESA INDIVIDUAL NA CONCORRÊNCIA PERFEITA

A curva de oferta da empresa corresponde à curva de custo marginal em seu trecho ascendente, a partir do ponto mínimo da curva de custo variável.

A firma maximiza seus lucros quando Rmg = Cmg

A firma continuará operando quando P > Custo Variável Médio. Caso o preço seja menor do queo CVMe mínimo, a empresa deverá encerrar suas atividades

Dessa forma, em termos totais, temos que RT = Custo variável total Abaixo desse ponto, o empresário, se agir racionalmente, e na falta de maiores perspectivas futuras, deveria fechar as portas.

No curto prazo, a curva de oferta coincide com a curva de custo marginal, a partir do ponto em que o preço é igual ao custo variável médio mínimo = parte ascendente da Cmg (daí a regra de encerramento) [essa é a regra da curva de oferta da empresa competitiva INDIVIDUAL)

CURVA DE OFERTA NO LONGO PRAZO

Curva de oferta de longo prazo (momento em que os custos são constantes e iguais para todas as firmas) = a curva de oferta é uma reta horizontal. No entanto, Quando a demanda aumenta, há inicialmente aumento no preço e as empresas aumentam a produção. Mas a entrada de novas empresas causa deslocamento para direita da oferta do setor, até que o preço original seja obtido (auto regulação)

A curva de oferta de LP em setor de custo crescente é ascendente. Quando a demanda aumenta, há aumento no preço e as empresas aumentam a produção. A entrada de novas empresas causa deslocamento para direita da oferta do setor. Mas como os preços dos insumos aumentam, o novo equilíbrio ocorre a um preço maior que o inicial.

Deve-se observar a diferença entre setor de custo constante, crescente ou decrescente. Se a questão especificasse isso, o resultado poderia ser diferente:

Setor de Custo constante = a oferta passa a ser horizontal no longo prazo

Setor de Custo crescente = a oferta é positivamente inclinada

Setor de Custo decrescente = a oferta é anômala e negativamente inclinada = O setor de custo decrescente nós estudamos em economia internacional, que é o que ocorre quando o conjunto de firmas apresenta vantagens junto aos fornecedores, e há economias externas. Neste caso, haverá uma “anomalia”: a curva de oferta do setor será negativamente inclinada.

CURVA DE OFERTA (RESUMO MICHELLE MILTONS):

Curto Prazo = A curva de oferta de curto prazo corresponde à curva de custo marginal a partir do ponto em que esta cruza a curva de custo variável médio em seu ponto mínimo.

Longo prazo = o nível de produção que maximiza os lucros é aquele em que o custo marginal no longo prazo é igual ao preço. A curva de oferta de longo prazo corresponde ao trecho da curva de custo marginal acima do ponto mínimo da curva de custo médio (positivamente inclinada)

aumento de preços de um insumo de produção em Concorrência Perfeita = provoca o deslocamento da curva de custo marginal para esquerda, aumentando o preço do produto e reduzindo o nível de produção da empresa.

CASOS EXTREMOS:

Oferta Perfeitamente Inelástica = pleno uso da capacidade instalada

Oferta Perfeitamente elástica = custos marginais constantes

** No longo prazo, a empresa possui lucro CONTÁBIL, mas não lucro ECONÔMICO ou extraordinário

A ESCOLHA DO NÍVEL A SER PRODUZIDO É BASEADA NA IGUALDADE ENTRE O PREÇO E O CUSTO MARGINAL.

O excedente do produtor pode ser conceituado como a diferença entre o preço de mercado de uma mercadoria e o custo marginal de sua produção. O excedente corresponde à área situada acima da curva de oferta de um produtor e abaixo do preço de mercado. O excedente do produtor está relacionado com o lucro, mas não é igual a ele. No curto prazo, o excedente do produtor é igual à receita menos o custo variável, ou seja, ao lucro variável. Assim, no curto prazo, quando os custos fixos são positivos, o excedente do produtor é SEMPRE maior que o lucro.

O lucro positivo nessa estrutura de mercado atrai empresas ao setor. Haverá um deslocamento da curva de oferta do setor, o que reduzirá preços e aumentará as quantidades comercializadas

Se o setor está em equilíbrio competitivo de longo prazo, três condições devem ser satisfeitas:

1) Todas as empresas do setor estão maximizando lucros - isso significa que o preço é igual ao custo marginal (as 5 variáveis estão em pé de igualdade)

2) Inexistência de estímulo por parte de qualquer empresa para entrar ou sair do mercado, pois todas estão com lucro econômico zero;

3) O preço do produto é tal que a quantidade ofertada pelas empresas do setor se iguala ao volume demandado pelos consumidores

Uma empresa perfeitamente competitiva tem apenas uma decisão importante a tornar— qual quantidade produzir - uma vez que o preço é determinado pela oferta e procura nessa estrutura (price takers). Uma vez que:

Lucro = Receita Total - Custo total
Lucro = Preço (já determinado) x quantidade - custo médio x quantidade produzida

Isso implica que a empresa enfrenta uma curva de demanda perfeitamente elástica para seu produto — os compradores estão dispostos a comprar qualquer número de unidades de produtos da firma ao preço de mercado. Quando a empresa perfeitamente competitiva escolhe qual quantidade produzir, essa quantidade—juntamente com os preços prevalecentes no mercado para produtos e insumos— determinará a receita total da empresa, custos totais e, finalmente, nível de lucros.

A escolha da quantidade produzida nessa modalidade relaciona-se ao local gráfico em que a receita total excede o custo total pela maior margem.

** Portanto, a quantidade a ser produzida será o local onde os lucros de uma empresa perfeitamente competitiva serão maximizados—ou as perdas serão as menores—no ponto de quantidade de produção onde a receita total excede os custos totais pela maior margem, ou onde o total das receitas for menor que os custos totais pela menor margem **

A curva de demanda perfeitamente elástica representa um mercado de concorrência perfeita. Quanto mais inelástica a curva de demanda maior o poder de mercado de mercados imperfeitos. Monopólio e Oligopólio.

Um mercado contestável (teoria da Baumol) é aquele em que as firmas, mesmo que poucas e grandes (oligopólios e monopólios), se comportam como se estivessem em concorrência perfeita. Portanto, se essas firmas agem como se estivessem em concorrência perfeita, então elas praticam preço igual a custo marginal, de forma que há eficiência no mercado.

Um mercado contestável (Baumol) é aquele em que há concentração de ofertantes (oligopólio e monopólio), mas no qual há uma grande e real ameaça externa. Nesse caso, é possível que os custos e os preços tendam ao patamar de mercado perfeito, sem que haja desestabilização do mercado concentrado.

Segundo a Teoria dos mercados contestáveis (de Baumol), estruturas concentradas, com poucas firmas ou mesmo uma só tendem a se comportar de modo mais competitivo quando o mercado que operam apresente poucas barreiras à entrada e à saída de novas firmas no mercado. A teoria pressupõe que, seja em
estruturas e oligopólio ou monopólio, as empresas serão cada vez mais competitivas quanto menor forem as barreiras, (custos fixos elevados, regulamentação governamental, etc).

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Monopólio

1- Características em relação ao número de empresas, substitutos e barreiras

2- Curva de demanda e de oferta

3- Local de operação do monopolista na curva de demanda

4- Ponto em que a receita é MÁXIMA

5- O que mede o índice de Lerner e como ele é calculado

6- 3 Políticas públicas possíveis para monopólios

7- Três exemplos de monopólios

8- 3 características dos monopólios naturais

A

Uma única empresa produtora / Não há substitutos próximos / Existem barreiras à entrada de firmas concorrentes.

** Por ser o único ofertante do produto, o monopolista tem uma curva de demanda que é a própria demanda de mercado **

São PRICE MAKERS (ao contrário da Concorrência Perfeita)

O Monopólio não possui curva de oferta, pois há uma discriminação de preços (nuvem de pontos) = busca conhecer as preferências para absorver o shadow price de cada consumidor (discriminação de preços de 1º, 2º e 3º grau) / a captura de dados na internet é uma forma de capturar o excedente do consumidor (redes sociais são oligopólios)

Comportamento rent-seeking, também chamado de captura de renda (investimentos para buscar manter lucros e vantagens [posição dominante], e não incentivar a produção ou desenvolver tecnologias)

A curva de demanda individual no monopólio é a própria demanda de mercado ** / Curva de demanda e de Rmg negativamente inclinada, sendo uma metade da outra

Lucros extraordinários (P > Rmg = Cmg)

No monopólio tende a haver mark-up positivo, uma vez que a maximização de lucros do monopolista ocorre com preço maior que o custo marginal

Existência de peso-morto = estrutura ineficiente economicamente (exceto o perfeitamente discriminador de preços [1º grau], uma vez que eficiência é P = Cmg = Rmg)

Receita média = Preço (assim como na Concorrência Perfeita)

EPD maior ou igual a 1 (ELÁSTICA) = o monopolista só opera na zona elástica de demanda (começo da curva = local do ponto ótimo), uma vez que esse local permite maiores receitas, produzindo menos (explora a coptação do excendente do consumidor). Na parte elástica é possível aumentar o preço, sem aumentar a quantidade na mesma proporção, gerando maiores receitas até que se chegue na zona inelástica da curva da demanda e esse aumento pode não mais compensar (ponto ótimo)

Quanto mais inelástica for a curva de demanda da empresa, maior o poder de monopólio (embora o monopolista atue na parte ELÁSTICA da curva inelástica)

NÃO possui curva de OFERTA

A curva de demanda do monopólio começa elástica, iguala-se a 1 e torna-se inelástica.

** A situação de Cmg = Rmg (lucro máximo), não se confunde com o ponto de RECEITA MÁXIMA, que é aquele em que a Receita Marginal é igual a ZERO! **

Para questões algébricas, é fundamental lembrar que a curva de receita marginal possui metade da inclinação da demanda e, portanto, do coeficiente linear (Rmg = -0,04Q + 120) da curva de demanda (D = -0,02Q + 120)

Também é mister lembrar que o Custo Marginal (Cmg) é o coeficiente linear da função de Custo total (CT = 60Q + 25000). Aqui temos que o Cmg é igual a 60!

O poder de mercado do monopolista, ou seja, sua capacidade de influenciar no preço, pode ser medido pelo índice de Lerner e é inversamente proporcional à elasticidade preço da demanda.

Considerando o Índice de Lerner de Poder de Mercado de Monopólio, uma empresa com alta elasticidade preço da demanda terá mais poder de mercado / a maximização de lucros de uma empresa monopolista é alcançada em um ponto da curva de demanda em que o preço é maior que o custo marginal.

Políticas públicas reativas ao monopólio:

  1. Regulamentação de preços máximos;
  2. Legislação antitruste;
  3. Estatização de monopólios privados.4
  4. Políticas de taxação
    5.Criação de Agências Reguladoras

Observação: preço predatório é a prática de estabelecer preços que excluem a concorrência e desencorajam novas empresas a entrar no mercado, de tal modo que sejam obtidos lucros maiores no futuro. A legislação antitruste, além de procurar defender a concorrência, também impede a prática do chamado preço predatório

O monopolista escolherá produzir quando a receita marginal for igual ao custo marginal. Além disso, definirá o nível de produção na porção elástica da curva de demanda. Depende, portanto, de ambas as variáveis.

O preço no monopólio deve ser no mínimo igual ao Custo médio. Isso torna a operação “empatada” (sem lucro econômico). Não confundir com igualar ao custo marginal, pois este é extremamente baixo para os monopolistas e geraria sua falência (vide gráficos de custos)

A solução de regulação de um monopólio natural exige que o monopolista aproxime o preço do custo médio (e não do custo marginal).

Mesmo com tais problemas, há situações em que o monopólio pode ser legítimo, ou até mesmo a única estrutura possível para a oferta de um produto:

1) Monopólios naturais (água, esgoto, eletricidade) = A solução comum para esses casos é o Estado tomar para si a produção desses bens ou regular a atuação das firmas privadas, por meio de agências reguladoras.

** no monopólio NATURAL, a empresa tem custos médios e marginais sempre decrescentes e economias de escala de forma permanente **

2) Monopólios por patentes e direitos intelectuais = concedido pelo Estado com o intuito de promover a inovação em setores-chave, como o farmacêutico e de tecnologia de informação e comunicação (presença de elevados custos irrecuperáveis e altos custos fixos). A duração desse monopólio é limitada. Após, o desenvolvimento do novo medicamento, o custo marginal tende a ser muito baixo, sendo necessário, portanto, que a patente conceda um monopólio temporário à empresa de modo a recuperar os altos valores investidos.

3) Monopólio da Segurança Nacional = segurança e jurisdição = a precificação dos serviços é virtualmente impossível de ser feita, o que faz com que o Estado tome para si a execução e se financie por meio de tributos. Nesse caso, não há como falar de ineficiência em relação ao fornecimento em concorrência perfeita, uma vez que a determinação do equilíbrio fica prejudicada pela impossibilidade de definir preços em tais atividades.

Também são chamados de caso dos bens públicos, que, devido às suas características de não rivalidade e não exclusividade, tendem a não ser providos, devido ao fenômeno dos “free-riders”. Nesses casos, uma possível solução é o monopólio estatal para garantir que o bem seja provido de modo adequado.

No que tange à atuação estatal em situações de monopólio, para além dos casos já descritos de concessão de patentes e de bens públicos, o Estado pode atuar para diminuir a ineficiência de alguns monopólios e os efeitos negativos sobre os agentes econômicos. Em um caso tradicional de monopólio, o Estado pode obrigar o monopolista a igualar o preço ao custo marginal, o que aproximaria o monopólio de uma situação de concorrência perfeita, diminuindo os efeitos negativos do monopólio sobre os consumidores.

No caso do monopólio natural, essa solução poderia ser inviável, uma vez que os custos marginais são baixos. Nesse caso, o Estado pode obrigar o monopolista a igualar o preço ao seu custo médio, o que também pode diminuir eventuais ineficiências econômicas sobre os agentes econômicos.

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20
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Monopólio Natural

1- Definição

2- 3 características principais

3- Preço mínimo possível no monopólio natural (idiossincrasia)

A

Empresa que pode produzir para TODO O MERCADO a um custo menor ao que existiria caso houvesse várias empresas (surge quando há grandes economias de escala)

Custo médio e custo marginal sempre declinando. Além disso, há economias de escala permanentes.

Para o monopólio natural, a curva de custo médio será decrescente, indicando que o aumento de produção irá sempre reduzir o custo médio

** Uma empresa é considerada monopólio natural quando apresenta economias de escala, custo médio e custo marginal decrescentes, para toda a produção **

Caracterizados também por serem bens exclusivos e com muito pouca ou nenhuma rivalidade / há presença de economias de escala na produção

O principal fator que distingue o monopólio natural do monopólio puro é que, no monopólio natural, uma única empresa consegue operar com custos unitários menores do que os que prevaleceriam, caso mais de uma empresa operasse no setor.

O preço no monopólio deve ser no mínimo igual ao Custo médio. Isso torna a operação “empatada” (sem lucro econômico). Não confundir com igualar ao custo marginal, pois este é extremamente baixo para os monopolistas e geraria sua falência (vide gráficos de custos)

Atenção: apenas o monopolista NATURAL tem custos médios e marginais decrescentes e economias de escala de forma permanente!

Em setores caracterizados como monopólios naturais, o nível de produção competitivo, embora eficiente no sentido de Pareto, não é lucrativo - CERTO

O fornecimento de mais de um tipo de serviço em regime de monopólio natural permite que se realizem economias de escopo (junção de empresas para produção de um bem)

No monopólio natural o curto marginal fica sempre abaixo do custo médio. A fixação do preço igual ao custo marginal pelo regulador, resulta em prejuízo para a empresa monopolista, pois com esse preço a empresa não cobre os custos médios.

No monopólio natural, a empresa NÃO pode atuar no nível de produção competitivo (ÓTIMO DE PARETO)! Motivo:

A eficiência alocativa ocorre quando P=CMg. No caso do monopólio natural, a curva de demanda encontra o custo marginal (P=CMg) num ponto abaixo do custo médio (P=CMg < Custo total médio), resultando em prejuízo para a firma monopolista. Assim, se o preço fosse fixado em P=CMg e a quantidade produzida fosse a produção competitiva e eficiente, a empresa teria prejuízo e abandonaria a indústria.

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21
Q

Índice de Lerner

1- Principal função do índice

2- Duas fórmulas possíveis

A

Mede o poder de monopólio (ou poder de mercado) = proporção em que o PREÇO supera o CUSTO MARGINAL

** Índice de Lerner (L) = P – Cmg dividido por P OU 1 dividido Epd **

Varia entre 0 e 1 = Concorrência perfeita é igual a zero / quanto mais próximo de um, maior o grau de monopólio

Poder de monopólio não se confunde com altos LUCROS, que por sua vez está ligado aos custos

DECORAR = 1 SOBRE A ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA = índice de Lerner

Observação: O markup guarda relação direta com o poder de monopólio, ou seja, quanto maior o markup, maior o poder de monopólio e vice-versa. Isso ocorre pois quanto maior o markup, maior será o preço do monopolista / o markup é igual ao preço dividido pelo Custo Marginal / A diferença entre o preço de mercado em monopólio e a custo marginal da firma é o markup (do inglês marcar acima).

O markup (diferença entre preço e custo marginal) relaciona-se INVERSAMENTE com a elasticidade-preço da demanda = Maior elasticidade = Menor mark-up = para qualquer estrutura:

O markup do monopolista tende a ser menor quanto mais elástica for a demanda, sendo que se essa for perfeitamente elástica, o preço será igual à solução de concorrência perfeita.

Na concorrência perfeita, a elasticidade preço da demanda é infinita e o preço é igual ao custo marginal, sendo o mark-up igual a zero

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22
Q

Formas de captação do excedente do consumidor pelo produtor

1- Diferenciar as três formas de discriminação de preços

A

Discriminação de preços de primeiro grau (ou perfeita) = monopolista cobra o preço que o consumidor está disposto a pagar (preço de reserva) = Pareto eficiente = não há perdas = excedente do produtor é máximo e total = monopólio eficiente = não há peso morto = paga mais quem esta disposto

Segundo grau = desconto por quantidade + a condição de sucesso para discriminação de segundo grau é que consumidores que compram grandes quantidades tenham demandas relativamente mais elásticas do que os consumidores que compram pequenas quantidades

Terceiro grau = venda em pacote = divide os consumidores em curvas de demandas diferentes, cobrando diferentes valores de cada grupo = duas embalagens diferentes para vender para dois públicos) (tarifas aéreas, carteira de estudante e idosos, alimentos congelados e frescos) = viajante de primeira classe, paga o preço independentemente do valor

Não esquecer: A fixação de preços (discriminação) NÃO guarda relação com a Demanda e o seu tamanho, mas sim a sua elasticidade (cobra-se mais daqueles que tem elasticidade menor).

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23
Q

Concorrência Monopolística (também chamada de mercado de produtos diferenciados ou competição monopolística)

1- 3 características principais relativas ao número de empresas, produto e barreiras

2- Formato da Curva de Demanda

3- Posição do preço nesse mercado

4- gráfico da Concorrência Monopolística

A

1) Grande número de empresas (contra intuitivo),

2) produto diferenciado,

3) não há barreiras - livre entrada e saída de empresas

Produtos heterogêneos *** = principal e primeira diferença da Concorrência perfeita) (altamente substituíveis = elasticidade cruzadas da demanda grande)

Não confundir com substitutos perfeitos = elasticidade cruzada da demanda infinita = Aqui são bens substitutos, mas não perfeitos!

No longo prazo, a competição monopolística caracteriza-se por lucros zero, ainda que persista o poder de monopólio, pois a livre entrada e saída de firmas faz cessar os lucros. Porém, permanece o problema da escala de produção não ser eficiente.

Curva de demanda elástica e negativa (entre a CP e o MONOPÓLIO) com pouquíssima inclinação (bastante “deitada”) = alta elasticidade de demanda = produtos altamente substituíveis devido a inúmeros produtos substituíveis

** No longo prazo¸o preço é igual ao custo médio (lucro normal e zero) - Ou seja, a situação de equilíbrio de longo prazo da concorrência monopolística é similar à da concorrência perfeita e tende a zero **

Porém, na concorrência perfeita, o equilíbrio ocorre com o custo médio mínimo possível (ponto de mínimo da curva de Cme); na concorrência monopolística, o equilíbrio de longo prazo não acontece com o custo médio mínimo. Isso indica que nesse ponto, a concorrência monopolística trabalha com capacidade ociosa / Aqui, o Preço é sempre maior que o Cmg = ineficiente economicamente

Exemplo: lojas de roupas (muitas firmas, muitos compradores, porém o produto é diferenciado, cada loja possui o monopólio da sua marca)

Importante: Pode-se dizer, então, que na concorrência monopolística o equilíbrio de longo prazo é ineficiente no sentido de Pareto (Preço > Custo Marginal). O lucro tende a zero como na concorrência perfeita, mas o seu custo médio não é o mínimo.

O gráfico da Concorrência Monopolística é idêntico ao do monopólio, com demanda negativamente inclinada e receita marginal próximo da metade da inclinação

No curto prazo, o mercado de concorrência monopolística comporta-se como o de monopólio. Ambos maximizam lucros quando receita marginal iguala o custo marginal, e podem ter lucros positivos, negativos ou nulos. Já no longo prazo o produtor em concorrência monopolista tende a comportar-se como de concorrência perfeita, obtendo lucro nulo

Na competição perfeita, o preço é igual ao custo marginal, porém, na competição monopolítica, o preço ULTRAPASSA o custo marginal. Gera-se, assim, peso morto. Nos dois tipos de mercado, a entrada de novas empresas ocorre até que os lucros tenham sido reduzidos a zero.

Além disso, a curva de demanda horizontal da concorrência perfeita cruza a curva de custo médio em seu ponto mínimo. Na competição monopolística isso não ocorre, cruzando-se a esquerda do ponto médio mínimo.

No curto prazo, o mercado de concorrência monopolística comporta-se como o de monopólio. Ambos maximizam lucros quando receita marginal iguala o custo marginal, e podem ter lucros positivos, negativos ou nulos

Já no longo prazo o produtor em concorrência monopolista tende a comportar-se como de concorrência perfeita, obtendo lucro nulo - CERTO

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24
Q

Oligopólio

1- Característica do produto, preço, atitudes individuais dos agentes e barreiras

2- Definição do Equilíbrio de Nash

3- Nome do Oligopólio com equílibrio similar a Concorrência Perfeita e posição em relação ao preço

4- Definição do Oligopólio de Cournot e de Stalckeberg

5- Duas exigências para formação do Cartel

A

Produtos similares ou idênticos (diferente da concorrência monopolística) /os preços e a atitudes individuais levam em consideração a atitude de cada uma das outras firmas = por isso, há rigidez de preços (receio de guerra entre os oligopólios) / produtos diferenciados ou não / barreiras à entrada = grandes investimentos, economias de escala, patentes, tecnologia / Conluio = oligopólio lucra igual ao monopólio / normalmente = lucros intermediários (entre o monopólio e a CP) / há peso morto /

Equilíbrio de Nash: cada empresa está fazendo o melhor que pode em função daquilo que os concorrentes estão fazendo / é um equilíbrio NÃO cooperativo, pois cada empresa toma as
decisões visando obter o maior lucro possível, dadas as ações dos concorrentes.

Oligopólio de Bertrand = equilíbrio igual a concorrência perfeita (já caiu) = No duopólio de Bertrand, o preço pago pelas firmas é igual ao custo marginal / O modelo de Bertrand é um modelo de oligopólio no qual as empresas produzem uma mercadoria homogênea, cada uma delas considera que o preço de sua concorrente é fixo e as empresas decidem simultaneamente qual o preço será cobrado / No modelo de competição oligopolista de Bertrand, o preço de equilíbrio é IGUAL ao preço obtido em concorrência perfeita, já que se trata de um oligopólio economicamente eficiente (P = Cmg).

Oligopólio de Cournot = competição simultânea via quantidades (não cooperativa e não conlusiva)

Stackelberg = liderança de quantidades = a empresa líder toma atitude sobre sua QUANTIDADE que NÃO é replicada pelas empresas seguidoras (mais fracas)

Oligopólio + conluio = cartel = monopólio = OPEP = deve contar com poder de monopólio = capacidade de uma empresa de fixar o preço de seu produto acima do custo marginal de produção / 2 exigências para a cartelização = demanda inelástica + grande controle sobre a produção - caso isso não ocorra, a oferta dos produtores que não fazem parte do cartel não pode ser elástica ao preço / A rigidez de preços é explicada, exclusivamente, pelo dilema dos prisioneiros (teoria dos jogos) e pelo desejo das empresas de evitar concorrências de preço mutuamente destrutivas.

O cartel é um acordo SEMPRE explícito entre empresas oligopolistas para estabelecer preços acima do custo marginal e obter lucros semelhantes ou iguais aos de um monopólio. Mas empresas que pretendem maximizar lucros através da coalizão não necessariamente realização acordos explícitos. Poderão estabelecer a chamada conduta paralela, que é uma forma implícita de coalizão na qual uma empresa
segue consistentemente as atitudes tomadas por outra

Considerando a teoria dos jogos na análise de um duopólio, uma vez no equilíbrio cooperativo com a formação de cartel, ambas as firmas têm incentivo a burlar e aumentar seus lucros, o que pode ser contornado se o jogo for repetido infinitamente – CERTO – Inicialmente, há incentivo para as empresas do cartel burlarem o acordo e alterar seu preço para ganhar mais. A vantagem de burlar será desfeita pela retaliação um do outro. No entanto, segundo a teoria dos jogos, repetindo isso infinitamente ambos aprendem que não burlar é a melhor opção, pois ambos perdem no longo prazo, optando pela estabilidade do cartel.

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25
Q

Três mercados com eficiência econômica e ótimo de Pareto

1- Citar os três mercados

2- Definição de ótimo de Pareto e suas duas fronteiras

3- definição Curva de Possibilidades de Produção (CPP)

A

Concorrência Perfeita, monopólio com discriminação perfeita de preços e oligopólio de Bertrand

Ótimo de Pareto = é IMPOSSÍVEL melhorar a situação de um, sem piorar para alguém (máximo do bem-estar social)

Definição CESPE para ótimo de pareto = No
ótimo de Pareto, a economia está na fronteira de possibilidades de produção (teoria da firma) e na fronteira de possibilidades de utilidade (teoria do consumidor) , simultaneamente, pois os preços funcionam como sinal de escassez para as empresas e de utilidade social para os
consumidores.

A Fronteira ou Curva de Possibilidades de Produção (CPP), também chamada de Curva de Transformação, é a fronteira máxima que a economia pode produzir, dados os recursos produtivos limitados e a tecnologia. Mostra as alternativas de produção da sociedade, supondo os recursos plenamente empregados / a CPP é uma curva em formato de meia bola com os eixos

Dois pontos sobre a curva de possibilidades de produção são igualmente eficientes, independentemente da relação de preços existente na economia (questão certa CESPE) - Esse ponto eficiente não é alterado por mudanças nos preços da economia e nem pela quantidade de bens produzida na economia.

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26
Q

4 FALHAS DE MERCADO

1- Citar 4 razões para as falhas de mercado

2- qual é o ponto de produção eficiente ?

3- definição de externalidades

4- duas formas de resolver externalidades (Teorema e Imposto)

A

Os mercados competitivos apresentam falhas devido a quatro razões básicas: poder de mercado, informações incompletas, externalidades e bens públicos = não permitem a alocação ótima

O nível de produção eficiente seria aquele em que o preço do produto fosse igual ao custo marginal social (CMgS) da produção, que é a soma do custo marginal (CMg) com o custo marginal externo (CMgE) da externalidade negativa.

Em outras palavras, o custo marginal externo é igual a diferença entre o custo marginal social e o custo marginal. A produção eficiente seria aquela que iguala o preço ao custo marginal social.

CmgE = CmgS - Cmg

Externalidades: são as ações de agentes que
influenciam outros produtores ou consumidores, mas não são levados em consideração na fixação do preço de mercado. Se resultarem em benefícios, serão positivas e, se em malefícios, serão externalidades negativas

Outra definição: Externalidades ocorrem quando um agente econômico se envolve em uma atividade que provoca impacto no
bem‑estar de um terceiro, que não participa dessa ação, sem pagar nem receber nenhuma compensação pelo impacto
provocado

Externalidade podem ser positivas (benefício social) ou negativa (custo social não internalizado pelo agente)

Bens produzem externalidades positivas nos casos em que os benefícios sociais marginais ultrapassam os benefícios marginais privados / Mesmo nos mercados afetados por externalidades positivas, há alocação ineficiente de recursos (falhas de mercado)

Tanto os bens públicos como as externalidades geram falhas de mercado, ou seja, situações em que o livre mercado não provirá a quantidade adequada destes bens. Então o Estado pode melhorar os resultados do mercado, seja regulando estes mercados ou sendo responsável pela provisão direta destes bens

O Teorema de Coase afirma que as externalidades podem ser resolvidas, desde que não haja custos de transição (benefício seja maior que os custos). Prega a solução PRIVADA para externalidade, buscando o ótimo social / Na falha de soluções privadas para as externalidade (Teorema de Coase), procede-se a regulamentação (proibição), Imposto de Pigou (imposto para externalidades negativas), subsídios, licenças negociáveis entre empresas /

Portanto, COASE e PIGOU = solução para externalidades (metáfora da Tragédia dos Comuns) = privada e pública (tributo), respectivamente!

Tragédias do comuns (conceito) = explicação do problema = Quando um recurso de propriedade comum é acessível a todos, o recurso é usado de forma excessiva, acima do nível eficiente, pois os ** custos marginais externos ** não são levados em conta e cada um pode fazer uso do recurso até que se esgote

No caso das externalidades positivas, além da provisão direta (como no caso de bens como educação e saúde), o Estado pode subsidiar sua produção pelo setor privado (subsídios de Pigou). E no caso de externalidades negativas,
o Estado pode tributar o setor privado para que haja a internalização da externalidade (impostos de Pigou) ou regulamentar a atividade (proibições, limites de produção ou de emissão de poluentes, etc.)

PROVISÃO DIRETA - SUBSÍDIO DE PIGOU - IMPOSTO DE PIGOU - REGULAMENTAÇÃO = Soluções para externalidades

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27
Q

Seleção adversa

1- definição

2- momento de ocorrência em relação a celebração do contrato

3- dois exemplos de seleção adversa

A

É uma assimetria Pré-Contratual (ex-ante a celebração do contrato) / A seleção adversa diz que os bons pagam pelos maus / um outro exemplo para ajudar: a taxa de juros do banco é alta em função dos mal pagadores, e com isso os bons pagadores são prejudicados (poderiam ter taxas bem melhores)

É um problema econômico que ocorre quando produtos de diferentes qualidades são vendidos sob o mesmo preço em virtude da assimetria de informações / forma de falha de mercado que ocorre quando, por causa das informações assimétricas, produtos de diferentes qualidades são vendidos a um preço único; dessa maneira, vendem-se inúmeros produtos de baixa qualidade e pouquíssimos de alta qualidade (Exemplo: Mercado de carros usados, seguro de saúde – solucionado pela diferenciação de preço por idade e da informação assimétrica)

Situações em que empresas de planos de saúde firmem contratos com clientes que não informam que possuem doenças preexistentes e, por isso, estão mais propensos a utilizar os serviços do plano são caracterizadas como situação de seleção adversa.

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28
Q

Risco moral

1- definição

2- momento de ocorrência em relação ao contrato

3- um exemplo

A

Risco moral (em inglês, moral hazard) se refere à possibilidade de um agente econômico mudar seu comportamento de acordo com os diferentes contextos nos quais ocorrem as transações econômicas. Está diretamente relacionado à ideia de ** informação assimétrica ** - situação na qual uma parte na transação possui mais informações, ou informações mais seguras, que a outra

decorre de comportamento ex post , ou seja, assumido por indivíduo segurado que toma atitude de risco por saber-se coberto (ATITUDE DEPOIS DE CONTRATADO, ao contrário da seleção adversa) / O valor elevado da franquia cobrado dos indivíduos que contratam seguros de automóveis pode ser justificado pela existência do risco moral / O valor elevado da franquia busca minimizar o “risco moral”

SEGUROS:

  • No momento da contração e pagamento do seguro - seleção adversa.
  • No momento de estipular o prêmio visando a coibir o uso incorreto - risco moral
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29
Q

Rivalidade e exclusão de Bens

1- Classificar os bens privados, recursos comuns, monopólios naturais e bens públicos segundo rivalidade e exclusão

2- caracterizar a eficiência em relação ao benefício marginal e o Cmg

A

(1) Bens privados = excludentes e rivais

(2) recursos COMUNS = rivais e não excludentes = acabam, mas não se pode evitar seu consumo em tese (exemplo: peixes do mar)

(3) Monopólios naturais = excludentes e não rivais, como as rodovias com pedágio = pode-se excluir usuários, mas não acabam

(4) Bens Públicos = o custo marginal (Cmg) de provê-los para um consumidor adicional é zero (não rival), e as pessoas não podem ser excluídas de seu consumo

** A eficiência é alcançada quando o benefício marginal e o custo marginal são iguais entre si **

Um bem público é ofertado eficientemente quando a soma vertical das demandas individuais é igual ao custo marginal de sua produção

Em suma:

Não excludente e não rival = bem público

Não excludente e rival = bem comum

Excludente e não rival = monopólio natural

Rival e excludente = bem privado

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30
Q

Bens públicos

1- definição de não rival e dois exemplos

2- nome dado aos que desfrutam dos bens públicos sem pagar

3- classificação dos bens meritórios ou semi públicos

4- definição do imposto Lindahl

A

É um caso particular de externalidades (falha de mercado = não alcança eficiência econômica)

Não rivais = também chamado de não DISPUTÁVEL / o seu consumo por parte de um indivíduo ou de um grupo social não prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantes da sociedade (iluminação pública, asfalto, justiça, segurança, defesa nacional, oxigênio, transporte público antes de estar lotado) / ** A não rivalidade também significa que o custo marginal de prover o bem para um consumidor adicional é nulo ** / Ou seja, depois que o bem público é produzido ou posto à disposição da população, não há custo adicional se houver aumento de seu consumo por parte da população. Um bem é não rival quando, para qualquer nível específico de produção, o custo marginal de sua produção é zero para um consumidor adicional ***

A lista de bens públicos é muito menor do que a de bens oferecidos pelo governo / O fato de um bem ser público não guarda relação com quem os produz, mas sim com os atributos da não rivalidade e não exclusividade

A falha de mercado que existe na produção dos bens públicos decorre do fato de que é impossível determinar o real benefício que cada indivíduo desfrutará do seu consumo, logo, é inviável determinar de forma totalmente justa o preço (imposto) que cada um pagará. Aqueles que desfrutam dos bens públicos sem pagar são os free-riders ou caronas (a não exclusão não permite sua existência como bens privados)

Os serviços de saúde são considerados bens meritórios (ou semi-públicos). Ou seja, não são bens públicos puros. Por exemplo, no Brasil, os serviços de saúde são não excludentes (todos têm direito, sem distinção), porém a não rivalidade ocorre somente até certo ponto (até atingir a lotação dos hospitais = COVID)

Bens meritórios ou semi públicos são providos pelo Estado, embora possam ser providos pelo setor privado, por gerarem altos benefícios sociais e externalidades positivas (EXEMPLO = ESCOLAS E HOSPITAIS PRIVADOS) – Corretos – são bens não excludentes e rivais / Outro ponto relevante é que os serviços de saúde não apresentam custos marginais de produção igual a zero (somente bens totalmente não rivais apresentam custo marginal igual a zero). Ou seja, para ofertar um serviço adicional de saúde (uma cirurgia, um leito, ou uma consulta), é necessário incorrer em custos adicionais (pagamento de remédios, médicos, materiais cirúrgicos, etc.)

Meio ambiente genericamente falando: bem público puro

Fauna, flora, caça, pesca, água: não podem ser considerados bens públicos puros, pois a “não rivalidade” é comprometida.

Observação: O imposto Lindahl é uma forma de tributação concebida por Erik Lindahl em que os indivíduos pagam pelos bens públicos de acordo com seus benefícios marginais. Em outras palavras, eles pagam de acordo com a quantidade de satisfação ou utilidade que derivam do consumo de uma unidade adicional do bem público

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31
Q

1- Regra de Maximização ou equilíbrio do consumidor (pareto) ***

A

O ponto ótimo (ou maximização ou equilíbrio) do consumidor é obtido quando o custo de uma unidade adicional do bem se iguala ao benefício proporcionado pelo consumo desta unidade adicional, ou seja, quando o CUSTO MARGINAL é igual à UTILIDADE MARGINAL

** Cmg = Umg = ótimo do consumidor **

Essa regra também é chamada pareto, maximização do bem-estar, equilíbrio do consumidor, etc.

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32
Q

Efeito do Câmbio artificial no Comércio Internacional

1- cinco efeitos da atuação da China com câmbio subvalorizado fixo artificial e expansão monetária dos EUA nos países em desenvolvimento

A

China (Câmbio subvalorizado fixo artificial) + EUA (expansão monetária e quantitative easing) -> valorização da moeda de países emergentes pela entrada de dólares -> queda na competitividade das economias em desenvolvimento no comércio internacional -> desincentivo às exportações -> redução do saldo da balança comercial -> déficits -> necessidade de exportar mais ganhando menos -> alterações estruturais no comércio mundial no longo prazo, gerando “reprimarização” -> moeda valorizada gera a quebra da indústria nacional pelas importações acentuadas -> aumento do protecionismo para se proteger, queda do multilateralismo, a fim de reequilibrar a balança comercial, proteger a indústria e evitar a “reprimarização”

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33
Q

3 funções da URV (6)

A

Neutralizar a inércia da inflação +
Retomada do equilíbrio dos preços relativos + Restauração a função de unidade de conta da moeda

Foi substituída pelo “real” em 1994 / hiperindexador = proposta LARIDA / a transparência norteou a ação do governo, que diariamente anunciava a desvalorização da URV em relação à moeda em circulação, de modo a mostrar à população o real valor dos bens

A unidade real de valor (URV), criada em fevereiro de 1994 como unidade de conta, passou a ser meio de pagamento em julho desse ano, mudando em seguida de nome para real.

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34
Q

3 FUNÇÕES DA POLÍTICA FISCAL DO GOVERNO - EAD

1- Citar três funções da política fiscal

2- Duas taxas combatidas pela função estabilizadora

3- Três formas de atuação do governo na função alocativa

A

Na política fiscal, o governo atua Governo atua por meio de arrecadação de impostos e gastos. Quanto maiores os impostos, menor a renda disponível e menor o consumo (começar pela definição)

no âmbito das políticas fiscais, o governo tem três funções: Alocativa, Estabilizadora e Distributiva

FUNÇÃO ESTABILIZADORA - função de combater as altas taxas de desemprego e inflação. Consiste na implementação de políticas econômicas com o objetivo de alcançar um nível de atividades compatível com taxas de desemprego e inflação estáveis e mais baixas possíveis; / manutenção ou aumento da demanda nos momentos de queda ou crise = busca pela manutenção estabilidade, pleno emprego e renda (aumento do PIB) / Estabilizadora = desemprego e inflação = influência na demanda agregada em busca de ESTABILIDADE

FUNÇÃO ALOCATIVA *** - é aquela em que o Estado atua no sistema de mercado suprindo, melhorando, complementando ou corrigindo seu funcionamento / função de ofertar bens públicos (rodovia e segurança), semi-públicos ou meritórios (educação e saúde) e Regulação (defesa da concorrência, externalidades, controle do monopólio natural, informação assimétrica, etc.)

Essa função consiste em:

a) determinar o tipo e a quantidade de bens públicos ofertados;

b) calcular o nível de contribuição de cada contribuinte

O controle eficaz das fronteiras de um país é considerado um bem público típico, sendo não rival e não excludente. A oferta desse tipo de serviço é caracterizada tipicamente como o exercício da função alocativa (questão certa CESPE). Justificativa: O controle eficaz das fronteiras de um país é considerado um bem público porque quando ele existe, eu e você somos beneficiados sem que um terceiro indivíduo deixe também de usufruir desses benefícios (não rival). Além disso, o controle eficaz das fronteiras beneficia todos os indivíduos, independentemente de eles contribuírem para esse benefício ou não (não excludente)

A função alocativa do governo é caracterizada como sendo a ação estatal que complementa a ação do mercado na alocação de recursos. Refere-se ao fornecimento de bens públicos / A função alocativa complementa o mercado e corrige falhas como externalidades, economias de escala por meio de monopólios e bens públicos – atuam onde o mercado não tem interesse ou de difícil controle

FUNÇÃO DISTRIBUTIVA - Quando o sistema de mercado não gera a distribuição de renda considerada justa pela sociedade. Consiste em: a) Transferência de renda para os mais pobres (Ex. Bolsa família); b) Cobrança de maiores impostos dos mais ricos; c) Subsídios aos bens/serviços utilizados pelos mais pobres (Ex. alguns tipos de medicamentos) / impostos, transferências e subsídios (exemplo: seguridade social)

Observação: A eficiência econômica distributiva corresponde à eliminação de ganhos não competitivos com o objetivo de permitir a maximização do excedente do consumidor em determinado mercado. - QUESTÃO CERTA - Quando se fala em eficiência distributiva, relaciona-se com o conceito de economia do bem estar, diferentemente da eficiência de Pareto (conceito estritamente econômico).

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35
Q

EXERCÍCIOS IS-LM-BP (apenas ler)

A

Exercícios sobre política fiscal ou monetária (expansionista/contracionista), devem informar 3 condições: mobilidade de capitais (perfeita ou imperfeita)para fazer a inclinação do BP e o tipo de câmbio

Todo exercício deve começar da seguinte forma:

1) Desenhar o gráfico: taxa de juros (i) x renda (y)

2) Desenha IS e LM se cruzando (IS decrescente e LM crescente)

3) ** Desenha curva BP mais ou menos inclinada a depender de baixa ou alta mobilidade de capitais (alta mobilidade de capital = BP quase horizontal) (baixa mobilidade = BP quase em pé) **

4) Assinalar qual lado é o déficit e qual lado é superávit da curva BP *** (Superávit normalmente acima e a esquerda)

5) A partir dessa construção, começar a atuar com as variáveis que o exercício mandar (LM para direita ou esquerda, IS para direita ou para esquerda)

Observação: ** Quando o exercício não falar se a mobilidade de capitais é alta ou baixa, deve-se desenhar a curva do BP horizontal (alta) **

Fazer o que exercício pede e avaliar o que acontece: com a renda (y) (aumento ou queda) -> se aumentar, aumenta as importações (não esquecer)

Avaliar também o que acontece com a taxa de juros (i) (aumenta ou queda) -> se aumentar, entrada de capitais (ou fuga se diminuir)

Em seguida, parte-se para os efeitos sobe a base monetária (LM), ao se avaliar que tipo de câmbio a questão trata (fixo ou flutuante)

Também deve-se analisar o novo equilíbrio sob a lógica de superávit ou déficit no BP

Considere que o referido país esteja em recessão e seja uma economia aberta, com câmbio flutuante e mobilidade de capitais forte, porém não perfeita. Nesse caso, de acordo com o modelo IS-LM-BP, a implementação de uma política fiscal expansionista, para tentar impulsionar a atividade econômica, seria eficaz – CERTO - Apesar de depender da inclinação da BP em relação à LM, a política fiscal sempre será eficaz com mobilidade imperfeita (ou seja, ela sempre será capaz de impactar a renda da economia) / decorar: câmbio flutuante a política fiscal SÓ é ineficaz com perfeita mobilidade de capitias (MOMO), passando a ser EFICAZ com baixa mobilidade ou sem mobilidade! / ** A relação FiFi/Momo só serve para Perfeita mobilidade de capitais ** / Decorar:

1) Perfeita mobilidade de capitais: relação FiFi/Momo

2) SEM mobilidade de capitais: câmbio fixo (fiscal e monetária) = ineficaz / câmbio flutuante (fiscal e monetária) = eficaz

3) alta/baixa mobilidade de capitais: tudo eficaz, menos C.Fixo-Monetária

Num regime de câmbio flexível e perfeita mobilidade de capitais, a política fiscal contracionista não terá efeito sobre o produto, mas levará a um aumento do saldo comercial – CERTO – a PFC gera um deslocamento da IS para esquerda, onde a taxa de juros e o produto são menores. A taxa de juros inferior gera saída de capitais, gerando desvaloriação da moeda doméstica, o que impulsiona o saldo comercial (aumenta exportações), seguido de deslocamento da IS para a posição inicial. Como o câmbio é flexível, o banco central não atua na compra ou venda.

Em situação de perfeita mobilidade de capitais e regime de câmbio fixo, será o nulo o efeito líquido sobre a base monetária de uma compra de títulos domésticos no mercado aberto pelo Banco Central – CERTO – a compra de títulos é uma política monetária expansionista que move a curva LM para direita, gerando maior produto e taxa de juros. A taxa de juros maior expulsa capital (perfeita mobilidade de capitais) e para que a moeda não desvalorize (já que o câmbio é fixo), o BACEN terá que vender dólares para mante-la no mesmo patamar, fazendo com que a LM volte ao ponto original.

Países com regimes cambiais mais flexíveis tendem a ter maiores perdas, em termos de produto e emprego, do que países com regimes de câmbio fixo, diante de fugas de capital. - ERRADO

A fuga de capitais gera necessidade de compra pelo Banco central (curva BP sobe) (não há desvalorização), deslocando a curva LM para esquerda pela venda de reservas internacionais para manutenção do câmbio fixo, onde a taxa de juros é maior e o produto é menor.
Nesse mesmo caso, alterando o câmbio para flexível, a fuga de capitais gera a desvalorização da moeda (diferença entre os dois casos), acarretando aumento das exportações e deslocamento da IS para direita em patamar de maior renda e taxa de juros.

Alta mobilidade de capitais = BP menos inclinada que a LM

Baixa mobilidade de capitais = BP mais inclinada que a LM (quase vertical)

A política monetária num regime de câmbio fixo será sempre ineficaz, não importando o grau de mobilidade de capital.

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36
Q

Preferências do consumidor (Bem-Comportadas)

1- Três características das preferências (premissas básicas ou escolha racional)

2- Conceito de cada uma das três

3- Conceito de monotoniciedade

4- O que são as curvas de indiferenças ?

A

capacidade de ordenar cestas para descrever preferências do consumidor / as preferências devem ser COMPLETAS – TRANSITIVAS – REFLEXIVAS (premissas básicas da teoria do consumidor ou escolha racional)

Integralidade, exclusividade ou completude *** = pode-se ordenar e organizar em preferências ou indiferença toda e qualquer cesta.

TRANSITIVIDADE = não há cruzamento entre as curvas devido (possibilidade de ordenar: A preferível B e B preferível a C, logo A é preferível a C) (elas não transam)

Reflexividade = mesmo prazer entre cestas iguais

Ademais, existe o princípio da monotoniciedade = quanto mais melhor / o princípio da monotoniciedade indica que curvas mais distantes da origem, trazem maior satisfação (quanto mais, melhor) / A monotonicidade das preferências implica que as curvas de indiferença tenham, obrigatoriamente, inclinação negativa.

As curvas de indiferença são as EXPRESSÕES das preferências

Curva de indiferença: lugar geométrico que representa as infinitas combinações de x e y que apresentam o mesmo grau de satisfação ao consumidor

A isoquanta está para a curva de indiferença assim como a teoria do produtor está para a teoria do consumidor. Tanto a isoquanta como a curva de indiferença tem o mesmo formato: são convexas em relação a orígem.

Na teoria do consumidor, as curvas são convexas em relação a origem e o ponto médio é preferível por ser mais diversificado (soluções de centro) / a convexidade e a monotoniciedade garantem que o consumidor prefere mais a menos e cestas variadas (bom comportamento)

TMgs é a inclinação da curva da indiferença (decrescente) e demonstra quanto se terá de abrir mão de um bem para consumir mais do outro + também equivale a razão das utilidades marginais dos dois bens em comparação (TMs = UmgX / UmgY)

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37
Q

Plano de Ação Econômica do Governo - PAEG (1964-1967)

1- Caracterização do plano em relação a ortodoxia/heretodoxia

2- Ministério coordenador do Plano e seus dois ministros

3- Diagnóstico da inflação

4- 3+ ações tomadas no combate à inflação

5- 3+ dos 8 objetivos do plano

6- 4 tipos de reformas realizadas

7- 4 exemplos de reformas Institucionais realizadas (Banco, Conselho, Sistema e Obrigação criados e lei revogada)

8- Nova forma de financiamento do déficit público

9- Duas mudanças cambiais adotadas

10- Política salarial adotada

11- Duas políticas que deram certo e duas que deram errado na execução do plano

A

1- Caráter híbrido (ortodoxo e heretodoxo)

2- Ministério do Planejamento e Coodernação Econômico (Roberto Campos) e Ministério da Fazenda (Octávio Bulhões)

3- Ortodoxo – inconsistência distributiva

4- Abordagem gradualista - corte de gastos públicos, diminuição do crédito, busca por superávits primários, rigidez salarial, ajustes das contas públicas

5- retomar o crescimento, diminuir progressivamente a inflação, corrigir disparidades sociais, regular as contas internas e externas, fortalecer o sistema de de créditos e aumentar o investimento público. Atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais, assim como as tensões criadas pelos desequilíbrios sociais, mediante melhoria nas condições de vida; **

6- Reformas tributária, financeira, externa e institucional

7- Banco Central, Conselho Monetário Nacional, Sistema Financeiro de Habitação, Obrigação Reajustável do Tesouro, revogação da lei do teto de juros, revogação da lei de limitação da remessa de lucro

8- ORTN (títulos públicos)

9- Simplificação e unificação do sistema cambial + minidesvalorizações

10- Reajustes anuais abaixo da inflação

11- Política Monetária e de Crédito PRIVADO não cumpriram o plano. Política Fiscal e monetária PÚBLICA atingiram os objetivos.

Lançado em novembro de 1964, com caráter ortodoxo e heterodoxo, segundo Marcelo Paiva Abreu em a Ordem do Progresso

O plano foi elaborado pelo recém-criado
Ministério do Planejamento e Coordenação Econômica. O ministério econômico foi composto pela dupla Campos e Bulhões, respectivamente no Planejamento e na Fazenda

A abordagem sobre a inflação e as reformas que foram feitas permitem afirmar que o PAEG foi além da pura e simples ortodoxia (visão mais moderna = plano híbrido) / o enfoque na inflação foi feito de maneira GRADUALISTA, a fim de buscar o crescimento econômico ao mesmo tempo

Antecedentes = crise, desarranjo produtivo, inflação, produto estagnado, reivindicação trabalhistas, política frouxa de Jango, Plano Trienal de Celso Furtado

PAEG = Governo Castello Branco com Octavio Bulhões e Roberto Campos + inflação de demanda como principal alvo (já caiu) (diagnóstico feito com base na teoria monetarista de excesso de demanda)

O PAEG tinha entre seus objetivos acelerar o crescimento econômico brasileiro, além da aplicação da ortodoxia (contra intuitivo), para sanar progressivamente a inflação = corte de gastos públicos, diminuição do crédito, busca por superávits primários, rigidez salarial, ajustes das contas públicas (possíveis nesse momento pois exigiam controle da população e da manifestação social)

TESE PRINCIPAL: Por não tratar a inflação como resultado direto da expansão monetária (visão clássica estrita), o PAEG era um programa com diagnóstico e estratégia de combate à inflação que foi além da ortodoxia simplista. Das três “normas básicas” do programa deflacionário do PAEG, a saber, contenção dos déficits governamentais, política salarial e política de crédito às empresas, a primeira foi a mais bem-sucedida

Os impostos diretos e indiretos foram imediatamente aumentados. O déficit do governo como proporção do PIB, que era de cerca de 4% em 1963, passou a 1,1% em 1966, além disso os déficits passaram a ser integralmente financiados por venda de títulos públicos a partir de 1966

Resumo dos OITO objetivos do PAEG = retomar o crescimento, diminuir progressivamente a inflação, corrigir disparidades sociais, regular as contas internas e externas, fortalecer o sistema de de créditos e aumentar o investimento público.

*** Outros objetivos: Atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais, assim como as tensões criadas pelos desequilíbrios sociais, mediante melhoria nas condições de vida; **

Ferramentas utilizadas: diminuição dos déficits do caixa governamental, aumento da tributação (política tributária), política monetária buscando progressiva estabilização para não afetar o produto, política bancária creditícia expansionista, política de alto investimento público.

A heterodoxia vem por meio das REFORMAS (principalmente tributárias e no BP):

1- Reforma tributária (arrecadação, instituição de impostos municipais e estaduais);

2- Reforma financeira (poupança compulsória – FGTS e o PIS)

3- Reforma externa (saneamento para evitar déficits em Transações correntes)

Criação do ICM, ISS e IPI. Criação de Fundos Parafiscais: FGTS e PIS/PASEP (poupança privada compulsória). Aspectos federativos: Redefinição do espaço tributário entre as unidades da federação: União fica com IPI, Imposto de Renda (IR), Impostos sobre comércio exterior, Imposto
Territorial Rural (ITR); estados ficam com ICM e Municípios com ISS e IPTU. Aumenta a carga tributária e recupera a capacidade de financiamento do setor público.

REFORMAS INSTITUCIONAIS

Banco Central e Conselho Monetário Nacional – Dotar o Sistema Financeiro Brasileiro de mecanismos de financiamento capazes de sustentar o processo de
industrialização já em curso.

Lei de teto de 12% na cobrança da taxa de juros foi eliminada, uma vez que esta era entendida como entrave à geração e alocação de poupança no Brasil.

Sistema Financeiro de Habitação - Lei no. 4.320 - criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) - eliminar o déficit habitacional existente, que era
atribuído à falta de financiamento para o setor; criação do BNH: banco dos bancos do sistema habitacional; Incentivo ao emprego.

Criação do Sistema Nacional de Credito Rural liderado pelo BB.

Além disso, houve a criação do Sistema Nacional de Habitação e da OBRIGAÇÃO REAJUSTÁVEL DO TESOURO - ORTN = títulos públicos para financiar o governo sem aumentar a dívida externa ou emissão = não inflacionária no curto prazo

Desde 1960, o déficit era quase que integralmente financiado pelas emissões de papel-moeda. Em 1965, 55% do déficit foram financiados através da venda de títulos da dívida pública e em 1966 foi totalmente financiado pelos empréstimos junto ao público.

Houve a instituição do instrumento da correção monetária para ativos e contratos em geral, aplicada também aos títulos públicos representados pelas ORTN. Era o inicio da indexação brasileira que geraria a crise inflacionária da década de 1980.

Simplificação e unificação do sistema cambial e maior integração com o sistema financeiro internacional como fonte de acesso a créditos de médio e longo prazo.

Adotou-se o sistema de minidesvalorizações, pelo qual a variação deveria refletir o diferencial entre inflação doméstica e a internacional (durou até a década de 1980 e a maxidesvalorização)

FGTS, que substituiu o regime de estabilidade no emprego, então vigente, entendido como um entrave institucional ao aumento do emprego, e, por conseguinte, ao crescimento econômico.

Diagnóstico de inflação:

Fica claro que a inflação brasileira era diagnosticada como resultado da inconsistência da política distributiva, concentrada em dois pontos principais:

1) No dispêndio governamental superior à retirada de poder de compra do setor privado, sob a forma de impostos ou de empréstimos públicos;

2) Na incompatibilidade entre a propensão a consumir, decorrente da política salarial, e a propensão a investir, associada à política de expansão do crédito às empresas.

Um diagnóstico, portanto, que atribui à inconsistência na esfera distributiva da economia a causa da inflação e que vê na expansão monetária não um fator autônomo de pressão inflacionária, mas o veículo de ratificação, ou de propagação dessas pressões.

POLÍTICA SALARIAL

Política salarial com reajustes anuais abaixo da inflação => queda dos salários reais.

“Mecanismo de correção pelo qual as revisões salariais deverão guiar-se pelo critério da manutenção, durante o período de vigência de cada reajustamento, do salário real médio verificado no biênio anterior, acrescido de porcentagem correspondente ao aumento da produtividade.”

Correção salarial pela média. Ou seja, havia correção salarial, mas ela era feita abaixo da inflação.

O PAEG não realiza o controle DIRETO sobre preços industrias, embora durante o plano seguinte (milagre) tenha havido para controle da inflação.

O PAEG utiliza a estratégia de REALISMO TARIFÁRIO, ou seja, fixação de preços de bens e serviços controlados pelo governo (serviço públicos essenciais) para refletir custos reais, evitando distorções econômicas. ** O realismo tarifário causa inflação CORRETIVA em um primeiro momento para controle geral da inflação depois **

Reforma do setor externo: Política cambial de unificação do câmbio mas com taxa realista (desvalorização de 204% com relação à antiga taxa oficial). Incentivos fiscais e creditícios às exportações. Fim dos limites quantitativos
às importações, ficando apenas a política tarifária. Capitais: revogação da lei de remessa de lucros de João Goulart. Lei 4.131: permitia acesso direto das empresas ao sistema financeiro internacional. Resolução 63 do CMN: permitia captação de recursos externos pelos bancos comerciais e de investimento para repasse às empresas domésticas.

Reforma tributária = impostos em cascata foram substituídos por impostos sobre valor agregado (IPI e ICM) + redefinição de competência tributária, criando o Fundo de Participação dos Estados e Municípios + criação de fundos parafiscais para formação de poupança compulsória (PIS e FGTS) + carga tributária salta de 16% para 26% do PIB

CONCLUSÕES

As políticas monetária e de crédito ao setor privado foram bem mais erráticas durante o PAEG. Apesar do efetivo aperto monetário e fiscal do período, o PAEG não cumpriu as metas estabelecidas. As metas de expansão dos meios de pagamento fixadas pelo governo foram ultrapassadas em 1964 e 1965 e as do crédito ao setor privado o foram nos três anos do PAEG.

POLÍTICA MONETÁRIA E CREDITICIA ERRANTE NO PAEG!

o PAEG lança base para o “Milagre” (1968-1973) / ** O PAEG revogou a lei de remessa de lucros **/ A medidas de combate à inflação adotadas no PAEG foram redução déficit público, aumento de juros e arrocho salarial (ortodoxas!!)

O PAEG foi criado com o objetivo de controlar o processo inflacionário. Mesmo não tendo alcançado seu objetivo como um todo, o PAEG destacou-se pelas reformas estruturais e pela reestruturação institucional no Brasil.

O PAEG visou à internacionalização da economia
brasileira, abrindo-a ao capital estrangeiro, promovendo a integração com centros financeiros mundiais e buscando o alinhamento com a Aliança para o Progresso lançada pelos Estados Unidos da América - QUESTÃO CERTA TPS

Para aumentar a eficiência e a competitividade do sistema financeiro, a reforma do período 1964-1967, além de permitir a captação direta de recursos externos pelas empresas privadas nacionais, modificou a legislação, para facilitar remessas de lucros para o exterior, contribuindo, assim, para ampliar a abertura da economia ao capital externo.

AMPLIAÇÃO DO CRÉDITO para consumidores (estimulando o consumo de bens duráveis), para a aquisição habitacional (Sistema Financeiro da Habitação) e do Sistema Nacional de Crédito Rural que daria impulso à produção e a produtividade no campo, este último fator decisivo para o aumento da oferta de insumos agrícolas e alimentos que ajudou a conter os preços.

Resultados: redução da inflação de 92% em 1964 para 22% em 1968, porém com muitas falências de empresas, queda do PIB industrial em 1965 e aumento da capacidade ociosa.

– PAEG trouxe solução para a desordem tributária e saneamento do setor público, recuperando sua capacidade de investimento; eliminou as deficiências de um mercado financeiro subdesenvolvido, reconstruindo o padrão de financiamento da economia; solução para as ineficiências e restrições do setor externo e em particular mecanismos para atrair poupança externa, além de política amigável ao capital estrangeiro para trazer credibilidade

Êxito no combate a inflação ao custo de estagnação econômica (baixo crescimento em 1964 e 65), aumento da concentração de renda e quebra de empresas. A reforma no setor externo (unificação, minidesvalorização, revogação da lei de remessa de lucros e revogação do teto do juros) fizeram gerar superávits a partir de 1968.

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38
Q

4 Mecanismos de controle de oferta de moeda pelos Bancos Centrais (6)

A

1) operações de mercado aberto (compra e venda de títulos),

2) exigência de reservas bancárias (aumento ou diminuição de moeda disponíveis para empréstimos),

3) taxas de redesconto (taxas de juros dos empréstimos aos Bancos = acesso aos FUNDOS do BACEN) e

4) empréstimos de liquidez (amenizar crises e recessão)

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39
Q

Efeitos da Política Monetária (PM) - ler e desenhar

A

curto prazo -> caso haja capacidade ociosa a PM afeta o nível de atividade e impacta a demanda agregada (expansão monetária -> queda do juros -> aumento do investimento e consumo)

O nível de atividade pode ou não ser impactado a depender de ser uma economia com câmbio fixo (PM restrita ao nível de reservas detidas) ou móvel (PM eficaz = expansão PM -> reduz taxa de juros -> estimula investimentos e o consumo -> saída de capitais -> depreciação da moeda -> produtos nacionais mais baratos no exterior -> estímulo às exportações -> aumento ainda maior do nível de atividade econômica)

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40
Q

Café e Crise de 1929

1- Característica das elasticidade do café

2- Principal alteração no financiamento da compra do café pós 1929

3- Nome dado por Celso Furtado a inflexão da economia no período

A

Café baixa elasticidade-preço e baixa elasticidade-renda = aumento da oferta gera queda nos preços -> compra e estocagem financiada por empréstimos externos, não mais existentes a partir de 1929 + queda na demanda + continuidade da produção (5 anos para produzir) -> alteração para o emissionismo -> desvalorização da moeda -> compra do governo para cobertura do custo variável médio de produção e queima -> sustentação do nível de renda de toda a economia (keynesianismo avant la lettre = gastos públicos para manutenção da renda) -> desvalorização auxiliou no aumento do preço das importações -> desenvolvimento da indústria nacional puxado pela manutenção da demanda interna -> transferência do centro dinâmico da economia do setor exportador para o mercado interno baseado na industrialização (ponto de inflexão da economia para Celso Furtado)

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41
Q

3+ Vantagens do Comércio Internacional

A

fator de integração na globalização / benefício da especialização / produção em escala maiores e mais eficientes / elevação da produtividade / difusão de conhecimento e tecnologia / aumento das opções aos consumidores / crítica: difusão desigual

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42
Q

Anos 1900-1913 (15)

a) Título do período ddo por Winstn Fritsch

b) Precedentes

c) Crescimento médio do PIB no período

d) Principais produtos e controle mundial do café pelo Brasil

e) Solução monetária adotada pelos cafeicultores diante da valorização cambial

f) 3 principais medidas do Convênio de Taubaté

g) Ano das três medidas de Valorização do Café

h) Efeitos na Indústria nacional

A

Período denominado como “Era de Ouro” (Winston Fritsch)

Precedentes -> expansão monetária pela falta de meio circulante gerada pelo fim da escravidão, gerando a crise do encilhamento / Economia saneada por Campos Salles em 1898 (funding loan + casa Rotschild + austeridade + contração econômica) + entrada de capitais [industriais (UK e Alemanha) e Belle Epoque Francesa] = balança comercial positiva e crescimento

Relativamente a aspectos econômico-financeiros, as “turbulências” dos “primeiros momentos da transição da ordem militar para a civil” podem ser entendidas como os efeitos da política econômica implantada por Rui Barbosa, pejorativamente conhecida como Encilhamento – CERTO (tps)

Entre 1900 e 1913, o PIB cresceu cerca de 4% ao ano

Grandes obras portuárias e ferroviárias / relativa estabilidade de preços ao longo de todo o período / Tudo isso, enquanto o preço do café, principal item de exportação brasileiro, encontrava-se em queda / Rápido crescimento das exportações de borracha, que chegaram a representar cerca de 20% das exportações brasileiras / Início do grande boom de investimentos europeus, principalmente ingleses, na periferia que, com breves interrupções, duraria até as vésperas da guerra.

A apreciação cambial, que resultou da melhora da posição externa, embora contribuísse para a estabilidade dos preços e o controle das contas públicas, tendo o apoio das classes urbanas em ascensão, contrariava os interesses do setor produtivo, especialmente do setor cafeeiro, na medida em que reduzia as receitas em mil-réis das exportações de café. Os interesses do setor produtivo levaram à criação de um mecanismo automático de padrão ouro – a Caixa de Conversão, em 1906 – que possuía o poder de emitir notas plenamente conversíveis em ouro, a uma taxa fixa de câmbio e funcionou até 1914.

Acumulação de capital = expansão da economia e entrada de capitais

CAIXA DE CONVERSÃO

1906 = bom momento internacional + abundância de capitais estrangeiros = adoção do padrão-ouro pela Caixa de Conversão (inspirado na Argentina)

Não era um sistema completo de padrão ouro porque somente as notas emitidas pela Caixa de Conversão eram conversíveis. As notas e moedas pré-existentes, emitidas pelo Tesouro, não eram conversíveis.

A Caixa de Conversão, no período de elevadas entradas de capital, funcionou promovendo estabilidade cambial e expansão monetária, contribuindo para o crescimento da economia. A Caixa de Conversão acumulava reservas e, como contrapartida, emitia mil-réis. As condições favoráveis do BP resultavam em expansão da moeda, do crédito e da atividade econômica.

Com preços deprimidos do café, devido ao desequilíbrio estrutural do mercado, e câmbio apreciando, os cafeicultores estavam sendo prejudicados. Essa contínua apreciação, associada às perspectivas de uma safra sem precedentes para 1906, forneceu a motivação e a urgência para o “Convênio de Taubaté”, a primeira operação de valorização do café. Nesse sentido, estabeleceu-se um arranjo combinado –valorização do café com estabilização do câmbio (caixa de conversão).

CONVÊNIO DE TAUBATÉ

1906 = Convênio de Taubaté = compra dos excedentes pelo governo visando à manutenção dos preços e utilizando empréstimos externos, pagos pelo imposto em ouro sobre o café exportado

Os produtos brasileiras estavam em posição de controlar a oferta e, consequentemente, o preço do café por representarem ¾ da oferta mundial.

** Diante da impossibilidade de contar com a depreciação do mil-réis para compensar a queda dos preços, num ambiente de apreciação cambial e preços deprimidos e perspectivas de uma grande safra, foi celebrado o Convênio de Taubaté em 1906, sendo três as principais medidas: ***

1) Compra do excedente produzido pelo governo por meio de financiamento externo

2) Os emprestimos seriam financiados por imposto em ouro sobre cada saca de café exportada

3) Os Estados produtores desencorajariam novas plantações

No início, o programa foi financiado pela antecipação de pagamentos de grandes importadores e recursos levantados pelo governo do Estado de São Paulo, uma vez que o governo federal relutou em aceitar o programa de valorização.

Problema: superprodução e postergação da solução = preços e lucros elevados incentivavam o reinvestimento em novos plantios nacionais e internacionais

INDÚSTRIA

Importação de máquina e instalação de indústrias incipientes utilizadas na I Guerra, intensificada pela imigração, crescimento das cidades, atividades bancárias e de comércio exterior.

Indústria Nacional no período = A abundância de capitais, aliada à estabilidade cambial e expansão monetária e creditícia permitiram, também, juntamente com a maior capacidade de importação, a entrada de máquinas e a instalação de capacidade na indústria (ainda muito incipiente), que seria usada durante a I Guerra Mundial em razão da dificuldade de importar.
Além desses fatores citados, têm-se: crescimento urbano, imigração, efeito multiplicador do café (banco, comércio exterior)

Essa análise é consistente com a visão de que nos períodos de expansão da exportações, entradas de capitais e estabilidade cambial, ocorre aumento capacidade produtiva e nos períodos de choques adversos, quando ocorre queda das exportações, saídas de capital e depreciação cambial, a produção da indústria aumenta, por meio de maior utilização da capacidade produtiva instalada em período anteriores.

Caixa de Conversão + Convênio de Taubaté + Entrada de capitais da Belle Époque = atrelamento do BR ao setor externo e abandono das políticas restritivas / perda de reservas com a fuga de capitais no início da I Guerra gera o fim da Caixa de Conversão e do Câmbio Fixo (posteriormente adotado em Washington Luiz)

Ocorreram duas outras políticas de valorização em 1917 e 1921. E a partir de 1921, inicia- se a montagem de um programa de defesa permanente do café, efetivamente institucionalizado e executado no período de 1924 a 1930.

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43
Q

Determinação da Taxa de Câmbio (fixo e móvel)

1- Definição de câmbio fixo – uma vantagem e uma desvantagem

2- Duas operações que o Banco Central perde ao adotar o câmbio fixo

3- Definição de câmbio flutuante – uma vantagem e uma desvantagem

4- Principal objetivo do BACEN no BR

5- Definição de reflação

6- Novo Marco Legal do Câmbio de 2022 – citar 3 alterações

A

Câmbio Fixo -> o governo determina e a autoridade monetária deve atuar para garanti-la, atuando como “price maker” = aumentando ou diminuindo as divisas por compra ou venda / papel fundamental das reservas internacionais / política monetária INEFICAZ (fifi momo) / Outras vantagens: manutenção da estabilidade de preços + facilitação da formação de expectativas (previsibilidade) / desvantagem: vulnerabilidade ao exterior e às reservas

Em um regime de câmbio fixo, a taxa de câmbio definida pelo Banco Central será a taxa de equilíbrio quando se verificar a condição da paridade dos juros, ou seja, quando a taxa de juros doméstica for igual à taxa de juros estrangeira - CERTO - No regime de câmbio fixo, o Banco Central estabelece o nível da taxa de câmbio. Eventualmente, o banco central pode ter que intervir no mercado, comprando/vendendo moeda estrangeira para manter o câmbio definido. No entanto, se a taxa de juros doméstica for igual à taxa de juros estrangeira, não haverá necessidade de o Banco Central intervir e o câmbio fixo será atingido naturalmente. Isso ocorre porque se houver paridade de juros, a oferta e a demanda de moeda estrangeira serão iguais. Assim, não haverá pressão nem para o câmbio subir, nem para cair. Tal estabilidade permite ao BACEN manter o nível de câmbio fixo sem precisar intervir.

Um dos principais argumentos mobilizados na defesa do regime de câmbio fixo é a disciplina que esse regime cambial impõe à condução da política econômica de um país, uma vez que, sob tal regime, ** o banco central não pode controlar as taxas de juros nem financiar o déficit público por intermédio da emissão de moeda **

Em presença de um sistema de taxas de câmbio fixas, a solução de crises no balanço de pagamentos exige ajustamentos consideráveis nas políticas econômicas domésticas, como desvalorizações cambiais - CERTO

Câmbio Flutuante -> câmbio determinada pela demanda e oferta de moedas / a autoridade monetária participa do mercado como qualquer agente / ajuste automático do BP / prevalência atual do “medo de flutuar” – manutenção de reservas e intervenções pontuais / Política Monetária Eficaz (FIFI MOMO) / vantagens: menos vulnerável ao exterior / desvantagens: menor previsibilidade

O Brasil adota o regime de câmbio flutuante, o que significa que o BC não interfere no mercado para determinar a taxa de câmbio, mas para manter a
funcionalidade do mercado de câmbio, por meio do dyrting floating (flutuação suja). O principal objetivo do BACEN no Brasil é a manutenção do poder de compra, e por isso, há priorização pelo controle da inflação!

Os mecanismos mais utilizados pelo BC para controle do câmbio são o uso das reservas, swaps (derivatidos do mercado de câmbio - opções de compra e venda de ativos que são considerados como reservas internacionais = moedas estrangeiras e ouro, por exemplo), movimentos na política monetária, como as operações de mercado aberto - para direcionar a SELIC e incentivar investidores estrangeiros.

Covid 2021 (junho) - apenas leitura = expectativa de queda do real para abaixo de 5 reais = cenário de ampla liquidez com abundância de dólar + políticas fiscais ativas em muitos países + perspectiva de retomada do crescimento das economias (EUA, UK, CHINA) devido à queda do desemprego e perspectiva de aceleração inflacionária dos EUA + Alta dos preços das commodities agrícolas e metálicas, gerando vultosos saldos de exportação ao Brasil (comportamento record) + queda das importações pelo câmbio desfavorável

Fatores Internos: Ciclo de alta da Selic (4,25%) atrai o capital de alta liquidez internacional - gerando uma pressão inflacionária interna, ocasionando uma melhora da arrecadação do governo inflação

Observação: Reflação é a inflação característica de um período de reativação econômica, pós-recessão, no qual ocorre um aumento da demanda.

Taxa de câmbio (nominal) é o preço da moeda nacional expresso em moeda estrangeira;

Taxa de câmbio real relaciona a taxa de câmbio nominal aos preços domésticos (inflação interna) e aos preços internacionais (inflação externa).

Inflação:

Um dos importantes instrumentos utilizados para o controle da inflação tem sido a valorização cambial, chamada, nesse contexto, de âncora cambial. Dessa forma, estimula-se a importação, aumentando a concorrência com os nacionais, o que provoca uma pressão de queda dos preços internos.

Uma desvalorização cambial, por seu turno, implica no chamado efeito “pass-through”, ou a chamada “importação de inflação”, quando o preço dos bens importados acaba impactando sobremaneira os
índices de preços, causando inflação.

Novo Marco Legal do Câmbio é sancionado em janeiro de 2022 = Lei 14286 de 2021 = permite que bancos e instituições financeiras invistam no exterior recursos captados no Brasil ou fora do país, além de facilitar o uso da moeda brasileira em transações internacionais / aumenta o limite de dinheiro para viagens no exterior (10 mil reais passam a ser 10 mil dólares) / negociações de pessoas físicas passam a ser 500 USD / modernização do mercado de câmbio / Com a sanção da lei, várias atribuições do Conselho Monetário Nacional (CMN) passam para o Banco Central, tais como a de regular operações de câmbio, contratos futuros de câmbio usados pelo Banco Central para evitar especulação com o real (swaps) e a organização e fiscalização de corretoras de valores, de bolsa e de câmbio.

TAXA DE CÂMBIO

No longo prazo, a taxa de câmbio é determinada pelos fluxos de comércio, por meio da TEORIA DA PARIDADE DO PODER DE COMPRA = fórmula E = P / P*

No curto prazo, a taxa de câmbio é determinada pelos fluxos de capital = mais volumosos e rápidos, por meio da TEORIA DA PARIDADE DE JUROS DESCOBERTA

Teoria da Paridade de Juros DESCOBERTA afirma que o equílibrio é a igualdade entra a taxa de juros interna e a internacional

A paridade de juros COBERTA é aquela em que a taxa de juros é coberta pelo risco, de acordo com o grau de cada país. O juros do Brasil (i) tem que ser igual ao juros dos EUA (i) mais o risco de depreciação cambial (E) mais um prêmio de risco de défault ou calote (PR) = FÓRMULA: i = i + E + PR

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44
Q

INFLAÇÃO DE DEMANDA

1- Definição e origem da inflação de demanda

2- Criador da Teoria quantitativa e sua relação com a inflação de demanda

A

A Inflação de demanda é o resultado ocorrido quando a demanda agregada em uma economia supera a oferta agregada. Isso é comumente descrito como “ muito dinheiro perseguindo poucos bens”.

gerada pelo aumento da demanda agregada por política fiscal ou monetária expansionista / Essas políticas só geram efeitos (melhora no emprego) no curto prazo (Milton Friedman)

No longo prazo, com a total flexibilidade de variáveis nominais pode-se ter inflação esperada igual a inflação efetiva (teoria clássica)

No longo prazo, essas políticas expansionistas geram desequilíbrios no mercado -> aumento da demanda agregada e alta dos preços, sem qualquer efeito sob as variáveis REAIS da economia

Exemplo: análise do PAEG = os salários estavam além da capacidade produtiva

Dentre a inflação de demanda enquadram-se:

1) Teoria quantitativa: Segundo a mais antiga das teorias sobre a inflação, a quantitativa, é a quantidade de dinheiro circulante no sistema econômico - base monetária - que determina o nível dos preços. Essa teoria, formulada por David Hume no século XVIII, supõe que toda a capacidade produtiva de um sistema se encontre aproveitada. No intervalo entre as duas guerras mundiais, a teoria quantitativa caiu em descrédito, ao se comprovar que a utilização da capacidade produtiva do sistema econômico variava mais e com maior frequência do que o nível de
preços.

A teoria quantitativa da moeda é uma das duas principais teorias que analisam o equilíbrio da economia do lado monetário. Ela defende que o nível dos preços é determinado pela quantidade de moeda em circulação e pela sua velocidade de circulação.

2) Inflação de Demanda - Teoria keynesiana = deriva das tentativas de consumir mais bens e serviços do que o sistema econômico pode produzir.

Se os gastos do governo são maiores do que a diferença entre a produção e o consumo, diz-se que há uma lacuna inflacionária. O mercado preenche essa lacuna aumentando os preços até um patamar em que a diferença entre a renda e o consumo, em valor monetário, seja suficiente para acomodar os gastos públicos. Essa teoria foi invalidada pela prática, nas décadas posteriores à segunda guerra mundial, quando o processo inflacionário se instalou em vários países, sem prévia existência de lacunas inflacionárias.

A inflação por demanda contrasta com a inflação baseada nos custos, quando os aumentos de preços e salários estão sendo transmitidos de um setor para outro. No entanto, estes podem ser considerados aspectos diferentes de um processo inflacionário geral: a inflação puxada pela demanda explica como a inflação dos preços começa e a inflação baseada nos custos demonstra por que a inflação, uma vez iniciada, é tão difícil de parar.

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45
Q

INFLAÇÃO DE CUSTOS

1- Definição de inflação de custos

2- O que é a espiral preço-salário ?

3- Fenômeno que constetou a inflação de custos no pós Guerra

A

A Inflação de custos ou Inflação de oferta, é um tipo de inflação causada por aumentos substanciais no custo de bens ou serviços importantes, em que não existe alternativa adequada.

Esta inflação, é o tipo de inflação que acontece quando a demanda permanece estável, mas os custos de produção do empresário se elevam. Essa elevação pode ocorrer ou por uma elevação dos salários, nos preços dos insumos ou, ainda, por um encarecimento das fontes de energia. Toda elevação de custos implica numa redução do incentivo ao empresário em produzir determinada mercadoria, caso ele não possa repassar integralmente a elevação dos custos ao consumidor.

Dessa forma, tende a ocorrer uma redução da oferta da mercadoria. Com a queda na produção, a mercadoria fica mais escassa e chegará ao consumidor final por um preço mais elevado.

Avaliação estruturalista da economia / gerada por meio de gargalos de infra e de elevados custos de produção, não permitindo que a oferta agregada acompanhe a demanda / Exemplo: Choque do petróleo

Nessas circunstâncias, o aumento dos custos pode gerar uma pressão inflacionária que se perpetua por meio da “espiral preço-salário”.

Admite-se que os assalariados e os capitalistas aspiram a parcelas do produto nacional que, somadas, ultrapassam o total anualmente produzido, em situação de pleno emprego.

Da impossibilidade de satisfazer os dois grupos ao mesmo tempo surge o embate entre eles, que é a origem da espiral preço-salário.

Os assalariados, quando insatisfeitos, demandam aumentos salariais. Os capitalistas atendem a essas exigências, pelo menos em parte (geralmente após longa negociação), e diminuem seus lucros, num primeiro momento. Em seguida, porém, os preços aumentam, para neles embutir o aumento de custos da produção.

Com isso, diminui o poder de compra dos assalariados, que irão, novamente, reivindicar aumento de remuneração.

Um recurso para reduzir a inflação, segundo essa teoria, seria a manutenção de uma porcentagem constante de desemprego.

O recurso é, porém, invalidado na prática pelo fenômeno da estagflação (conjuntura econômica em que a estagnação ou declínio do nível de produção e emprego se combinam com uma inflação acelerada), fenômeno típico do período que se seguiu à segunda guerra mundial, que se tem acentuado em quase todas as economias capitalistas desenvolvidas depois da crise do petróleo de 1973-1979.

O fenômeno da estagflação ocorre quando a OFERTA agregada sofre um significativo impacto, que acarreta aumento de preços e redução da produção (Y)

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46
Q

Taxa de Câmbio x Inflação

1- qual o efeito da desvalorização cambial sobre a inflação de um país

A

Para além da consideração de inflação de custo e de demanda, pode-se considerar ainda a influência da taxa de câmbio no processo inflacionário.

Com efeito, desvalorizações cambiais (aumento da taxa de câmbio nominal, considerando-se a relação real-dólar) podem levar ao encarecimento dos produtos importados (desvalorização monetária), que também fazem parte da cesta de consumo das famílias. Tal encarecimento contribui para a elevação geral dos preços via “pass-through”, algo que pode ser considerado para explicar a inflação na China, por exemplo. – É O QUE OCORRE NO BRASIL EM 2020 COM O DÓLAR A R$ 5,50

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47
Q

CIDADES MONOGORODAS (apenas ler)

A

A crise em Detroit, cidade conhecida nos Estados Unidos como Motor City, foi espalhada por toda a imprensa internacional quando a cidade apresentou o maior pedido de falência municipal na história norte-americana, em julho de 2013. As histórias sobre a queda e, em seguida, o renascimento desta outrora grande cidade, que apostou tudo na indústria automobilística, não faltaram. No entanto, não ouvimos falar tanto sobre as monogorodas, as cidades industriais da Rússia há muito esquecidas, que compartilham destino semelhante. Lá existem 319 cidades monoindustriais, onde uma única indústria ou fábrica é responsável pela maior parte da economia local.

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48
Q

Efeitos do aumento dos gastos do governo

1- duas fontes de financiamento do governo

2- conceito de dominância fiscal

3- 5+ efeitos do aumento do gasto público na demanda agregada

A

Pode ser financiada pelo mercado de fundos emprestáveis (aumento da busca por financiamento) ou pela poupança do governo (sg) -> elevação do juros

Alto gastos governamentais = alto juros

Risco de dominância fiscal = dívida e inflação passam a ser geradas pela política fiscal e não mais a monetária, devido aos altos gastos

Além disso, aumento do gasto público -> aumento do juros -> efeito deslocamento (crowding-out) e efeito multiplicador -> aumenta o “i” (investimento) do produto (y) -> diminui o “c” (consumo) por causa juros elevados -> diminui o “x” (exportações) devido ao juros altos, entrada de capitais internacionais e apreciação da moeda (muito dólar) -> estímulo a “m” (importações) = uma retração ou expansão do produto de equilíbrio dependera de qual efeito será preponderante, o efeito multiplicador ou o efeito deslocamento.

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49
Q

POUPANÇA

1- definição

2- situação da poupança externa no Brasil

3- três fatores que desestímulam a poupança no Brasil

4- Fórmula da poupança exerna

A

1- renda gerada, mas não consumida

Poupança é a parcela da renda nacional (RN) não consumida no período, isto é, da renda gerada (salários, juros, aluguéis e lucros), parte não é gasta em bens de consumo.

S = RN – C

POUPANÇA é igual investimento (S = I) -> influência direta na oferta agregada -> por meio do aumento de capital físico (bens e equipamentos), capital humano (qualificação) e tecnologia -> alteração da produtividade da economia /

S = Sp + Sg + Sext

Sext do Brasil = 2,5% do total do produto -> o país é importador de poupança por possuir déficits em transações correntes

Previdência, propensão marginal ao consumo do brasileiro, cultura inflacionário são fatores que colaboram ao desestímulo a poupança das famílias

A poupança externa (SE) é dada por SE = (M – X) + RLEE – TUR

** TUR são as transferências unilaterais de renda (BPM5). Na nova metodologia, BPM6, TUR é denominada Renda Secundária **

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50
Q

Fluxo circular da renda ampliado

1- Definição de fluxo circular

2- Quatro possíveis participantes do fluxo circular da renda

3- 4 produtos oferecidas pelas famílias no mercado de fatores

4- Três tipos de vazamentos e três tipos de injeções

A

Sempre bom citar o conceito: o fluxo circular da renda ou da riqueza é um modelo que busca explicar a interação entre as empresas e as famílias no mercado de bens e serviços – onde as empresas ofertam bens e serviços que são adquiridos pelas famílias - e no mercado de fatores de produção – onde os fatores com o trabalho, a terra e o capital são oferecidos pelas famílias, que são contratados ou adquiridos pelas empresas.

O fluxo circular da renda pode apresentar até 4 participantes (famílias, empresas, governo e setor externo)

O Mercado de fatores (terra, trabalho, capital, capacidade) é oferecido pelas famílias e o mercado de bens e serviços é oferecido pelas empresas, ambos fazem parte do FLUXO REAL / Já o fluxo monetário é o pagamento por esses bens e serviços e também o pagamento pelos recursos produtivos (salários) / no centro encontra-se o governo, caso ele faça parte do modelo

São considerados Vazamentos = poupanças, impostos e importações

São considerados Injeções = investimentos, gastos públicos e exportações

Conceitualmente, as famílias não investem. O investimento se divide em investimento público – feito pelo governo – e investimento privado – feito pelas empresas. As famílias alocam sua renda disponível – aquela que resta após descontados os impostos diretos – entre consumo e poupança. Elas, assim, apenas poupam.

** Vazamentos são recursos que deixam de fluir para as famílias e para as empresas. É toda renda recebida pelas famílias que não é dirigida às empresas nacionais na compra de bens de consumo: poupança, impostos e importações **

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51
Q

Aspectos gerais das Contas Nacionais (Apenas Leitura)

1- Fórmula do deflator do PIB

2- Instituto responsável por publicar o Sistema de Contas Nacionais e o Balanço de Pagamentos no BR

3- Diferença entre CIF e FOB

A

PIB nominal (preços correntes – outra nomenclatura da cespe) e PIB real (preços constantes) diferenciam-se pelo efeito da inflação

O PIB Nominal é calculado a partir dos preços e valores de determinado produto ou serviço no momento em que foram produzidos; O PIB Real, por sua vez, mede o volume físico de um produto ou serviço – isso significa que ele não considera a inflação

Deflator de preços = 100 x (PIB nominal dividido pelo PIB real)

Deflator do PIB compara a produção de bens PRODUZIDOS ano a ano (varia bastante). O índice de preços ao cosumidor (IPC) se baseia uma cesta fixa de bens. Ambos servem para calcular a inflação.

Variável de fluxo = aquela que ocorre durante determinado período (PIB, salário, etc.)

Variável de Estoque = algo pontual (cotação do dólar, valor da reserva internacional hoje, etc.)

Vale ainda ressaltar que os gastos de investimentos (compra de bens de capital ou simplesmente despesas de capital), ainda que sejam realizados pelo governo, não são classificados como consumo do governo (G), mas sim como investimento (I) (Já caiu). Assim, o investimento público (investimento feito pelo governo) não é considerado consumo do governo (G) nas contas nacionais, sendo enquadrado, pois, como investimento (I)

Tudo que é líquido nas contas nacionais é fruto da subtração do bruto com a depreciação

No Brasil, o Sistema de Contas Nacionais é produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o BP, pelo Banco Central. A parte referente a balança comercial do BP é apurada pelo Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior (MDIC)

SISTEMA SIF (CUSTOS, SEGUROS E FRETES) (Caiu tps 2022):

As importações de bens, detalhadas por produtos, são
avaliadas a preços CIF

CIF é a sigla para Cost, Insurance and Freight, ou em português: custo, seguro e frete. Nessa modalidade, é o vendedor (ou embarcador da carga) que se responsabiliza pelo custo do frete até a entrega ao cliente

Todos os serviços de transporte e de seguro relativos à
importação, prestados por produtores residentes e não
residentes e incluídos no valor CIF da importaçao por ̃
produtos, são globalmente deduzidos. Então, no
Sistema de Contas Nacionais, o total da importação de
bens é sempre registrado a preços FOB

FOB = FREE ON BOARD = exclui os fretes e seguros

Os USOS são transações que reduzem o saldo de um
setor institucional

RECURSOS são transações que aumentam seu saldo institucional

Algumas transações podem ser apenas recurso dos setores institucionais, como a produção, por exemplo, ou apenas uso, como o consumo intermediário. Outras são registradas tanto nos usos quanto nos recursos, como os juros

As transferências sociais em espécie correspondem aos bens e serviços individuais fornecidos gratuitamente, ou a preços simbólicos, pelo governo ou por instituições sem fins de lucro a serviço das famı́lias, às famı́lias.

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52
Q

Renda (ou Receita) líquida do governo (RLG)

1- citar os cinco componentes

2- diferença entre impostos diretos e indiretos

A

É a soma dos impostos indiretos, impostos diretos e outras receitas do governo menos as transferências e os subsídios.

RLG=II+ID+ORG – Trans – Sub (lembrar que são 5 componentes no total)

Impostos diretos = sobre renda e propriedade (IPTU, IPVA, imposto de renda)

Impostos indiretos = sobre bens e serviços (consumidores acabam arcando) (ICMS, PIS) (também chamados de impostos sobre produtos nas provas e no balanço nacional)

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53
Q

Poupança (S)

1- definição

2- relação com a renda nacional disponível bruta e o consumo

3- conceito de déficit público

4- fórmula da poupança externa

5- diferença do papel da poupança para os clássicos e para Keynes

A

Poupança é a parcela da renda nacional (RN) não consumida no período, isto é, da renda gerada (salários, juros, aluguéis e lucros), parte não é gasta em bens de consumo.

S = RN – C

Parte da igualdade contábil Poupança = Investimento / Em uma economia completa (aberta e com governo) a poupança é:

Investimento = Poupança privada + Poupança do Governo + Poupança Externa

*** quando a questão mencionar POUPANÇA INTERNA considerar apenas a privada + governo (exclui a poupança externa). Elas equivalem a RENDA NACIONAL DISPONIVEL BRUTA – CONSUMO.

Portanto, Poupança Interna = Renda Nacional Disponível Bruta - Consumo (das famílias e governo, ou seja, C e G) (tudo que é produzido menos o que é enviado e o que é gasto)

** Observação: A poupança bruta doméstica é o mesmo que poupança interna = ela só inclui a poupança privada e a poupança do governo (não inclui a poupança externa) ** (vtc já caiu)

Poupança Bruta Doméstica ou Poupança INTERNA = Poupança do governo + poupança privada

Spriv + S (gov) = Investimento (poupança pública + privada é igual ao investimento)

Sp + Sg + Se (poupança privada, governo e externa) = Investimento privado + Investimento público (gravar fórmula, sempre cai CESPE)

Sempre lembre que o conceito de DÉFICIT PÚBLICO é: Ig – Sg (investimento do governo menos poupança do governo) – isso será importante para manejar junto a fórmula acima).

Essas duas fórmulas manejadas provam que: Se a poupança externa for igual ao déficit público, a poupança do setor privado será idêntica ao investimento (Já caiu)

Quando se falar em equilíbrio nas contas do governo, temos que: Ig – Sg = 0 (investimento do governo menos poupança do governo é igual à zero, ou seja, não há déficit)

A poupança privada, para fins de cálculo da igualdade com o investimento, é a poupança bruta e não a poupança líquida (esta última tem descontada a depreciação). Assim, temos:

Sp (poupança bruta) = Sp líquida + depreciação

Ou seja, nas questões deve-se utilizar a poupança bruta para igualar ao investimento.

A depreciação é o consumo do estoque de capital físico, em dado período.

A igualdade mais importante, relaciona-se a Poupança Externa:

Sext = (I - S) + (G - RLG)

Esse fórmula demonstra que quando a poupança externa é positiva, ou seja, há necessidade de investimento externo ocorre por excesso de investimento público ou privado OU um déficit do governo (G - RLG)

Sendo RLG = renda líquida do governo

Atenção: Sgov = A poupança líquida do governo é a poupança do governo em conta corrente menos o consumo (gastos correntes) do governo

O investimento bruto é sempre positivo, mas o investimento líquido pode ser negativo, caso a DEPRECIAÇÃO seja superior ao equilíbrio de mercado, uma vez que o investimento bruto é igual ao investimento líquido mais a depreciação

** A visão mais convencional (CLÁSSICA) se alicerçava na hipótese de que a poupança prévia seria condição necessária para a realização do investimento; por outro lado, para
Keynes, a poupança era resultado do investimento **

De acordo com Keynes, a poupança era resultado do investimento. Ao estimular a demanda agregada, o investimento induz um aumento na renda e na poupança.

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54
Q

Poupança do governo (Sg)

1- seis componentes da poupança do governo

2- única componente que se diferencia da renda liquida do governo

A

A poupança do governo é o que ele aufere menos o que ele gasta. Assim, basta somarmos as entradas de dinheiro menos as saídas. Desta forma:

Sgov = II + ID + ORG – Trans – Sub – G***

é o que ele arrecada menos o que gasta = Imposto indireto + direto + outras receitas do governo – transferências – subsídios – gastos = aqui são 6 componentes, inclui-se os gastos do governo

Há três observações finais a fazer sobre a poupança pública. Primeiro, observe que a única diferença entre a Sg (poupança do governo) e a Renda Líquida do governo (RLG) é o fato de que, na última, não subtraímos o valor do consumo do governo (G), portanto, fique atento, pois Sg e RLG são conceitos diferentes!

Segundo, a poupança do governo também pode ser chamada de saldo do governo em conta corrente, aliás, esta última nomenclatura é a que consta no rol do sistema de contas nacionais utilizado pelo IBGE.

Terceiro, note-se que o governo pode ser deficitário em seu orçamento, mas apresentar uma poupança positiva. Isto pode acontecer porque o conceito de poupança do governo não inclui as despesas de capital (as despesas a título de investimentos)

Economia fechada e sem governo -> Investimento = Poupança / Disso decorre que:

A formação de capital fixo FBKF + Delta E = Poupança Interna + Poupança Externa

“Delta E” significa variações de estoques

S (gov) = RLG – Gastos (poupança do governo é igual a receita líquida do governo menos o que ele gasta) (também é chamado de SALDO/RESULTADO DO GOVERNO EM CONTA CORRENTE – não confundir com o saldo das transações correntes do BP)

As receitas líquidas do governo e a poupança privada FINANCIAM os gastos e investimentos públicos em uma economia fechada com governo, é isso o que diz a fórmula -> S + RLG = I + G

Essa última fórmula somada a fórmula da demanda temos que para uma economia aberta = S+RLG+RLEE-TUR = I+G+X-M

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55
Q

Poupança externa

1- significado dos sinais da Poupança externa

2- fórmula da poupança externa

3- relação com o balanço de pagamento

A

São as transações com o resto do mundo

A soma da balança comercial, serviços, renda primária e secundária demonstra a necessidade ou não de financiamento do SETOR EXTERNO (não é público)

Caso BR seja superavitária = poupança externa negativa (conta transações correntes positiva)

Caso BR apresente déficit = poupança externa positiva (ou seja, o sinal é de acordo com o exterior, por isso chama-se poupança EXTERNA)

Importações = aumentam a poupança externa, pois manda nossos dólares para fora, ou seja, o mundo faz poupança

Poupança Externa = (M-X) + RLEE + ou – Transferências Unilaterais (TU) (quando houver TU no exercício) (tudo que manda dinheiro para fora é positivo nessa fórmula) – gravar fórmula , já caiu / ** tudo isso é o saldo do BP em transações correntes com o sinal trocado (- Sext = Saldo das transações Correntes) ** / TU = Transferências Unilaterais = o sinal depende se recebe ou envia, aqui entra toda e qualquer remessa de dinheiro de fora para dentro (+) e vice-versa / Além disso, a poupança EXTERNA é igual as transações correntes com o sinal trocado (S ext = - T) ***

** TUR são as transferências unilaterais de renda (BPM5). Na nova metodologia, BPM6, TUR é denominada Renda Secundária **

Um superávit em transações correntes significa que entraram recursos do resto do mundo em montante superior à saída de recursos internos. Desta forma, em relação ao nosso país, o resto do mundo fez poupança negativa (poupança externa negativa). De forma análoga, quando temo déficit em transações correntes, há poupança externa positiva

OBS: Quando tratamos da Poupança Externa, o referencial é o resto do mundo. Logo: importações e renda enviada ao exterior AUMENTAM a poupança externa do mundo. Por outro lado, exportações e renda recebida, do exterior DIMINUEM a poupança externa do mundo em relação ao Brasil (o sinal positivo da poupança externa é ruim para o país)

Transferências Unilaterais irão aumentar ou diminuir a poupança externa, dependendo da operação

Saldo positivo em transações correntes indica grandes exportações, ou seja, poupança externa negativa (o mundo perdeu poupança para o país) = alto recebimento de rendas externas, ou seja, não precisa de poupança externa para financiar seu desenvolvimento / um resultado negativo nas transações correntes indica uma ou mais variáveis negativas, ou seja, há necessidade de poupança externa para financiamento (entrada de capitais) = o sinal da poupança externa é o contrário do seu resultado)

Portanto, Se a Poupança Externa (SE) for positiva, haverá um saldo em transações correntes negativo (déficit) / Um déficit em Transações Correntes do Balanço de Pagamentos está ligado a um excesso de investimento (público ou privado) sobre a poupança privada e/ou a um déficit do governo

** SITUAÇÃO POSITIVA PARA O PAÍS = TRANSAÇÃO CORRENTE POSITIVA E POUPANÇA EXTERNA NEGATIVA!!! **

Quando os gastos do governo são maiores que sua renda líquida, ocorre déficit público, passando a ter necessidade de poupança externa (tomar fundos), podendo utilizar a poupança doméstica para financiar esse déficit / Esses déficits públicos geram poupança negativa ao governo, o que reduz a oferta de fundos emprestáveis. Menos fundos (oferta), geram maiores preços, ou seja, aumento na taxa de juros – alimentando um ciclo eterno / Juros elevados atraem capital externo (crédito na conta financeira do BP), valoriza a moeda nacional que contribui para acentuar déficits na balança comercial, pois encarece o preço dos produtos exportáveis até que os juros se iguale ao internacional

Resumindo = Déficit público -> uso de poupança ou endividamento -> redução de fundos de oferta -> aumento da taxa de juros -> atração de capital externo -> valorização da moeda -> queda nas exportações

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56
Q

POUPANÇA EXTERNA

1- duas fórmulas principais para calcular a poupança externa

2- três situações em que o governo recorre a a poupança externa

A

*** Sext = M – X + RLEE – TUR (1)

** Sext = (I – Sd) + (G – RLG) ** (2) - ou seja, [investimento menos a poupança doméstica] mais [gastos do governo menos a receita líquida do governo]) – essa fórmula pode demonstrar a necessidade de poupança externa dependendo do que for negativo /

Efetivamente se recorre à poupança externa:

(1) Quando o saldo em transações correntes for negativo (Sext = -TC),

(2) Quando o investimento interno for maior que a poupança privada (fórmula 2 acima) e

(3) quando os gastos do governo forem maiores que suas receitas (poupança do governo negativa = mostrado na fórmula 2 acima)

Atenção: 2 e 3 devem ser considerados em conjunto para verificar a necessidade de poupança externa! / Portanto: Um déficit em transações correntes do BP está ligado a um excesso de investimento (público ou privado) sobre a poupança privada e/ou um déficit do governo

Também nessa fórmula: quando a questão cita governo equilibrado, deve-se considerar G = RLG (gastos do governo igual a receita líquida do governo), logo a fórmula passa a ser analisada somente a partir de Sext = I – Sd, o que faz com o que a assertiva abaixo seja correta: Supondo que o orçamento do governo esteja equilibrado, um excesso de investimento em relação à poupança privada implica um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos. – CORRETO (sempre cai)

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57
Q

Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE)

1- significado da RLEE

2- 4 formas de envio da Renda Enviada do Exterior (REE)

A

É o resultado da Renda enviada ao Exterior (REE) – Renda Recebida do exterior (RRE)

Caso seja positiva = aumento da poupança externa ($$ para os gringos investidores)

Pode-se entender a renda enviada ao exterior (REE) como uma parte do que foi produzido internamente e que não pertence aos nacionais, principalmente o capital e a tecnologia. A remuneração desses fatores vai para fora do país, na forma de remessa de lucros, royalties, juros, assistência técnica.

Renda Recebida do Exterior (RRE): recebemos renda devido à produção de nossas empresas operando no exterior.

Nota 1 = no Brasil, utiliza-se na maioria dos casos a RLEE (renda liquida ENVIADA ao exterior, ao invés de RLRE = renda líquida recebida do exterior), pois, em nosso caso, as rendas enviadas (REE) superam as rendas recebidas (RRE) (característica de país em desenvolvimento)

No Balanço de pagamentos, nas Rendas secundárias (antiga Transferências unilaterais (TU) = quando o Brasil envia donativos ao exterior, haverá aumento da poupança externa. Por outro lado, quando o Brasil recebe doações do exterior, haverá redução da poupança externa.

OBS: A RLEE (renda líquida enviada ao exterior) não deve ser confundida com a diferença entre Exportações (X) e Importações (M). Os lucros recebidos pela Petrobrás no exterior, por exemplo, não representam importações; a remessa de lucros da Fiat no Brasil não constitui exportação. A RLFE representa parte da renda gerada por essas empresas, e não suas vendas ou compras.

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58
Q

Investimento

1- dois outros nomes do investimento

2- duas componentes do investimentos

3- dois exemplos de investimento

4- duplo papel do investimento em relação à demanda e à oferta agregada

A

Também chamada de taxa de acumulação de capital ou Formação bruta de capital (FBC) *** (são 3 nomes para a mesma coisa) / composta pela formação bruta de capital fixo FBKF + VARIAÇÃO DE ESTOQUES (DELTA E) / ações negociadas em bolsa de valores não são consideradas investimento

FBKF + Variações de Estoques + Investimento do Governo (Ig) = Sp + Sg + Se (poupançaS)

Pode-se retirar o “Ig” e o “Sg” caso o exercício mencione que se trata de uma economia sem governo

Tudo que aumenta a remuneração dos fatores de produção é investimento, a exemplo do aluguel / Por isso, a aquisição de imóveis NOVOS representa INVESTIMENTO, na forma de formação bruta de kapital fixo (não é consumo / produtos usados importados também entram como Investimento para o IBGE

O investimento mede quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital e indica se a capacidade de produção está crescendo e a confiança dos empresários

Também se inclui no investimento: valores dos serviços de instalação de bens de capital, bens e serviços incorporados ao estoque para aumentar vida útil

O bem sempre é lançado no ano em que é produzido, por isso, os estoques que sobram na produção são contabilizados como Investimentos

A Capacidade ou necessidade de FINANCIAMENTO é igual a poupança + transferências unilaterais MENOS os investimentos

Capacidade de financiamento = Sd + Trc – FBCF – variação de estoques

O investimento agregado talvez seja a mais importante variável macroeconômica, tanto no modelo keynesiano, tipicamente de curto prazo, como nos modelos de crescimento e desenvolvimento econômico (SOLOW = clássico), em que é o principal determinante do crescimento do produto e do emprego.

Falar em modelo de keynesiano é pressupor: a não divisão entre lado real e lado monetário, economia com desemprego de recursos, nível geral de preços constantes (rigidez de salários), oferta agregada fixa no curto prazo (sem deslocamentos), o princípio da demanda efetiva (a demanda determina a oferta) e Y = C+I+G+(X-M)

O investimento possui duplo papel:

1) Investimento visto como elemento da DEMANDA agregada: antes de maturar (C+I+G+(X-M) (curto prazo)

2) Investimento visto como elemento da OFERTA agregada: aumento de capacidade produtiva (longo prazo)

Investimento para o modelo Keynesiano = A curto prazo, o investimento afeta apenas a demanda agregada / O investimento é autônomo ou independente da renda nacional no modelo simples

Função Investimento dependente da renda = Consideremos o investimento não mais como autônomo, mas como dependente da renda / A variação do nível de investimento passa a depender do nível da taxa de juros (inversamente proporcional, assim como o consumo), conforme o modelo IS-LM / Além disso, a poupança passa a ter relação inversa em relação ao investimento

As exportações líquidas de uma economia devem sempre igualar a diferença entre sua poupança e seu investimento – CERTO - Trata-se de uma identidade da conta de renda nacional (Y = C + I + G + NX), que resulta na conta S – I = NX, em que NX representa as exportações líquidas, ou a balança comercial, e S-I representa o fluxo líquido de capital para o exterior. Se esse fluxo é positivo, a poupança excede o investimento, e o país empresta para estrangeiros. Se o fluxo é negativo, o investimento excede a poupança, e o país toma dinheiro emprestado do exterior.

Portanto, S – I = X – M = poupança menos investimento é igual a balança comercial!

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59
Q

Produto Interno x Produto Nacional *** VTC máximo

1- definições de ambos

2- fórmula que liga as duas variáveis

A

(Produto) interno = dentro do país / Nacional = produzido pela nação (brasileiros) ***

Produto nacional = Produto Interno - Renda enviada ao exterior (REE) + Renda recebida do exterior (RRE)

Produto Nacional Bruto (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda
enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil.

Ou ainda, Produto Interno = Produto Nacional + REE – RRE

Sendo que, REE – RRE = RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR

PRODUTO INTERNO = PRODUTO NACIONAL + RLEE (Utilizado pelo BR)

PRODUTO NACIONAL = PRODUTO INTERNO – RLEE (EUA, Japão, Alemanha)

No PIB não entra os lucros da Embraer em Portugal, mas no PNB sim, pois foi produzido por empresa nacional (território / nacionalidade)

** O Produto Nacional Bruto (PNB) representa o valor dos bens e serviço finais, em preços correntes, e o seu deflator é obtido pela razão entre o PNB nominal e o PNB real ** (já caiu duas vezes e eu errei três)

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60
Q

Formas de Calcular o PIB

1- Três óticas existentes

2- 4 componentes da ótica da renda

3- Fórmula do Produto Nacional Bruto

4- Fórmula par calcular o PIB a preço de mercado (3 componentes)

A

PRODUTO = RENDA = DESPESA (é uma identidade contábil = são a mesma coisa, porém medidas diferentemente)

(1) PRODUTO (PIB) = O PIB (1) é medido sob a ótica da produção de bens e produtos finais, ou seja, pela remuneração dos fatores de produção (deve-se excluir componentes intermediários)

(2) RENDA NACIONAL = Renda nacional ao custo de fatores de produção = SALÁRIOS + JUROS + LUCROS + ALUGUÉIS (é o PIB sob a ótica da Renda) / A RNB (Renda Nacional) é medida a CUSTO de fatores (fazenda, gado, caseiro, leite, queijo, aluguel = produto total = renda total – a soma de cada etapa (produto total) fornece a renda total e o valor do produto final fornece o valor da produção no PIB / os lucros são a remuneração do risco e o juros a remuneração do capital monetário

  1. (CESPE/Unb Analista ECT 2011) - Na ótica da renda, o produto interno bruto a preços de mercado é decomposto em: renda pessoal disponível, renda bruta disponível nas empresas, renda líquida do governo e renda líquida enviada ao exterior. – CERTO = ** Somatório das rendas = PIB a preço de mercados (ótica da renda) **

Juros, lucros e alugueis são chamados de excedente operacional bruto (EOB) em algumas questões.

(3) Ótica da Despesa, dispêndio ou demanda (agregada) = Y = C+I+G+(X-M)

Observação: Os gastos das empresas públicas e sociedades de economia mista, por atuarem no mercado como empresas privadas, são considerados no setor de produção, junto com estas últimas - ou seja, são calculados como investimento (i) ou consumo privado (C), não como gasto público (G)

Se for falado apenas em renda interna ou nacional, estamos falando do conceito líquido e a custo de fatores / PNB = PIB – REE + RRE / Se for falado de renda interna bruta ou renda nacional bruta, estamos falando do conceito a preços de mercado. O motivo para isto é a convenção adotada pelo IBGE no sistema de contas nacionais

ENTRA NO PIB = transferências de programas redistributivos, dividendos, salários dos servidores ATIVOS

NÃO ENTRA NO PIB = gastos com aposentadoria, pois são considerados transferências, transferências unilaterais (previdência social, auxílio-doença e bolsa-família por exemplo) - As transferências não tem contrapartida e só são registradas no BP e no cálculo da RENDA LÍQUIDA DO GOVERNO

Y = C+I+G+(X-M) -> Atenção: No “G” não se inclui as “transferências”; elas não fazem parte do PIB pois não há contrapartida. Ela só entra no cálculo de Renda Líquida do Governo

Fórmula importante:

PIB (a preço de mercado) = PIB (a preço de custo de fatores) + Impostos indiretos líquidos – Subsídios

  • Não esquecer que o preço de mercado é igual ao preço de custo de fatores mais impostos menos subsídios

Ajustes no cálculo do PIB = estoques (entram no momento em que são produzidos), bens usados NÃO são contabilizados no PIB (exceto se houver alguma diferença para cima) e bens importados (são subtraídas do PIB na ótica do dispêndio)

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61
Q

Fórmulas mais importantes das Contas Nacionais utilizadas nos exercícios (apenas leitura)

1- como transformar custo de fatores em preço de mercado

2- fórmula para calcular a poupança externa (4 componentes)

3- fórmula do produto nacional bruto

4- duas formas de se calcular a Renda disponível bruta

5- Duas componentes do Consumo Final ou Total

6- fórmula da Carga Tributária Líquida ou Renda líquida do governo (4 componentes)

A

A contabilidade nacional é uma técnica que tem por objetivo medir a atividade econômica de um país nas suas diversas vertentes.

A contabilidade nacional, ao corresponder apenas a variáveis de fluxo, não contabiliza as chamadas variáveis de estoque, como nível de emprego. Na contabilidade nacional, a moeda é considerada apenas como unidade de medida e instrumento de trocas; não há, portanto, registro dos agregados monetários, como meios de pagamento, empréstimos e aplicações financeiras.

“cf” = custo de fatores / pm = preço de mercado* (é o que deve ser utilizado na maioria dos casos) / Deve-se sempre somar os impostos e subtrair os subsídios ao produto bruto a custos de fatores (cf) para torna-lo produto interno a preço de mercado, que é a forma que utilizamos na maioria das vezes, pois normalmente trabalhamos com o PIBpm:

PIB pm = PIB cf + Impostos sobre produtos (indiretos) – Subsídios

Ou seja, o produto nacional pode ser avaliado a preços de mercado (PNpm) e a custo de fatores (PNcf). Aquele avalia o preço pago pelo consumidor final, ao passo
que este reflete os custos de produção e não considera impostos indiretos nem subsídios.

Sempre lembrar que INVESTIMENTO (I) = Sp + Sg + Sext (Poupança privada + governo + exterior) (SOMA DE TODAS AS POUPANÇAS = INVESTIMENTO)

Poupança do Governo (Sg) = O que arrecada menos o que gasta (o exercício fornece)

* Poupança Exterior (Sext) = (M – X ) + RLEE + ou – TU [DECORAR]*

TU = Transferências Unilaterais = o sinal depende se recebe ou envia) (Se o país recebe, entra com sinal negativo, ou seja, se a rafa manda dinheiro é negativo) (funciona ao contrário da intuição) / Além disso, a poupança EXTERNA é igual as transações correntes com o sinal trocado (S ext = - T) ***

OBS: Quando tratamos da Poupança Externa, o referencial é o resto do mundo. Logo: importações e renda enviada ao exterior AUMENTAM a poupança externa do mundo. Por outro lado, exportações e renda recebida, do exterior DIMINUEM a poupança externa do mundo em relação ao Brasil. Transferências Unilaterais irão aumentar ou diminuir a poupança externa, dependendo da operação

** Produto NACIONAL Bruto = PIB – RLEE **

Renda Nacional Bruta (RNB) = Renda Interna Bruta (RIB) – RLEE (Mesma coisa que a fórmula anterior, porém variável RENDA, ao invés do PRODUTO) (Pode ser visto da ótica da renda ou do produto, basicamente a mesma fórmula de cima)

Renda disponível bruta (RDB) = C + G + Poupança Doméstica *** Já caiu / outra forma:

Renda disponível bruta (RDB) = RLG + RPD (ou seja, renda líquida do governo mais a renda privada disponível) / sendo que a renda privada disponível é igual salários + juros + alugueis pagos

Sempre que o exercício der o “Consumo Final” = associar a C + G (consumo das famílias + consumo/gastos do governo)

** Produto Nacional Líquido = Renda Nacional Líquida = PNB – depreciação – impostos indiretos + subsídios = ***

Não esquecer: RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLEE) = renda enviada ao exterior (REE) – renda recebida do exterior (RRE)

Déficit ou superávit público = Poupança privada (Spriv) + Poupança Externa (Sext) – Investimento

A ampliação de programas de redistribuição de renda, como o Bolsa Família, não altera as receitas do governo, são considerados “transferências” no âmbito da Contabilidade Nacional e por isso NÃO alteram a receita do governo (somente impostos e ORG [outras receitas do governo] alteram a receita. No entanto, esses programas reduzem a carga tributária líquida, pois:

Carga Tributária Líquida (CTL) = receita tributária (impostos diretos + impostos indiretos) + outras receitas do governo – transferências – subsídios

Assim, observa-se que o pagamento de transferências reduz a carga tributária líquida (CTL), mas não alteram as receitas do governo

Renda Líquida do governo (RLG) = impostos diretos + indiretos + receitas correntes – transferências – subsídios

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62
Q

Fórmulas importantes (Michelle Miltons)

1- Duas fórmulas Fórmula da Renda Nacional Bruta (dois componentes em cada)

2- Como calcular uma variável a preço de mercado (3 componentes)

A

1) RNB = PIB - RLEE (O RNB é o “PIB” interno / excluindo o exterior, torna-se uma economia fechada)

2) RNB = RND – TUR (TUR = transferências) (A renda nacional bruta inclui as rendas do setor público, privado e as transferências de recursos recebidos com o mundo, e é partir dela que deriva outro agregado como veremos abaixo, a renda nacional disponível bruta [RND])

3) PIB = RND + RLEE – TUR (PIB = renda nacional disponível bruta + renda líquida enviada ao exterior – transferências)

4) RND = RNB + TUR (Renda nacional disponível [bruta] = renda nacional bruta + transferências correntes líquidas recebidas OU ainda:

RND = C + S (renda nacional disponível [bruta] = consumo + poupança doméstica (poupança bruta) ***

Terminologia: RNB = Renda Nacional Bruta / RND = Renda Nacional disponível / RLEE = Renda Líquida enviada ao exterior / TUR = transferências correntes líquidas recebias do exterior

Observações importantes: Preço de Mercado = Custo de fatores + Impostos Indiretos - subsídios

Para transformar custos de fatores em preços de mercado, basta adicionar impostos indiretos e subtrair subsídios - cai no TPS)

Sendo assim, o Produto a preço de mercado = é igual ao produto da remuneração dos fatores de produção mais a interferência do governo (impostos indiretos e subsídios) / Matematicamente: Ppm = Pcf + II – S /

Qualquer relação que contenha “Interno” – RLEE (menos a renda enviada ao exterior ou menos a renda recebida) é igual ao NACIONAL (por exemplo: PIB)

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63
Q

Formas de se calcular o PIB

1- Três formas

2- 5 componentes da ótica da renda

3- 3 ajustes necessários no cálculo do PIB

4- Forma de se calcular o PIB real (duas componentes)

A

OFERTA AGREGADA, RENDA OU DEMANDA AGREGADA/GASTO (decorar)

Identidade Macroeconômica básica: PRODUTO = RENDA = DESPESA /

** Existem 3 métodos de medição do PIB **:

(1) PIB pela ótica do Produto ou valor adicionado ou oferta agregada = todos bens e serviços FINAIS produzidos pelas empresas exclusivamente dentro das fronteiras

(2) Renda = pagamento feito aos fatores de produção, ou seja, Y = Salários (remuneração do fator trabalho) + juros (remuneração do empréstimo) + lucros e dividendos (remuneração do capital de risco) + aluguéis (remuneração dos bens e equipamentos de produção) + royalties ou dividendos (direito de propriedade)

(3) ** Ótica do Dispêndio ou gasto = DEMANDA AGREGADA ** -> Y = C + I + G + (X-M) = soma de todos os gastos da família e do governo, investimentos e da balança comercial / Nunca se esqueça, nenhum segundo que a (X-M) é igual ao saldo das Transações Correntes menos as Transferências Unilaterais (atual rendas secundárias) menos a Renda Líquida enviada ou recebida do exterior. Dessa forma: (X-M) = TC - TU - RLEE

precisa de 3 ajustes:

1) contabilizar os estoques não vendidos, mas produzidos,
2) bens usados vendidos acima do preço do novo (valor adicionado)
3) e subtração das importações

PIB real: o valor de bens e serviços avaliados a preços do ano-base ou a preços constantes (É a multiplicação da quantidade produzida no ano vezes o preço do ano-base) = é mais utilizado o PIB real do que o nominal

**PIB REAL = QUANTIDADE DO ANO EM ANÁLISE X PREÇO DO ANO BASE! **/ Portanto, a diferença entre o PIB real e o PIB nominal se encontra no preço do bem que você irá utilizar (nominal = preço do ano e real = preço do ano base) – o que muda no cálculo é o preço de referência

PIB nominal calcula a preços correntes, ou seja, no ano em que o produto foi produzido e comercializado (sem considerar a inflação)

Renda ou Produto Nacional Bruta (RNB ou PNB) = é a soma das rendas primárias a receber pelos residentes, em outras palavras, remuneração dos fatores de produção, a qual inclui rendas recebidas ou enviadas do exterior

Portanto -> RNB = PIB + Renda Líquida Recebida do Exterior (RLRE)

BR calcula pelo PIB e os EUA pelo RNB / EUA calcula pelo PIB + o que recebe do exterior (por ter muitas empresas fora)

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64
Q

Renda Nacional Disponível Bruta (RND ou RNDB)

1- definição

2- duas fórmulas (2 componentes)

A

É a renda do país disponível para ser alocada entre o consumo final e poupança

É o saldo das transferências correntes recebidas e enviadas ao exterior (TUR)

Renda Nacional DISPONÍVEL (RND) = Renda Nacional Bruta (RNB) + TUR (transferências correntes líquidas recebidas do exterior)

OU AINDA, RND = total das despesas com consumo + total da poupança doméstica (poupança bruta)

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65
Q

Deflator (implícito) do PIB

1- definição

2- fórmula

A

Também chamado de IGP = índice geral de preços

É utilizado para calcular as oscilações nos níveis de preço = PIB Nominal / PIB real (ambos em %).

Portanto, mede a variação entre o que está sendo produzido e quanto o preço tem variado. (Observação: o deflator sempre será igual a 1 no ano base por razões lógicas). – ESSE ÍNDICE É MUITO IMPORTANTE E NOS REVELA SE HOUVE INFLAÇÃO OU DEFLAÇÃO EM UMA ECONOMIA.

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66
Q

Método de Transformação PIB em RNL (Contas Nacionais)

1- três passos para a transformação (4 variáveis)

2- Fórmula do Produto Nacional Bruto

A

A Renda Nacional Líquida é SEMPRE a custo de fatores, por isso, deve-se:

(1) transformar PIB em PIL, ou seja, PIB bruto em líquido (subtrair depreciação)

(2) transformar preço de mercados em custos de fatores (Descontar Imposto Indireto e acrescer subsídios)

(3) transformar o interno em nacional (Descontar RLRE – renda líquida recebida do exterior)

RENDA NACIONAL LÍQUIDA = PIB - DEPRECIAÇÃO - IMPOSTOS INDIRETOS - RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR + SUBSÍDIOS

OUTRA FÓRMULA IMPORTANTE:

Atenção: Produto Nacional Bruto (PNB) = PIB – RLEE = equivale a produção dos NACIONAIS

Às vezes eles chamam o Produto Nacional Bruto de Renda Nacional Bruta / A depreciação é sempre positiva (pois todo bem sofre desgaste), então o produto bruto (PIB) é sempre maior que o produto líquido (PIL).

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67
Q

Citar 3 Falhas de 5 na mensuração do PIB (5)

A

1) O mercado informal não é contabilizado +

2) assim como os serviços domésticos também não o são +

3) Contabilidade estranha para desastres naturais (aumenta investimentos mas não considera as perdas e a destruição) +

4) produtos destrutivos aumentam o PIB (cigarros, álcool e armas) +

5) um paciente em estado terminal contribui mais ao crescimento do PIB do que um adulto produtivo com seu salário (mobiliza médicos, enfermeiros, remédios, estruturas = contabilização de gastos em geral)

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68
Q

Aspectos gerais do Balanço de Pagamentos sem as contas

1- Definição

2- Definição de Posição Internacional de Investimentos

3- Definição de residentes

4- quem estabelece as normas do BP e quem elabora e divulga

5- Principal mudança entre o BPM5 para o BPM6 e duas continuidades

6- Duas outras mudanças trazidas pelo BPM6

7- Três variáveis que ensejam sinal negativo no BPM6

8- Histórico do resultado das Transações Correntes no Brasil e seu motivo

A

O Balanço de Pagamentos é mais do que um registro das transações entre residentes e não residentes de um país / Ele indica o grau de equilíbrio, de vulnerabilidade e de solvência da economia

Além disso, o BPM6 apresenta a Posição Internacional de Investimentos *** (ou posição líquida de investimento) é lançada junto ao BP e indica uma obrigação ou um direito com o resto do mundo, é um demonstrativo estatístico (são os ativos menos os passivos entre residentes e não residentes), é uma versão atualizada do Passivo Externo Líquido e confirma se o país é um credor ou devedor externo / utilizamos as diretrizes do FMI / O resultado do balanço de pagamentos é, por definição, igual à variação das reservas internacionais com o sinal trocado

Residentes são, segundo o BPM6, pessoas físicas ou jurídicas que têm, no país considerado, seu principal CENTRO DE INTERESSE ECONÔMICO por pelo menos um ano / Não necessariamente precisa fixar moradia no país, mas deve formar ou consumir, participando do PIB.

BPM6 = Valores sempre mensurados como “fluxo” (para determinado intervalo de tempo: mês, trimestre, ano), assim como fazemos com o PIB, não como “estoque”.

Balanço de pagamentos = Normas estabelecidas pelo FMI (atualmente, edição MBP6). No Brasil, elaborado e divulgado pelo Banco Central do Brasil (valia 3 pontos na prova de 2022)

Observação: Para definir se uma pessoa ou empresa é residente, avalia-se se seu centro de interesse econômico predominante fica no país em questão. A pessoa ou empresa tem seu centro de interesse no país se desenvolve alguma atividade – por tempo indeterminado ou determinado superior a 2 anos – ou transação econômica de escala significante.

BPM (Balance of Payments Manual) = homogeneidade estatística mundial / registro contábil de TODAS as transações entre um país e o resto do mundo (conceito do BPM5 de 1993, já substituído) / abrange contas externas de um país / registrada em dólares americanos / conta de reservas é a contrapartida das contas operacionais (em uma é creditada e na outra é debitada, segundo o modelo do BPM6, que a partir agora quase todos os registros com sinal positivo – débito e crédito) / quem realiza o BP é o BANCO CENTRAL

BPM6 surge em 2009 e tem caráter recomendatório, adotados no BR em 2015 / BPM4 até 2001 / BPM5 (2001-2015)

BPM6 a partir de 2015 (FMI) = alinhamento as melhores práticas internacionais, passa a considerar o ano anterior e não mais um ano base do passado distante / o conceito do BPM6 é alterado para: estatística macroeconômica que sumariza transações entre residentes e não residentes ao longo de um período de tempo (foco deixa de ser o país e passa a ser os residentes) (não confundir com transações entre o país e o resto do mundo, como as questões sugerem, conceito do BPM5) (BPM6 = TRANSAÇÕES – RESIDENTES – NÃO RESIDENTES) / para ver todas as mudanças do BP de forma esmiuçada acessar o manual da funag página 76-92

BPM6 = aperfeiçoamento do padrão estatístico nacional e alinhamento às melhores práticas internacionais. As alterações mais importantes foram na apresentação do BP, nomenclatura de contas, convenções estatística e os conceitos / o sinal negativo no BPM6 só é utilizados para indicar perdas e reduções de ativos e passivos (o restante é tudo com sinal positivo) / houve manutenção dos princípios das partidas dobradas (registro de crédito e débito no mesmo valor), da competência (o registro é feito na criação, troca ou extinção (fato gerador) do valor econômico e não na entrega) / para que a operação seja registrada no BP, é necessária a presença de uma transação e a troca entre residente e não residente

Observação: Bens que cruzam a fronteira mas não mudam de propriedade não mais são registrados na Balança comercial do BPM6 (outra modificação) / o BM6 garante a harmonização com o Sistema de Contas Nacionais (outra mudança) / energia elétrica passou a ser contabilizada como um bem no bpm6 o que afetou a balança comercial BR (dobrando seu valor) / A conta serviços passou a incluir uma conta de pesquisa e desenvolvimento no bpm6 (incluindo copyrights) (No bmp5 essa conta chamava-se ativo não financeiro não produzido e era registrado na conta capital) / a nova conta renda primária passou a incluir novas modalidades de juros e lucros, o que aumentou seu valor em relação ao bpm5 / No BPM6 os sinais são negativos somente quando houver: rendas negativas (perdas) ou redução de ativos e passivos (se for aumento, mesmo que do passivo é sinal positivo)

Do ponto de vista contábil, o Balanço de Pagamentos de um país está sempre em equilíbrio (partidas dobradas) (sempre há uma conta de caixa contábil para zerar incongruências)

Bens em triangulação (merchanting): operação em que um residente no Brasil adquire uma mercadoria em um segundo país para revendê-la em um terceiro. O bem não ingressa no território nacional. A aquisição do bem deve ser lançada com exportação com sinal negativo, enquanto a venda é uma exportação com sinal positivo

Bens para processamento: o BPM6 recomenda excluir das exportações e importações bens que cruzam a fronteira, mas não envolvem mudança de propriedade. Por vezes, o proprietário envio o bem para outro país» empresa residente presta algum serviço, como montagem ou beneficiamento, modifica o bem e este retorna à origem. O valor do serviço agregado ao bem será registrado na conta de Serviços como serviços de manufatura (o próprio bem não entrará na estatística de X ou M) (essa conta serviços de manufatura é uma nova conta no BPM6)

Sinais negativos no BPM6 = serão negativos para rendas negativas (perdas), redução de ativos e passivos

Embaixadas do país B instaladas em A são residentes de A e não de B (embaixadas brasileiras na Argentina são residentes no Brasil).

Bens que saem do território nacional, mas que não mudam de titularidade, não são registrados no BP, segundo o BPM6.

BALANÇO DE PAGAMENTOS BRASILEIRO 2021

Estruturalmente o Brasil possui conta de Transações Correntes NEGATIVAS (deficitárias), pois os serviços (seguros e fretes) e rendas primárias (investimentos diretos e financiamento externos) costumam ser negativas, muitas vezes coberta pela balança comercial.

Transações Correntes = déficit de 28 bilhões de dólares = superávits de US$ 36 bilhões na balança comercial e de US$ 3 bilhões na Renda Secundária e déficits de US$ 50 bilhões e US$ 17 bilhões nas contas de renda primária e serviços, respectivamente.

Na conta financeira, houve forte aumento de passivos nas contas de investimento direto e de carteira e outros investimentos, que financiaram o déficit em implicaram um aumento nos ativos de reserva em US$ 13,9 bilhões.

Para 2022, projeta-se um leve superavit em TC, decorrente de um mega superávit na balança comercial (US$ 86 bilhões) que deve mais do que compensar os déficits de renda primária e serviços.

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69
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3 Vantagens da atualização para o BPM6

A

1) Permite o aperfeiçoamento do padrão estatístico nacional;

2) alinha nossa estatística às melhores práticas internacionais;

3) garante que haja consistência com a nova metodologia das Contas Nacionais adotada pelo IBGE em 2015 (sincronização BP Banco Central x IBGE)

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70
Q

Contas BPM6

1- Três contas principais

2- Quatro subcontras da Conta Corrente

3- 5 tipos de registros na Conta de Serviços

4- Definição da conta renda primária e renda secundária

5- Definição da Conta Capital e 2+ registros feitos nela

6- 3+ registros da Conta Financeira

7- Nome da subconta das Reservas Financeiras e onde ela é registrada

8- 6 subcontas da Conta Financeira

9- 3 principais princípios do BP

A

3 CONTAS PRINCIPAIS = Conta Corrente (4 subcontas) + Conta Capital (1) e Financeira (5) + CONTA ERROS E OMISSÕES = SALDO DO BP /

1) Conta Corrente [conta de bens, conta de serviços[1.2], renda primária e renda secundária] - todas as quatros possuem possibilidade de “receitas” e “despesas”

A balança de serviços (subconta registra os gastos dos nacionais no exterior, transportes, fretes, seguros, gastos governamentais para manutenção de organizações internacionais, serviços financeiros, royalties, computação, licensas, alugueis de equipamentos / Observação: No BPM6, royalties são considerados serviços de propriedade intelectual ***

A renda primária (subconta 1.3, antiga Balança de rendas) = é o pagamento pelo uso de recursos NÃO produzidos, ou seja, fatores de produção - também chamado de RENDAS = juros, lucros, e alugueis, por exemplo

subconta renda secundária (1.4) = é a antiga TUR = transferências unilaterais = sua definição é renda gerada em uma economia e distribuída para outra (remessas de pessoas físicas que estão no exterior)

Atenção: No Brasil, as contas de serviços e rendas são cronicamente deficitárias. Desde o pós-guerra, nunca houve saldos positivos nestas contas (Só há saldos positivos na balança comercial)

2) Conta Capital e Conta Financeira

A Conta Capital (2.1) envolve transferência de patrimônio e propriedade de bens NÃO FINANCEIROS e NÃO PRODUZIDOS = aquisição e alienação de bens como patentes, marcas, passe de atleta, perdão de divida externa (se fossem financeiros, entrariam na conta financeira e se fossem produzidos entrariam na balança comercial) /

Conta financeira (2.4) = empréstimos, financiamentos, investimento externo direto, entrada e saída de investimento, amortizações de empréstimos obtidos, investimentos em carteira / a conta financeira financia as transações correntes / Atenção: agora as reservas internacionais fazem parte da Conta Financeira (contas Ativos de Reserva)! (inovação BPM6) / o Saldo da Conta Financeira é calculado pela diferença entre a aquisição líquida de ativos financeiros e a incidência líquida de passivos financeiros (obrigações) / a conta financeira, possui 6 subcontas:

1) Investimentos brasileiros no exterior,
2) Investimento estrangeiro no país,
3) investimento em Carteira,
4) Derivativos e
5) Outros Investimentos
6) Variação das reservas internacionais (Novidade do BPM6)***

Para “zerar” o sistema, introduz-se a conta Erros e Omissões (Conta 3.0), que contabiliza os dados que não puderam ser contabilizados

Na sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (BPM6), os erros e Omissões são obtidos a
partir do saldo da Conta Financeira deduzido dos saldos de Transações Correntes e da Conta Capital.

Principais princípios = partidas dobradas, competência (o valor é registrado quando é lançado, ou seja, quando o valor econômico é criado, trocado ou extinto), princípio da valoração (utilização de preços de mercado no registro)

No BPM6 é criada uma conta nova, chamada de “Pesquisa e desenvolvimento” e, inclui patentes, copyrights, processos industriais de atividade de pesquisa dentro da balança de Serviços

Se o Saldo do BP for deficitário = recorre-se as reservas internacionais ou empréstimos internacionais – mediante diagnóstico de indicadores econômicos, como: indicador de liquidez (curto prazo) ou indicador de solvência externa (longo prazo) – cada um desses indicadores possuem, pelo menos, 5 fórmulas para avaliação / Ao final do BP há a conta Haveres da Autoridade Monetária indica a variação de reservas internacionais / O Brasil possui a 8ª maior reserva internacional do mundo e a China é a primeira colocada com 3,2 trilhões de dólares (a maioria em títulos americanos), segundo colocado é a Arábia Saudita (2,2 tri), Japão com 1,2 trilhão de dólares e Suíça (785 bi)

Sinal negativo no BPM6 indica desinvestimento ou perda (redução de ativo ou passivo) / No BPM6 os sinais negativos (exceções) devem ser decorados: rendas negativas (perdas), redução de ativos ou passivos (exemplo: quando os investimentos são retornados – desinvestimentos)

As intervenções formais do BC no mercado câmbio são feitas para alterar a quantidade de moeda em circulação, tais intervenções são contabilizadas na Conta Capital e Financeira do Balanço de Pagamentos / Atente para o fato de que fazemos inicialmente o lançamento na conta do fato gerador (conta operacional) e a respectiva contrapartida será, na maioria dos casos, na conta caixa (reservas ou haveres), ou ativos de reservas (BPM6) (ENTRADA E SAÍDA) (entra como crédito ou débito em uma das contas e sai como o oposto na conta ativos de reserva) (exceto os casos em que o pagamento não é feito em unidade monetária)

Veja que as operações de amortização e pagamento de juros são contabilizadas em contas distintas. O pagamento de juros é contabilizado no balanço de rendas (renda primária), uma vez que juro é renda ou remuneração de fator de produção. Já a amortização é contabilizada na conta financeira

Caso os lucros fossem simplesmente enviados ao exterior das filiais para a matriz, teríamos lançamento de crédito na Conta Renda Primária (remuneração de fator de produção) (com débito contrapartida na conta reservas). Mas, no caso em que o lucro é reinvestido, a contrapartida não será na conta reservas, mas sim na conta financeira (reinvestimento)

Portanto, reinvestimento = crédito na Conta Financeira (reinvestimento) e débito na Conta de Renda Primária (lucros reinvestidos) *** (cai muito)

A remessa de dinheiro de brasileiros residentes no exterior a familiares no Brasil não altera a Renda Nacional Bruta / é registrada na renda secundária do BPM6 e nas Contas Nacionais (IBGE) / Anteriormente chamada de TUR (transferências Unilaterais de Renda) / A renda secundária mostra como a renda é distribuída secundariamente, ou seja, após ter sido distribuída primariamente como remuneração aos fatores de produção.

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71
Q

Conta Balança de Serviços

1- Quatro contas da Conta Corrente

2- 3+ registros que são feitos na Balança de Serviços

A

É a segunda subconta da Conta Corrente do BPM6 / São 4 subcontas da Conta Corrente = conta de bens, conta de serviços, renda primária e renda secundária

Nela são contabilizados seguros, serviços financeiros (custos de intermediação financeira – não confundir e alocar na conta financeira), serviços de propriedade intelectual, computação e informação, royalties e licenças, aluguel de equipamentos, comunicações (correios), construção, comércio, viagens internacionais

A cessão de marcas, patentes e direitos autorais passou a fazer parte da conta de pesquisa e desenvolvimento na Balança de Serviços no BPM6

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72
Q

Conta Renda Primária (Conta Corrente)

1- definição

A

É a terceira de quatros contras da Conta Corrente do BP / registra pagamentos e recebimentos ligado às rendas (remuneração) do trabalho (salários e ordenados) e do capital (lucros, dividendos e juros) / é a antiga conta Balanço de rendas do BPM5

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73
Q

Saldo das transações correntes

1- Quatro contas componentes

2- significado de um déficit em TC

3- relação com as contas nacionais

4- Sinal das transações correntes em relação ao câmbio, renda do mundo e PIB (positivo ou negativo)

5- Duas Fórmulas da Poupança Externa (4 componentes)

A

É a soma dos saldos da balança comercial, da balança de serviços, da renda primária (antiga balança de rendas) e da renda secundária (antiga transferências unilaterais correntes)

Seu déficit indica que o resto do mundo fez poupança com o Brasil, é o mesmo que dizer que houve poupança externa, também chamado de passivo externo líquido

Caso haja superávit, dizemos que houve despoupança externa ou passivo externo líquido negativo ou ativo externo líquido

O saldo das transações correntes dividido pelo PIB, demonstra se o país é devedor ou credor em relação ao mundo, indica o grau de poupança externa e o quanto pode gastar além de seus recursos próprios

** o saldo das transações corrente é o que liga o Balanço de pagamento ao sistema de contas nacionais **, por meio da expressão Y = C+I+G+(X-M), uma vez que poupança é igual investimento, e a poupança externa (parte da poupança total) é o saldo das transações correntes com o sinal trocado

Déficits nas transações correntes no BP equivale a uma poupança externa positiva

Um país com superávits em transações correntes exporta poupança para o exterior e o país deficitário, importa poupança do exterior

Investimento = Poupança doméstica + Poupança externa -> um déficit nas transações correntes indica que não há poupanças suficientes para arcar com os investimentos

A relação das transações corrente com as variáveis exógenas são: taxa de câmbio (+) (quanto mais desvalorizada a moeda, maior o saldo de TC), renda no resto do mundo (+) (aumenta nossas exportações), PIB (-) (relação negativa, quanto maior o PIB, maior a demanda da importações)

SUPERÁVIT PARA O BR, SIGNIFICA QUE AS TRANSAÇÕES CORRENTES SÃO POSITIVAS E A POUPANÇA EXTERNA É NEGATIVA (ou seja, não é necessário pegar dinheiro da poupança externa. Nesse caso, o país é um CREDOR LÍQUIDO DO EXTERIOR) (poupança externa possui o sinal contrário das transações correntes)

Não esquecer da fórmula: poupança externa ou transações correntes com o sinal contrário: Sext = (M – X) + RLEE + ou – TUR) (essa fórmula cai em questões CESPE toda hora)

Além da fórmula: Se (poupança externa) = (Investimento – Poupança do Governo) + (Gastos – RLG [Renda Líquida do Governo)) – ela indica se há déficit público e, consequentemente, necessidade de poupança externa (empréstimos)

Não esquecer fórmula: TRANSAÇÕES CORRENTES = Balança comercial (X-M) + Balanço de Serviços + Balanços de Rendas + TUR

Quando o Brasil recebe uma doação EM MERCADORIA = lança importação (M) e a contrapartida em TUR (negativa no BPM5 e mesmo sinal no BPM6)

Se o Brasil faz uma doação EM MERCADORIA = lança na exportação e a contrapartida na TUR

Caso a doação seja EM DINHEIRO = ao receber, +300 TUR e -300 na Variação de Reservas

Quando o BR doa -300 na TUR e +300 na variação de reservas

Não confundir *** (vtc): TRANSAÇÕES CORRENTES (poupança externa) com balança comercial / Se o país possui poupança externa positiva, ele terá transações correntes negativa

PIB (Y) = C+I+G+ TRANSAÇÕES CORRENTES (ou investimento externo líquido, conforme a IADES) – Essa fórmula é importante pois relaciona PIB com transações correntes / O déficit do balanço de pagamentos em transações correntes é financiado pela somatória da conta capital e financeira

Não confunda: déficit externo é o déficit no Balanço de Pagamentos, e não em transações correntes!

Observação alheia: Se as transações correntes são negativas, para manter o equilíbrio global do Balanço de Pagamentos, em que TC + CCF = 0, então a conta capital e financeira será positiva / Os desequilíbrios na balança de transações correntes refletem, inequivocamente, a existência de desequilíbrios internos.

Observação: A Balança Comercial é formada pelas Exportações e Importações. Aqui, registramos esses valores pelo total ( ** se o pagamento é a vista ou a prazo, isso reflete apenas na conta financeira, que é onde registramos financiamentos recebidos/concedidos pelo país ** - ou seja, a CESPE tenta confundir falando que as exportações do país foram financiadas em parte por bancos internacionais. O valor a ser utilizado no cálculo deve ser o integral, independente da fonte e forma de pagamento)

Observação 2: reinvestimento de 20 milhões de lucro obtido por subsidiária de empresa estrangeira instalada no país - esse valor entra no cálculo das transações correntes, pois é considerado renda primária.

REINVESTIMENTO DIRETO = RENDA PRIMÁRIA

Observação 3: Vale lembrar que as doações em bens entram na conta capital

Observação 4: INvestimento direto impacta a conta financeira = não confundir investimento direto que vai para a conta financeira, com o REinvestimento direto que vai para rendas primárias!

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74
Q

Conta Capital

1- definição e dois registros

A

Registra a aquisição de bens financeiros não produzidos [bens intangíveis = patentes, marcas, direitos autorais e passa a incluir as transferências de capital com o BPM6 / é uma conta muito específica / suas entradas contribuem para o aumento do estoque de capital da economia / ligar conta capital à direitos de propriedade (imagem, autoral, etc.)

Não inclui mais as transferências unilaterais de migrantes - alterado com o BPM6

A aquisição de ações no mercado primário, diretamente de empresas, pode contribuir para o aumento do estoque de capital (Conta Capital), visto que financiam as empresas emissoras. As aquisições no mercado secundário, direto de outros acionistas, não contribuem para o aumento do estoque de capital, pois são meras transferências de ações entre investidores (Conta Financeira) (similar a venda de itens usados).

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75
Q

Conta Financeira

1- citar 6 subcontas

2- cinco subcontas da subconta ativos de reserva internacional

A

É o grosso da segunda conta de três do BP / possui 5 subcontas:

1) Investimentos brasileiros no exterior,
2) Investimento estrangeiro no país,
3) investimento em Carteira
4) Derivativos (amortizações)
5) Outros Investimentos
6) Variação das reservas internacionais (Novidade do BPM6) - agora chamada de “Ativos de Reserva” ***

Também chamada de capitais autônomos, pois registrada entrada e saída de capitais (Capitais autônomos representam as contas capital e financeira)

Investimentos BR ou estrangeiro (1) – são investimentos de interesse duradouro [compra de apartamento em MIAMI, abertura de filiais de empresas) (não confundir com bens móveis e de consumo, pois estes vão para conta importações[M]])

Investimento em carteira (2) = ações, debentures, títulos fixos ou variáveis = estrangeiro que investe na bolsa BR e especulação***

Derivativos (3) = aqui são contabilizadas as AMORTIZAÇÕES de empréstimos (pagamento de parte da dívida), mas não os juros pois este é remuneração do fator de produção

Outros investimentos (4) = conta residual, aqui são colocados os resíduos da conta financeira, como créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósito e outras operações / aqui lança-se empréstimos de QUALQUER banco estrangeiros, inclusive Banco Mundial (FMI não é considerado banco)

A conta financeira é muito mais abrangente que a capital

Mudança importante com o BPM6 foi a incorporação à conta financeira da subconta “variação das reservas internacionais” (saldo da balança com sinal trocado), passando a se chamar “Ativos de Reserva” e o saldo da balança de pagamentos passou a ser zero, pois agora se encontra nessa subconta (mudança na disposição e nomenclatura)

Os ativos de reserva internacional ou as reservas internacionais são lançadas na Conta Financeira do BP, e são divididos em:

1) Reservas em moeda estrangeira (em divisas conversíveis);
2) Ouro monetário;
3) Direitos Especiais de Saque - DES;
4) Posição de reservas no FMI;
5) Outros ativos de reserva.

Os ativos de reserva correspondem às reservas internacionais do país, detidas pelo Banco Central, no conceito de liquidez internacional

Os ativos de reserva no BPM6 fazem parte da Conta Financeira, por se tratar de uma troca de ativos financeiros

O reinvestimento de lucros é uma operação na qual uma empresa estrangeira atuante no Brasil, ao invés de remeter seus lucros para o país de origem, mantém estes recursos no nosso País. Este procedimento não aumenta o estoque de capital existente na economia, por isso não vai para conta rendas primárias, mas para Conta Financeira.

A Conta financeira também é chamada de CAPITAIS AUTONÔMOS, inclui as seguintes operações = Investimento para ampliação de empreendimento industrial + Aplicação de estrangeiros na aquisição de ações no mercado secundário

Operações na Conta Capital = Amortização de empréstimos externos + Empréstimos externos obtidos (não confundir)

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76
Q

SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

1- significado do saldo do BP

2- ação do BACEN caso haja variação das reservas internacionais

A

Soma das 3 contas (conta transações correntes + conta capital e financeira + erros e omissões) / Quando o saldo do BP é positivo, esse superávit provoca aumento na quantidade de meios de pagamento internacionais disponíveis ao país. Quando o saldo é negativo, há redução de meios disponíveis / a identidade básica do BP é que o SALDO DO BP REPRESENTA A VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS DO PAÍS

A variação das reservas internacionais é igual ao saldo do balanço de pagamentos, porém com sinal invertido. Em caso de déficit deve ser compensado com títulos externos de curto prazo, ouro monetário ou reservas do FMI / O resultado do BP (superávit ou déficit) é igual a variação das reservas internacionais com sinal contrário e ela equivale a ** VARIAÇÃO DA BASE MONETÁRIA ** (superávit das reservas internacionais = aumento da base monetária)

A variação positiva das reservas internacionais faz que o BACEN tenha de vender títulos públicos no mercado para manter a taxa de juros, SELIC, constante, o que resulta diretamente da fixação da taxa de juros pelo BACEN - CERTO - os dólares em excesso, quando entram no Brasil, são convertidos em Reais, elevando a quantidade de moeda em circulação na economia. No entanto, uma das funções do Banco Central é controlar a quantidade de moeda em circulação na economia. Para tanto, ele costuma esterilizar este excesso de moeda em circulação, resultado do acúmulo de reservas internacionais, por meio operações de esterilização de liquidez. Para tanto, venderá títulos públicos, substituindo uma ativo líquido (moeda) por outro sem liquidez imediata (títulos).

Lembrando que a Base monetária é igual ao Papel Moeda em Poder público + Encaixas bancários totais (reservas voluntárias e obrigatórias)

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77
Q

Haveres da autoridade monetária do BP

1- conta a qual pertence

2- significado do seu saldo

3- cinco subcontas

A

é a sexta e última conta da conta financeira, onde um saldo NEGATIVO representa um AUMENTO nas reservas internacionais do país

Ela é uma conta que existe para ZERAR o saldo das reservas internacionais

Também é chamada de conta variações de reservas e possui 5 categorias = ouro monetário, direitos especiais de saque (DES), posições de reservas do FMI, reservas em moeda estrangeiras e outros ativos

É uma conta caixa e por isso os sinais são trocados, tudo que você da entrada no BP deve ser dado saída aqui (partidas dobradas) / registra grande parte das operações do BP

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78
Q

SÍNTESE DAS CONTAS DO BP

1- leitura rápida

A

Conta Corrente (4 subcontas) + Conta Capital (1) e Conta Financeira (5 subcontas) + Conta Erros e Omissões = SALDO DO BP (soma das 3 contas) / o Saldo representa a variação nas RESERVAS INTERNACIONAIS com sinal invertido

Haveres da autoridade monetária = é a última conta, onde um saldo NEGATIVO representa um AUMENTO nas reservas internacionais do país. Ela é uma conta que existe para ZERAR o saldo das reservas internacionais

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79
Q

5 fatores do aumento das Reservas Internacionais (2006-2012)

A

aumento no saldo das transações correntes puxados pelas exportações, crescimento da economia mundial, superciclo das commodities + Forte entrada de recursos pela conta capital e financeira = Razões: diferença de taxas de juros entre economia internacional e brasileira + queda do risco cambial + queda do risco país > elevou a rentabilidade relativa dos ativos brasileiros.

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80
Q

Mercantilismo

1- citar três características

A

aumento das exportações e impor dificuldades a importação - jogo de soma zero - (bolo econômico mundial de tamanho fixo) = ganhos à custa de perdas de outros = protecionismo alfandegário para obter superávits / crença no acumulo ilimitado / preocupação com a obtenção de superávits / barreiras às importações / prosperidade era medida pelo estoque de metais preciosos / percepção estática da disponibilidade de recursos / doutrina altamente nacionalista

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81
Q

David Hume (1752) (século XVIII) **

1- teoria que ele critica

2- teoria sobre as duas divisões das variáveis econômicas

3- principal teoria (FEP) , seu conteúdo e conclusões

4- nome do seu livro

A

Primeiro crítico ao mercantilismo e a tese de acumulação eterna de metais (metalismo)

Foi o primeiro autor a dividir as variáveis econômicas em nominais (aquelas medidas em unidades monetárias) e reais (medidas em variáveis físicas) - visão clássica de neutralidade moeda (posteriormente relativizada por Milton Friedman, o qual afirma que no curto prazo variações monetárias afetam variáveis reais, no longo prazo não)

Hume afirma que o saldo da balança comercial inevitavelmente seria corrigido pelas forças de mercado.

Chamada de Teoria Fluxo-Espécie-Preço = acúmulo de muitos metais gera produtos nacionais mais caros no mercado internacional, pois:

Com o excesso de ouro há elevação de preços por inflação, seguido de redução da demanda e entrada de menos metais, gerando déficit na balança comercial. Em seguida há queda de preços, novo aumento da demanda, incorrendo em superávits e aumento de entrada de metais.

Surge o princípio do livre-cambismo e autorregulação como fonte de desenvolvimento (Visão Clássica) = não faz sentido o metalismo insaciável do mercantilismo, ao protecionismo e ao jogo de soma-zero do mercantilismo

** Segundo Hume, em seu livro “Political Discurse”, ao acumular ouro indefinidamente, a posição competitiva de um país seria afetada. A acumulação de capital poderia afetar a oferta interna de moeda, elevando o nível de preços e salários internos, comprometendo a competitividade das exportações do país superavitário (Teoria Fluxo-Espécie-Preço) **

Pressupostos de Hume = demanda por bens é elástica ao nível de preços e que há concorrência perfeita nos mercados de bens e fatores de produção / Nas novas teorias, o foco deixa de ser a pura e simples acumulação e passa a ser BEM-ESTAR individual (inovação)

A motivação para a atividade econômica passava a ser a SATISFAÇÃO das necessidades de consumo, ou seja, UTILIDADE (não mais a acumulação de metais, superávits, protecionismo, etc.)

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82
Q

Adam Smith (1776 = ano da independência dos EUA)

1- Nome da teoria

2- Nome da sua obra

3- citar três principais conceitos

A

NÃO deixar de mencionar: Teoria do Valor-Trabalho + Especialização da Produção + Teoria das vantagens Absolutas

Escreve o livro “a riqueza das nações “ em 1776 (início da teoria clássica) = crítica ao mercantilismo e início da teoria clássica

A principal motivação dos agentes em relação ao comercio internacional não e a acumulação pura e simples de metais preciosos, mas a satisfação de suas necessidades básicas (inspiração em David Hume)

Segundo Smith, uma economia só manterá transações espontâneas com outra se perceber claros ganhos derivados desse intercâmbio

Defesa das relações ganha-ganha (nega o jogo de soma zero do mercantilismo) = desenvolve a teoria das vantagens ABSOLUTAS = O comercio internacional se justificara apenas quando for mais barato adquirir itens produzidos em outra economia

Livre comércio e autorregulação = Estado atua somente para impedir monopólios ou atividades fundamentais = cada país deve se especializar gerando vantagens e competitividade = o excedente da produção passa a ser objeto de trocas = trabalho como fonte de riqueza = aumento de bem-estar mediante diminuição de custo a partir da divisão da produção entre as nações

Para Adam Smith, a especialização gera aumento da produtividade e o comércio internacional, aumentando o PIB mundial (crítica ao mercantilismo)

ESPECIALIZAÇÃO, AUMENTO DA PRODUTIVIDADE E CRESCIMENTO DO PIB

** a produtividade dos fatores de produção é a principal determinante do custo de produção **

Smith considerava que a determinação da vantagem competitiva se dava do lado da oferta (como todo e bom clássico) / A especialização geraria aumento da produtividade do país, aumentando o produto mundial

** o comércio sem barreiras e especializado AUMENTA O BEM-ESTAR – cada país precisa de menos unidades de trabalho para atender sua demanda por meio de trocas entre os países **

As teorias puras como a de David Ricardo, desconsideram o valor do câmbio entre as nações, ao considerar apenas o fator trabalho como custo dos produtos

Para demonstrar sua argumentação, Smith apresenta o famoso modelo 2x2: 2 países (Portugal e Inglaterra) e 2 bens (tecidos e vinhos)

A teoria das vantagens absolutas conclui assim que somente haverá comércio internacional se existirem vantagens absolutas (em termos de produtividade do trabalho) entre os bens a serem comercializados entre os dois países.

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83
Q

Teoria do valor-trabalho

1- criador

2- conteúdo

3- citar três pressupostos da teoria

A

criada por Adam Smith / afirma que em uma economia fechada, os preços dos produtos são determinados por seu conteúdo de trabalho, ou seja, o trabalho é o ÚNICO fator de produção e os produtos custam o quanto desse fator foi empregado *** / como bom clássico, praticamente desconsidera a demanda para formação do preço / Segue-se que os produtos são intercambiados de acordo com as quantidades relativas de trabalho que eles concentram

Essa teoria contém os seguintes pressupostos: trabalho homogêneo (não há diferenciações como anos de escolaridade por exemplo), concorrência perfeita (pressuposto que é alterado com as teorias do século XX), pleno acesso ao mercado de trabalho, inexistência de quaisquer limitações institucionais à mobilidade de mão de obra e o custo ou o preço de um bem depende somente da quantidade de trabalho exigido para produzi-lo (não considera custos de matéria prima, por exemplo) / ESSA TEORIA DEVE SER CITADO NA PROVA ESCRITA SOBRE ADAM SMITH

Com base na teoria do valor trabalho, o autor apresenta situações nas quais seria mais benéfico concentrar a produção em determinado bem e comercializar os demais, contrariando, mais uma vez, a ideia de “autarquia” promovida pelos mercantilistas, que acreditavam que o comércio internacional seria, em geral, fonte de perda de riqueza, a não ser que o país obtivesse superávits comerciais

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84
Q

Teoria das Vantagens Absolutas

1- ideia central

A

admitindo que o mundo seja formado de apenas 2 países, se uma nação possuir vantagem de custo absoluta na produção de um bem (ou seja, usa menos mão-de-obra para fabricar uma unidade do bem), e a outra nação possuir vantagem de custo absoluta na produção de outro bem, então o comércio internacional e a especialização são benéficos a ambos. – CONSIDERA APENAS OS CUSTOS DE TRABALHO, ou seja, HORAS-HOMEM (não considera terra, capital ou tecnologia)

Crítica = é mais frequente encontrarem-se situações em que um pais e mais eficiente na produção da maior parte dos produtos ou mesmo na da totalidade deles (EUA e China) = isso foi contestado e resolvido pela Teoria de David Ricardo (Vantagens Comparativas)

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85
Q

David Ricardo (1817)

1- nome de sua obra

2- nome de sua teoria

3- no que cada país deve se especializar ?

4- forma de se calcular o custo relativo

5- relação entre custo de oportunidade e custo relativo

6- pincipal diferença para a teoria de Adam Smith

7- como é o retorno de escala na teoria (decrescente, constante ou crescente) ?

A

Obra “Princípios de economia política e tributação” (1817) = Teoria das Vantagens ** COMPARATIVAS ** = também chamada de Teoria Estática da Vantagem Comparativa = há vantagens para os países mesmo que um deles leve vantagem em tudo.

Cada país deve se especializar naquilo em que é mais EFICIENTE (no sentido de MENOR CUSTO RELATIVO – não é mais barato!), ainda que seja melhor que um segundo país na produção de outros produtos, estes não devem ser produzidos (custo de oportunidade). – ASSOCIAR TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS À EFICIÊNCIA! / Eficiência leva a um menor custo de oportunidade

Para saber o CUSTO RELATIVO de um produto A, divide-se o preço de A por B (para descobrir o custo relativo B, divide-se B por A) / o custo de oportunidade é o INVERSO do custo relativo!

O termo absoluto de Smith, torna-se relativo para David Ricardo – e nesse caso, diferencia-se, pois, para David Ricardo SEMPRE haverá vantagem no comércio internacional, situação que não ocorre em Smith se um país possui vantagens absolutas em todos os produtos

Cada país deve se especializar na produção do bem em que é mais eficiente, em que a produtividade de sua mão de obra é maior

Sinônimos de vantagens comparativas nas provas = menores custos de produção (relativos), menores custos de oportunidade ou MAIOR produtividade

Os ganhos técnicos ou de produtividade das vantagens comparativas podem representar ganhos para o mundo todo

** não há vantagens gerada pela tecnologia nessa teoria, ela é constante (sempre cai) **

O modelo de Ricardo supõe que existem dois países, dois produtos, um único fator de produção (trabalho), e que a relação entre os preços dos produtos antes do comercio é uma função apenas das quantidades de fator empregadas na produção de cada item

Principais fontes de vantagens comparativas = diferenças nas demandas de cada país (preço será mais alto no país que demandar mais), técnicas de produção, tecnologia (dotação dos fatores), preços dos produtos

Para Ricardo, com a existência do comércio internacional, um mesmo esforço produtivo permite consumir uma quantidade maior de ambos os produtos

** A TEORIA ASSENTA-SE EM RETORNOS CONSTANTES DE ESCALA **

Se um país for mais eficiente que o outro em todos os setores, este país terá vantagem absoluta em todos os setores. Na vantagem comparativa, devemos comparar o custo de produção de uma mercadoria em relação ao custo de produção de outras mercadorias de um mesmo país A, com o custo de produção da mesma mercadoria em relação ao custo de produção das outras mercadorias no país B. Dessa forma, um país nunca apresentará vantagem comparativa em todas as mercadorias, sendo sempre para um país vantajoso se especializar na produção da mercadoria que possui vantagem comparativa (sempre haverá comércio, diferente de Adam Smith)

A teoria ricardiana pode ser apresentada de duas maneiras: como uma tentativa de isolar as variáveis relevantes para explicar os fluxos de comercio internacional ou como uma tentativa de demonstrar que o comercio internacional proporciona mais benefícios que uma situação de isolamento (Bhagwati, 1972)

2-2-1

O modelo de Ricardo supõe que existam dois países, dois produtos, um único fator de produção (trabalho) e que a relação entre os preços dos produtos antes do comercio e uma função apenas das quantidades de fator empregadas na produção de cada item.

Pressupostos = ambiente de concorrência perfeita e que não há barreiras ao comercio / Nas vantagens comparativas é preciso incluir mais uma condição básica, a chamada“lei do preço único”, que assegura que os preços no mercado internacional são os mesmos para ambos os países

Observação: Adam Smith e David Ricardo supõe apenas um fator de produção (trabalho) *** VTC (Já caiu!)

As economias de escala não fazem parte da abordagem ricardiana para explicar das razões do comércio entre países, porém a CESPE considera correto o seguinte: A vantagem comparativa de um país pode se dar por inúmeras causas como abundância de terras, condições climáticas, abundância de capitais, nível de educação da população ou a presença de economias de escala na produção do bem

Vantagem ABSOLUTA = avalia custos / Vantagem relativa = Avalia o CUSTO DE OPORTUNIDADE

EFICIÊNCIA = divide o custo de um bem pelo outro – escolhe produzir o bem mais EFICIENTE pois seu custo de oportunidade que se abre mão é MENOR /

VANTAGEM COMPARATIVA = CUSTO DE OPORTUNIDADE MENOR!

Um país nunca apresentará vantagem comparativa em todas as mercadorias, sendo sempre para um país vantajoso se especializar na produção da mercadoria que possui vantagem comparativa

Pressupostos da teoria de David Ricardo = mundo com 2 países, A mão-de-obra é o único fator de produção (teoria do valor-trabalho). A mão-de-obra é homogênea e plenamente empregada. Não considera tecnologia e produção em escalas

** Assim como Adam Smith, pressupõe Concorrência Perfeita! **

Sua teoria é pautada nos Rendimentos constantes à escala e essa é a principal crítica das novas teorias. Novas teorias defendem que empresas gigantes tem custos menores devido a sua escala de produção

Outra condição para que ocorram ganhos com o comercio e que os preços internacionais sejam distintos dos preços no mercado interno de cada pais. Essa e a hipótese de “país pequeno”, isto é, nenhum dos dois países tem condições de afetar os preços no mercado internacional; ambos são “tomadores de preços” (price-takers). A razão para tanto e razoavelmente intuitiva. Caso um dos países fosse “grande” o suficiente, os preços relativos internacionais coincidiriam com os seus preços relativos internos, e não haveria ganho com o comercio.

O modelo de comércio de David Ricardo descreve
como é possível alcançar pontos acima e à direita na
fronteira de possibilidades de consumo (CERTO - TPS 2021) - Com o livre comércio, pela teoria de David Ricardo, ambos os países poderiam consumir mais de ambos os bens comercializados.

A especialização internacional extrema não ocorre na prática por três razões principais. A primeira delas assenta-se na existência de mais de um fator de produção disponível nas economias reais, o que acaba por reduzir a tendência à especialização. Em segundo lugar, há a adoção de modalidades de protecionismo pelos países para proteger a indústria e o emprego nacional da concorrência estrangeira. Por último, pode-se elencar os custos de transporte das mercadorias.

Os custos de transportes são considerados entraves à circulação de mercadorias e serviços e a depender do seu montante podem inviabilizar determinadas transações comerciais entre os países e até estimular a produção interna. Devido aos altos custos de transporte alguns produtos tornam-se bens não comercializáveis dado a invibialidade de seu comércio. Como exemplo, pode-se citar mercadorias com altas proporções de peso‑valor, como o cimento, cujo o custo de transporte inviabilizaria sua importação mesmo que ele seja produzido a um preço muito inferior no exterior.

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86
Q

Teorias Neoclássicas

1- principal pressuposto em comum com a teoria clássica

2- condição dos rendimentos nessas teorias

3- quantidade de países, produtos e fatores de produção dessas terias

4- citar 3 teorias neoclássicas

A

questionam a teoria clássica a partir do século XX, buscando explicar os MOTIVOS das diferenças das vantagens entre países / ** ainda pressupõem Concorrência perfeita **

Outros pressupostos: a tecnologia é livre e há dois produtos: um intensivo na utilização de capital, outro, na utilização de trabalho

Assim como em Davi Ricardo, os rendimentos nas teorias neoclássicas também são CONSTANTES

Cada nação se especializa na produção e deve exportar a mercadoria cujo fator de produção for mais abundante e barato

O modelo neoclássico contesta a necessidade e a eficácia das políticas comerciais protecionistas

modelos 2 x 2 x 2 = dois países, 2 produtos, 2 fatores de produção (capital e trabalho)

Exemplos = Teorema de Hecksher-Ohlin + Teorema de Hecksher-Ohlin-SAMUELSON + Teorema Stolper-Samuelson

As teorias clássicas do comércio internacional baseiam-se nas diferenças tecnológicas que culminam em diferentes produtividades relativas da mão de obra (Exemplo: produtividade do trabalho para Ricardo) , e a teoria neoclássica do comércio internacional, na diferença relativa de dotação dos fatores de produção (Hecksher Ohin)

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87
Q

Teorema de Hecksher-Ohlin (teoria H-O)

1- citar dois pressupostos da teoria

2- ideia central de produção

3- como são os rendimentos de escala dessa teoria

4- citar duas teorias e autores que contestam o Teorema de Hecksher-Ohlin

A

Também chamado de teoria da proporções de fatores ou teoria da dotação de fatores / Acrescenta a presença do fator CAPITAL junto ao trabalho dos clássicos (dois fatores, com dotação fixas) / essa teoria completa a de David Ricardo (comparativa) / a tecnologia é dada como fator constante (exógena) (ela existe, mas não está no modelo) / pressupõe a não existência de movimentação de fatores de produção entre nações

Segundo o modelo, cada país identificará quais são os fatores de produção que possui em abundância e, a partir daí, irá decidir o que produzir.

** Principal ideia: comércio internacional seria fruto das diferenças da distribuição dos fatores de produção entre as nações (fixo e imutável), a especialização deve ocorrer de acordo com o predomínio do fator de produção (BR = intensivo em terra e trabalhadores = produtos primários) **

Supõe que a produção em cada setor emprega de forma intensiva um dos fatores de produção, do qual mais dispõe / No caso dos países com dotações semelhantes, não haveria comércio internacional entre eles / assim como em Davi Ricardo, os rendimentos nas teorias neoclássicas também são CONSTANTES de escala (já caiu 2x) (função de produção homogênea de grau um) / considera-se concorrência perfeita (viés clássico) (não esquecer) / Uma dessas condições auxiliares e que essa análise supõe que não exista migração de trabalhadores entre os dois países considerados nem investimento de um no outro

Questão CESPE - Sendo a mão de obra pouco qualificada um fator de produção relativamente mais escasso nos EUA do que é no México, em comparação à oferta de trabalho qualificado, o modelo de Heckscher-Ohlin prevê perdas para os trabalhadores norte-americanos de baixa qualificação como decorrência do comércio internacional de bens intensivos nesse tipo de fator de produção (CORRETO)

Justificativa: Segundo o modelo, cada país identificará quais são os fatores de produção que possui em abundância e, a partir daí, irá decidir o que produzir / Se o México possui um número grande mão de obra pouco qualificada, ele irá produzir bens que demandem pouca qualificação / Diferentemente, se os EUA possui uma mão de obra mais qualificada, ele irá produzir bens que demandem alta qualificação / Nesta situação, se houver comércio internacional entre EUA e México, os trabalhadores americanos pouco qualificados estarão em pior situação: como os EUA não irá produzir bens que demandem baixa qualificação, eles ficarão com salários mais baixos, estando assim caracterizadas suas perdas.

Portanto, os EUA importarão os bens que demandam baixa qualificação do México e produzirão bens de alta qualificação. Os americanos de baixa qualificação ficam prejudicados, pois terão redução de remuneração.

3 CONTESTAÇÕES À TEORIA DE HECKSCHER-OHLIN:

Essa teoria foi contestada em 1940 por Wassily Leontief (Prêmio Nobel), o qual verifica que os EUA exportavam produtos intensivos em trabalho, contrariando expectativas = Paradoxo de Leontief (os dados empíricos demonstravam o contrário de HECKSHER-OHLIN)

Outra contestação veio no Pós II Guerra = em que agora tínhamos comercio de manufaturas em troca de manufaturas (portanto, produtos razoavelmente semelhantes, não distintos) e entre economias de pouca divergência entre fatores de produção (EUA Europa)

Outro crítico foi Linder (1961) = afirma que o determinante para o comércio entre países não estaria na oferta como os clássicos afirmam, nem na dotação de fatores, mas sim na demanda dos país / os tipos e as características dos produtos manufaturados consumidos em um país são específicos a sua própria estrutura industrial e ao nível de renda per capita do pais (modelo baseado nas características da demanda interna, não no fator produtivo em excesso). Como os padrões de demanda são semelhantes em países com o mesmo nível de renda per capita, o comercio tende a ser mais intenso entre países de mesmo nível de renda - o que justificaria o forte comércio entre UK e USA (As características das exportações estariam relacionadas a demanda e a renda da maior parte da população)

Posner (1961) e Vernon (1966) = justificam o comércio entre países, não pela dotação de fatores ou pela demanda da população, mas pelas diferentes dotações em tecnologia

Atenção: Relação tecnologia e preferências no modelo de Ricardo vs Hecksher-Ohlin:

No Modelo de Ricardo, a TECNOLOGIA difere entre os países, e as preferências dos consumidores entre os países são idênticas. Já o Modelo de Heckscher-Ohlin pressupõe a IGUALDADE entre a tecnologia e a preferência dos consumidores entre os países.

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88
Q

Teorema de Hecksher-Ohlin-SAMUELSON

1- ideia central e outro nome dado a teria

A

Também chamado de Teorema de Equalização de Preços de Fatores *** = se um fator abundante em um país leva a especialização em determinado produto, esta especialização leva a um aumento de demanda pelo fator (ponto chave), levando a uma tendência de aumento da remuneração do fator abundante (mão de obra ou taxa de juros).

O fator escasso, pela baixa demanda, tende a ter a sua remuneração reduzida. Exemplo: país com salários baixos (intensivo em mão de obra) = aumento da demanda por mão de obra = salários aumentam = juros do capital abaixa (equalização dos fatores envolvido)

Os custos dos fatores convergem / também chamada de TEORIA DA EQUALIZAÇÃO DOS FATORES, tornando-se uma vantagem do comércio internacional, uma vez que ele equaliza os fatores de produção dos diferentes países, gerando riqueza, aumentando salários ou diminuindo juros

Segundo Samuelson = como os fatores abundantes serão utilizados na produção com a especialização, os fatores não abundantes, ou escassos, não serão utilizados, apresentando tendência à equalização. O comércio internacional, portanto, tem a capacidade de aumentar o bem-estar social, o produto, a produtividade e equalizar a remuneração dos fatores de produção (convergência nos custos dos dois fatores nos dois países) / Segundo o manual da funag, essa teoria foi testada na prática e confirmou-se que há uma tendência a equalização dos fatores, mas não sua completa equalização / a teoria pressupõe RENDIMENTO CONSTANTES DE ESCALA (pressuposto)

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89
Q

Teorema de Stolper-Samuelson

1- Ideia central e o papel do protecionismo

2- citar 2 de 4 pressupostos neoclássicos básicos

A

Partem da ideia de Hecksher-Ohlin e em que há 2 países, cada um com seus fatores produtivos / analisam o protecionismo ***

Stolper-Samuelson defendem Barreiras a importação do produto intensivo no fator de produção NÃO abundante – elevando seu preço, ao invés da elevação do preço do fator intensivo abundante

Caso se imponham barreiras comerciais isso beneficiará o outro fator de produção, uma vez que o comércio livre favorece o produto com fator de produção abundante / quebra a lógica do teorema de Hecksher-Ohlin original

A elevação do preço LOCAL do produto IMPORTADO por barreiras (tarifas, cotas, etc), beneficia NECESSARIAMENTE o fator de produção usado intensivamente no setor que compete com o produto importado

Exemplo: computador e mandioca no país A e B = impõe-se custos adicionais aos computadores que são importados, e direciona recursos da produção de mandioca para produção de computadores (alterando a dinâmica do comércio)

Assim, se o comercio for livre de barreiras isso beneficiara a remuneração do fator produtivo abundante no pais, como visto. Caso se imponham barreiras comerciais isso beneficiara o outro fator de produção

Ficou demonstrado — em um modelo do tipo H-O — que qualquer interferência no comércio internacional que eleve o preço local do produto importado necessariamente beneficiara o fator de produção usado intensivamente no setor que compete com o produto importado

Se houver uma política comercial protecionista com relação ao produto importado, haverá substituição de importações. Esse aumento da produção doméstica do produto antes importado significa uma pressão no mercado de fatores, isto e, uma pressão de demanda pelo fator escasso (capital). Assim, os produtores desse produto tenderão a escolher técnicas de produção que usem mais trabalho e menos capital

** a elevação do preço do produto importado por meio de tarifas, estimula a produção nacional do produto antes importado ** desde que esteja sob pressupostos econômicos específicos (retornos constantes de escala + concorrência perfeita + igualdade do número de fatores ao número de produtos) [pressupostos neoclássicos]

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90
Q

Teorema de Rybczynski (1955)

1- ideia central

A

é um teorema do comércio internacional, elaborado pelo economista Tadeusz Rybczynski que afirma que SE os preços dos fatores estão constantes (fixo), o aumento da oferta de um fator conduz a um aumento da produção do bem que utiliza esse fator mais intensivamente, à custa da diminuição do outro bem que utiliza esse fator

Adiciona o progresso técnico ou aumento do estoque de fatores (entrada de imigrantes = aumento fator de produção trabalho) para crescimento do comércio internacional (buscando mais realismo)

O teorema de Rybczynski é essencial à verificação do teorema de HO (hecksher-ohlin), quando se utiliza a definição física de abundância relativa de factores, como iremos ver.

O teorema é compatível com o fenômeno conhecido como “doença holandesa” e a desindustrialização que se segue num país que descobre grandes reservas de recursos naturais

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91
Q

A crítica de Prebisch e da Escola Cepalina

1- significado de CEPAL

2- tipo de análise realizada

3- duas organizações fundadas por Raul Prebisch

4- duas críticas aos modelos (neo)clássicos

5- classificação da elasticidade renda da demanda de produtos primários e industrializados

6- Solução proposta pelo autor para quebrar esse ciclo de desigualdade

7- Classificação das economias centrais e periféricas segundo a diversificação/especialização e a produtividade homogênea/heterogênea

A

A CEPAL foi instituída pela ONU como Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, e inaugura a análise ESTRUTURALISTA baseada no método HISTÓRICO-ESTRUTURAL buscando autonomia local de pensamento para a região

Raul Prebisch, argentino, fundador de duas instituições internacionais, a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), no final da década de 1940, e a Conferencia das Nações Unidas sobre Comercio e Desenvolvimento (UNCTAD − United Nations Conference on Trade and Development), no início dos anos 1960

Crítica aos modelos clássicos e neoclássicos que são estáticos e não levam em consideração oscilações de mercado (preço) ao longo dos anos, nem a realidade de industrialização tardia da América Latina

Comparando-se manufaturas e commodities é possível fundamentar a Teoria da Deterioração dos termos de troca / negam os benefícios da divisão internacional do trabalho e da teoria da equalização dos fatores (transferências) / o difusicionismo no comércio (conceito de difusão do progresso técnico e de distribuição dos ganhos de comércio entre o centro e a periferia) não acontece devido à desigualdade estrutural entre países centrais e periféricos (crítica aos neoclássicos)

A CEPAL afirma que o difusicionismo de David Ricardo NÃO acontece! NÃO há interdependência, mas aumento do fosso entre CENTRO-PERIFERIA!

Isso tem forte implicações para países da periferia da América Latina, que tem sua produção concentrada em produtos primários e uma pauta de importações baseada em bens industrializados / os países centrais detém um nível técnico homogêneo nos três setores (indústria, agricultura e serviços = todos altamente eficientes), inclusive no que os países periféricos também detém produtividade (agricultura)

Os países periféricos, nesse sentido, teriam um nível técnico HETEROGÊNEO (indústria, agricultura e serviços = alguns com mais produtividade que outros) / Isso ocasionava uma deterioração dos termos de troca entre os países de tal forma que provocava um desequilíbrio de renda entre o centro e a periferia / identifica a inflação como um fenômeno gerado pela deterioração dos termos de troca

Prebish identifica nas relações internacionais entre os países do centro e da periferia desigualdade de produtividade nas trocas comerciais, de tal forma, que ficava evidente a não distribuição equitativa dos frutos do progresso técnico

O que se observa, de fato, é que a elevação da produtividade nos países centrais não teve como contrapartida a redução dos preços relativos dos bens manufaturados. Pelo contrário, elevaram-se, proporcionando maiores ganhos para os países mais desenvolvidos, aumentando a renda de empresários e fatores produtivos nessas nações

*** Elasticidade-renda da demanda dos produtos primários é menor que um (renda aumenta, demanda cresce menos que proporcionalmente) = produto de sobremesa, a renda não aumenta seu consumo *** (vtc - já caiu 2x)

Elasticidade-renda da demanda por produtos industrializados é maior que 1 (renda aumenta, há aumento mais que proporcional na demanda) = aumentos da renda, aumentam o consumo desse bem

Como a elasticidade-renda dos produtos primários é baixa, a subida da renda mundial causa pouco efeito na demanda por bens primários, fazendo com que o preço dos bens primários se mantenha mais ou menos constante, enquanto o preço dos bens industrializados cresce progressivamente

O autor defende a industrialização substitutiva de importações como forma de mudar a composição da pauta de importações e exportações, elevando sua renda através da dinâmica do progresso técnico. Assim, o desequilíbrio do BP agravado pela DIT nas relações comerciais seria atenuado, diminuindo a vulnerabilidade externa dos países periféricos

Visão estruturalista da Inflação = os processos inflacionários latino-americanos têm suas raízes em desequilíbrios gerados nas atividades produtivas (“esfera real”) do sistema econômico e, especialmente, em certas características e rigidezes dos setores externo e agrícola / foco na estrutura produtiva de economias em desenvolvimento como as latino-americanas. / Em síntese, sob a ótica estruturalista, deduz-se que as políticas de estabilização inspiradas na posição monetarista conduzem à desaceleração do crescimento e ao aumento do desemprego. Elas só logram êxitos temporários e pouco significativos quanto às metas que explicitamente perseguem. Ainda segundo os estruturalistas, as causas da inflação estão associadas a conflitos distributivos, ou seja, empresários defendendo suas margens de lucro, trabalhadores tentando manter seus salários e o governo mantendo sua parcela por meio de impostos, preços e tarifas públicas.

Prebisch defende a não difusão do progresso tecnológico, ou seja, há uma diferença entre a tecnologia dos países e ela não se transfere de um para o outro.

Modelo Centro-Periferia:

▪ Economia central: diversificada e produtividade homogênea

▪ Economia periférica: especializada e produtividade heterogênea

Restrição externa ao crescimento = A tendência ao desequilíbrio externo vincula-se, dessa forma, à
alternância de períodos de bonança e de aguda escassez de divisas, o que no longo prazo se reflete nas oscilações do valor das exportações e da capacidade de importar. A obtenção de divisas por meio do frágil setor primário-exportador para a compra de bens de capital necessários à industrialização torna-se a principal restrição externa ao crescimento.

Superação da condição periférica e do desequilíbrio externo: “industrialização deliberada”: “complementaridade intersetorial” e “integração vertical da produção”.

O planejamento seria assim capaz de alterar os critérios de alocação de recursos a fim de ter a industrialização como eixo principal, evitando o desequilíbrio externo e minimizando as perdas devidas à deterioração
dos termos de troca.

O planejamento estatal, no entanto, não se apresenta como alternativa à economia de mercado, mas como meio de dar mais eficiência ao seu funcionamento.

De acordo com a visão de Prebisch, as recorrentes crises, nas nações periféricas, causadas pelo desequilíbrio dos balanços de pagamentos, decorreram, em parte, do fato de às ELEVADAS elasticidades-renda da demanda de importações terem-se contraposto as BAIXAS elasticidades-renda das exportações da periferia, o que contribuía para a deterioração dos termos de troca desses países.

CERTO - A tendência a um excesso de demanda da periferia por manufaturados de alta elasticidade rena da demanda importados do centro, e uma oferta excedente de produtos primários de baixa elasticidade rena da demanda produzidos pela periferia resulta numa tendência à deterioração dos termos de troca desses países.

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92
Q

Teoria de Singer-Prebisch

1- Elasticidade renda da demanda dos bens primários e industrializados

2- Solução para a dependência econômica

3- qual é a dupla tendência dos produtos industrializados em relação ao preços

A

Produtos de países em desenvolvimento sofrem mais com oscilações externas (refém) e possuem aumento menor de seus preços em relação aos industrializados (perda de bem-estar social) (exceção: petróleo), gerando dependência econômica.

Aumentos na renda geram baixo aumento da demanda de bens primários (elasticidade <1) e alta demanda para bens industrializados (elasticidade renda da demanda alta para estes últimos) – ao mesmo tempo que a renda e o preço dos bens industrializados sobem ao longo dos anos, o preço das commodities não os acompanha

A solução seria pela substituição das importações de bens manufaturados a qualquer custo. (O crescimento Chinês contesta a teoria ao manter o equilíbrio do preço das commodities devido ao alto consumo e ao exportar manufaturados mais baratos).

Segundo o chamado modelo Singer-Prebisch, existe uma dupla tendência ao se compararem as trajetórias dos preços internacionais dos produtos primários e dos produtos industrializados. Os primeiros tendem a oscilar de maneira mais pronunciada, enquanto os segundos são mais estáveis.

E ao longo do tempo, os preços dos produtos primários tendem a reduzir-se, enquanto os preços dos industrializados tem tendência de elevação. Esta e a essência do diagnostico que levou – certamente no caso de Prebisch – a postular uma diversificação da pauta de exportações.

OSCILAÇÃO/ESTABILIDADE E DIMINUIÇÃO/AUMENTO

A maneira de fazer isso seria por meio da alteração do processo produtivo, o que implicava a promoção da industrialização

Mais recentemente, o crescimento da importância da China e outros países asiáticos importadores líquidos de alimentos e minérios e exportadores de manufaturados a preços competitivos teve o efeito de inverter o diagnostico anterior: nos últimos anos, tem havido aumento expressivo dos preços das chamadas commodities, em paralelo a um barateamento dos produtos industrializados, derivado seja de sua produção em grande escala seja do progresso técnico crescentemente embutido nos produtos comercializados

Mercados com economia de escala, e, portanto, imperfeitos, possuem custo marginal decrescente e quando ligados a um setor inteiro (economia de escala externa), podem dificultar a entrada de concorrentes no comércio internacional (Vale do Silício). O pioneirismo em um setor com economia de escala possibilita a especialização e a liderança no setor. – As economias de escala não eram consideradas nas teorias de Adam Smith, Davi Ricardo e Hecksher-Ohlin

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93
Q

ECONOMIAS DE ESCALA

1- três tipos de economia de escala na economia internacional

2- tipo de mercado que possui economias de escala

A

Passam a ser um fator primordial nas novas teorias de comércio internacional, diferente das teorias clássicas e derrubando um de seus pilares (economias constantes de escala)

Resposta 1 = 3 tipos de economias de escala = internas ou externas a firma, ou ainda internacionais (Já caiu)

Resposta 2 = mercado imperfeitos

As economias de escala contrastam com os retornos constantes das teorias clássicas / as economias de escala existem na concorrência imperfeita (em contraste a concorrência perfeita dos clássicos)

As teorias clássicas e neoclássicas do comércio internacional mostram-se insuficientes para explicar padrões atuais de comércio global, em que predomina, entre os países desenvolvidos, o comércio intraindústria, isto é, com trocas entre o mesmo setor produtivo. Observando essa tendência e a incapacidade de explicá-la com base na perspectiva dos clássicos e neoclássicos, economistas como Krugman desenvolveram novas teorias, que levam em conta a presença de economias de escala e de concorrência imperfeita.

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94
Q

Economia de escala interna à firma

1- definição

A

gera uma concorrência imperfeita, pois alguém passa a ter um custo menor que os demais, possibilitando o dumping para formar monopólio

Quanto maior a produção de qualquer negócio em particular, menor seu custo médio (economia de escala) / economia de escala interna está ligado ao tamanho da produção da firma

Quando as economias de escala se aplicam ao nível setorial, em vez de ao nível das empresas individualmente, elas são chamadas de economias de escala externas

As economias de escala INTERNAS à firma NÃO são consistentes com a hipótese de concorrência perfeita (onde todos os preços são iguais, não há como haver diferenciações entre os produtos ou preços) – aquelas firmas competitivas, em que ocorrem ganhos de escala, vão sempre aumentar a produção, resultando em maior participação no mercado e, portanto, violando a condição de concorrência perfeita /

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95
Q

Economias de escala interna externa à firma

1- Definição

A

é aquela que ocorre em todo o setor, não em uma única firma / quando o custo médio de cada firma depende do tamanho da indústria a que pertence / Diferente das economias de escala internas, os rendimentos crescentes EXTERNOS são compatíveis com a concorrência perfeita = neste caso, os rendimentos de escala são percebidos por cada firma em separado, mas aumentam de forma externa a elas (o setor inteiro se beneficiou e há compatibilidade com a concorrência perfeita)

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96
Q

Economia de escala internacional (ou externa)

1- definição

2- dois fatores que podem gerar economias de escala internacional

3- Diferença entre economia interna e externa de escala

4- três vantagens da concentração industrial para a produção

A

São resultado da divisão internacional do trabalho ou especialização da produção mundial (avanços tecnológicos por exemplo = o mundo inteiro ganha) = É uma economia de escala internacional

Esse tipo de economia (de escala internacional) “prende” empresas no setor em que o país se destaca, permanecendo nesse setor, mesmo que a origem seja um acaso histórico (Cafeterias na Espanha) (diminui a inovação em outros setores)

Em termos teóricos, a economia de escala internacional também é compatível com a Concorrência perfeita, pois beneficia TODO o setor, assim como as economias externas à firma

Um conglomerado de empresas (distritos industriais ou clusters) pode ser mais eficiente e gerar economias de escala por causa da: sustentação de fornecedores especializados, constituição de um mercado comum de trabalho (bons funcionários) e fomento dos transbordamentos de conhecimento

Cada concorrente novo que entra no mercado faz com que haja custos mais baixos, gerando uma curva de oferta agregada negativamente inclinada (quanto maior o setor, menores os custos)

Economias externas possuem efeitos ambíguos sobre o bem-estar = a concentração da produção em um grupo ou local pode reduzir custos e beneficiar o comércio mundial, mas não é certo de que uma especialização profunda seja a melhor opção para o país ou setor (Exemplo do café BR na I República) = para economia mundial é positivo (eficiência = colhendo vantagens comparativas e economia externa), mas para o país pode não ser

Economias EXTERNAS de escala = Ocorrem em nível de setor industrial, de forma que não transformam o mercado em algo imperfeito. Não se confundem com as vantagens ou economias de escala INTERNA de uma grande empresa que tende a se tornar monopólio ou oligopólio por suas vantagens (mercado imperfeito). As economias de escala em si dizem respeito a um aumento proporcional maior na produção, quando se adiciona um fator de produção.

Economias externas de escala acontecem quando o custo por unidade depende do tamanho do setor, mas não necessariamente do tamanho de alguma empresa.

Economias internas de escala acontecem quando o custo por unidade depende do tamanho de uma empresa individual, mas não necessariamente do tamanho do setor.

Por exemplo, a produtividade pode aumentar com a entrada de mais empresas no setor (indústria no conjunto maior), mesmo que cada indústria individualmente continue produzindo a mesma quantidade, graças à possibilidade de uma oferta mais eficiente de serviços especializados ou maquinário.

Um setor no qual as economias de escala são puramente externas (isto é, onde não existem vantagens para empresas grandes) geralmente consistirá de muitas empresas pequenas, e pode ser perfeitamente competitivo. Economias internas de escala, por contraste, dão às grandes empresas uma vantagem de custo sobre as pequenas e criam estruturas de mercado imperfeitamente competitivas.

Tanto as economias de escala internas quanto externas são importantes causas do comércio internacional.

Quando as economias de escala são aplicadas no nível da indústria, em vez de no nível da empresa individual, elas são chamadas de economias externas.

A análise das economias externas remonta a mais de um século pelo economista Alfred Marshall, que ficou impressionado com o fenômeno dos “distritos industriais”: concentrações geográficas de indústria que não podem ser facilmente explicadas por recursos naturais. Na época de Marshall, os exemplos mais famosos incluíam tais concentrações de indústria como o conjunto de fabricantes de talheres de Sheffield e o conjunto de empresas de meias em Northampton

Marshall argumentou que existem três razões principais para que um conjunto de empresas seja mais eficiente do que uma empresa individual isoladamente:

1) a habilidade de um aglomerado em dar apoio a fornecedores especializados;

2) a maneira que uma indústria geograficamente concentrada permite um agrupamento do mercado de mão de obra; e

3) a maneira como as indústrias geograficamente concentradas ajudam a promover o transbordamento de conhecimento.

Esses mesmos fatores continuam a ser válidos atualmente.

Exemplos de Economia externa pela concentração espacial: (1) concentração espacial de fornecedores especializados, (2) agrupamento do mercado de mão de obra altamente especializada, evitando escassez, subaproveitamento ou desemprego, (3) transbordamento de conhecimento

A concentração de indústrias em um determinado espaço favorece a criação de um mercado de fornecedores especializados (exemplo: Vale do Silício), tornando esse mercado mais competitivo e dificultando a formação de concorrentes. Todas essas vantagens criam economia externas para determinados setores que se favorecem e podem exportar ou distribuir seus produtos com menor custo.

Normalmente, a demanda é declinante e a oferta ascendente. Contudo, na presença de economias externas de escala, existe uma curva de oferta em queda futura: quanto maior for a produção da indústria, menor vai ser o preço pelo qual as empresas vão querer vender, porque seu custo médio de produção cai ao passo que a produção da indústria aumenta

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97
Q

Retornos Crescentes Dinâmicos (também chamados de economias de escala) ***

1- conceito e relação com o conhecimento

2- relação com o protecionismo

A

são os ganhos provenientes do transbordamento do conhecimento ou know-how (redução de custos) / Algumas das economias externas mais importantes surgem da acumulação de conhecimentos. Quando uma empresa individual aperfeiçoa seus produtos ou técnicas de produção graças à experiência, é provável que outras a imitem e se beneficiem de seu conhecimento.

Esse transbordamento de conhecimento gera uma situação em que os custos de produção de empresas individuais caem, à medida que o setor como um todo acumula experiência. É a mesma ideia de economia de escala externa, porém as economias de escala vem de um aperfeiçoamento do know-how ou EXPERIÊNCIA, fornecendo outro nome a “teoria”

E essa relação é resumida por uma curva de aprendizagem, que relaciona o custo unitário com a produção acumulada / países que não gozam de retornos crescentes dinâmicos, apelam para o protecionismo até que sua indústria possa competir e adquirir a EXPERIÊNCIA que o concorrente adquiriu

OS RETORNOS CRESCENTES DINÂMICOS SÃO UMA RAZÃO QUE JUSTIFICA O PROTECIONISMO – É a condição que a indústria nacional tem de adquirir

Conceito = Curva de aprendizagem é a curva que relaciona as quantidades de insumos necessários para produzir uma unidade de produto à medida que aumenta a produção cumulativa da empresa.

ECONOMIAS DE ESCALA EXTERNAS DINÂMICAS = é uma das justificavas para argumentação em favor do protecionismo = obtenção de economias escalas dinâmicas para chegar ao nível da concorrência internacional

Modelo de Kemp = Se um país ou empresa tem uma economia externa de escala e, portanto, tamanhos de estruturas de produção distintas em relação aos demais, a empresa ou país não precisa necessariamente se especializar em um único produto, como dizia Ricardo e suas vantagens comparativas. Na realidade, a empresa ou país pode abrir a pauta e criar um padrão de especialização em vários tipos de mercadorias para conseguir absorver os ganhos de escala com a abertura comercial.

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98
Q

Transações intrafirma (comércio intrassetorial)

1- conceito

2- citar 2+ indústrias que realizam essas transações

3- 2+ exemplos de barriras que estímulam as transações intrafirma

A

É a situação em que as empresas compram de si mesma / São mais frequentemente encontradas em relação àqueles produtos ou serviços que demandam mais intensamente mão de obra ** altamente especializada **

Estudos da OCDE indicam que as transações intrafirma tendem a ser elevadas (mais de 50% do total de transações internacionais das empresas) nas indústrias farmacêuticas, de computadores, semicondutores e veículos automotores.

Esse tipo de comércio é analisado no modelo de S. B. Linder (1960) + Belassa (1966) + Krugman (1979) + Falvey (1981)

As empresas fazem integração vertical para proteger seu conhecimento

** “A incorporação de elementos, como rendimentos crescentes de escala, concorrência imperfeita e diferenciação de produtos, permite conceber a especialização no comércio em produtos que não correspondem à dotação relativa de fatores produtivos, do mesmo modo que dão margem a processos produtivos complementares, entre plantas produtivas situadas em países distintos, levando à INTENSIFICAÇÃO DE TRANSAÇÕES INTRAFIRMA” **

A abertura e maior integração comercial entre países avançados, abundantes em capital e tecnologia e com mercados dominados por oligopólios, de acordo com o modelo de Krugman, promove o comércio intraindustrial e leva a preços mais baixos dos produtos negociados devido à exploração das economias de escala

O comércio intraindustrial é a situação em que dois países exportam e importam simultaneamente produtos de uma mesma origem industrial.

Já o Comércio interindustrial ocorre quando dois países comercializam produtos de diferentes indústrias.

Se os países são similares em sua tecnologia e em fatores de produção, eles possuem capacidades produtivas semelhantes. Por isso, a maior parte do comércio será intraindustrial (Brasil e Argentina exportam e importam entre si carros e carnes, já que nossas capacidades de produção permitem a produção desses dois produtos).

Se os países fossem diferentes em suas capacidades de produção, aí a maior parte do comércio seria interindustrial (Brasil e China ou Brasil e EUA: Brasil exporta comida e importa tecnologia).

A transação intrafirma também ocorre porque determinadas barreiras entre os países – como políticas governamentais no país de origem -, podem implicar em maiores custos de produção. Por exemplo, Barreiras comerciais externas, regulação do movimento internacional de capital, políticas de estímulo ao investimento, tributação de ganhos, regulação de concorrência no mercado interno, níveis de taxas de juros e de taxas de câmbio são elementos que podem influenciar o surgimento desse tipo de transações intrafirma.

Em suma, as indústrias com produção intensiva em conhecimentos científicos e em larga escala dependem mais de insumos de alta tecnologia, alta qualidade, alto grau de capacitação dos trabalhadores e peças e componentes altamente especializados. Sua aquisição tem elevado valor estratégico para as empresas, de modo que elas preferem manter controle direto sobre a provisão desses insumos por meio de investimento direto e de transações internas à firma.

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99
Q

Modelo de Linder (1960)

1- objetivo do modelo

2- conceito

A

É um modelo que visa explicar o fluxo comercial entre países desenvolvidos

Para Linder, as vantagens comparativas são determinadas pela demanda (“keynesiano”), e não pela oferta (fator de produção abundante), conforme o teorema de Hecksher-Ohlin

Parte do pressuposto que muitos países negociam com outros em situação de desenvolvimento semelhante (com fatores de produção semelhantes)

Países com alta renda possuem gostos mais sofisticados e a estrutura do país depende, portanto, do nível de renda /

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100
Q

Modelo de Vernon (teoria do ciclo produtivo)

1- duas fases do ciclo de vida dos produtos

2- 3+ características do produto na primeira fase

3- 2+ características da segunda fase

A

também chamada de Teoria do Ciclo Produtivo de Raymond Vernon / estudou produtos com alto grau de sofisticação e seu ciclo de vida que se divide em 2 momentos

1- surgem nos países desenvolvidos pela pesquisa e inovação / intensivos em capital / possuem poucos produtores / alto grau de diferenciação, destinados a renda elevada / possibilidade de monopólio / baixos índices de elasticidade-preço da demanda e altos índices de elasticidade-renda da demanda

2- fase da maturidade, passa a ser intensivo em trabalho e internacionalização da produção para países em desenvolvimento.

A teoria pressupõe que os países em desenvolvimento que internalizavam a produção são justamente aqueles que outrora importavam. Ou seja, a demanda interna destes países É um pressuposto da teoria.

Por fim, na fase 2, a fase de maturidade é alcançada quando o produto se torna amplamente disponível em vários países e a concorrência se intensifica. Nesse estágio, os custos de produção podem ser mais baixos em outros países, o que
leva à deslocalização da produção para locais com mão de obra mais barata. O país de origem do produto geralmente se torna um importador do próprio produto que antes dominava a produção.

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101
Q

Teoria da concorrência monopolística

1- conceito

A

o país não produzirá todos os bens, especializando-se na produção de alguns bens e obtendo economias de escala na sua produção (mercado imperfeito).

Através da especialização e das economias de escala, países com estrutura semelhante comercializarão produtos dentro de um mesmo setor industrial, chamado comércio intra-indústria.

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102
Q

Subsídios

1- efeito na quantidade de equilíbrio

2- efeito no preço para produtor e para o consumidor

3- dois casos de produtos que contam com subsídio brasileiro

4- tipo de barreiras que os subsídios se enquadram

5- dois tipos de subsídios proibidos pela OMC

6- Duas diferenças entre o subsídio à exportação e à produção doméstica

A

A introdução do subsídio provoca um aumento na quantidade de equilíbrio. Eleva-se o preço recebido pelo produtor, estimulando a oferta; e reduz-se o preço pago pelo consumidor, estimulando a demanda em um primeito momento, ocorrendo a perda de eficiência por situar-se acima do equílibrio e do socialmente ótimo.

Para arcar com o subsídio, o governo deve arrecadar impostos ou se individar, o que em última analise recai sobre o contribuinte em qualquer caso. O subsídio aumenta o retorno privado de produzir nesse mercado, que se tornou mais alto do que o retorno social dessa atividade. Da perspectiva da sociedade, isso constitui um desperdício de recursos - isso está por trás do custo social do subsídio.

É considerado um imposto ao contrário / ocorre no DIESEL e no leite no BR / o grupo mais inelástico ao bem (aqueles que dependem) desfrutam da maior parte do benefício / subsídios podem se basear em estímulos para exportação ou ainda para a PRODUÇÃO (apoio interno) / Os subsídios são considerados barreiras comerciais NÃO-TARIFÁRIAS

Os subsídios produzem deterioração dos termos de troca ao elevar os preços no mercado interno e reduzi-os nos mercados de destino, o que é compensado pelo aumento da renda que provocam no mercado interno.

Há subsídios proibidos, não acionáveis e acionáveis. Ou seja, nem todos são proibidos pela normativa da OMC. Os subsídios proibidos são aqueles vinculados ao desempenho exportador ou ao uso preferencial de produtos domésticos em detrimento de estrangeiros

** Pode-se pensar no subsídio como sendo um imposto negativo porque seu efeito sobre a quantidade produzida é exatamente o oposto do efeito de um imposto, ou seja, a quantidade aumenta. Existindo subsídio, o preço líquido recebido pelo vendedor excede o preço pago pelo comprador e a diferença entre os dois é igual ao valor do subsídio **

De maneira análoga ao caso do imposto, o benefício de um subsídio é dividido entre compradores e vendedores, dependendo das elasticidades relativas da oferta e da demanda

Existem dois tipos de subsídios: para exportação ou para produção doméstica.

SUBSÍDIOS À EXPORTAÇÃO (proibidos pela rodada Nairóbi em 2015)

Quando um país é fechado encontra-se em equílibrio de autarquia (Preço e quantidade cruzam-se no equilíbrio). Quando o país é um EXPORTADOR (não fechado), o preço e quantidade são uma linha acima do preço de equílibrio (caso o preço internacional seja maior que o preço doméstico e seja um país pequeno – sem capacidade de influenciar o preço internacional). Nesse caso, os consumidores nacionais pagam o preço de EXPORTAÇÃO e os fornecedores atenderão a demanda interna daquela quantidade e o restante será exportado.
Conclusão: as duas linhas retas (preço sem subsídio e preço com subsídio) acima do preço equílibrio diminuem a quantidade demandada no país e aumentam a quantidade disponível, a diferença entre a oferta e a demanda é exportada.

No país exportador, os consumidores são prejudicados pelo subsídio, os produtores ganham e o governo perde, porque deve gastar dinheiro com o subsídio. O subsídio leva, inequivocadamente, a custos maiores que seus benefícios.

Em outras palavras:

Quando um país é exportador de um produto, o preço internacional supera o equilíbrio entre oferta e demanda domésticas, que é o equilíbrio de autarquia. A introdução de um subsídio à exportação vai elevar o preço internacional no montante do subsídio. Isto levará a uma redução da demanda doméstica, pois o consumidor interno terá que pagar mais pelo bem. E levará a um aumento da oferta doméstica, pois o subsídio eleva o preço que ele recebe.

As despesas do governo com o subsídio, somadas às perdas dos consumidores, superam os ganhos de excedente do produtor dos ofertantes. Como resultado, há uma redução do excedente total da economia, ou seja, peso morto. A proibição dos subsídios à exportação agrícola deve então elevar o bem-estar total dos países que antes os adotavam, beneficiando consumidores e governos, entretanto levará a perdas para os produtores que antes ganhavam com estes subsídios.

SUBSÍDIOS À PRODUÇÃO (ainda legalizados) (caso de países importadores**)

Linha de preço fica abaixo do preço de equilíbrio em condições normais (porque o preço internacional é menor que o doméstico). Com a adição de subsídio há um DESLOCAMENTO da oferta para a direita formando um novo equilíbrio com a linha reta de preço. Isso gera queda no preço e aumento da quantidade, aproximando-se do preço internacional. A diferença nas quantidades entre as duas ofertas é a DIMINUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES. Não há alterações no excedente do consumidor, há perdas para o governo e ganhos para o fertante (menores que as perdas do governo, gerando peso morto).

Em outras palavras:

O subsídio à produção (apoio interno) difere do subsídio à exportação na medida em que este é aplicado apenas ao produto exportado, e o primeiro se aplica a toda a produção. Desta forma, a análise também será diferente. Supondo que o país que adota o apoio interno seja um importador, o preço internacional neste caso é menor do que o preço de autarquia. Ao pagar um subsidio à produção, a curva de oferta se desloca para direita e para baixo, aumentando a produção doméstica e reduzindo o preço de autarquia, que se aproxima do preço internacional. Como resultado da demanda constante e aumento da produção interna, o total das importações vai diminuir

O consumidor não terá alteração em seu excedente, pois ele seguirá pagando o preço internacional, mas os produtores vão aumentar seu excedente pois aumentarão a produção. O consumidor não terá perdas neste caso, mas o subsídio pago pelo governo supera o ganho do excedente dos produtores, o que significa que neste caso também haverá peso morto. Assim, faz sentido que se elimine também a modalidade de apoio interno, pois os países que o adotam poderão ter aumento no seu bem-estar, e os países em desenvolvimento vão poder elevar suas exportações, visto que países que adotam o apoio interno têm suas importações artificialmente reduzidas

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103
Q

Quotas e tarifas de importação

1- conceitos

2- impactos da quotas

3- quatro variáveis que limitam a perda do consumidor com a imposição de uma tarifa no gráfico

3- diferença entre tarifa específica e ad valorem

A

Quota limita a quantidade importada e tarifa é um imposto e gera receita, ambas visam ajudar a indústria nacional / Só faz sentido impor caso o preço mundial esteja abaixo do preço de equilíbrio interno / Não confundir com quota de produção (ligada a um limite de produção interna – fixa a oferta) /

As quotas, mesmo não alterando o preço do bem, afetam a distribuição de renda do país, uma vez que há rearranjo entre excedentes do consumidor, produtor e receita do governo (geram perda do bem estar pelo peso morto) /

Portanto, as quotas têm impactos distributivos (assim como as tarifas também têm). Além do mais, se tivermos que comparar a quota à tarifa, esta será superior àquela, já que a imposição da tarifa, ao menos, gera receita para o governo, enquanto a quota não gera nenhuma receita para o Estado.

A imposição de uma política comercial, como tarifas generalizadas sobre as importações sob o regime de taxas de câmbio fixas, tende a reduzir a renda do país - QUESTÃO ERRADA TPS 2021

Em um regime de taxas de câmbio flexíveis, a imposição de restrições ao comércio, tais como quotas às importações ou tarifas, não afeta a renda, porque a apreciação da moeda nacional aumenta as importações, compensando o aumento inicial das exportações líquidas. - CERTO - TPS 2003

** As cotas possuem os mesmos efeitos que uma tarifa: aumenta o preço, reduz a quantidade de importações; reduz o bem-estar dos compradores; aumenta o bem-estar dos vendedores (com exceção da receita do governo que vai para os detentores das licenças) **

Quanto mais INELÁSTICA (em pé) for a curva de demanda, as perdas relativas a bem-estar decorrentes da imposição de uma tarifa sobre produtos importados serão tanto menores (diminui a área da perda dos consumidores formada pelo trapézio entre as curvas de oferta e demanda e o preço antigo e o novo)

TARIFAS:

ESPECÍFICAS = valor fixo

AD VALOREM = %

Restrições às importações (TARIFAS OU QUOTAS) e seus efeitos nas EXPORTAÇÕES E RENDA AGREGADA:

  • Uma tarifa ou quota reduz as importações, aumenta NX e desloca a curva IS para direita (de E para E’).
  • Renda e taxas de juros aumentam.
  • Taxas de juros mais altas atraem fluxos de capital, BP > 0 e a moeda
    nacional aprecia.
  • Com apreciação da moeda, o saldo da balança comercial diminui (importações mais baratas e exportações mais caras) e desloca IS para a esquerda.
  • A economia volta ao equilíbrio inicial sem alteração da renda.
  • Restrições às importações não aumentam as exportações líquidas (nem
    reduzem o déficit comercial).
  • A política comercial é ineficaz com taxas de câmbio flexíveis.
  • Distúrbios reais na demanda não afetam a produção de equilíbrio sob taxas flexíveis.

Esse movimento é IDÊNTICO ao que ocorre com o uso da política fiscal EXPANSIONISTA em câmbio flutuante (mesmo efeito da proteção comercial)!

No gráfico de oferta e demanda (preço x quantidade):

  • A TARIFA desloca a reta horizontal para um novo ponto acima do equilibrio inicial (abaixo do ponto de equilibrio do mercado)
  • A COTA desloca a curva de OFERTA para a direita
  • Os dois menores triangulos formados com a demana e a oferta são os pesos-morto (sempre)
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104
Q

Curva J

1- conceito

2- duas variáveis em questão

A

efeitos que a taxa de câmbio causa na balança comercial

Depreciações ou valorizações cambiais levam tempo para surtir efeito no mercado.

Por isso, em uma depreciação da moeda nacional, inicialmente as exportações tendem a cair (deterioração da balança comercial) antes de aumentar e reduzir esse déficit (curva J) / Isso se deve muito aos contratos internacionais e suas correções.

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105
Q

GENERAL AGREEMENT ON TARIFFS AND TRADE

1- nome dado as partes, vigência do acordo, quantidade de rodadas e quais produtos foram negociados

2- Rodada Tóquio - duração, principal avanço e seu conteúdo

3- Rodada que cria a OMC

4- Dois principais órgãos da OMC

5- Quatro principais etapas do órgão de solução de controvérsias

6- Dois princípios que fazem parte do Princípio da Não Discriminação

A

O Acordo Geral de tarifas e comércio (GATT) não é uma Organização Internacional, mas um acordo internacional, os interessados são PARTES CONTRATANTES / O GATT NÃO foi extinto em 1994, ainda em vigência / houve 8 rodadas até 1994 / BR é fundador do GATT, ALALC (1960), ALADI (1980) / As normas e os acordos no âmbito do GATT aplicam-se exclusivamente ao comércio de mercadorias. As normas e os acordos no âmbito da OMC é que se aplicam ao comércio de mercadorias, de serviços e de direitos de propriedade intelectual

Limites quantitativos já são permitidos eventualmente (salvaguardas ou desequilíbrio no BP)

Abrange o Princípio da não discriminação = os impostos aos produtos nacionais devem ser iguais aos importados

Na Rodada Tóquio (1973-1979) (lembrar que ocorreu durante os dois choques do petróleo) foi estabelecida a Cláusula de Habilitação, que permitiu a concessão de tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento / A Cláusula de Habilitação permitiu a concessão de tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento na OMC (rodada Tóquio)

Rodada Uruguai = a grande inovação desta rodada foi a obrigatoriedade de aceitação dos resultados por todos os países membros, sob pena de exclusão da recém-criada OMC, que passou a ter decisões de caráter impositivo e de cumprimento obrigatório

OMC = acordos plurilaterais (adesão facultativa) e multilaterais (obrigatório, inclui o GATT, propriedade intelectual [TRIPS])

A estrutura organizacional da OMC é composta pela Conferência Ministerial (reunião a cada 2 anos), o Conselho Geral (trabalho permanente e resolução de controvérsias), os conselhos de mercadorias, de serviços e de propriedade intelectual

O Conselho Geral desempenha as funções da OMC nos intervalos entre as reuniões da Conferência Ministerial. É no âmbito deste órgão que se dá a função de Órgão de Solução de Controvérsias e ainda de Órgão de Revisão das Políticas Comerciais, que tem como foco analisar políticas comerciais e administrar as disputas

A Rodada Doha começa em 2001 (nesse contexto, em 2003 surge o G20 COMERCIAL = países em desenvolvimento – América Latina, África e Ásia) / Doha funciona pelo princípio de “single undertaking”, alterações em acordos devem ter aceitação de todos os membros

Em 2013, surge o Tratamento especial e diferenciado = na reunião de Bali foram previstos tratamento diferenciado entre países membros de menor desenvolvimento relativo

O procedimento de solução de controvérsias na OMC é basicamente dividido em quatro fases: formulação de consultas pelos Estados envolvidos, painéis, apelação e implementação

Podemos afirmar também que o GATT é um acordo multilateral, pois vincula todos os membros da OMC /

A OMC atua apenas em litígios entre nações

** O princípio do tratamento nacional ou paridade se refere a produtos (mesmo tratamento entre produtos nacionais e importados uma vez adentrado o território aduaneiro) e a Cláusula da Nação Mais favorecida se refere a países. Ambos são desdobramentos do princípio da Não-discriminação **

Observação: CESPE considera certo = Na Rodada de Desenvolvimento de Doha de 2001, os ministros das relações exteriores e de comércio dos diferentes países buscaram a liberalização comercial e o crescimento econômico, com especial atenção às necessidades dos países em desenvolvimento.

Apesar de suas deficiências e das resistências políticas, a Carta da Organização Internacional do Comércio (OIC), ou Carta de Havana, foi um documento de política comercial inédito – CERTO -

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106
Q

Principais Blocos de Integração na América do Sul

1- Ano de criação e 4 países partes da ALALC

2- Ano de criação do Pacto Andino

3- Ano de criação e 4 países parte da Aliança do Pacífico

A

ALALC (1960) = interesses comerciais ARG, BRASIL, CHILE e MÉXICO (os 4 grandes)

PACTO ANDINO (1969) torna-se COMUNIDADE ANDINA (CAN)

ALALC TORNA-SE ALADI EM 1980

MERCOSUL EM 1991 (Tratado de Assunção)

2009 = criação da ALBA (Aliança Bolivariana das Américas = américa do Sul + caribe + américa central)

2012 = Aliança do Pacífico = Chile, Peru, Colômbia, México

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107
Q

Resposta BR à crise de 2009

1- 3 de 5 fatores que protegeram a economia brasileira

2- duas medidas adotadas na política monetária

3- duas medidas adotadas na política fiscal

A

O Brasil sofreu poucos efeitos devido ao seu investment grade e recebeu investimentos externos no período, além de suas reservas internacionais, boa regulação do mercado financeiro nacional, saneamento dos bancos nacionais realizados por FHC (PROER) e política monetária responsável.

Apenas houve pequena oscilação no real que logo retornou a menos de R$ 2, havendo redução das exportações e da demanda agregada. Diante da crise, o governo adotou medidas política monetária antirecessiva ou expansiva (redução da taxa de juros, dos depósitos compulsórios, e da taxa de redesconto).

A política fiscal seguiu o mesmo caminho anticíclico da política monetária: redução do IPI para automóveis e eletrodomésticos, desoneração tributária do mercado imobiliário e investimentos nas obras do PAC, com o objetivo de estimular a demanda agregada.

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108
Q

Dois Mecanismos financeiros dos BRICS

1- valores de cada um

2- funções de cada um

3- duas novidades do NDB

A

1) Fundo contingente de reservas = 100 bilhões = Brasil, Rússia e Índia contribuem com 18 bi e África do Sul 5 bi = ajuda a correções no balanço de pagamentos /

Novo Banco de Desenvolvimento (2014) = multilateral e alternativo ao FMI e BIRD (insuficiência de crédito), cooperação financeira e desenvolvimento, auxilia na infraestrutura de países em desenvolvimento / A membresia será aberta aos membros das Nações Unidas / o capital inicial de 50 bilhões será subscrito pelos 5 sócios iniciais

O NDB apresentou, ainda, duas inovações institucionais: igual poder de voto entre seus sócios fundadores e a possibilidade de ofertar empréstimos em moeda local para reduzir riscos aos tomadores, bem como promover os mercados de capitais locais.

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109
Q

REGIMES DE CÂMBIO

1- citar três grandes preços macroeconômicos

2- cinco tipos de câmbios existentes e suas características

3- mecanismo cambial que atua na inflação

4- duas consequências da obtenção constante de superavits em câmbio fixo

5- câmbio adotado no Brasil atualmente

A

Existem 3 grandes preços macroeconômicos: o câmbio (preço das divisas internacionais), juros (preço da oferta e demanda de crédito) e a inflação (relação ou medida da oferta e demanda de produtos)

Como todo preço, a taxa de câmbio é determinada pela oferta e pela demanda, no caso, de divisas

Existem 5 tipos de câmbio:

1) flexível ou flutuante (o câmbio responde livremente às variações da oferta e demanda de divisas estrangeiras),

2) fixo (a autoridade monetária, ou seja, o Banco Central define a taxa de troca entre a moeda nacional e a estrangeira fornecendo maior previsibilidade por um maior custo, amarrando a autoridade monetária em busca do objetivo de manter fixo),

3) Flutuação suja (modelo intermediário, mais usual, utilizado no BR)

4) Crawling peg ou bandas cambiais (Forma parcial de câmbio fixo, em que se deixa a moeda flutuar de forma gradual [bandas cambiais determinadas pelo BC]. É uma forma de manter estável a taxa de câmbio real, compensando variações inflacionárias de forma suave),

5) Currency board (Forma extremada de fixação do câmbio, submetendo toda a política cambial ao atingimento de determinada “meta cambial” = assim, o banco central de um país tem moeda estrangeira suficiente para lastrear cada unidade da moeda interna = utilizado em casos de ataques especulativos em países em crise = Argentina em 2000)

Desvalorização cambial = dólar sobe em relação ao real, compradores estrangeiros com o mesmo dólar compram mais produtos, por isso, exportadores exportam mais, enquanto os importadores pagarão mais reais por dólares e importarão menos (desestímulo)

*** Inflação: Um dos principais instrumentos utilizados para o controle da inflação tem sido a VALORIZAÇÃO cambial, chamada, nesse contexto, de âncora cambial. Dessa forma, estimula-se a importação, aumentando a concorrência com os nacionais, o que provoca uma pressão de queda dos preços internos.

Uma desvalorização cambial, por seu turno, implica no chamado efeito “pass-through”, ou a chamada “importação de inflação”, quando os preços dos bens importados acabam impactando sobremaneira os índices de preços, visto que os produtos locais terão uma margem maior para trabalhar seus preços (oferta de produto menor), causando inflação

A oferta monetária (quantidade de dinheiro circulando na economia) é um importante instrumento de política econômica, por meio do qual o BACEN pode estimular/desestimular o emprego, aumentar/reduzir as taxas de juros, etc. Em regimes cambiais fixos, o BACEN perde esse instrumento de política econômica, pois terá que se preocupar em manter a taxa de câmbio fixa

Portanto, no regime de câmbio fixo, a política monetária é inócua e a taxa de juros não consegue ativar a economia, dado que a autoridade monetária deve assegurar o equilíbrio no mercado de câmbio à paridade fixada entre moeda nacional e estrangeira. Como vantagem, a taxa de câmbio fixa pode ser utilizada como âncora para a estabilidade de preços, mas esse regime depende do crescimento das reservas, que é limitado

Política monetária = SELIC, Redesconto bancário, Recolhimento Compulsório, Open Market = Política Monetária

Superávits excessivos no câmbio fixo geram um aumento do custo de oportunidade e restringem o bem-estar da sociedade, já que representa sacrifício do consumo presente (ou seja, o governo fica guardando dinheiro ao invés de aplicar em melhorias)

Atualmente, o Brasil utiliza o Câmbio Flutuante ADMINISTRADO (dirty floating)!

A convenção do certo, adotada pelos EUA e Inglaterra, consiste em cotar a moeda nacional em moeda estrangeira. A convenção do incerto, adotada pelos demais países, consiste em cotar a moeda estrangeira em moeda nacional. No caso, no Brasil, um dólar custa R$ 2,30 pela convenção do incerto.

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110
Q

Câmbio Fixo (ou âncora cambial)

1- funcionamento do câmbo fixo

2- uma consequência de déficits e superávits constantes nesse regime

3- Eficácia da política fiscal e monetária em câmbio fixo SEM mobilidade de capitais (eficaz ou ineficaz)

4- uma vantagem da adoção do câmbio fixo

A

O BACEN atua no mercado comprando e vendendo divisas para manter uma taxa prefixada (podendo ser alterada diariamente – véspera do plano Real). Nesse caso, o BACEN deve estar preparado para excesso de demanda (déficits no BP) ou aquisição em excesso de moeda estrangeira (superávit no BP) – abrindo mão da liberdade de condução da política monetária.

O BC pode atuar desvalorizando a moeda nacional, favorecendo exportadores e prejudicando importadores. O estoque de moeda deve ser regulado para manter o valor estipulado / déficits persistentes esgotam as reservas internacionais nesse regime / superávits persistentes acumulam reservas excessivas (China), elevando o custo de oportunidade, ou seja, restrição ao bem-estar da sociedade, já que significa o sacrifício do consumo presente

Lembre-se: câmbio fixo é aquele em que NÃO há apreciação ou depreciação da moeda nacional / política fiscal eficaz (IS-LM) (quando há perfeita mobilidade de capitais!)

Um dos principais argumentos mobilizados na defesa do regime de câmbio fixo é a disciplina que esse regime cambial impõe à condução da política econômica de um país, uma vez que, sob tal regime, ** o banco central não pode controlar as taxas de juros nem financiar o déficit público por intermédio da emissão de moeda **

Câmbio fixo = acaba com TAXA DE JUROS E EMISSÃO MONETÁRIA!

Política fiscal expansiva bastante eficaz no câmbio fixo (fifi) = desloca a IS para a direita, onde a taxa de juros interna > taxa juros internacional (sai do equilíbrio), gerando excesso de moeda estrangeira e a obrigação do BACEN comprar esse excesso, encharcando a economia com moeda nacional (deslocamento da LM para a direita) até o ponto que a taxa interna e externa se igualem novamente, ocorrendo aumento da renda, não alteração da balança de bens e serviços (X-M) e aumento das reservas internacionais. – FIFI (FIXO/FISCAL)

Atenção: câmbio fixo sem mobilidade de capitais = política fiscal INEFICAZ / ** só se pode considerar fifi-momo para perfeita mobilidade de capitais! **

Sem mobilidade de capitais: câmbio fixo (fiscal e monetária) = ineficaz / câmbio flutuante (fiscal e monetária) = eficaz

Alta/baixa mobilidade de capitais: tudo eficaz, menos Câmbio Fixo-Monetária

Câmbio fixo é o regime que implicam excessivo ônus para a autoridade reguladora da estabilidade econômica do país (BACEN) para manutenção do câmbio adotado

Não esquecer: Na prática, o aumento de salário nominal pode ser comparado a uma política monetária restritiva (que desloca a curva LM para a esquerda) = isso porque para os clássicos, aumento dos salários, gera aumento de preços que gera diminuição da moeda em circulação (aumento de salários nominais desloca a LM para a esquerda - sempre cai na CESPE)

No regime de câmbio fixo, a política monetária é inócua e a taxa de juros não consegue ativar a economia, dado que a autoridade monetária deve assegurar o equilíbrio no mercado de câmbio à paridade fixada entre moeda nacional e estrangeira. Como vantagem, a taxa de câmbio fixa pode ser utilizada como âncora para a estabilidade de preços, mas esse regime depende do crescimento das reservas, que é limitado - CERTO

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111
Q

Regime de taxas flutuantes (ou flexíveis)

1- duas vantagens

2- duas desvantagens

3- número de intervenções máximo e período de tempo para configurar como câmbio livre

4- Efeito da política fiscal e monetária em uma economia com câmbio flutuante com pouca ou sem mobilidade de capitais (eficaz ou ineficaz)

5- Dois únicos casos em que a política fiscal é inefiaz (extremos)

A

Atua de acordo com a oferta e demanda de divisas, mantendo o Balanço de Pagamento em equilíbrio e igual a zero, pois as entradas são iguais as saídas (vantagem desse regime) / os preços de conversão da moeda são determinados pelas forças de mercado

Vantagens = não há ônus para autoridade financeira por não precisar ficar intervindo no mercado de câmbio + BP sempre em equilíbrio (déficits compensados com a desvalorização cambial e superávits com a valorização) + governo ganha autonomia na política monetária

Desvantagens = instabilidade pela maior volatilidade da taxa de câmbio + maiores flutuações podem desestabilizar fluxos comerciais e restringir o comércio internacional + ampliação da incerteza gerando redução do investimento

É considerado câmbio livre se houver menos de 3 intervenções em 6 meses e que não durem mais de 3 dias de negócios

Esse modelo de câmbio é seguido pela maior parte dos países ricos

Flutuação Suja (Dirty floating) = também chamado de flutuante administrado ou floating, é um sistema com intervenções pontuais do BACEN para conter grandes oscilações / é o sistema em que o governo afirma ser regime de câmbio flutuante, mas faz intervenções / são tentativas de limitar sua instabilidade = é o caso do BR atual / política fiscal ineficaz, pois aumento dos gastos desloca a IS para a direita, fazendo com que a taxa de juros interna saia do equilíbrio (taxa interna = taxa externa) e passe a ser maior. Com isso, há entrada de capitais e apreciação da moeda nacional, aumentando as importações e diminuindo as exportações, piorando o saldo de X-M, gerando queda na renda (Y) e voltando a IS para sua posição original (onde taxas de juros internas e externas são iguais). Portanto, política fiscal expansiva em regime de câmbio flutuante não altera a renda e reduz o saldo da balança de serviços (X-M)

Política monetária expansiva é bastante eficaz = a compra de títulos pelo governo, aumenta a quantidade de moeda disponível, causando a queda dos juros pelo deslocamento da LM. A queda dos juros em relação ao equilíbrio inicial, onde os juros internos são iguais aos externos, gera a fuga de capitais e a depreciação da moeda nacional. Com isso, torna-se vantajoso exportar (produtos mais baratos para o comprador estrangeiro - um mesmo dólar compra mais produtos) e há melhora no saldo (X-M), gerando aumento da renda (Y) e deslocando a IS para um patamar de maior renda, onde as taxas de juros interna e externa voltam a ser iguais. Ou seja, a política monetária expansiva em câmbio flutuante desloca a LM e IS para a direita em um novo nível de renda mais alto (aumento da renda e da balança comercial) – MOMO = CÂMBIO MÓVEL = POLÍTICA MONETÁRIA EFICAZ) (não esquecer de trocar o flutuante por móvel)

*** atenção máster = o exemplo acima serve para câmbio móvel com alta mobilidade de capitais, pois no caso de baixa mobilidade de capitais OU sem mobilidade de capitais temos uma política fiscal EFICAZ para o câmbio flutuante (quebra na regra do FIFI MOMO) / só se pode considerar fifi-momo para perfeita mobilidade de capitais!

Sem mobilidade de capitais: câmbio fixo (fiscal e monetária) = ineficaz / câmbio flutuante (fiscal e monetária) = eficaz

Alta/baixa mobilidade de capitais: tudo eficaz, menos Câmbio Fixo-Monetária

A política fiscal só será ineficaz em dois casos e estes casos só ocorrem nos extremos da mobilidade de capitais:

1 - Sem mobilidade de capitais e câmbio fixo;
2 - perfeita mobilidade de capitais e câmbio flutuante

Não esquecer: Na prática, o aumento de salário nominal pode ser comparado a uma política monetária restritiva (que desloca a curva LM para a esquerda) = isso porque para os clássicos, aumento dos salários, gera aumento de preços que gera diminuição da moeda em circulação (aumento de salários nominais desloca a LM para a esquerda - sempre cai na CESPE)

Em um regime com câmbio fixo, a expansão dos gastos do governo implica o aumento da renda e das reservas internacionais de equilíbrio a retração das exportações líquidas - CERTO - lembrar que exportações líquidas é a soma das exportações menos as importações, ou seja, é o saldo. Como há expansão da renda, há aumento das importações no caso em tela.

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112
Q

Sistema de bandas (conventional peg)

1- definição

A

determina-se limites para a taxa de Câmbio, que atua como flutuante dentro deles. Atua como câmbio fixo quando os limites forem rompidos através de compra ou venda de divisas (moeda estrangeira)

hoje, 43 países usam o regime de câmbio fixo com pequenas flutuações – a maioria são pequenos países

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113
Q

Conselho da Moeda ou Caixa de Conversão (Currency Board = caixa de convesão) *** (Vtc) (Já caiu CACD)

1- definição

2- duas funções que o BC perde

3- dois momentos em que o BR adotou esse regime monetário

A

regime monetário baseado no ** compromisso legislativo explícito ** de conversão da moeda doméstica em moeda estrangeira a uma taxa de câmbio fixa e combinado com restrições à autoridade emissora para garantir o cumprimento de suas obrigações legais.

Isso implica que a moeda doméstica é geralmente lastreada em ativos externos (exemplo ouro, dólar ou títulos), o que elimina as funções tradicionais de Banco Central como o controle monetário e o papel de emprestador de última instância.

Deixa baixo grau de liberdade para a doação de políticas monetárias discricionárias. Ocorreu no Brasil em 1906 e 1926.

O chamado currency board, considerado muito severo, foi bastante utilizado no final do século XX, associado aos planos de estabilização, como no caso argentino, e caracteriza-se por uma vinculação com a política monetária / No Câmbio fixo de banda estreita não há o compromisso explicito de conversão a uma taxa de câmbio fixa

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114
Q

Regime Cambial de Minidesvalorizações (crawling peg) *** (Já caiu CACD)

1- definição

2- período em que o Brasil adotou

A

é um regime de flutuação cambial, geralmente visto como uma forma parcial de câmbio fixo, em que se permite se a depreciação ou apreciação da taxa de câmbio de forma gradual.

Assumido no Brasil de 1964 até 1999 (Plano real -> adoção do tripé macroeconômico).

A moeda é ajustada em pequenas quantidades a uma taxa fixa ou em resposta a mudanças em indicadores quantitativos selecionados como os diferenciais de inflação no passado em relação aos principais parceiros comerciais.

São minidesvalorizações periódicas, mas NÃO são sistemáticas, procurando impedir a especulação no mercado de câmbio e a aceleração da inflação / as intervenções foram maciças muitas vezes, passando longe de serem minidesvalorizações

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115
Q

No separate legal tender

1- definição

A

regime de câmbio sem moeda de curso legal: dolarização, euroização, etc.

A moeda de outro país circula como única moeda de curso legal (dolarização formal). A adoção desse regime implica o abandono completo do controle da política monetária pelas autoridades monetárias

É um dos extremos de política monetária (Sem moeda nacional -> Câmbio Fixo -> Minidesvalorizações (crawling peg) -> regime de bandas -> flutuação administrada -> flutuação livre)

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116
Q

Variações Cambiais e Inflação

1- efeito na inflação gerado pela desvalorização cambial

2- efeito na inflação gerado pela moeda VALORIZADA

3- estratégia utilizada pelo plano real para combater a inflação

A

é amplamente aceito pela melhor doutrina (e pelas bancas de concurso) que desvalorizações/depreciações da moeda nacional (=aumento da taxa de câmbio) tendem a aumentar a inflação.

Quando a moeda nacional é desvalorizada, os produtos importados ficam mais caros. Como tais produtos, em inúmeros casos, são insumos de fabricação (o petróleo é um exemplo) de vários produtos nacionais, então, podemos dizer que a desvalorização cambial, ao provocar o aumento de preços dos produtos importados, tende a aumentar também os preços internos, provocando inflação

Moeda nacional VALORIZADA = desincentivo a inflação (produtos mais baratos) + Âncora Cambial (a industrial nacional tem que se adaptar para concorrer com o produto importado) (esse foi o motivo do Plano Real ter mantido 1/1 R$ U$D, travando os preços internos e auxiliando no controle da inflação, tendo como contrapartida maléfica saldos negativos na BC).

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117
Q

Seis possíveis formas de Correção de Déficits no Balanço de Pagamentos

A

(1) Desvalorizações cambiais; (produtos importados tornam-se mais caros e há incentivo à exportação)

(2) Redução do nível de atividade econômica; (redução nas transações correntes, menor renda interna, menor nível de importações) (medida antieconômica)

(3) Restrições tarifárias ou quotas às importações; (atua no saldo da balança comercial)

(4) Subsídios às exportações; (atua no saldo da balança comercial)

(5) Aumento da taxa interna de juros; (atrai capital e aumenta o endividamento a longo prazo)

(6) Controle da saída de capitais e de rendimentos para o exterior (prejudica a captação de recursos no futuro)

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118
Q

Questões importantes CESPE sobre câmbio (apenas leitura)

A
  1. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas TCE/AC - 2009) – Os desequilíbrios da balança comercial tendem a aumentar nos períodos de recessão em razão da redução do nível de atividade econômica, que leva à contração das exportações líquidas da economia. – ERRADO

COMENTÁRIOS: Nos períodos de recessão, há contração da renda interna. E tal contração provoca a redução das importações, aumentando o saldo das exportações líquidas.
* Lembre-se de que a importação é função direta da renda interna.

  1. (CESPE/Unb - Economista Júnior - PETROBRÁS 2002) no longo prazo, se a produção brasileira crescer mais rápido que a produção dos EUA, ocorrerá uma apreciação real da moeda brasileira em relação ao dólar norte-americano. - ERRADO
    COMENTÁRIOS: Quanto maior o nível do produto interno ou renda interna, maior o nível de importações (lembre-se disto: as importações são função direta da renda interna; quanto maior a renda interna, maior o nível de importações). Aumentando as importações, aumentará a demanda por divisas. Logo, haverá apreciação da moeda estrangeira, que é equivalente a dizer que haverá depreciação da moeda brasileira (desvalorização)
  2. (CESPE/Unb Instituto Rio Branco 2004) - Sob o regime de taxas de câmbio flutuantes, um déficit no balanço comercial, não compensado por movimentos de capitais, depreciará a moeda nacional e essa depreciação aumentará as exportações e reduzirá as importações, contribuindo, assim, para eliminar o desequilíbrio inicial. – CERTO
    Observação: Quando se falar em apreciação e depreciação estamos falando de câmbio flutuante na questão.
  3. (CESPE/Unb - Economista - FSCMP - 2004) - No curto prazo, períodos de expansão econômica tendem a expandir o déficit da balança comercial. – CERTO

COMENTÁRIOS: A balança comercial é formada pelas exportações e importações. As exportações são dependentes da renda do resto do mundo e as importações são dependentes da renda interna. Como em períodos de expansão econômica, há aumento da renda interna, há também aumento das importações, o que tende a piorar o saldo da balança comercial.

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119
Q

FLUXO INTERNACIONAL DE CAPITAIS (Renato Baumann e Reinaldo Gonçalves, na obra “Economia Internacinal”) (leitura)

1- três exemplos da importância desses fluxos

2- tempo de diferenciação entre curto e longo prazo do fluxo de capital

3- Dois tipos de investimentos internacionais de longo prazo

4- Três possíveis medidas para o país não depender de capital externo

A

Processo que tem se intensificado com a globalização financeira / registrado pelo BP (residentes e não residentes) em um período de tempo, normalmente um ano / ** importância para o financiamento do crescimento econômico (poupança externa) + estabilização dos ciclos econômicos + ajustamento das contas externas **

Uma economia A em recessão e com excesso de poupança externa pode exportar capital para outra economia que está em fase expansionista, gerando aumento da renda e das importações provenientes da economia A (em recessão)

O fluxo de capital divide-se em curto e longo prazo (maturação em +- 1 ano)

Longo prazo = empréstimos e investimentos

Observação: empréstimos intercompanhias (matriz e subsidiárias) se confundem com fluxos de investimentos externo direito (IED) (ou seja, não são “empréstimos” como o nome diz)

Portfólio ou carteira de investimentos = conjunto de ativos mantidos pelo investidor (financeiros, monetários ou reais – mas na maioria das vezes refere-se só aos financeiros)

São considerados movimentos internacionais de capitais de longo prazo no BP (memorizar) = conversão de dívida externa em investimento externo, reinvestimento de lucros e transações de leasing (este último entra no BP na conta financeira e sai como importação)

** investimentos internacionais são considerados capitais de longo prazo e dividem-se em investimento direto (compra de cotas ou ações que exercem controle da empresa) e investimento em carteira ou portfólio (capital aplicado não utilizado para controle operacional da empresa receptora, ou seja, ações, bônus, dêbentures, títulos governamentais, títulos em geral) – a diferença reside no “controle” e o número recomendado pelo FMI para diferenciar investimento direto de investimento em carteira é de 10% de capital votante / o BACEN utiliza esses 10% acrescido de outro critério: 20% do capital total da companhia ** /

DIRETO - CARTEIRA OU PORTFÓLIO

Portanto, no BR é considerada empresa estrangeira, toda empresa NÃO residente e que tenha pelo menos 10% do capital votante ou 20% do capital total

O BP registra o fluxo de produtos e de capital

A soma dos empréstimos + financiamentos em moeda estrangeira = dívida externa do país

Uma das diferenças entre o movimento internacional de mão de obra e do capital é que o primeiro pode ser induzido por falta de opções e o segundo ocorre somente em direção ao local em que houver um ambiente atrativo para o investimento / O chamado movimento internacional de capital humano é um problema para países em desenvolvimento (migração de cérebros)

Conforme Baumann, p.146: “Coeteris paribus, o deslocamento de um fator de produção de uma economia onde ele é relativamente abundante para outra em que ele é relativamente escasso implica aumento da produção e da produtividade no país de destino, assim como melhor alocação de fatores em escala mundial, e, portanto, maior renda e bem estar.”

AUMENTA A PRODUÇÃO – PRODUTIVIDADE – MELHORA ALOCAÇÃO MUNDIAL – A RENDA – BEM-ESTAR

A discussão transpassa pela liberalização financeira = não deve DEPENDER de capitais internacionais, assim como ocorreu no BR em 1970-80 = a resposta tem sido por aumento das reservas internacionais + regulamentação leve + controle pela taxa de juros

Pós-Consenso de Washington, a América Latina buscando desregulamentar os fluxos financeiros e adoção de câmbio flutuantes / os emergentes tem sido um plano B, no momento de crise das economias centrais

Observação: Securitização é o ato de transformar uma dívida (um boleto, por exemplo) em um título que pode ser negociado entre instituições financeiras

O investidor internacional se depara com duas expectativas:

(1) quanto à evolução futura da taxa de juros nominal e
(2) quanto ao comportamento futuro da taxa de câmbio

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120
Q

Fluxo de capitais de curto prazo (Comércio Internacional)

1- tempo limite para configurar curto prazo

2- quatro tipos de capitais de curto prazo

3- 4 problemas gerados pelos fluxos de capitais de curto prazo

A

fluxos de capitais menores de 1 ano, possuem 4 categorias:

(1) capitais autônomos - sem motivação política ou outras contas do BP = são os financiamentos e empréstimos externos de curto prazo e os fluxos de capital para escapar da mudança na tributação. Exemplos: capital de giro ou investimento)

(2) capitais compensatórios = contrapartida de prestação exterior, por exemplo recursos para o financiamento de exportações ou importações

(3) capitais induzidos = decorrente de variações na taxa de juros esperada exclusivamente (INDUZIDOS PELA TAXA DE JUROS)

(4) capitais especulativos = decorrente de alterações efetivas ou mudanças de expectativas com relação à taxa de câmbio – exclusivamente (as questões vão colocar outras variáveis como “inflação”, “crescimento do PIB”)*** (ESPECULANDO O CÂMBIO)

4 PROBLEMAS dos fluxos de capitais de curto prazo:

(1) problema da transferência = o impacto desse capital depende da política monetária e cambial do governo

(2) estreita relação entre fluxos internacionais de capitais de curto prazo e o mercado futuro de câmbio = especuladores recorrem ao mercado futuro de câmbio para garantir retornos esperados

(3) situação crítica criada pela volatilidade (alta instabilidade nos mercados cambiais e de capitais)

(4) aumento da gravidade da vulnerabilidade financeira externa de países com problemas crônicos ou estruturais no BP / Muitas vezes, é necessário que governos adotem políticas de esterilização do excesso de moeda ou de intervenção no mercado cambial para neutralizar os impactos dos capitais de curto prazo / O governo pode sim (e o faz, com frequência) atuar diretamente no mercado futuro de câmbio, podendo afetar as expectativas e os retornos esperados do movimento de capitais de curto prazo, afetando as decisões presentes quanto ao seu volume e impacto / Para minimizar a alta volatilidade dos capitais de curto prazo, os governos podem impor controles sobre o capital, tais como tributação ou regulamentações / o capital externo de curto prazo agrava ainda mais a vulnerabilidade financeira externa de países com problemas crônicos ou estruturais no balanço de pagamentos. Assim, uma massa extraordinária de ativos de propriedade de não residentes pode ser mobilizada em curtíssimo período e, como resultado, criar uma pressão enorme sobre o mercado cambial e as reservas internacionais do país.

GLOBALIZAÇÃO – VOLATILIDADE DOS FLUXOS FINANCEIROS INTERNACIONAIS – VULNERABILIDADE EXTERNA

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121
Q

Reservas Internacionais

1- Três possíveis utilizações da reserva

2- 4+ componentes das reservas

3- Dois componentes do benefício social das reservas

4- Único componente do custo social das reservas

5- Qual o ponto do nível ótimo de reservas

A

Segundo a definição do FMI são ativos externos disponíveis para serem usados no:

(1) financiamento do BP

(2) na intervenção dos mercados cambiais para administrar a taxa de câmbio

(3) outros objetivos como manutenção da confiança na moeda e na economia e servir como base para empréstimos externos

A reserva internacional é um instrumento de estabilização macroeconômica

As reservas são compostas de moedas estrangeiras (em divisas conversíveis, principalmente em títulos, destaque para Títulos do Tesouro dos EUA e moedas e depósitos em bancos no exterior), direitos especiais de saque (DES) (são ativos criados pelo FMI para suplementar as reservas), ouro e outros ativos de reserva (derivativos, empréstimos a não residentes não bancários, cédulas e moedas)

Nível “ótimo” de reservas = utilizada como um indicador de “perspectivas favoráveis” + auxilia no enfrentamento de mudanças abruptas nos fluxos de capitais e expectativas

As reservas internacionais possuem um benefício social representado pela soma da remuneração da aplicação (retorno financeiro) com o produto social marginal (efeitos sobre a estabilização do câmbio e do nível geral de preços)

Benefício Social da Reserva = remuneração + produto social marginal

Elas também possuem um CUSTO SOCIAL = custo de oportunidade de retê-las

Nesse sentido, o nível ótimo de reservas é a igualdade entre o BENEFÍCIO SOCIAL e o CUSTO SOCIAL

Reservas somente em ouro só tem produto marginal social, pois não remuneradas

Reservas são um instrumento VITAL da execução da política cambial, além de ser MUNIÇÃO para intervenção futuras e um efeito colateral de intervenções realizadas no sentido de se desvalorizar o câmbio doméstico

Serve para garantir a cotação cambial, financiar déficits temporários *** e como seguro contra crises cambiais (ataques especulativos) e crises sudden stop (Refere-se a uma parada súbita e inesperada na entrada de capitais externos = crise do petróleo ou aumento da taxa de juros dos EUA) / as reservas também servem de um indicador de perspectivas favoráveis

“motivos mercantilistas de reservas internacionais” = promoção deliberada de uma taxa de câmbio desvalorizada, buscando obter superávits comerciais de forma artificial

O custo de manter reservas é um custo de oportunidade de outras escolhas do governo (sendo seu nível ótimo, aquele que iguala seu custo social ao benefício social) / boa parte das reservas rendem juros pois estão aplicadas em títulos e ouro / o custo da dívida é muito maior do que os lucros com as reservas

A perda em reservas de 2019 para 2020 foi em torno de 40 bilhões, caindo de 375 para 334 bilhões (junho de 2020) / as reservas internacionais NÃO são variáveis residuais ou de equilíbrio contábil do BP, principalmente por terem um nível “ótimo” / as reservas internacionais ajudam a melhorar o risco-país e ajudam a manutenção de investimento dos investidores /

Observação: A variação negativa das reservas internacionais implica retração da base monetária (questão certa CESPE)

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Q

Fundos Soberanos (FS)

1- Conceito

2- Três possíveis utilidades

3- Ano de criação e extinção do fundo brasileiro

A

fundos públicos originados do orçamento estatal ou das reservas internacionais com o objetivo de elevação da taxa de retorno de longo prazo sobre ativos reais e financeiros no exterior (No Brasil o fundo soberano foi extinto em 2019)

Embora tenham origem no século XIX, seu crescimento extraordinário é consequência da globalização financeira

São utilizados em diferentes focos: estabilização das finanças públicas, previdência pública e maior grau de liberdade de política externa / no fundo é um mecanismo de ESTABILIZAÇÃO das finanças públicas (por isso, 35% dos FS se concentram em países exportadores de petróleos) / os FS são constituído por meio da tributação da exportação de commodities principalmente (60% do petróleo e gás) e sua aplicação se dava em ações, títulos de renda fixa e ativos reais

Essa modalidade de investimento estatal está crescendo de forma considerável e vem sendo utilizada, na maioria das vezes, para adquirir participações em empresas estrangeiras, com objetivos financeiros e estratégicos

O Brasil criou seu fundo soberano na época da crise do subprime, em 2008 com o intuito de evitar a supervalorização do Real diante do Dólar. O fundo foi extinto em 2019

Em 2008 estimava-se que o montante dos fundos soberanos já somava três trilhões de dólares / o maior fundo Soberano é o da Noruega com 1 trilhão de dólares em ativos, 2,5 vezes maior que o segundo colocado (Abu Dhabi)

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4 motivos que justificam uma política cambial ativa

A

(1) amenizar as instabilidades do ciclo de preços das commodities em países altamente dependentes

(2) diminuir o risco da doença holandesa, ou seja, reprimarização da economia = tendência crônica à apreciação cambial = especialização em único bem por causa das vantagens comparativas, supervalorizando a moeda nacional e gerando o declínio do setor manufatureiro pelas altas importações e queda nas exportações

(3) Necessidade de neutralizar distorções do setor financeiro = O mercado financeiro não necessariamente conduz a taxa de câmbio ao equilíbrio e se mostra sujeito ao comportamento de manada, às assimetrias de informação e, portanto, a ineficiências de mercado. Cabe à política cambial corrigir tais distorções

(4) Evitar tendências cambiais: processos longos de apreciação com curtos e abruptos períodos de depreciação

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124
Q

Trindade Impossível de Mundell-Fleming

1- Três componentes

2- leitura

A

• Regime de Câmbio Fixo • Livre Mobilidade de Capitais • Política Monetária Autônoma

impossibilidade da conjugação da mobilidade de capitais, câmbio fixo e autonomia da política monetária ao mesmo tempo

i) se o objetivo de política for manter o câmbio estável, será necessário impor restrições ao movimento de capitais;

ii) se o objetivo for participação plena no mercado internacional de capitais sem experimentar flutuações acentuadas no câmbio, será preciso fixar a taxa de cambio;

iii) se o desejável for preservar a mobilidade de capitais e a independência da política monetária, será preciso conviver com um regime de taxa de câmbio flutuante

O modelo Mundell-Fleming é mais complexo do que o modelo IS-LM, pois inclui o setor externo na análise. Além das tradicionais curvas IS e LM, acrescenta-se a curva BP, a qual representa as combinações de taxas de juros e nível de renda que equilibram as contas externas, o saldo do balanço de pagamentos.

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Curva BP (BALANÇO DE PAGAMENTOS) do modelo hicks-hansen (IS-LM-BP)

1- Significado da curva BP

2- Variável das ordenadas e das abcissas do gráfico

3- Efeito da apreciação e da depreciação na curva BP

4- Significado de uma curva BP totalmente vertical

5- O que move a curva BP ?

6- Qual o efeito na curva BP causado por uma desvalorização cambial ?

A

O modelo IS-LM-BP demonstra as interações entre lado real (IS), monetário (LM) e externo (BP) da economia no curto prazo (sem variações de preços, as quais podem ser incluídas no modelo pela curva de Philips!).

Ou ainda, em outra definição, mostra o que ocorre com a DEMANDA AGREGADA da economia, supondo preços constantes, o que equivale a uma oferta agregada horizontal ou positivamente inclinada (keynesiana).

Curva BP = indica os pontos de equilíbrio nas contas externas / possui sempre inclinação positiva

Essa curva representa todos os pontos em que há igualdade entre o saldo de conta corrente e a conta capital e financeira, ou seja, situações em que o equilíbrio contábil do balanço de pagamentos ocorre sem qualquer interferência externa

Gráfico taxa de juros (i) x taxa de câmbio (eixo x)

Apreciação cambial ocorre em deslocamentos para esquerda / já deslocamentos para a direita do gráfico são depreciações cambiais

** no modelo IS-LM, por sua vez, a curva BP varia de totalmente horizontal (plena mobilidade de capitais) até totalmente vertical (inexistência de mobilidade de capitais – insensível a variações nas taxas de juros) ** (decorar)

INCLINAÇÃO DA BP depende da MOBILIDADE DE CAPITAIS!

É mais razoável admitir que a BP tenha leve inclinação positiva, quando o exercício não falar nada

** posições acima e a esquerda = superávit no BP
**
posições abaixo e a direita = déficits no BP *** (essas duas são as principais informações do modelo)

Quando a questão mencionar ausência de mobilidade de capitais deve-se desenhar uma BP vertical (em pé) e não esquecer que o lado esquerdo é superávit e o direito é déficit

Não esquecer: o modelo IS-LM é um gráfico taxa de juros (i) x renda (Y) com LM positivamente inclinada e IS negativamente inclinada, a BP vai depender do tipo de câmbio e da mobilidade de capitais adotadas no exercício (câmbio fixo = vertical)

Desenha curva BP mais ou menos inclinada a depender de baixa ou alta mobilidade de capitais (alta mobilidade de capital = BP quase horizontal) (baixa mobilidade = BP quase em pé)

Sempre assinalar qual lado é o déficit e qual lado é superávit da curva BP (direita = déficit = contra intuitivo)

O déficit gerado no BP com políticas expansionistas advém do aumento da renda, o qual gera aumento das importações (relação direta) – o que pode ainda ser intensificado por uma queda de juros e fuga de capitais / Portanto, déficits no BP se explicam por aumentos da renda gerando aumento das importações e pela fuga de capitais pela queda dos juros = gerando demanda por divisas, o que ocasiona venda de divisas (câmbio fixo) ou desvalorização cambial (câmbio flutuante), fazendo com que a curva (por exemplo, LM) volte ao seu estado original

Quando se diz que a política monetária é ineficaz em situações de câmbio fixo, significa que após as diferentes alterações no modelo, ele termina no mesmo lugar em começou, ou seja, não há alterações práticas na renda (y)

O que move a curva BP é a valorização ou desvalorização cambial em câmbio flutuante devido à déficits ou superávits gerado por alterações na renda e na taxa de juros

** A curva BP irá se deslocar para cima e para a esquerda devido a uma desvalorização da moeda nacional **

Abertura da conta capital (terminologia) = quer dizer que há livre entrada e saída de capitais no modelo ou país

** Quando o exercício não falar se a mobilidade de capitais é alta ou baixa, deve-se desenhar a curva do BP horizontal (alta) **

BP HORIZONTAL = PERFEITA MOBILIDADE DE CAPITAIS (superávit para cima e déficit para baixa da linha do BP)

Observação: O modelo Mundell Fleming é um caso específico dentro do modelo IS LM BP, em que se considera uma economia aberta e pequena, ou seja, sem capacidade de influenciar a taxa de juros internacional. Nesse sentido, a taxa de juros interna é determinada pela taxa de juros internacional, por isso, no gráfico tradicional o eixo y que normalmente é a taxa de juros no modelo IS-LM-BP, é substituído pela variável câmbio. O modelo Mundell Fleming foi criado nos anos 1960 pelo economista canadense Robert Mundell (Prêmio Nobel de Economia em 1999) e pelo economista britânico J. Marcus Fleming. Tal modelo foi desenvolvido a partir da revisão do modelo tradicional keynesiano.

O que o modelo visa demonstrar é que uma economia aberta e pequena depende do sistema de câmbio adotado, já que a taxa de juros será igual à taxa internacional. Nesse sentido, a idiossincrasia desse modelo é que a “LM” será totalmente vertical. Nesse sentido, no modelo Mundell Fleming só há expansão na renda quando houver deslocamento da LM, nunca da IS (pois a LM está fixada em um dado nível de renda por ser vertical)

** Mobilidade imperfeita de capitais significa que a curva BP será mais horizontal que a curva LM (mais elásitca ao juros = pequenas elevações nos juros geram grandes entradas de capital) **

Os pontos deslocados NA curva de Philips (que é uma reta negativa no gráfico inflação x desemprego) indicam deslocamentos da curva DEMANDA da economia (no gráfico entre demanda e oferta com eixos nivel de preços x quantidade produzida)

Afirmar que a a ** mobilidade de capital é alta ** significa que a ENTRADA DE CAPITAIS é superior a redução do saldo comercial (X-M) gerado pelos aumentos da importações e diminuição das exportações, gerando superávit no BP como um todo (valorização cambial = deslocamento da BP para cima e da IS para esquerda pela diminuição das exportações)

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126
Q

Crise de 2009

1- Motivos da crise

2- Custo total da crise

3- Nome do Banco que decretou falência

4- 3+ Medidas tomadas pelo Banco Central americano

A

Queda do preço das moradias nos EUA a partir de 2006 (estopim), após uma longa valorização (2000-2006) gerada pelas baixas taxas de juros e grande quantidade de crédito imobiliário disponível (mutuários de risco = hipotecas subprime = 20% de todas as hipotecas dos USA)

O estouro da bolha = queda do preço da moradia = a hipoteca ficou mais cara do que o valor do imóvel = compensava entregar o imóvel / empréstimos NINJA = no incomes, no job, no assets / as taxas inicias de juros eram baixas e atraentes, aumentando exponencialmente com o tempo /

O custo estimado da crise em termos de produto foi de 30 trilhões de dólares, metade do PIB mundial e 100 vezes o valor das hipotecas perdidas

A amplificação da crise se deu graças a alavancagem (capital baixo perto dos ativos), complexidade (dificuldade de verificação do valor dos ativos) e liquidez dos bancos (passaram a se financiar com empréstimos no próprio mercado financeiro)

Muitos bancos estavam alavancadas = pequenas perdas, podem gerar grandes efeitos (falência)

Lehman Brother (600 bilhões de dólares em ativos) abriu falência em 15 de setembro de 2008, afetando outros bancos

A fuga de capitais, a falta de confiança, a queda no investimento deslocaram a curva IS sucessivamente para esquerda e diminuíram o produto (gráfico taxa de juros x produto (y)

Os Bancos Centrais responderam reduzindo o juros (5,25% -> quase 0% nos EUA em 2 anos), aumentando o depósito federal, FED concedeu ampla liquidez no mercado, o tesourou comprou para remover os ativos complexos (700 bilhões), aquisição de títulos privados de alguns mercados que estavam em recuperação lenta = todas visando oferecer liquidez ao sistema financeiro = deslocamento da IS para a direita.

Com a taxa de juros no zero, voltou-se a política fiscal para aumentar a demanda agregada e diminuir a recessão = 780 bilhões em redução de impostos ou aumento de gastos em 2009-2010 nos EUA / Houve o redesenho da regulação do sistema financeiro

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127
Q

POLÍTICA FISCAL

1- Cinco tipos de políticas econômicas existentes

2- Três componentes da política fiscal

3- Três objetivos da política fiscal

4- Importância do resultado primário

5- Dois exemplos de política fiscal compensatória

6- Três condições para ser um país sustentável e sua consequência

7- Definição do Efeito Crowding Out

A

As políticas econômicas são 5: fiscal (contas públicas/arrecadação), cambial (valor do R$ frente ao mundo) , crediticia (crédito: empréstimos e financiamentos ), renda (salários) e monetária (volume de moeda circulante).

Política fiscal = gasto, tributos e TRANSFERÊNCIAS (muito utilizado para estabilizar crises)

Deve-se acrescentar como objetivo da política fiscal a manutenção da solvência fiscal de longo prazo (a sustentabilidade da dívida pública)

Política de estabilização é o uso de política fiscal ou monetária para contrabalançar choques de demanda.

A ação do governo por meio da política fiscal tem como função buscar um alto nível de emprego, estabilidade de preços e taxas apropriadas de crescimento - CERTO - TPS 2022 (eu errei)

Objtivos = EMPREGO - ESTABILIDADE DE PREÇOS - CRESCIMENTO

A política fiscal consiste em * impostos, gastos e transferências*, ou seja, divide-se em política tributária (arrecadação) + política orçamentária (gasto) / os objetivos de estabilização, redistribuição e alocação de recursos / as metas fiscais são parâmetros de confiança do governo dadas à sociedade, em busca de ESTABILIDADE e controle do endividamento público / Por isso a CFRB + LDO + LRF lançam as metas de resultados primários para o exercício e os 2 anos seguintes / a política fiscal é mais engessada = só pode ser efetivadas no exercício fiscal seguinte, tem que estar previsto na lei do orçamento, às vezes, deve constar ainda no Plano Plurianual

Resultado primário = muito importante pois demonstra o esforço da autoridade fiscal em amortizar a dívida pública (1) e exclui a volatilidade da conta de juros (2)

O uso da Política Fiscal está atrelado a Keynes em 1930 (constantes déficits públicos)

crítica = morosidade da ação da política fiscal por depender do Congresso, diferente da política monetária, a não ser que sejam estabilizadores automáticos, também chamada de política fiscal compensatória = imposto progressivo ou seguro-desemprego = estimulam a demanda agregada quando a economia entra em recessão, sem que os formuladores de políticas tenham de fazer qualquer ação deliberada

Como os gastos públicos (G) agem de forma direta na demanda agregada (Y) e a arrecadação age de forma indireta (diminuição da renda e do consumo), dizemos que a política fiscal via gastos é mais eficaz (intensa) que política fiscal executada via arrecadação de impostos (tributação)

Crise de 2009 -> política fiscal expansionista = redução do IPI + aumento do gasto público pelo PAC + aumento de salários reais do funcionalismo público

O Endividamento público é um instrumento FUNDAMENTAL para a DISTRIBUIÇÃO INTERTEMPORAL ÓTIMA de políticas públicas para provisão de bens públicos (por isso não há medida objetiva que meça a sustentabilidade de dívidas – Japão = 224% do PIB), porém há indicadores de solvência como dívida/PIB

Credibilidade = geração de superávit primário -> esse superávit será usado para pagar credores / o valor da dívida não deve ser superior ao valor presente de todos os superávits primários futuros / ao obter superávits primários, o governo demonstra aos investidores que é um governo responsável e que busca pagar os compromissos assumidos no passado

O Brasil é o segundo país mais endividado entre os emergentes (perde para o Líbano), e sua dívida chegou a 88% do PIB em 2019 (bateu 96% em 2020) / Julho de 2021 = Com mais inflação e PIB, projeções para dívida bruta recuam - Analistas reduzem estimativas para o indicador neste ano de 96% para em torno de 82% do PIB / Setembro de 2022 = a dívida pública está em 77%

Um país sustentável é aquele que:

1) obtém superávits primários
2) esteja em uma conjuntura econômica favorável
3) possua um nível ótimo de reserva

O atendimento dos 3 requisitos tendem a atrair capitais externos e empréstimos

A redução do déficit orçamentário (política fiscal contracionista = desloca a IS para trás) causa redução do produto e da taxa de juros da economia no curto prazo. No médio prazo, a reduzida taxa de juros (aumento do investimento) permite que haja retorno do produto ao nível anterior

A política fiscal expansionista é conceituada como o aumento dos gastos do governo (G) ou a redução de tributos, com o objetivo de expandir o produto.

O empenho em uma política fiscal consolidada, crível e permanente, baseada principalmente no corte de gastos, se justifica pois:

1) pode aumentar o produto e o crescimento no longo prazo

2) a redução do déficit público reduz a dívida pública e aumenta a poupança do governo, desde que esse aumento não seja compensado por redução da poupança privada (equivalência ricardiana), gera um aumento na poupança doméstica, elevando estoque de capitais dos residentes do país, aumentando o produto e a renda futuros.

3) reduz o risco de default e de monetização da dívida

Aumento dos gastos públicos sem contrapartidas fiscais prejudica as expectativas, piora o risco país, deteriora a trajetória inflacionária e aumenta a taxa de juros no longo prazo.

Uma política de corte de gastos sempre produz maior impacto no produto que uma política de expansão dos tributos - CERTO - questão CESPE - Isso acontece porque o impacto no multiplicador é maior via gastos = diminuição ou aumento de tributos mexem na renda, que por sua vez, mexe no consumo (C) da demanda agregada (ação indireta). Enquanto que uma política de gastos age diretamente no G da demanda agregada (Y = C+I+G+(X-M)

Multiplicador Keynesiano = Se uma economia estiver com recursos desempregados (abaixo de seu produto potencial), um aumento da demanda agregada provocará um aumento da renda nacional mais do que proporcional ao aumento da demanda. Qualquer injeção de despesas – gastos com consumo, investimentos, exportações e, principalmente, gastos do governo – provoca um efeito multiplicador nos vários setores da economia.

A multiplicação dos gastos depende, por sua vez, das propensões marginais a consumir e a poupar: quanto maior a propensão a consumir da coletividade, maiores os gastos com bens e serviços em cada etapa e maior, portanto, o efeito multiplicador.

O multiplicador keynesiano de gastos é o inverso da propensão marginal a poupar: Kl = 1 /PmgS

Os multiplicadores dos demais elementos da demanda agregada (I, G, X, M) têm a mesma fórmula, com a diferença de que o multiplicador das importações tem um sinal negativo, pois representa um vazamento de renda para o exterior.

Em linhas gerais, as correntes de economistas que geralmente questionam a eficácia de políticas fiscais expansionistas dividem-se em duas linhas diferentes de argumentação: Equivalência Ricardiana (política fiscal totalmente ineficaz) e Efeito Crowding-Out

Efeito Crowding-Out = a política fiscal tem eficácia menor do que se acredita devido ao efeito crowding-out. Este consiste na redução do investimento privado causado por um aumento dos gastos públicos via taxa de juros. Quando o governo aumenta seu déficit público, mantendo constantes os investimentos governamentais, ele diminui sua poupança, aumentando os juros e reduzindo o volume de crédito na economia. Isso acontece porque o governo, para financiar seus novos gastos, vende títulos públicos no mercado primário. Quando ele faz isso, além de ter de aumentar os juros para tornar mais atrativa a venda dos títulos, o volume de crédito que poderia ser tomado pelo setor privado para novos investimentos diminui, pois o recurso é canalizado para a compra desses títulos.

POLÍTICAS FISCAIS COMPENSATÓRIAS

As políticas fiscais compensatórias são mecanismos que podem diminuir as defasagens temporais entre a ocorrência da flutuação econômica e o momento em que o governo consegue intervir (exemplo: Seguro-desemprego)

As limitações à aplicação de políticas compensatórias e de outras intervenções públicas é o financiamento, podendo elevar o risco de déficit e da dívida pública, culminando em insolvência. O governo deveria aproveitar os momentos de expansão para melhorar suas contas e poder financiar as despesas no momento de retração.

Dívida alta requer maior prêmio de risco (ou maior taxa de juros)

Juros altos dificultam o pagamento da dívida e pioram a razão dívida/PIB

Em casos extremos, leva a moratória e suas consequências (dificuldade de novos empréstimos e de entrada de capitais, potencializando o ciclo depressivo)

A dívida alta pode levar a círculos viciosos e tornar a condução da política fiscal extremamente difícil.

Caso o país tenha um coeficiente de endividamento alto e aumente os juros para manter os investimentos atrativos, será necessário aumentar o superávit primário para manter constante a razão dívida pública/PIB

Superávit primário significa aumentar impostos ou diminuir gastos (política fiscal restritiva), ocorrendo custos políticos, incertezas e possíveis aumentos de juros

Tanto o aumento da taxa real de juros quanto a redução do crescimento do PIB aumentam a relação dívida pública/PIB.

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128
Q

Emenda Constitucional 95/2016

1- nome do projeto

2- conteúdo

3- tempo de duração

4- ano base para medir a inflação

5- objetivo central

A

“Teto dos Gastos” (PEC 241) = limite para gastos públicos apenas reajustado pela inflação por 20 anos com base em 2016 (inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) = abrange o orçamento fiscal e a seguridade social (todos os órgãos e poderes federais)

Objetivo central: conter a expansão da despesa pública primária de modo a garantir o controle das contas públicas e a sustentabilidade do endividamento do governo, garantindo o controle das contas e voltando a obter a SUSTENTABILIDADE

A lei limita as despesas PRIMÁRIAS, também chamadas de não-financeiras

A partir do décimo ano, o Presidente da República que estiver exercendo o poder poderá alterar essa correção das despesas públicas, por meio de Projeto de Lei Complementar

O objetivo desta Proposta de Emenda Constitucional é evitar o crescimento da relação dívida pública/PIB por meio da contenção das despesas públicas / Houve três grandes saltos na dívida bruta do governo

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129
Q

Dívida Pública BR

1- conceito de dívida pública (restrito amplo)

2- Conceito de dívida sustentável (segundo a Secretaria do Tesouro Nacional)

3- Anos e causas dos três grandes saltos da dívida brasileira

4- Descrição do Efeito Oliveira-Tanzi

5- Descrição do Efeito Bacha

A

Dívida Pública: (medida num certo momento) é constituída pelo total das obrigações assumidas pelo governo para financiar os déficits públicos (conceito restrito) incorridos em períodos anteriores, assim como as operações de de colocação de títulos públicos destinados ao controle da quantidade de moeda da economia (conceito amplo).

OBRIGAÇÕES PARA FINANCIAR DÉFICITS + TÍTULOS PÚBLICOS

A dívida bruta do governo geral inclui a dívida bruta interna e externa federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal (inclui administração direta e INSS) em relação aos credores privados, setor público financeiro, Banco central e Resto do mundo.

Dívida Líquida do Setor Público: representa o saldo líquido do endividamento do setor público não-financeiro e do Banco Central. O saldo líquido constitui a diferença entre as dívidas e os créditos.

Dívida pública serve para financiar o déficit orçamentário e se divide em dívida mobiliária (títulos públicos federais) ou dívida contratual (agências multilaterais como FMI e BIRD, agências governamentais ou privadas) / podem ser ainda dívida pública interna (em real) ou externa (em moeda estrangeira).

Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, uma dívida é dita sustentável quando o valor presente do fluxo futuro de receitas menos despesas do devedor é suficiente para pagar tudo o que está contratualmente definido.

A trajetória da relação Dívida/PIB (nominal) indica a capacidade de financiamento do setor público: O crescimento do déficit fiscal em ritmo igual ou inferior ao do PIB não gera maiores problemas, pois ele se manterá estável ou recuará em termos relativos. Além disso, se a relação déficit/PIB ou dívida/PIB forem elevadas, mas estiver em trajetória declinante, mesmo em nível preocupante, o país não encontrará maiores problemas para refinanciá-la. Já no caso de essa relação ser baixa, mas estiver numa trajetória de crescimento exponencial, o país poderá enfrentar maiores problemas para refinanciá-la caso não implemente políticas para reverter essa tendência.

2001-2002 (53 -> 58%) = gerado pelo aumento do custo da dívida pública, aumento da taxa de juros e desvalorização cambial

2008-2009 (54 -> 61%) = crise financeira internacional respondida por estímulo fiscal associada a queda do superávit primário, gerando aumento da dívida

A evolução da dívida externa líquida negativa no final da primeira década deste século ajudou a reduzir a dívida total líquida do setor público, ainda que a dívida interna líquida tenha crescido – CERTO

2013-2016 (terceiro grande salto) (50 -> 70%) = maior de todos disparado = explosão da dívida = se estende até hoje e o crescimento da dívida tende a continuar a crescer até 2020-2022

Isso ocorreu por queda do PIB, crescente déficit primário (freados pela emenda 95/2016) e aumento do custo médio da dívida pública / soma-se a isso a flexibilização dos três sustentáculos do tripé macroeconômico durante o governo Dilma

O Endividamento público brasileiro a partir de 2014, aumentou rapidamente, baseado em dois indicadores – dívida bruta do governo e dívida líquida do setor público

Não há consenso sobre um patamar ideal da dívida Pública, mas o nível de 70-80% brasileiro é preocupante, devido a fatores como resultado primário, resultado do PIB, câmbio, custo médio da dívida

Outros fatores que fizeram a dívida aumentar a partir de 2014 foram: tendência de queda nas receitas primárias, aumento das despesas primárias gerando déficits primários (até então eram superávits na série histórica), baixo crescimento do PIB e aumento da oferta de crédito público (BNDES), flexibilização do tripé macroeconômico, flexibilização do regime fiscal, alta taxas de juros (aumento da SELIC significa aumento do custo médio da dívida pública e eleva seu montante) / só havia expectativa de superávit primário para 2020 (aí surgiu o Corona Vírus) / a dívida pública está em 79% do PIB em 2019, porém o crescimento do déficit tem desacelerado por causa da emenda 95 /

O governo central fechou 2019 com um déficit primário, a preços correntes, de R$ 95 bilhões – menor que o de 2018 (R$ 120,2 bilhões) e também inferior à meta definida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano (R$ 139 bilhões)

Nota do IPEA = despesas obrigatórias tem comprimido as despesas discricionárias, comprometendo funções de governo e deprimindo o investimento público + centralidade da regra do teto para reverter o atual quadro de déficit primários

2020 = COVID19 = dívida pública chegou a 96%, decretação de CALAMIDADE PÚBLICA aprovada pelo Congresso = libera o governo da necessidade de cumprir a meta de resultado primário deste ano + intensa aplicação de quantitativa easing pelos desenvolvidos + importância da política fiscal, no sentido tradicional de expansão do gasto público e/ou redução de imposto para amenizar os choques / a política fiscal deve demonstrar a responsabilidade fiscal do governo em honrar sua dívida / a dívida pública é considerada sustentável, se a restrição orçamentária do governo puder ser satisfeita sem ruptura nas políticas monetária e fiscal / o valor da dívida presente não pode ser maior que os superávits primários do futuro determinado / não há medida objetiva para identificar a sustentabilidade da dívida pública / porém, existe alguns indicadores como a manutenção da relação entre a dívida sobre o PIB, desde que mantidos estáveis, podem ser considerados sustentáveis.

Julho de 2021 = Com mais inflação e PIB, projeções para dívida bruta recuam - Analistas reduzem estimativas para o indicador neste ano de 96% para em torno de 82% do PIB /

Pelo último dado divulgado, referente a abril, a dívida bruta estava em 86,7% do PIB.

Setembro de 2022 = Dívida/PIB de 77% no Brasil

Atenção: O cálculo do resultado primário reúne as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central.

Em 2021, do orçamento fiscal total BR (estimado em mais de 5 trilhões), mais de 2,2 trilhões são utilizados para despesas da dívida (53%). Porém, o próprio orçamento menciona que 88% desse valor pode ser pago com recursos provenientes de novos empréstimos (rolagens = renegociações para conseguir prazo, valores e juros menores). O restante (12%) deve ser utilizado com recursos não originários de emissões

Reflexões teóricas sobre impactos da inflação na dinâmica orçamentária:

Efeito Olivera-Tanzi (Efeito Tanzi) – denominação devida aos economistas Vito Tanzi e Julio Olivera que o identificaram e enfatizaram sua consequência para as finanças públicas. Refere-se à situação em que a arrecadação de impostos ocorre tendo como base a renda nominal passada, resultando na perda de valor real da receita tributária devido ao processo inflacionário. Havendo defasagens entre a arrecadação dos tributos pelo sistema bancário e o seu efetivo recolhimento ao Tesouro, maiores são as perdas de valor real quanto mais acelerado for o processo inflacionário.

Assim, quando os tributos não são indexados e ocorrendo um processo inflacionário há perda real de receita tributária.

Efeito Bacha – devido ao economista Edmar Bacha, esse efeito refere-se à situação em que as receitas tributárias são indexadas e as despesas não são submetidas à indexação, gerando um efeito Tanzi às avessas. De acordo com Bacha, esse efeito foi observado no Brasil no período pré-Real.

Observação: A dívida mobiliária do Tesouro Nacional é constituída por títulos públicos de sua emissão, registrados na Selic e colocados e registrados em moeda nacional (A dívida mobiliária é a dívida pública interna do Tesouro Nacional)

“Efeito-Tanzi às avessas” retrata uma relação NEGATIVA entre a inflação e o déficit fiscal: quanto maior a inflação, MENOR o déficit fiscal (as despesas vão sendo corroídas ao longo do ano inflacionário)

O Efeito Oliveira-Tanzi consiste na diminuição, em termos reais, do valor dos tributos que o governo arrecada em decorrência das taxas de inflação elevadas na economia (lapso temporal entre tributar e receber)

Eventuais resultados negativos apurados pelo Banco Central representam despesas orçamentárias do Tesouro e são cobertos por emissões diretas de títulos – CERTO - O Banco Central é a autoridade monetária e cambial do Brasil e ele faz negociações com títulos públicos e com câmbio para cumprir suas atribuições. Essas negociações podem dar lucro ou prejuízo. Em caso da negociação ser positiva, isso é considerado receita do Tesouro Nacional. Em caso da negociação ser negativa, o Tesouro Nacional precisa bancar o prejuízo. E o Tesouro faz isso por meio da emissão de títulos públicos. Fazendo isso, o Tesouro consegue captar dinheiro para assumir as obrigação perante o Banco Central.

Mais de 80% das despesas com dívida pública da União provêm de recursos de emissões, ou seja, novos empréstimos contraídos, o que alonga o prazo da dívida – CERTO - Para financiar sua dívida, o governo pode: emitir moeda (“imprimir” dinheiro), emitir títulos públicos (a chamada “dívida mobiliária”) ou tomar emprestado com organismos internacionais e até nacionais (“dívida contratual”). No caso da União, a gestão da dívida é feita pelo Tesouro Nacional, que há muito tempo vem priorizando os títulos públicos como forma de financiar a dívida do governo. De fato, cerca de 84% das despesas com dívida publica advém da emissão de novos empréstimos contraídos, para refinanciamento e alongamento, da dívida. Vale mencionar que o Tesouro divulga o relatório mensal da Dívida Pública Federal, que pode ser encontrado no site do órgão para quem tiver curiosidade sobre os números.

Breve histórico da dívida pública no Brasil:

1980-1995 –> dívida diminuiu

1995 até 2002 –> dívida aumentou

2003 a 2013 –> dívida diminuiu

2013 até o presente momento –> dívida continua aumentando

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Q

Efeitos do COVID na política econômica BR - leitura

A

A dívida bruta do setor público brasileiro, uma das principais formas de comparação internacional, avançou 15 pontos percentuais em 2020, para 89,3% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 6,615 trilhões, informou nesta sexta-feira (29) o Banco Central. No fim de 2019, a dívida estava em 74,3% do PIB - valor revisado (era mantida em 50% em 2010-2013)

Efeitos no BR = forte valorização do dólar, forte queda na Bolsa, elevação dos juros reais e nominais

Política monetária (BC corta da taxa juros 4,25 -> 3,75% e depois volta a 10% para frear a inflação e o excesso de gastos) + facilitação de renegociação de dívidas + diminuição da exigência de capitais para empréstimos + redução de alíquotas de compulsórios sobre depósitos a prazo

Relativização do teto de gastos (Emenda Constitucional 95) de 2016 por tratar-se de despesas transitórias

Complicações: o déficit primário ainda é elevado (e aumentará), a relação dívida/PIB alta em comparação com países de renda per capita semelhante

Queda na arrecadação (principalmente o setor de serviços, comércio varejista, transporte terrestre e aéreo e alimentação), choque no preço das commodities - potencializado pela guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia

17,7 milhões afirmam não ter procurado emprego por causa da pandemia ou pela falta de trabalho na localidade (maio de 2020), nível se manteve estável

84 milhões de pessoas no Brasil constituem a população ocupada, sendo que 1/3, ou seja, 29 milhões são trabalhadores informais (34,5%)

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131
Q

Contas públicas

1- dois componentes do resultado das Contas públicas

2- conceito de poupança pública

3- três conceitos de déficit público

4- nome dado ao resultado nominal

5- cinco componentes do setor público

A

Os resultados das contas públicas equivalem aos investimentos governamentais menos a poupança do governo em conta corrente

De forma geral, a ampliação do déficit público tende tanto a elevar o produto como a taxa de juros / déficit é um variável de fluxo (receita menos despesas em um período de tempo) enquanto a dívida é uma variável de estoque (varia de acordo com a variável de fluxo = acúmulos de déficits ou superávits)

POUPANÇA DO SETOR PÚBLICO (ou do governo) = Receita menos despesa correntes dos três níveis de governo , também chamada de saldo do governo em conta corrente, serve para financiar o investimento público.

O déficit ou superávit surge da diferença entre o investimento e a poupança do governo (ou saldo do governo em conta corrente). O déficit público deve ser suprido pela poupança doméstica (governo + setor privado) e pela poupança externa.

Os meios para suprir déficits = venda de títulos públicos ao setor privado (não há expansão monetária) OU venda de títulos ao banco central (BACEN) (por meio de emissão monetária), gerando endividamento do Tesouro Nacional (órgão responsável pela execução orçamentária)

** o déficit público pode ser demonstrado por três conceitos: nominal, operacional e primário **

RESULTADO PRIMÁRIO

O conceito de déficit primário apresenta a receita menos a despesa (ambos NÃO financeiros) = revela, efetivamente, a condução da política fiscal (separa do esforço fiscal de gastos financeiros) / NÃO considera a dívida pública / nas provas da IADES, o ** resultado primário ** (déficit ou superávit) é obtido subtraindo a arrecadação dos gastos públicos (NÃO financeiros de preferência) / Em outras palavras:

Déficit Primário – refere-se à diferença entre as receitas não financeiras e os pagamentos não financeiros. Tal conceito mostra efetivamente a condução da política fiscal do governo ao apurar somente a arrecadação de impostos e os gastos correntes e de investimentos, independente da dívida pública.

O déficit público primário (poupança pública menos o investimento público), portanto, na contabilidade nacional, é financiado pela poupança do setor privado menos o investimento privado, somado a poupança externa - ou seja, a poupança externa e privada financiam o déficit público.

** O resultado primário demonstra o o esforço atual do governo para pagar déficits passados, caso sejam registrados superávits. O resultado primário faz parte de uma das três âncoras da política macroeconômica nacional, junto do câmbio flutuante e do regime de metas da inflação desde 1999 **

O déficit da previdência oficial faz parte do cálculo do superávit primário. (CERTO)

RESULTADO NOMINAL

Com esse resultado primário, deve-se SOMAR os juros incidentes sobre a dívida pública (interna e externa) para se obter o resultado NOMINAL (se houver déficit nesse resultado, há necessidade de financiamento do setor público [NFSP]). O resultado nominal é o conceito mais ABRANGENTE / Em outras palavras: O Déficit Público Nominal – despesas públicas (correntes e de capital) + juros + correção monetária sobre as dívidas internas e externas, menos receitas correntes do governo / O déficit nominal é também conhecido como NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO LÍQUIDO DO SETOR PÚBLICO (Em outras palavras, o RESULTADO NOMINAL, o qual pode ser deficitário ou superavitário, é a variação da dívida líquida do setor público) / a NFSP pode ser calculada com critérios acima e abaixo da linha

Acima da linha = receitas menos despesas (medidas de fluxos)

As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) correspondem ao deficit público nominal apurado ano a ano - CERTO - tps 2021

O conceito de Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP) foi proposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para dimensionar o impacto, em termos de demanda de recursos líquidos, do setor público não financeiro sobre o setor financeiro da economia. Em face disso, considera-se como setor público:

(1) Os órgãos integrantes das administrações diretas nas esferas federal, estadual e municipal;

(2) a Previdência Social;

(3) os Fundos e Programas administrados pelo Banco Central do Brasil;

(4) as agências descentralizadas

(5) as empresas estatais.

RESULTADO OPERACIONAL

Por último, o resultado operacional é aquele que se adiciona a inflação e ou atualização monetária e na maioria das provas não está presente, equivalendo ao resultado nominal

** Portanto, arrecadação – gastos = resultado primário + juros da dívida = resultado nominal + atualização monetária ou inflação = resultado operacional (recomendado em países com altíssima inflação) **

O conceito de resultado operacional é relevante em países de inflação alta (Brasil antes do plano real), uma vez que EXCLUI o impacto da inflação sobre a necessidade de financiamento do setor público. A função da atualização monetária é simplesmente repor a parcela do estoque da dívida corroída pela variação dos preços - CERTO - Em países com baixa inflação, onde o fator correção monetária é pouco expressivo, o conceito de resultado operacional perde relevância e tende a ser próximo do resultado nominal.

O déficit público calculado pelo conceito operacional sofreu elevação no início da década de 80, o que acabou constituindo um dos motivos da implementação do Plano Cruzado - CERTO

** Resultado primário -> Resultado Nominal -> Resultado Operacional **

Brasil: trajetória do resultado primário de 2006 a 2016, passando de um resultado superavitário de R$ 51,4 bilhões (2,1% do PIB) para um resultado deficitário de R$ 159,5 bilhões (2,5% do PIB), o que corresponde a uma deterioração do esforço fiscal da ordem de 4,6% do PIB no período de dez anos.

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132
Q

Efeito CROWDING OUT ou efeito deslocamento/exclusão ** (muito importante)

1- Conceito

2- Efeito na taxa de juros, investimento e renda

3- Consequência última do crowding out

4- Dois outros nomes do efeito crowing out

A

É o total desiventismento do setor privado (fuga), pelo excesso de intervenção governamental

Gerado por aumentos dos GASTOS DO GOVERNO, causando aumento da TAXA DE JUROS para financiamento, gerando a queda do INVESTIMENTO (I) e da RENDA (Y), ao contrário do afirmado por Keynes

O aumento da taxa de juros é gerado pela concorrência por fundos emprestáveis entre a iniciativa privada e o Estado / Sob essa ótica clássica, o ideal é que o governo aumento o investimento, nunca o gasto

É a situação macroeconômica que advém de gastos deficitários do governo. Ou seja, o governo gasta mais do que o necessário, sendo obrigado a emprestar o restante para cobrir o déficit / o setor privado deixa de investir para se beneficiar da elevação da taxa de juros e o governo tende a emitir cada vez mais títulos, sendo a consequência última: a Armadilha de Liquidez

Este termo pode ser conhecido em português como Efeito de Deslocação ou Efeito de Evicção. O crowding out é percebido quando o governo aumenta os gastos públicos, para expandir a economia, mas o efeito é anulado devido ao aumento das taxas de juros e consequente diminuição dos investimentos privados.

um aumento dos gastos do governo (G), não gera um aumento igual na renda (Y) pois ao se aumentar gastos (política fiscal expansiva), a taxa de juros sobe (deslocamento da curva IS), e o aumento dos juros diminui os investimentos (I) (esse efeito é intensificado em curvas elásticas/deitadas).

Efeitos do crowding out = redução dos investimentos privados, desequilíbrio orçamentário, redução de produtividade e eficiência,

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133
Q

ARMADILHA DE LIQUIDEZ

1- Conceito e causa

2- Consequência para a taxa de juros

3- Posição da curva LM

4- Eficácia/Ineficácia da Política Monetária e Fiscal

A

é uma situação de total incerteza do mercado, gerando a demanda MÁXIMA POR MOEDA (para especulação - expectativa do juros subir), causada pelo descontrole de gastos do governo após a intensificação do efeito CROWDING OUT

A consequência é que a política monetária (taxa de juros) não tem mais efeitos (perda de confiança), tornando-se INEFICAZ / as pessoas não investem nem se os juros sofrerem queda e forem extremamente baixos, dado o cenário de incerteza e a expectativa de alta dos juros

A LM torna-se horizontal = demanda por moeda INIFINITAMENTE elástica / GUARDAR: LM HORIZONTAL = INFINITAMENTE ELÁSTICA (armadilha de liquidez)

Simboliza o trecho inicial horizontal do gráfico keyneasiano e ele representa a curva LM (ou seja, LM horizontal caso haja expansão ou retração monetária nada muda = governo perde a capacidade de atuar por meio de política monetária) / Nesse caso, Somente a política fiscal é capaz de estimular a economia e aumentar a renda

O cenário atual de corona vírus TENDE à armadilha de liquidez (NUNCA afirmar categoricamente) / TOTAL ineficácia da política monetária e eficácia da política fiscal

Meu resumo: A armadilha da liquidez é a situação em que há incertezas sobre o futuro no mercado, acarretando a preferência absoluta por ativos líquidos (moedas) para especulação futura, gerado pelo descontrole do gasto público. De acordo com o modelo IS-LM, na armadilha a curva LM assume uma posição horizontal, demonstrando a perda da eficácia da política monetária e sua atuação sobre a taxa de juros por parte do governo. Dessa forma, políticas fiscais tornam-se mais eficazes por aumentarem o produto, sem grandes variações na taxa de juros. Uma política fiscal expansionista desloca a curva IS para a direita, demonstrando um aumento do produto (y) para uma mesma taxa de juros (i).

A Armadilha de Liquidez ocorre quando a taxa de juros está em níveis elevados - ERRADO - Ao contrário, como se pode ver na economia japonesa, que utilizou o quantitative easing para estimular sua economia em armadilha de liquidez, a taxa de juros está em níveis baixos. Caso a Autoridade Monetária deseje reduzir ainda mais a taxa de juros pela expansão da oferta monetária, os agentes seguirão desejando reter moeda (LM VERTICAL)

Quando ocorre o fenômeno denominado armadilha da liquidez, a taxa de juros se reduz a tal ponto que a política monetária se torna ineficaz e a moeda passa a ser demandada apenas por motivo especulativo - CERTO CESPE -

Na situação de armadilha da liquidez, o Banco Central do Brasil perde sua capacidade de estímulo à economia por meio do canal dos juros, permanecendo, contudo, capaz de influenciar a economia pelo canal monetário - CERTO pela CESPE - professores afirmaram estar incorreta e que a última palavra monetária deveria ser substituída por “fiscal” para estar correta

Caso a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros seja infinita, um aumento da renda somente será alcançado por meio de uma política fiscal expansionista - CERTO - É o caso da Armadilha de Liquidez. Nesse trecho a curva LM é horizontal, infinitamente elástica em relação aos juros. Devido ao alto grau de liquidez, a política monetária não é eficaz para aumentar o produto

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134
Q

Política Monetária Não Convencional (debate atual)

1- Conceito de Armadilha da Liquidez

2- Relação com o Quantitative easing

A

Tradicionalmente o estímulo da atividade econômica pela política monetária se dá pela taxa de juros / Porém, quando ocorre a chamada armadilhas da liquidez (pessimismo) = Mesmo com taxas de juros muito baixas, próximas a zero, os consumidores não consomem e os investidores não investem! Isso ocorre por expectativas futuras ruins dos agentes (eles seguram/retém moedas) / preferência ABSOLUTA pela liquidez (moeda em espécie)

Banco Central deixa de estimular a economia por meio dos juros e passa a usar política monetária NÃO CONVENCIONAL = compra de ativos financeiros em ampla escala visando influenciar a economia real em curto prazo e promover o crescimento (afrouxamento quantitativo ou QUANTITATIVE EASING) = política monetária super expansionista = o BC sai comprando títulos ou ativos de bancos comerciais e instituições (ativos que não são padrão = títulos do governo de longo prazo, hipotecas, ativos privados, carteiras de instituições financeiras = tornando-se credor dessas instituições), injetando dinheiro na economia (a operação padrão seria o BC comprar títulos públicos de longo prazo)

Essa política foi estabelecida pelo Japão em 2001, país com alto risco de deflação e taxa de juros próxima de zero / Também utilizada pelos BC da Europa e EUA após 2008 / Japão, EUA e Europa injetaram 5 trilhões de dólares de 2008 a 2015 e diferente da informação dos clássicos, não houve inflação! (demanda super desestimuladas = falha na lei de say = economia explicada a partir da oferta) / EUA só pararam de comprar ativos em 2014, quando a economia estava aquecida / o Japão nunca parou o QE apesar de tentar inúmeras vezes, pois a economia é forte, com alta poupança e desestimulada / Europa estava reduzindo e desacelerando o QE / aí surgiu o Corona vírus e todos retornaram ao QE (FED comprará 2,5 trilhões de USD somente em 2020)

Até o Corona Vírus, o QE era vedado pela CFRB/88 (barra intervenções não convencionais pelo BC, somente as tradicionais). Isso mudou com a pandemia e a elaboração da PEC nº10/2020, introduzindo um regime extraordinário fiscal e financeiro / PEC de orçamento de guerra (PEC 10/2020) = recentemente aprovada = permitindo a compra de títulos BB- e superiores = Permite ao BC realizar QE, desde que publicadas diariamente, fiscalizada e verificada por agências de risco

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135
Q

Equivalência Ricardiana (também chamada de Barro-Ricardo)

1- Conceito

2- Efeitos no consumo, demanda agregada, taxa de juros, riquezas das famílias

3- Efeitos na poupança do governo, na poupança das famílias e na poupança total

4- Por que a taxa de juros mantêm-se inalterada ?

5- 3+ Pressuspostos da Equilavência Ricardiana

A

é o trade-off das famílias (racionais) entre pagar imposto hoje ou amanhã / O governo pode financiar seus gastos por meio de impostos cobrados dos atuais contribuintes ou pela emissão de dívida pública. No entanto, se for escolhida a segunda opção (endividamento), mais cedo ou mais tarde teriam que ser pagas as dívidas, aumentando os impostos acima do que eles seriam no futuro, se a escolha tivesse sido utilizar os recursos disponíveis

Ou seja, caso o financiamento do governo ocorra pelo ENDIVIDAMENTO, a equivalência ricardiana é aplicada / a implicação da equivalência ricardiana é que uma redução de impostos financiada pelo endividamento e não pela redução de gastos do governo deixa o consumo ©, demanda agregada (Y), taxa de juro real (i) ou a riquezas das famílias inalterados (a única queda se dá na poupança do governo, a qual cai pela redução de impostos, mas logo aumenta pelo acréscimo da poupança privada por compra de títulos públicos – mantendo a POUPANÇA TOTAL e a taxa de juros INALTERADA) (não impacta NENHUMA variável REAL)

OU SEJA, redução de impostos financiada por endividamento equivale ao financiamento por impostos / A redução de impostos via endividamento apenas ADIA impostos / as famílias irão poupar a renda disponível adicional desse imposto suprimido para pagar o aumento de impostos no futuro (esse modelo pressupõe previsão e conhecimento futuro das famílias) / é um pensamento alternativo ao keynesiano que defende que aumento dos gastos do governo = aumento da demanda agregada e da renda de equilíbrio

É uma teoria crítica ao endividamento (aumento de impostos e emissão de títulos) e a favor da redução de gasto público (clássica) / as famílias compram os títulos do governo para serem remunerados e pagarem os impostos futuros (não afetando a riqueza do setor privado)

Como a poupança privada aumenta no mesmo montante que o déficit orçamentário, a taxa de juros mantém-se inalterada.

O déficit não provoca qualquer redução do ritmo de acumulação do estoque de capital, nem deterioração das contas externas. A dívida pública não afeta a riqueza do setor privado. Então, o financiamento da despesa pública por dívida pública é equivalente ao financiamento por impostos (redução da poupança do governo é compensada pelo aumento da poupança das famílias, mantendo a poupança doméstica total)

Pressupostos da equivalência Ricardiana: Imposto Lump Sum (um montante só, fixo, independente do PIB), previsibilidade das famílias (expectativas racionais), preocupação com as gerações futuras (não consomem toda a renda), déficit público obrigatoriamente financiado por emissão de títulos, total certeza sobre a política fiscal do governo / Outras premissas: a não distorção das decisões das famílias por impostos, mercado de capitais perfeito (mesma taxa de juros de empréstimos e do Estado), decisões das famílias não distorcidas por impostos, não há crescimento econômico, entre outros.

O conceito de equivalência ricardiana ignora completamente a poupança externa como forma de financiamento do governo (é como se fosse uma economia fechada e só fatores internos importassem) / um aumento dos impostos correntes (redução da dívida do governo) leva a uma redução da poupança privada corrente (ceteris paribus) – visão contrária da equivalência ricardiana / Um aumento nos impostos futuros (tudo o mais constante) não altera o consumo corrente, mas sim a poupança (a conduta do governo NUNCA ALTERA O CONSUMO!!!)

A teoria da equivalência ricardiana foi muito criticada porque, entre outras razões, os impostos não seriam do tipo lump sim, o mercado de capitais seria imperfeito e novas famílias poderiam entrar na economia, possibilitando que o aumento da renda disponível fosse empregado em consumo.

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136
Q

Lei de Wagner

1- conceito

2- elasticidade renda dos gastos públicos

3- conceito de devedor do tipo Ponzi

A

“O aumento dos gastos do governo se dá em proporções maiores que a do produto”

Também chamada de lei dos dispêndios públicos crescentes = estabelece que a demanda por gastos públicos possui uma elasticidade renda maior que 1 (bem de luxo)

Isso significa que o CRECIMENTO DA RENDA gera uma expansão ainda MAIOR dos gastos públicos

Pressupõe que bens públicos são bens normais, ou seja, nações mais ricas exigem mais ações do Estado (a lei sugere que o estado de bem-estar social evolui do capitalismo de livre mercado)

Assume-se que o Governo é um devedor do tipo PONZI = QUALQUER devedor com risco de default (calote) / crescimento gera despesas com funções administrativas e de segurança, bem-estar social (saúde e educação)

Outra premissa da Lei de Wagner é que os bens meritórios (não excludentes e rivais), como educação e saúde, apresentam características de bens de luxo, já que a elasticidade-renda da demanda é maior que 1.

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137
Q

CORRENTES QUE EXPLICAM O AUMENTO DA DESPESA PÚBLICA

1- conceito da Lei de Wagner

2- conceito da interpretação de Peacock e Wiseman

3- Efeito Limite de Musgrave & Musgrave (conceito)

A

Lei de Wagner + Interpretação de Peacock e Wiseman + Efeito Limite de Musgrave e Musgrave

Lei de Wagner = segundo esta lei, o tamanho do governo aumenta com o crescimento econômico e, consequentemente, suas despesas.

Interpretação de Peacock e Wiseman. O governo gasta porque obtém facilmente recursos. Diante de situações externas que exigem aumento da arrecadação, como guerras, mesmo diante da finalização destas, o governo segue arrecadando impostos. A isto denomina-se efeito translação

Efeito Limite de Musgrave & Musgrave = segundo estes autores, o limite tributário explica o nível de gastos públicos.

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138
Q

COVID-19 X ECONOMIA INTERNACIONAL E NO BRASIL

1- leitura rápida

A

Redução temporária nos fluxos comerciais / questionamento do offshoring / intensificação do reshoring / tendência a políticas comerciais mais restritivas (recrudescimento do protecionismo) / sintetizada pela guerra comercial EUA x China / cotas e tarifas são as principais formas de barreiras comerciais

Nearshoring e friendshoring = trazer a produção para áreas seguras

Decoupling = recomposição técnico-produtiva = setores sensíveis a segurança nacional = tiktok, 5G, Hauweii, chips e semicondutores (chip war)

Efeitos no BR = forte valorização do dólar, forte queda na Bolsa, elevação dos juros reais e nominais + rápida aprovação pelo Congresso da decretação do estado de calamidade pública, que libera o governo da necessidade de cumprir a meta de resultado primário deste ano + queda da taxa SELIC ao menor patamar histórico + os créditos EXTRAORDINÁRIOS por serem transitórios não entram na EC 95 (teto de gastos) + alta queda na arrecadação do governo + alto déficit primário (gastos com saudade e auxilio emergencial) (não esquecer do choque do petróleo pelas disputas entre Arábia Saudita e Rússia) + nível de desocupação se manteve estável (IPEA maio de 2020)

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139
Q

Tarifas e Cotas

1- conceito de tarifas

2- efeito das tarifas no preço, na produção local, na quantidade importada

3- Conceito de Cotas

4- Para quem o bem-estar é transferido com as Cotas ?

5- 4 características comuns entre tarifas e cotas

6- Uma diferença entre tarifas e cotas

A

TARIFAS = imposto sobre bens exteriores vendidos no país + amplia o preço de importação (preço mundial + tarifa) + produtores locais podem cobrar um preço mais alto (preço mundial + tarifa) + reduz a quantidade importada + desloca o mercado interno para um ponto mais próximo do seu equilíbrio sem comércio exterior + gera-se bem-estar ao governo pela arrecadação (além do produtor e consumidor) + introduz peso morto (perda de excedente total e de bem-estar) + gera receitas ao governo + não interrompem fluxo de comércio como as cotas

Para o bem-estar dos consumidores, os efeitos negativos da imposição de uma tarifa ad valorem sobre as importações podem ser compensados por ganhos nos termos de troca, quando a demanda do país que impõe a tarifa é capaz de influenciar os preços mundiais de um produto - QUESTÃO CERTA - TPS 2019

TARIFA PAÍS PEQUENO = é o padrão e deve ser considerado país pequeno para tarifas em questões que não mencionam o tamanho do país / é o comportamento padrão, gera peso-morto e ineficiências

TARIFA PAÍS GRANDE = possui poder de mercado internacional e estabelece preços, afetando o equilibrio do comércio global. Nesse modelo de país grande, a conclusão final é que uma tarifa aduaneira aumenta o preço do mercado doméstico e baixa o preço no mercado estrangeiro, consequentemente, o volume comercializado diminui. Nesse modelo, o bem-estar geral nacional é AMBÍGUO, embora o excedente do produtor e a receita do governo aumentem, enquanto o excedente do consumidor diminui / BEM-ESTAR = a tarifa pode gerar ganhos ou perda de bem-estar ao ser imposta tarifas em país em grande, a depender de quem ganha e das inclinações)

COTAS = limite sobre QUANTIDADES de bem externo + impede a compra ilimitada do importador + em consequência, a curva de oferta deixa de ser perfeitamente elástica ao preço mundial + reduz a quantidade importada + e desloca o mercado para perto do ponto de equilíbrio vigente em uma economia sem comércio exterior + transfere bem-estar para os detentores de licenças de importação + gera receita aos detentores de licenças + pode interromper fluxos de comércio internacional

EM COMUM (4) = aumento os preços internos, reduzem o bem-estar dos consumidores, aumentam o bem-estar dos produtores e impõem um peso morto

A diferença é que o valor gerado não é absorvido pelo governo como arrecadação, mas apropriado por agentes privados com autorização a importar (como o produto importado ficou mais caro no mercado interno, eles se apropriam de uma “quase-renda”, que é a diferença entre os preços interno e externo)

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140
Q

Setor Público não financeiro x Governo Geral (composição)

1- cinco componentes do setor público não financeiro

2- dois componentes do Governo Geral

3- dois membros em comum aos dois

A

Setor público não financeiro = administração direta + indireta + previdência social + empresas estatais (exceto Petrobras e eletrobras) + fundos públicos (NÃO inclui BACEN)

Governo Geral (composição) = administração direta + previdência social (Atenção para o enunciado, caso a questão cite a expressão “governo geral”.

AMBOS INCLUEM A ADMINISTRAÇÃO DIRETA PREVIDÊNCIA SOCIAL

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141
Q

TIPOS DE RESULTADOS (DÉFICITS OU SUPERÁVITS) (PNO)

1- conceituar os três tipos de resultados

A

** Resultado primário -> Resultado Nominal -> Resultado Operacional **

** Portanto, arrecadação – gasto = resultado primário + juros da dívida = resultado nominal – atualização monetária ou inflação = resultado operacional **

Resultado PRIMÁRIO = receitas menos gastos (ambos NÃO FINANCEIROS) + separa o esforço fiscal dos gastos financeiros + revela, efetivamente, a condução da política fiscal + é o mais utilizado pela mídia + não carrega os resultados de dívidas e juros do passado + mostra o esforço ATUAL do governo

** O resultado primário demonstra o o esforço atual do governo para pagar déficits passados, caso sejam registrados superávits. Além disso, faz parte de uma das três âncoras da política macroeconômica nacional, junto do câmbio flutuante e do regime de metas da inflação desde 1999 **

Resultado NOMINAL = é o resultado primário mais os gastos financeiros (jurs, correção monetária e/ou cambial) = evidencia a necessidade de financiamento do setor público + é o conceito fiscal mais abrangente, mais utilizado

Resultado OPERACIONAL = adiciona-se a inflação ou atualização (utilizado em países de alta inflação)

O setor público brasileiro apresenta, historicamente, necessidades de financiamento positivas, ou seja, déficits nominais. Assim sendo, precisa financiar-se
e o faz domesticamente ou externamente

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142
Q

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)

1- conceito

2- data limite para encaminhamento e votação do Congresso

3- três orçamentos contidos na LOA

4- nome dos dois tipos de créditos que o executivo pode solicitar fora da LOA

A

A LOA é o orçamento propriamente dito = receitas e despesas organizadas pelo poder executivo do próximo ano, votada até o final do ano legislativo / o PR encaminha o Plano Plurianual e a LOA ao Congresso / A LOA é encaminhada até 31 de agosto pelo PR e votada é o fim da sessão legislativa (22 de dezembro)

** A LOA é composta pelo orçamento fiscal, da Seguridade Social e de investimento das estatais ** (decorar)

Inclui as despesas do governo federal em relação ao legistlativo, executivo e judiciário.

Se durante o exercício financeiro houver necessidade de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo emite medida provisória, submetendo-a a aprovação do Congresso Nacional solicitando crédito especiais ou suplementares

No caso dos créditos SUPLEMENTARES, estes podem ser solicitados através da própria LOA

O Orçamento anual visa concretizar os objetivos e metas propostas no Plano Plurianual (PPA), segundo as diretrizes estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Exceção a LOA: autorização para créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receita

A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa

LOA é lei formal (emana de órgão com competência legislativa), mas não é lei material (apenas prevê receitas e autoriza gastos) = pré-requisito para autorizar GASTOS

A lei orçamentária anual, entre outros aspectos, exprime, em termos financeiros, a alocação dos recursos públicos para determinado exercício.

A LOA é a lei orçamentária propriamente dita, possuindo vigência para um ano. Ela estima a receita e fixa a despesa do exercício financeiro, ou seja, aponta como o governo vai arrecadar e como irá gastar os recursos públicos. De um lado, permite avaliar as fontes de recursos públicos no universo dos contribuintes e, de outro, quem são os beneficiários desses recursos

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143
Q

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)

1- definição

2- a quem pertence a iniciativa da LDO

3- prazo limite para envio

A

Orienta o orçamento fiscal, seguridade social e o investimento do Poder Público / Sintoniza a LOA com as diretrizes, objetivos e meta da administração pública, estabelecidas no Plano Plurianual / tem previsão constitucional / orienta a elaboração da LOA

É elaborada pela Secretaria do Orçamento Federal

É o instrumento norteador da LOA, por selecionar os programas do PPL que serão contemplados com a dotação da LOA. Por isso, é o ELO entre a LOA e o PPL / ** Pode ser considerado o AJUSTE da programação orçamentária ao cenário político, econômico e institucional ** / Assim como a LOA, a LDO se materializa em lei ordinária do PR

A iniciativa do projeto da LDO é exclusiva do chefe do Poder Executivo (prefeitos, governadores e presidente) até o prazo de 15 de abril de cada ano / é o elo entre o planejamento estratégico (PPA) e o planejamento operacional (LOA) / metas prioritárias para o ano seguinte / METAS E PRIORIDADES / ** Alterações na legislação tributária deverão estar dispostas na LDO **

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144
Q

PLANO PLURIANUAL (PPA)

1- previsão temporal (duração)

2- previsão constitucional (artigo)

3-

A

Previsão no Artigo 165 da CFRB / plano de médio prazo com objetivos, diretrizes e metas / aprovado em lei quadrienal (do segundo ano presidencial até o final do primeiro ano do mandato seguinte) = 4 nos

Possui dezenas de programas temáticos, que apontam os caminhos a serem percorridos de 2020-2024, contendo milhares de metas e iniciativas

É condição Sine qua non para elaboração dos demais leis (LDO e LOA), conforme artigo 165 da CFRB

A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma REGIONALIZADA, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. (REGIONALIZADA = PLANO PLURIANUAL

Entre os instrumentos de implementação do princípio da redução das desigualdades regionais e sociais, incluem-se a criação de regiões administrativas e a lei que institui o plano plurianual.

145
Q

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) (FHC, anos 2000)

1- definição

2- antecedente e inspiração internacional da LRF

3- Podres submetidos a LRF

4- tipo de meta que a lei a prevê

5- dois princípios que a lei segue

A

também chamada de Lei complementar nº101, impõe o controle de gastos da União, Estados, DF e municípios com a condicionante ligada a capacidade de arrecadação de tributos desses entes políticos

Tal medida foi justificada pelo costume, na política brasileira, de gestores promoverem obras de grande porte no final de seus mandatos, deixando a conta para seus sucessores / é um divisor da história das finanças públicas / Inspirado na experiência da Nova Zelândia, que se tornou uma referência no debate internacional sobre política fiscal ao definir critérios e compromissos de TRANSPARÊNCIA e RESPONSABILIDADE na administração das finanças públicas

A LRF também promoveu a transparência dos gastos públicos / submete o executivo, o legislativo e o judiciário / A lei introduz inovações em termos de contabilidade pública e execução orçamentária, na medida em que introduz limites tanto para as despesas do exercício (contingenciamento, limitação de empenhos), como para o endividamento. A LRF também determina o estabelecimento de metas fiscais trienais. Isso requer que o governante planeje e controle receitas e despesas, adotando medidas necessárias a prevenir ou corrigir problemas que possam comprometer o alcance das metas

Uma das diretrizes mais importantes da LRF é a imposição de se definirem e se respeitarem metas fiscais (metas de resultado fiscal e limites de dívida pública) / Tais metas servem de parâmetros para os agentes econômicos e possibilitam a avaliação do desempenho das contas públicas pela sociedade.

A LRF provocou uma mudança substancial na maneira como é conduzida a gestão financeira dos três níveis de governo. Tornou-se preciso saber planejar o que deverá ser executado, pois além da execução deve-se controlar os custos envolvidos, cumprindo o programado dentro do custo previsto. Sua criação fez parte do esforço em reformas do Estado promovido pelo governo federal para estabilizar a economia brasileira a partir do Plano Real, no sentido de reduzir o risco país, como parte da estratégia de atração de investimentos estrangeiros

A LRF coloca REGRAS, LIMITES E RESPONSABILIZAÇÃO (sanções)

Segue princípios = equilíbrio, preservação do patrimônio, transparência

A política de flutuação controlada do câmbio, que ocorreu no início de 1999, estava em desacordo com o programa de ajuste econômico, que foi firmado entre o governo federal brasileiro e o Fundo Monetário Internacional em 1998 (FMI desejava câmbio completamente flutuante)

146
Q

CURVA DE LAFFER

1- conceito

2- formato da curva

3- conclusão

A

Curva que indica a arrecadação de um imposto para diferentes alíquotas (0 até 100%)

É uma parábola de ponta cabeça (100% de imposto gera zero arrecadação = não há estímulo para geração de valor)

Há uma alíquota que gera o valor máximo de arrecadação. Um aumento acima dessa alíquota gera queda da arrecadação

147
Q

** CARGA TRIBUTÁRIA (CT) **

1- Dois tipos de carga tributária existentes e seus conceitos

2- Efeito do déficit ou aumento da dívida pública

3- Dois componentes da Poupança do governo

A

Divide-se em Bruta e Líquida

Carga Tributária Bruta (CTB) = total de impostos arrecadados (direitos, indiretos e outras receitas)

Carga Tributária Líquida = É a carga tributária bruta menos as transferências do governo (transferência de renda, subsídios, assistência e previdência e os juros da dívida interna)

A Carga Tributária Líquida é o que financia os gastos correntes do governo (consumo/atividades correntes [embora aqui entre o pagamento de juros de dívidas] / financia os gastos correntes do governo

Quanto maior o déficit ou dívida pública, maior seus gastos com juros, maior a diferença entre a carga tributária bruta e líquida

A poupança do governo é a Carga Tributária Líquida – Gastos do Governo = responsável por financiar os gastos de capital (ou seja, investimento público = prédios, hospitais, escola)

A diferença entre a POUPANÇA e o investimento público é igual ao DEFICIT OU SUPERAVIT PÚBLICO, ou seja,

Déficit/superávit público = Total de impostos - Transferências do governo - Gastos correntes (salários) - gastos de capital (investimentos)

Já a dívida pública (variável de estoque) é o acúmulo de déficits, ou seja, uma variável de fluxo!

RESUMINDO

Carga Financeira Bruta = Carga Financeira Líquida + transferências (5+ tipos)

Poupança do governo = Carga Financeira líquida - Gastos do governo

Déficit ou Superávit = Investimento - Poupança

148
Q

ECONOMIA MONETÁRIA

1- Três funções da moeda

2- 2+ atributos da moeda

3- Dois componentes da Base Monetária

4- Como ocorre a criação e destruição de moeda (2 pressupostos)

5- 4 formas de alterar a oferta de moeda

6- 3 motivos da demanda por moeda, segundo a Teoria da Preferência pela Liquidez (Keynes)

7- Conceito do efeito Fisher

A

FUNÇÕES da Moeda = meio de troca, unidade de conta (referencial) (também chamada de medida de valor) e reserva de valor* (comprometida em cenários de inflação, *função não considerado pelos clássicos, mas sim por keynes!)

Atributos da moeda = aceitação geral, divisibilidade, durabilidade, baixo custo de carregamento, transferibilidade

A moeda pode ser utilizada como demanda precaucional ou especulação (inversamente proporcional à taxa de juros)

** A Base monetária (BM) é a necessidade de moeda, sendo constituída do papel moeda em poder público (PMPP) (não se confunde com o que está em circulação, pois não abrange o caixa das autoridades monetárias) + Encaixes bancários totais (reservas obrigatórias ou não) (Não inclui a moeda em circulação!) ** Cai muito

BASE MONETÁRIA = PMPP + ENCAIXES (reservas obrigatórias ou não)

Caso o encaixe monetário dos bancos comerciais seja nulo, a expansão monetária dependerá apenas da preferência do público por papel-moeda (CERTO – TPS 2021) - questão envolve as variáveis do multiplicador bancário:

K = 1 / c + r (d) – tudo em porcentagem

c = meios de pagamento em dinheiro vivo
r = reservas bancárias
d = moedas escriturais (depósitos à vista em conta corrente prontos para o uso)

A questão fala que “r” e “d” são iguais a zero, logo a expansão monetária (k) só terá relação com os meios e pagamento em dinheiro vivo (c), u seja, a preferência do público por papel-moeda.

** Criação e Destruição de moeda = para que haja criação ou destruição de moeda, é necessária a troca de haveres monetários e não monetários entre o setor bancário e o não-bancário da economia (2 pressupostos) **

A taxa de juros é determinada pela intersecção da oferta de moeda (fixa e determinada pelo BACEN, ou seja, exógena!
Podendo ser alterada pelos 4 mecanismos de política monetária:

1) reservas compulsórias
2) operações de mercado aberto
3) emissões
4) empréstimos de liquidez

Essas operações alteram as variáveis de demanda de moeda em um gráfico onde o eixo y é a taxa de juros e o eixo x é a quantidade de moeda

Oferta de Moeda (gráfico taxa de juros x quantidade de moeda) = determinada exogenamente pelo BCB – não depende de outras variáveis, inclusive da taxa de juros. A curva de oferta fixa é representada por uma reta vertical. A mudança das reservas ocorre via: a) operação de mercado aberto; b) exigência de reservas e c) taxa de redesconto / a oferta de moeda varia inversamente com a taxa de reservas compulsórias.

A demanda por moeda é descrita pela Teoria da Preferência pela Liquidez (Keynes) = os agentes demandam moeda por motivos de negócios (transações), precaução e especulação (ou portfólio) – os dois primeiros tem relação com a renda e o último com a taxa de juros / a teoria afirma que os agentes preferem ativos líquidos e que a principal variável que influencia a demanda por moeda é a taxa de juros (custo de oportunidade)

Curva de Demanda por moeda (gráfico taxa de juros x quantidade de moeda): Quanto mais alta for a
taxa de juros, maior é o custo de oportunidade de
se reter moeda e, portanto, menor sua demanda. Por isso, a demanda por moeda é NEGATIVAMENTE inclinada.

Aumento dos preços (inflação) deslocam a demanda por moeda para cima e para direita no gráfico acima, ao mesmo tempo que desloca para outro ponto na MESMA curva no gráfico da demanda agregada para trás (gráfico preço x quantidade), ou seja, diminui a quantidade e aumenta o preço.

Com base no efeito Fisher, pode-se afirmar que a taxa real esperada de juros, e a taxa de crescimento do PIB, não são afetadas por uma variação do crescimento da oferta de moeda. CERTO

“Fisher propôs que, no longo prazo, uma VARIAÇÃO permanente no ESTOQUE NOMINAL DE MOEDA faz com que haja uma VARIAÇÃO IDÊNTICA na taxa de INFLAÇÃO e na taxa de JUROS NOMINAL, deixando INALTERADA a taxa de JUROS REAL da economia.” (Visão clássica de que a expansão monetária = inflação = neutralidade da moeda) / efeito Fisher = relação DIRETA entre inflação e taxa de juros (aumento da inflação = aumento da taxa de juros) e que não geram efeitos real no produto.

149
Q

Agregados Monetários (M0, M1, M2) e Base monetária

1- critério utilizado para classificação dos agregados

2- dois componentes do M0

3- Conceito de M1 (duas características) e seus três componentes

4- Quatro componentes do M2 (já caiu)

5- Dois componentes da Base Monetária

A

Segundo o site do senado, são ativos financeiros que se classificam de acordo com a sua liquidez. Os economistas dividem os meios de pagamento em quatro grupos: M1, M2, M3 e M4

Os meios de PAGAMENTO AMPLIADOS são agregados por seus sistemas emissores: o agregado M1 é estabelecido com base nas instituições emissoras de haveres estritamente monetários - CERTO

M0 = Papel-moeda em poder do público (PMPP)

Observação: O papel moeda em poder do público (PMPP) é o papel moeda em circulação menos o caixa dos bancos comerciais

M1 = ativos com liquidez absoluta e que não rendam juros (2 características) = papel-moeda em poder do público (PMPP) + moeda escritural (saldo com disponibilidade imediata na conta corrente, ou seja, depósitos à vista no sistema bancário) (NÃO inclui Poupança ou dólares) (Inclui dinheiro em Conta Corrente = chamados de depósitos à vista). Como não rende juros, sofre todo o impacto da Inflação e quando esta aumenta, ocorre desmonetização

duas condições para m1 = liquidez absoluta e não render juros

O M1 é chamado de MEIOS DE PAGAMENTO e é composto por dois elementos = PMPP + depósitos à vista nos bancos comerciais / M1 é moeda em sentido puro, com o nível de liquidez de estar na sua mão (em dinheiro ou em conta corrente para ser utilizado) / a grande característica do M1 é que ele não rende juros, por possuir liquidez absoluta / os demais M são chamados de QUASE moeda (grau de liquidez diferenciada e são remuneradas) / Somente os depósitos à vista são chamados de recursos monetários.

O pagamento aos empregados de uma firma que saque recursos de sua poupança junto aos bancos comerciais representa aumento na base monetária. A afirmativa equivale a dizer que tal operação proporcionou criação de moeda ou de meios de pagamento. ** Houve mudança de M2 para M1, representando criação de moeda e, portanto, aumento da base monetária ** / M1 = CRIA MOEDA

M2 = M1 + depósitos à Prazo (composto por depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias) (são 4 componentes no total) (CESPE já cobrou 2x) - DECORAR, JÁ CAIU!

(O m2 inclui o certificados de Depósito Bancário e Interbancário (CDB e CDI) e a parte dos títulos públicos)

Os meios de pagamentos ampliados (M2) correspondem à soma dos meios de pagamentos restritos (M1) com os depósitos especiais remunerados, depósitos de poupança e títulos emitidos por instituições depositárias. - CERTO

M3 = base monetária mais o M2, adicionada ao total de depósitos em caderneta de poupança

M4 = base monetária mais M2 e M3, adicionada ao restante dos títulos públicos em poder de bancos e de fundos de investimento, além de alguns títulos privados, como letras hipotecárias e letras de câmbio

O M4 é o agregado em que são conceituados os ativos cujo emissor é o poder público, logo, neste agregado, teremos os títulos públicos

Base Monetária = papel moeda em poder do público (PMPP) + Encaixes bancários (E) (caixas em moeda e reservas bancárias, ou seja, depósitos voluntários e compulsórios do setor bancário no Banco Central)

** A Base monetária (BM) é a necessidade de moeda, sendo constituída do papel moeda em poder público (PMPP) (não se confunde com o que está em circulação, pois não abrange o caixa das autoridades monetárias) + Encaixes bancários totais (reservas obrigatórias ou não) (Não inclui a moeda em circulação!) ** Cai muito

BASE MONETÁRIA = PMPP + ENCAIXES (reservas obrigatórias ou não)

Atualização = https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/guia-de-economia/agregados-monetarios#:~:text=M2%20refere%2Dse%20%C3%A0%20base,e%20de%20fundos%20de%20investimento

150
Q

Multiplicador Monetário

1- Significado

2- Fórmula (3 variáveis) (Cristiano + RonalDo)

3- Significado das três variáveis

A

É a capacidade da economia de criar moeda e não se confunde com o multiplicador bancário

K = 1 / c + r (d) – tudo em porcentagem / é inversamente proporcional aos meios de pagamento em dinheiro vivo (c) e as reservas bancárias (r), e diretamente proporcional as moedas escriturais (d) (estão em posse dos bancos) - DECORAR, JÁ CAIU!

Lembrando que meios de pagamento em dinheiro vivo (c) e as reservas bancárias são iguais a BAS MONETÁRIA

c = meios de pagamento em dinheiro vivo
r = reservas bancárias
d = moedas escriturais (depósitos à vista em conta corrente prontos para o uso)

Onde “r” é o coeficiente de reservas, ou seja, a porcentagem de depósitos à vista que ficam sob a forma de encaixes bancários (reservas compulsórias + reservas voluntárias dos bancos + caixa do próprio banco [soma da exigência do BACEN e da decisão interna do próprio banco])

Não confundir o multiplicador monetário com o multiplicador bancário que não inclui as variáveis ligadas ao público e só dizem respeito ao banco, ou seja: k = 1/r (quanto maior a exigência de reserva, menor o multiplicador bancário)

Caso o encaixe monetário dos bancos comerciais seja nulo, a expansão monetária dependerá apenas da preferência do público por papel-moeda (CERTO – TPS 2021)

Questão que, embora não o mencione, está tratando do multiplicador monetário ou bancário

O multiplicador monetário ou bancário mostra a relação entre a oferta de moeda e a base monetária na economia. Ele revela a capacidade que os bancos comerciais têm de ampliar, via crédito, a base monetária da economia. Sua fórmula é a seguinte:

m = 1 / 1 - d*(1 - R)

d = depósitos à vista / meios de pagamento
R = encaixe dos bancos comerciais / depósitos à vista

Se a parcela dos meios de pagamentos que os agentes mantêm como depósitos à vista aumentar e se a proporção de reservas bancárias em relação ao depósito à vista diminuir, então o multiplicador da base monetária aumentará. - CERTO - Basicamente, a questão pergunta o que ocorrerá se aumentarmos ‘d’ e diminuirmos ‘r’. Ao fazermos essa análise na fórmula, verificamos que o aumento de ‘d’ e a diminuição de ‘r’ gerarão um aumento do ‘K’.

O multiplicador monetário também pode ser calculado por uma segunda fórmula:

O multiplicador é a razão entre os meios de pagamento e a base monetária.

Meio de pagamentos (M1) = Papel Moeda em Poder Público (c) + depósitos a vista (d)

Base Monetária ou papel moeda em circulação = Papel moeda em poder públicos (c) + encaixes bancários totais

Observação: A junção do PMPP e dos encaixes bancários totais pode ser chamado de PAPEL MOEDA EM CIRCULAÇÃO

151
Q

Multiplicador Bancário

1- fórmula (2 variáveis)

2- significado da variável

3- conceito

A

Algebricamente, o multiplicador bancário (k) é definido por meio da expressão matemática: k = 1 / r

Sendo “r” = exigência de reservas compulsórias

Esse conceito revela a relação entre a base monetária em um determinado momento e a oferta de moeda / Dessa forma, traduz a capacidade de ampliação da base monetária por meio do crédito, realizada pelos bancos / Ademais, o multiplicador calcula a quantidade máxima de dinheiro que um depósito inicial pode se expandir em uma dada taxa de reserva.

Caso a taxa de reserva seja de 20% -> o multiplicador será: k = 1 / 20% -> k = 5 -> Este número multiplicado pelo depósito inicial mostra a quantidade máxima em que o dinheiro pode ser expandido[ / Nesse sentido, quanto maior for a exigência de reservas compulsórias ( r ) definidas pelo Banco Central, menor será o multiplicador bancário, ceteris paribus

NÃO se confunde com o multiplicador monetário = = K = 1 / c + r (d) – tudo em porcentagem

O multiplicador monetário é uma ferramenta utilizada pelos bancos para ampliar a oferta de moeda em uma economia. O montante desse valor que o banco pode emprestar depende da taxa compulsória (instrumento de política monetária), estabelecida pelo banco central.

O multiplicador bancário ou multiplicador dos meios de pagamento é uma variável que sintetiza o mecanismo de multiplicação da base monetária pelo processo de criação de moeda operado pelos bancos comerciais. Depende do comportamento das pessoas, de decisões dos bancos comerciais e do Banco Central.

Diante de uma crise de desconfiança com relação ao sistema bancário, o aumento do papel moeda em poder do público relativamente aos depósitos bancários tende a contrair os meios de pagamento – CERTO – o mecanismo de OFERTA MONETÁRIA é expreso por: M1 = M x B

M1 = oferta de moeda

M = multiplicador bancário (o qual é influenciado pelo recolhimento compulsório e pela taxa de redesconto)

B = Base monetária (determinada pelas operações de mercado aberto do BC).

152
Q

POLÍTICA MONETÁRIA

1- cinco políticas econômicas à dispor do governo

2- Definição de Política de Monetária e seus 3 objetivos

3- Seis mecanismos de atuação da PM

4- Tipo de política monetária utilizada no Brasil e seu significado (passiva ou ativa)

5- Significado de Senhoriagem e Imposto Inflacionário

6- duas formas de criação de moeda

7- duas condicionantes para eficácia da política monetária

A

As políticas econômicas sao 5: fiscal (contas públicas/arrecadação), cambial (valor do R$ frente ao mundo) , crediticia (crédito: empréstimos, financiamentos ), renda (salários) e monetária (volume de moeda circulante).

Política monetária é o conjunto de medidas que a autoridade monetária utiliza para controlar a oferta de moeda da economia e a taxa de juros com o objetivo de manter a estabilidade de preços, do produto e do emprego.

PM = moeda e taxa de juros -> estabilidade de preços, produto e emprego

A política monetária consiste na atuação do Banco Central de controle da oferta monetária (controle da liquidez econômica) e da taxa de juros (Lembrar: MOEDA E TAXA DE JUROS)

Feita através de 6 mecanismos:

1) emissões,

2) reservas obrigatórias,

3) redescontos (empréstimos aos bancos) (não confundir com taxas de redesconto nas questões CESPE) (se há aumento dos redescontos, há expansão dos meios de pagamento e poderá haver queda da taxa de redesconto),

4) operação de mercado aberto (open Market = títulos públicos no mercado de capitais),

5) regulamentação e controle de crédito,

6) utilização das reservas internacionais (compra de moeda estrangeira pelo BACEN = despeja moeda na economia = aumento das reservas internacionais = política monetária expansiva = aumento da moeda disponível) / Venda de moeda estrangeira = diminuição das reservas internacionais = política monetária = enxugamento da liquidez da economia = despeja moeda estrangeira (não é m1) e absorve R$, reduzindo m1 disponível

3 principais instrumentos da PM = Operações de mercado aberto, redesconto e recolhimentos compulsórios.

Política de estabilização é o uso de política fiscal ou monetária para contrabalançar choques de demanda.

Principais canais de transmissão da política monetária = taxa de juros, taxa de câmbio, preço dos ativos, crédito e expectativas / essas variáveis geram efeito sobre a poupança, investimento e gasto das pessoas e empresas – afetando a demanda agregada e a taxa de inflação /

No BR adota-se a política monetária PASSIVA = oferta de moeda varia e a taxa de juros é controlada / controle da oferta de moeda e taxa de juros livre = política monetária ATIVA

A taxa de juros é o CUSTO de reter moeda ou não / a inflação desloca a curva de moeda no gráfico (taxa de juros x quantidade de moeda) para direita (curva negativamente inclinada)

Senhoriagem é a forma como o governo financia os seus gastos públicos por intermédio da emissão de moeda - CERTO
Senhoriagem = lucro derivado da emissão + diferença entre o valor do dinheiro e o seu custo de impressão + fruto do monopólio do governo na emissão + também é a receita obtida pela taxa de redescontos (O BC emite, a casa da moeda imprime, as notas ficam nos cofres do BC, os bancos comerciais pedem empréstimos de liquidez, o BC empresta e receber o pagamento acrescido da taxa de redesconto, essa diferença é a receita da senhoriagem) / essa prática é proibidade pela CRFB desde 1988

Não se confunde com imposto inflacionário = ganhos governamentais por aumento dos preços + é a permissão da escalada da inflação, o que acaba por corroer a dívida real (e o poder de compra da população)

A senhoriagem não tem o mesmo significado do imposto inflacionário, uma outra expressão usada para se referir aos ganhos do governo com a aceleração de preços. O imposto inflacionário é a corrosão do poder de compra do dinheiro em circulação. Uma das maneiras de medi-lo é calcular quanto a base monetária perdeu valor por causa da inflação

A senhoriagem, receita obtida por emissão de moeda para financiamento de gastos públicos, funciona como imposto inflacionário - CERTO CESPE -

Imposto inflacionário e senhoriagem contrariam a LRF

SELIC é o principal instrumento de política monetária à disposição do Banco Central / a política monetária apresenta resultados mais imediatos que a Fiscal / a política monetária do BACEN pode ser: Ativa (controle da oferta de moeda e taxa de juros flutuante) ou passiva (controle da taxa de juros e oferta monetária flutuante) - controla-se APENAS um dos dois, deixando o outro flutuar

Observação: Poupança do Governo = carga tributária líquida – consumo do governo

Só há criação de moeda em duas situações:

(1) operações entre o setor bancário e o não bancário da economia

(2) operações entre o público e o setor bancário,

Essas operações resultam numa alteração do total de meios de pagamento do público = CRIAÇÃO DE MOEDA: ocorre quando há uma troca entre um ativo não monetário por um ativo monetário

Só dois seres criam moedas: o Banco Central e os Bancos comerciais. As demais instituições financeiras não criam moeda.

A criação não se confunde com a OFERTA DE MOEDA (exclusiva do BACEN por meio das 3 operações, as quais movimentam o multiplicador bancário, que por sua vez, modifica a OFERTA DE MOEDA = 3 operações = operações de mercado aberto, exigências de reservas e taxa de redesconto) /

DESTRUIÇÃO DE MOEDA: ocorre quando a troca for entre um ativo monetário do setor não bancário por um ativo não monetário do setor bancário / Portanto, Pagando em moeda corrente, o setor bancário cria moeda quando realiza uma compra de bens ou serviços junto ao público

Regime de metas da inflação = uma única META para a política monetária (estabilidade de preços), só realizada por meio da taxa de juros (escopo de atuação extremamente restrito) = não envolve metas de câmbio ou crescimento econômico

As condições para eficácia da política monetária são:

1) A elasticidade da demanda por moeda em relação a taxa de juros. Se a demanda por moeda for muito sensível à taxa de juros, uma pequena variação na taxa de juros induz a retenção de maior parte da expansão monetária pelo público, portanto uma pequena alteração no investimento e na renda. Ou seja, quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação a taxa de juros, menor será a eficácia da política monetária.

2) A elasticidade do investimento em relação à taxa de juros. Se esta elasticidade for baixa, mesmo que a ampliação da oferta de moeda gere uma grande mudança na taxa de juros, isso poderá resultar em uma pequena variação no investimento.

Manual de Macroeconomia - USP

Logo, os condicionantes para eficácia da política monetária são: elasticidade de demanda de moeda em relação à taxa de juros e elasticidade do investimento em relação à taxa de juro, não o controle de criação de moeda pelas autoridades monetária.

Uma política monetária restritiva só será eficaz mediante o controle da criação de moeda pelas autoridades monetárias. - ERRADO - As entidades monetárias são a autoridade monetária e os bancos comerciais e ambos criam moeda. Desta forma, mesmo que a autoridade monetária controle a emissão via casa da moeda os bancos comerciais precisam também ter um controle como, por exemplo, depósitos compulsórios.

153
Q

Banco Central do Brasil

1- Dois controles que o BC tem

2- Objetivo principal

3- Ano de surgimento

4- Seis funções principais

5- Dois tipos de supervisão que o BC realiza

6- Três políticas que o BC executa

7- Significado de SELIC

8- Objetivo da busca por Autonomia do Banco Central

A

Banco central é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de regular o volume de dinheiro e de crédito da economia

O Banco Central do Brasil é autarquia de natureza especial caracterizada pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos,

Seu principal objetivo é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional

Surgiu em 31-12-1964

São 6 as funções principais do BACEN:

1) monopólio de emissão; - contrato de fornecimento de cédulas com a Casa da Moeda + gestão do meio circulante

2) banqueiro do governo; - o BC detém suas contas mais importantes, participa ativamente do manejo do seu fluxo de fundos, e é o depositário e administrador das reservas internacionais do país.

3) banco dos bancos; recebe os depósitos (reservas) dos bancos, é prestamista de última instância, regula, monitora e fornece sistemas de transferência de fundos e de liquidações de obrigações / O empréstimo realizado pelo Bacen aos bancos comerciais chama-se empréstimos de liquidez

4) supervisor do sistema financeiro; O BCB deve promover a solidez, o normal funcionamento e o contínuo aperfeiçoamento do sistema de pagamentos. O Banco Central do Brasil é responsável por regulamentar, autorizar o funcionamento e supervisionar as entidades / supervisão MACROPRUDENCIAL (sistema financeiro como um todo e seus riscos sistêmicos) e MICROPRUDENCIAL (risco de cada instituição individualmente - solvência e liquidez)

Sendo assim, cabe ao Banco Central a competência de supervisão do sistema financeiro, inexistindo a possibilidade de organismos independentes exercerem a fiscalização de forma externa, como já caiu no cacd.

5) executor da política monetária; - Esta função é a que define o sentido mais amplo do banco central e que, em última instância, engloba as demais. A política monetária influencia a evolução dos meios de pagamento e controla o processo de criação da moeda e do crédito, mediante os seguintes instrumentos clássicos dos bancos centrais: 1) encaixe legal (recolhimentos compulsórios); 2) redesconto; 3) operações de mercado aberto

6) executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.

O BC possui o monopólio sobre a EMISSÃO da moeda, ou seja, ele AUTORIZA a produção de moeda (e lucra com isso, por meio da senhoriagem) / O Banco Central é o único agente no Sistema Monetário Nacional Brasileiro atual que emite papel-moeda (questão certa tps 2021) / é o depositário das RESERVAS INTERNACIONAIS, e realiza a aplicação de parte dela

o BC formula e executa a política MONETÁRIA, CAMBIAL E CREDITÍCIA

Sua utilização será para intervenções pontuais no mercado de câmbio (intervenção suja) (contribui para manter o poder de compra da moeda nacional, assegurando fluidez nas transações internacionais – diminuindo o risco cambial, ou seja, desvalorização intensa que afugenta investidores do país

O BC é o EXECUTOR da política monetária e cambial / supervisiona o sistema financeiro / é o PRINCIPAL banqueiro do governo e detém suas contas mais importantes

Funções do BACEN = ser o banco dos bancos, ser o banqueiro do Tesouro Nacional, controlar a oferta de moeda, possuir o monopólio da emissão de moeda nacional, zelar pelo valor da moeda nacional (controlar a inflação), regular e fiscalizar o sistema financeiro, emprestador de última instância (socorro aos bancos comerciais em dificuldade), supervisão e a regulação dos PROCESSOS PUNITIVOS

Funções do BACEN = Emitir papel-moeda, fiscalizar e controlar os intermediários financeiros, supervisionar a compensação de cheques ***

Para controlar a oferta de moeda, um dos instrumentos que o BC pode utilizar é a taxa de redesconto (taxa cobrada pelo BC para empréstimos de liquidez): ao decidir aumentar essa taxa, o BC estará incentivando os bancos a não tomar novos empréstimos junto ao BC, reduzindo o componente emprestado das reservas bancárias

A Taxa de juros, taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação de Custódia), é calculada pela média ponderada de todas as operações financeiras relacionadas aos títulos do Tesouro Nacional

Autonomia do Banco Central (Lei Complementar 179 de fevereiro de 2021) = Basicamente, o BC não dispunha da prerrogativa exclusiva de conduzir a política monetária / Uma das principais razões para a autonomia do Bacen é separar o ciclo político do ciclo de política monetária / A política monetária requer um horizonte de longo prazo, graças à
defasagem entre as decisões de política e seu impacto sobre a atividade econômica e a inflação. O ciclo político tem um horizonte temporal mais curto / A literatura econômica e a experiência internacional mostram que um maior grau de autonomia do Bacen está associado a níveis mais baixos e menor volatilidade da inflação, sem prejudicar o crescimento econômico (autonomia = menor inflação) / Evidências indicam que a maior autonomia do Bacen contribui para a estabilidade do sistema financeiro, trazendo benefícios no médio e longo prazos / A aprovação e sanção de um marco legal que garanta a autonomia operacional do Bacen irá proporcionar maior confiança de que o Bacen será capaz de cumprir seus objetivos / A autonomia legal do Bacen irá proporcionar maior CREDIBILIDADE, facilitando assim, a obtenção de inflação baixa, menores juros estruturais, menores riscos e maior estabilidade monetária e financeira / A autonomia permitirá à instituição buscar seus objetivos, estabelecidos em lei e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de maneira técnica, objetiva e imparcial, reduzindo a instabilidade econômica nas transições de governo e alinhando o BC às melhores práticas internacionais / Críticas: O presidente do BC continua sendo indicado pelo PR

São chamadas de operações ATIVAS do Bacen: Empréstimos do Bacen ao Tesouro Nacional + Operações de redesconto (já caiu)

Os bancos comerciais, juntamente com o Banco Central, fazem parte do sistema emissor (já caiu)

Em uma economia aberta com regime de câmbio fixo e plena mobilidade de capitais, a política monetária é passiva. - CERTO - “passiva” significa que para manter fixa a taxa de câmbio e consequentemente a taxa de juros (curva IS/LM), ele terá que variar o oferta de moeda. Isso caracteriza uma política monetária passiva.!

O BACEN detém poderes para criar ou destruir reservas bancárias em curtíssimo prazo - CERTO - através das operações de mercado aberto

As operações compromissadas do Banco Central entram no estoque da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) (principal operação de mercado aberto BC = compra e venda de títulos), de maneira que o crescimento destas operações em período recente, associadas à necessidade de esterilização da aquisição de reservas internacionais, tem elevado a dívida pública. As operações compromissada são compras com o compromisso de revenda ou a venda com o compromisso de recompra em um prazo definido (um dia) para ajustes finos de liquidez da economia e para manter a SELIC na meta do COPOM.

154
Q

EQUILÍBRIO MONETÁRIO (VISÃO CLÁSSICA)

1- Teoria e autor base

2- Pressuposto

3- Fórmula (4 variváveis)

A

Baseada na Teoria quantitativa da moeda (TQM) e nas ideias de David Hume / pressupõe pleno emprego

Equação: MV = PT = oferta de moeda (m) x velocidade de circulação (v) é igual ao nível geral de preços (P) x quantidade de transações ocorrida no sistema econômico (T)

A teoria clássica defende a política monetária CONTRACIONISTA para não gerar efeitos sobre o produto / a moeda é NEUTRA por não afetar a economia real, mas é ATIVA no sentido de ter capacidade ativa de combater a inflação / Por ser neutra, aumentos na oferta monetária geram somente aumento nos preços / afetando somente as variáveis nominais (NÃO influencia produção, empregos e salário = variáveis reais) / emissão = inflação (questionada pela prática de quantitative easing)

155
Q

EQUILIBRIO MONETÁRIO (VISÃO KEYNESIANA)

A

Oferta igual a demanda, influenciando a taxa de juros e a renda no hiato do pleno emprego

Mais moeda -> menor juros -> mais investimento -> maior renda (Y) / no pleno emprego, mais moeda gera inflação (igual a TQM) /

156
Q

Base Monetária (VTC*** cai muito)

1- Dois componente

2- Dois componentes dos encaixes bancários

3- Dois tipos de reservas bancárias existentes

A

A Base Monetária (BM), também chamado de passivo monetário do BC, é a soma do PMPP com os encaixes bancários (E) (caixa e reservas).

Os encaixes bancários, por sua vez, representam a soma do caixa em moeda corrente nos bancos comerciais e das reservas bancárias (depósitos voluntários e compulsórios do setor bancário no Banco Central).

O papel-moeda em poder do público (PMPP) somado ao Caixa dos bancos comerciais resulta no papel-moeda em circulação ou meio circulante.

O meio circulante somado ao caixa da autoridade
monetária é o papel-moeda emitido (ou base monetária)

passivo monetário do BC = papel moeda em poder do público mais encaixes TOTAIS (caixa dos bancos comerciais + reservas bancárias) = ou seja, papel moeda em circulação + reservas bancárias (depósitos compulsórios e voluntários)

47 (FGV, Analista Legislativo, Economia, 2018, adaptada) Uma elevação do caixa do Banco Central reduz o papel moeda em poder do público - CORRETO

48 (FGV, Analista Legislativo, Economia, 2018, adaptada) Uma redução das reservas compulsórias junto aos bancos comerciais eleva a base monetária - ERRADO - se as reservas compulsórias se reduzem, haverá mais recursos para empréstimos, aumentando o multiplicador da base monetária. Mas a base monetária é formada tanto das reservas voluntárias quanto compulsórias, portanto, a redução do compulsório não a modifica.

49 (FGV, Analista Legislativo, Economia, 2018, adaptada) O saque de um cheque no caixa de um banco eleva o saldo dos meios de pagamentos. - ERRADO - O saque de um cheque no caixa não cria nem destrói meios de pagamento, já que tanto depósitos à vista quanto papel-moeda em poder de público são M1 (moeda em sentido estrito).

Caso o encaixe monetário dos bancos comerciais seja
nulo, a expansão monetária dependerá apenas da
preferência do público por papel-moeda. - CERTO - TPS 2021

A elevação das reservas voluntárias no Banco Central feita pelos bancos comerciais reduz o papel-moeda em circulação - CERTO - As reservas bancárias são divididas em reservas compulsórias e voluntárias, e são depositadas no Banco Central.

Base monetária de um país consiste das reservas bancárias mais papel moeda emitido por este país. - CERTO

Os tipos de reservas mantidas pelos bancos incluem as reservas voluntárias, que são depositadas no Banco Central do Brasil (BCB) para garantir eventuais excessos de pagamentos relacionados à compensação de cheques, e as reservas obrigatórias, recolhidas junto ao BCB como proporção de depósitos utilizados para garantir a segurança do sistema bancário.

157
Q

INFLAÇÃO

1- Definição e consequência

2- Dois principais problemas da macroeconomia

3- 3 tipos de inflação

4- Diferença entre a inflação clássica e a keynesiana

5- 3 causas da inflação de custos

6- Citar 2 de 4 distorções que a inflação gera

7- Definição do efeito Pass-through

8- Definição do Efeito Tanzi

9- Definição do Efeito-Tanzi às avessas

A

É o aumento CONTÍNUO e GENERALIZADO de preços, gerando perda do valor real ou da capacidade de compra da moeda / inflação e desemprego são os problemas fundamentais da macroeconomia / existem 3 tipos = de demanda, de custos e inercial / a teoria monetarista clássica atribui a inflação a expansão monetária e a teoria keynesiana associa às elevações de custo de produção

A inflação representa um tipo de conflito distributivo entre os diferentes agentes pela repartição da renda

Inflação de demanda = é a inflação como um fenômeno monetário / mais demanda do que oferta, pode ligar-se a situação de pleno emprego, gerada por expansão monetária (gera aumento de preços pela oferta ser mais rígida que a demanda no curto prazo). É o subtipo mais comum no BR (ocorreu com as máscaras de COVID)

Inflação de custos = aumento dos preços dos insumos repassados ao produto final, ou ainda proveniente da desvalorização cambial que aumenta o custo das importações ou do aumento da taxa de juros, que torna o crédito mais caro

PREÇO DOS INSUMOS - DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL - AUMENTO DA TAXA DE JUROS

A inflação de oferta, pode ser causada pela desvalorização da moeda nacional, encarecendo o valor das importações de insumos de produção, gerando um choque de oferta ou inflação de custos / O aumento real das taxas salariais acima da produtividade do trabalho, em decorrência de pressões sindicais, é um exemplo de inflação de custos.

Inflação Inercial = resultante de mecanismos de indexação, formais (contratos, alugueis) ou informais (um aumento de preços de um setor para acompanhar outro) = é uma tentativa de manutenção de preços relativos

Distorções geradas pelas inflação:

distorção na distribuição de renda (concentra a renda e prejudica os assalariados (servidores públicos) que dependem de ajustes legais periódicos, enquanto seu poder de compra é corroído e os que não estão protegidos de seus efeitos, como os contratos não indexados),

distorções no Balanço de Pagamentos (valorização cambial distorcida = produto nacional mais caro no exterior, prejudicando a exportação)

distorções no mercado de capitais (desestimula a aplicação nos mercados financeiros se a inflação for mais alta que o retorno = retornos negativos se não houver mecanismos de correção monetária)

distorções na formação das expectativas dos agentes (nebulosidade dos possíveis retornos de investimentos), distorções tributárias (alocação menos eficientes de recursos = superestimação dos ganhos, efeito Oliveira-Tanzi)

A emissão só é inflacionária, se a emissão é MAIOR que o crescimento do produto / Para os clássicos, a inflação deriva de uma expansão monetária maior do que o crescimento do PIB (inflação de demanda), sendo um resíduo (ou remédio para o problema), o uso de política monetária contracionista - para enxugar moeda

Keynes defende que enquanto a economia estiver no HIATO INFLACIONÁRIO, ou seja, com o nível de produto menor que o nível de emprego (gerando ociosidade), deve-se utilizar políticas fiscais expansionistas e não há risco de inflação

No modelo keynesiano, uma expansão da quantidade de moeda por intermédio de uma política monetária expansionista gera como resultado a redução do salário real de equilíbrio (por conta da inflação = salário nominal x salário real [poder de compra] / o foco dos clássicos é a política monetária, mas para keynes esse passa a ser a política fiscal

Visão Cepalina = a inflação é gerada por problemas estruturais na América Latina e seria solucionada por um crescimento econômico planejado, por meio de reformas (agrária, tributária, industrialização). A CEPAL critica Keynes (política fiscal) e também os Clássicos/Friedman (política monetária contracionista)

A taxa de inflação em 2017 ficou abaixo do PISO do regime de metas pela primeira vez no Brasil desde que foi criado / Inflação fecha 2021 em 10,06%, a maior desde 2015 (10,67%) e bem acima da meta do BC (3,75% com variação de 1,5%) = influência dos preços dos combustíveis

2022 = BR teve a quarta maior inflação do G20 / O Brasil deve fechar 2022 com a inflação acima do centro da meta pelo 4º ano consecutivo. A inflação de 2022 deve fechar em 5,8%, de acordo com o BC (Banco Central)

Pass-through é o tamanho do repasse das variações cambiais para os preços. Em outras palavras, é quanto uma subida (ou redução) na taxa de câmbio faz a inflação subir (ou baixar).

Conflito economia internacional x nacional: quando choques externos de oferta resultam em aceleração inflacionária interna, graças, por exemplo, à importação de produtos essenciais a preços muito elevados, como o petróleo (pass through)

REAL DESVALORIZADO = A depreciação do real ante o dólar afeta principalmente a inflação e o comércio internacional. A respeito dos impactos sobre a dinâmica inflacionária, tem-se que insumos importados, por exemplo, ficarão mais caros, aumentando custos de produção, ônus que será repassado aos preços finais (inflação de custos).

Inflação 2021 = segundo o IPCA, a inflação em 2021 começou em 4,56% em janeiro e chegou a 10,74% em dezembro, pelos fatos internos e externos abaixo:

Fatores internos:

o Retomada da atividade econômica;
o Lentidão no ciclo de alta da Selic;
o Reestruturação da oferta interna;
o Elevação do preço da energia (elétrica e petróleo);
o Receio com descontrole fiscal (precatórios e teto de gastos);
o Câmbio depreciado.

Fatores externos:
o Preço do petróleo;
o Quebra de cadeias produtivas e de suprimento;
o Elevação dos preços dos fretes;
o Escassez de componentes eletrônicos (semicondutores);
o Incertezas sobre evolução do quadro sanitário.

A inflação aumenta a demanda de uma moeda de uma economia, pois os agentes necessitam de mais moeda para consumir uma mesma quantidade de um bem essencial, e a consequência é o aumento da taxa de juros para estancar a alta demanda por moeda que passa a existir.

“Efeito-Tanzi às avessas” retrata uma relação NEGATIVA entre a inflação e o déficit fiscal: quanto maior a inflação, MENOR o déficit fiscal (as despesas vão sendo corroídas ao longo do ano inflacionário)

O Efeito Oliveira-Tanzi consiste na diminuição, em termos reais, do valor dos tributos que o governo arrecada em decorrência das taxas de inflação elevadas na economia (lapso temporal entre tributar e receber)

158
Q

Citar 5 de 13 Efeitos da Inflação

A

“Inflação é a única forma de taxação que pode ser imposta sem legislação” (Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia em 1976) – referindo-se a emissão monetária

1- Distribuição de renda = A inflação é concentradora de renda porque o trabalhador assalariado não tem mecanismo para se defender ao ver seu poder de comprar caindo (gasta todo o dinheiro em coisas para não perdê-lo, enquanto os ricos colocam em aplicações que rendem mais que a inflação). A distorção mais séria provocada pela inflação diz respeito à redução relativa do poder aquisitivo de quem depende de rendimentos fixos, os quais possuem prazos legais de reajuste (Exemplo: Salários)

2- Eleva prêmios de risco e taxa de juros = A inflação aumenta a demanda de uma moeda de uma economia, pois os agentes necessitam de mais moeda para consumir uma mesma quantidade de um bem essencial, e a consequência é o aumento da taxa de juros para estancar a alta demanda por moeda que passa a existir.

3- diminui a confiança e encurta horizonte e planejamento

4- Deprime os investimentos e o crescimento econômico

5- reduz emprego e, portanto, renda e consumo

6- diminui o bem-estar da sociedade

7- outros efeitos: distorções nas alocações de recursos da economia gerada pela perda de noção de preços relativos dos produtos (não se sabe se as coisas estão caras ou baratas)

8- ausência de previsão de retorno em investimentos, gerando seu desestimulo

9 - efeitos negativos sobre o BP = os altos níveis de inflação provocam efeitos parecidos com o da valorização cambial, mas de forma distorcida: tornam o produto nacional mais caro para os compradores estrangeiros, o que desestimula as exportações e estimula as importações.

Se a moeda for desvalorizada para compensar, o peso recairá sobre os importadores (aumento dos custos de produção e repasse aos produtos processados = inflação de custo e efeito pass through)

Ou seja, altos níveis de inflação tornam o produto mais caro para os compradores estrangeiros, desestimulando exportações (afetam o BP)

10 - busca por moedas estrangeiras (mais estáveis)

11- aumento de contratos indexados e aplicações de curto prazo

12- problemas nas finanças públicas (efeito Oliveira-Tanzi = arrecadação corroída -> gerada pela defasagem entre o fato gerador e o recolhimento)

13- Os economistas identificam 4 custos da inflação: menu - sapato - ilusão monetária e variabilidade dos preços

13.1 = Sola de Sapato (mais idas ao banco),

13.2 = custos de menu (custos ligados à mudança de preço) - Os custos de menu são usados por Keynes, no MKS, como uma das justificativas para a rigidez dos preços no curto prazo, contrariando as hipóteses
clássicas.

13.3 = ilusão monetária (pessoa pensa no valor nominal e não no real)

13.4 = variabilidade dos preços relativos (alguns reajustes são feitos mais rapidamente que outros)

Custo sola de sapato = maior inflação leva a maior taxa de juros e a um maior custo de oportunidade de reter moeda, diminuindo a quantidade de moeda em sua posse (mais idas ao banco) / ilusão monetária (erro por não corrigir o valor dos ativos de acordo com a inflação ao longo dos anos)

Benefícios da inflação: senhoriagem, opção de taxa de juros reais negativas para política macroeconômica e o uso da interação entre ilusão monetária e a inflação para ajustes salariais / economias com inflação maior tem mais oportunidade de usar a política monetária para combater a recessão (por meio da política monetária) (Japão devido a baixíssima inflação, perdeu o efeito de estímulo ao produto gerado pela política monetária, uma vez que a taxa de juros se aproximou de zero ou ficou negativa = inflação e juros baixos = cenário de crise) / Por isso, alguns autores da OCDE defendem que a taxa de inflação ótima pode girar em torno de 3% (manutenção da atuação da política monetária).

Há os que defendam a inflação de 0% para dar maior previsibilidade e estabilidade de preços futuras / em processos inflacionários, o público demanda MAIS papel moeda, aumentando a razão entre o volume de papel moeda em poder do público (numerador) em relação ao volume de moeda bancária (denominador) / Em ambientes inflacionários, há maior oferta de moeda, situação na qual o PMPP e a moeda bancária aumentam (ambos) - Mas atenção: a demanda por moeda não aumenta, ela diminui! Como a moeda perde valor em ambientes inflacionários, os agentes procuram se desfazer da mesma, optando por títulos corrigidos ou imóveis que mantenham o valor de sua aquisição

Efeitos da inflação (flashcard 2) = piora a distribuição de renda em favor do setor produtivo + gera perda de poder aquisitivo para os mais pobres e para o governo + corrói a arrecadação fiscal (fator gerador – recolhimento – utilização) (chamado de efeito Oliveira-Tanzi) + dificuldade do governo de obter financiamento pelo mercado (há preferência por ativos reais em cenários inflacionários)

159
Q

TRÊS PILARES DA ECONOMIA CLÁSSICA

1- citar os três pilares

2- orientação da oferta clássica

3- moeda para Friedman

A

1- Divisão da economia baseada na dicotomia clássica (lado real [IS] e lado monetário [LM]

2- Neutralidade da moeda = não afetando a IS (lado real)*

3- Lei de Say (“toda oferta cria sua própria demanda”) (Keynes afirma que é a demanda que cria sua oferta = o comum da economia é o desemprego e não o pleno emprego) / Para os clássicos é o aumento da OFERTA dos bens de produção que possui a capacidade de estimular a demanda agregada (Y) / por isso, a oferta agregada clássica é vertical *** e variações na demanda só geram aumentos de preço (inflação)

** A moeda deixa de ser neutra, por não ter velocidade constante com os estudos de Friedman (versão monetarista ou versão moderna na Teoria Quantitativa da Moeda) ** = a moeda passa a afetar o lado real da economia (apenas no curto prazo), o foco passa a ser evitar os déficits públicos / Friedman ataca um pilar da economia clássica (apenas no curto prazo)

Em ambas as teorias (clássica e neoclássica), a solução para a inflação se dá por meio da política monetária restritiva.

160
Q

Regimes de Metas da Inflação

1- Ano de adoção

2- definição

3- Conselho responsável por definir a meta

4- Órgão responsável pelo cumprimento da meta

5- relação com a SELIC

A

É um regime monetário adotado em 1999 buscando inflação baixa, estabilidade e previsibilidade. Nesse sistema, há a atuação do BC para manter a inflação em uma meta pré-estabelecida publicamente, funcionando como âncora para a expectativa futura dos agentes sobre a inflação futura.

É um regime monetário em que o comprometimento do BACEN em garantir uma inflação efetiva alinhada a uma meta pré-estabelecida / é pautada na TRANSPARÊNCIA das decisões da política monetária / Quem define a meta da inflação é o Conselho Monetário Nacional (CMN) / a autoridade monetária é a responsável pelo cumprimento das metas da inflação

CMN = DETERMINA (inflação)
COPOM = DETERMINA (SELIC)
BACEN = CUMPRE

isso é feito por meio do controle da taxa de juros no curto prazo (abrindo mão da taxa de câmbio ou do crescimento econômico)

4 Pré-condições:
1) autonomia operacional do Banco Central +
2) Situação fiscal sob controle +
3) sistema financeiro estável +
4) metas críveis

Nacionalmente, a meta é estabelecida para um horizonte longo de 3 anos à frente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e as medidas para busca-la são executadas pelo BACEN. Esse horizonte mais longo reduz incertezas e melhora a capacidade de planejamento das famílias, empresas e governo. Após a definição da meta da taxa Selic pelo Copom, o Bacen realiza operações de mercado aberto para influenciar a taxa. Esta, por meio de diversos canais na economia, afeta a inflação

** O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece a meta de inflação -> o COPOM define a meta de taxa de SELIC -> o BC realiza operações de mercado aberto para influenciar a SELIC -> a SELIC afeta a inflação para se atingir a meta do CMN **

COPOM = Conselho de Política Monetária

A meta confere maior segurança sobre os rumos da política monetária, é o compromisso do BC com a estabilidade de preços mostrado ao público

Já o índice de preços utilizado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ademais, a um intervalo de tolerância para as metas estipuladas, definida em 1,5 ponto percentual nas últimas metas. O cumprimento fora do intervalo gera a necessidade de explanação do descumprimento e das medidas a serem adotadas pelo presidente do BC ao Ministro da Fazenda e ao presidente do CMN.

A meta se refere à inflação acumulada no ano. Por exemplo, a meta para 2020 é de uma inflação de 4,00% (+- 1,5%), estabelecida em 2018.

Em 2021, o alvo central da meta para a inflação era de 3,75%, com margem de tolerância que ia de 2,25% até um limite máximo de 5,25%. No entanto, a Inflação fechou 2021 a 10,06%, acima do teto da meta e no maior nível em 6 anos. (2022 a inflação será de 5,8%)

A queda da inflação, além de aumentar o horizonte de previsibilidade dos agentes econômicos, reduzindo a incerteza e propiciando o investimento, favorece a preservação do poder de compra dos salários e contribui para a melhora na distribuição de renda.

PREVISIBILIDADE + REDUÇÃO DA INCERTEZA + INVESTIMENTO + PRESERVA O PODER DE COMPRA + MELHORA A DISTRIBUIÇÃO

161
Q

Tripé Macroeconômico

1- três componentes

2- implicações para a política monetária e política fiscal

3- quem define a meta da inflação

4- quem define a taxa básica de juros da economia (SELIC)

A

Câmbio flutuante, superávit primários e sistema de metas da inflação

Isso implica: política monetária ATIVA e política fiscal PASSIVA = BC faz uso da política monetária (taxa de juros) para obter os resultados desejados em relação a inflação

Logo, a política fiscal deve ter como meta a solvência e a sustentabilidade da dívida pública, já a política monetária deve ter como meta a estabilidade de preços

O regime de dominância monetária é considerado ricardiano, inspirado na ideia de um governo disciplinado, que mantém suas contas fiscais equilibradas

No Brasil, a meta para a inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e cabe ao Banco Central (BC) adotar as medidas necessárias para alcançá-la.

O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central, formado pelo seu Presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia – a Selic. As decisões do Copom são tomadas visando com que a inflação medida pelo IPCA situe-se em linha com a meta definida pelo CMN.

** NÃO CONFUNDIR: CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (define a meta) com o CONSELHO DE POLÍTICA MONETÁRIA (define a taxa de juros!) **

Não confundir taxa REFERENCIAL de juro (“TR” = componente de correção da rentabilidade da poupança, do FGTS e do financiamento imobiliário) com a TAXA SELIC - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) (taxa MÉDIA dos títulos emitidos pelo tesouro nacional)

162
Q

Dominância Fiscal

1- conceito

2- Dois resultados da dominância fiscal

3- Uma possível solução para a dominância fiscal

A

É a tese que defende que a política fiscal, e não a monetária, quem passa a determinar a inflação. Ocorre quando a política fiscal está tão fora controle que, no limite, neutraliza a ação da política monetária. Nesse caso, o aumento dos juros pelo BC pode piorar a inflação / ** a política fiscal torna-se responsável pelo fracasso da política monetária e o descontrole da inflação **

Se os agentes perceberem a monetização da dívida (emissionismo) como um risco verdadeiro, as expectativas da inflação tendem a ser conduzidas principalmente pelas considerações fiscais. A política fiscal é vista como responsável pelo fracasso da política monetária contracionista, gerando aumento inflacionário (aumenta-se a taxa de juros para cobrir gastos indefinidamente). Portanto, dominância fiscal é a situação em que NÃO é possível controlar a inflação por meios convencionais

Há uma tendência de que o responsável pela política não mantenha o equilíbrio fiscal, pois tem a expectativa que o Bacen garantirá os recursos necessários para satisfazer os gastos necessários (tanto por vendas de títulos quanto por receitas advindas da “senhoriagem” [lucro resultando do monopólio da emissão de moeda pelo BC]

Resultados da dominância fiscal = aumento do déficit (elevação dos gastos) + aumento da inflação (emissionismos do BC)

O regime de dominância fiscal é considerado não ricardiano, no qual a autoridade fiscal não se compromete a igualar a nova dívida governamental com impostos futuros, pois parte dessa dívida será financiada com emissão de moeda. Na literatura econômica, a dominância fiscal ocorreria quando não houvesse a preocupação das autoridades fiscais em manter em patamares aceitáveis a relação dívida pública em proporção ao Produto Interno Bruto

O modelo de Blanchard = autor que estudou o Brasil entre 1999-2004, afirmando que o país viveu um período de dominância fiscal (regime de metas de inflação + política monetária contracionista) / Outros autores defendem que o Brasil esteve em dominância fiscal no ano de 2015

* De acordo com a perspectiva mainstream, uma solução eficiente para a questão da dominância fiscal é fornecer ao Banco Central a total independência na formulação e gestão de suas políticas, visando cumprir o seu objetivo prioritário que é a estabilidade de preços*

Em uma situação de dominância fiscal, o governo, para reequilibrar as contas públicas, pode lançar mão do ajuste fiscal, do imposto inflacionário e da senhoriagem. O imposto inflacionário ocorre quando o governo permite a escalada da inflação, o que acaba corroendo a dívida real, ao passo que a senhoriagem ocorre via impressão de dinheiro para pagamento da dívida, elevando também a inflação / A senhoriagem é uma política limitada em razão do risco de se criar processo inflacionário, embora possa ser utilizada para se financiar o déficit público e se manter constante a relação dívida pública/PIB (utilizado no BR na década de 80 e 90)

163
Q

VARIÁVEL CONSUMO

1- Quatro variáveis que afetam o consumo

2- Lei Psicológica Fundamental de Keynes

3- Função consumo keynesiana

4- Duas teorias que explicam o consumo

5- Conceito do Modelo de Ciclo de Vida - Ando-Modigliani

6- Modelo da Renda Permanente – autor e conceito dos três tipos de renda

A

Variável de maior impacto na renda (Y), mais ESTÁVEL da demanda agregada, representando cerca de 60% / equivale a poupança (consumo futuro) /

Variáveis que interferem no consumo (4):

1) renda (relação direta),
2) riqueza,
3) taxa de juros e
4) organização do sistema financeiro (compra ou oscilações de ações e títulos)

Lei Psicológica Fundamental de Keynes (ou função consumo keynesiana) = os indivíduos aumentam o consumo conforme aumenta a renda, mas não na mesma proporção, pois também ocorre o aumento da poupança / Quanto maior for a renda, maior será o consumo e a poupança

Função keynesiana de consumo: C=consumo autônomo +propensão marginal a consumir vezes a Renda (C=a+cY) - logo, nem todas as variáveis acima elencadas influenciam o consumo na visão keynesiana / Por isso, pode-se dizer que para Keynes, o investimento também precede e é condição para a poupança. Quando há investimento, há aumento da renda e do produto da economia. Como a poupança é uma função da renda, haverá aumento da poupança e esta financiará o investimento

Em uma abordagem intertemporal, a taxa de juros
pode afetar decisões de consumo, diferentemente da
abordagem keynesiana tradicional em que apenas a
renda corrente afeta o consumo corrente - QUESTÃO CERTA TPS 2021 - De acordo com a abordagem intertemporal, a taxa de juros afeta, sim, a decisão dos indivíduos e isso não é visto por Keynes. No modelo Keynesiano o consumo é afetado exclusivamente pela renda corrente e tem seu valor dado de acordo com o Consumo autônomo e com a propensão marginal a consumir.

Para Keynes (“abordagem keynesiana tradicional”), o consumo seria composto de um elemento autônomo (independente da renda) e de outro elemento dependente da renda e da propensão marginal a consumir (C = C0 + c*Yd). Logo, a segunda parte da assertiva está correta, pois não há taxa de juros na equação.

No entanto, trabalhos posteriores - ciclo da vida de Modigliani, teoria da renda permanente de Friedman, etc. - argumentaram pela prevalência da perspectiva do consumo presente e futuro, os quais dependeriam sim das taxas de juros. As decisões de consumo seriam intertemporais portanto

Teorias que explicam o CONSUMO = MKS, teoria da renda permanente e ciclo de vida

Modelo de Ciclo de Vida - Ando-Modigliani = os jovens poupam para manutenção do seu padrão de consumo na velhice (modelo previdenciário) (ideia central) (jovens = poupam / velhos = despoupam). Segundo o modelo do ciclo de vida, pode-se prever que a elevação da participação dos idosos na população levará a uma redução da taxa de poupança

Modelo da Renda Permanente – Milton Friedman = é uma teoria econômica que tenta descrever como agentes disseminam o consumo ao longo de suas vidas / A renda dos indivíduos é dividida em renda permanente (a que se espera seja a média ao longo da vida, mais importante e a que pauta as escolhas individuais) e renda transitória (desvios aleatórios da renda corrente

Renda corrente = renda permanente + transitória

A hipótese afirma que as alterações no rendimento permanente são o que impulsionam as alterações nos padrões de consumo de um consumidor / A Renda Permanente é definida como o rendimento médio esperado a longo prazo

Apesar da teoria da renda permanente enfatizar o papel da renda permanente na determinação do consumo, variações transitórias da renda afetam o consumo, mas o impacto é menor do que o impacto de variações permanentes da renda (efeitos pequenos e desprezíveis diluídos pelo consumo ao longo da vida). O consumo reage mais à renda permanente do que à renda transitória.

A hipótese da renda permanente teve grande importância para o campo da teoria do consumidor, foi um dos primeiros estudos a considerar o papel das expectativas futuras nas decisões de consumo e poupança dos agentes econômicos.

A teoria ajuda a explicar o fracasso das técnicas transitórias de gerenciamento de demanda keynesianas para atingir suas metas de política. Em uma estrutura keynesiana simples, a propensão marginal ao consumo (CPM) é assumida como constante, e cortes de impostos tão temporários podem ter um grande efeito estimulante sobre a demanda. A estrutura da teoria sugere que um consumidor irá distribuir os ganhos de um corte de impostos temporário ao longo de um longo horizonte, e assim o efeito de estímulo será muito menor.

164
Q

VARIÁVEL INVESTIMENTO

1- Duas variáveis que interferem no investimento

2- Condição para que o investimento aconteça (duas variáveis)

3- Conceito de Eficiência Marginal do Capital (EMgK)

A

É o principal determinante de produto (altamente volátil) / aquisição de bens de capital para gerar maior produção futura / é um elo entre o curto (demanda corrente) e longo prazo (aumento da capacidade produtiva futura = amplia o estoque de capital) / não se confunde com o conceito de aplicação financeira, que corresponde a uma forma de guardar a poupança

Principais variáveis que interferem no investimento = RETORNO ESPERADO = expectativa e taxa de juros

** Para o investimento acontecer a Eficiência Marginal do Capital (EMgK) tem que ser maior que a taxa de juros (custo de oportunidade) **

Eficiência Marginal do Capital (EMgK) (conceito keynesiano) = é a taxa que iguala a taxa do preço de demanda (o quanto se espera receber de um investimento) ao preço de oferta do investimento (o quanto se espera gastar pelo investimento).

Se a eficiência marginal do capital for maior que a taxa de juros remunerada do mercado, o investimento deve ocorrer!

O investimento é uma variável altamente volátil por se basear nas expectativas dos agentes / a manutenção de altas taxas de investimento é algo a ser buscado (Para Keynes por intervenção na política fiscal) / taxa de investimento no BR = 15% em 2019 (menor da história) (devido ao rombo nas contas governamentais) / 19,6% em 2022 / essa taxa chega a 25% em alguns países

Nos modelos de longo prazo, e, portanto, de pleno emprego, a poupança é uma pré-condição ao investimento, já que os fatores de produção estão sendo usados plenamente / no curto prazo, a não utilização plena dos fatores de produção faz com o que investimento (política fiscal expansionista) gere um efeito multiplicador, o qual gera poupança para se auto financiar, aumentando emprego e renda (Y = C+I+G+(X-M)) (poupança passa a ser não imprescindível ao investimento)

Ações da bolsa de valores influenciam o investimento de duas formas: trade-off entre investir em ações ou gerar uma nova (coeficiente “q” de Tobin) ou geram oscilações na oferta de crédito (uma vez que parte das garantias oferecidas pelas empresas compõe-se de ações (queda do preço das ações = queda do crédito = queda do investimento)

Se os investimentos excederem o volume de poupança do país, ele deverá recorrer à poupança externa para financiar tais investimentos; ou seja, incorrer em déficit externo, ou ser financiado por poupança forçada obtida por meio da inflação

O q de Tobin mostra que as empresas ao tomarem suas decisões de investimento, consideram a relação entre o valor de mercado do capital e o seu custo de reposição.

165
Q

Paradoxo da Parcimônia

1- conceito e três variáveis envolvidas

2- principal propositor

A

Ao poupar ocorre a diminuição do consumo e, por conseguinte, da renda (y). A diminuição da renda acaba por diminuir a poupança. Ou seja, poupar mais faz com que a poupança diminua pela redução do produto (y). – POUPAR MAIS É POUPAR MENOS

Por exemplo, numa situação de recessão ou de estagnação econômica, se a população aumentar a sua taxa de poupança, isso irá contribuir para o agravamento da retração do consumo, da produção e do emprego e, consequentemente, da poupança

O Paradoxo da Poupança é um princípio proposto, pela primeira vez por Keynes, segundo o qual a tentativa de uma determinada sociedade para aumentar a poupança pode resultar na redução do montante que efetivamente é poupado

No entanto, é importante mencionar que para Keynes, o investimento também precede e é condição para a poupança. Quando há investimento, há aumento da renda e do produto da economia. Como a poupança é uma função da renda, haverá aumento da poupança e esta financiará o investimento

166
Q

CURVA DE PHILIPS

1- Conceito e duas variáveis envolvidas

2- Conceito da Versão Friedman-Phelps da Curva de Philips

3- Diferença entre curto e longo prazo na teoria

A

há um trade off entre inflação e desemprego NO CURTO PRAZO = DILEMA DA POLÍTICA MACROECÔNOMICA / ** inflação e desemprego **/ outros autores como Samuelson e Sólon desenvolveram a teoria / quando há crescimento do desemprego, a inflação diminui / Para Philips, só se combate inflação com RECESSÃO (queda do PIB, crise econômica, etc.) / ESSE TRADE OFF OCORRE NO CURTO PRAZO

O a ideia de curva de philips baseia-se no modelo IS-LM, o qual demonstra efeito das políticas econômicas que expandem a demanda agregada sobre o nível de preços. Portanto, é um conceito de fundamentação keynesiana. A curva de philips é negativamente inclinada e políticas fiscais e monetárias geram movimentos AO LONGO da curva, gerando diferentes combinações de inflação (y) e desemprego (x). A promoção da desinflação relaciona-se a taxa de sacrifício (aumento do desemprego para cada percentual de redução da inflação)

O gráfico da curva de philips possui a inflação (eixo y) e o desemprego (eixo X). A curva de philips de curto prazo é negativamente inclinada e a curva de philips de longo prazo é vertical (elas se cruzam). Políticas monetárias geram deslocamento AO LONGO da curva de philips de curto prazo.

Política monetária expansiva gera um deslocamento AO LONGO da curva de Philips para um ponto de maior inflação e menor desemprego no curto prazo. Com a inflação esperada no longo prazo, há o deslocamento de TODA a curva para cima e para direita cruzando uma segunda curva de philips VERTICAL de longo prazo. Nesse ponto, o desemprego é o mesmo do inicial, mas a inflação é mais alta (política ineficaz)! (vide gráfico da curva de philips de curto prazo).

A curva de Philips também é uma representação da curva de oferta agregada, uma vez que a curva de Phillips é uma relação negativa entre DESEMPREGO e inflação. A curva de oferta é uma relação positiva entre produto (portanto, emprego) e inflação

Na década de 50, originalmente, a curva previa uma relação inversa entre taxa de variação dos salários nominais e taxa de desemprego.

A Curva de Phillips foi depois modificada para permitir a análise da relacão entre inflacào e desemprego ou inflação e capacidade ociosa da economia.

Curva de Philips de 1950 = SALÁRIOS NOMINAIS X DESEMPREGO

Nova Curva de Philips = INFLAÇÃO X DESEMPREGO OU CAPACIDADE OCIOSA

Versão Friedman-Phelps da Curva de Philips = estudaram essa relação e definiram a taxa natural de desemprego (pleno emprego só admite desemprego voluntário ou friccional) / No longo prazo, qualquer política expansionista somente aumenta preços, ou seja, variáveis reais (idêntico a escola clássica – reafirmam a neutralidade da moeda) – não diminui o desemprego e nem aumenta o produto / Para eles, no longo prazo não há trade off da curva de philips, portanto / Variáveis reais (produto, emprego) são neutras à variação da quantidade de moeda em circulação / NO LONGO PRAZO NÃO HÁ O TRADEOFF = entende-se que no longo prazo, a inflação não depende do desemprego / A hipótese de neutralidade na moeda, no entanto, só ocorre no longo prazo. E, no longo prazo, nós temos uma Curva de Phillips vertical em cima da taxa natural de dezemprego em um gráfico inflação x desemprego / No longo prazo, além de uma Curva de Phillips vertical, nós também teremos uma curva OA vertical. Nesta situação, políticas fiscais ou monetárias que expandem a demanda agregada não elevam a renda e reduzem o desemprego

Na versão aceleracionista da curva de Phillips, expansões da oferta de moeda que façam o desemprego ficar abaixo da taxa natural no curto prazo, levarão a um aumento nas expectativas de inflação e ao deslocamento da curva de Phillips de CURTO prazo para cima e para direita – CERTO – uma política expansionista move a economia ao longo da curva de philips para um ponto de menor desemprego e e menor inflação. No longo prazo, a inflação esperada pelos agentes aumenta por causa dessa política expansionista e a curva de philip se desloca para o ponto inicial de taxa de desemprego, porém com maior nível de inflação.

Quando se fala em “curva de Phillips versão sem expectativas” está tratando da curva de Philips original (trade off permanente entre desemprego e inflação negativamente inclinada), sem ser a versão aceleracionista (vertical).

55 (CESPE, Correios, Economista, 2011) A curva de Phillips mostra que a taxa de crescimento dos
salários nominais é igual á taxa de inflação mais uma função decrescente da taxa de desemprego - CERTO - O economista William Phillips provou empiricamente haver uma relação inversa entre a taxa de variação do salário nominal e a taxa de desemprego no Reino Unido (entre 1861 e 1957). Posteriormente, alterou a especificação, relacionando inflação e taxa de desemprego

A adoção de uma política fiscal expansionista tende a elevar a inflação e a demanda agregada e a reduzir a taxa de desemprego, relação entre preços e mercado de trabalho ilustrada na curva de Philips - CERTO

Curva de Phillips = Inflação X Desemprego

Curto prazo = relação inversa

Longo prazo = MODELO CLÁSSICO = desemprego igual p/ qualquer nível de inflação

hHpótese de neutralidade da moeda = pensamento clássico = dicotomia clássica (variáveis nominais, como preço, não afetam variáveis reais, como desemprego e produto).

No longo prazo, além de uma Curva de Phillips vertical, nós também teremos uma curva OA vertical. Nesta situação, políticas fiscais ou monetárias que expandem a demanda agregada não elevam a renda e reduzem o desemprego.

CONCLUSÃO = Sendo Curva de Phillips a relação de trade-off entre inflação e desemprego, se ela é vertical, significa que alterar inflação (preços, variável nominal) não tem influência sobre desemprego (produto, variáveis reais).

167
Q

Modelos de determinação da RENDA (Y) e suas variáveis

1- Três modelos de determinação da renda

2- Três variáveis analisadas

3- Lei clássica e Princípio Keynesiano de determinação da renda

4- Diferença de Keynes para os clássicos em relação aos SALÁRIOS

A

clássico, MKS (Keynesiano) e IS-LM (Neoclássico) / determinam o MERCADO DE TRABALHO, A OFERTA AGREGADA E A DEMANDA AGREGADA

Principal contraposição: Lei de Say (clássicos) x Princípio da demanda Efetiva (Keynesiano = o que prevalece são as decisões de gastos e investimentos = animal spirit)

Para Keynes, a demanda agregada era a principal variável a regular o nível de renda e emprego; para os clássicos, a oferta agregada era a principal variável a regular o nível de renda e emprego. Em outras palavras, para os clássicos valia a lei de Say, para Keynes, valia a lei da demanda efetiva

Para os clássicos é o aumento da OFERTA dos bens de produção que possui a capacidade de estimular a demanda agregada (Y) / por isso, a oferta agregada clássica é vertical e variações na demanda só geram aumentos de preço (inflação)

Salários = para os clássicos, eles eram flexíveis; para Keynes, os salários eram rígidos no curto prazo, por força da legislação, sindicatos, etc

Clássicos = equilíbrio automático de salários, pleno emprego, desemprego somente voluntário e friccional

Keynes = desemprego como regra

168
Q

Modelo Clássico de Determinação da renda (Y)

1- 4 características dos clássicos da determinação da renda (Y)

2- Dois tipos de desempregos para os clássicos

3- Ponto do equilíbrio de contratação de trabalho (duas variáveis)

4- Três fatores que deslocam os fatores de produção

5- Gráfico clássico: inclinação da oferta e demanda e variáveis dos eixos

6- Fator que desloca a demanda clássica e a oferta

7- Mercado monetário clássico: dicotomia clássica

8- Duas funções da moeda clássica e dois objetivos

9- Nome do efeito gerado pelo política fiscal expansionista no modelo clássico

10- Característica e duas curvas que formam a taxa de juros clássica

A

Principais características da determinação da renda (Y) para os clássicos:

1) Lei de Say (a oferta determina o produto, nunca a demanda. Em outras palavras, toda oferta cria sua demanda - essa condição exclui qualquer crise sistêmica do modelo) / por isso, a oferta agregada clássica é vertical e variações na demanda só geram aumentos de preço (inflação)

2) Lei do Produto marginal decrescente (tanto para capital, quanto trabalho) +

3) Mercado de trabalho em equilíbrio (pleno emprego)

4) Neutralidade da moeda

MERCADO DE TRABALHO CLÁSSICO = Parte do pleno emprego (só existe desemprego voluntário e friccional) / mercado de trabalho em equilíbrio = flexibilidade de preços e salários = oferta e demanda de trabalho em equilíbrio / ** atinge o limite de contratação quando o produto marginal do trabalho for igual ao salário nominal (equilíbrio) **

Oferta de trabalho ou qualquer fator de produção deslocada por 3 variáveis, quais sejam 1) Pmg do trabalho + 2) tecnologia + 3) alterações nos fatores de produção = variáveis reais

PRODUTIVIDADE - TECNOLOGIA - ALTERAÇÕES DOS FATORES

PRODUTO = o nível do produto (Y) é determinado pelo nível de insumos e a Lei do rendimentos decrescente + teoria quantitativa da moeda (aumento de moeda só gera aumento de preços = neutralidade da moeda = influencia variáveis não reais)

GRÁFICO CLÁSSICO = ** oferta agregada é uma reta vertical e a demanda uma reta decrescente no gráfico: preço x produto (Y) ** / a demanda só é deslocada por alterações na moeda / A oferta agregada dos clássicos é inelástica ao nível dos preços (vertical), pois ela não depende das variáveis nominais. A curva de oferta agregada clássica é vertical (a quantidade produzida independe do preço) (só pode ser deslocada por variáveis reais = exemplo: aumento de produtividade) / toda oferta cria sua demanda (não há crise de superprodução), pautando-se na Lei de Walrás = o excesso de demanda global da economia é nulo

MERCADO MONETÁRIO CLÁSSICO = prevalência da DICOTOMIA CLÁSSICA / moeda com função apenas de unidade de conta e meio de troca (nunca reserva de valor ou portfólio = especulação financeira) / a função poupança é crescente em relação à taxa de juros (ninguém poupa em moeda, pois ela não tem essa função para os clássicos, apenas em títulos) / a poupança para os clássicos representa o consumo futuro / Graças à validade da dicotomia clássica, que separa variáveis reais e nominais, a oferta de moeda não é condição para obtenção do produto real (pleno emprego) da economia. Ela determina o nível de preços, mas não do produto. Este é determinado pelas condições do mercado de trabalho, que determinam o salário real e pela função de produção, que determina as condições técnicas de produção

No modelo clássico, o único papel que cabe a política monetária é a estabilidade do nível de preços ou o combate à inflação (porém, Friedman revoluciona ao afirmar que a política monetária pode afetar o produto somente no curto prazo, alterando variáveis reais)

OBJETIVOS DA MOEDA = Estabilidade e combate à inflação

No modelo clássico de determinação da renda, a política fiscal não é capaz de afetar o produto de equilíbrio, mas tão somente a composição da demanda agregada, ou seja, a política fiscal expansionista, no modelo clássico, ao aumentar os gastos do governo, provoca também aumento da taxa de juros, reduzindo os investimentos privados. Esse fenômeno é chamado de efeito-deslocamento ou crowding-out. O único efeito da política fiscal é a alteração na composição da demanda agregada. O produto permanece sempre no equilíbrio de pleno emprego. Lembre-se que o produto só é deslocado por 3 fatores: produto marginal, tecnologia e variações nos fatores de produção

No modelo clássico, a taxa de juros é uma variável REAL, determinada pela intersecção da curva de poupança (oferta de fundos emprestáveis) e a curva de investimento (demanda de fundos emprestáveis). Seu papel é apenas ESTABILIZADOR = choques de demanda no consumo, investimento ou governo não afetam a demanda total pelo produto (não deslocam a curva de demanda agregada) graças à taxa de juros = a demanda não tem a capacidade de alterar as variáveis reais (totalmente o contrário do entendimento padrão em que Y = C+I+G+(X-M)) = só o que importa para o clássico é a oferta, além disso, esses choques geram alterações entre as variáveis (uma compensa a outra) (99% dos exercícios não serão sob modelo clássico e haverá deslocamento da demanda agregada

Para os clássicos, a alteração nos tributos pode alterar a demanda agregada – ERRADO - Uma redução de impostos, por exemplo, não alteraria a demanda agregada, pois seria compensada com um aumento do endividamento do governo, através da venda de títulos públicos. O aumento da oferta de títulos elevaria a taxa de juros, pois implicaria em redução da oferta de moeda. O aumento dos juros estimularia a poupança e reduziria o consumo e o investimento, de maneira que a demanda não se deslocaria. Assim, a alteração nos tributos não altera a demanda agregada. Caso a redução de impostos tenha sido financiada por emissão de moeda (ou seja, para compensar a menor arrecadação, o governo emita moeda), haverá deslocamento da demanda agregada para frente. Sendo a curva de oferta clássica (estudamos no modelo de oferta e demanda agregada a curva de oferta clássica como uma reta vertical, recordam?), tal deslocamento da demanda tão somente produz um aumento nos preços, não tendo efeito sobre o produto da economia.

Segundo o modelo clássico, nem a política monetária (que implica em alteração da oferta de moeda), nem a política fiscal, através de alteração nos gastos do governo, nem os investimentos das empresas, fatores estes que modificam a demanda agregada, não são capazes de afetar nenhuma variável real no modelo clássico. A demanda agregada não tem, portanto, efeito sobre as variáveis reais.

O modelo clássico de determinação de renda possui 4 pressupostos:

1- Função de produção que relaciona o produto da economia com o emprego de mão de obra

2- Oferta e demanda de trabalho dependente do salário real (conceito hedonista e como um mercado qualquer)

3- Uma equação que representa a teoria quantitativa da moeda e sua neutralidade, com velocidade constante de circulação

4- Igualdade entre a poupança e o investimento, sendo aquela condição “sine qua non” para esta. Ambas dependem da taxa de juros e nelas estão presente os gastos e as receitas públicas.

A visão clássica defende que a política fiscal é ineficaz para promover aumento do emprego e da renda, o governo deve centrar-se em manter o equílibrio orçamentário, evitando tanto a inflação, quanto o efeito crowding-out (elevação dos juros e expulsão dos investimentos do setor privado pelo gasto do setor público). Para os clássicos

Política Monetária = Inflação
Política Fiscal = Crowding OUT

O gráfico preço (P) x produto (Y) do modelo clássico apresenta uma oferta agregada vertical (pleno emprego) e uma demanda agregada negativamente inclinada. Por isso variáveis nominais, só alteram essa demana agregada para frente ou para trás, alterando o nível de preços, nunca o produto (Y)

169
Q

Modelo MKS de Determinação da renda (Y)

1- Princípio que o MKS defende

2- Duas variáveis que influenciam o investimento keynesiano

3- Duas características do mercado de trabalho keynesiano

4- Salários sob a ótica keynesiana (nominal e real)

5- Inclinação da oferta e demanda agregada keynesiana

6- Do que depende o sucesso da política monetária para keynes (duas variáveis)

A

Surge com a crise de 1929 e a publicação da teoria geral do emprego, juros e moeda (1936) / o MKS é uma das três teorias que explica o consumo (assim como o modelo da Renda permanente (Milton Friedman) e ciclos de vida / sua preocupação principal é o curto prazo, dado o contexto histórico (ao contrário dos clássicos que afirmam que choques momentâneos serão ajustados pela economia)

** Lança o princípio da DEMANDA EFETIVA = decisões de gastos e investimentos dos agentes é que determinam o produto da economia e a demanda agregada (contrário a Lei de Say = oferta), pautando-se no animal spirit ** / o foco deixa de ser na oferta agregada e passa a ser na demanda

A curto prazo, o nível tecnológico, o estoque de capital e o estoque de mão de obra (fatores de produção) são considerados constantes no modelo Keynesiano. Embora os estoques sejam constantes, o nível de utilização da mão de obra e do capital são variáveis. Como esses fatores são fixos no curto prazo, a oferta agregada segue fixa também. A curto prazo, apenas a demanda agregada provoca variações no nível de equilíbrio da renda nacional: A DA é mais “maleável”, mais sensível a curto prazo, enquanto a OA é mais rígida, mais suscetível a políticas de longo prazo, quando o estoque de recursos produtivos pode variar. Essa é uma forma simplificada de compreender o princípio da Demanda Efetiva.

Segundo Keynes, as decisões de investimento dependem da:

1) eficiência marginal do capital (taxa de retorno esperada) e

2) da taxa de juros (custo de oportunidade do capital)

MERCADO DE TRABALHO = Parte do pleno emprego como situação atípica (prevalece o desemprego, ao contrário dos clássicos) + o mercado de trabalho é ajustado de acordo com a EXPECTATIVA dos agentes / demanda de trabalho negativamente inclinada e reflete o produto marginal decrescente em um gráfico salário (w/p) e produto (y) (assim como os clássicos = reflexo do produto marginal do trabalho = ponto em comum entre as teorias)

Além disso, o MKS faz defesa de estabilizadores automáticos + eficácia da política fiscal para combater crises que abalam as expectativas dos agentes + o modelo se divide em fechado sem governo ou com governo e aberto

O investimento representa 15% de Y no Brasil (em alguns países chega a 25%) e o consumo abrange +65% (variável muito influente e estável), por isso deve ser mantido por estabilizadores automáticos

A propensão média a consumir (ou seja, a participação do consumo na renda) diminui conforme a renda aumenta / O consumo é uma função estável da renda - Isso significa que a influência de outras variáveis, como a taxa de juros, os gostos ou a riqueza sobre o consumo é pouco significativa / a renda de equilíbrio é o ponto em que a função demanda agregada (Y=C+S) intercepta a reta de 45º que parte dos eixos

Diferente do modelo de Say (pré 1929), que diz que os salários nominal (quanto se ganha) e real (quanto se pode comprar com o que se ganha, poder de compra) são flexíveis, Keynes diz que apenas o salário nominal é flexível (as pessoas estão dispostas a negociar o salário que se ganha, mas não o poder de compra deles). Logo, temos que, em curto prazo, os preços tenderiam a rigidez para que os salários tendessem a rigidez e o poder de compra não se modificasse.

Equilíbrio macroeconômico: local em que a oferta agregada (valor total da produção de bens/serviços finais à disposição da coletividade num dado período) é igual a demanda agregada (C+I+G+X-M)

DA: negativamente inclinada

Economia com alto desemprego: OA horizontal (trecho keynesiano)

Economia com baixo desemprego: OA positivamente inclinada (trecho keynesiano) – curto prazo

Economia em pleno emprego: OA vertical (trecho clássico) – longo prazo

Lei psicológica fundamental do MKS = Como a propensão marginal a consumir (c) se situa entre 0 e 1, o aumento da renda é acompanhado de aumento no consumo, mas não na mesma proporção. Ou seja, segundo o MKS, o consumo aumenta na medida em que a renda disponível aumenta, mas em menor proporção que o aumento da renda.

A política monetária para keynes para que possa aumentar a renda e o produto da economia depende da ** sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros **. Ou seja, pode influenciar a demanda, mas não tão bem quanto a política fiscal e seu efeito multiplicador.

Os salários nominais são os relevantes para os trabalhadores. Para os empresários, são relevantes os salários reais. Como os salários são inflexíveis para baixo no MKS, há equilíbrio com desemprego = RIGIDEZ DA MÃO DE OBRA (diferente dos clássicos e seu ajuste instantâneo)

No modelo clássico, tanto empresários quanto trabalhadores têm perfeito conhecimento das alterações nos preços. Isso leva a uma alteração tanto na curva de demanda por mão de obra, quanto da oferta (em sentidos opostos). Os trabalhadores não sofrem de ilusão monetária (diferença entre saber o salário real e o nominal), não se enganando em relação à mudanças nos preços

Segundo Keynes, os salários nominais são rígidos, entre outros motivos, porque os sindicatos reivindicam o cumprimento dos contratos de trabalho. Além dos sindicatos, os próprios trabalhadores podem não concordar em reduzir seus salários, resultando daí a possibilidade de desemprego e recessão

Tanto para clássicos como para Keynes, é válida a identidade S = I (poupança igual ao investimento). O que difere ambos é o sentido de causalidade. Para clássicos, a poupança precede o investimento e sem poupança, não há investimento. Para Keynes, o investimento é anterior à poupança, dado o princípio da demanda efetiva (são as decisões de gasto, notadamente os gastos com investimento, que determinam o produto da economia). Nesse sentido, o aumento do investimento gera aumento da poupança e não o contrário, pois parte do aumento da renda se converte em consumo e outra parte em poupança.

170
Q

MODELO IS-LM (ou Análise Hicks-Hansen ou modelo keynsiano generalizado)

1- Inclinações da IS e da LM

2- Taxa que interliga o mecado real e o monetário (variável de controle do modelo)

3- ponto de equilíbrio geral do modelo

4- efeito da queda dos salários nomais no investimento e na IS

A

LM positiva (aumenta com a taxa de juros maior) e IS negativa / é uma releitura do modelo MKS com a inserção do mercado de ativos (moeda e títulos = LM = lado monetário) e da taxa de juros (i) / A interligação entre esses dois mercados (monetário e bens reais) se dá justamente pela taxa de juros, variável que afeta os dois mercados simultaneamente / O modelo IS-LM é um instrumental para a análise do comportamento da economia no curto prazo

Especificamente em relação a LM, esta curva derivada da oferta e demanda por moeda. A oferta monetária é considerada exógena, isto é, determinada, pois é fixada pela autoridade monetária. Ou seja, no modelo IS-LM, a oferta monetária não depende da taxa de juros / o modelo IS/LM considera fixa a oferta monetária enquanto permite que a taxa de juros varie de acordo com a política econômica adotada pelo governo (expansionista/contracionista)

No modelo IS/LM, portanto, choques na IS, ou mesmo na LM, irão afetar duas variáveis: a taxa de juros e a renda da economia. Diante do que foi exposto, a regra monetária de fixação da quantidade de moeda é preferível à fixação dos juros quando os choques negativos da economia ocorrem, majoritariamente, sobre o mercado de bens (IS) (sempre cai essa conclusão nas questões cespe). Em outras palavras, Fixar a quantidade de moeda gera menos choque na volatividade de IS; / Fixar a taxa de juros gera menos choque na volatividade de LM.

Quanto maior for a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, mais horizontal será a curva LM. Quanto mais horizonal a curva LM menos eficaz será a Política monetária para aumentar o produto. - CERTO

Pressupostos = princípio de demanda agregada ou efetiva (igual ao mks) + nível de preços constante e rígidos / novidade = a taxa de juros influencia a renda, tanto no lado real (mercado de bens), como no lado monetário (ativos)

A taxa de juros é a variável de controle do modelo, afetando simultaneamente as posições das curvas IS e LM / Assim, tanto o mercado de títulos (LM) quanto o mercado de bens e serviços (IS) é afetado por movimentos na taxa de juros / Assume-se, também, que esses movimentos impactam no nível de renda agregada (Y) / o investimento é endógeno ao modelo e pode ser trabalhado de acordo com a taxa de juros (diferente do MKS)

A Taxa de juros no modelo IS-LM é a variável-chave do modelo. A taxa de juros, determinada no mercado de ativos, é a variável que liga o lado monetário ao lado real da economia, pois ela influencia tanto o mercado real (os investimentos, por exemplo: maior taxa de juros, menor investimento e vice-versa) quanto o mercado monetário (influenciando a demanda por moeda).

I = Ia – b (r) [investimento = investimento autônomo menos a sensibilidade do investimento à taxa de juros (b) vezes a taxa de juros (r) / b significa a sensibilidade do investidor em realizar investimento de acordo com a taxa de juros

Gráfico : taxa de juros (i = eixo y) x investimento (eixo x) / no ponto em que se cruzam há o equilíbrio dos mercados, o nível de investimento é igual ao nível de poupança, a oferta e a demanda por moeda são iguais / quanto maior a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros, menor será a eficácia da política monetária no sentido de aumentar a renda da economia = a eficácia da política monetária será tanto maior quanto maior for a inclinação da curva LM e menor da IS / Não há componentes autônomos como no MKS / o modelo keynesiano considera o investimento como dado pela economia, já o IS-LM considera o investimento como função da taxa de juros

O significado do ponto de equilíbrio geral desse modelo: O ponto de equilíbrio geral significa que tanto o lado real quanto o lado monetário estão equilibrados. Ou seja, o modelo assume que exista uma combinação ótima entre i e y que equilibra a economia como um todo (ponto de equilíbrio simultâneo).

Em uma economia com câmbio flutuante e mobilidade de capitais, a queda dos salários nominais provocará ** redução das exportações líquidas ** - CERTO - No entendimento do CESPE, a queda dos salários nominais provoca uma elevação do investimento privado, deslocando a curva IS para a direita. Como consequência imediata, a economia parte do seu equilíbrio inicial para outro, onde a nova taxa de juros interna e a nova renda são maiores. O fato da nova taxa de juros interna ser maior que a externa provocará entrada de capitais externos. Isso, por sua vez, aumenta a oferta de moeda estrangeira, o que a depreciará. Como a moeda estrangeira se deprecia, necessariamente, a moeda nacional se aprecia. Conforme sabemos, a apreciação da moeda nacional aumentará as importações e reduzirá as exportações, piorando o saldo de (X < M).

No modelo IS/LM, fixar a quantidade de moeda é preferível como regra de política econômica em relação à regra de fixar a taxa de juros, quando os choques ocorrem majoritariamente sobre a curva IS – CERTO (JÁ CAIU 3X+) -

171
Q

CURVA IS

1- Significado de IS

2- Inclinação da reta

3- Variáveis dos eixos

4- Três Políticas fiscais que alteram a IS

5- Dois fatores relacionados a inclinação da IS

6- Orientação da IS no modelo Keynesiano (MKS)

A

“Investments Savings” / representa o mercado de bens e é NEGATIVAMENTE INCLINADA = relação negativa entre a taxa de juros e a renda para essa curva / conjunto de pontos no gráfico taxa de juros (i) e níveis de renda (Y) que equilibram o mercado de bens / negativamente inclinada (altos juros -> baixo investimento -> baixo Y) / No modelo keynesiano simplificado, o investimento era considerado como variável autônoma. Aqui o investimento torna-se uma variável endógena, oscilando de acordo com alterações na taxa de juros / Os deslocamentos da curva IS se dão por fatores exógenos (autônomos, ou seja, considerados independentes da taxa de juros) como alterações no consumo autônomo, investimento autônomo e gastos autônomos do governo (política fiscal)

Políticas fiscais que alteram a IS (3) = aumento ou redução de gastos do governo + aumento ou redução de tributos + aumento ou redução das transferências ao setor privado

GASTOS - TRIBUTOS - TRANSFERÊNCIAS

Memorizar que a inclinação da IS se relaciona a dois fatores (já caiu):

1) propensão marginal a consumir (+ propensão - inclinação)

2) sensibilidade do investimento em relação a taxa de juros (+ sensível, - inclinação)

A inclinação da IS dependente da propensão marginal a consumir (multiplicador keynesiano) e da sensibilidade (elasticidade) do investimento em relação a taxa de juros / Quanto maior for a propensão marginal a consumir, menor será a inclinação da curva IS

Quanto mais vertical ou mais inclinada a curva IS, menos sensível é o investimento à taxa de juros e mais sensível é a poupança ao nível de renda (investimento e poupança são contrários), ou seja, o multiplicador deve ser menor (1 / 1 – c)

A curva IS será pouco inclinada (mais horizontal) quando a elasticidade (sensibilidade) da demanda por investimento em relação à taxa de juros for alta;

A curva IS será pouco inclinada quando a propensão marginal a consumir e o multiplicador de gastos forem altos e propensão marginal a poupar for baixa

Pontos a direita da curva IS -> excesso de oferta no mercado do produto (poupança maior que o investimento = S>I)

Pontos a esquerda da curva IS -> excesso de demanda no mercado do produto (S<i></i>

Observação: No modelo MKS (caso atípico) deve-se memorizar que a IS é complementamente vertical, pois o investimento é autonômo, uma vez que a taxa de juros é incapaz de afetar a renda ou o produto da economia (aqui a política fiscal é eficaz e a monetária é ineficaz)

Quando a questão mencionar modelo Keynesiano dentro do IS-LM, deve-se considerar uma IS 100% vertical e que a LM não é capaz de alterar a renda. Além disso, o investimento não depende da taxa de juros.

Assim, se houver uma política expansionista no modelo keynesiano, a LM não será capaz de alterar o produto da economia, mas ela deslocará a demanda agregada, aumentando os preços. Com maior aumento de preços, o salário real cairá (Questão CESPE)

172
Q

CURVA LM

1- Significado

2- Dois ativos que se relacionam a LM

3- Conceito

4- Orientação da LM keynesiana (armadilha da liquidez), do modelo IS-LM e clássica

5- Três tipos de demanda que constituem a demanda por moeda

6- Duas elasticidade que determinam a inclinação da LM

7- Quatro Políticas monetárias que alteram a LM

A

“Liquidity Money” = significa mercado de títulos + moeda = ativos líquidos / A curva LM representa o lugar geométrico (conjunto de pontos) sobre o qual se dão combinações de i e y que equilibram o mercado monetário, também chamado de mercado de títulos

Num determinado instante do tempo, a riqueza (W) é fixa e, como os títulos (B = bonds) e a moeda (M) são as únicas formas de riqueza, temos que: W = B +M / A taxa de juros de equilíbrio dos títulos é aquela que iguala a demanda por títulos ao estoque existente de títulos (oferta). Ou seja, a taxa de juros é o equilíbrio do mercado de títulos.

Sempre lembrar que a LM começa horizontal (área keynesiana), torna-se inclinada (área do modelo IS-LM padrão) e, por fim, fica totalmente vertical (área clássica)

Há duas formas corretas de descrever a taxa de juros de equilíbrio:

1) Como a taxa que iguala a oferta e a demanda por títulos, ou;

2) Como o taxa que iguala a oferta de moeda e sua demanda (foco da teoria da keynesiana)

POSITIVAMENTE INCLINADA = relação positiva entre renda, juros e a demanda por moeda

A LM completa começa horizontal (área keynesiana ou área da armadilha da liquidez), passa a ser positivamente inclinada (área intermediária) e fica totalmente vertical (área clássica) / Na área keynesiana ou de armadilha de liquidez, ou seja, onde a LM é totalmente horizontal a política fiscal é totalmente eficaz

A oferta de moeda de um país é exogenamente determinada (institucionalmente fixada pela política monetária de um país de acordo com os seus objetivos). Por isso, a oferta monetária é fixa na construção da LM / Os deslocamentos da curva LM se dão por fatores exógenos como alterações na oferta de moeda (política monetária)

A demanda total por moeda é igual a soma das demandas por: transação + precaução + especulação (todos inversos a taxa de juros)

1) TRANSAÇÃO = A demanda por moeda para transação é uma função da renda

2) PRECAUÇÃO = depende positivamente da renda

3) ESPECULAÇÃO = a demanda por moeda por especulação é uma função da taxa de juros / a demanda de moeda por especulação é exclusivamente keynesiana

A inclinação da LM depende de dois fatores: elasticidade-renda e elasticidade-juros da demanda por moeda

Políticas monetárias que alteram a LM (4) = políticas de redesconto + operações de mercado aberto (compra e venda de títulos) + aumento ou redução do compulsório + emissão de moeda

Quanto mais sensível for a demanda por moeda à taxa de juros, mais horizontal (ou menos inclinada) será a LM = bizú: quanto mais Elástico, mais formato de “E” (horizontal) / atenção: Aumento do salário: desloca a LM para a esquerda / Diminuição do salário: desloca a LM para a direita =
contra intuitivo

3 Casos alienígenas da IS ou LM:

1) MKS = IS vertical; pois o investimento é autônomo (política monetária ineficaz)

2) modelo clássico = LM vertical; pois a taxa de juros não tem influência nenhuma (também chamada de LM clássica) - a moeda não tem a função de reserva de valor, apenas serve para transação. Logo, a demanda por moeda é função apenas do nível de renda e a taxa de juros perde o papel em sua determinação. A LM vertical significa que ela é completamente inelástica em relação a taxa de juros

3) armadilha de liquidez ou área keynesiana = LM horizontal devido a preferência absoluta por moeda independente da taxa de juros /

173
Q

Modelo Clássico de mercado de trabalho

1- Duas condições que dependem a contratação do empresário (demanda)

2- Orientação da demanda

3- Duas características da oferta de trabalho

4- Orientação da oferta

5- Ponto de equílibrio desse mercado

6- Duas variáveis dos eixos

7- Ponto em comum entre o modelo clássico e o keynesiano

A

O mercado de trabalho é igual a qualquer outro mercado = tem oferta e demanda que determinam o nível de emprego (N) e o salário real (W/P)

DEMANDA

A demanda, ou seja, a contratação do empresário é negativamente inclinada e depende da contribuição do fator de produção ao processo produtivo / essa contribuição é o Valor do Produto Marginal do Trabalho (VPMg) que deve ser comparada ao salário nominal (W) para verificar se deve contratar ou não mais trabalhadores (VPmg = salário nominal)

OFERTA (Hedonista e utilitarista)

Sob a ótica da oferta (trabalhadores) (curva positivamente inclinada = maiores salários, mais trabalhadores disponíveis), os clássicos se baseiam em uma concepção hedonista e utilitarista: racionalidade entre trabalho x lazer (gerador de desprazer ou desutilidade e bem-estar, respectivamente) = a remuneração deve ser maior que o desprazer /

O equilíbrio se dá quando oferta e demanda forem iguais, ou seja, a desutilidade ou desprazer marginal for igual ao produto marginal do trabalho (contribuição do trabalhador no processo produtivo): Dmg = Pmg = W/P em um gráfico onde o eixo y são os salários e o eixo x, o número de trabalhadores

Este equilíbrio indica que todos os trabalhadores que aceitam o salário real de equilíbrio determinado pelo mercado encontram emprego (situação de pleno emprego)

O ponto em comum entre os clássicos e Keynes é a curva de demanda efetiva DE TRABALHO, que é negativamente inclinada e reflete o produto marginal do trabalho

174
Q

Fórmula do multiplicador keynesiano

1- fórmula

2- única variável

A

Em Economia, o multilplicador é um fator de proporcionalidade que mensura quanto uma variável endógena muda em resposta a uma variação de algumas variáveis exógenas

k = 1 / (1 – c)

“c” é a propensão marginal a consumir

“1-c” é a propensão marginal a poupar

Caso a curva IS for pouco inclinada, haverá um grande multiplicador keynesiano = pequenas alterações na taxa de juros (i), gerarão grandes efeitos sobre a renda (Y)

Outra relação importante: A propensão marginal a poupar + propensão marginal a consumir = 1 / quando for igual a 1, significa que todos os agentes não gastarão nem uma parte de sua renda adicional, poupando tudo

A política fiscal atua sobre a economia por meio do multiplicador keynesiano, cuja lógica é a seguinte: uma expansão inicial dos gastos do governo vai gerar renda para o setor privado, e esta renda gerada vai em parte virar consumo e parte virar poupança, de acordo com a propensão marginal a consumir. A parte que se converte em consumo vai seguir estimulando a economia, na medida em que se torna demanda para outros setores, que terão sua renda ampliada, e novamente vão gastar parte desta renda em consumo, estimulando outros setores e assim por diante. O aumento no gasto do governo vai levar a um acréscimo final da renda maior do que o gasto inicial, o que é o
efeito multiplicador do gasto

175
Q

Casos Alienígenas da IS-LM

1- nome do caso alienígena da IS, sua orientação e o motivo

2- Dois casos alienígenas da LM e seus dois motivos

A

(1) IS em pé no MKS, pois o investimento é autônomo (não relacionado a taxa de juros, investimento ou renda) = política monetária ineficaz

(2) LM em pé para os clássicos, visto que a moeda não tem função de reserva de valor, não sendo guardada para especulação, gerando a ineficácia da taxa de juros = política fiscal ineficaz

(3) LM horizontal na armadilha liquidez devido a preferência absoluta por moeda pelos agentes, o governo perde a capacidade de determinar a taxa de juros = política monetária ineficaz e política fiscal super eficaz = os agentes entendem que a rentabilidade dos títulos só pode aumentar, então retém moeda para uso futuro

176
Q

Teorema do orçamento equilibrado (3)

A

ocorre quando uma VARIAÇÃO nos gastos do governo é igual a VARIAÇÃO do que é arrecadado (delta G = delta T) – disso decorre uma variação na renda (delta Y) do mesmo montante. Ou seja, um aumento no gasto público (política fiscal expansiva) e um aumento da tributação (política fiscal restritiva), no mesmo montante, provocam, ao final, um impacto positivo sobre a renda.

177
Q

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

1- leitura

2- duas grandes teorias sobre o crescimento econômico

A

No curto prazo, agregados como consumo ou gastos do governo são importantes para a expansão do produto (considerando que o grau de utilização da capacidade produtiva está abaixo de seu máximo) (visão Keynesiana)

No longo prazo, o crescimento é dado pela acumulação de capital, inovações tecnológicas ou aumento da eficiência do trabalho (ou produtividade marginal do trabalho) (visão clássica)

Existem duas importantes teorias sobre assunto: HARROD-DOMAR (keynesiana) E MODELO DE SOLOW (neoclássico)

178
Q

Modelo de Harrod-Domar (modelo Keynesiano)

1- Conclusão do modelo

2- ênfase no papel da demanda

3- duas óticas do investimento

4- do que depende o investimento ?

5- Equação fundamental do modelo Harrod Domar

A

O Modelo de Harrod-Domar é uma teoria econômica que tenta explicar como o investimento afeta o crescimento econômico de um país. Ele se baseia na ideia de que o investimento é um dos principais impulsionadores do crescimento econômico.

É um modelo de avaliação do crescimento econômico e suas variáveis (como o modelo neoclássica de Solow) / Harrod-domar é um modelo keynesiano ** / não está no edital, mas caiu em 2019 / o modelo conclui que uma economia não alcança o pleno emprego e taxas estáveis de crescimento naturalmente / o modelo é pós-keynesiano e não acredita na convergência rumo ao pleno emprego

É usado na economia do desenvolvimento para explicar a taxa de crescimento de uma economia. O modelo sugere que não há motive natural para uma economia apresentar crescimento balanceado

A característica central do assim chamado modelo Harrod-Domar de crescimento consiste na determinação das condições necessárias para a manutenção do equilíbrio entre poupança e investimento ao longo do tempo.

Ideia central: há uma relação direta entre o nível de investimentos em capital físico ou formação bruta de capital fixo, poupança de um país e o ritmo de crescimento de seu PIB.

INVESTIMENTO - POUPANÇA - PIB

Diferente de Solow, que é clássico e enfatiza o lado da oferta, aqui há o papel central para a DEMANDA na dinâmica do crescimento

Investimento sob duas óticas = componente da demanda da agregada (Y = C+I+G+(X-M) ou como criador de nova capacidade produtiva / o investimento atua tanto no curto quanto no longo prazo para a macroeconomia (Keynes e Solow), além disso, ele é uma variável que varia muito (diferente do consumo)

No modelo Harrod-Domar = Hipótese importante: os investimentos dependem das decisões das empresas. Estas são feitas a partir de expectativas incertas quanto ao futuro (viés keynesiano = investidor e expectativas) (os modelos clássicos defendem que o investimento depende da poupança como pré-condição, não das expectativas)

Aqui, a poupança é uma função proporcional da renda: S = sY / Não há progresso técnico (na abordagem sem progresso técnico - diferente de Solow – no qual a tecnológica é uma variável exógena fundamental) / O estoque de capital não se deprecia (diferente de Solow)

*** delta Y/Y = s/v -> Equação fundamental do modelo Harrod Domar -> traduzindo = deltaY/Y é a taxa de crescimento do produto nacional, sendo IGUAL a propensão marginal poupar (s) dividida pela relação capital-produto (v) (professora recomenda apenas decorar a fórmula) = para economia crescer, é necessário poupar e uma boa relação capital-produto (v)

No modelo de Harrod-Domar, a taxa de crescimento da economia cresce com a taxa de poupança e o produto médio do capital – CERTO – basicamente, o que a equação do modelo diz é que a variação do crescimento do produto (delta Y sobre Y) é igual a produto média do capial vezes a taxa de poupança menos a depreciação do capital. Logo a alternativa está correta (professor Rodrigo Teixeira)

O modelo possui 2 problemas:

1- as variáveis “s” e “v” são independentes (s = propensão marginal a poupar é uma escolha das famílias, ou seja, independe de “v”)

2- Só há crescimento proposto no modelo se uma série de fatores estiver atuando em conjunto (quase impossível de se atingir o pleno emprego e o crescimento no modelo de de Harrod-Domar = é possível, mas improvável)

As deficiências do modelo Harrod–Domar foram discutidas no fim dos anos 1950 por economistas neoclássicos, o que eventualmente levou ao desenvolvimento do modelo Solow-Swan

179
Q

Modelo de Solow-Swan (modelo neoclássico)

1- Conceito principal

2- Nome do estado em que as economias tendem a chegar

3- Três principais fatores de produção da teoria

4- Três hipóteses do modelo

5- Regra de ouro da teoria

6- Relação do produto per capita com o capital e o trabalho

7- Dois efeitos do aumento da poupança no modelo

8- Duas variáveis que afetam o estoque de capital no modelo

9- No que consiste o estado estacionário ? Citar duas variáveis que agem nele.

10- Gráfico da Regra de Ouro

11- Efeito do crescimento populacional no capital per capita por trabalhador (k), produto per capita (y) e no produto agregado (Y)

12- Efeito do Progresso tecnológico no modelo

13- Significado do conceito de Solow chamado “trajetória de crescimento equilibrado”

14- Conceito do Resíduo de Solow

15- Rendimentos de escala da função de produção de Solow e retornos marginais dos fatores de produção (crescente, constante ou decrescente) ?

16- Consequência para a RENDA dos países do modelo de Solow

A

RESUMO DAS RESPOSTAS

1- É uma teoria do crescimento = visa explicar o crescimento contínuo dos países

2- Estado Estacionário

3- Trabalho, Capital e tecnologia

4- Economia produz um único bem + existência de taxa de depreciação e de força de trabalho constantes

5- Regra de Ouro = maior distância possível entre a função de produção e a taxa de depreciação

6- O produto per capita é uma relação crescente entre o capital e o trabalho, ou seja, quanto maior a relação capital/trabalho, maior o produto per capita

7- Aumentos da poupança geram novo estado estacionário no curto prazo e afeta o nível de produto por trabalhador no longo prazo

8- O estoque de capital é afetado pela depreciação (-) e o investimento (=)

9- Estado Estacionário = é o gráfico em que a depreciação é igual ao investimento, ou seja, o nível de produção é constante (equílibrio da economia). Não há variação nos estoques de capital.

10- O gráfico consiste na renda (no eixo Y) e do fator de produção no eixo x (K), o produto total é dado por uma função de produção que diminui sua inclinação ao longo do tempo, a qual é cortada pela linha reta da depreciação.

11- O crescimento populacional dimui o capital per capita por trabalhador (k), diminui produto per capita (y) e aumenta o produto agregado (Y) no longo prazo.

12- Progresso tecnológico = variável exógena ao modelo, fonte de crescimento econômico no longo prazo , bem público disponível fornecido pelo governo e universidades

13- Solow define como trajetória de crescimento equilibrado (conceito) uma situação na qual o capital, o produto, o consumo e a população crescem a taxas constantes (taxa g = avanço tecnológico)

14- O resíduo de Solow representa quanto do crescimento econômico é explicado por outros fatores que não sejam o crescimento do capital e do trabalho. Uma interpretação desse termo é que ele corresponde ao progresso tecnológico

15- Os rendimentos de escala da função de produção do modelo são CONSTANTES, porém os retornos marginais dos fatores de produção (capital, trabalho) são DECRESCENTES

16- Uma das consequências do modelo de Solow é a sua convergência de níveis de renda para todos os países. Tal conclusão é uma implicação da hipótese de retornos marginais decrescentes do modelo

Na versão com progresso técnico, o produto TOTAL (Y) cresce no estado estacionário à taxa (g + n), em que g é a taxa de progresso tecnológico e n é a taxa de crescimento populacional.

NUNCA confundir o produto total com o produto per capita no Modelo de Solow! O produto per capita no modelo de Solow cresce apenas a taxa g (tecnologia), nunca a taxa n (crescimento populacional)!

INÍCIO DO FLASHCARD

Em termos simples, é uma teoria que visa explicar o porquê de as economias continuarem crescendo (teorias do crescimento) / o crescimento não se confunde com desenvolvimento. Além disso, para Solow, o crescimento está associado ao acúmulo do estoque de capital / o modelo prevê a convergência das economias para um mesmo nível de estado estacionário

O estado estacionário corresponde à situação em que as várias quantidades do modelo - produto, capital, trabalho, etc - crescem a taxas constantes.

O modelo de Solow é uma Teoria Neoclássica que descreve como a taxa de crescimento na economia é instável e resultado de uma combinação de três forças principais: a tecnologia, o capital e o trabalho.

Também chamado de modelo exógeno de crescimento ou modelo de crescimento neoclássico (vtc) / Neste modelo exógeno, a taxa de poupança, a taxa de depreciação, a taxa de avanço tecnológico e a taxa de crescimento populacional são determinados fora do modelo.

Hipóteses do modelo = a economia produz um único bem / taxa de depreciação e força de trabalho (L) são constantes

** Regra de ouro = maior distância possível entre a reta da taxa de depreciação e a função de produção

O modelo de crescimento de Solow mostra como a poupança, o crescimento da população e o progresso técnico afetam a produção e seu crescimento com o
tempo. É um modelo de determinação do crescimento econômico e como as variáveis impactam nesse crescimento / contrapõe-se ao Modelo de Harrod-Domar (Keynesiano)

Em outras palavras, o Modelo de Solow procura mostrar que o produto per capita é uma função crescente da relação entre capital e trabalho, ou seja, quanto maior a relação capital/trabalho, maior o produto per capita.

Não afetam o nível de produto de longo prazo (Y) de uma economia: aumento do estoque de capital, crescimento do trabalho (apenas rotaciona a reta de depreciação para cima) ou aumento da poupança (aumenta a barriga do da curva de função de produção, cortando a reta de depreciação mais para cima e para direita) = novo estado estacionário)

É um modelo neoclássico de longo prazo, por isso busca elevar a capacidade produtiva da economia / no modelo, a função de produção apresenta rendimentos CONSTANTES de escala: Y = F(K,L) [traduzindo: a renda é uma função do capital e do trabalho] / para os clássicos, o crescimento econômico se dá por aumentos dos fatores de produção K, L e T (aumento dos insumos ou progresso técnico) / K aumenta pelo aumento da poupança (que é igual ao investimento)

O produto per capita aumenta com o aumento da poupança (K) e diminui com o crescimento da população

O crescimento se dá pela acumulação de capital, inovações tecnológicas ou aumento da eficiência do trabalho (ou produtividade marginal do trabalho = tecnologia = mais máquinas) (não mais com consumo ou gastos do governo como no curto prazo e na teoria keynesiana, pois consideram que o grau de utilização da capacidade produtiva está abaixo de seu máximo) / por ser clássico, a renda parte do lado da oferta, da diferença entre os fatores de produção

O modelo mostra como a poupança, o crescimento populacional e o progresso tecnológico (variável exógena, e por isso, dada) afetam a economia / a análise parte de que o consumo individual (y) é alocado em consumo e poupança (que é igual a investimento), ou seja), y = c + i / para Solow, o crescimento no longo prazo INDEPENDE da taxa de poupança / o aumento na poupança só gera um novo estado estacionário no curto prazo e afeta o nível de produto por trabalhador a longo prazo / A poupança é, por sua vez, eficiente apenas no curto prazo, já que, devido aos rendimentos marginais decrescentes, tal aumento vai sendo “consumido” pelo crescimento populacional, até o ponto em que ele se torna nulo / A elevação da taxa de poupança aumenta o estoque de capital e renda per capita no estado estacionário, mas não afeta a taxa de crescimento

Pressuposto de SOLOW: retornos constantes de escala (função de produção total) / retornos decrescentes do capital (fatores de produção individualmente)

No modelo de SOLOW é o estoque de capital que varia e determina crescimento de uma economia, e este sofre depreciação (-) ou aumento caso haja investimento (+) (gasto em qualquer coisa que aumente o estoque de capital da economia)

*** O estado estacionário da economia é o momento gráfico onde a depreciação é igual ao investimento e que o nível de produção é constante [retorno constantes de escala] = isso significa dizer que não há variações de estoques de capital (a depreciação e o investimento se compensam, ou seja, no estado estacionário delta k = 0) (delta k significa variação do estoque de capital) / o estoque de capital não varia no estado estacionário, porque as duas variáveis que atuam sobre ele estão se compensando (depreciação e investimento) / O estado estacionário representa o equilíbrio da economia.

Toda economia tende ao estado estacionário = uma economia que se encontre nele, permanecerá. Aquelas que não estão nele, chegarão nele, ou seja, se a depreciação for maior que o investimento, o capital se desgasta até o estado estacionário. Se o investimento for maior que a depreciação, o capital aumenta até o estado estacionário = equilíbrio) ***

No Estado Estacionário (decorar) = o estoque de capital por trabalhador efetivo e o produto per capita são CONSTANTES (a renda per capita e o capital per capita são constantes)! Já o produto per capita por trabalhador cresce a uma taxa g (tecnologia) e o produto total cresce a uma taxa g + n (tecnologia e taxa de crescimento populacional)

ESTOQUE DE CAPITAL POR TRABALHADOR + PRODUTO PER CAPITA = CONSTANTES

PRODUTO PER CAPITA POR TRABALHADOR = TAXA G

PRODUTO TOTAL = TAXA G + N

Aumento da poupança significa aumento do investimento, gera crescimento da economia (não sustentado) / aumentos na poupança deslocam a curva de investimento e geram um estado estacionário mais acima, com maior estoque de capital por trabalhador / No estado estacionário, a economia está estável, NÃO CRESCE. Ela pode, no entanto, convergir para um novo estado estacionário com o aumento da taxa de poupança (ela só cresce por aumento da poupança até chegar no estado estacionário, depois não mais - não explica o crescimento continuado) / o aumento das taxas de poupança e o progresso tecnológico tem a capacidade de AUMENTAR o produto por trabalhador / no estado estacionário o estoque de capital e o produto por trabalhador são CONSTANTES / altas taxas de poupança tem um grande estoque de capital e um alto nível de produção no estado estacionário (Cingapura, Japão, Alemanha)

Um déficit público come poupança, ou seja, reduz a poupança nacional e reduz o investimento, o estoque de capital e a renda nacional (no longo prazo), deslocando para um estado estacionário inferior / um aumento da poupança aumenta o NÍVEL do estado estacionário, não sua taxa de crescimento (não confundir) / O déficit público é a diferença entre investimento público e poupança pública.

No pós-guerra, o estoque de capital é muito baixo e qualquer poupança já gera grande salto no estado estacionário / Ceteris paribus, países com uma maior taxa de poupança apresentam um produto de estado estacionário maior

Em termos de bem-estar é necessário não só poupar, mas também consumir. Nesse sentido, a regra de ouro (C*) é o ponto em que a poupança causa o bem-estar máximo,ou seja, o CONSUMO MÁXIMO / graficamente é a distância máxima entre a RETA de depreciação e a curva de produção (local onde o consumo é máximo) / Tudo isso, em um gráfico em que o eixo Y é a produção e a depreciação em estado estacionário e o eixo X é o capital por trabalhador no estado estacionário (desenhar)

Y = produção + depreciação (estado estacionário) = (y)

X = capital por trabalhador (k)

** Só existe uma taxa de poupança e um nível de capital ótimo para esse ponto – e esse é um objetivo a ser buscado pelas políticas públicas ** / países com muita poupança, devem estimular o consumo / países com muito consumo, devem estimular a poupança (Brasil) / nas aplicações de políticas públicas nos dois casos atrás, o consumo acaba por se tornar maior do que o nível inicial, pois busca-se a regra de ouro em ambas (maximização do consumo para o nível ideal) / tudo isso, para atingir o consumo máximo, ou seja, a regra de ouro e trazer o máximo bem-estar social /

A taxa de poupança, o estado estacionário e a regra de ouro não explicam o crescimento de longo prazo (continuado), o modelo deve ser ampliado e adicionado: o progresso tecnológico e a população

Um aumento populacional diminui o capital per capita por trabalhador / Portanto, o estoque de capital por trabalhador sofre influência do investimento (+), depreciação (-) e crescimento populacional (-) / Um aumento na taxa de crescimento da população REDUZ o nível do capital per capita (k), REDUZ o produto per capita (y) e AUMENTA a taxa de crescimento do produto agregado (Y) do estado estacionário / ** Em termos agregados há crescimento e em termos individuais há redução ** / Um elevado crescimento demográfico tende a empobrecer um país no curto prazo, dado a dificuldade de se manter o capital por trabalhador quando o número de trabalhadores cresce de forma acelerada / o que gera o aumento em termos agregados é o aumento da população ATIVA no médio prazo (crescimento em termos agregado)

O estado estacionário se caracteriza pela constância da taxa de crescimento populacional / De acordo com o modelo básico de Solow, países com taxas mais elevadas de crescimento populacional deveriam apresentar maiores taxas de crescimento econômico / No modelo de crescimento econômico de Solow, sem progresso técnico , o aumento populacional diminui a renda per capita, mas expande a fronteira de possibilidade, promovendo o crescimento caso sejam empregados

O Progresso tecnológico = mais uma adição ao modelo de Solow e fonte de crescimento econômico, é uma variável exógena ao modelo / Possui a capacidade de dotar de eficiência o trabalhador (máquinas, tratores, computadores, etc) = melhoram a eficiência do trabalhador / Se houver progresso tecnológico, a renda per capita das pessoas crescerá mesmo que a economia esteja em estado estacionário. Quanto maior o progresso técnico, maior o crescimento da renda per capita / Para Solow, o progresso tecnológico tinha mais efeito sobre o crescimento do que o aumento da população (L) ou o aumento do estoque de capital (K) / o progresso tecnológica é o responsável por gerar um crescimento contínuo da produção por trabalhador, ainda que em estado estacionário (diferente da poupança, que é uma expansão pontual)

A poupança tem a capacidade de elevar a economia até o estado estacionário, em seguida, seu crescimento passa a depender do progresso tecnológico (único fator com capacidade de explicar os níveis de vida continuamente crescentes) / Acréscimos tecnológicos equivalem a aumento de produtividade gerados por trabalhadores efetivos (população econômica ativa) / delta k variação de estoque de capital = + i investimento – ( ou depreciação + n ou crescimento populacional + g ou crescimento da produtividade por trabalhador) k

A depreciação destrói capital, a população divide o capital, ou seja, distribui entre mais pessoas, a taxa de crescimento tecnológica (g) demanda capital para ser desenvolvida e por isso são todas negativa)

** Poupança (curto prazo / rendimento marginais decrescentes do capital) -> Estado Estacionário -> Tecnologia (rendimentos constantes) **

Não esquecer: Crescimento no Modelo de Solow = poupança (curto prazo) e tecnologia (longo prazo)! / De acordo com o modelo de Solow, quando a economia se encontra em crescimento balanceado, o estoque de capital e o produto crescem à mesma taxa, o que implica que a relação capital-produto permanece constante. *** VTC 2019

Quando a economia está no estado estacionário, o produto por trabalhador cresce à taxa de progresso tecnológico / Sem progresso tecnológico, a economia converge para uma taxa de crescimento estável, em que é zero o crescimento da renda per capita

No modelo, a tecnologia é considerada como se fosse um bem público = não rival e não excludente, fornecida pelo governo e pelas universidades, estando, portanto, disponível a todos os agentes que desejem utilizá-la (como se faço algo “dado” que caiu do céu)

Solow define como trajetória de crescimento equilibrado (conceito) uma situação na qual o capital, o produto, o consumo e a população crescem a taxas constantes (taxa g = avanço tecnológico)

No modelo de Solow, a taxa de crescimento do produto em estado estacionário é dada pela soma da taxa de crescimento populacional e a taxa de progresso tecnológico

Resíduo de Solow = é uma forma de medir todo o crescimento que não é explicado pela mudança nos insumos, sendo atribuído ao progresso técnico, ou seja, uma forma de medir o crescimento gerado pelo progresso técnico ou aumento de produtividade

O resíduo de Solow representa quanto do crescimento econômico é explicado por outros fatores que não sejam o crescimento do capital e do trabalho. Uma interpretação desse termo é que ele corresponde ao progresso tecnológico – CERTO TPS 2022 – o modelo de Solow possui 2 variáveis exogênas (resíduos): tecnologia e crescimento populacional

No modelo de Solow, a taxa de poupança é um determinante chave do estoque de capital existente no estado estacionário. Se esta taxa for alta, a economia tem grande estoque de capital e alto nível de produção no estado estacionário. Se, porém, for baixa, a economia tem pequeno estoque de capital e baixo nível de produção no estado estacionário

** Não confunda: A função de produção Y = [ F (K,L) ] para o modelo de Solow possui rendimento CONSTANTES de escala (dobra-se o capital, dobra-se o Labor). No entanto, os fatores – isoladamente considerados (leia-se o Kapital) – possuem retornos marginais DECRESCENTES ** Já caiu /

Nas questões, assumir a regra de ouro, é dizer que Produto marginal do capital (PmgK) é igual a depreciação (sigma) (o capital colocado no aumento da produção de uma unidade a mais produz um valor igual ao que é depreciado)

Logo, com progresso tecnológico temos: delta k = i – (d + n + g)k *** (última fórmula e mais completa pois abrange a depreciação, o crescimento populacional (n) e a taxa “g”, ou seja, taxa de progresso tecnológico) / a depreciação destrói capital, a população divide o capital, ou seja, distribui entre mais pessoas, a taxa de crescimento tecnológica (g) demanda capital para ser desenvolvida e por isso são todas negativas

Uma das consequências do modelo de Solow é a sua convergência de níveis de renda para todos os países. Tal conclusão é uma implicação da hipótese de retornos marginais decrescentes do modelo

Se a poupança é superior à depreciação física do capital, consequentemente, o investimento também será superior à depreciação, pois investimento é igual à poupança e a economia caminha para o estado estacionário no sentido de aumento de produção ou renda

A regra de ouro da acumulação DE CAPITAL (não se confunde com a regra de ouro padrão) informa que se fornecermos a mesma quantidade de consumo para todos os membros de cada geração atual e futura – ou seja, se nós não fornecermos menos para geração futuras do que para nós mesmos -, então a quantidade máxima de consumo per capita é o consumo da regra de ouro

74 (CESPE, Correios, Economista, 2011) No modelo neoclássico de crescimento econômico, uma
diminuição da taxa de poupança conduz à redução da relação capital-trabalho e da renda per capita,
que prevalece no estado estacionário - ERRADO - No estado estacionário, o estoque de capital por trabalhador e o produto por trabalhador ou per capita são constantes. Com a renda per capita constante, a renda agregada cresce à mesma taxa que a população, isto é, à taxa n. Assim, a taxa de crescimento do estado estacionário não é afetado pela taxa de poupança. Ainda que a poupança caia, estar em um estado estacionário significa que a relação capital-trabalho e renda per capita são constantes. ** Recorde que uma economia está em estado estacionário quando a renda per capita e o capita per capita são constantes **

Solow define como trajetória de crescimento equilibrado (balanceado) uma situação na qual o capital, o produto, o consumo e a população crescem a taxas constantes.

É possível entender a tecnologia como a ** produtividade total dos fatores ** (também chamado de resíduo de Solow), sendo este o elemento que explica o contínuo crescimento das economias.

180
Q

Efeitos do Crescimento Populacional no modelo de Solow

1- Efeito no produto total (Y)

2- Efeito no estoque de capital por trabalhador (y)

3- Efeito no estoque de capital total

4- Efeito no produto per capita

A

Reduz = estoque de capital, estoque de capital pro trabalhador

Aumenta = produto total (no longo prazo) ***

Constante = produto per capita

O crescimento população gera:

1) ** Aumenta o Produto total (Y) (em taxa igual ao aumento da força de trabalho) no longo prazo **

2) Diminui o Estoque de capital por trabalhador

3) redução ou mantém constante o estoque de capital total = REDUÇÃO (se nada for dito na questão) OU CONSTANTE (se o aumento da população gerar um aumento igual em poupança/investimento para compensar o aumento populacional + depreciação)

4) Mantém constante o Produto per capita (o produto total aumenta e se divide entre a população crescente) / Só o progresso tecnológico é o único que explica crescimento dessa variável (produto per capita), pois o aumento do produto per capita e do produto total gera aumento da eficiência do trabalho)

O modelo de Solow nos mostra que países com maior crescimento populacional têm níveis mais baixos de PIB per capita, o que é bastante condizente com a realidade

72 (CESPE, Correios, Economista, 2011) De acordo com o modelo básico de Solow, países com taxas
mais elevadas de crescimento populacional deveriam apresentar maiores taxas de crescimento
econômico. - CORRETO - O crescimento populacional promove um deslocamento da curva de oferta da economia. Alternativamente, provoca um deslocamento da curva de possibilidades de produção, já que há mais
fatores de produção (trabalho) disponíveis. Assim, países com mais altas taxas de crescimento
populacional deveriam apresentar maiores taxas de crescimento. No entanto, é fundamental diferenciar
crescimento do PIB e crescimento da renda per capita

O crescimento da população reduz a acumulação de capital por trabalhador de uma forma muito
parecida com a depreciação. A depreciação reduz k ao desgastar o estoque de capital, enquanto o crescimento demográfico reduz k ao repartir o estoque de capital entre um número maior de trabalhadores. O crescimento da população é, assim como a depreciação, uma das razões pelas quais o estoque de capital por trabalhador diminui.

O modelo de Solow diz, assim, que as economias que tem umas taxas mais altas de crescimento da população apresentam níveis mais baixos de capital por trabalhador, y, e, portanto, rendas per capita menores.

181
Q

Modelo Shumpeteriano (1942)

1- Nome de sua obra e de seu modelo

2- Teoria principal

3- Dois componentes do desenvolvimento para Shumpeter

4- 3 características do modelo

5- Principal diferença em relação a escola neoclássica

6- Diferença entre crescimento e desenvolvimento

A

Em seu livro Capitalismo, socialismo e democracia, publicado em 1942, Joseph Schumpeter sugeriu que o progresso econômico é produzido através de um processo de destruição criativa

Segundo ele, a força motriz do progresso é o empresário que tem a ideia de um novo produto, de um novo método para produzir um produto existente ou de alguma outra inovação. Quando o empresário comercializa seu novo produto, tem um certo grau de poder de monopólio sobre sua inovação: assim, é a perspectiva de obter ganhos monopolísticos que o motiva

DESENVOLVIMENTO = INOVAÇÃO + EMPRESÁRIO INOVADOR

CARACTERÍSTICAS

Pertencente a escola austríaca / é um modelo de crescimento endógeno (ao contrário de Solow) / ** progresso técnico como determinante do crescimento ** / papel central da inovação tecnológica = novos produtos e reconfiguração da organização econômica (alterações na produção) = processo de destruição criativa (Máquinas com filme -> digitais -> celulares) / o crédito tem papel central na teoria para financiar novas ideias e dar o start ao processo / empresário é aquele que reorganiza os meios de produção de forma inédita ou inovadora (o restante é administrador)

Baseou-se em Marx para afirmar que os processos econômicos são orgânicos e a mudança é um processo interno / empresário = agente ativo do progresso econômico

** Diferente da escola neoclássica, Shumpeter defende que são os fatores imateriais (tecnologia) e não os materiais (fatores de produção comum) os responsáveis pela maior parte do desenvolvimento **

CRESCIMENTO DIFERENTE DE DESENVOLVIMENTO (objeto de prova)

Ele também diferencia claramente crescimento (incremento dos fatores de produção = efeito quantitativo e não qualitativo) de desenvolvimento (fenômeno estranho ao fluxo circular da renda, é uma mudança espontânea e descontínua, dinâmica = transformação qualitativa da sociedade e da economia) / desenvolvimento estaria ligado a tecnologia e as forças socioculturais em menor grau – o que não é levado em conta por seus predecessores

Novos bens, novos métodos de produção e logística, novos mercados, reorganização industrial = tecnologia e inovação tecnológica RADICAL = geram o processo de mutação industrial que revoluciona a estrutura econômica endogenamente, destruindo o antigo e criando continuamente. Destaca-se, para isso, o papel do empresário inovador – capaz de realizar novas combinações dos meios de produção. É um gerador e gerenciador de inovação (nem todos empresários do alto escalão são empresários inovadores)

Schumpeter = Crítica à visão de desenvolvimento uniforme unilinear (evolucionista). Na economia, há um Processo circular, movimento pendular em torno de um
centro e movimentos de ruptura (destruição criativa). Eventualmente, ocorrem mudanças qualitativas (desenvolvimento econômico) ao invés de quantitativas (crescimento econômico)

Crescimento econômico = é um fluxo circular, com adequação ou convergência (estabilidade), olhar quantitativo, modelo estático e de busca por equilíbrio.

Desenvolvimento econômico = busca por mudanças de trajetos, priorização da revolução e do rompimento de uma economia estacionária, olhar qualitativo, processo dinâmico de busca por perturbação do equilíbrio (inovação no processo de PRODUÇÃO ou OFERTA). O desenvolvimento econômico é sinônimo de inovação. A conclusão de Solow é o ponto de partida de Schumpeter.

182
Q

A Lei de OKUN

1- Duas variáveis da Lei de Okun e como se relacionam

2- Significado do Hiato do Produto

3- Conceito de “Recessão”

A

Relação entre PIB (ou produto) e desemprego (inversa) ou relação direta entre emprego e produto. Isso quer dizer que no pleno emprego, o hiato do produto é zero.

A curva de philips (inflação x desemprego) presume a lei de Okun em seu modelo

Nos dados pesquisados, o aumento de 1% na taxa de desemprego reduzia o PIB em 2,5% em comparação ao seu PIB potencial

Para cada ponto percentual de crescimento do produto real acima da taxa tendencial que foi mantida por um ano, a taxa de desemprego cai 0,4 ponto percentual

A relação entre o hiato do produto e taxa de desemprego é chamada de LEI DE OKUN

Hiato do Produto = é a diferença entre produto potencial e o produto efetivo / produto potencial é o que poderia ser alcançado com pleno uso dos fatores de produção, gerado por desequilíbrios macroeconômicos = recessão, desemprego e inflação

Recessão (conceito) = 2+ trimestres de queda do PIB respondido por estabilizadores automáticos (como o auxílio emergencial do corona vírus)

75 (CESPE, TCE/RO, ACE-Economia, 2013) Lei de Okun é a teoria segundo a qual o hiato do produto é proporcional à diferença entre a taxa de desemprego e a taxa natural de emprego. - CORRETO - A Lei de Okun estabelece uma relação entre produto e desemprego, ou seja, afirma que a diferença entre produto potencial e produto efetivo mantém uma proporção com a diferença entre a taxa de desemprego e a taxa de desemprego natural.

183
Q

Mercado de Trabalho (caiu tps 2021)

1- Período de tempo para configurar Trabalho em atividade econômica (IBGE

2- Idade para ser considerado População em idade ativa (PIA)

3- Dois componentes da PEA

4- Dois componentes da fórmula da taxa de atividade da economia

5- Duas variáveis estudadas pelo índice de Gini

A

Trabalho em atividade econômica (IBGE) = ocupação remunerada na produção de bens e serviços, ou no serviço doméstico, ou sem remuneração em ajuda a membro da unidade domiciliar (Não confundir com parente) (pelo menos 1 hora por semana)

População em idade ativa (PIA) = +10 anos no Brasil

PEA = POPULAÇÃO OCUPADA + DESOCUPADA (buscando emprego nos últimos 30 dias)

A PEA é a força de trabalho, divide-se em população ocupada (empregados, empregadores, autônomos e não remunerados – estágios, ajuda familiar, instituições religiosas) e População desocupada*** Já caiu = aquele que está ocupado procurando emprego nos últimos 30 dias está na PEA (se não buscar é População não economicamente ativa (PNEA)) / Portanto a PEA é a população ocupada (pelo menos 1 hora na semana) + desocupada (ocupada buscando emprego) / Na PEA, o IBGE não distingue mercado formal ou informal

Observação: O indivíduo pode estar em idade ativa e NÃO fazer parte da PEA

População NÃO economicamente ativa (PNEA) *** = INATIVOS (não ocupados ou desocupados) = vagabundos (não confundir com desocupados, ou seja, os que procuram emprego nos últimos 30 dias) (inclui aqueles que exercem atividade remunerada por MENOS de 1 hora por semana) / A PNEA é a taxa de inatividade, são os inativos

Desalentados*** = desistiu de procurar emprego, fazendo parte da PNEA (IBGE não inclui na PEA, mas o DIEESE sim)

Subocupados = trabalham menos de 40h e gostariam de + horas

Subemprego visível = diferença entre as horas que gostaria de trabalhar e as efetivamente trabalhadas

Subemprego encoberto = liberação de mão-de-obra por reorganização interna (baixa produtividade)

Subemprego potencial = redução da mão-de-obra por mudanças

PEA = PIA – desalentados (vagabundos); ou seja, a PEA é a população total menos as crianças e os que desistiram de procurar emprego / lembrando que a PIA é a população em idade ativa (todos com +10 anos segundo a métrica do IBGE)

PEA / PIA = taxa de atividade*** / Portanto, a taxa de atividade de uma economia é dado pela população economicamente ativa sobre a população em idade ativa

taxa de INAtividade = PNEA / PIA

Nível de ocupação = ocupados / PIA

Taxa de desemprego ou desocupação = desocupados / PEA *** VTC – ou seja, o desemprego é medido pelos que estão buscando emprego sobre a PEA (ocupados + desocupados) – NÃO é sobre a população total !!! Também não inclui na conta aposentados, inválidos, crianças – somente os que buscam sobre os que trabalham!

Mercado de trabalho rígido = empregos abundantes (taxa de 7%+ de desemprego)

Mercados folgados ( < 4% = menos empregos a disposição)

Taxa de rotatividade = empregados substituídos (desconsiderar o número de funcionários a mais ou a menos contratados, caso houver) dividido pelo número inicial de empregados

Desemprego Sazonal = tem como características base a previsibilidade – trabalho agrícola na safra

IDH = criado pela ONU para medir o desenvolvimento humano = vai de 0 a 1, quanto maior mais desenvolvido é o país, medindo renda, longevidade e educação. Através da Renda Nacional Bruta per capita ajustada ao poder de compra, expectativa de vida ao nascer e anos esperados + anos médios de escolaridade / Os maiores IDHs são Noruega (0,95), Austrália, Suiça, Alemanha, Dinamarca e Cingapura /

Índice GINI = mede desigualdade e distribuição de renda calculado pela curva de Lorenz (tamanho da barriga em relação a reta), também medido de 0 a 1 (porém 1 é o mais desigual / situação pior / contrário do IDH) / IDH e GINI romperam a tendência de queda de décadas a partir de 2014 / em 2015, o Brasil era o 10º país mais desigual do mundo (África do Sul é o mais desigual do mundo) (Os menos desiguais são Ucrânia, Eslovênia e Noruega) / o BR tem o IDH de 0,75 (desenvolvimento ALTO dentro dos 4 critérios: baixo (<5), médio (0,5-0,7), alto (0,7-0,8), muito alto (>0,8) /

O trabalho informal é visto, segundo a OIT, como uma categoria analítica de “trabalho decente”, por abranger uma ampla noção de espaço no mundo do trabalho, podendo ser executado em casa, na aldeia e na rua (a luta da OIT não é pelo fim da informalidade, mas pela dignidade) / hoje o mundo tem 2 bilhões de trabalhadores informais = 2/3 da força de trabalho segundo relatório da OIT / na África, 85,8% do emprego é informal / o Brasil tem 46% de trabalho informal, sendo maior entre os homens (37%)

Atualização do último tremeste de 2022:

Segundo o IBGE, o Brasil possui 9,5 milhões de desempregados, 4,3 milhões de desalentados e uma taxa de subutilização de 20%. uma Taxa de desemprego de 8,7%

s. A maior taxa de desocupação encontra-se no Nordeste, Sudeste, Norte, Centro-Oeste, e Sul, respectivamente.

Atualizar dados: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php

184
Q

Reforma Trabalhista (2017, gestão Temer) (Lei 13.467/2017) - leitura

1- Principal alteração na relação de trabalho

2- Citar 3+ de 10 alterações

A

Altera, cria ou revoga mais de 100 artigos e parágrafos da CLT / em vigor em novembro de 2017 / Substitui uma visão de trabalho de relação entre pessoas e passa a ser relação entre coisas (venda da força de trabalho) / a lei busca por FLEXIBILIZAR as relações / Algumas mudanças:

1- Em alguns casos, os acordos coletivos prevalecem sobre a lei (jornada de trabalho, banco de horas anual, troca do dia do feriado)

2- Permite ampliar a jornada em ambientes insalubres

3- Legaliza a jornada 12-36h para qualquer trabalhador (12 de trabalho e 36 de descanso) (antes era permitida só para área de saúde, pilotos, etc)

4- Exclui a necessidade de licença prévia no Ministério do trabalho para atividades insalubres

5- Revoga-se o art. 384 que estabelece a necessidade de no mínimo 15 min de intervalo entre a jornada normal e as horas extras

6- legaliza a jornada de trabalho de 10h com intervalo de 30 minutos ou 10 horas diretas, caso se pague 1 hora extra

7- Art. 58 passa a desconsiderar o tempo de jornada de trabalho o deslocamento para o trabalho quando este é fornecido pelo empregador

8- cria o trabalho intermitente = trabalho não contínuo de prestação de serviços. Assina-se a carteira, mas não há dias e horas definida, recebendo pelo período efetivamente trabalhado / a lei faz a Vedação da caracterização do autônomo como empregado mesmo no caso de exclusividade e continuidade da relação do emprego

9- a lei traz a Possibilidade de terceirização irrestrita

10 - traz a Permissão de demissão coletiva sem acordos com sindicatos

11- a reforma amplia a precariedade = A lógica prevalecente é a que trata a força de trabalho como uma mercadoria, que deve ser remunerada como um aluguel de serviços

A mim, me parece que ela tornou o trabalho mais precário, menos seguro e com maior possibilidade de exploração / Há prevalência do acordo sobre a convenção / Com o corte abrupto da contribuição sindical, os sindicatos terão problemas até para se reorganizar.

185
Q

3 pilares de sustentação de Basileia II (2004)

A

Em 1974, a falência do pequeno banco alemão Bankhaus Herstatt, que tinha contratos em moeda estrangeira e provocou significativas perdas em vários países, trouxe à tona a discussão sobre o risco sistêmico no sistema bancário. Em 1974, foi criado o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia pelos países industrializados do chamado G10 (Alemanha, Bélgica, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Países Baixos, Reino Unido e Suécia), juntamente com Suíça e Luxemburgo, como um comitê do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês

O Comitê da Basileia foi concebido com o objetivo de constituir um fórum para cooperação regular sobre supervisão bancária

Em 1988, o Acordo de Basileia I estabeleceu exigências mínimas de capital como precaução contra risco de crédito. Em 2004, o Acordo de Basileia II tratou de contabilidade e supervisão bancária, baseado em três pilares: (1) guardar capital, (2) realizar a fiscalização e (3) promover a transparência e a disciplina de mercado.

O acordo de Basileia foi um acordo financeiro firmado em 1988

O Acordo de Basileia II (2004) = elaborado com base em 3 pilares: capital, supervisão e transparência

Implementou a exigência de capital dos bancos para fazer frente ao risco operacional / No caso do primeiro pilar (capital) foi mantida uma taxa mínima que os bancos deveriam tem a sua disposição para emprestar. Para calcular esta taxa, foram considerados três tipos de risco: o de crédito, o de mercado e acrescentado o risco operacional.

O risco operacional são as perdas financeiras decorrentes de falhas ou inadequação de pessoas, processo ou sistemas.

Acordo assinado no âmbito do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia em 2004

1) necessidades mínimas de capital

2) revisão de supervisão da suficiência de capital conforme o perfil de risco da instituição (supervisão)

3) disciplina de mercado (transparência)

Com um mais direcionamento mais subjetivo, o Basileia II teve como objetivo reforçar o conjunto de medidas estabelecidas no primeiro acordo. Porém, ao mesmo tempo, esse acordo também deu mais liberdade aos bancos.

O Índice de Basileia (IB), conhecido também como índice de solvência ou solvabilidade, é um indicador da capacidade dos bancos, financeiras ou corretoras em honrar suas obrigações de pagamento.

Basileia III (2008) = redução da alavancagem / influência da crise de 2009

CRISE DE 2008 = G20 recomendou o aumento das reservas prudenciais de capital em operações de empréstimo e seguros, a criação de mecanismos para reduzir o grau de alavancagem, o aumento da supervisão das agências de risco, a revisão da remuneração dos executivos, o alinhamento dos padrões de contabilidades globais e o aumento da regulação e transparência dos mercados de derivativos de balcão.

186
Q

DEMANDA AGREGADA (MACROECONOMIA)

1- três efeitos que explicam a inclinação negativa da DA , segundo Mankiw

A

A curva de DA mostra a quantidade de bens e serviços demandada a cada nível de preços

** Ela tem inclinação negativa ** pelos seguintes motivos (Mankiw): efeito riqueza, efeito taxa de juros e efeito taxa de câmbio

efeito riqueza = quando os preços abaixam, o meu salário consegue comprar mais (o poder de compra aumenta). Isso estimula nosso consumo!

187
Q

Regulação do Sistema Financeiro

1- Três órgãos que estabelecem as regras nacionais

2- Dois tipos de regulação existentes e seus conceitos

A

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) opera sob regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), pelo Banco Central (BC) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para garantir a eficiência da intermediação de recursos e promover a estabilidade financeira

Divide-se em dois tipos: prudencial e comportamental

REGULAÇÃO PRUDENCIAL - solvência e solidez

A regulação prudencial é um tipo de regulação financeira que estabelece requisitos para as instituições financeiras com foco no gerenciamento de riscos e nos requerimentos mínimos de capital para fazer face aos riscos decorrentes de suas atividades. É aquela em que há um maior enfoque nos requisitos de solvência e solidez frente ao colapso do sistema financeiro.

O gerenciamento de riscos e os requerimentos mínimos de capital contribuem para que eventual quebra de uma instituição financeira não gere um efeito dominó no sistema financeiro e, em última instância, perdas para a sociedade como um todo. Esse efeito dominó é conhecido como risco sistêmico

Os requisitos prudenciais não impedem necessariamente que uma instituição financeira enfrente dificuldades ou vá à falência, mas minimizam efeitos negativos de eventual encerramento das atividades de uma instituição financeira.

As instituições supervisionadas no Sistema Financeiro Nacional (SFN) são classificadas em cinco segmentos, de acordo com seu porte, atividade internacional e perfil de risco (S1 -> S5).

A S1 são os bancos com porte Maior ou igual a 10% do PIB (ou atividade internacional relevante), a sua regulação prudencial deve ser de Alinhamento total com as recomendações de Basileia, enquanto as demais tem alguma flexibilização

Com a segmentação, instituições menores
devem seguir regras mais simples do que aquelas aplicadas aos bancos de grande porte. Regras prudenciais de complexidade adequada às atividades e ao perfil de risco da instituição contribuem para maior eficiência da intermediação financeira, reduzindo custos e fomentando a competição no mercado financeiro

REGULAÇÃO COMPORTAMENTAL (instituição-clientes)
A regulação comportamental, por sua vez, diz respeito a condução dos negócios entre as instituições e os seus clientes, abrangendo temáticas como a transparência, honestidade, integridade, competência e forma de comercialização.

188
Q

REGRA DE TAYLOR (1993)

1- Autor da regra

2- Conceito e objetivo

A

É uma regra de política macroeconômica, ou seja, é a forma como o economista John Taylor, da Universidade de Stanford, propôs para que os Bancos Centrais pudessem atingir as metas de inflação satisfatoriamente

** o BC deve pensar a política monetária de forma a escolher uma taxa de juros desejada, ao invés de uma taxa de crescimento da moeda nominal ** (principal conclusão) (escolha = taxa de juros)

É uma determinação exógena da taxa de juros buscando atingir o nível de inflação desejado

A regra de Taylor advoga que o Banco Central deve elevar a taxa de juros num percentual MAIOR do que o aumento da inflação. Caso contrário, a autoridade monetária não será capaz de fazer a inflação convergir para a meta

Ou seja, de acordo com a regra de política monetária proposta por John B. Taylor, conhecida como “regra de Taylor”, se o hiato do produto é zero e a taxa de inflação sobe 1 ponto percentual, o Banco Central deve aumentar a taxa nominal de juros em mais do que 1 ponto percentual.

O professor de Stanford resumiu em uma equação como o Federal Reserve (o Banco Central americano – Fed) deveria se comportar quanto à taxa básica de juros para atingir seus objetivos de ter uma inflação baixa e nível de emprego alto, seguindo uma simples regra matemática

Recentemente, foram feitas proposta pelos congressistas para torná-la lei para, caso o Fed desvie da regra, seus dirigentes tenham que se explicar ao congresso americano

A ideia dos legisladores era retirar o poder discricionário do FED e assegurar que algumas práticas bem conhecidas neste hemisfério de baixo sejam vetada. Por exemplo, reduzir os juros quando a inflação está em alta para, quem sabe, reeleger um presidente!

É uma teoria pensada para os Estados Unidos / Sua principal aplicação é observada no sistema de metas de inflação / a regra deve levar em consideração a inflação e o desemprego atual para buscar a meta

De acordo com a regra de política monetária conhecida como Regra de Taylor, o Banco Central deve alterar a taxa de juros nominal em resposta ao desvio da taxa de inflação em relação à meta de inflação e em resposta ao desvio da taxa de desemprego (corrente) em relação à taxa natural de desemprego (ou em resposta ao desvio do produto corrente em relação ao produto potencial).

TAXA DE JUROS DEVE SER ALTERADA POR DESVIOS DA INFLAÇÃO, DO DESEMPREGO OU DO PRODUTO.

189
Q

DEMANDA E OFERTA AGREGADA

1- Três inclinações da oferta agregada

2- Classificar as três inclinações da oferta agregada em curto e longo prazo

A

Oferta agregada: valor total da produção de bens e serviços finais à disposição da coletividade num dado período

Ela tem formato de meio “u”, em que a parte horizontal e o trecho inclinado são keynesianos. Enquanto o trecho vertical é clássico / o trecho inclinado é utilizado em 95% dos exercícios

A oferta é fixa mas pode ser interpretada como:

-> horizontal = alto desemprego dos fatores de produção ou trecho keynesiano, aceita expansões da demanda sem alterações nos preços / aqui os contratos e os preços são rígidos e, por isso, a demanda agregada pode afetar o produto (Y) / Para Keynes, a demanda agregada move-se pela decisão de investimentos e gastos dos agentes

-> positivamente inclinada = baixo desemprego dos fatores de produção, curto prazo, também keynesiana = pode haver expansão do produto por meio da demanda agregada com variação menor no preço [inflação])

-> vertical = trecho clássico = pleno emprego dos fatores de produção, longo prazo = estímulos na demanda agregada só geram aumento de preços [inflação], não mais aumentam o produto (Y) = políticas expansionistas e estímulos a demanda agregada só geram aumento de preços, sem respostas na economia real) / Nesse ponto, os preços e contratos são flexíveis e o produto (Y) é dado em função do estoque de fatores de produção / a Demanda agregada não altera o produto (Y) / Somente a Oferta agregada (OA) vertical deslocada por variações no estoque de fatores de produção alteram o produto (Y)

No campo da macroeconomia, a oferta agregada é um dado e por isso o estudo é focado na demanda (trecho keynesiano)

Demanda agregada: valor total dos gastos dos agentes macroeconômicos (ou seja, a despesa), negativamente inclinada (sempre) / DA = C + I + G + (X-M)

Equilíbrio macroeconômico: onde a oferta agregada é igual a demanda agregada no gráfico preço (y) x quantidade (x)

190
Q

FINANCIAMENTO DO DÉFICIT PÚBLICO

1- Conceito do déficit público e suas duas variáveis

2- Três formas de financiamento do déficit público

3- Três outras formas restantes de financiamento com uso da Política Fiscal

A

O déficit público é a diferença entre investimento público e poupança pública.

Tradicionalmente, o déficit do setor público é financiado ou pela emissão de moeda (1), ou pelo aumento de impostos (2), ou pelo endividamento interno e/ou externo (3), ou, ainda, por uma combinação de dois ou mais dos instrumentos listados.

EMISSÃO - IMPOSTOS - ENDIVIDAMENTO (interno ou externo)

O financiamento pela emissão de moeda é, sem dúvida, um mecanismo inflacionário na medida em que aumenta a disputa por dado nível de produto real.

O aumento de impostos, por sua vez, é um instrumento politicamente difícil, principalmente em uma sociedade democrática.

A opção pelo financiamento externo é viável — na medida em que há disponibilidade de recursos a taxas de juros atrativas —, mas tem limites, dados os problemas recentes envolvendo a dívida externa.

Resta, portanto, o financiamento do déficit pelo endividamento interno. O financiamento de um déficit permanente pela emissão de títulos da dívida pública equivale à substituição de impostos por títulos, o que caracteriza, tecnicamente, uma redução de impostos no período corrente. Se, em consequência disso, a poupança privada desejada crescer na exata proporção da redução de impostos, o financiamento do déficit pela emissão de títulos terá sido neutro.

Resumindo: Se o governo conseguir se financiar com títulos e a poupança privada aumentar no mesmo montante, o financiamento do déficit será neutro (não inflacionário)

Esse resultado, no entanto, requer assumir perfeita previsão e perfeita flexibilidade, tanto para as despesas quanto para as receitas governamentais. O mais comum, no entanto, é a substituição de impostos (correntes) por endividamento levar a uma expansão da demanda agregada e ao aumento de preços — dado o nível de produção — em decorrência do aumento menor da poupança privada desejada vis à vis a redução de impostos [McCallum (1984) e Barro (1976)].

Nesse sentido, dificilmente o financiamento não-inflacionário do déficit pela emissão de títulos públicos será realidade.

Assim, sendo a proposta do governo manter a estabilidade de preços, restam três alternativas e suas combinações para o financiamento do déficit público: a redução de despesas; o aumento de receitas tributárias; e a alienação de empresas estatais e/ou da concessão de serviços públicos ao setor privado.

A redução das despesas é dificultada pela incompressibilidade da maior parte dos gastos do governo, além da excessiva vinculação de receitas imposta pela Constituição de 1988 (engessamento).

Resta, portanto, a privatização de ativos públicos como a principal fonte de recursos não-inflacionários para financiamento do déficit público. Além de complementar as receitas correntes com o resultado das vendas, o processo de privatização reduz as necessidades de financiamento do setor público (NFSP) em duas vertentes. Na primeira, diminui a necessidade de emissão de papéis (títulos ou moeda) para financiar gastos correntes. Na segunda, reduz a dívida em virtude da troca de títulos públicos por ações das empresas privatizadas.

Alguns exemplos de soluções que têm sido adotadas para passar as atividades antes estatais para o setor privado envolvem a privatização propriamente dita, com a venda dos ativos ao setor privado (como ocorreu com o setor de telecomunicações), as concessões, nas quais o Estado concede ao setor privado a exploração de certa atividade por tempo determinado (muito usado no setor de rodovias) e também as chamadas Parcerias Público Privadas (PPPs), em que há um contrato de fornecimento do serviço entre o Estado e o setor privado, com este último se responsabilizando por fazer os investimentos necessários. Importante lembrar que este processo foi acompanhado pelo surgimento das chamadas Agências Reguladoras (ANEEL, ANA, ANP) que têm como missão regular a qualidade dos serviços à população bem como evitar práticas abusivas de preços que poderiam ser adotadas em função do poder de monopólio transferido ao setor privado.

191
Q

IMPOSTOS

1- Conceito de impostos diretos e indiretos

2- Diferença entre imposto específico e ad valorem

3- Dois exemplos de impostos ad valorem

4- Recaimento do imposto em demandas preço-elásticas e preço-inelásticas

5- Efeito de um imposto para sociedade

A

Direto = incidem sobre a renda das pessoas, tendem a ser mais progressivos

Indiretos = incidem sobre a mercadoria, funciona como um custo adicional ao produto ao produtor, deslocando a curva de oferta para trás

Imposto específico = representa um valor fixo sobre a unidade vendida = ** Ocorre, assim, alteração no intercepto da curva de oferta em relação ao eixo dos preços (vertical) (a curva de oferta “sobe” e toca o eixo y em um ponto mais alto) ** / o produtor tem que aumentar o preço, ou, se quiser manter o preço, deve oferecer menor quantidade, pois encareceu a mercadoria / No caso dos consumidores, um imposto sobre vendas faz com que paguem mais caro para consumir a mesma quantidade que consumia antes, o que reduz a curva de demanda.

Imposto ad valorem = alíquota (percentual) fixo sobre o valor de cada unidade, exemplo ICMS e IPI = o imposto sobe com o aumento do valor do produto = ** Ocorre, assim, alteração não no intercepto da curva de oferta, mas na sua declividade **

Demanda preço-elástica: maior parcela do imposto incidirá sobre os vendedores, pois os consumidores conseguem diminuir bastante o consumo do bem, dada uma elevação no preço = há mais opções no mercado ou os consumidores são mais sensíveis as variações de preços

Demanda preço-inelástica: quem deve arcar com maior parcela do imposto é o consumidor = menos opções no mercado e consumidores mais sensíveis as variações do preço / a elasticidade demonstra a quem recai o imposto

Do ponto de vista da Sociedade, um imposto gera Perda líquida de bem-estar social, ou seja, uma distorção na alocação de recursos. Genericamente, “peso morto” é o custo social devido à redução da quantidade produzida, quando o preço de mercado fica acima do que seria cobrado em um mercado perfeitamente competitivo.

Portanto, é a elasticidade PREÇO da demanda que informa em quem recai mais o imposto.

192
Q

Tratados com a Inglaterra e seus efeitos

1- leitura

A

1810 = 3 tratados desiguais (UK torna-se potência privilegiada, direitos de extraterritorialidade, tarifas preferenciais baixas e uma séria limitação à autonomia do governo no setor econômico

Acordo de 1827 com a Inglaterra (manutenção da disposição tarifária, estendendo 15% para TODAS as nações por 15 anos) = universalização dos tratados desiguais em 1828 (Tarifa Bernardo Pereira de Vasconcelos)

Somente se recupera a autonomia em 1844 com a Tarifa Alves Branco

Solução até 1844 = empréstimos e emissionismos (Casa Rotschild) / a libra esterlina duplicou de 1822 para 1830, enquanto o mil-réis desvaloriza (duplo efeito)

No primeiro decênio da independência, o café contribui com 18% do valor das exportações, atrás somente do açúcar e do algodão – nos dois decênios seguintes passa para 40%, sendo o número 1!

Os custos do tratado foram essencialmente de natureza fiscal (baixa arrecadação) e não industriais

Momento de essencialidade dos impostos de importação, tais tratados nos colocavam em posição de vulnerabilidade das finanças públicas

A participação do imposto de importação na receita do governo central depois de 1833 sempre foi superior a 50%

Além da baixa arrecadação, os gastos militares do período imperial responderam por boa parte das despesas do governo: Guerra da Cisplatina, em 1820; revoluções separatistas do Sul em 1830s; Guerra do Paraguai (despesas militares aumentam para 65% do total). Só após 1870, os gastos militares caem para cerca de 20% dos gastos totais.

193
Q

Tarifas protecionistas brasileiras no Império

1- Nome das três principais tarifas

2- Ano das três principais tarifas

3- Principal objetivo das três tarifas

4- Ano de criação da Associação Industrial

A

Tarifa Alves Branco – 1844 = seu principal objetivo foi a reversão do déficit fiscal do governo. O efeito secundário também intencional era o protecionismo

Tarifas Silva Ferraz – 1860: tinha ímpeto protecionista. Anunciava a proteção à indústria nacional, sem exclusão da concorrência com o exterior, para não prejudicar os consumidores. Seu objetivo principal era melhorar o sistema de cobrança de taxas

Tarifa Itaboraí - 1869: Mais protecionista. Suntuária (taxava bens supérfluos) = Aumento de direitos sobre objetos de luxo

1880: Criação da Associação Industrial com o objetivo de defender a obtenção de incentivos industriais e realizar propagandas contra os defensores de um Brasil essencialmente agrícola. Foi precedida, em 1828, pela Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, com o objetivo de promover a melhoria e a prosperidade da Indústria do Império do Brasil.

194
Q

Industrialização dos EUA

1- citar cinco causas

A

1) Superação dos argumentos de clima e raça +

2) protecionismo por meio de tarifas baixas iniciais, aumentadas ao longo dos anos +

3) grupo de agricultores e grupos de comerciantes urbanos forte +

4) UK fomentou as industrias no norte da colônia que não concorriam com a metrópole (EUA produzia ferro para o UK) (abastecia a metrópole com aquilo que eles não tinham ou não produziam) +

5) dificuldades de importação de manufaturas (guras europeias) e opção por produção interna +

6) desenvolvimento de uma indústria naval precoce (nas guerras napoleônicas ¾ do comércio era feito em navios norte-americanos) +

7) guerra de independência e forte estímulo à produção interna (substituição das importações) +

8) guerra na Europa (Napoleão) favorecendo exportações e pela frota mercante (grande acumulação de capitais) +

9) apoio fundamental da produção de matéria-prima (algodão) (substituição da lã por algodão = efeito da RI = baixa no custo de produção em escala industrial [economias de escala]) e seu abastecimento a RI / o algodão atrelado a RI traz prosperidade e a ocupação de vastos territórios nos EUA – abrindo o sul e o meio-oeste para a colonização / defesa do liberalismo somente depois de 1850

195
Q

Queda do açúcar e demais produtos pós 1800

1- Quatro causas da queda do valor açúcar

2- Um causa para queda do algodão

3- Uma causa para a queda Couro

4- Quatro motivos para ascensão do café

A

AÇÚCAR

1- açúcar de beterraba disseminado na Europa após as guerras napoleônicas ***

2- UK comprava açúcar das Antilhas /

3- EUA passou a produzir cana e ampliar culturas na Lousiana (comprada dos Franceses em 1803)

4- Cuba passava a produzir cada vez mais açúcar e abastecer mercados como os EUA, com vantagens logísticas (ainda como colônia Espanhola) (aumento da produção em 15x de 1800-1850)

Algodão = crescente produção norte-americana e queda dos preços (somente prejudicada pela Guerra de Secessão)

Couro = concorrência do Rio da Prata

Arroz = concorrência dos USA

Fumo = perda do mercado africano por meio do tráfico

CAFÉ - a salvação

1- Era preciso dar utilidade a mão de obra de 2 milhões de escravos e a abundância de terras

2- O café ganha impulso nos preços com a revolução do Haiti (seu principal produtor)

3- O café surge no RJ aproveitando a mão de obra e a logística (mulas) da decadência mineira, a proximidade portuária, baixa capitalização

4- baixo investimento quando comparada ao açúcar , intensa utilização do fator terra

Café = forma uma nova classe dirigente, mais dinâmica, envolvida comercialmente e com todas as etapas de comercialização, logística e negociação

196
Q

Advento do Café Século XIX

1- Citar 3 de 6 possívei causas para estagnação BR antes do café

2- 4 causas para ascensão do café

A

ANTECEDENTES

O café era única forma do BR superar a estagnação era reintegrar-se nas linhas de expansão do comércio internacional, visto que o mercado interno era incipiente (não existia centro dinâmico endógeno)

A situação do país era de:

1- ausência de economia monetária sólida +

2- ausência de incremento da produtividade do trabalho (ausência de estímulos a melhora e sua recompensa) +

3- contexto de Fim do tráfico (inicio do problema da mão de obra – Furtado)

4- Estagnação das exportações

5- Estado endividado e sem crédito estrangeiro

6- preços declinantes do algodão e do açúcar (Antilhas Inglesas, EUA comprou a Lousiana e Cuba passou a produzir)

A solução para superação veio por meio do café, favorecido pelas condições ecológicas do país + alta dos preços pela desorganização do Haiti (maior produtor até então) + aproveitamento de recursos preexistentes e subutilizados (abundância de mão de obra pela desagregação da economia mineira + uso do transporte de mula) + grau de capitalização mais baixo que o açúcar + investimento ideal para a nova classe empresarial do RJ (comerciantes que abasteciam as áreas mineradoras) vantagem advindas da obtenção do lucro da produção e do comércio (sem intermediários = diferentes do senhores de engenho) (internalização dos lucros), os quais enxergam a importância da política para a economia (proximidade com o RJ) + cafeicultores passam a influenciar as decisões políticas do país (formação de um grupo de pressão)

Ao final do século XIX (pós guerra de secessão), os Estados Unidos, emergente economia industrial, substituíram o mercado europeu como os maiores consumidores de café brasileiro

197
Q

Escravidão e o problema da mão de obra

1- Ano, nome do Senador e cidade da primeira tentativa de substituição da mão de obra

2- Como funcionava o primeiro modelo de substituição da mão de obra

3- Ano em que o governo Prussiano proíbe a imigração ao Brasil

4- Sistema de atração de mão de obra realizado a partir de 1860

5- Papel do Governo e do fazendeiro a partir de 1870

6- Contexto internacional que favoreceu a imigração

7- Década do século XIX com maior número de imigrantes para o BR

8- Migração interna gerada pela imigração externa

A

RESUMO: ESCRAVIDÃO -> Senador Vergueiro e importação de migrantes quase escravos (hipoteca do futuro, proibição de abandonar a fazenda) -> Sistema misto (salário fixo + variável) + Governo assume integralmente o transporte e o fazendeiro o primeiro ano do colono com terras para subsistência + unificação Alemã e Italiana = volumosa imigração

Em Formação Econômica do Brasil, Celso Furtado identifica que, se considerada em seu conjunto, a economia brasileira teria alcançado taxa relativamente alta de crescimento na segunda metade do século XIX, fato que contrasta com a aparente estagnação vivida na primeira metade daquele século. O advento da economia cafeeira certamente foi o principal elemento dinamizador da economia brasileira naquele período, mas não o único. Nisso gera-se um problema pelo fato do Centro Dinâmico da economia se encontrar fora do país (mercado consumidor externo).

EUA e BR começaram o século XIX (1800) com 1 milhão de escravos, a partir de então, BR importou 3x mais. Além disso, nos EUA a taxa de crescimento vegetativo é muito superior ao do BR (No período da Guerra da Secessão = EUA (4 milhões) e BR (1,5 milhão) / EUA mantinha fazendas de procriação de escravos

1850 = Fim do tráfico internacional e inicio do tráfico interno, pois a decadência do açúcar e ascensão do café geravam um fluxo de mão de obra de um setor ao outro / 2 milhões de escravo no Brasil e inelasticidade da oferta de trabalho / a substituição da classe dirigente pelo governo, como atores para sanar o problema da mão de obra foi fulcral / Dificuldade de adaptação da mão de obra livre ao trabalho na grande lavoura.

1852 = O Senador Vergueiro busca trabalhadores na Europa, trazendo 80 famílias alemãs para Limeira (seguido de mais 2 mil indivíduos alemães e suíços 1857). Mesmo nesse esquema, o governo cobria parte do translado e o imigrante hipotecava seu futuro, não podendo abandonar a fazenda antes da quitação de dívidas

1859 = Proibida a imigração ao Brasil pelo Governo Alemão em 1859, dado a precariedade e o regime quase escravo

1867 = exposição Alemã à Sociedade Internacional de Berlim mostrando a escravidão disfarçada no Brasil

1860 = PUJANÇA DO CAFÉ = melhora no preço do café e do algodão (guerra de secessão) = abre-se a possibilidade de realizar pagamentos aos colonos, porém inicialmente através da parceria e depois por um sistema misto (“meiero” = a família colona cuidava de uma quantidade de pés de café e recebia um salário anual por isso e a segunda parcela era paga com o resultado da colheita – parte fixa + parte variável)

1870 = o governo assume o gasto do transporte do colono (integralmente) e o fazendeiro responsabiliza-se pelos gastos do primeiro ano, bem como terras a disposição para sua subsistência = o que gerou uma volumosa imigração europeia a partir de então / Soma-se a unificação italiana, bem como a situação de crise no sul daquele país para concorrer com o norte / 4 milhões de imigrantes se dirigem ao Brasil

O setor de subsistência brasileiro estava muito disperso e contava com baixa produtividade, o que impediu o país de recruta-lo para a lavoura de café, segundo Furtado

Em números de imigrantes -> 13 mil (1870), 184 mil (1880) e 609 mil (1890) – Italianos em sua maioria

O aumento do trabalho assalariado, o qual faz a demanda por moeda tornar-se maior que sua oferta = gera dificuldade de manutenção do padrão ouro

“Considerada em seu conjunto, a economia brasileira parece haver alcançado uma taxa relativamente alta de crescimento na segunda metade do século XIX.” O comércio exterior é o setor dinâmico do sistema: Elevação do quantum e dos preços médios das exportações; Queda nos preços de importação.

Nordeste: declínio da renda per capita, surtos de desenvolvimento com o algodão.

Sul do país: crescimento da renda per capita, pecuária.

Região cafeeira: extraordinário crescimento da região entre ES e SP.

Ciclo da Borracha = “Aparentemente, a imigração europeia para a região cafeeira deixou disponível o excedente de população nordestina para a expansão da produção da borracha”

O fluxo de renda na economia de trabalho assalariado

A introdução do trabalho assalariado dinamiza o mercado interno;

Avanço sobre a antiga economia de subsistência;

O impulso para o crescimento do mercado interno ainda vem do setor externo.

Crescimento populacional na região cafeeira e formação de uma massa de mão de obra que pressiona para baixo o salário médio.

De toda forma, a massa salarial aumenta.

Cresce a diferença entre os salários pagos no setor de exportação e no de subsistência.

198
Q

Ciclo da Borracha

1- Duração do ciclo

2- Processo que intensifica seu uso

3- Ano em que a quantidade e preço cessam de subir

4- Duas causas para utilização de mão de obra nordestina na borracha

5- Tipo de regime instituído e suas características

6- Motivo da concorrência e queda dos preços e dois países que passam a produzir

7- Produto que teve um destino similar ao da borracha no Brasil

A

1820-1910 / começa já em 1820 (II RI) / processos de vulcanização da borracha intensifica seu uso (1850) quantidade e preço até 1910 só sobe (oferta inelástica = pouco produto = preços aumentam /
A borracha chega a 40% da pauta de exportação em 1910

Nordeste -> Amazônia = / Seca 1877-1880 = morte de todo o rebanho e de 200 mil pessoas no Nordeste + estímulo local do governo amazônico + pagamento de transporte / a imigração europeia para o café deixou excedente a população Nordestina

BR era a maior reserva mundial de seringueiras NATIVAS (manutenção do método de produção) / Pará e Amazonas dobram suas populações em 30 anos (1870-1900)

Regime de SERVIDÃO = endividado pela viagem, instrumentos de trabalho e despesas de instalação. Além de monopolização do fornecimento alimentício, grandes distâncias dos centros urbanos

Apoio legal a SERVIDÃO = entre os proprietário seringalistas havia o acordo de não contratar mão de obra endividada (reforçada por lei no Código do Civil, que penalizava o patrão que contratava o indivíduo endividado), além do próprio recurso à força e à ausência de Estado

O Território do Acre torna-se a principal região da produção de subproduto da seringueira em 1907

1910 = Pico do preço da borracha

1912 = Pico da quantidade exportada (42 mil toneladas)

A borracha nunca ultrapassa o café, mas praticamente iguala em 1910 (os dois ocupam 80% da pauta)

A criação da concorrência se inicia com o transporte da sementes para Londres no Jardim Botânico para estudos em 1873 (biopirataria), seguido para Ceilão e Singapura, o que desbanca a produção extrativista (melhores mudas, selecionada, pouco espaço entre as plantas, alta produtividade

observação: Cacau = BR, África e Ceilão (Ásia) = surto de cacau coincidiu com o da borracha (1900), porém com muitos concorrentes ao longo dos séculos = A Inglaterra repetiu a proeza e instalou em bases racionais do cacau na Costa do Ouro, tornando-se o líder de produção mundial, seguido pelo Brasil com menos da metade.

199
Q

Economia no Império

1- citar 5 de 8 possíveis produtos

2- citar locais de produção desses produtos

3- Importância percentual do café e do açúcar no começo ao fim do Império

A

café, açúcar, cacau, erva-mate, fumo, algodão, borracha e couros representavam 88,2% das exportações em 1840 e 95,6% em 1890

Cacau e fumo (BAHIA – sofreu aumento da renda per capita no período, cana e algodão (restante do Nordeste), subsistência e erva-mate (Paraná), pecuária (RS), borracha (Amazônia) (passa de 0,4 para 15% da pauta exportadora BR em 1890)

De 1820-1890 = Café (20->61%), Borracha (0,1->8%) [chegando a 40% em 1910], Açúcar (30->10%), Algodão (20->4%), Couros e Peles (13->3%).

200
Q

Café na República

1- Fator que auxília a produção BR

2- Fatia da produção mundial BR durante a República

3- Anos da Era de ouro da economia BR

4- Três motivos para tendência declinante do preço do café no país

5- Motivo da expansão infinda do café, segundo Celso Furtado

6- Elasticidade preço e renda do café

7- 4 efeitos gerados pela I Guerra Mundial no Brasil

8- Conceito de socialização das perdas

A

Enfermidades na produção de café asiática (Cafezais de Ceilão) favoreceram o BR, o qual detém controle de ¾ da produção mundial e a capacidade de manipulação da oferta mundial = situação privilegiada defesa contra a baixa de preços = início da ideia de reter parte da oferta para controlar os preços ** / marca o deslocamento do centro dinâmico da economia brasileira segundo Furtado (Agroexportador -> Mercado Interno e Indústria).

Era de ouro (1900 – 1913) = Expansão econômica (crescimento médio de 4% do PIB) + Elevados investimentos em infraestrutura de transportes (ferrovias e portos) + Boom da borracha + Entrada de divisas e valorização cambial + 1906: Governo Afonso Pena (Caixa de Conversão) = Adesão ao padrão ouro / A economia cresce, mas os preços declinam, gerando a necessidade de criação de mecanismos de defesa (Convênio de Taubaté, Caixa de Conversão)

O café apresenta tendência declinante do preço devido à expansão crescente da oferta, puxada pela abundância de terras + elasticidade de oferta de mão de obra = salários muitíssimos baixos + Investimentos em transportes e portos

OFERTA - TERRAS - MÃO DE OBRA

Convênio de Taubaté (1906)

Política de Valorização do Café em 1906 = Só possibilitada pela adoção do modelo Republicano = controle dos Estados produtores (Federalismo) + Fracasso relativo, uma vez que o problema dos preços era solucionado, ao mesmo tempo em que não havia alternativa de investimento atrativa, o que reatroalimentava a aplicação dos ganhos no próprio café até que a situação se tornasse insustentável, como ocorreu em 1929.

A expansão produtiva continuou, pois o governo não ofereceu alternativa igualmente lucrativa para substituir o café = 100% de crescimento entre 1925 e 1929 (CELSO FURTADO)

** Café é renda e preço INESLÁTICO **

Países exportadores de produtos primários = dependentes das exportações = Tendência ao desequilíbrio externo – Celso Furtado = oscilações no BP

1913 *** = início do declínio do café = ação antitruste pelos EUA contra o BR, passando a haver retenção de parte das sacas estocadas nos compradores e iniciando o declínio do preço do café + problemas de liquidez (fim da caixa de conversão e do padrão ouro) + recessão profunda = fim da era de ouro (1900-1913) = início do voo de galinha industrial

Impactos da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) = primeiro choque adverso para deslocar o centro dinâmico da economia BR (recuo das importações gerando dificuldades fiscais) e fechamento da Caixa de Conversão + Moratória + Emissão de notas não conversíveis + Novo Funding Loan: Políticas contracionistas e recessão

A demanda por café dependia fundamentalmente da demanda internacional e pouco se contraía nas depressões, assim como pouco se expandia nas fases de expansão do ciclo

A continuidade das inversões no café gera superprodução e inclui o controle da oferta mundial + formação de estoques + depreciação do câmbio + chegando ao limite da política de socialização das perdas

O recuo das importações, gera dificuldades fiscais (governo federal arrecadava os impostos de importação) e Surtos industriais

Crise de 1929 = segundo choque adverso para deslocar o centro dinâmico da economia BR, após a I Guerra.

Os mecanismos de defesa e a crise de 1929 = Alto nível de produção e expansão das plantações, gerando a produção máxima em 1933. A crise gera a impossibilidade de obtenção de crédito externo para financiar estoques e a evaporação de reservas do governo federal

“Keynesianismo avant la lettre” = Com a crise de superprodução, praticou-se uma política anticíclica
de maior amplitude que a que se tenha sequer preconizado em qualquer dos países industrializados / governo passa a comprar e destruir o café, a socialização das perdas passa a ser uma política de manutenção da renda / Já em 1933 a renda nacional volta a crescer / A manutenção da renda foi um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros

** A importância da demanda interna cresce como “elemento dinâmico” da economia brasileira durante a crise: **

1) O setor que produzia para o mercado interno passa a
oferecer melhores oportunidades que o setor externo;

2) Preponderância do setor ligado ao mercado interno no processo de formação de capital

3) Inversão dos capitais imobilizados nos cafezais para a indústria nascente: Em 1933, a produção industrial recupera o nível de 1929. No entanto, seu crescimento é refreado pela dificuldade de importação de equipamentos / Aproveitamento da capacidade já instalada no país / pauta-se na Indústria têxtil / Aquisição de máquinas e equipamentos baratos provenientes de países em maior dificuldade por conta da crise

Instalação no país de uma indústria de bens de capital: devido ao crescimento da procura de BK e da forte elevação dos preços de importação (depreciação cambial). A indústria de BK cresce pela dificuldade de importar.

Durante a década de 1930, a economia brasileira experimentou um período de forte crescimento econômico. A economia do país passa a depender menos de um impulso externo para crescer.

O início do processo de substituição de importações se dá em situação de câmbio desfavorável.

Na República Velha, a desvalorização cambial usada para proteger, em moeda nacional, os lucros do setor cafeeiro repassava, por meio da inflação, ao conjunto da sociedade as perdas do setor cafeeiro, o que resultou no que Celso Furtado denominou de socialização das perdas.

Socialização das perdas = repasse das perdas da desvalorização cambial para a população por meio da inflação (transferência de renda dos que importam para os que exportam) = aumento do valor das importações de bens essenciais (que possuem baixa elasticidade-renda da demanda), como alimentos.

201
Q

Indústrias e Ferrovias na República

1- Três principais ramos da indústria brasileira e sua porcentage

2- Dois senadores pro industrialização

3- Citar três ferrovias construídas durante o Império

4- Qual o grau de importância das ferrovias nas despesas imperiais

5- Quatro classes econômicas que construíram a industrialização

6- Dois períodos de maior intensificação da industrialização

A

Indústria em 1889 no BR = 636 estabelecimentos, com 5.400 operários = 60% têxtil, 15% alimentação e menos de 3% metalurgia.

15% da oferta total de algodão era interna

Período de discussão entre metalistas e papelistas

Senador Amaro Cavalcanti e Serzedelo Correa: representantes principais da defesa da industrialização no Brasil no final do Império e início da República

Ferrovias no Brasil imperial: em 1870, pouco mais de 700km em operação e até 1889: mais de 8.000 km são construídos. Destaque para a Estrada de Ferro Central do Brasil e para as ferrovias paulistas privadas: Sorocabana, Mogiana e Ituana (2,2 milhões de libras)

A partir dos anos 1860, as estradas de ferro representaram o principal item de despesa do governo imperial

A indústria pôde ser construída primeiro por cafeicultores, segundo por importadores, terceiro por imigrantes (mercado interno), e por último investidores estrangeiros europeus em grandes e modernas plantas

Surtos principais (1896-1899) e (1903-1913)

202
Q

Café x Industrialização

1- De que forma o café incentivou a indústria (4-5 passos)

2- Importância do café para o centro dinâmico da economia

3- Anos e características da Era de Ouro na I República (5 características)

4- Impactos da I Guerra (5 características)

5- Contexto nacional (3) e internacional (3) no Pós Guerra até 1922

6- Alteração na Política de Valorização do Café em 1924

7- Duas características de 1926-1928 (Câmbio adotado e resultados econômicos)

A

A política de valorização do café é a mãe da indústria nacional nascente (processo não intencional)

** A política de valorização do café tem como consequência a alteração do centro dinâmico da economia ** = amplia a renda nacional, aumenta a pressão por importações, seguido de desvalorização cambial acabando por estimular a produção nacional.

Além disso, com as crises do café, aumenta-se a necessidade de importação. Portanto, o desequilíbrio externo gerado pelo café comprimia a capacidade de importar, que era cada vez menor, gerando pressão sobre os preços domésticos e incentivos para alocação de capital na indústria em substituição das importações

Ampliação do desequilíbrio externo: Compressão do coeficiente de importações gera a inversão dos capitais imobilizados nos cafezais para a indústria nascente: Em 1933, a produção industrial recupera o nível de 1929 / No entanto, seu crescimento é refreado pela dificuldade de importação de equipamentos / ** Aproveitamento da capacidade já instalada no país ** / principalmente Indústria têxtil ** Aquisição de máquinas e equipamentos baratos provenientes de países em maior dificuldade por conta da crise **

O processo de industrialização marca o deslocamento do centro dinâmico do BR, segundo Celso Furtado, o centro dinâmico deixa de ser para fora (exportação), passando para o interno (mercado consumidor + mercado de trabalho) / importante papel do café na industrialização do pais

COMO ISSO ACONTECEU:

(1) Era de ouro (1900 – 1913) = Expansão econômica (crescimento médio de 4% do PIB) + Elevados investimentos em infraestrutura de transportes (ferrovias e portos) + Boom da borracha + grande entrada de divisas e valorização cambial (1906: Governo Afonso Pena [Caixa de Conversão]: Adesão ao padrão ouro + Convênio de Taubaté (1906): Fracasso relativo na sustentação dos preços do café

(2) Impactos da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) = Fechamento da Caixa de Conversão + Moratória + Emissão de notas não conversíveis + Novo Funding Loan: necessidade de Políticas contracionistas e recessão + Recuo das importações; + Dificuldades fiscais (governo federal arrecadava os impostos de importação) + Surtos industriais (clássica greve de 1917)

(3) Boom e recessão no pós-guerra (1919 – 1922) = Crescimento mundial (aumento das exportações de café) + Alta dos preços do café (geada de 1918) + Recuperação das importações (reprimidas pela guerra) + Apreciação do mil-réis (abandono do padrão ouro na Europa) + Políticas monetárias restritivas na Europa e nos EUA (1920) + Cenário econômico adverso + Sustentação artificial dos preços do café a partir da década de 1920 (a política de valorização passa a ser mais robusta)

(4) Recuperação, desequilíbrio externo e ajuste recessivo (1922 – 1926) + Governo Artur Bernardes + Ampliação da política de valorização do café, gerando um descontrole monetário, inflação, vulnerabilidade do BP, desequilíbrios fiscais. + 1924: encerra-se a política de valorização do café por parte do Governo Federal (volta a se concentrar em SP) + adoção de Política ortodoxa pelo governo federal: desaceleração da inflação, apreciação cambial

As condições externas favoráveis verificadas desde 1926 condicionaram forte expansão do crédito, como resultado do estabelecimento da Caixa de Estabilização, a qual propiciou quadro de forte crescimento econômico entre 1926 e 1928. Isso ocorre porque a caixa de estabilização emitia moeda conforme as entradas internacionais, as quais foram intensas no período, expandindo o crédito e reduzindo juros (padrão ouro com entrada de capitais e aumento de reservas).

(5) Boom e recessão após o retorno ao padrão ouro (1927 – 1930) = Governo Washington Luís + Retomada do Padrão ouro: Caixa de Estabilização (1926); + Retorno de investimentos estrangeiros (melhores condições de crédito) + Governo de São Paulo continua a promover a defesa do café; + Bons resultados econômicos até 1928, quando a situação externa começa a se deteriorar + Estagnação das exportações e crescimento das importações; + Redução do fluxo de capitais para o país; + Governo inflexível ao abandono do padrão ouro + Contrário à implementação de políticas de defesa do café / Problemas: Forte crescimento da produção até 1929: situação insustentável + Baixa elasticidade renda da demanda: Formação de crescentes excedentes + 1926: Conversibilidade (Caixa de Estabilização)

Na década de 1920, nos Estados Unidos da América (EUA) a renda per capita cresceu cerca de 35% enquanto o consumo per capita de café ficou praticamente estagnado

A intensificação do processo de concentração da industrialização brasileira no pós-guerra explica-se, em parte, pela tendência de os salários monetários, ** corrigidos pela produtividade **, serem mais baixos na região mais dinâmica, cujo centro era o estado de São Paulo, elevando, assim, a rentabilidade das inversões e o crescimento da produção industrial nessa região – CERTO – TESE DE CELSO FURTADO - os salários monetários eram mais baixos na região mais dinâmica quando corrigidos pela produtividade. Em termos absolutos, obviamente que os salários mais altos estavam em SP e isso atraía migrantes dos centros menos dinâmicos, pressionando para baixo (maior oferta) os salários. A chave é a expressão “corrigidos pela produtividade”. Quando se compara relativamente com as áreas deprimidas, os salários em SP eram mais baixos.

Valorização cambial = aumenta a capacidade de produção (indústria), mas NÃO o crescimento da produção (produto)

Desvalorização cambial = não aumenta a capacidade de produção (indústria), mas aumenta a produção (produto)

203
Q

Adoção do Padrão Ouro no Brasil

1- Conceito e dois efeitos no BR

2- Quatro vezes que o padrão ouro foi adotado (2 no império e 2 na República)

A

É a adoção de uma paridade FIXA entre a moeda e o ouro / gera uma tendência ao desequilíbrio externo, principalmente pelo BR ser um grande IMPORTADOR + exportador de produtos primários + dependente do setor externo (Queda dos preços de exportações não acompanhado imediatamente pela necessidade de importar) + dependência dos investimentos estrangeiros (empréstimos) e da manutenção dos preços internacionais do café

Diferentemente, há Comportamento pró-cíclico do setor externo em momentos de crise nos países centrais

BR busca pela adoção do padrão ouro quando a conjuntura internacional era favorável (boom de investimento internacional + recuperação dos preços das exportações). O equilíbrio monetário, tornava-se, assim, cada vez mais dependente do equilíbrio do BP.

Padrão ouro adotado 4 vezes:

1846 = quase que por acaso (27 pences por mil-réis = agradava importadores e exportadores, mas durou 1-2 anos

1889 = Gabinete Ouro Preto = experiência de menos de 1 ano na virada da República (mesmo valor de 1846) - À medida que a economia escravista exportadora era substituída por um novo sistema, com base no trabalho assalariado, tornava-se mais difícil o funcionamento do padrão-ouro

1906 = “Caixa de Conversão” e que durou até 1913 (I Guerra)

1926 = “Caixa de estabilização” de Washington Luís até 1930

Quando investimentos escasseavam-se e os preços das exportações caíam, havia forte contração monetária, com impactos sobre a renda real (1913-1914 e 1929-1930).

O Padrão-ouro teve vigência, grosso modo, entre o último quarto do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. Além de favorecer a expansão das trocas internacionais, ao reforçar a convergência de expectativas acerca do valor relativo das moedas, esse mecanismo se caracterizou por fortalecer a cooperação entre os governos, cujas emissões, em geral superiores ao lastro de que dispunham, facilitavam ataques especulativos a suas moedas. O interesse dos governos em manter o sistema encorajava a mútua concessão de empréstimos e intervenções coordenadas nos mercados de câmbio

204
Q

Pânico de 1890

1- Local em que se inicia

2- Banco responsável

3- 2 características

4- 1 Impacto no Brasil

A

moratória Argentina / quebra do Banco Barings / ameaça ao Sistema Financeiro Inglês / explosão do medo mundo afora / redução do crédito mundial / afeta o Brasil em mudança de regime e com falta de meio circulante

205
Q

Década de 1890 no Brasil

1- Dois problemas econômicos na instauração da República

2- Característica principal

3- Dois Impactos agrícolas no país a partir de 1889

4- Contexto Argentino

5- Duas correntes econômicas em confronto

6- Dois principais Ministros da fazenda do período (1890 e 1898)

7- Conteúdo da Reforma bancária em 1888 e sua grande inovação

8- Solução de Campos Sales

A

Problemas centrais da instauração da República: a) insuficiência de meio circulante; necessidade de aumentar o crédito à agricultura; déficits orçamentários financiados por endividamento

A década de 1890 assiste aos EXTREMOS DOUTRINÁRIOS ECONÔMICOS (Rui Barbosa e Joaquim Murtinho

Esses 10 anos são marcados por sucessivos déficits públicos por diferentes conjunturas

1889 = crise de agricultura pela abolição e grande SECA, queda na produção de café e alimentícios = passaram por um pico de importação

Governo passa a oferecer créditos aos fazendeiros para compensar a abolição e financiar a atividade agrícola

Pânico de 1880 (Argentina e Banco Barings) / disputas papelistas x metalistas

1890 = Papelista (Rui Barbosa) (Barão de Mauá) = cometimento de excessos na política monetária, depreciação cambial e deterioração das contas externas, gerando inflação, especulação respondida pela reação conservadora em 1898 Campos Salles e Ministro da Fazenda Joaquim Murtinho, buscando o saneamento orçamentário

Reforma bancária em 1888 = Lei Bancária (permite emissão aos bancos privados lastreado em apólices da dívida pública, divisão do Brasil em 3 regiões bancárias) (autorizava a utilização de TÍTULOS PÚBLICOS como forma de lastro) (tentativa de resolver o problema da liquidez = grande expansão monetária de Rui Barbosa) (FIM DO lastro-ouro) = explosão da dívida pública nos anos seguintes / empresas fantasmas, crise na bolsa do RJ, falência de bancos e empresas, desequilíbrio no BP, desvalorização cambial e inflação = crise do encilhamento

As emissões previstas na reforma bancária de 1890 seriam feitas na proporção 1:1 do lastro constituído, desvinculadas da paridade de 1846 e sinalizando sua relação com as finanças públicas - CERTO - errei 2x - Era a formalização do fim do lastro em ouro / autorizava a utilização de títulos públicos como cobertura para a emissão

A Lei Bancária, de janeiro de 1890, autorizou emissões inconversíveis que aumentaram muito a quantidade de papel-moeda em circulação e eram lastreadas em títulos da dívida pública, em clara inspiração no sistema de bancos nacionais norte-americano.

Solução (Campos Salles) = FUNDING LOAN

Na primeira década da República, a produção de café se elevou pelo motivo da contínua depreciação do câmbio desde o início da década. O Brasil dominava cerca de 3⁄4 da produção mundial de café. O trabalho assalariado no último quarto do século XIX é considerado por Celso Furtado como elemento de maior importância na economia brasileira para o período, mas é a política de desvalorização cambial o elemento fundamental para a expansão da produção no início da República.

Primeira República:

Impostos de Exportação = Governo Estaduais

Impostos de Importação = Governo FEDERAL

No início da I República, a introdução do trabalho assalariado no campo implicou novas demandas típicas de trabalho livre, como a oferta sazonal de crédito para as lavouras e pagamentos de salários. Essa procura por moeda exigia mudança na política monetária que, ao contrário, ** estava comprometida em reduzir a oferta de moeda com o objetivo de o País voltar a aderir ao padrão-ouro **

206
Q

Industrialização no século XIX

1- Três tarifas que auxiliaram no protecionismo e na industrialização nacioanal

2- Ano de criação da Associação Industrial

3- Efeitos da Crise de 1880

4- Dois políticos favoráveis a industrialização nacional

5- Três ferrovias importantes construídas no período

A

** 1785 ** = assinatura do alvará por Maria a Louca proibindo fábricas e atividades manufatureiras no país

1808 = esse alvará é revogado pelo príncipe regente D. João, como primeiro incentivo a esse setor

Estabelecimentos isolados ao longo do século, como: O Estaleiro de Ponta D’areia (Barão de Mauá) em 1846, construindo 70+ navios a vapor

1850 = Indústria no RJ e 1890 = Indústria em SP (INCIPIENTES)

Tarifa Alves Branco (1844) = objetivo principal de redução dos déficits fiscais (NÃO era o protecionismo), quebrando com os tratados desiguais, busca de autonomia alfandegária

Tarifa Silva Ferraz (1860) = ímpeto protecionista declarado, mas sem excluir a concorrência externa, favorecendo os consumidores. Buscava melhorar o sistema de cobrança de taxas (30%)

Tarifa Itaboraí = aspecto protecionista e suntuário (taxava objetos de luxo = tabaco, porcelana, etc.)

As taxas aumentam de 17% em 1830, para 25-30% com a Tarifa Alves Branco e chegando a 50% nos anos 1880

1880 = Criação da Associação Industrial contra um Brasil essencialmente agrícola, buscam incentivos industriais

Crise de 1880 = única queda abrupta no preço do café, efeitos negativos na balança comercial e contribui com as discussões acerca da “causa industrialista” / A corrente industrialista sugeria o protecionismo, abolição dos impostos interestaduais, produção nacional substituindo a externa, empréstimos (expoentes eram o Senador Amaro Cavalcanti e o político Serzedelo Corrêa) / Outro nome em defesa da industrialização foi o Senador Joaquim Murtinho, que era liberal, mas, não a favor de o Estado conceder auxílios diretos

Ferrovias = 700 km (1870) e 8000 km (1889) (11,5x) (destaque para a Central do Brasil, Sorocabana, Mogiana e Ituana) (“A circulação preside a produção” Milton Santos)

A atração de investimentos estrangeiros era feita através de um SISTEMA DE GARANTIAS DE TAXAS DE RETORNO – garantia mínima para o investidor pago pelo governo central e províncias – muito utilizada nas ferrovias, portos, cabos e empresas de navegação. Gerou diversos prejuízos de juros ao governo tornando-se o principal item de despesa a partir de 1860

207
Q

Metalismo

1- três características

A

defendem Teoria quantitativa da moeda e recomendam a subordinação da política monetária à cambial, prezando pela estabilização em detrimento do crescimento (ortodoxos), estabeleciam relação entre política monetária e balanço de pagamentos, não deve haver oferta de moeda sem lastro

Os exportadores não defendiam o metalismo/padrão ouro, pois a política monetária restritiva a apreciação cambial prejudicava os exportadores. Desvalorização cambial e maior liquidez favorecia os negócios dos exportadores. A posição metalista/padrão ouro era defendida por importadores e credores.

** Os metalistas entendiam que a política monetária deveria estar subordinada à política cambial. Ao dizer que a política monetária será conversível e lastreada em ouro, há uma vinculação da política monetária à política cambial! ***

208
Q

Papelismo

três características

A

forma precoce de HETERODOXIA / priorizaram o investimento sobre a poupança, a taxa de juros sobre a taxa de câmbio e o crescimento sobre a estabilidade

209
Q

Crise do Encilhamento (1890-1898) (8)

1- Definição
2- Três ministros do período
3- Origem da crise (4 causas)
4- Contexto Internacional (Argentina)
5- Contexto Social Brasileiro
6- Solução

A

Encilhamento = euforia especulativa e crise financeira pela criação e negociação de ações e debêntures de novas companhias na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro nos primeiros anos republicanos

** A palavra Encilhamento passou a designar também tanto a política econômica como a crise financeira do período **

Encilhamento = política econômica e nome da crise

três ministros = Visconde de Ouro preto, Rui Barbosa e Barão de Lucena / gerada principalmente pela Reforma Bancária de 1888

Origem = programa econômico de Ouro Preto (paridade de 1847 pelo Banco Nacional do Brasil e “auxílio à lavoura”) + Lei Bancária de Rui Barbosa e modificações na Lei de Sociedade Anônimas = ESPECULAÇÃO E EMISSIONISMO

Ainda no Império, Ouro Preto se aproveitou de circunstâncias altamente favoráveis no tocante ao balanço de pagamentos e pôs em prática um ambicioso programa econômico que compreendia, entre outras iniciativas, o retorno à paridade de 1847 (27 pence por mil-réis), através da criação de um novo banco de emissão, o Banco Nacional do Brasil, do visconde de Figueiredo, e a disseminação de “auxílios à lavoura” intermediados por bancos e com vistas a favorecer a reestruturação das fazendas afetadas pelo novo regime de trabalho.

Para Gustavo Franco, o Encilhamento começou aí, estimulado pela mudança no regime de trabalho, pelo novo banco e pela surpreendente disposição do ministro de remover entraves à vida empresarial que sempre caracterizaram o Império para talvez salvá-lo.

As medidas, no entanto, não foram suficientes para evitar a queda do Império e, com a ascensão de Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891), Rui Barbosa assumiu a pasta da Fazenda, empreendendo uma ambiciosa reforma monetária em 1890. A Lei Bancária de Rui Barbosa criou três regiões bancárias e autorizou grandes emissões bancárias lastreadas em títulos públicos.

A forte expansão da oferta de moeda e do crédito que resultou da Lei Bancária de 1890 e de autorizações para novas emissões e criações de bancos posteriores e modificações na Lei de Sociedade Anônimas resultaram num intenso movimento especulativo na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. De pouco mais de 90 companhias listadas no início de 1888, passou-se a cerca de 450 em meados de 1891.

A reforma bancária colocada em prática por Rui Barbosa em 1890 instituiu emissões não conversíveis lastreadas em títulos públicos (ou seja, não inclui reservas metálicas) por meio de diferentes bancos emissores, o que permitiu uma significativa expansão da oferta monetária no país.

Principais aspectos da reforma bancária:

1) Emissões bancárias com lastro de títulos da dívida pública
2) 3 Regiões Bancárias: Norte, Sul e Centro
3) Emissões inconversíveis
4) Total autorizado: 450 mil contos = 2,5 vezes o total do papel-moeda existente

Em fins de 1890, quando a expansão do crédito e das emissões já tinha assumido grandes proporções e a especulação bursátil atingia níveis perigosos, o panorama internacional complicou-se devido à moratória da Argentina sobre títulos de sua dívida externa, causando uma crise no banco Baring Brothers. A “Crise Baring” tornou-se uma crise financeira de características globais e atingiu fortemente o Brasil ao reduzir drasticamente as entradas de capital estrangeiro.

Transformações = fim da escravidão e imigração, contexto internacional favorável (entrada de capitais estrangeiros), aumento do preço do café, tudo isso gera:

** Aumento da importância relativa do setor assalariado (fato de maior relevância ocorrido na economia brasileira no último quartel do século XIX) teve grande impacto “monetário”: o pagamento de salários multiplicaria em muitas vezes as necessidades de capital de giro na atividade agrícola, elevando bastante o grau de monetização e a demanda por moeda na economia (há relatos de crises de liquidez na praça do Rio de Janeiro desde 1860) **

Dificuldades em resolver a procura por moeda = incipiente desenvolvimento do sistema bancário, baixa adesão de depósitos pelo público, orientação conservadora de sucessivos gabinetes imperiais empenhados em reduzir a oferta de moeda (adesão ao padrão-ouro), disputa entre papelistas e metalistas

Crise de LIQUIDEZ = crescimento econômico + crescimento do trabalho assalariado + expansão do mercado interno e aumento da demanda por moeda x reduzido multiplicador bancário + política monetária restritiva do Império (adesão ao padrão ouro)

Efeitos = brusca redução de entrada de capitais somadas as emissões monetárias geraram uma crise cambial em 1891 = depreciação bruta no câmbio e impulso à crise do Encilhamento, gerando déficits orçamentários e desequilíbrio externo que perduraram durante quase toda a década dos 90, piorados pela queda do preço do café em meados da década.

1898 = Severo programa de ajuste fiscal e monetário realizado como contrapartida do acordo de refinanciamento da dívida externa (I Funding Loan). Campos Sales era o Presidente da República e Joaquim Murtinho, o ministro da Fazenda, quando o governo brasileiro e a Casa Rothschild, principal credor externo do Brasil, acordaram uma reestruturação da dívida pública brasileira.

Redução das despesas (especialmente estrangeiras) – tributação aumentada (consumo e selo) - falências de empresas e bancos e queda do PIB per capita.

O programa conseguiu uma apreciação cambial em fins do século XIX e nos primeiros anos do século XX, para a qual também contribuíram as entradas de capital estrangeiro e o aumento das receitas de exportações, impulsionadas pelo aumento dos preços e volumes exportados de borracha.

A crise só se alivia a partir de 1896 = outra reforma do sistema bancário, a emissão passa ser exclusiva do governo novamente, seguida do FUNDING LOAN em 1898

O encilhamento foi uma consequência da política monetária adotada por Rui Barbosa, não um conjunto de medidas econômicas. O encilhamento foi o efeito do aumento da oferta de crédito no país, com a descentralização da oferta de moeda.

Relativamente a aspectos econômico-financeiros, as “turbulências” dos “primeiros momentos da transição da ordem militar para a civil” podem ser entendidas como os efeitos da política econômica implantada por Rui Barbosa, pejorativamente conhecida como Encilhamento – CERTO (tps)

210
Q

FUNDING LOAN (1898)

1- Presidente e ministro responsável

2- Três grandes causas do encilhamento

3- Três medidas negociadas no funding loan

4- Três hipotecas

5- Três compromissos assumidos

6- Dois resultados

7- Três funding loans negociados na República velha

A

Campos Salles e Ministro da fazenda Joaquim Murtinho

Resposta ao encilhamento e as sucessivas crises da década de 1890 (Pânico de 1890 + Grande seca + Reforma Bancária) /

Empréstimo de 10 milhões de libras + suspensão de 3 anos do juros e 13 anos da dívida + juros e prestações não pagas seriam somadas no valor final + dívida externa sendo paga a partir de 1911 por 63 anos com juros de 5% ao ano +

Hipoteca: alfandega do RJ e de Santos, Central do Brasil e o abastecimento de água do RJ como garantia

Compromissos = redução do papel-moeda em circulação / eliminação de déficit / valorizar a taxa cambial / Elevou a carga tributária para facilitar o pagamento da dívida pública externa / Apreciou a moeda nacional para reduzir o custo fiscal da dívida pública externa

Entre os objetivos de Joaquim Murtinho, no Governo Campos Salles, figurava a valorização cambial, que levaria à redução da produção de café por meio de um processo de seleção natural entre os produtores.

Bons resultados = restauração da confiança de investimentos estrangeiros + deflação na virada do século + saneamento das contas públicas + reduziu o meio circulante

Continuidade da Ortodoxia com Rodrigues Alves (1902-1906), porém com alto investimento público / de certo modo, gera o Convênio de Taubaté

Observação: Funding Loan = 1898, 1914 (I Guerra) e 1931 (Crise)

O funding loan (1898) previa que o Governo Brasileiro depositasse em três bancos estrangeiros instalados no Rio de Janeiro parte do valor dos títulos emitidos no acordo, e o papel-moeda correspondente ao valor dos depósitos seria publicamente incinerado ***

211
Q

Convênio de Taubaté (1906)

1- Dois precedentes

2- Objetivo

3- Quatro Participantes

4- Principal Previsão

5- Primeiro e segundo avalistas

6- Conceito de socialização das perdas

A

Gerado pela superprodução a partir de 1906 (puxado pelos preços crescentes até 1895 e massificação do consumo) e pela valorização cambial iniciada com o funding loan

É uma tentativa de manutenção do preço do café (fracassou em partes)

Reunião dos 4 Estados produtores (SP, MG, ES e RJ)

Prevê a Caixa de Conversão = taxa fixa nominal de câmbio e adoção do padrão ouro = marca a vitória dos cafeicultores sobre seus opositores (Celso Furtado) / início da submissão do governo central aos objetivos do café / buscar por valorizar café = desvalorizar o câmbio

Plano do convênio = manutenção de estoques de café por meio de empréstimos externos garantidos pelo governo federal, o serviço da dívida seria pago por um tributo sobre o café, novos pés de café seriam desestimulados, venda do estoque necessário e retenção do excesso

ESTOQUES - EMPRÉSTIMOS EXTERNOS - TRIBUTO SOBRE O CAFÉ - VENDA E RETENÇÃO

SP avalizou os empréstimos inicialmente (deu garantias) e não o Governo Federal (não lograram os empréstimos previstos em um primeiro momento)

O Governo Federal passa a se envolver a partir da crise de 1907 = receio de colapso econômico, fuga de capitais em um período de câmbio fixo e padrão ouro

O Governo FEDERAL passa a avalizar na city Londrina, tornando uma história de sucesso = aceleração do crescimento, demanda maior que a oferta, intensificação da borracha (1907 é o ano da virada)

O Convênio criou um novo imposto, cobrado em ouro sobre cada saca de café exportada, para cobrir o serviço dos empréstimos estrangeiros

Na República Velha, a desvalorização cambial usada para proteger, em moeda nacional, os lucros do setor cafeeiro repassava, por meio da inflação, ao conjunto da sociedade as perdas do setor cafeeiro, o que resultou no que Celso Furtado denominou de socialização das perdas.

Socialização das perdas = repasse das perdas da desvalorização cambial para a população por meio da inflação (transferência de renda dos que importam para os que exportam) = aumento do valor das importações de bens essenciais (que possuem baixa elasticidade-renda da demanda), como alimentos.

Convênio de Taubaté = De início as aquisições seriam financiadas através de empréstimos no exterior, destacadamente pelo estado de São Paulo, cujo serviço seria coberto por um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca de café exportado (POSTERGAÇÃO DO PROBLEMA CRÔNICO DE SUPERPRODUÇÃO) / é a primeira tentativa de COORDENAÇÃO dos estados produtores = SP, RJ, MG / efeito contrário gerando a intensificação da produção pelo estímulo

212
Q

Caixa de Conversão (1906-1913)

1- Objetivo

2- Valor da taxa de câmbio

3- Tipo de câmbio adotado

4- Ano do fim da caixa de conversão e motivo

A

Filha do Convênio de Taubaté e influência argentina (belle époque e adoção do câmbio fixo)

Terceira adoção do padrão-ouro e do câmbio fixo no país

Vincula a estabilidade monetária ao Balanço de Pagamentos

Período de extensa entrada de capitais pela restauração da confiança geradas pelo funding loan

O objetivo da caixa de conversão era ANCORAR o câmbio em uma taxa satisfatória (27 mil pences por mil-réis) para que NÃO houvesse variações bruscas no câmbio atendendo aos interesses dos cafeicultores (ESTABILIZAÇÃO) = manutenção em um patamar lucrativo para o café / visava evitar a VALORIZAÇÃO CAMBIAL novamente (vinha ocorrendo desde o funding loan) /

A adoção do padrão ouro foi PARCIAL, pois ao lado das emissões pela caixa de conversão lastreada em ouro, continuou a circular uma massa de moeda inconversível – emitida pelo Tesouro Nacional ***

Acaba em 1913 com advento da I Guerra = taxa mundial maior que a BR, favorecendo a arbitragem (operação na qual o investidor visa realizar o lucro sem riscos = fuga de capitais)

213
Q

Precedentes e efeitos da I Guerra Mundial (1914-1918)

1- Ano do segundo funding loan

2- Três efeitos da Guerra

3- Situação econômica no imediato pós-guerra

4- Situação econômica a partir de 1920

A

IMPACTOS DA I GUERRA NO BRASIL:

1) Impactos negativos sobre o fluxo de pagamentos externos, receita tributária e exportações de café;

2) Desvalorização do mil-réis e negociação do II Funding Loan;

3) Emissão de notas inconversíveis para aliviar a crise de liquidez.

1913 marca a crise e fim da caixa de conversão

NOVO funding loan em 1914 para o BP

Geada diminui a superprodução brasileira em 1918 + volta da demanda pós-guerra + 2ª Política de valorização do café (carteira de redesconto do BB) = alta nos preços + surto industrial = superávit comercial em 1919

1920-1921 = crise aguda = queda dos preços do café, políticas restritivas dos EUA e da Inglaterra, recessão e depressão cambial / uso sistemático do Banco do Brasil e de títulos para controlar o preço do café e evitar desvalorizações cambiais e empréstimos externos (desvirtuação da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil)

BOOM (1919) -> ** RECESSÃO (1920-1921) ** -> SANEAMENTO (1922-24) = década de montanha russa

Empréstimos de consolidação da dívida externa com banqueiros estrangeiros contribuíram para a manutenção de uma taxa cambial relativamente estável durante a Primeira Guerra Mundial, embora em um nível médio de paridade abaixo daquele em vigor no período 1906-1913, que antecedeu a guerra – CERTO - O que a questão está cobrando, além desses fatos mencionados, é que o candidato entenda que os empréstimos estrangeiros (2o Funding Loan de out-1914) ajudaram a moeda brasileira a desvalorizar menos do que ela teria desvalorizado caso o Brasil não tivesse logrado realizar essa consolidação com novo empréstimo (3 Funding Loans = Campos Salles (1898), Hermes da Fonseca (1914) e Washington Luís (1929)

214
Q

Carteira de Redesconto do Banco Brasil (1920)

1- Objetivo

2- No que consiste o redesconto

A

A carteira de redesconto torna-se a 2ª de 3 das Políticas de Valorização do Café / Existindo entre 1920 e 1924 / executando a retiradas de sacas do mercado e gerando o endividamento público

A carteira de redesconto do BB é a primeira imagem do BB como Banco Central (emprestador de última instância)

Utilização de política monetária EXPANSIONISTA de empréstimos aos demais bancos cobrando taxas (de redesconto) / necessidade de um emprestador em um momento de falta de liquidez / objetivo de acalmar as demandas do setor cafeicultor / foi desvirtuado ao gerar o redesconto de títulos públicos = de moeda depreciada, pressões inflacionárias e uma gigantesca dívida do Tesouro com o Banco do Brasil devido ao redesconto de títulos públicos entre o governo e o BB

Em 1920, o banco foi autorizado a abrir oficialmente uma carteira de redescontos a fim de redescontar títulos de outros bancos. Assim, o Banco do Brasil recebeu um dos mais importantes atributos de um banco central e tornou-se uma instituição mais segura aos olhos do público.

Uma vez que o Banco do Brasil concedia redescontos quadrimensais a juros de 6% a outros bancos, estes podiam reduzir sua rela­ção encaixe/depósitos e, portanto, emprestar mais. Porém, o governo federal desencorajava o banco a conceder empréstimos de longo prazo porque desejava que mantivesse um alto nível de liquidez, a fim de poder emprestar ao próprio governo. Outra falha da carteira consistia na sua atuação regionalmente concentrada: o Distrito Federal recebia 62% dos redescontos que, somados aos de São Paulo, atingiam 77%

Em 1923, o presidente Artur Bernardes fechou a Carteira de Redescontos como parte de uma grande reforma bancária, pretendendo remediar a ascendente taxa de inflação e a queda precipitada do mil-réis.

O banco continuou a dominar o mercado de redesconto depois de 1923, apesar de não poder emitir notas especificamente para este propósito. O banco ganhou com a reforma o monopólio da emissão de moeda, servindo, em sentido limi­tado, como banco central entre 1923 e 1926.

215
Q

Economia em 1922-1926

1- Nome do presidente

2- Principal alteração no programa de valorização do café

3- Nome do Instituto criado em relação ao café

A

Arthur Bernardes = Recuperação, desequilíbrio externo e ajuste recessivo / estado de sítio em todo o governo

Alta do café a partir de 1923 gerados pela Carteira de Redesconto (2ª Política de Valorização)

Redução do déficit comercial + rápido crescimento da produção industrial + altos níveis de construção civil =
Resultado dos efeitos ANTICICLICOS da política de valorização do café (intervenção federal)

O governo transfere a responsabilidade pelo programa de valorização do café para o estado de São Paulo em 1924, o qual cria o Instituto de valorização do café de São Paulo

216
Q

Economia de 1927-1930

1- Presidente em exercício

2- Política econômica adotada

3- Nome da principal inovação na reforma monetária realizada

4- Duas características da Caixa de Estabilização

5- Três características do período que levaram ao esgotamento das reservas em 1931

A

Governo Washington Luís = decreta o fim do estado de sítio / *** intensificação da austeridade

Reforma da política monetária, criando a CAIXA DE ESTABILIZAÇÃO (similar a caixa de conversão):

1) emissão de notas conversíveis em ouro (padrão ouro),

2) desvalorização do mil-réis para garantir lucros do café (muito desvalorizada)

3) emissão monetária coberto com empréstimos externos (diferença da taxa de conversão) = EMISSÃO DE MOEDA

Atraiu capitais externos e crescimento até a crise de 1929 (3 anos de crescimento antes da bancarrota) ***

NÃO confundir: CAIXA DE CONVERSÃO (BB, 1920) -> CAIXA DE ESTABILIZAÇÃO (PADRÃO OURO)

Safras records a partir de 1927 = queda violenta nos preços / não intervenção no café por Washington Luís para não afetar a Caixa de Estabilização em vão / déficits no BP, fuga de capitais, esgotamento da caixa de estabilização, desvalorização cambial / esgotamento das reservas internacionais em 1931.

217
Q

3 PROGRAMAS de valorização do café suas datas, duração e uma característica de cada um

A

1906-1913 = Convênio de Taubaté (4 Estados produtores) + Caixas de Conversão

1920-1924 = carteira de redesconto do BB = BB como banco central, emprestador de última instância

1926-1929 = Caixa de estabilização = câmbio fixo, padrão ouro, desvalorização cambial por emisão lastreada em empréstimos externos

Programas de valorização são pontuais e tem metas a serem cumpridas

Vargas adota POLÍTICAS de valorização do café com bases e plano B, tornando-se política de Estado e deixando de ser uma carta de intenções (INSTITUCIONALIZAÇÃO)

218
Q

Economia 1920-1930 (aspectos gerais)

1- Contexto econômico de 1920-1924

2- Nome da segunda política de valorização do café e suas características

3- Nome da terceira política de valorização do café

4- Três motivos para o esgotamento das reservas em 1931

A

1920-1924 -> queda dos preços internacionais, RECESSÃO, política restritiva dos EUA e UK, depreciação cambial = CRISE

Carteira de Redesconto do BB (1920-1924) = primeira vez utilizado como BC (emprestador de última instância), uso de títulos para controlar o preço do café e a desvalorização cambial (cooptado pelo governo) / reconhecimento do governo federal da importância do café em promover divisas = financiamento de um plano de valorização de café em 1920 pela carteira de redesconto no BB (segunda política de valorização) gerando: estocagem, redução do déficit, alta nos preços (1923), depreciação da moeda

1924 = transferência da política de valorização do café para SP e criação do Instituto do Café

A situação se altera em 1927-1930 com Washington Luís = boom e retorno ao padrão ouro (caixa de ESTABILIZAÇÃO) = atração de capitais externos até 1929 = aumento da produção de café indefinidamente

Sensação de que o governo resolveria o problema = safras recordes nos três anos = queda violenta nos preços, sem intervenção de Washington Luís, deficit no BP, saída de capitais, esgotamento da caixa de estabilização, esgotamento das reservas internacionais em 1931 (a crise de 1929 adianta uma crise que estava por vir no BR)

EUA x Brasil = Os investimentos norte-americanos no Brasil crescem mais de 4x entre 1914 e 1930, ao passo que os britânicos caem cerca de 10% entre 1914 e 1930. Os norte-americanos faziam investimentos em setores modernos, como a indústria de transformação e as atividades comerciais. Já os britânicos investiam em setores tradicionais, como a prestação de serviços públicos, a exemplo das ferrovias.

219
Q

Economia no 1º Governo Vargas

1- Crescimento brasileiro em 1932 e 1933

2- 3 efeitos econômicos da crise no Brasil

3- Primeiras medidas adotadas no governo Vargas

4- Nome da Missão econômica e país de origem

5- Crescimento médio do país, da indústria e da agricultura de 1934-1937

6- Ano da adoção da política federal permanente do café

7- Porcentagem de café destruída, retida e negociada e suas duas fontes de financiamento

8- Conteúdo, ano e resultado do Acordo com os EUA

A

Período que Marcelo de Paiva Abreu chama de “crise, crescimento e modernização autoritária” na obra “A Ordem do Progresso”

Crescimento -5,3% (1931) -> +4% (1932 - inflexão) -> 9% (1933 e 1934)

Auge da crise 1931-32 (esgotamento do BP, queda das commodities, encarecimento das importações, queda das exportações (-16%) e importações (-60%)) = primeiras medidas foram de liberalismo fajuto e falho (abolição do monopólio cambial do BB), seguida de moratórias e reintrodução do monopólio cambial (distribuição de câmbio atendia a critérios de prioridade = compras oficiais e dívida pública, importações essenciais, etc.)

Período curto de aproximação com o UK (condições de renegociação da dívida = sendo o auge dessa aproximação, seria a missão Niemeyer) e afastamento breve dos EUA (apoio aos revoltosos de 1931) / visita do ilustre banqueiro Sir Otto Niemeyer e recomendações de medidas de austeridade, criação de um BC e adoção do padrão ouro (abandonado pelo próprio UK em seguida), vislumbrava-se a possibilidade de novos empréstimos externos / funding loan parcial “negociado” em 1931

Recuperação 1934 = pressões por empréstimos nos EUA (Missão de John Williams do Federal Reserve = afirmou que o problema cambial BR provinha da necessidade de recuperação internacional e do livre comércio [contrário a Niemayer])

Mesmo com as dificuldades de empréstimos e déficits no BP, houve rápido crescimento entre 1934-37 (média de 6,5% a.a.) / desempenho medíocre da agricultura no período e crescimento industrial de 11% ao ano

1937 = deterioração do BP (novamente), crise dos EUA, golpe de novembro, implantação do Estado Novo / gradual abandono do Instituto de Café de São Paulo e substituição pelo Conselho Nacional do Café, seguido do Departamento Nacional do Café / destruição da produção já em 1931

*** A política estadual (também pela derrota de SP na revolta) dá lugar a uma política federal permanente a partir de 1933-1937: destruição (40%), retidas (30%) e livre negociação (30%) = financiada pela taxação das exportações e créditos do governo (já que a conjuntura de empréstimos internacionais era escassa) / 70 milhões de sacas foram destruídas entre 1931 e 1943

1935-38 = intensificação do comércio teuto-brasileiro sob supervisão dos EUA = anuência tácita (preferia um BR mais forte do que uma Argentina – excessivamente rebelde)

Crítica de economistas a teoria da “equidistância pragmática” ou “jogo duplo” = superestimação das capacidades de Vargas, em um momento que os EUA estavam tolerando o comércio compensado

1934: envio ao Brasil da missão chefiada por John Williams (EUA) / objetivo: avaliar situação cambial brasileira

Acordo Comercial Brasil-Estados Unidos (1935) = desde 1933, EUA vinham esforçando-se para negociar acordos incondicionais incluindo a Cláusula de Nação mais favorecida. Nestes termos é que negocia com o Brasil. Este acordo foi considerado o resultado da mais importante negociação comercial brasileira na década / No acordo, o Brasil:

a) deveria dar concessões tarifárias aos EUA; as concessões incluíam muitos produtos, sendo os principais, bens de consumo durável. Os Estados Unidos manteriam as principais exportações brasileiras – incluindo o café - livres de tributos e reduziriam à metade os impostos de importação sobre minérios de manganês, bagas de mamona e castanhas do pará. O acordo gerou muita polêmica no Brasil!

Em relação ao comércio do Brasil com os EUA, segundo Celso Furtado, durante os anos de depressão, os preços pagos pelo consumidor chegaram a baixar cerca de 40%, sem que o consumo apresentasse qualquer modificação significativa (não houve diminuição nas importações de café pelos EUA = produto de sobremesa)

220
Q

INDUSTRIALIZAÇÃO NO 1º GOVERNO VARGAS

1- Tipo de bens produzidos e três exemplos

2- Origem do estímulo à industrialização

3- Média de crescimento industrial de 1932-1939

A

Industrialização por substituição das importações *** = começa com Vargas no período nacional-desenvolvimentista, elevação das tarifas aduaneiras, desvalorização real do câmbio, controle de câmbio e de importação, política fiscal e monetária HETERODOXA (intervencionista)

Foco no mercado interno, protecionista, bens de consumo não duráveis (têxtil, calçados, alimentos, bebidas), criação de empresas estatais para indústria de base para gerar infraestrutura, transporte e energia através da companhia siderúrgica nacional, companhia vale do rio doce (1942), companhia nacional de Alcális, hidrelétricas, etc.

Resumindo: estrangulamento externo pós crise de 1929 (déficits no BP) -> escassez de divisas internacionais (zerou em 1931) -> respondida por desvalorização cambial e aumento das tarifas de importação -> aumento da rentabilidade da indústria nacional e aumento dos investimentos (renda e demanda agregada) -> importação de novos produtos não produzidos nacionalmente, voltando ao estrangulamento externo e recomeçando o processo /

ORIGEM DA INDUSTRIALIZAÇÃO = A alteração no centro dinâmico da economia (Celso Furtado) e a industrialização advém, fundamentalmente, da política CAMBIAL (falta de divisas para importar e controle de importações) / A industrialização brasileiro provém dos DÉFICITS no BP!

O motor desse processo é o estrangulamento externo (começa com déficits no BP e desvalorização cambial devido à crise de 1929) / o processo de industrialização por substituição acaba na década de 1980

Superávits*** comerciais não foram, em nenhum momento, essenciais para o desenvolvimento da indústria brasileira. É justamente o oposto, pois a industrialização começa com a redução do preço e do volume exportado de café pós 1929 / os déficits no BP foram fundamentais para industrialização / os déficits também são registrados em meio a II guerra mundial, o que auxilia o processo

Em virtude do caráter “capital-intensivo” do investimento industrial, o processo de industrialização contribuiu para aumentar as disparidades de renda da economia brasileira, além disso, o êxodo rural pelo declínio da agricultura provocou excesso de mão de obra e pressionou os salários para baixo e havia pouco mercado interno e era mal distribuído

Portanto, a industrialização via substituição de importações apoiou-se tanto na elevação das tarifas aduaneiras (importação) quanto na desvalorização real do câmbio (exportação), além do excesso de mão de obra com baixos salários (êxodo rural)

Produto da indústria = Cresce 10% ao ano entre 1932-1939 / a diminuição dos fluxos pela “grande depressão” e brutal queda no valor das exportações sem aumento do quantum exportado fazem com que o Brasil se “volte para dentro” / os interesses da indústria eram protegidos da competição internacional pela existência de controle de importação

O setor têxtil predominou na pauta de produção industrial brasileira até 1930, quando se iniciou o governo de Getúlio Vargas – CERTO TPS 2022 – alguns autores incrementam o setor alimentício

Em 1939, a produção industrial brasileira chegou a 150% de 1928 (período pré-crise). Um dos fatores que explicam o surto industrial dessa década, foi a depreciação da moeda nacional frente à Libra Inglesa após 1934, o que tornou o produto importado relativamente mais caro do que o nacional e estimulou, assim, a produção interna

221
Q

Crise de 1929

1- Principal efeito positivo na economia brasileira

2- Citar 3 efeitos negativos da crise no Brasil

3- Três medidas adotadas frente à crise

4- Motivo da resistência dos Bancos frente à crise (CAMOB)

5- Crescimento médio da indústria de 1932-1939

6- Porcentagem de café destruído, retido e vendido

A

O crescimento da economia passa a depender principalmente de fatores internos a partir de 1930 / ** Deslocamento do centro dinâmico – CELSO FURTADO ** / antes de 1929, o crescimento econômico BR era dependente de variáveis exógenas (preços do café e empréstimos )

Em 1929, ocorre a substituição do Modelo Agroexportador (Modelo tradicional de desenvolvimento “para fora”) para o modelo voltado para dentro, menos dependente de variáveis exógenas

Crise dos 30 = ponto crítico de ruptura do modelo primário-exportador. Queda da exportação foi violenta. ** Redução de 50% na capacidade de importar **

Agravamento da crise de 1929 = quebra da bolsa de NY + suspensão das reparações de guerra pela Alemanha em 1931 + perdão das reparações alemãs (Conferência de Lausanne em 1932) (pagou 22 de 132 bi fixados em 1921) + França e UK suspendem pagamento aos EUA por dificuldades financeiras geradas pelo não pagamento Alemão

Efeitos da crise no BP = desvalorização do mil réis em 55% em 1931, queda nos preços, interrupção de entrada de capitais estrangeira, queda nas importações e exportações, zerou a as reservas internacionais em 1931 (crise cambial que perduraria até o governo militar), ausência de empréstimos internacionais dado a conjuntura de crise internacional

Medidas adotadas no BR: Abolição do monopólio cambial do Banco do Brasil (momentaneamente). A princípio, entendiam que tal controle era ineficaz (pensamento liberal) + 1930-31: decretação de moratórias sucessivas (dívidas em moeda estrangeira, as quais não tínhamos) + setembro de 1931: suspensão dos pagamentos da dívida externa + Reintrodução do monopólio cambial do Banco do Brasil a partir de 1931

Recuperação: Relativamente rápida = 1931: queda de 5,3% no PIB + 1932: crescimento + 1933-34: crescimento de aproximadamente 9% ao ano (muito elevado). O crédito para este crescimento tem sido dado às políticas anticíclicas utilizadas pelo Governo Provisório em defesa do café /

Getúlio Vargas vai assumir o governo e ordena a queima de estoques de café, elevando os preços e normalizando o setor

  • Meados de 1931: início da destruição de estoques. Por quê? Diferença entre o nível do estoques e capacidade de absorção do mercado

Bancos resistem bem à crise, devido a criação da CAMOB (Caixa de Mobilização Bancária) em 1932 (instituição das reservas compulsórias), com objetivo de financiar bancos com baixa liquidez / Introduziu reservas obrigatórias mínimas e obrigatoriedade de depósito no Banco do Brasil de reservas excessivas.

Objetivo: Financiar os bancos com carteiras de baixa liquidez (1º passo para um banco central)

Aumento da indústria nacional (+10% a.a de 1932-1939) pelas tarifas e controles cambiais, gerando quedas na importação

Queimar ativamente o café gera a socialização das perdas de uma porcentagem da produção, diferente do abandono da colheita, a qual afetaria e geraria prejuízos apenas ao produtor (40% destruídas, 30% retidas e 30% comercializadas – números anualmente alterados)

CELSO FURTADO: A política de defesa do setor cafeeiro nos anos da depressão foi um verdadeiro programa de fomento da renda nacional. Política anticíclica. Era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros / Essa medida manteve um equilíbrio entre oferta e demanda e o controle dos preços

Após a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, foi instalada uma crise econômica. Aqui no Brasil, a crise chegou por uma queda na demanda por café, acompanhada pela queda nos preços do principal produto exportador brasileiro / Além disso, houve reversão do fluxo de capitais internacionais. Na década de 20, o capital estrangeiro fluía para o Brasil. Na década de 30, o capital estrangeiro saiu do Brasil, o que fez com que o balanço de pagamentos brasileiro piorasse, pois as exportações caíram, e o câmbio subisse / Afinal, aqui no Brasil, de fato aconteceu a deterioração nos termos de troca: houve deterioração dos preços dos produtos exportados e aumento do preço dos produtos importados (pelo aumento do câmbio). Assim, houve diminuição nos preços dos produtos exportados e aumento no preço dos produtos importados

QUEDAS NAS EXPORTAÇÕES (DEMANDA) E NO PREÇO + AUMENTO DO PREÇO DAS IMPORTAÇÕES (desvalorização cambial pela fuga de capitais, dólar mais caro pela escassez)

222
Q

Governo provisório Vargas (1931-34)

1- Nome do Departamento que retoma a federalização da compra do café

2- Política fiscal, monetária e cambial adotada (restritiva ou expansiva)

3- Instituto de fomento criado em 1933

4- Resultado do PIB em 1931, 1932 e 1933

5- Principal alteração na arrecadação do país

A

baseou-se na compra de estoques pelo governo federal, compras financiadas pelos créditos do Banco do Brasil e por taxação das exportações

O Instituto de Café de São Paulo foi gradualmente marginalizado do processo decisório relativo à política cafeeira e substituído por órgãos federais: Conselho Nacional do Café e depois, o Departamento Nacional do Café = federalização da compra do café *** (que havia sido abandonada nos últimos governos e absorvida pelos estados)

1933: A política do café foi organizada em bases mais permanentes. Padrão definido até 1937

Foram fixadas parcelas da colheita de 33/34 que seriam destruídas (40%), retidas (30%) e de livre negociação (30%), bem como os preços diferenciados de compra

CELSO FURTADO: A política de defesa do setor cafeeiro nos anos da depressão foi um verdadeiro programa de fomento da renda nacional. Política anticíclica. Era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros / Essa medida manteve um equilíbrio entre oferta e demanda e o controle dos preços

Ao mesmo passo que protegia os plantadores, o governo começou a incentivar uma despolarização da economia em volta do café. Passa a incentivar a indústria (café indústria) / Nível de emprego é mantido

CELSO FURTADO: “Esta nova orientação econômica representou o deslocamento do eixo dinâmico; de um modelo agroexportador para um urbano-industrial”

Início dos anos 30: recorrentes déficits públicos, principalmente em 1932 (Revolta em SP); política de expansão ao crédito; ampla emissão de moeda; política cambial restritiva (monopólio cambial de 1931) dificulta as importações

Criação da legislação trabalhista = voltada ao trabalhador URBANO, descanso semanal remunerado, conjunto de medidas reunido e sistematizado em 1943 ***, na CLT

Criação de órgãos de regulação e fomento de setores específicos = Instituto do Açúcar e do Álcool (1933), Conselho Federal de Comércio Exterior (CFCE), 1934

Vargas não se alinha 100% a indústria ou a cafeicultura, mas sim a um “Estado de compromisso” (tratar interesses conflitantes sem alinhamentos) (acaba por tendência de favorecimento da indústria)

Os resultados da crise foram modestos = queda de 5,3% do produto real em 1931 (pior ano), seguido de crescimento de 4% e 9% em 32 e 33 / destruição dos EXCESSOS de oferta a partir de 1931 + compras até 1943 = keynesianismos avant la lettre (a obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda é lançada somente em 1936)

Revisionismo da posição de Furtado = Pelaez (1968) afirma que as políticas foram ortodoxas pois visavam o equilíbrio fiscal e que a queima era financiada por aumento de impostos das exportações

O produto industrial cresceu 10% ao ano de 1932-1939 / O desenvolvimento da indústria no período Vargas gerou alteração na estrutura de arrecadação do país - nesse período o imposto sobre importações caiu de 32% para 12% no total arrecadado em 1939, já o imposto de renda *** passou da importância de 9% para 27%. (INFLEXÃO NA ARRECADAÇÃO = IMPOSTOS SOBRE IMPORTAÇÃO -> IMPOSTO DE RENDA)

Vargas marca o início da inclusão do povo na política pela primeira vez na história, o que acarretaria na ira do projeto liberal-conservador com o passar dos anos

** o governo Vargas cria a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil ** / A criação da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial, vinculada ao Banco do Brasil, contribuiu para a concessão de crédito ao investimento - foi um instrumento utilizado pela política creditícia do Governo Federal

O crescimento da cultura do algodão, que chegou a ser o segundo principal produto de exportação do Brasil, contribuiu para reduzir os efeitos da crise cafeeira sobre o comércio exterior.

O pagamento dos juros da dívida externa já tinha sido suspenso (III funding loan em 1931) e retomado (esquema Aranha - 1934) anteriormente no governo Vargas. Ademais, o pagamento desses juros e dos atrasados comerciais foi suspenso em 1937, devido ao crescimento das importações e as dificuldades com as exportações (crise cambial). A política anticíclica dos anos 1930 foi feita com base em ESTOCAGEM e QUEIMA, não majoritariamente em IMPOSTOS, mas sim emissão de moeda e endividamento.

223
Q

Processo de Industrialização Por Substituição de Importações

1- Principal causa

2- Autor e conceito de industrialização restringida

3- Leitura atenta

A

O modelo surge da Tendência ao desequilíbrio externo: pressão das importações em uma economia dependente

Seu resultado é o deslocamento do centro dinâmico:
Industrialização por substituição de importações como forma de superar o estrangulamento externo.

O modelo ISI só será respaldado por um arcabouço teórico mais acabado após a criação da Comissão Econômica para o Desenvolvimento da América Latina (Cepal), em 1948 (Raúl Prebisch e Celso Furtado) / Método histórico-estrutural / Relação centro-periferia

O modelo é a base de ação da economia brasileira desde 1937, com maior atuação do Estado na economia / Sem grande base teórica que subsidiasse a atuação econômica. / Maior intervencionismo como reação à crise de 1929 / Crise do liberalismo

Nasce do estrangulamento externo = queda no valor das exportação e aumento da demanda interna (importações), gerando escassez de divisas / Ao procurar controlar a crise, o governo PROTEGE a indústria nacional, gerando um fluxo de investimentos no setores substituidores de importação (industrialização) / esse processo aumenta a renda nacional e a demanda interna / as importações continuam, mas altera-se os produtos importados, o que ocasionará novo estrangulamento externo e uma nova crise que reinicia o processo

Ampliação do protecionismo:
i) elevação das tarifas aduaneiras;
ii) desvalorização real do câmbio;
iii) controle de câmbio/licenças de importação;
iv) taxas múltiplas de câmbio.

A necessidade do ISI se relaciona a dificuldades FISCAIS do Estado, uma vez que os países latinos são agroexportadores que ao encontrarem problemas no setor externo, gerava-se desequilibrio no BP e a desvalorização cambial, afetando a arrecadação que se baseava majoritariamente em impostos sobre exportações e importações.

Conforme aumenta a produção interna de bens de consumo anteriormente importados, aumenta também a importação de bens de capital e de bens intermediários necessários para essa produção.**

É feito por fases a saber: bens de consumo não duráveis; bens de consumos duráveis, bens intermediários e bens de capital

Resumidamente, as três principais características do modelo de industrialização por substituição de importações no Brasil foram:

i) a participação direta do Estado no suprimento da
infraestrutura econômica (energia e transportes) e em
alguns setores considerados prioritários (siderurgia,
mineração e petroquímica)

ii) a elevada proteção à indústria nacional, mediante tarifas e diversos tipos de barreiras não tarifárias; e

iii) o fornecimento de crédito em condições favorecidas para a implantação de novos projetos.

À medida que a ISI avança, torna-se cada vez mais difícil e custoso prosseguir o processo, pois os bens a serem internalizados são mais sofisticados e capital-
intensivos. O protecionismo do modelo ISI cria setor industrial pouco competitivo, pois na ausência de concorrência não há incentivo à inovação. A ausência de competição externa dá origem a grupos nacionais com grande poder de mercado (oligopólios).

O uso de câmbio valorizado, com o intuito de baratear as importações de insumos e bens de capital, gera novos desequilíbrios no Balanço de Pagamentos. No modelo ISI os investimentos realizados são, via de regra, capital-intensivos, o que não permite a geração de grande quantidade de emprego.

Como o modelo ISI não estimula as exportações, contribui para criar desequilíbrios macroeconômicos, já que é difícil manter o Balanço de Pagamentos equilibrado, o que resulta em endividamento externo e inflação.

Industrialização restringida = João Manuel Cardoso de Mello (2009), em “O capitalismo tardio”, qualifica a análise do processo de industrialização por substituição de importações, apontando seus limites e contradições. Apesar de a dinâmica da economia brasileira ter passado, a partir dos anos 1930, a ser determinada internamente, consistia em um processo de industrialização ainda incompleto, uma vez que os setores produtores de bens de capital e de
bens intermediários eram muito pouco desenvolvidos no país. Por isso, Cardoso de Mello denominou esse período, que se estende até o início da implantação do Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek, de
industrialização restringida (ausência de setores de produção de bens de capital e intermediários)

O modelo de ISI ASIÁTICO foi ISI de promoção de EXPORTAÇÕES / O modelo BR foi de ISI com produção focada no mercado doméstico, com preocupação da pauta exportadora somente brevemente nos 1970

ISI = Este processo se deu em etapas, iniciando-se com bens de consumo não duráveis (alimentos, vestuário, etc), os quais correspondiam a uma “industrialização fácil” *. Os bens de capital (“industrialização difícil” ), portanto, continuaram a serem importados. Durante o período JK houve pequena ISI de bens de capital, contudo o foco recaiu sobre os bens de consumo duráveis (indústria automobilística sobretudo). Só houve ISI de bens de capital de forma mais consistente durante o II PND no governo Geisel já nos anos 70. (termos da Maria da Conceição Tavares)

224
Q

Café atualmente

1- Papel do Brasil na produção e no consumo hoje

2- Maior estado produtor

3- Tipo de café produzido

4- Origem do café no mundo

A

BR maior exportador mundial – posto que detém há 150 anos, segundo maior consumo do mundo (atrás dos EUA), produção de 1/3 da demanda mundial, MG é o maior estado produtor (50% da produção nacional) (quase 100% é café Arábica), seguido do ES (segundo maior produtor = café CONILON), seguido de SP (3º colocado) / 2/3 da produção cafeeira é exportada pelo porto de Santos

O cafeeiro não é nativo das Américas e sim das estepes da Etiópia, por isso ele deve ter sido artificialmente introduzido no Brasil. O primeiro pé de café teria sido plantado no estado do Pará, em 1729

O café apenas passa a ter importância nos mercados internacionais no decorrer do século XVIII, em que se transforma no principal alimento de luxo nos países do Ocidente

Outro fator que estimulou a produção de café brasileiro foi a independência dos Estados Unidos que fez com que aquela crescente nação evitasse a todo custo comprar produtos da sua antiga metrópole (os principais produtores no séc XVIII eram as colônias asiáticas inglesas e holandesas

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, com 35% da produção e 32% de participação no mercado internacional (dados da OICAFÉ para a safra 2019/2020), além de ser o segundo maior mercado consumidor.

Fevereiro de 2022 = Eleição de Vanusia Nogueira à Direção-Executiva da Organização Internacional do Café

225
Q

MISSÕES ESTRANGEIRAS (1920-30)

1- Citar dois objetivos das missões

2- Citar o nome das três missões dos ano 1920 e sua origem (MDN)

3- Ano do início das missões americanas

A

As missões estrangeiras vieram em razão da dependência brasileira de influxo de capitais estrangeiros / avaliavam a capacidade de pagamento BR / recomendar políticas que assegurassem o fluxo regular de pagamentos dos serviços das dívidas / As três foram britânicas e ligadas a casa Rotschild

MONTAGU (1923) = Uma consequência indireta da Missão Montagu foi o início da cultura de algodão no norte do Paraná, fomentada por um de seus integrantes, lord Lovat, o qual foi responsável pela criação da Companhia de Terra Norte do Paraná.

D’ABERNON (1929)

Missão NIEMEYER (1931) *** = chefiada por Otto Niemayer do Bank of England, perito em implantação de Bancos Centrais + Recomendações: reconstrução do Banco do Brasil como um banco central independente (do governo) e a limitação do endividamento externo direto e indireto por parte dos governos federal e estaduais + empréstimos condicionados a austeridade, a adoção do padrão-ouro e criação de um banco central = sem resultados imediatos, a não ser a negociação do 3º funding loan do BR por 3 anos (1898, 1914 e 1931) / a própria Grã-Bretanha abandona o padrão-ouro no final de 1931 / 1934 marca o início das missões Americanas

226
Q

Comércio Brasil-Alemanha 1934-40

1- Dois principais produtos adquiridos pelos Alemães

2- Duração do comércio compensad

3- País que os alemães tomaram fatias do comércio

A

O país se tornou o principal comprador do algodão brasileiro e o segundo mercado para o café

Foi sobretudo no setor de importações que a influência alemã cresceu. Em 1929, 12,7% das importações vinham da Alemanha, contra 30,1% dos Estados Unidos; em 1938, os alemães chegaram a superar ligeiramente os americanos, com 25% das importações, contra 24,2%.

O Brasil substituiu a neutralidade pelo alinhamento aos EUA somente no final de 1941 e início de 1942. A partir do início da Segunda Guerra, o comercio com os alemães retraiu-se substancialmente, passando de 25% de importações alemãs em 1938 para 1,8% em 1940.

No governo do Reich, o comércio com a Alemanha será realizado com marcos inconversíveis de compensação e por meio de acordos bilaterais (sem movimentação de divisas internacionais, meio que anotando a dívida de cada um em relação ao outro, ou seja, os saldos comerciais ficavam como “crédito” para serem utilizados na próxima negociação / troca de café por produtos alemães

A obra “A Ordem do Progresso” não concorda com a tese da “equidistância pragmática” e não vê em Vargas um grande negociador, além disso, a Alemanha não detinha tanto poder comercial para poder barganhar contra os Estados Unidos em relação ao Brasil

Vargas justificava a necessidade de trocas com os Alemães, por estes comprarem produtos diferentes dos EUA, em diferentes regiões brasileiras (Nordeste e Rio Grande do Sul) (desenvolvimento local) / No período, também houve incremento do comércio com os EUA / com o passar dos anos houve aumento da pressão dos EUA e de grupos no Brasil contrário ao comércio com a Alemanha / Osvaldo Aranha era crítico dos negócios com a Alemanha, dado a importância dos EUA

** Importante notar que o crescimento do comércio Alemão (12% -> 20% = importações) se deu pela substituição do comércio com os Britânicos (19% -> 11% = importações), mantendo o comércio com os EUA em níveis relativamente constantes **

227
Q

Estado Novo (1937-1945)

1- Nome do Ministro da Fazenda

2- Citar dois Conselhos criados

3- Ano de criação do IBGE

4- Ano de criação do salário mínimo, CSN e Vale do Rio Doce

5- Política cambial adotada pelo Estado Novo

6- Nome e ano das três missões recebidas (ATC)

A

Política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda Sousa Costa / forte intervencionismo estatal / industrialização por substituição das importações sem muita base téorica, a qual só surgiria com a CEPAL em 1948 / o Maior intervencionismo como reação à crise de 1929 / Crise do liberalismo

Tempo da negociação da dívida externa e da criação de conselhos regulatórios nas áreas de finanças, comércio e recursos energéticos, como o Conselho Nacional do Petróleo ou o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica / Organismos de regulação e fomento são instituídos ou remodelados. Ex: conselho Nacional do Petróleo (1938)

1938 = Criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [advindo do Instituto Nacional de Estatística de 1934)

1940 = Salário Mínimo e CLT = Vargas o estipulou através do Decreto-lei 2.162, assinado em 1.º de maio de 1940 (Os sindicatos não tem autonomia)

1941 = Companhia Siderúrgica Nacional

1942 = Companhia Vale do Rio Doce

Foi também o tempo da entrada do Brasil na guerra e da criação de um órgão de planejamento integrado chamado Coordenação da Mobilização Econômica

*** 1937: decretação de moratória da dívida externa e instituição de novo controle rígido do câmbio. As medidas representaram confronto com credores externos

Após 1937: fica evidente a contradição entre o programa de investimentos públicos e a manutenção dos pagamentos do serviço da dívida

A Constituição de 1937 estabeleceu a nacionalização das quedas d’água; dos recursos minerais; da indústria de base; dos bancos e das companhias de seguro

A industrialização liderou o crescimento econômico: crescia a mais de 7% ao ano, o que exigiu do país uma implantação de indústrias de base a partir de 1937, para que o mercado fosse abastecido corretamente / Início das primeiras empresas estatais no Brasil

Prioridade do governo: implantar uma siderúrgica de grande porte / A ideia central do governo consiste em promover a criação das chamadas indústrias básicas, a execução de obras públicas produtivas e o aparelhamento da defesa nacional

1941: Criação da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN / ** Aporte financeiro e tecnológico norte-americano, a partir das negociações realizadas nos Acordos de Washington, de 1942 ** / Criação da Companhia Vale do Rio Doce (1942), voltada à exploração do minério. Apoio dos governos inglês e norte-americano / Com controle acionário do governo federal, a CVRD foi organizada para impulsionar a exploração das riquezas minerais do subsolo brasileiro, principalmente o ferro / 1942: início das obras da Usina de Volta Redonda, siderúrgica

CÂMBIO = Retomada do controle cambial similar ao ocorrido em 1931-34, já no ano de 1937 após o aumento intenso das importações (escassez de divisas)

A SUMOC foi criada em 1945 e foi o embrião do Banco Central, criado em 1964

Recebe as 3 Missões Norte-Americanas = Aranha (1939) + Taub (1941) + Cooke (1942)

Com a Segunda Guerra, até 1941 o país teve dificuldades com o BP (queda dos mercados de exportação). A partir de 1941 a situação se reverte com a recuperação e ampliação das exportações (suprindo economias em guerra) e com a estagnação das importações: expansão dos saldos na balança comercial.

Política monetária: moderada (fins de 1938 até fins de 1939) e expansionista a partir de 1940 – reforma monetária de 1942 (aumento de liquidez na economia) e expansão do crédito, com crescimento inflacionário.

1942 representa um ponto de inflexão na economia brasileira: crescimento industrial acelerado, país passa a acumular reservas cambiais (reduzidas desde os anos 20), entrada de capital americano, políticas fiscal, monetária e creditícia expansionistas a partir de 1942.

Durante o Estado Novo, houve a elevação da parcela da renda proveniente de atividades manufatureiras e o declínio da parte da renda correspondente à agricultura. Entre 1937 e 1945, a participação do setor manufatureiro no PIB subiu de 17% para pouco menos de 21%. No mesmo período, o peso do setor agropecuário no PIB reduziu de 36% para 30%.

CARTEIRA DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DO BANCO DO BRASIL (Cexim) = criado em 1941 no Estado novo para controle de importações e estímulo de exportações (substituído pela CACEX em 1953). Pouca funcionalidade durante a guerra (EUA determinava quais produtos eram prioridade) e no pós-guerra (liberalização de Dutra). Principal função: administração do sistema de controle das importações através de licenciamento - Se a importação de determinado bem fosse julgada essencial e não competitiva com a produção industrial doméstica, era concedida a licença de importação à taxa fixa sobrevalorizada. O sistema tendia a favorecer a substituição de importação de bens supérfluos e beneficiava o setor industrial, tanto via preços artificialmente reduzidos de bens de capital e matérias-primas importadas, quanto através da criação de barreiras absolutas à entrada de bens competitivos, especialmente de consumo.

228
Q

MISSÃO ARANHA (1939) ***

1- Principal significado da Missão

2- Um resultado da missão

3- Duas críticas realizadas pelos militares à missão

A

Partiu de um convite pessoal do presidente Roosevelt (parceria até sua morte e subida de Eisenhower)

Oswaldo Aranha, Ministro das Relações Exteriores, chefia a missão

Marca início de um período de relações especiais Brasil-EUA

Contexto: crescente dificuldade brasileira no comércio de compensação com alemães e perda de importância do comércio com britânicos

Os acordos resultantes da Missão Aranha foram um marco inicial no movimento de aproximação política entre Brasil e Estados Unidos, que iria se aprofundar nos anos seguintes / essa é a origem da ilusão de divisas de Dutra

Os resultados da missão foram bastante limitados = concessão de crédito de 19 milhões de dólares em troca de adoção de política mais liberal, colocação de obstáculos no comércio com a Alemanha e a retomada do serviço da dívida pública (após o Default)

Reação desfavorável do setor militar em relação à missão, visto que era necessário divisas para atualizar o exército e se defender em um possível cenário de guerra que se configurava (importações essenciais e de defesa ao invés de serviço da dívida). Além disso, os militares consideravam uma precoce declaração de intenções. Apesar disso, os acordos foram honrados, o comércio compensado foi sufocado

** 1939 = ocorre a adoção de múltiplas taxas de câmbio = taxa de livre mercado (70% das divisas), taxa oficial (30% vendido ao BB para pagar compromissos oficias) e taxa livre-especial (honrando a liberalização cambial da missão aranha) **

229
Q

Missão Taub (1941)

1- compoição da missão

2- objetivo principal

A

Missão de 10 engenheiros (transporte e energia) em meio à guerra mundial, com relatório mantido em segredo = Tentativa de industrializar o BR

Primeira missão de cooperação econômica enviada pelos EUA ao Brasil

Objetivo (não concretizado): elevar a produção industrial do Brasil para cerca de 4% da produção industrial norte-americana (na época, a cifra era de 2%)

230
Q

Missão Cooke (1942) (também dos EUA)

1- Inovação e três setores abrangidos

2- Citar duas recomendações

A

A Missão Cooke insere-se nas tentativas de planejamento econômico no Brasil (Primeira tentativa: Niemeyer Report (1931))

Foi inovadora no sentido de estabelecer um programa de ação

Esse programa seria dividido de forma regional (3 divisões) / identifica o transporte, energia (combustíveis) e indústria como gargalos a serem superados no BR

TRANSPORTE - ENERGIA - INDÚSTRIA

Suposição: a partir de um núcleo de desenvolvimento, o crescimento se espalharia (região Sul = abrangia SP = maiores chances de spill over effect do crescimento)

Recomendações: Expansão da indústria siderúrgica (base para criar bens de capital) + Desenvolvimento de indústrias de papel e madeira + Futura expansão das instalações para produção têxtil + A industrialização deveria ser deixada a cargo do setor privado, para que o governo se preocupasse com a estruturação (crédito e instrução técnica)

Resultados = a missão esclareceu alguns pontos de estrangulamento, sem grandes resultados práticos

231
Q

II Guerra Mundial

1- Ano em que a reação econômica com o BR se inverte

2- consequência econômica do conflito

3- política econômica adotada pelo BR

4- Acordo relacionado ao café concretizado

5- Dois produtos que o BR comercializa com o UK durante o conflito

6- forma de câmbio adotada pelo BR durante a Guerra

A

Ocupação da Europa pelo eixo, gerando forte queda no saldo da Balança Comercial até 1941, ano que o BR faz acordo com os EUA de materiais estratégicos, gerando melhoras na BP a partir desse ano.

Já em 1942, ocorre aceleração do crescimento industrial, acumulo de reservas, entrada de capitais privado dos EUA, políticas expansionistas (fiscal, monetária e creditícia), inflação passa a ser um problema

Efeitos da II Guerra mundial = NÃO se pode falar em saldos negativos da balança comercial no período. Esses superávits geraram ELEVAÇÃO da inflação no Brasil (aquecimento da economia), equivalente ao dobro da inflação americana. O câmbio fixo sobrevalorizado de Dutra do período da guerra desde 1939, prejudicou esse processo. Alterações vem em 1948 por meio das licenças prévias para importar. Durante a Guerra, foi feito o Acordo Interamericano do Café para MANUTENÇÃO do preço do café em um patamar estável.

BALANÇO DE PAGAMENTOS

** Acordo Interamericano do Café ** = acordo entre 14 países e os EUA, manutenção do preço do café com o comprometimento de redução da produção, por meio do estabelecimento de cotas (suporte mútuo para esforço de guerra visando a manutenção do valor das moedas e do café) = os preços do café dobram entre 1941-42 (representando 60% das exportações totais BR) / Maciças compras de carne e algodão do Reino Unido também auxiliam o saldo do BP (15% das exportações totais BR) / corroborou a essa situação a dificuldade de importações durante a guerra

A partir de 1940 o governo torna-se ESTADO PROVEDOR/EMPRESÁRIO / antes de 1941, o problema era a escassez de divisas para importar / após 1941, o país tinha reservas, mas houve restrição de acesso aos mercados por causa da guerra (estrangulamento) / alguns bens passaram a ser produzidos, mas outros havia dificuldade (bens de capitais, máquinas) / tudo isso, explica as oscilações no crescimento da indústria = 6,1% a.a (1937-39) -> 1,6% a.a (1940-42) -> 9,8% a.a (1943-45) / o setor agrícola permanece estagnado até 1943

1942 = ano de inflexão econômica = crescimento industrial, acúmulo de reservas, entrada de capitais norte-americano depois de anos de desinteresse, política fiscal, monetária e de crédito expansionistas, aumento da inflação (15-20% ao ano)

O apoio ao regime ditatorial existente em 1939, passa a ser alterado em 1943, não contando mais com apoio dos EUA (endurecimento) / A marinha britânica procurou isolar a América Latina de acesso aos países do eixo, prejudicando uma importação de armas que o Brasil havia feito da Alemanha, gerando um celeuma, resolvido pelos EUA / ** a economia BR sofreu desaceleração na curva de crescimento durante a II Guerra, em relação ao desempenho no período 1933-1939 **

Câmbio na Segunda Guerra = Entre abr-1939 e jan-1946, o Brasil trabalha com um câmbio composto por três taxas de câmbio, o que configura, claramente, uma forma de controle cambial (oficial, livre e livre-especial)

Após o final da Primeira Guerra Mundial, a economia dos principais países da Europa era dependente do comportamento do dólar americano, o que afetava diretamente a balança de pagamentos e interferia negativamente no poder de compra interno e nos salários - CERTO CESPE

De acordo com Abreu (1990), há um comportamento positivo da balança comercial devido ao crescimento de exportações, em função de:

(i) acordos de suprimentos materiais estratégicos aos EUA;

(ii) aumento da demanda por produtos brasileiros em mercados tradicionalmente supridos por exportações americanas e inglesas (cujas economias estavam focadas no esforço de guerra);

(iii) compras de carne e algodão por parte da Inglaterra;

(iv) preços de café garantidos pelo acordo interamericano de 1940.

** No imediato pós-guerra, a decisão crucial da política econômica foi a paridade do cruzeiro – a nova unidade monetária adotada em 1942 e equivalente a um mil-réis – em relação ao dólar norte-americano, no marco dos acordos de Bretton Woods **

Durante o pós-guerra, houve decisão governamental para VALORIZAÇÃO DO CÂMBIO brasileiro, gerando uma balança comercial desfavorável aos Brasil e favorável aos EUA (déficit brasileiro), gerando queda nas reservas nacionais. Um dos argumentos para a manutenção da taxa de câmbio sobrevalorizada durante os anos de 1946-1947 foi a busca da redução da inflação

De 1947-1953, a elevação do preço do café no mercado internacional contribuiu para a sustentação da política de taxa de câmbio fixa naquele período. A queda do preço do café começa a partir de 1954!

232
Q

Governo Dutra (1946-1950)

1- Opositor derrotado na eleição

2- Duas políticas econômicas adotadas

3- 4 ilusões econômicas do período

4- Três motivos para a queda das reservas internacionais até 1947

A

Candidato do PSD, derrotando o udenista Eduardo Gomes, também militar (brigadeiro da Aeronáutica)

Inicia o governo influenciado pelos princípios liberais acordados em Bretton Woods (1944)

Duas fases econômicas: combate à inflação (políticas ortodoxas = 1946-147), seguido de políticas mais flexíveis (relaxamento do controle cambial com base nas 4 ilusões = 1947-50)

O início do governo Dutra, o quadro internacional era de escassez de dólares gerando sucessivas crises no BP brasileiro / O cruzeiro foi mantido, por vários anos, em paridade fixa com relação ao dólar (câmbio fixo)

4 ilusões do Governo Dutra:

RESERVAS (crença na situação confortável em relação às reservas, a maioria era inconversível) +

CRÉDITO COM OS EUA (não existia) +

CÂMBIO E INVESTIMENTOS (acreditavam que a política de liberal de câmbio seria capaz de atrair fluxos de investimento diretos estrangeiros – não aconteceu) +

EXPECTATIVA DE ALTA NOS PREÇOS DO CAFÉ (após o acordo interamericano - EUA alterou sua conduta com o tempo e não manteve um preço rentável)

As 4 ilusões geraram as seguintes atitudes = relaxamento dos controles cambiais em 1946 / eram ilusões porque as reservas eram metade em ouro (consideradas estratégicas e não deveriam ser alteradas) e a outra metade de 235 milhões de libras esterlinas BLOQUEADAS e, somente 95 milhões de dólares eram conversíveis e plenamente utilizáveis (muito pouco)

As ilusões geram uma série de relaxamentos nas políticas = libera o câmbio, libera a saída de capitais (visando atrair recursos)

Além disso, acumulava-se déficits com os EUA em moeda forte (mudança da estratégia global dos EUA = prioridade na reconstrução europeia = plano marshall)

Manutenção da moeda sobrevalorizada = perda da competividade das exportações, enquanto as demais moedas europeias desvalorizavam

Decreta o fim do mercado livre de câmbio e a adoção do sistema de contingenciamento às importações, entre meados de 1947 e o início de 1948 = resgate do controle cambial /

Meados de 1947 marca a inflexão da ortodoxia para heterodoxia (alteração do Ministro da Fazenda)

De maneira resumida, o governo Dutra optou por uma política liberal em seus primeiros anos, nos quais houve incentivo às importações como forma de combater a alta da inflação. As importações sem regulamentação fizeram com que as reservas cambiais do nosso país fossem reduzidas de 708 milhões de dólares (1945) para 92 milhões de dólares (1947), forçando o governo a alterar sua política econômica

Uma das origens do problema: Brasil tinha superávit com área de moedas inconversíveis e déficits com EUA e outros países de moeda forte. Também, no pós-guerra não houve afluxo de capitais públicos ou privados para o Brasil, que não era prioridade no novo contexto global

Promulga a Constituição de 1946 / As “operações vinculadas”, introduzidas no governo Dutra, representaram um incentivo ao exportador, que se sentia prejudicado pela taxa fixa de câmbio.

Governo Dutra = as políticas de comércio exterior e cambial do início do Governo Dutra tiveram os seguintes objetivos atender à demanda reprimida de matérias-primas e de bens de capital para reequipamento da indústria, desgastada durante a segunda guerra mundial. ** O sistema estabelido para o Câmbio por dutra foi o regime de LICENÇAS PRÉVIAS DE IMPORTAÇÃO até 1953 (substituído pela instrução 70 da SUMOC) **. O regime de taxa de câmbio FIXA adotado no início do Governo Dutra estava alinhado com as propostas contidas nos Acordos de Bretton Woods. A crise cambial, no início da década, teve como uma de suas causas a sobrevalorização real do cruzeiro, fixado nominalmente há alguns anos.

De 1947-1953, a elevação do preço do café no mercado internacional contribuiu para a sustentação da política de taxa de câmbio fixa naquele período. A queda do preço do café começa a partir de 1954!

233
Q

DUTRA X INDÚSTRIA

1- Três motivos para o crescimento industrial do seu governo

2- Tipo de bem produzido

3- Dupla vantagem do câmbio adotado para a indústria e seus dois efeitos

A

CONTROLE DE IMPORTAÇÕES (contingenciamento de importações desnecessárias = efeito protecionista) + CÂMBIO FIXO SOBREVALORIZADO (favorecendo a importação de matérias primas e bens de capital = efeito subsídio) + AUMENTO DO CRÉDITO EM TODOS OS ANOS (estímulo a produção) = Crescimento Industrial de 9% a.a (bens duráveis)

** Controle de importações e indústrias = mesmo que adotado para fazer frente ao desequilíbrio externo, o controle de importações + câmbio sobrevalorizado resultou em estímulo considerável à implantação interna de indústrias substitutivas de bens de consumo, principalmente duráveis (eletrodomésticos e artefatos de consumo durável). – OS CONTROLES DE IMPORTAÇÃO, GERARAM ESTÍMULOS A PRODUÇÃO DE BENS DE CONSUMOS DURÁVEIS (exemplo: LIQUIDIFICADOR). Entre 1946-50, a indústria cresceu 9% ao ano **

O cruzeiro foi mantido, por vários anos, em paridade fixa com relação ao dólar / a adoção de taxa cambial fixa auxiliou a importação de matérias-primas e bens de capital necessários para o reequipamento do setor industrial

** As indústrias passaram a contar com uma proteção cambial dupla, tanto do lado da reserva de mercado (contingenciamento de importações) como do lado do custo de operação (controle cambial). Essa foi basicamente a fase da implantação das indústrias de aparelhos eletrodomésticos e outros artefatos de consumo durável **

EFEITO SUBSÍDIO (para importação de bens de capital e matéria-prima) +

EFEITO PROTECIONISTA (restrição as importações) +

ESTÍMULO A PRODUÇÃO para o mercado doméstico ao invés da exportação = OU SEJA, a resposta dada pelo governo ao problema do Balanço de Pagamentos, ajudou indiretamente a indústria nacional

Paralelamente à imposição de controles cambiais e sobre as importações, o crédito real à indústria cresceu 38%, 19%, 28% e 5%, respectivamente, nos anos de 1947 a 1950, em contraste às demais medidas austeras / O estímulo a indústria, nesta acepção, teria sido um efeito colateral não pretendido.

234
Q

2ª parte do governo Dutra

1- Ano e 3 medidas adotadas

2- Nome dos dois Ministros da fazenda do período

3- Nome da Missão recebida e Plano idealizado subsquente

4- Modalidade de política econômica mantida durante todo o governo Dutra

5- Dois motivos para inflexão econômica de 1947

6- Três principais produtos agrícolas exportador do período

A

1947 = Heterodoxia, política econômica frouxa e manutenção da política creditícia do Banco do Brasil puxada pela industrialização e a proximidade com as eleições / período marcado pela manutenção da inflação como principal problema

Substituição do Ministro da Fazenda Correa e Castro por Guilherme da Silveira

** Missão Abbink (1949) ** = também chamada de Comissão Brasileiro-Americana de Estudos Econômicos + técnicos dos EUA e do BR + objetivos = identificar os gargalos e o que deveria ser estimulado + contribuiu para o diagnóstico das causas do baixo nível de progresso da economia brasileira + apresentou um conjunto de planos, base para o Plano SALTE - - saúde, alimentação, transporte e energia (apresentado em 1948, aprovado em 1950 e abandonado em 1951 no governo Café Filho pela falta de financiamento pré-definida) = Única iniciativa de intervenção planejada do Estado para o desenvolvimento econômico do período

A mudança de comportamento de Dutra (afrouxamento) se dá pela expansão da indústria que puxava o crescimento

A única coisa continua no governo Dutra (nos dois períodos) foi a EXPANSÃO DO CRÉDITO para suprir a indústria (+4% ao ano), pressionando a política monetária (que estava sobrevalorizada) /

Crescimento de 10% do PIB em 1948 puxado pela indústria (perdendo fôlego ao longo dos anos) e gerando aumento da inflação / a alteração na política econômica também se dá pela proximidade com a eleição + lobby das indústrias que se fortalecia

O fato é que em 1949 gerou-se um enorme déficit no orçamento do setor público (incluindo estados e o Distrito Federal), que continuaria em 1950. A expansão real do crédito do Banco do Brasil, corroborada por política monetária “frouxa”, levou a inflação anual a níveis de dois dígitos: 12,3% e 12,4% em 1949 e 1950, respectivamente

1950 = o Café ainda era o principal produto da exportação brasileira (+100 anos), representava 64% das nossas exportações em 1954. Os três produtos mais importantes eram: café, cacau, algodão – totalizando 78% das exportações.

235
Q

Comissão Mista Brasil- Estados Unidos (1951-1953) VTC ***

1- Objetivo e duas instituições financiadoras

2- Dois principais setores abrangidos

3- Recurso previsto e recurso recebido

4- Dois principais resultados da Comissão

A

Objetivo: elaboração de projetos que seriam financiados por instituições como o EXIMBANK e o Banco Mundial, assegurados para resolver fragiliades (primeira vez que mencionam de onde virão os recursos)

Os financiamentos eram assegurados e resolveriam fragilidades na infraestrutura e desobstrução dos pontos de estrangulamento; projetos de energia e transportes (maiores gargalos) = 93,1% do capital (apenas 6,3% para projetos industriais)

São aprovados 41 projetos do Plano de Reaparelhamento Econômico elaborado pelo governo

Orçamento previsto: 22 bilhões. Recursos levantados: 181 milhões de cruzeiros (-10%)

Para oficializar as sugestões da Comissão Mista, foi criado em 1951 um plano quinquenal de desenvolvimento, e o Congresso autorizou a criação do Fundo de Reaparelhamento Econômico

Ficou ainda estabelecida a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) (principal fruto da missão) (banco de fomento para projetos de longo prazo), instituição encarregada de financiar e gerir os recursos para esses projetos

A Comissão Mista apresentou seu relatório final ao ministro da Fazenda, Eugênio Gudin, já no governo Café Filho, em novembro de 1954

outro fruto = os estudos incorporados ao Plano de Metas / Dois grandes resultados da Comissão Mista BR-EUA = criação do BNDE e estudos bases para o plano de metas

236
Q

** Vargas (1951-1954) (PTB) **

1- Opositor na corrida eleitoral

2- Dois principais problemas da economia no período

3- Nome do projeto econômico apresentado por Vargas antes de ser eleito

4- Tipo de câmbio adotado antes e depois de 1953

5- 3+ motivos que levaram ao colapso cambial

6- Duas respostas de Vargas ao câmbio (Lei e Instrução)

7- Três características da Instrução 70

8- Três exemplos de iniciativas nacionalistas do governo Vargas

9- Três opositores do aumento de 100% do SM e Manifesto gerado

10- Três produtos mais importantes da exportação brasileira em 1950

A

Terminado o pleito, alcançara 48,7% dos votos, contra os 29,7% conferidos ao brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) e 21,5% do candidato do PSD, Cristiano Machado / Tentou atrair a UDN e escolheu um ministério bastante conservador, com ampla predominância de figuras do PSD para dirimir a polarização da época (tentaram impedir seu mandato) /

Dentre os principais desafios econômicos enfrentados pelo segundo governo Getúlio Vargas (1951-1954), destacam-se a questão ** cambial e a fiscal **.

Especialmente em 1953, o país convivia com grande volume de atrasados comerciais acumulados sem ter obtido êxito na redução da inflação, o que impossibilitava o projeto de sanar a situação econômico-financeira naquele então.

As expectativas favoráveis do setor externo provinham da elevação dos preços do café. Internamente, a conjuntura herdada do governo Dutra constituía-se pela retomada do processo de inflação e, entre as principais causas destes, o desequilíbrio financeiro do setor público.

O ajuste fiscal promovido no primeiro ano do mandato de Vargas alcançou seu propósito fundamental, uma vez que se gerou o maior superávit fiscal global desde a República Velha. Vargas resolveu o problema do DÉFICIT PÚBLICO em 1951-1952, mas encontrou problemas CAMBIAIS em eguida.

Antecedentes = Cenário internacional melhor = elevação do preço do café e boa vontade dos EUA (inicialmente) / antes da sua eleição em 1950 = Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU) para criação de projetos para o desenvolvimento com financiamento externo com 3 anos de estudos = maior disposição dos EUA em ajudar = previa projetos financiados por instituições como o Banco de Exportação e Importação (Eximbank) e o Banco Mundial / Essa situação altera-se completamente durante o Governo Vargas

Como contraponto ao compromisso de levar adiante uma política fiscal e monetária ortodoxa no Ministério da Fazenda, Vargas criou uma Assessoria Econômica com visão desenvolvimentista

PROJETO APRESENTADO ANTES DE VARGAS CHEGAR AO PODER (Campos Salles – Rodrigues Alves)= na seara econômica, Vargas prometeu dividir seu governo em duas fases, a qual chamou de: Fase Campos Salles (saneamento) e Fase Rodrigues Alves (empreendimentos e realizações (não ocorreu). A Fase Campos Salles concentrava-se em estabilização da economia + busca por equilibrar as finanças + política monetária restritiva

Mas na prática foi um governo marcado pelo desequilíbrio financeiro, inflação e crise cambial (como em todos seus governos)

** Manutenção da taxa de câmbio fixa e sobrevalorizada ** (Esse modelo cambial passa por inflexão em 1953 = tentativa de adoção de taxas de câmbio múltiplas, seguida da instrução 70 da SUMOC)

A política econômica externa dos dois primeiros anos manteve a taxa de câmbio fixa e sobrevalorizada e o regime de concessão de licenças de importação instaurado no governo anterior. O regime de concessão foi bastante afrouxado nos primeiros setes meses, levando em conta as melhorias externas.

FIXO - SOBREVALORIZADO - LICENÇAS DE IMPORTAÇÃO FROUXO

Ainda em 1952, houve queda de 20% nas exportações em comparação ao ano anterior, reflexo da sobrevalorização do cruzeiro, da crise da indústria têxtil mundial, contendo as exportações de algodão, segundo produto da pauta, e, por fim, a retenção de estoques na expectativa de uma desvalorização cambial.

Vargas institui um Regime de concessão de licenças para importar, passando a importar déficits de 302 milhões de dólares, gerando o esgotamento das reservas internacionais = colapso cambial (1953) = marca o fim do projeto Campos Salles, sem começar Rodrigues Alves / No entanto, a fase Campos Salles obteve o primeiro superávit global desde 1926 devido à contenção de despesas e aumento das receitas / A crise cambial impediu os sonhos de estabilização que sustentavam o projeto “Campos Sales — Rodrigues Alves” / Os déficits na balança comercial ocorriam devido a necessidade de importação (principalmente alimentos) e a economia brasileira na época estava voltada para produção interna, PSI (processo de substituição de importação)

Com isso, o equilíbrio de 1951 deu lugar a um déficit na balança comercial de US$302 milhões, ao esgotamento das reservas internacionais de moedas conversíveis e ao acúmulo de atrasados comerciais superiores a US$ 610 milhões, sendo US$ 494 milhões em moedas conversíveis. A crise cambial impediu os sonhos de estabilização que sustentavam o projeto “Campos Sales-Rodrigues Alves”.

O afrouxamento do sistema de licenças de importação devido ao aumento do café (melhora das contas externas) (houve facilitação à entrada de produtos que o governo acreditava auxiliar no desenvolvimento – através do controle do acesso dos importadores à moeda internacional), dobrou os níveis de importação em 1951, e gerou a CRISE CAMBIAL (esgotamento de reservas). Por isso, em 1952, o BP volta a ser deficitário (que havia se tornado superavitário em 1949), queda no preço do algodão (2º produto da pauta – crise internacional têxtil), Eisenhower (republicano) é eleito e altera a política externa dos EUA não mantendo os projetos da CMBEU + foco torna-se o comunismo, guerra fria e Europa /

As dificuldades só aumentavam. Em 1952, o republicano Eisenhower venceu as eleições presidenciais norte-americanas e as relações entre os países se alteraram, ficando claro que o governo americano não manteria o financiamento aos projetos elaborados pela Comissão Mista. Em meio a conjuntura adversa, Vargas decidiu alterar a política econômica e para isso realizou ampla reforma ministerial.

A resposta de Vargas ao câmbio vem pela Lei do Mercado Livre, seguida da Instrução número 70 da SUMOC:

*** 1953: Lei do Mercado Livre = o objetivo era estimular as exportações e desestimular as importações não essenciais / Para isso, houve a adoção de taxas múltiplas de câmbio = tentativa de reequilibrar o BP e controlar o que seria importado + dependendo do que fosse importado ou exportado teria taxas preferenciais + busca de aumentar as exportações + Resultados decepcionantes: recuo de 11% nas exportações no início de 1953 e queda do investimento direto (fuga de capitais) + gerando a Instrução 70 da SUMOC - o monopólio do câmbio volta a ser do BB + Extinção do controle quantitativo das importações (cotas) e instituição de leilões de câmbio

SEGUNDA TENTATIVA:

Instrução 70 da SUMOC = ataque simultâneo ao problema cambial e fiscal / adoção de taxas múltiplas de câmbio + restabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil (terceira ou quarta vez, após 1931, 1937) - visava diminuir os déficits cambiais e fiscais por meio da extinção do controle de importações, instituição de leilões de câmbios para importação (a moeda era vendida aos importadores por diferentes preços de acordo com o produto a ser importado – havia 5 categorias essenciais decrescentes) / O exportador também era obrigado a vender a moeda estrangeira, que pagava mais se o produto exportado era considerado recomendável para a exportação (bonificação), visando diversificar a pauta em detrimento do café / a instrução favorece a Industrialização por possibilitar a importação de bens capitais a um câmbio favorecido, gerando crescimento industrial e demanda por infraestrutura - suprida por obras públicas - o que prejudicava as intenções fiscais e de inflação (ciclo vicioso)

INSTRUÇÃO 70 DA SUMOC = Ataque fiscal e cambial + taxas múltiplas de câmbio + retomada do monopólio cambial do BB (papel de BC) + leilões de câmbio (extinção do controle quantitativo de importações) + favorecimento do PSI por estimular exportações e contrair importações

O sistema de taxas múltiplas de cambio desvalorizou a moeda nacional e ajudou a reequilibrar as contas externas (a moeda vinha sobrevalorizada de Dutra) / O lucro com os leilões de câmbio foi uma importante receita para atenuar o déficit público e permaneceu nos governos seguintes / a instrução 70 da SUMOC, de certa forma, prestou-se aos objetivos anteriormente pretendidos: diminuição dos déficits cambiais e fiscais

Com Vargas foi criado o Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico, conhecido como Plano Lafer, cujo objetivo era criar novas fontes de energia, transporte e ampliar as indústrias de base, contando com investimentos do Eximbank e Banco Mundial e utilizando dos projetos da Comissão Mista Brasil-EUA

Vargas tem iniciativas nacionalistas – decreto que versava sobre a regulamentação da remessa de lucros pelas empresas estrangeiras sediadas no país + criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em 1952 e Petrobrás (1953) (Petróleo Brasileiro S.A)

Conjuntura econômica de 1953 = crise cambial = colapso cambial (déficits na balança de serviços, renda e comercial) (a balança de serviços e renda SEMPRE foram deficitárias no BR, a balança comercial tende a contrabalancear) + grande volume de atrasados comerciais + inflação + eleição do REPUBLICANO Eisenhower (alteração política) = reestruturação da política econômica e ampla reforma ministerial para enfrentar as pressões crescentes da imprensa e da UDN / a resposta POLÍTICA à crise política e a conjuntura vem por meio de ampla reforma ministerial em junho de 1953 = Nomeação de João Goulart (presidente do PTB) para o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; / Substituição de Horácio Lafer na Fazenda por Oswaldo Aranha (simpatizante da UDN = visão ortodoxa e priorização do ajuste cambial)

A instrução 70 gerou desvalorizações cambiais, a inflação continuava a crescer, houve retorno do déficit público em seguida, greve dos 300 mil (nomeação de João Goulart = liderança sindical), café com preço alto, mas baixas exportações (boicote dos EUA), crescimento da oposição, atentado contra Carlos Lacerda, MANIFESTO DOS CORONÉIS (1954) = suicídio de Vargas

Contra a proposta de Goulart colocaram-se a UDN, a Fiesp, oficiais do Exército e, finalmente, o Conselho Nacional de Economia e o ministro Osvaldo Aranha, que propunham um reajuste próximo a 33% / o aumento proposto por Goulart atingiu o seu ápice, porém, através de documento conhecido como Manifesto dos Coronéis (“ameaça comunista”). Como consequência direta do Manifesto, o ministro da Guerra, general Ciro do Espírito Santo Cardoso, foi afastado do cargo e, em 22 de junho, João Goulart era destituído / A decisão de ir adiante com o aumento de 100% do salário-mínimo contrariou profundamente Osvaldo Aranha e seu principal colaborador, Sousa Dantas, que chegou a pedir demissão da presidência do Banco do Brasil / o Programa Aranha de estabilização econômica foi prejudicado pelas enormes dificuldades enfrentadas pelas exportações de café

Como resultado dos altos preços do café no mercado internacional, as exportações brasileiras caíram abruptamente, atingidas por boicote de consumidores nos Estados Unidos, que enxergavam nos elevados preços do produto práticas monopolistas dos países exportadores. Resumidamente, as dificuldades com o café voltaram a colocar no horizonte a possibilidade de uma crise cambial (que havia sido temporariamente resolvida em 1954)

1950 = o Café ainda era o principal produto da exportação brasileira (+100 anos), representava 64% das nossas exportações em 1954. Os três produtos mais importantes eram: café, cacau, algodão – totalizando 78% das exportações

Em junho, Afonso Arinos, líder da UDN e da oposição parlamentar, encaminhou ao Congresso pedido de impeachment de Vargas (foi rejeitado) / Para a oposição, faltava apenas um pretexto para exigir a renúncia de Vargas e este surgiu em 5 de agosto no atentado da rua Tonelero, no Rio de Janeiro, contra o deputado Carlos Lacerda, prócer da UDN carioca (morre o major da aeronáutica Rubens Vaz) / afastamento temporário de Vargas para esclarecimentos / Na manhã daquele mesmo dia, porém, um grupo de generais se dirigiu ao Palácio do Catete para exigir a renúncia imediata do presidente = suicídio / O gesto trágico do suicídio de Vargas teve profundas repercussões históricas, possibilitando a formação de uma ampla frente antigolpista / essa tomada de posição majoritária em defesa da democracia viabilizou e impulsionou a recomposição da frente de centro-esquerda formada pelo PSD e PTB, que seria responsável, mais adiante, pela eleição de Juscelino Kubitschek (PSD) e João Goulart (PTB)

A crise cambial de 1952 teve origem na perda temporária de controle sobre o comércio exterior decorrente da defasagem existente entre a concessão de licenças e a efetivação das importações e em uma série de fatos não previstos pelas autoridades econômicas, tais como a crise da industria têxtil mundial e consequente queda vertiginosa das exportações de algodão, a forte retração das demais exportações - com exceção do café - e o gasto de dólares na aquisição de trigo dos Estados Unidos por causa da quebra da produção argentina e das despesas adicionais com fretes. O baixo nível de influxo de capital estrangeiro não ajudou a minorar as dificuldades.

Esgotamento das reservas = concessão de licenças + importações não previstas + crise têxtil mundial (queda no algodão) + retração nas exportações + gastos com trigo dos EUA devido à quebra da produção Argentina de trigo + despesas adicionais de frete

Nos anos 50 do século XX, o governo de Getúlio Vargas apresentou uma política industrializante que mostrou sua força com três programas: o Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico (PNRE), o Plano Nacional de Eletrificação e o projeto de criação da PETROBRAS. O PNRE previa investimentos nos setores de energia e transporte, bem como incorporava projetos elaborados pela Comissão Mista Brasil–EUA.

Na tentativa de resolver problemas estruturais, Oswaldo Aranha, o ministro da Fazenda do governo de Getúlio Vargas, estabeleceu o mercado livre de câmbio, ou lei do câmbio livre, criando taxas distintas para certas importações e exportações .

237
Q

PETROBRÁS

1- ano de criação

2- Nome e ano de criação do Conselho precedente

3- Nome da campanha prévia a criação da PETROBRAS

4- projeto resultante

A

A história da Petrobras (empresa criada pela Lei n. 2.004, de 3 de outubro de 1953) remonta aos debates, ao final da Primeira República, em torno da nacionalização das jazidas de petróleo brasileiras.

As recorrentes dificuldades de abastecimento de petróleo e derivados só fizeram reforçar o grupo dos que identificavam o setor petrolífero como de caráter estratégico para a economia e soberania do país.

Não espanta, pois, o envolvimento direto de setores das Forças Armadas no debate em torno da matéria, o que se refletiu na criação, ainda em 1938, do Conselho Nacional do Petróleo — CNP, tendo à frente um general, Horta Barbosa /

A campanha “O petróleo é nosso” acirrou-se no imediato pós-Guerra, engajando, além de políticos e militares, vários setores urbanos / debate atravessaria o governo Dutra, até que o desenho institucional da política para o setor foi finalmente montado

Ao final, à Petrobrás foi conferido o monopólio da extração do petróleo, cabendo às companhias estrangeiras, nesse desenho, o mercado distribuidor de combustíveis.

238
Q

INSTRUÇÃO 70 DA SUMOC (1953)

1- conteúdo

2- dois objetivos

3- duas consequências

A

Ocorre no governo Vargas

Adota a TAXA MÚLTIPLAS DE CÂMBIO (LEILÕES) = objetivo de REDUZIR O DEFICIT CAMBIAL E FISCAL

A Instrução 70 da SUMOC, de outubro de 1953, introduziu o monopólio cambial do Banco do Brasil e regulamentou o sistema de taxas múltiplas de câmbio, priorizando o uso das reservas para a industrialização.

LEMBRAR TRIPLO EFEITO DA INSTRUÇÃO 70 = MONOPOLIO DO BB + USO DE RESERVAS PARA INDUSTRIALIZAÇÃO + TAXAS MÚLTIPLAS DE CÂMBIO

Segunda tentativa, após o fracasso da Lei do Mercado Livre de Oswaldo Aranha / Na tentativa de resolver problemas estruturais, Oswaldo Aranha, o 2º ministro da Fazenda do governo de Getúlio Vargas, estabeleceu o mercado livre de câmbio, ou lei do câmbio livre, criando taxas distintas para certas importações e exportações / A Instrução 70 implementou a extinção do sistema de controle das importações e instituição do sistema de leilões de câmbio para importações , taxas múltiplas de câmbio para as exportações, através de um sistema de bonificações incidentes sobre a taxa oficial e restabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil, a fim de que fosse possível exercer o controle sobre os leilões dos importadores e o engenhoso esquema de regimes cambiais múltiplos. Com isso, a instrução 70 da SUMOC, de certa forma, prestou-se aos objetivos anteriormente pretendidos: diminuição dos déficits cambiais e fiscais (LEILÃO DE CÂMBIO PARA IMPORTAÇÕES E TAXAS MÚLTIPLAS PARA EXPORTAR)

Uma de suas consequências foi a desvalorização cambial (aumenta exportações) / ** O recolhimento dos ágios nos leilões torna-se importante fonte de recursos para cobrir o déficit fiscal, proveniente dos leilões de câmbio, em que as pessoas pagavam ao governo para ter direito a dólares e importar = REDUÇÃO da necessidade de se recorrer ao financiamento inflacionário do déficit fiscal **

A Instrução 70 da SUMOC, de 1953, eliminou o controle quantitativo direto sobre as importações e concedeu bonificação às exportações, sendo que a bonificação concedida ao café era menor que aos demais produtos.

Instrução 70, de 1953, restabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil e substituiu o controle quantitativo das importações pelo sistema de leilões de dividas (taxas de câmbio múltiplas). Neste sistema as importações foram divididas em 5 categorias de acordo com o critério de essencialidade.

239
Q

Café Filho (1954-1955)

1- Dois principais desafios econômico e quantidade de ministros da fazenda

2- 3+ características do panorama econômico

3- Acordo de Gudin com os bancos privados americanos – conteúdo

4- Instrução adotada – número, conteúdo, problema resolvido e duração

5- Principal motivo da queda de Gudin

A

A prioridade mais imediata da política econômica do novo governo era o enfrentamento da grave situação cambial, fruto da queda dos preços do café que se iniciava e do vencimento de créditos de curto prazo / o interregno teve 3 ministros da fazenda / governo inclinado para o conservadorismo / a prioridade principal era o enfretamento da inflação e, principalmente, a crise cambial = para isso, nomeou-se ministro da Fazenda, o professor Eugênio Gudin (ortodoxo) / sua ortodoxia está relacionada ao combate à inflação, contenção do déficit público e, principalmente, solucionar a crise cambial / busca por equilíbrio fiscal ou superávits

O diagnóstica da inflação era a monetização do déficit público e o excesso de expansão do crédito

Heranças do governo Vargas e complicantes = vultuosos atrasos, grave situação cambial, queda do preço do café (60% das exportações) – nem a desvalorização de 27% resultante da instrução 99 da SUMOC havia resolvido o problema

Gudin calculou a necessidade de 300 milhões para evitar o agravamento da crise cambial, porém logrou apenas 80 em parcelas / Gudin recorreu então aos Bancos Privados dos EUA que realizaram um consórcio de 19 bancos dos EUA, liderados por Chase Manhattan e Citybank providenciando 200 milhões com garantia de 300 milhões de dólares em ouro das reservas brasileiras / os dois empréstimos resolveram apenas os problemas cambiais imediatos / a busca passou a ser remover os obstáculos a livre entrada de capitais

Para isso, instaurou a ** Instrução 113 da SUMOC ** (1955) - Com ela foi autorizada a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (Cacex) a emitir licenças de importação sem cobertura cambial para equipamentos e bens de produção (pode importar e não precisa movimentar DÓLARES) – DECORAR / permitia que as multinacionais com filiais no país internassem bens de capital diretamente / Gudin desejava remover os obstáculos à livre entrada de capital estrangeiro Tratava-se de mecanismo claramente vantajoso para o investidor externo, a importação de máquinas se tornou muito mais fácil (evitava o desgaste de leilão para obtenção de divisas e a necessidade de compra de licenças para importar)

A Instrução nº 113 permitiu a IMPORTAÇÃO de bens de capital – estímulo a industrialização sem usar as escassas divisas nacionais / essa medida amplia a rentabilidade dos investimentos estrangeiros e desincentiva a empresa nacional / a instrução 113 resolveu em partes o problema cambial e o ministro voltou-se à inflação / a instrução número 113 permitiu o aumento da entrada de capitais autônomos a partir de 1955, após sua mínima em 1954 / a instrução 113 foi um instrumento poderoso para atrair capitais externos sem exercer pressão sobre a disponibilidade de divisas / É o marco institucional que orientou a internacionalização da economia brasileira

Internamente agiu com restrição fiscal e arrocho monetário gerando muitas falências e seu pedido de demissão em 1955

Combate ao déficit público, à expansão monetária e à política de crédito (programa contracionista) – defesa de política de crédito austero / a política fiscal contracionista = aumento de impostos não foi implementada por resistência do Congresso

A instrução 70 da SUMOC auxiliou as medidas de Gudin por obter receitas orçamentárias sem expandir a base monetária, sem necessidade de aprovação do congresso e sem previsão orçamentária – por isso, Gudin manteve essa instrução e as taxas múltiplas de câmbio / ** O FMI sempre foi a favor de uma única taxa cambial, contrariando o Brasil ** / O sistema de taxas de câmbio múltiplas vigorou até março de 1961, ainda que tenha sido alterado pela Instrução 113 da SUMOC, na qual era autorizada a importação de bens de capital sem cobertura cambial.

Diferente de Vargas, esse era um momento em que além da queda na compra na quantidade em café, também houve queda nos preços

A gestão do Ministro Eugenio Gudin (Set/54 a abr/55 = 8 meses) adotou um dos mais ortodoxos programas de estabilização da história econômica contemporânea! = ampla crise de liquidez + Forte elevação de falências e concordatas + Queda de cerca de 15% na FBCK + se o programa não fosse curto, a atividade industrial teria se reduzido + redução de 25% das importações de bens de capital, mesmo após instrução 113 / Mas a queda de Gudin tem como causa principal o apelidado “confisco cambial” = o cafeicultor recebia menos por sua exportação = pagava-se uma taxa menor que a do mercado livre (“confisco”)

240
Q

2º Ministro da Fazenda de Café Filho

1- nome e cacterística

2- posição em relação ao câmbio

3- crise enfrentada e instrução adotada

A

José Maria Whitaker (banqueiro paulista) / heterodoxo/ é o contrário de Gudin / desejava uma REFORMA CAMBIAL / sua nomeação buscava agradar os setores cafeicultores descontentes com Gudin (intransigente nos interesses da lavoura), deseja eliminar o “confisco cambial” que reduzia o lucro do setor exportador e que causou a saída de Gudin /

Crítico do regime de taxas múltiplas de câmbio (instrução 70 da SUMOC) / era a favor de um único câmbio / Propôs instituir um mercado totalmente livre de câmbio, unificar taxas (** Câmbio Único **) e desvalorizar razoavelmente a moeda = REFORMA CAMBIAL / Defensor dos interesses da lavoura / Abandona a política de contenção de crédito / Roberto Campos, presidente do BNDE, prepara um projeto de reforma cambial nestes moldes = FMI aprova, porém Café Filho envio o projeto para o Congresso, que significa a mesma coisa de sepulta-lo (fim da tentativa de reforma cambial e fracasso do principal objetivo de Whitaker)

Teve de lidar com a Crise Bancária herdada de Gudin = engatilhada pela liquidação extrajudicial do banco do Distrito Federal + evidenciando a falta de liquidez no setor financeiro + ameaça aos setores produtivos = volta da política de crédito expansionista

Adota a instrução 116 da SUMOC = reestabelece os depósitos compulsórios e as taxas de redescontos existentes anteriores + busca por conceder liquidez (empréstimos) aos bancos por meio do Banco do Brasil (oposto de Gudin) = política creditícia expansionista

Ele era a favor da lavoura do café, mas não apoiava políticas de intervenção no café para aumentar artificialmente o preço do produto = segundo Whitaker, a queda do preço do produto para o patamar mais baixo eliminaria os produtores menos eficientes (o que contraria a lógica do café como produto de elasticidade renda inelástica) / o último ministro da Fazenda é Mário Câmara atuando apenas nos últimos 3 meses do governo Café Filho

241
Q

4 Missões estrangeiras enviadas ao Brasil após o início da II guerra

1- citar 4 missões e seus anos

2- leitura do conteúdo das missões

A

Relacionadas ao desenvolvimento econômico e vindas dos EUA (exceção da CEPAL-BNDE) = Taub (1941) + Cooke (1942) + Abink + CMBEU +

Taub = Primeira missão de cooperação econômica enviada pelos EUA ao Brasil + Equipe: 10 engenheiros + Relatório produzido mantido em segredo + Eugenio Gudin teve acesso e relatou tratar-se de programa de investimentos de 10 anos (4 bilhões de dólares) na área de transportes e energia elétrica + Objetivo: elevar a produção industrial do Brasil para cerca de 4% da produção industrial norte-americana (na época, a cifra era de 2%)

Cooke (1942) = Representou o primeiro empenho por parte das autoridades brasileiras em ter a economia examinada como um todo, após o Niemeyer Report (1931) – iniciativa nacional – a qual defende a diversificação da estrutura econômica agrícola brasileira.

Relatório Cooke produz pouca influência + o país foi dividido em 3 regiões: Norte/Leste; Norte/Centro e Sul (análise regional) + o SUL seria o núcleo irradiador de desenvolvimento, por ter mais condições para rápido crescimento econômico + identificou obstáculos ao crescimento industrial + fez uma série de recomendações, como a expansão da indústria siderúrgica (base para produção de bens de capital), papel e madeira, têxtil, a industrialização deveria ser deixada a cargo do setor privado e o governo como planejador central (crédito e instrução técnica)

ABINK (1949) = serviu de base ao PLANO SALTE

CMBEU (1950) = elaboração de projetos que seriam financiados por instituições como o EXIMBANK e o Banco Mundial + financiamentos inicialmente assegurados + resolver fragilidades na infraestrutura e pontos de estrangulamento + foco em energia e transportes + aprovação de 41 projetos + orçamento previsto de 22 bilhões, porém só 181 milhões foram levantados + estabeleceu a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) (1952) + os estudos da CMBEU foram incorporados ao Plano de Metas

A Comissão Mista e o BNDE ajudaram a introduzir no Brasil uma prática mais racional de gestão e aplicação de recursos públicos em investimentos econômicos e contribuíram para formar uma equipe de técnicos brasileiros aptos a elaborar projetos de desenvolvimento + também influenciou o PLANO LAFER (não aplicado integralmente) + não concretizada com a chegada de Eisenhower (republicano) ao poder e alterações nas prioridades

242
Q

GOVERNO JK (1956-1961)

1- Nome do vice e coligação dos dois partidos vencedores

2- Nome dos três opositores e seus partidos

3- principal instrumento de política econômica utilizado

4- Crescimento médio do PIB e da indústria no seu governo

5- Três principais metas/setores atingidas

6- Duas principais fontes de arrecadação do governo JK

7- 3+ características da Era de Ouro

8- Resultados em relação a inflação e o déficit público

A

Juscelino Kubitschek de Oliveira, médico, ex-prefeito de BH e ex-governador de MG / Vencedor das eleições por meio de coligação entre PTB e PSD com 36% dos votos, contra Ademar de Barros (PSP), Juarez Távora (UDN) e Plínio Salgado (PRP) / Seu vice foi João Goulart (dupla vitória do trabalhismo)

O governo de JK teve inspiração desenvolvimentista e adotou a política cambial como principal instrumento de política econômica.Ou seja, devido à escassez de dólares, a política cambial foi ativa: Taxas múltiplas de câmbio (5 categorias essenciais de importação), Importação sem cobertura cambial (graças a SUMOC 113 do governo Café Filho), após a tentativa fracassada de unificar o Câmbio por Whitaker-Café Filho (apoiada pelo FMI).

Aqui as Políticas monetária e fiscal foram passivas. As entradas dos capitais autônomos passam a melhorar a partir de 1955, porém a maior parte da entrada era de bens de capital e não divisas (graças a Instrução 70 de Gudin)

1957-61 = o PIB cresceu 9,3% ao ano / a renda per capita aumentou 5,1% e a inflação média foi 23,8% a.a no mesmo período (+- 80% no final do período) / queda constante do preço do café / fortes déficits no BP (exceto 1961)

** nota-se a expressiva taxa de crescimento médio do valor adicionado do setor industrial no período de 1952-61 (11,6% a.a.), superando o próprio ritmo de expansão do PIB **

Entre o que foi previsto e o que foi realizado = as metas foram atingidas em partes nos 5 anos: Construção de Rodovias (138% do previsto), Pavimentações (204%), Cimento (100%), Energia Elétrica (82%), Produção de Petróleo (76%), Refino (26%), Ferrovias (32% = priorização do rodoviarismo)

Os desequilíbrios regionais e sociais foram aprofundados (aumento da desigualdade e de concentração de renda = requisito para compra de carros e outros bens)

O Imposto de renda e de consumo eram a principal fonte de arrecadação / o governo federal aumento sua arrecadação em 54% durante o período, puxado pelo crescimento do PIB / mesmo assim, a poupança era insuficiente para os investimento / a política cambial constituía o principal, senão único, instrumento de política econômica à disposição do setor público nos anos 50 (A Ordem do Progresso) /

Percepção coletiva daqueles tempos era de uma espécie de “era de ouro” tropical. Afinal, com a nova capital, Brasília, inaugurada em 1960, o mundo assistiu ao apogeu da arquitetura modernista brasileira. Culturalmente, explodia a Bossa Nova, o Brasil ganhava a sua primeira Copa do Mundo de futebol (na Suécia) e o Cinema Novo estava prestes a despontar / A referida efervescência nos campos cultural, artístico e esportivo deveu muito à brilhante fase que a economia brasileira atravessou entre 1956-62

De fato, ainda que tenha havido um arrefecimento da trajetória de expansão econômica em 1962 (e estagnação em 1963 = crescimento do PIB = 0,6%), a taxa média de crescimento do PIB nesses seis anos foi de respeitáveis 7,9% a.a. / A renúncia de Jânio e a tumultuada presidência de João Goulart ajudam a explicar a inflexão de 1962 e o pífio desempenho econômico de 1963, anos em que o PIB acusou expansão de 6,6% e 0,6%, respectivamente

Pelo lado da inflação, o quadro até que não era dos piores: de fato, quando JK assumiu o poder, a variação do Índice Geral de Preços havia recuado para 12,2%, após superar 20% em 1953 e 1954. Porém, ao término dos cinco anos de seu mandato, a inflação girava na faixa de 30% a 40%.

O quadro não era melhor no tocante às contas públicas: o déficit do governo federal dobrou em termos reais entre 1956 e 1963, sendo equivalente, em média, a um terço das receitas totais entre 1956 e 1960 e 50% entre 1961 e 1963.

O período 1956-63 apresenta tanto aspectos positivos (crescimento do PIB, principalmente) quanto negativos (aceleração inflacionária, aumento do déficit público e deterioração da situação externa) e em termos sociais houve expressivos avanços

O déficit do governo federal, por sua vez, manteve- se em torno de um terço das receitas totais da União no período. Na origem desse desequilíbrio estava o vigoroso programa de obras públicas do governo (em particular, a construção de Brasília) e, sobretudo, os gastos associados à política de compra dos excedentes de café

243
Q

CÂMBIO COM JK (1956-1961)

1- Antecedentes (1954)

2- Estratégia utilizada para atrair recursos

3- Reforma cambial de 1957 (2 categorias) e sua importância

4- Instituição de uma política de reserva de mercado (nome da lei e seu efeito)

5- Efeitos na Indústria e na Agricultura

6- 3 Causas do desequílibrio fiscal de JK

A

1954 = queda do preço do café, redução das exportações e redução da balança comercial até 1959

Estratégia = estímulo ao IED, implantação da indústria automobilística, elétrica/comunicação e de construção naval O Estado, por sua vez, dirigia sua atenção para investimentos na modernização ou expansão de serviços da infra-estrutura econômica.

** Motivos do desequilíbrio Fiscal do Governo Federal em JK = compra de excedente de café (3x mais que a construção de Brasília), subsídios as empresas de estrada de ferro e programa de obras públicas **

A construção de Brasília era estimada em 2-3% do PIB, enquanto as compras dos excedentes de café consumiram de 3 a 4 vezes mais recursos públicos no período – volume superior aos gastos TOTAIS (públicos e privados) com o Programa de Metas, segundo Giambagi et. Ali

O governo de JK teve inspiração desenvolvimentista e adotou a política cambial como principal instrumento de política econômica (Cespe considerou certa - Devido a escassez de dólares, a política cambial foi ativa)

1957: reforma do sistema cambial = política cambial terminou sendo o principal instrumento de política econômica do governo brasileiro na década de 1950.

A reforma cambial de 1957 (JK) buscou estimular a estratégia de substituição de importações / teve como objetivo reduzir as múltiplas taxas de cambio adotadas pelo governo

A reforma reintroduziu o regime de tarifas alfandegárias ad-valorem, com quatro diferentes grupos tarifários + leilões de câmbio

O sistema de taxas de câmbio múltiplas foi simplificado, com a redução das categorias de 5 para 2 para bens importados: a geral e a especial.

A geral incluía matérias-primas, equipamentos e bens genéricos que não tivessem suficiente suprimento interno. Criou-se uma terceira categoria para importação de bens prioritários (papel, trigo, petróleo, fertilizantes). Essa categoria não era sujeita a leilão de divisa.

Devido à “escassez de dólares” — problema que afligiu a economia internacional no imediato pós-Segunda Guerra, e o Brasil até fins dos anos 1960 —, tornou necessária (prioritária, até) a criação de mecanismos muitas vezes engenhosos de alocação de divisas escassas (exemplo: instrução 70 da SUMOC que substitui o controle de licenças de importação por um sistema de leilão de divisas, o qual vigora até 1961 com alterações – gerando receitas ao governo) / também houve a instrução 113 de Gudin em 1955 = importação de bens de capital “sem cobertura cambial” = sem emprego de divisas = poderoso instrumento de atração de investimento estrangeiro (subsídio implícito ao capital estrangeiro) / O sistema de taxas de câmbio múltiplas vigorou até março de 1961, ainda que
tenha sido alterado pela Instrução 113 da SUMOC, na qual era autorizada a importação de bens de capital sem cobertura cambial

Objetivo da reforma cambial de JK: simplificar o sistema de taxas múltiplas (assim como Whitaker) e introduzir um sistema de proteção específica por produtos da mesma categoria / Redução das 5 categorias anteriores a duas: GERAL e ESPECIAL (e mais uma “categoria preferencial” em caráter de exceção)

Categoria Geral = matérias primas, equipamentos e bens que não tinham oferta interna suficiente

Categoria especial = eram importações de bens de consumo restrito e bens com oferta suficiente no mercado interno (ou seja, já havia ocorrido uma substituição de importações para esses produtos)

Categoria preferencial (terceira categoria, categoria extra ou residual) = ** Não estava sujeita a leilões de divisas ** - Importação de bens com tratamento privilegiado: - Papel - Trigo - Petróleo - Fertilizantes - Equipamentos de investimento prioritário

A categorização era feita pelo Conselho de Política Aduaneira (CPA)

O regime de leilão de divisas para as duas categorias principais era mantido (geral e especial) / TUDO ISSO PARA CONSEGUIR DÓLARES ou seguir obtendo bens de capital

O efeito combinado desta reforma cambial e tarifária com Instrução 113 da Sumoc fez-se sentir com mais intensidade durante o Plano de Metas. Com a política cambial então em vigor, foi possível ao país – mesmo em um contexto de receitas de exportação e termos de troca em queda – levar adiante um ambicioso programa de investimentos nos setores de bens de capital, bens de consumo duráveis, insumos industriais e infraestrutura, ao atrair capitais estrangeiros sob a forma tanto de empréstimos como de investimento externo direto.

Aplicação da Lei do Similar Nacional para indústrias que pedissem e provassem ser capazes de suprir o mercado interno - ganhando uma política de reserva de mercado (restrição à importação) - protecionismo.

** Principal resultado da reforma de 57: aprofundamento do processo de substituição de importações em estágios mais avançados da industrialização, principalmente BENS DE CAPITAL, muito importante para conclusão do plano de metas **

A indústria de bens de capital cresceu à taxa de 26,4% ao ano entre 1955-1960, puxados pelo segmentos de equipamentos, veículos e transporte / a reforma do sistema cambial AROU o terreno para o plano de metas / é um dirigismo do Estado pensada pela falta de divisas e a necessidade de manutenção do crescimento / esse sistema cambial esteve em vigor até 1961 / a política cambial foi a mais importante do período

Ao longo do governo JK, o setor agropecuário perdeu espaço para o setor industrial, em decorrência de fatores como a intensificação do processo de substituição de importações - – CERTO - Em 1955 — ano anterior à posse de JK — os pesos dos setores agropecuário e industrial no PIB pouco haviam se alterado, sendo de 23,5% e 25,6%, respectivamente. A partir da implementação do Programa de Metas, o quadro muda radicalmente: o setor agropecuário perde espaço para o setor industrial e, em 1960, tem peso de 17,8% no PIB (ou seja, um recuo de 5,7 p.p. em apenas cinco anos), contra 32,2% da indústria. A perda de importância do setor agropecuário teria continuidade nos anos seguintes e, em 1963, a participação desse setor na economia atinge 16,3%, e a da indústria, 32,5%

Como se vê, a perda de peso relativo do setor primário se deu, essencialmente, em benefício do avanço do setor manufatureiro, tendo a parcela dos serviços no PIB permanecido, grosso modo, constante entre 1956 e 1963 — em torno de 50% do total.

A partir do Governo Quadros, em 1961, tem início um processo de paulatina unificação das taxas de câmbio no Brasil, unificação que só ocorrerá de fato em 1964.

244
Q

Plano de metas

1- Nome da Comissão e Grupo que geram o relatório base do plano de metas

2- Conselho que desenvolve e tutela o plano

3- Número de metas e áreas do plano

4- Câmbio adotado

5- Tipo de bens industriais em foco

6- Três fontes de financiamento e suas porcentagens

7- Cinco áreas de abrangência do plano (ETIAE)

8- Custo médio de Brasília em relação ao PIB no período todo

9- Principal mecanismo de financiamento do Programa de Metas e três justificativas para essa escolha

10- 2+ incentivos dados ao capital estrangeiro

11- Rodovia criada durante o plano de metas

A

É a síntese do desenvolvimentismo adotado a época

Em 1957 é lançado o Plano de Metas, “que constitui a mais sólida decisão consciente em prol da industrialização da história econômica do país”, tendo como base o relatório desenvolvido anos antes pelo Grupo Misto CEPAL-BNDE

Desenvolvido e tutelado pelo Conselho de desenvolvimento ligado ao Presidente, criado em 1956

Antecedentes: sucessor da Missão Abbink que originou o fracassado Plano SALTE / O Plano de metas foi um plano quinquenal com base na herança do CMBEU e das missões norte-americanas, principalmente a criação do BNDE em 1952 (Fundo de Reaparelhamento Econômico = financiamento à longo prazo) + revisão do programa pelo Grupo Misto BNDE-CEPAL em 1953 / as Comissões definiram as áreas prioritárias de investimento e os pontos de estrangulamento

A maioria dos objetivos do Plano de Metas baseava-se nos diagnósticos e nas definições da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU) e em programas como o CEPAL-BNDE (1953)

O plano de metas assim como as projeções da CEPAL-BNDE previam declínio no preço do café a partir de 1955, o que de fato ocorreu

** o objetivo do plano era sim elevar o padrão de vida com equilíbrio econômico e estabilidade social **

Criação do CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO, ligado diretamente à Presidência da República (1956). Responsável pela identificação dos setores da economia que, se devidamente estimulados, poderiam apresentar capacidade de crescimento

4 áreas e 30 metas visando incrementar a demanda agregada com política fiscal e monetária expansionista, o que gerou inflação. Houve manutenção do sistema de câmbios múltiplos de Vargas para proteger a indústria nacional e garantir a importação de bens importantes (continuidade da instrução 70 da SUMOC), atacando pontos de estrangulamento da economia / energia e transporte eram o núcleo já previstos nos planos e missões anteriores

O plano criou vários grupos executivos setoriais para elaborar estudos / o principal objetivo do plano era promover a industrialização de bens de consumo DURÁVEIS / o plano se baseou em estudos da CEPAL, mas deixou de observar importantes ações recomendadas como a reforma agrária

O plano deteriorou as contas externas pois as importações aumentaram e as exportações não acompanharam, além de vultosos empréstimos externos. Legando uma alta inflação após 1960 (33%, 44%, 72%, 92%) / Essas altas importações de bens de capital geraram uma capacidade ociosa na indústria nacional e o esgotamento do processo de industrialização por substituição, que por sua vez, era concentrador de renda

A política econômica implícita no plano continha quatro peças básicas:

1) Tratamento preferencial para o capital estrangeiro;

2) Financiamento dos gastos públicos e privados através da expansão dos meios de pagamento e do crédito bancário, respectivamente, tendo como consequência fortes pressões inflacionárias (política monetária e creditícia expansionista)

*(Cabe frisar que a Lei da Usura seguia vigente no país, que limitava a realização de empréstimos a taxa máxima de juros nominais de 12%);

3) Ampliação da participação do setor público na formação de capital;

4) Estímulo à iniciativa privada (política cambial, crédito provido pelo BNDE e concessão para empréstimos contratados no exterior)

Financiamento do plano = público (50%), privado (35%) e fontes externas (15%) = financiamento inflacionário ao setor privado = empréstimos (basicamente tudo era público) (expansão monetária)

O Plano contava com investimentos nas seguintes áreas: a) energia; b) transporte; c) indústrias de base; d) alimentação e educação.

Orçamento: aproximadamente 5% do PIB no período 57-61

ENERGIA e TRANSPORTES – Maior parcela dos investimentos previstos: 71,3% (responsa quase toda do setor público) / Energia visava aumentar a capacidade geradora + aumentar a produção de carvão, petróleo, aço, cimento + instalar indústria automobilística com produção de 170 mil veículos nacionalmente / refletindo a opção feita pelo transporte rodoviário, os setores ferroviário e de produção de carvão mineral apresentaram índices de realização comparativamente baixos

INDÚSTRIAS DE BASE: previstos cerca de 22,3% dos investimentos totais (responsa principal do setor privado, com ajuda de financiamentos públicos, por vezes)

EDUCAÇÃO E ALIMENTAÇÃO: 6,4% dos recursos (integralmente setor público)

META AUTÔNOMA (31º) – construção de Brasília. Seus gastos não estavam orçados no Plano / Brasília não contemplava fonte de recursos e custou 0,6% do PIB anualmente de 1957-1962 (2-3% do PIB do período todo) / A ideia de construir Brasília foi apresentada por JK ainda na campanha eleitoral, e era por ele considerada um projeto prioritário

ENERGIA – TRANSPORTE – INDÚSTRIA DE BASE – ALIMENTAÇÃO – EDUCAÇÃO + BRASÍLIA

A previsão de orçamento seria de 50% do setor público + 35% fundos privados e o restante viria de agências públicas (tripé, com um pé bambo)

O plano previa um déficit orçamentário de 2,2% do PIB para execução, valor incompatível com uma inflação controlada (prevista pelo próprio plano), visto que não havia como financiar esse déficit, senão por emissionismo

A iniciativa privada foi estimulada pela RESERVA DE MERCADO em benefício de bens produzidos no país por meio da política cambial, principalmente após a reforma de 1957, pela lei do Similar Nacional, crédito no BNDE e do BB com juros mais baixos e até negativos (comparado à inflação), avais do BNDE para empréstimos de bancos no exterior

A implementação do Programa dependeu da adoção de uma tarifa aduaneira protecionista, complementada por um sistema cambial que subsidiava tanto a importação de bens de capital como de insumos básicos, e que atraía o investimento direto por parte do capital estrangeiro. Já sua execução esteve sob a coordenação geral do Conselho de Desenvolvimento que, por um processo de aproximações sucessivas, ia revendo as metas à medida que estas eram alcançadas ou desvios constatados

De fato, o principal mecanismo de financiamento do Programa de Metas foi a inflação, resultante da expansão monetária que financiava o gasto público e do aumento do crédito, que viabilizaria os investimentos privados (extração de poupança forçada da sociedade como um todo via inflação e direcionada aos agentes públicos e privados) / o financiamento para o plano vieram do emissionismo, orçamento público (arrecadação), lucro das empresas que expandiram – não houve um imposto específico, mas aumento na tributação NOMINAL ou DIFERENCIAL (o crescimento do PIB aumentou a base de arrecadação)

Soluções para os déficits BR = aumentar os tributos era inviável em um momento de pleno crescimento e a medida era fortemente rejeitada pelo Congresso / Títulos da dívida Pública não era possível por causa das restrições à taxa de juros de lançamento desses títulos, situação que perdurou até 1964 / Comprimir a despesa seria diminuir o ritmo de crescimento / A solução veio por meio de pagamentos com atraso e pela emissão monetária / Por tudo isso, a inflação sobe de 7% para 24%, gerando o lançamento do PEM !!!

Houve expansão da produção de bens de capital a uma taxa maior do que a produção de bens intermediários, durante o Plano de Metas

Atenção: O Plano de Metas concedia tratamento preferencial ao capital estrangeiro / ** Empresas filiais estrangeiras foram responsáveis pelos principais investimentos nos ramos de material elétrico pesado e automobilístico **

No que se relaciona à agricultura, foi implantada a produção doméstica de máquinas e implementos agrícolas

Entre 1956-60, a economia cresceu 8,1% ao ano em média + aumento de 5,1% na renda per capita em média por ano + o PIB expandiu cerca de 50% no total + a indústria cresceu mais de 60% / a participação total dos bens duráveis e de capital dobrou no período, ambas de 6 para 12% no total da produção industrial, puxadas pelas montadoras e autopeças / também houve aumento da concentração industrial (oligopolização), com aumento da presença do capital estrangeiro e reflexos negativos sobre o BP

** Um dos conceitos adotados pelo plano de metas foi o de ponto de germinação, em oposição ao de estrangulamento, embasado no pressuposto de que a oferta de infraestrutura estimula a criação e a expansão das atividades produtivas **

1946 a 1963 –> Bens de consumo duravéis

1964 a 1984 –> Bens intermediários e bens de capital (II PND - Geisel)

O Plano de Metas concedia tratamento preferencial ao capital estrangeiro: “Os incentivos dados ao capital estrangeiro […] permitia o investimento estrangeiro direto sem cobertura cambial, até isenções fiscais e garantias de mercado (protecionismo para os novos setores) que atraíam muitas multinacionais para o país.” (GREMAUD, et al. Economia Brasileira Contemporânea. 7ª ed. p. 366).

A maioria dos objetivos do Plano de Metas baseava-se nos diagnósticos e nas definições da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU).

Houve expansão agrícola no período para suprir as camadas que passavam a ser urbanizar e a intensa industrialização do período. Ou seja, não há uma dicotomia entre Indústria-Produção agrícola.

Plano de metas = O Estado assumiu, explicitamente, seu papel de produtor, responsabilizando-se pelo controle da produção de certos insumos básicos, como, por exemplo, petróleo, aço e energia elétrica.

A rodovia Belém-Brasília estava contemplada no Plano de Metas de JK, buscando interligar o Norte ao Centro-Oeste.

245
Q

PLANO DE ESTABILIZAÇÃO MONETÁRIA (PEM)

1- Ano, governo e objetivo do Plano

2- Proposta do FMI para o câmbio e resposta de JK

3- Diagnóstico da inflação do plano (2)

4- Dois resultados do plano

A

1958 = Governo JK / Entre 1957 e 58, a inflação sobe de 7% para 24,4% e a reação do governo é o lançamento do plano (que não teve êxito) / É o primeiro dos 3 planos gradualistas de combate à inflação do período 1958-67 (PEM, 1958; Plano Trienal de 1962 e PAEG, 1964 (os planos de choque só surgiriam nos anos 1980 no BR)

Planos gradualistas: São formulados a partir da concepção de que o combate à inflação não deve envolver recessão econômica - trade off (visto que esse era um período de aceleração)! / A estratégia proposta pelo FMI era exatamente oposta. Ela privilegiava o tratamento de choque! (Além disso, o FMI exigia unificação do câmbio e o BR não queria fazer isso, dado nossa dificuldade de obter reservas) / No Brasil, há insistência no gradualismo mesmo com taxas de inflação altas / Embora os créditos fossem necessários, JK entendeu que não poderia adotar as exigências do FMI para não prejudicar o Plano de Metas

Lucas Lopes assume o Ministério da Fazenda e Roberto Campos assume a presidência do BNDE com a missão de obter um plano de empréstimo, surgindo o PEM

O diagnóstico da inflação era de uma inflação de demanda (tradicional = emissionismo) e de oferta (alto investimento do governo, acima da capacidade de poupar)

O Plano foi inviabilizado por ser contrário à opinião pública e ao Congresso, em um momento de intenso investimento no plano de metas, gerando críticas do FMI / A estratégia gradualista do PEM de controle da inflação acabou por não encontrar um caminho próprio de aceitação para a delicada tarefa de compatibilizar alto nível de investimentos com estabilidade de preços

O governo acabou por decidir pela continuação de seu governo desenvolvimentista sem balizamento de políticas de controle monetário, em oposição ao PEM e ao FMI e endossando a visão estruturalista de que economias subdesenvolvidas só poderiam se industrializar com algum nível de inflação, a qual deveria ser administrada, ao invés de se buscar preços controlados com estagnação

O acirramento do debate e da oposição política ao PEM ao longo do primeiro semestre de 1959 levou Juscelino a romper negociações com o FMI em junho daquele ano

Entre crescer ou estabilizar, Juscelino optou pelo primeiro

As exigências ortodoxas e plano de choque do FMI em relação a empréstimos para o PEM, geraram o rompimento de JK com a instituição / a queda do preço do café desde 1955 era um dos problemas para a entrada de divisas BR

Resultados: maio de 1959 – déficit acumulado do orçamento foi o triplo esperado para o ano todo! / Crise de liquidez de abril a maio/59 / Protestos do setor industrial / Impossibilidade de atenuar o problema fiscal / Congresso rompe com o PEM e em junho de 1959, ocorre o rompimento com o FMI

246
Q

Café (1940-60) ***

1- motivo do aumento do preço nos anos 1940 e sua consequência

2- Ano em que os preços passam a cair

3- Peso do café nas exportações e no PIB BR na década de 1950

4- principal inflexão do período relacionada ao café e a industrialização

5- total da porcentagem do café hoje nas exportações BR

A

A perda de importância relativa do setor coincide com o processo de industrialização brasileira, que ganha força no pós-Segunda Guerra.

** Ainda assim, os primeiros 10 anos após o final do conflito foram de escassez do produto no mercado internacional, à medida que aumentava a demanda europeia e que fatores climáticos reduziam a oferta mundial **

A consequente elevação dos preços do produto — que subiram cerca de três vezes e meia em termos reais (i.e., corrigidos pela inflação dos Estados Unidos) entre 1945 e 1954 — foi favorecida pelo fim do preço-teto estabelecido pelos Estados Unidos durante a guerra e funcionou como forte estímulo à expansão do cultivo do café no Brasil (avançando nas terras do Paraná) e no resto do mundo (Colômbia e África, sobretudo).

O resultado esperado foi um novo período de superprodução (semelhante ao dos anos 30), que se estendeu de meados da década de 1950 a meados dos anos 60, a despeito de acordos de contenção da oferta firmados entre o Brasil e outros países produtores.

No caso brasileiro, as compras, por parte do governo, dos excedentes de café exerceram forte pressão sobre os gastos do Tesouro nos anos JK, prejudicando em muito a condução da política macroeconômica no período

Após uma relativa estabilidade no triênio 1955-57, os preços internacionais do café dão início a uma trajetória de queda, refletindo a expansão da oferta mundial do produto (já era prevista pelo governo)

1958 = nível mais baixo de exportação de café da década

Se o peso do café no total exportado permaneceu em torno de 60% na década de 1950, sua participação no PIB caiu pela metade (de 4% para 2%), refletindo o avanço do processo de industrialização no período. Nesse sentido, os anos 50 marcam, indubitavelmente, uma inflexão na primazia do café na economia brasileira (INFLEXÃO DE UM PAÍS AGRÁRIO EXPORTADOR PARA UM PAÍS INDUSTRIAL)

Observação: recentemente, o café representou 2,1% do valor total das exportações brasileiras em 2008

247
Q

Jânio Quadros (1961)

1- Partido de Jânio

2- Dois opositores eleitorais

3- Posição em relação ao câmbio

4- Instrução lançada e sua consequência para a inflação

5- Duas causas para aumento dos preços dos produtos básicos

A

7 meses de governo / 48% dos votos pelo PTN (Partido Trabalhista Nacional), com apoio da UDN (oposição de Vargas), vencendo Ademar de Barros (PSP = partido social progressista) e General Lott (PSD) / seu governo tinha minoria no Congresso (pouco apoio) /Jânio tentou recuperar a estabilidade, utilizando uma política econômica ortodoxa, com corte de gastos públicos e política monetária restritiva / As políticas monetária e fiscal do Governo Jânio Quadros tinham cunho contracionista; tendo apoio do FMI e conseguiu acordo com credores externos

Herança de JK para Jânio = crescimento de 50% do PIB nos últimos 4 anos, expansão de 60% da indústria, inflação, déficits no BP

Jânio Quadros defendia a unificação ou reforma do câmbio (acabar com as taxas múltiplas) = declarava-se favorável à restituição da VERDADE cambial, como principal forma de atacar a inflação / Lançou uma reforma cambial, que desvalorizou a moeda através da Instrução 204 da SUMOC *** (reforma na política cambial para simplificação, no sentido de unificação, porém mantendo os leilões [atenuação]), aliás essa foi a única medida expansiva do período, o que acabou por agravar a situação de crescimento inflacionário (Já caiu)

** Considera-se a desvalorização cambial resultante da Instrução 204 da SUMOC, implementada no governo de Jânio Quadros, um dos fatores responsáveis pela aceleração inflacionária do período **

Nessa reforma cambial, as importações da CATEGORIA GERAL (instituída na reforma de 1957) se dariam pelo mercado livre, sem necessidade de licenciamento prévio. Além disso, os leilões para esta categoria foram abolidos = em outras palavras, a categoria GERAL foi EXTINTA de acordo com o desejo-tentativa de unificar o câmbio (o que não ocorreu)

A instrução 204 foi a terceira reforma cambial do período = 1ª Vargas em 1953 e a segunda foi feita em 1957 / a Instrução 204 representou um avanço na melhora da complexidade do sistema cambial, sem êxito na unificação cambial total, o que só acontece no regime militar / CONTRIBUIU para a unificação, mas não concluiu / porém, teve como efeito o aumento do preço de produtos básicos, como alimentos, combustíveis e produtos metalúrgicos – gerando extrema impopularidade da medida / Os preços desses produtos também aumentaram pela eliminação dos subsídios feitas por Jânio, como por exemplo o trigo / apenas serviu para agradar credores, como os EUA e o FMI, o que possibilitou a abertura de retomada de renegociação e reescalonamento da dívida externa, após rompimento de JK (1959) e o plano de estabilização monetária (PEM) de 1958 / ** embora tenha havido busca por metas de restrições de política fiscal e de crédito, elas não foram suficientes diante das pressões inflacionárias advindas da desvalorização cambial (instrução 204) **

Outros fatores que intensificaram a inflação foi o não ataque direto a demanda que estava aquecida, com altas importações / o programa da estabilização não deu certo, gerando o descontrole monetário, fiscal e creditício / Sua renúncia gera o colapso do programa de estabilização / seu vice, Jango, de outro partido e que se encontrava na china, gera crise política traz consequências: descontrole monetário, fiscal e creditício, além do início do parlamentarismo no BR como forma de solucionar o impasse das disputas políticas internas (Legalistas – governador do RS Leonel Brizola e setores do exército x conservadores) = solução conciliatória = alteração no SISTEMA de governo = João Goulart como presidente com poderes reduzidos /

A aproximação com os EUA não dura muito graças à PEI: BR se distancia da posição dos EUA em relação à Cuba + PEI prepara para o reatamento das relações com a URSS + Apoio a descolonização da África

Considera-se a desvalorização cambial resultante da Instrução 204 da SUMOC, implementada no governo de Jânio Quadros, um dos fatores responsáveis pela aceleração inflacionária do período = se há desvalorização cambial, os insumos importados são encarecidos, provocando uma inflação na oferta (inflação de custos).

248
Q

Gabinetes Parlamentarista BR

1- Duração e nome dos 4 primeiro-ministros

2- 3+ ocorrências de desagrado dos EUA na PEI durante o Parlamentarismo

3- Sucessor de Tancredo Neves que foi negado pelo Congresso

4- Mês e ano do plebiscito sobre o presidencialismo

A

1961-1963 / 4 primeiros ministros / Auro de Moura Andrade não chega a assumir / TANCREDO NEVES – BROCHADO DA ROCHA – HERMES LIMA / crise política permanente

Tancredo Neves (61-62) = Brasil reata relações diplomáticas com URSS em 1961 / Na reunião da OEA, em jan/62, diverge da posição norte-americana e absteve-se da votação que aprova a expulsão de Cuba da organização

** Outras medidas importantes do Parlamentarismo: Abandono do movimento em direção à unificação cambial / Negociação do primeiro Acordo Internacional do Café / Aprovação da Lei 4.131 – Lei de Remessa de Lucros **

Resultados com relativo êxito = Crescimento do PIB – aprox. 8,6% e Inflação razoavelmente estável em 30% em 1962, porém o aumento do déficit público, aceleração da expansão monetária e o crescimento da oposição presidencial, geram a sua renúncia / Seu Ministro da Fazenda, era o banqueiro e embaixador Walter Moreira Salles (ortodoxo), como forma de tranquilizar os setores mais conservadores, temerosos quanto à forma que poderia assumir a política econômica sob João Goulart — tido como populista e excessivamente favorável aos trabalhadores / O PIB volta a crescer a 8,6% e a inflação dispara de 30 para 48% / muito mais que ações práticas, Tancredo Neves apresentou um plano irrealizável para acalmar os ânimos

Na prática, o período foi marcado por aumento do déficit público e pela aceleração da expansão monetária – gerando uma nova política de estabilização que não se concretiza, gerando renúncia do gabinete / a indicação de Santiago Dantas foi rejeitada pelo Congresso para sucessão de Tancredo (Congresso era contrário à PEI)

Na raiz dessa rotatividade (e da instabilidade política nela implícita) estavam divergências entre João Goulart — que pressionava na direção de um plano de governo mais à esquerda — e os diversos gabinetes parlamentaristas.

Jango ao menos conseguiu adiantar o plebiscito do sistema de governo para janeiro de 1963, com vitória esmagadora do presidencialismo e o foco passando a ser o plano trienal (crescimento e controle da inflação)

O legado dos anos 1961-63 internamente foi decepcionante / PIB cresce 8,6% em 61, 6,6% em 62 e, finalmente, 0,6% em 1963 com Jango e o presidencialismo

249
Q

7 pontos da Deterioração das relações Brasil-EUA na década de 1960 (citar 5)

A

1- Alterações da legislação relativa à remessa de lucros aprovada em 1962 no gabinete parlamentarista, impondo o limite de envio para o exterior um capital equivalente a 10% do capital social registrado da empresa, acima disso, seria tributado (gerou queda abrupta do investimento externo de 1962-64)

2- Cancelamento das concessões de lavra de minério de ferro da empresa norte-americana Hanna Corporation

3- Apoio dado pelo governo federal à desapropriação (pelo gov. do RS, Leonel Brizola) dos bens da Companhia Telefônica Nacional, subsidiária da empresa norte americana ITT (International Telephone and Telegraph)

4- PEI inaugurada por JQ é continuada em JG (estabelecido pelo Programa de Governo do Gabinete Neves)

5- Brasil reata relações diplomáticas com URSS

6- Jan/62 – reunião da OEA – Brasil absteve-se do voto que aprova a expulsão de Cuba

7- 1962 – JG visita EUA. Presidente fala com Pre. Kennedy sobre dívida externa e capital estrangeiro. Resultados ruins. Aumenta o desgaste

8- No episódio da “crise dos mísseis”, Brasil não se alinha aos EUA (intervenção armada). Mas acaba concordando com o bloqueio à Cuba, cedendo em parte às pressões dos EUA

Apesar da piora nas relações, os EUA apoiam a negociação do 1º Acordo Internacional do Café, o qual estabiliza os preços da rubiácea durante sua vigência (1963-68) (a intenção norte-americana era a manutenção da estabilidade dos países produtores na américa latina e África, mantendo-os longe da influência soviética)

250
Q

Governo João Goulart

1- ano e mês da vitória do presidencialismo

2- Nome do plano econômico e dois ministros responsáveis

3- diagnóstico da inflação

4- leitura rápida

A

Presidencialismo vence com 82% dos votos em janeiro de 1963

Lança o Plano Trienal em 1963 sob a liderança de Celso Furtado como Ministro Extraordinário do Planejamento e Santiago Dantas como Ministro da Fazenda *** VTC

** Embora tenha sido planejado durante o período parlamentarista, o Plano Trienal foi implementado durante o período PRESIDENCIALISTA! **

Furtado identificou a inflação como resultado de um excesso de DEMANDA e procurou tomar medidas ortodoxas (embora seja cepalino) (ortodoxia = aumento da carga fiscal, corte de crédito, fim de subsídios, controle da expansão monetária), visando retomar a industrialização por substituição de forma gradual, promoveu o aumento de impostos (o que gerou mais inflação), controle das contas públicas, redução do desperdício (porém houve aumento de salários de servidores) e início de um programa de distribuição de renda – o plano fracassou e a dupla Celso Furtado (Ministro Extraordinário do Planejamento) e San Tiago Dantas (Ministro da Fazenda) saíram dos ministérios ao final do governo, servindo de aprendizado para os planos futuros.

É importante mencionar que o Plano contemplava reformas de base, como a reforma agrária e a melhor distribuição de renda, estando em linha com algumas reivindicações sindicais, embora não executadas e que auxiliaram no fracasso do plano.

Celso Furtado não abandou seu histórico Cepalino, mas buscou compatibiliza-lo com a ortodoxia no plano. Por exemplo: houve alinhamento c/ cepal na necessidade de aprofundar a industrialização pela via da substituição de importações como caminho para superar o subdesenvolvimento e nas Proposta de enfrentamento dos pontos de estrangulamento

Jango = A vitória do plebiscito para o presidencialismo tinha sido esmagadora. Interpretou como um cenário de com boas condições políticas para implementar o Plano Trienal (frustração) / o plano trienal foi PROPOSTO ainda no período parlamentarista, mas foi executado com Jango / Goulart teve dificuldade em formar uma maioria no Congresso que fosse favorável às suas propostas / aprovação da Lei de Remessa de Lucros (1962) + PEI = descontentamento dos EUA

1º semestre de 1963 = apresenta proposta de reforma agrária e desapropriação de imóveis urbanos com pagamento de títulos da dívida públicas (ambos rejeitadas pelo Congresso) / aproximação do Brasil com Cuba e outros países socialistas, no apoio ao anticolonialismo na África e à discussão, na ONU, sobre o ingresso da República Popular da China naquela organização / O ministro da Fazenda San Thiago Dantas tentou, sem êxito, reescalonar a dívida externa e obter financiamento internacional a ponto de viabilizar as propostas do Plano Trienal.

251
Q

Plano Trienal (1962)

1- Três ministros parlamentaristas do período

2- Mês e ano do plebiscito presidencialista

3- Duas lideranças do plano e seus ministérios

4- Diagnóstico da inflação

5- Ação do governo em relação ao trigo e ao petróleo

6- Resultado do PIB e da inflação ao final de 1963

7- Objetivo e Resultado da Missão de Santiago Dantas aos EUA em 1963

A

O contexto do Plano Trienal = A experiência parlamentarista duraria até o final de 1962, tendo incluído, ainda, três primeiros-ministros distintos (pela ordem, Auro de Moura Andrade, Brochado da Rocha e Hermes Lima). No plebiscito realizado a 6 de janeiro de 1963 sobre o regime de governo, o então presidente Goulart saiu vitorioso. Antes, porém, em meio à deterioração do quadro econômico, era
publicado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social

** Embora tenha sido planejado durante o período parlamentarista, o Plano Trienal foi implementado durante o período PRESIDENCIALISTA! **

O plano é considerado ortodoxo em relação aos aspectos inflacionários. No entanto, como buscava também um alto crescimento ao mesmo tempo, é considerado um plano GRADUALISTA.

Liderança de Celso Furtado como Ministro Extraordinário do Planejamento e Santiago Dantas como Ministro da Fazenda durante o governo JANGO

Objetivos do Plano = O Plano Trienal, apesar de elabora por Celso Furtado, o mais influente economista brasileiro ligado à tradição estruturalista da CEPAL, caracterizava-se por diagnóstico bastante ortodoxo da aceleração inflacionária do Brasil, enfatizando o excesso de demanda via gasto público como sua causa mais importante. Especificamente:

1- garantir taxa de crescimento do PIB a 7% a.a, próximo à média dos anos anteriores; (abordagem gradualista)

2- reduzir a taxa de inflação para 25% em 1963, visando alcançar 10% em 1965; (abordagem gradualista, sem choques)

3- garantir um crescimento real dos salários à mesma taxa dos ganhos de produtividade;

4- realizar a reforma agrária como solução não só para a crise social como para elevar o consumo de diversos ramos industriais; e

5- renegociar a dívida externa para diminuir a pressão do seu serviço sobre o balanço de pagamentos.

Para Furtado, a crise econômica por que passava o país era, antes de mais nada, uma crise do modelo de desenvolvimento, e que só poderia ser superada “com o aprofundamento do próprio modelo, ou seja, com a ampliação do mercado interno, através da reforma agrária e de outras políticas voltadas à redistribuição de renda”

Teve como pano de fundo a queda da taxa de crescimento da economia em 1962 (para 6,6%, contra 8,6% em 1961), bem como o agravamento do quadro inflacionário (com a inflação, medida pelo IGP, atingindo 6,3%, ou mais de 100% anualizados, em dezembro de 1962).

Lançado oficialmente em 30 de dezembro de 1962, seu objetivo mais geral era conciliar crescimento econômico com reformas sociais e o combate à inflação (impossível). Nas palavras de Furtado, o Plano Trienal era um desafio, que visava demonstrar “(…) contra a ortodoxia dos monetaristas, esposada e imposta pelo FMI, que era possível conduzir a economia com relativa estabilidade sem impor-lhe a purga recessiva”

Seguiu-se ao anúncio do Plano um salto no índice de preços industriais por atacado de mais de 20% em janeiro e 11% em fevereiro, possivelmente com base em expectativas de imposição de controle de preços.

Em meados de janeiro de 1963 o governo anunciou aumentos do trigo e de derivados de petróleo de 70% e 100%, resultantes da abolição de subsídios, bem como o reajuste de tarifas de transportes urbanos.

O Plano Trienal é fortemente criticado inclusive por setores de esquerda (crítica a busca de ajuda dos EUA), sindicatos, organizações patronais

Além dos cortes de gastos públicos foram estabelecidos limites nominais de expansão de crédito ao setor privado de 35%, quanto a taxa inflacionária anual equivalente era de 60%, e aumentando o depósito compulsórios dos bancos comerciais nas Autoridades Monetárias de 24% para 28% dos depósitos à vista.

O plano não foi bem-sucedido porque não se atingiu nenhum dos objetivos = crescer a média de 7%, baixar a inflação para 10%, aumentar salários reais, realizar a reforma agrária e renegociar a dívida externa para corrigir o BP (FRACASSO TOTAL), provocando mais recessão, inflação e desgaste antes de gerar qualquer efeito ou benefício, gerando a substituição de San Tiago Dantas e Celso Furtado por Carvalho Pinto e a extinção do Ministério do Planejamento de Furtado / o plano foi anunciado e os preços se elevaram instantaneamente

O plano trienal NÃO atenuou a desaceleração do PIB e contribuiu para sua contração (em 1963, o PIB cresceu apenas 0,6%) (o plano queria crescer e controlar a inflação e não conseguiu nenhum) / a inflação sobe de 45,6% para 69,9% em 12 meses (1963)

O combate à inflação, durante o plano Trienal, não contou com congelamentos de preços. O diagnóstico realizado pela equipe foi de inflação tradicional, ou seja, de demanda. Para estabilizar preços contrações de demanda foram adotadas ao mesmo tempo que que se buscava o aprofundamento do processo de substituição das importações para aumento da oferta e reativação da capacidade ociosa existente desde o Plano de Metas

Visava também uma Reforma Bancária (criação de um Banco Central e de um Banco Rural – não foi executada)

Restrição Externa = Enquanto isso o Brasil buscava solução para os problemas do balanço de pagamentos. Em março de 1963, foi enviada uma missão a Washington, tendo à frente o ministro da Fazenda, San Tiago Dantas. Ao final, dos quase US$ 600 milhões solicitados pelo Brasil, Dantas não conseguiu mais de US$ 84 milhões para liberação imediata e US$ 400 milhões gradualmente, não ficando claro o que seria gradualmente. A pouca receptividade do governo dos Estados Unidos ao pleito brasileiro deve ser creditada, porém, a seu descontentamento com a chamada Política Externa Independente, praticada pelo Brasil (aproximação do Brasil com Cuba e outros países socialistas, no apoio ao anticolonialismo na África e à discussão, na ONU, sobre o ingresso da República Popular da China naquela organização).

No final de abril, João Goulart retrocede em relação a ortodoxia do plano e adota medidas como:

O subsídio às importações de trigo e de derivados do petróleo foi reintroduzido. Iniciaram-se as negociações
com o funcionalismo público na base de 70% de aumento, e não de 40% como havia sido acordado com o FMI, sendo finalmente concedidos 60%. O salário mínimo foi reajustado em 56,25%. A inflação voltou a acelerar, mantendo-se em patamar elevado até o fim de 1963. Após a metade de 1963, há adoção de uma política monetária expansionista.

Em 31 de março de 1964 teve início a rebelião militar que, com amplo apoio do empresariado, da classe média e respaldo ou omissão da maioria parlamentar,
pôs fim a Terceira República. O remendo constitucional de 1961 e seu corolário, o referendo de 1963, mostraram-se insuficientes para impedir a ruptura da legalidade constitucional.

252
Q

PRECEDENTES DO GOLPE DE 1964

1- Cinco ações de João Goulart que contribuíram para o golpe

2- Nome da Marcha conservadora

3- Porcentagem da inflação e do crescimento do PIB ao final de 1963

A

Diante dos fracasso das tentativas de João Goulart, houve abando da ortodoxia econômica = presidente decidiu restituir os subsídios ao trigo e ao petróleo em abril (que haviam sido abolidos em janeiro de 1963), aumentou em 60% os vencimentos do funcionalismo e reajustou o salário-mínimo em 56%, gerando a aceleração da inflação = substituição dos ministérios + descontroles das contas públicas + permanências dos déficits no BP + continuidade da redução da entrada de capitais + por fim, desaceleração econômica (medidas contracionistas do plano trienal + fatores estruturais relacionados à perda de dinamismo do processo de substituição de importações) + intensificação da polarização (invasões de terras + expropriações de empresas estrangeiras) = reações em massa pelos conservadores (Marcha pela Família com Deus pela Liberdade em SP)

Final de 1963 = inflação próxima à 80% / PIB desacelerando fortemente (0,6% no ano) / indústria desacelerando e com escassez de energia, crédito e greves / greves ocorrendo pela corrosão dos salários reais puxadas pela inflação / lei de remessa de lucros barrava entrada de capitais / tentativa de mais uma reforma cambial (Instrução 263 da SUMOC = simplificação do mercado de divisas) / desvalorização de 61% do cruzeiro / JANGO encampou refinarias particulares / desapropriou terras beneficiadas por investimento público sem discutir com o Congresso / aumento da polarização / politização das forças armadas (crescia setores de esquerda nas bases do exército)

A Crise econômica (desaceleração) de 1962-1967 derivou de INADEQUAÇÃO institucional, política monterária restritiva do Plano Trienal e do PAEG, capacidade ociosa existente e esgotamento do dinamismo gerado pelo Plano de Metas. Além disso, a dificuldade de incorporar parcelas crescentes da população ao mercado consumidor foi arrolada, por economistas da tradição cepalina, como um dos fatores que determinava o baixo crescimento da economia (Crious-se grande quantidade de bens de consumo duráveis que não eram acessados por parcelas da população).

31.03 = início da rebelião militar apoiada pelo empresariado, classe média e omissão parlamentar

253
Q

Castelo Branco (1964)

1- Nome do Plano Econômico lançado

2- Dois resultados da reforma tributária

3- três resultados da reforma monetária-financeira (dois bancos criados) ***

4- Tipo de ação cambial adotada a partir de 1968

5- Diagnóstico da Inflação

6- Nome dos Ministros do Planejamento e da Fazenda

7- Política salarial adotada no período

8- 3 medidas de ampliação da abertura da economia

9- Crescimento médio do milagre possibilitado pelo PAEG (1968-1973)

10- Porcentagem do PIB de Manaus de responsabilidade da Zona Franca HOJE

11- Três componentes do ajuste salarial

A

Assume e impõe o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) *** (assunto quente, vtc) – revolução institucional (reformas de base) - visando sanear as contas externas e a inflação por meio da redução do déficit público, ampliação da receita (reforma tributária), restrição do crédito, arrocho salarial, aumento da taxa de juros, gerando falências e consequente aumento da capacidade ociosa (PF e PM contracionistas)

Foi realizada uma reforma tributária que gerou aumento da arrecadação (FGTS, PIS)

Reforma monetário-financeira = criação do BACEN + ORTN (títulos públicos) + sistema e bancos para habitação + reforma no mercado de capitais

Reformas na política externa para atrair capital estrangeira e sanear as contas externas

** uso também de minidesvalorizações cambiais a partir de 1968 para estimular exportações **

PAEG reduziu a inflação e preparou o terreno para o milagre / “O diagnóstico sobre a inflação, […], centrava-se no excesso de demanda. Este era explicado em função da tendência ao déficit público, da elevada propensão a consumir (decorrente da política salarial frouxa dos períodos anteriores - os chamados “arroubos populistas”) e também da falta de controle sobre a expansão do crédito. (GREMAUD et al. Economia Brasileira Contemporânea, 7ª ed., p.376).

Resumo da ópera = Reforma tributária (Constituição de 1967), reforma no sistema financeiro e monetário (Banco Central), incentivo à exportação, aproveitamento da capacidade ociosa e financiamento habitacional /

O sucesso do Plano PAEG (1964-67) está mais associado ao conjunto de transformações institucionais impostas ao país do que ao controle inflacionário / foi o PAEG quem criou o Banco Nacional de Habitação – BNH ***

PAEG = política fiscal e monetária restritiva, bem como uso do arrocho salarial, restrição do crédito e aumento da taxa de juros

Lembrar da equipe = CAMPOS E BULHÕES = ROBERTO CAMPOS – Planejamento & Octavio Gouveia de Bulhões – Fazenda = ortodoxia = durante todo o governo Castello Branco = combate GRADUAL à inflação, expansão das exportações, retomada do crescimento / Explícito alinhamento com o sistema norte-americano da Aliança para o Progresso (OPA de Kennedy) (caiu tps 2021) / Integração aos centros financeiros internacionais; Abertura ao capital estrangeiro;

A política econômica de todo o período 64-73 privilegia os lucros em detrimento dos salários (aumento da desigualdade) / a ideia era Não permitir que os reajustes salariais realimentem a inflação = os reajustes foram determinados por uma circular (circular 10 de 1965) que determinava os salários do serviço público, a qual se refletiu no setor privado / QUEDA DOS SALÁRIOS REAIS E NOMINAIS NO PERÍODO - não havia como reclamar, sindicatos e protestos suprimidos / criou-se o FGTS (Fundo de Garantia por tempo de Serviço), visando uma poupança forçada para proteção no caso de demissão ou situações especiais (compra de imóvel) / Em contrapartida, as empresas poderiam demitir a qualquer momento

Reforma tributária = Uso da rede bancária para arrecadação; Criação do ISS (imposto sobre serviços) – municipal; Substituição do imposto estadual sobre vendas (sobre faturamento) pelo ICM (sobre circulação de mercadorias – incidente sobre o valor adicionado); Ampliação da base de incidência do IRPF (imposto de renda pessoa física) = AUMENTO SUBSTANCIAL DA CARGA TRIBUTÁRIA

Reforma Financeira = criação do Conselho Monetário Nacional (1964) (COPOM), Banco Central do Brasil (1964), substituição da SUMOC, Banco do Brasil torna-se Banco Comercial (crédito de médio e longo prazo), Bancos de Desenvolvimento regionais e estaduais (atuação similiar ao BNDE, porém regional e estadual), SFH – Sistema Financeiro de Habitação, ** Criação da ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) para os títulos públicos ** (é o início da indexação oficial do governo, inserção de juros e correção monetária nos contratos brasileiros que agravariam a inflação inercial nos próximos anos)

AMPLIAÇÃO DO GRAU DE ABERTURA DA ECONOMIA AO CAPITAL EXTERNO (CASTELO BRANCO), por meio de (caiu tps 2021):

(1) Regulamentação da lei 4.131/62 para permitir a captação direta de recursos externos por empresas privadas nacionais;

(2) Resolução 63 do Bacen – regulamenta a captação de empréstimos externos por bancos nacionais (aqui deixa de se falar em SUMOC e passa a falar de BACEN);

(3) Mudança na lei sobre investimentos estrangeiros. Objetivo: facilitar a remessa de lucros (tornando-nos mais atrativos)

CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTERNOS (PRIVADO E PÚBLICO) + FACILITAÇÃO DAS REMESSAS DE LUCROS

Essa enxurrada de capitais externos aumenta massivamente o endividamento brasileiro

CONSEQUÊNCIAS DO PAEG:

1968-73: política monetária expansiva. Vigoroso crescimento: crescimento médio de 11,1%. Redução gradual da inflação e do desequilíbrio externo. Milagre econômico

Para aumentar a eficiência e a competitividade do sistema financeiro, a reforma do período 1964-1967, além de permitir a captação direta de recursos externos pelas empresas privadas nacionais, modificou a legislação, para facilitar remessas de lucros para o exterior, contribuindo, assim, para ampliar a abertura da economia ao capital externo.

A reforma tributária do governo de Castelo Branco visava instituir um mecanismo que propiciasse um crescimento em bases racionais. Para tanto, estabeleceu como fundamento do imposto o valor adicionado e com isso eliminava a ocorrência de tributos em cascata.

Na área correspondente à Zona Franca de Manaus (ZFM), criada no governo do presidente Castelo Branco, aproximadamente 600 empresas gozam de incentivos fiscais especiais, que são parte de um plano geoeconômico para impulsionar o desenvolvimento da região Norte do Brasil. Atualmente, a ZFM responde por aproximadamente 50% do PIB amazonense (dados de 2012)

O funcionamento da ZFM pressupõe isenções de impostos de importação e de exportação, sendo o modelo do fluxo circular da renda, portanto, inadequado para explicá-lo. - CERTO - O modelo do fluxo circular da renda tradicionalmente é fechado e desconsidera o Governo.

política salarial = demanda desproporcional em relação a oferta = inflação de demanda = salários públicos e privados acima do tolerável = diminuir salários reais, poder de compra, significava conter a demanda, combater a inflação. Em 1965, foram lançados os critérios de reajuste salarial para administração pública = o salário deveria ser uma média dos últimos 24 meses com acréscimo de produtividade mais a metade da inflação prevista para o ano seguinte + o reajuste só seria anual, independente da inflação mensal + pouco espaço para luta sindical. Após esses reajustes, os trabalhadores tiveram perdas de 11% do poder de compra já em 1965, seguido de continuidade das perdas, gerando achatamento salarial. A inflação caiu de 92% em 1964 para 25% em 1967, chegando em 15% em 1973 (fim do milagre e nova tendência de ascensão inflacionária)

AJUSTE SALARIAL = média dos 24 meses passados + produtividade + metade da inflação prevista para o ano seguinte

Enquanto o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), relativo ao período 1964-1966, e o Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED), relativo ao período 1968-1970, eram documentos sem caráter legal que traduziam objetivos do Poder Executivo, o Programa Nacional de Desenvolvimento (PND) foi convertido em lei, após tramitação e aprovação no Congresso Nacional – CERTO – PAEG E PED NÃO ERAM LEI, MAS PND SIM!

A estratégia de combate à inflação do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) utilizou medidas híbridas (hetero e ortodoxas) (segundo André Lara Resende em a Ordem do Progresso), porém o diagnóstico era ortodoxo (inflação de demanda)

DIAGNÓSTICO = ORTODOXO
COMBATE (PAEG) = HETERODOXO

A reforma tributária do governo de Castelo Branco visava instituir um mecanismo que propiciasse um crescimento em bases racionais. Para tanto, estabeleceu como fundamento do imposto o valor adicionado e com isso eliminava a ocorrência de tributos em cascata – CERTO - Foi dessa época, também, a criação do CGC e do CPF para a identificação e controle do contribuinte (Cadastro Geral de Contribuinte e Cadastro de Pessoa Física)

O IC (Imposto de Consumo) deu lugar ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O IVC (Imposto de Vendas e Consignações) foi substituído pelo ICM (Imposto de Circulação de Mercadorias). O Imposto do Selo, que vinha dos tempos do Império, foi eliminado e, em seu lugar, surgiu o IOF-Imposto sobre Operações Financeiras.

A Instrução nº 113 (importação sem cobertura cambial de Eugênio Gudin) foi suspensa junto com a SUMOC em 1965 onde foi instituída o BACEN. Porém, pode-se considerar que a partir de 1960 a Instrução perdeu efeito pela queda de investimentos sem a cobertura cambial.

As duas principais linhas do PAEG eram: reformas estruturais e combate a inflação. Uma das principais mudanças realizadas pelo plano foi a publicação da Lei 4.728, que reformou o mercado de capitais, definindo regras de atuação dos demais agentes financeiros.

254
Q

RESULTADOS DO PAEG

1- Duração do PAEG

2- Resultado na redução da inflação (1964 e 1969)

3- Resultado de crescimento do PIB (1963 e 1968)

4- Elevação da carga tributária (1963 e 1967)

5- Redução do déficit do governo

6- Dois setores maiores tomadores de créditos externos no período

7- Classificar o diagnóstico e forma de combate da inflação segundo critério de ortodoxia e heterodoxia

8- Três critérios do reajuste salarial do período

A

1964-67: marcado pela implementação do PAEG + reformas estruturais. Comportamento stop and go. Crescimento médio do PIB: 4,2% a.a

Objetivos gerais atingidos: reduziu a inflação, aumentou o PIB e conteve déficits

1) Reduzir a inflação de aprox. 100% a.a. no início de 1964 para aprox. 20% em 1969 (- 5x) (objetivo gradualista, pois 20% ainda é alto)

2) Crescimento do PIB: 1963: 0,6% - em 1968 – 9,8%

3) Forte elevação da carga tributária: de 16% do PIB em 1963 para 21% em 1967

4) CONTENÇÃO DOS DÉFICITS DO GOVERNO – foi a mais bem-sucedida das políticas! (cai de 4,2% do PIB para 1,1% em 1966)

Foi uma reforma regressiva (penalizou mais os mais pobres, pois a maior parte do aumento da arrecadação veio dos impostos indiretos) / Reforma centralizadora: estados e municípios são limitados em seu direito de legislar sobre tributação

POLÍTICAS MONETÁRIAS E DE CRÉDITO AO SETOR PRIVADO – não deram tão certo!

os resultados podem ser creditados a racionalidade + regime autoritário vigente – reformas centralizadoras e regressivas jamais seriam aceitas pelo Congresso sem resistência

A possibilidade de as empresas realizarem empréstimos junto ao sistema financeiro internacional (lei 4.131 do PAEG) e, ao mesmo tempo, a autorização para que os bancos captassem recursos no exterior (resolução 63) e os repassassem ao mercado interno fizeram com que grandes empresas (geralmente multinacionais) e bancos fossem os maiores tomadores de empréstimos externos. Ou seja, o crescimento do endividamento externo brasileiro na época do Milagre Econômico, em sua maior parte, foi causado pelo setor privado

O Conselho Monetário Nacional foi criado no mesmo dia em que o BACEN, durante o PAEG em 31 de dezembro de 1964

Segundo Lara Resende em “A Ordem do Progresso” = A estratégia de combate à inflação do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) baseou-se em diagnóstico HETERODOXO (o diagnóstico, no entanto, era ortodoxo = inflação de demanda )

A partir das principais reformas instituídas pelo PAEG, foi possível resolver alguns problemas institucionais identificados, como a inflação, a lei do inquilinato e a desordem tributária.

política salarial = demanda desproporcional em relação a oferta = inflação de demanda = salários públicos e privados acima do tolerável = diminuir salários reais, poder de compra, significava conter a demanda, combater a inflação.

Em 1965, foram lançados os critérios de reajuste salarial para administração pública = o salário deveria ser uma média dos últimos 24 meses com acréscimo de produtividade mais a metade da inflação prevista para o ano seguinte + o reajuste só seria anual, independente da inflação mensal + pouco espaço para luta sindical. Após esses reajustes, os trabalhadores tiveram perdas de 11% do poder de compra já em 1965, seguido de continuidade das perdas, gerando achatamento salarial. A inflação caiu de 92% em 1964 para 25% em 1967, chegando em 15% em 1973 (fim do milagre e nova tendência de ascensão inflacionária)

SALÁRIOS = MÉDIA DOS 24 MESES ANTERIORES + PRODUTIVIDADE + METADE DA INFLAÇÃO PREVISTA PARA O PRÓXIMO ANO

As duas principais linhas do PAEG eram: reformas estruturais e combate a inflação. Uma das principais mudanças realizadas pelo plano foi a publicação da Lei 4.728, que reformou o mercado de capitais, definindo regras de atuação dos demais agentes financeiros.

255
Q

ECONOMIA ANOS 1967-1973

1- Três governos do período

2- Nome do Ministro da fazenda e do planejamento

3- Crescimento médio do PIB no período

4- Dois tipos de bens produzidos pela indústria

5- Nome do plano econômico (Programa)

6- Ano e porcentagem do maior crescimento do período

7- Fonte de financiamento dos déficits públicos

8- Política cambial adotada a partir de 1968

A

Costa e Silva (morre) e em 1969 assume uma Junta militar, seguido de Médici / podem ser vistos como um único período em termos de política econômica: - Novo diagnóstico dos problemas do Brasil - Altas taxas de crescimento econômico / Aperto monetário e creditício muito forte!

Delfim Netto, Ministro da Fazenda e Hélio Brandão, Ministro do Planejamento – ambos reconhecem o sucesso do PAEG, buscaram crescimento econômico com apoio no SETOR PRIVADO ***

** Entre 1968 e 1973, o PIB apresentou crescimento médio de 11% ao ano, liderado pelo setor de bens de consumo durável e, em segundo, por bens de capital **

“Milagre”, pois combinou crescimento elevado com queda moderada da inflação (relativa estabilidade de preços) e melhora do BP

Bases = os bons resultados são atribuídos às reformas institucionais + a recessão do período anterior + contexto de crescimento mundial + aumento da demanda por bens de consumo duráveis + aumento de crédito ao consumidor + crescimento da construção civil + aumento das exportações (com base em subsídios) + entrada de capitais estrangeiros

Os objetivos principais do governo ficaram claros nas Diretrizes de Governo e no resumo do Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED) – publicados em jul/67 – esse é o nome do plano do milagre = condicionamento da política interna ao desenvolvimento

Em resumo, os objetivos do PED eram: aceleração do crescimento + contenção da inflação

O maior crescimento foi no ano de 1973, totalizando +14%

Criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) – Lei 4.829/65

Fonte do crescimento: Investimentos públicos em infraestrutura

Aumento do investimento das empresas estatais – criação de subsidiárias. 231 novas empresas estatais surgem no período

Demanda por bens duráveis – este setor liderou o crescimento (média anual de 23,6% no período). Houve aumento do endividamento das famílias

Construção civil – graças à expansão do crédito do SFH (sistema de financiamento habitacional), houve maior demanda por habitações. O segmento cresceu cerca de 15% ao ano

Exportações – aumento de 2,5x no valor das exportações ao longo do período. Motivos: crescimento do comércio mundial; melhora dos termos de troca; alterações na política externa. Resultado: melhoria na capacidade de importar / Políticas monetária; de crédito e fiscal cada vez mais expansionistas / O ambiente favorável aos investimentos estrangeiros facilita a obtenção de empréstimos externos / Mantém elevado o nível dos gastos - Principalmente em novos investimentos em infraestrutura! / BNDE = começa a emprestar – e cada vez mais – ao setor privado / Após 1968, mais da metade dos financiamentos vão para o setor privado

Como estavam as contas do Governo? Administração anterior tinha saneado as contas públicas / O financiamento do déficit era feito cada vez mais via emissão de títulos públicos (ORTS)

Câmbio: foi adotada a política de minidesvalorizações cambiais a partir de 1968 (crawling peg), evitando que a inflação (ainda na casa de dois dígitos) causasse uma defasagem cambial significativa (valorização), prejudicasse a balança comercial e, indiretamente, a atividade econômica (estímulo as exportações)

tipo de bens = Vargas = bens não duráveis / JK = durável (veículos) / Milagre = durável e capital

A título de exemplo, durante o milagre, surgiram 231 novas empresas estatais.

256
Q

Milagre Econômico (1968-1973)

1- Dois governos abrangidos e Ministro da Fazenda

2- Taxa média e máxima de crescimento do PIB

3- Crescimento médio da indústria no período

4- Crescimento do setor primário no período

5- Nome do Plano do Milagre (PED)

6- Inflexão em relação ao diagnóstico da inflação

7- Tipo de câmbio adotado

8- Três impostos que garantiram melhora na arrecadação

9- Saldo das transações correntes durante todo o período (positivo ou negativo) e seu motivo

10- Resultado do balanço de pagamentos como um todo no período (positivo ou negativo)

11- 2+ fatores que limitaram o milagre econômico

A

O período do milagre econômico abrangeu os governos de Costa e Silva e Médici, sendo Antônio Delfim Netto o ministro da Fazenda de então. Nesses seis anos, o Brasil cresceu a uma taxa média de 11% ao ano, alcançando um máximo de 14% em 1973, diante de uma média histórica no período pós-guerra até o início dos anos 60 da ordem de 7%.

O crescimento industrial foi particularmente significativo: no mesmo período 1968-1973, a indústria de transformação cresceu à taxa média de 13,3% ao ano, com um máximo de 16,6% em 1973, e a indústria de construção à taxa média ainda mais elevada, 15% ao ano.

O milagre econômico teve dois períodos em relação a industrialização: De 1967-1970 houve expansão do uso da capacidade OCIOSA. Já no período de 1971-1973 houve AUMENTO dos investimentos e da capacidade produtiva!

Também na primeira fase do milagre é possível identificar uma acumulação significativa das reservas internacionais, apesar do crescimento expressivo da dívida externa. O dinamismo do setor industrial foi ampliado pelas exportações de manufaturados, estimuladas pelo realismo cambial propiciado pelas minidesvalorizações

O crescimento econômico no período foi liderado pelo setor industrial – com destaque para os bens de consumo duráveis –, o que, por sua vez, aumentou a dependência externa da economia brasileira em relação à importação de bens de capital.

O crescimento do período foi puxado pela indústria (14% a.a), especialmente pelo setor de bens de consumo duráveis e bens de capital. Também houve influência da construção civil (Sistema de financiamento habitacional) e massivos investimentos públicos (** O Estado correspondia por cerca de 50% do investimento total da economia ** = dezenas de empresas estatais)

DESTAQUE = BENS DE CONSUMO DURÁVEIS + bens de capital e construção civil (menor grau)

O milagre foi foi liderado pelo crescimento do setores de bens de consumo duráveis, bens de capital e construção civil. O rápido crescimento, acompanhado por inflação em queda e equilíbrio no balanço de pagamentos, renderam a alcunha de “Milagre Econômico” ao período.

O desempenho do setor primário da economia também foi muito satisfatório entre 1969 e 1972 (inicio do milagre), mas 1968 e 1973 foram anos de estagnação. Na média, entre estes anos, o setor cresceu à taxa de 4,5%, superando amplamente a taxa de crescimento de população no período, que era da ordem de 3% ao ano. A demanda oriunda do setor rural levou a um forte aumento de produção de tratores, de colheitadeiras combinadas automotrizes e de caminhões. No milagre, houve CRESCIMENTO das exportações agrícolas, dentre os quais se pode destacar a soja.

Em meados de 1968 foi lançado o Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED), cujas prioridades eram: estabilização de preços sem fixar metas, fortalecimento da empresa privada para retomar o investimento, consolidação da infraestrutura pelo governo, ampliação do mercado interno, especialmente bens duráveis.

O financiamento dos investimentos no período se fez, principalmente, mediante poupança DOMÉSTICA. O déficit em conta corrente (poupança externa) financiava em torno de 2-3% do PIB à época.

A inflação manteve-se de 25% a 15% (sem tendência aceleracionista – relativamente estável) *** (A inflação máxima do período foi 25,5% (em 1968) e a mínima 15,6% (em 1973). Fonte: Giambiagi 2005)

Delfim Netto mantém a estratégia gradualista de combate à inflação, com duas mudanças:

  1. A inflação passa a ser vista como inflação de custos *** (em contraste a identificação de inflação de demanda do PAEG). Por isso, as políticas fiscal, monetária e creditícia são afrouxadas.
  2. O combate à inflação deveria ser conciliado com a promoção de crescimento econômico

Baseou-se no diagnóstico de inflação de custos. O PAEG fez controle do CRÉDITO, e o milagre aumentou o crédito ao setor privado.

A nova administração admitia o convívio com certo nível de inflação, que se encontrava na faixa de 20 a 30%, contanto que o ritmo de crescimento dos preços viesse a mostrar, gradualmente, uma tendência à queda. O crescimento a uma taxa mais elevada e a forte demanda global dificultaram o declínio da taxa de inflação.

O controle de preços foi um dos instrumentos de combate à inflação. Por meio do ** Conselho Interministerial de preços **, o governo controlava os preços dos grandes oligopólios industriais e das estatais (ataque a inflação de custos)

Motivos para o controle da inflação durante o Milagre:

A criação da ORTNs funcionou como fonte de financiamento não inflacionária do déficit público, o que ajudou no controle inflacionário do período do Milagre.

Continuidade da política salarial instituída no PAEG, que impunha perdas de salário real, em linha com o diagnóstico de inflação de custos, bem como o controle direto dos preços da economia pelo governo, por meio da Comissão Interministerial de Preços (CIP)

Todos estes fatores foram decisivos para que o elevado crescimento não se refletisse em aceleração da inflação, como seria previsto pela curva de Phillips (trade-off no curto prazo entre inflação e desemprego).

O Milagre Econômico se deu com redução da taxa de inflação e equilíbrio externo, contrariando o que se esperaria da teoria macroeconômica como a Curva de Phillips, segundo a qual a inflação deveria se acelerar, e os modelos de macroeconomia aberta, como o modelo Mundell-Fleming, a partir dos quais um crescimento tão elevado deveria ser acompanhado por déficits na balança comercial como os verificados em diversos episódios anteriores da economia brasileira durante o processo de industrialização por substituição de importações.

Delfim Netto defende que não existiu “milagre”, pois por definição, milagre é um efeito sem causa.

O crescimento ficou entre 10% a 14%, possibilitado pelas reformas institucionais do PAEG + recessão anterior e a decorrente capacidade ociosa industrial + melhoras no setor externo (uso de minidesvalorizações cambiais = crawling peg) + Melhora na arrecadação (PIS/COFINS/ICMS)

Diferente do PAEG, aqui as medidas tomadas para a política fiscal e monetária foram expansivas

A balança comercial oscilou entre positiva e negativa no período, no entanto o saldo das transações correntes foram muitos negativos em todos os anos devido a entrada de capital estrangeiro, pagamento de juros e envio de lucros ao exterior

EVITANDO DÉFICITS:

Política cambial de minidesvalorizações mantidas, auxiliando nas exportações para contrabalancear as altas importações As resoluções 63 do CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL e a Lei 4131 (aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores) foram importantes canais de captação de recursos externos.

Ocupação de TODA a capacidade ociosa / o período foi caracterizado por maior dependência externa, crescimento de déficits em transações correntes (NÃO confundir com balança comercial / aumento da dívida externa) / houve aumento da parcela de trabalhadores com mais de 50 horas semanais de trabalho, aumento do uso de mão de obra feminina e infantil (pela diferença salarial)

O milagre também foi viabilizado pela grande liquidez de recursos no mercado internacional, em particular, de “eurodólares” (taxa de juros reais de 2% a.a, segundo Giambiagi)

Durante o Milagre Econômico, não houve preocupação com o controle da demanda agregada. Foi adotada a teoria da inflação de custos, segundo a qual, a principal causa da inflação não é o aumento da demanda, mas, sim, o aumento dos custos. Desta forma, ocorreu o afrouxamento sobre o controle da demanda

A melhora no resultado fiscal durante o período conhecido como “milagre econômico” possibilitou que a expansão monetária ocorrida no período se efetivasse sob a forma de um aumento do crédito concentrado no setor privado - CERTO (errei 2x) - O setor privado foi beneficiado tanto da liquidez de dólares do sistema internacional quanto do incentivo dado pelo governo.

Embora a política fiscal do “milagre” tenha seguido as orientações anteriores do PAEG, o mesmo não ocorreu com a política monetária que se apresentou expansiva. A reforma financeira do PAEG facilitou o crédito ao consumidor e a tônica do crescimento econômico do período foi no consumo de bens duráveis, adquiridos, em grande medida, devido a seus altos valores, pela expansão do crédito (política monetária expansionista). O ajuste fiscal do governo também restringia a absorção do crédito destinado ao setor público, concentrando-o no setor privado

** Durante o período conhecido como “milagre econômico”, a realização de investimentos públicos foi conciliada com uma redução no deficit primário ***, pois foi efetivado com forte participação de empresas estatais e, nessa época, a contabilização desse deficit não incluía o resultado dessas empresas

** Observação: Nós vimos que houve grandes déficits em transações correntes, no entanto, devido ao aumento da dívida externa e captação de capital estrangeiro, a conta de capitais do balanço de pagamentos sempre esteve positiva e mais que compensou o déficit em transações correntes. Desta forma, o balanço de pagamentos como um todo apresentou saldos superavitários entre 1968 e 1973. Assim, não houve piora nas contas externas ** CONTA CAPITAL COMPENSAVA A CONTA TRANSAÇÕES CORRENTES (esse é um dos motivos de chamar “milagre”, conciliou crescimento com saldo no BP positivo)

** Alterou a ênfase em uma inflação de demanda para uma inflação de custos, diferente do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) **

Combate a inflação de CUSTOS no Milagre:

Dessa forma, foram adotados controles de preços regulados pela Comissão Nacional de Estabilização de Preços (CONEP) e pela Comissão Interministerial de Preços (CIP) que tabelavam preços públicos

Como a inflação era vista como de custos (oferta insuficiente, portanto), a estratégia inicial de combate passou a envolver medidas de redução de custos, entre os quais os custos financeiros e de alimentos (estes últimos, através de estímulos à expansão da produção no campo).

Foi criada a Comissão Interministerial de Preços (CIP), à qual os empresários deveriam submeter pedidos de reajustes de preços, que deveriam ser justificados com base no aumento de custos. Assim, o governo tinha uma forte influência sobre os reajustes de preços.

Outro fator de controle inflacionário via custos foi a política salarial restritiva, com a repressão aos sindicatos e ao poder de negociação dos trabalhadores, que levou a um forte controle dos salários reais, que não acompanharam o crescimento da produtividade da economia (concentração da renda) (só possível por ser uma ditadura = achatamento salarial)

Além das medidas tradicionais: redução dos déficits públicos, pela reforma tributária do PAEG e pela política fiscal restritiva que o acompanhou, bem como que o financiamento do déficit que deixou de ser via emissão monetária e se dar pela venda de títulos públicos, que ofereciam ganhos reais, pela indexação à taxa de inflação, com a criação das ORTNs (obrigações reajustáveis do tesouro nacional).

Após 1968, mais da metade dos recursos do BNDE são dirigidos ao setor privado / As estatais utilizaram, principalmente, recursos externos e fundos para-fiscais

O crescimento econômico ocorrido durante o chamado milagre econômico foi acompanhado por queda da inflação e por superávits no balanço de pagamentos (questão certa CESPE) - apesar disso, a balança comercial e das transações correntes terem piorado, o BP como um todo foi superavitário, devido a entrada de capitais internacionais na conta financeira

O período caracterizou-se pela redução da participação da agropecuária no PIB, devido, principalmente, ao forte crescimento da indústria (questão certa CESPE) (o agro cresceu nos três primeiros anos (+4,5 a.a), mas não tanto quanto a indústria (+13% a.a)

Os reajustes salariais foram restringidos e passaram a ser corrigidos por fórmulas oficiais do governo.

6 Fatores que alavancaram o “milagre” econômico:

  1. Existência de capacidade ociosa no setor industrial (chegando a 100% do uso, ou seja, plena capacidade entre 1972-1973)
  2. Controle de preços, inclusive salarial
  3. Financiamento da expansão econômica através da captação de recursos externos (eurodólares) (a dívida externa triplicou de 1966 até 1973)*
  4. Melhora do Balanço de Pagamentos (entrada de capitais supera os déficits em conta corrente, gerando superávits e possibilitando a criação de reservas) (o investimento externo direto triplicou no período)
  5. Expansão dos meios de pagamento e do crédito para o setor privado para estimular a demanda (Sistema Financeiro de Habitação) (Criaram-se subsídios adicionais, facilidades creditícias e reduziram-se entraves burocráticos para aumentar as exportações)
  6. Política agrária, com expansão da produção atrelada a subsídios (farto volume de crédito subsidiado + mecanização da agricultura)

*Ainda que o influxo de recursos externos tenha contribuído para a formação de capital, esta foi financiada, em boa parte, por recursos internos.

Em 1968, ano em que se introduziu a política de minidesvalorizações cambiais e que a política salarial passou a ser menos restritiva, os controles de preços assumiram caráter compulsório.

Fatores que limitaram o “milagre” econômico: Aumento da dependência externa nos setores de bens de capital e petróleo + Aumento da dependência no setor financeiro, dada a política de endividamento + Rápida expansão das importações e da dívida externa. Todos esses fatores vieram à tona com o primeiro choque do petróleo, em 1973

A inflação máxima do milagre foi 25,5% (em 1968) e a mínima 15,6% (em 1973) – já caiu CESPE

** Brasil era dependente da importação de petróleo, desvalorizar o câmbio iria criar uma forte pressão inflacionária – CERTO

O crescimento econômico ocorrido durante o chamado milagre econômico foi acompanhado por queda da inflação e por superávits no balanço de pagamentos – CERTO - Apesar da balança comercial e das transações correntes terem piorado, o balanço de pagamentos como um todo realmente teve superávit.

A título de exemplo, durante o milagre, surgiram 231 novas empresas estatais.

São três acontecimenos que dão origem a palavra MILAGRE: crescimento do produto, queda da inflação e superávit no BP (a tendência seria aumentar as importações com o o crescimento). Esses três acontecimentos contrariam a curva de philips e o modelo mundell-fleming. O que explica a ocorrência “milagre” são as fortes intervenções do governo em todos os aspectos, não prevista nessas teorias.

De 1968 a 1973, houve aumento positivo da entrada na conta capital, da variação de reservas e da dívida bruta externa

O conhecido problema da restrição externa ou estrangulamento externo do processo de industrialização por substituição de importações, pelo qual o crescimento da economia acaba levando à necessidade de aumento das importações de bens de capital e insumos intermediários, limitando o crescimento pela escassez de divisas, foi contornado pela política de mini-desvalorizações cambiais. Por esta política, a moeda doméstica era desvalorizada periodicamente, conforme a diferença entre a inflação doméstica e a inflação dos EUA. Isso possibilitou a manutenção da balança comercial em equilíbrio. O crescimento das exportações também se deveu a incentivos fiscais e creditícios diretos à exportação, além disso, o IED quadriplicou em relação ao período do PAEG. Tudo isso gerou acúmulo de reservas.

– Em geral, o período foi caracterizado por forte centralização política, com o Estado intervindo
fortemente na economia, seja controlando reajustes de preços e salários, seja na produção e investimento via empresas estatais, seja via política econômica (monetária, creditícia e cambial).

A forte intervenção estatal foi
o principal elemento a explicar a superação das restrições econômicas, atuando diretamente nos
investimentos ou criando mecanismos para o setor privado elevar suas inversões e aumentar a taxa de crescimento, no controle direto dos preços e salários da economia para evitar a inflação, bem como controlando o câmbio para manter a competitividade e dando incentivos fiscais e creditícios para elevar as exportações e evitar o desequilíbrio externo, o que foi facilitado ainda pela conjuntura internacional favorável
à entrada de poupança externa.

257
Q

Síntese do Milagre Econômico (1968-1973) (10+)

A

crescimento + superávit no bp (mas não na balança comercial) + inflação estável (15-25% = A melhora fiscal veio na esteira da aceleração do crescimento econômico e na criação de mecanismos arrecadatórios adicionais como o PIS/Cofins + alterado o diagnóstica para inflação de custos + déficits em transação corrente + superávit na conta capital e no BP como um todo) + endividamento do setor privado + grande expansão real da moeda e do crédito, e esse último foi canalizado para o setor privado / O que mais cresceu no milagre = Indústria puxado pela demanda INTERNA (13% ao ano) (consumo das famílias e infraestrutura), seguido do setor terciário e com estagnação do setor primário (+4,5% em um período de crescimento populacional de 3%).

Os desequilíbrios no “milagre brasileiro” manifestaram-se, de um lado, pelo menor crescimento da produção agrícola com relação ao crescimento do setor industrial e, por outro, no maior crescimento da indústria de bens de consumo duráveis*** com relação ao crescimento da indústria de bens de capital.

De 1968 a 1970, houve leve superávit da balança comercial. De 1971 a 1973, houve déficits na balança comercial devido ao aumento das importações.

O Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED), de 1968-1970, entende que as pressões de demanda haviam sido enfrentadas não as de custo. Estas passaram a ser alvo durante a vigência do PED.

CONSEQUÊNCIAS RUINS DO MILAGRE:

Uma característica importante do crescimento do Milagre foram os desequilíbrios intersetoriais, pelo rápido crescimento da indústria de bens de consumo duráveis que não foi acompanhado pelo crescimento da produção de bens de capital e insumos intermediários, elevando a dependência da importação destes itens. Importante destacar também que houve um rápido crescimento da dívida externa

Outra característica fundamental do crescimento do Milagre Econômico foi o aumento das desigualdades regionais e pessoais, tanto no campo (com a modernização conservadora) quanto nas cidades, tendo como elemento importante a política de controle salarial e proibição de greves, especialmente após o AI5.

258
Q

I Plano Nacional de Desenvolvimento (PDN)

1- Ano de lançamento

2- Principal objetivo

3- Motivo e ano do fim do primeiro PND

A

Lançado em 1971, em meio ao milagre / apelidado de “projeto de Brasil potência” = buscava modernizar a economia e foi o único a ser transformado em lei pelo Congresso, diferente do PAEG e do PED

Objetivo: manter o país entre as dez economias de maior PIB, elevando a colocação do Brasil no ranking dos países ocidentais, do 9º lugar para o 8º lugar

O I PND tinha por objetivo colocar o Brasil entre as nações desenvolvidas no espaço de uma geração. Para tanto, seria necessário duplicar a renda per capita do país até 1980 e elevar o crescimento do produto interno bruto (PIB) até 1974 com base numa taxa anual entre 8% e 10%

Convocou o empresariado brasileiro a participar de setores estratégicos do desenvolvimento / os recursos eram previstos pelo BNDE, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e outros

Destaque para a tecnologia nuclear e o programa de pesquisas em urânio e qualificação de pessoal de nível superior / A crise do petróleo de 1973 interrompe o ciclo e promove uma mudança de rumos na economia, era praticamente o fim do PND

259
Q

Fim do Milagre

1- Conflito que gera a crise do petróleo

2- Em quantas vezes foi aumentado o preço do barril

3- Efeito no BP e duas consequências

A

O choque do petróleo (Guerra do Yom Kippur) (aumentou 4x o valor do barril) acarretando em déficits no BP (que era superavitário até 1973) (sofrendo consequências da retração do comércio internacional), queimando nossas reservas internacionais e revelando o elevado grau de vulnerabilidade externa da economia BR

Choque do petróleo = efeito no Brasil diretamente – pagando preços mais altos pelo petróleo (80% do total consumido internamente era importado) + Aumento excepcional dos juros internacionais + aumento da dívida pública e da inflação + crescimento acelerado das importações (atrofia do setor de bens de produção), acentuou os desequilíbrios do BP + Crescente aumento das remessas de lucros, juros, dividendos, etc.

Em 1969, Das 10 empresas mais lucrativas no Brasil, 7 eram multinacionais, 3 eram estatais, nenhuma privada / No entanto, a fase de expansão já dava nítidos sinais de esgotamento bem antes da crise internacional, por exemplo, na exacerbação da inflação, que voltou a se elevar a partir de 1972

Como o Brasil comprava MUITO petróleo, o choque “converteu uma situação de dependência externa em um quadro de restrição externa a partir de 1974 - capacidade de importar restrita em um momento de necessidade

260
Q

II Plano Nacional de Desenvolvimento (1974-1979)

1- Governo responsável pelo plano

2- Efeitos na dívida externa até 1980

3- Setor que passa a se endividar (inflexão)

4- Meta de crescimento do PIB e da indústria

5- Tipo de dólares e de juros utilizados nos empréstimos (inflexão)

6- Tipo de bens a serem produzidos

7- 5+ obras ou projetos realizados à época

8- 3+ fontes de financiamento do Plano

9- Efeito gerado pela inflação na carga tributária à época

10- Principal forma de investimento público do período

A

Resposta de Geisel à crise internacional e ao fim do milagre / é um aprofundamentamento do processo de substituição das importações com base no capital estrangeiro / é um plano de desenvolvimento e crescimento [caro]) *** (VTC cai muito)

Grande liquidez internacional a juros altos (petrodólares) = Dívida externa cresce: 1970: US$ 5,3 bi -> 1974: US$ 20 bi -> 1980: US$ 64,2 bi (mais de 10x em 10 anos)

O plano visava estimular exportações e diminuir importações, mudanças estruturais na industrialização em busca do estímulo à produção de bens capitais ** (não é bens de consumo), descentralização do investimento abrangendo grande parte do território nacional, diferente do milagre aqui quem começou a se endividar não foi o setor privado, mas o público (houve crescimento BR de 4,6-9% ao ano de 1974 a 1979)

A meta do plano era manter o crescimento econômico na faixa dos 10% ao ano e o crescimento industrial no patamar dos 12% ao ano sob um ALTÍSSIMO CUSTO pós choque do petróleo, trocando o eurodólares pelos petrodólares, o custo passou a ser alto

Para realizar o II PND, o Estado foi assumindo um passivo, para manter o crescimento econômico e o funcionamento da economia / o Plano significou uma alteração completa nas prioridades da industrialização brasileira do período do “Milagre” econômico / a dívida externa cresceu rapidamente no período 74/79 pois houve amplo acesso à recursos dos superávits dos petrodólares aplicados no sistema financeiro internacional, esses empréstimos eram contraídos com taxas de juros flutuantes, o que não era um problema até 1973 dado as baixas taxas de juros causadas pela intensa liquidez

A nova estrutura de oferta deveria ser pautada na produção de bens de capital e insumos. Entre estes insumos, temos o petróleo, energia elétrica, alumínio, zinco, minério de ferro, carvão, etc

PND e Plano de Metas são planos que mudaram o Brasil, segundo a professora

O PND foi um pacote de investimentos = Petróleo (Ampliação da produção interna) + Energia elétrica - Expansão da geração através da construção de hidrelétricas (Itaipu) e usinas nucleares (Angra) + Insumos industriais - Aço - Petroquímicos - Metais não ferrosos + Infraestrutura - Expansão - Ex: Ferrovia do aço - Projetos rodoviários + Expansão do setor para aumento da produção de máquinas e equipamentos + Proálcool - Criado em 1975 - Programa do Governo Federal

ITAIPU (inaugurada em 1984, como a maior hidrelétrica do mundo até 2008) - TUCURUÍ - BALBINA - TRANSAMAZÔNICA - ANGRA - PONTE RIO-NITERÓI - PROJETO DE MINA DE FERRO CARAJÁS -

A ideia era elevar o Brasil à posição de “potência intermediária” (mais humilde que o I PND = Brasil potência)

Perseguia-se também a transformação das matrizes energéticas e de transportes

SIDERURGIA, PETROQUÍMICA, METAIS NÃO FERRROSOS, PAPEL E CELULOSE, BENS DE CAPITAL, ENERGIA (PETRÓLEO, ÁLCOOL E ENERGIA ELÉTRICA)

Houve foco no desenvolvimento de indústrias por intermédio da estratégia de substituição de importações, tendo como objetivo a abertura de novas frentes futuras de exportações

Financiamento do II PND = BNDE + PIS (programa de integração social) + PASEP (Fundo Único do Programa de Formação do Patrimônio do Setor Público) + Impostos + Empréstimos Externos

o Plano estabeleceu metas para a agricultura: expansão da fronteira agrícola, principalmente para o Centro-Oeste, e modernização das culturas nas áreas já cultivadas

Diante do impacto do I choque do petróleo, Geisel lançou o II PND, em fins de 1974, com o objetivo de promover um ajuste estrutural da oferta de longo prazo simultaneamente à manutenção do crescimento econômico aliado ao endividamento externo para financiar os déficits em conta corrente elevados (** ou seja, NÃO utilizou a desvalorização do cambio para induzir o redirecionamento do mercado **)

No II PND, a carga tributária foi reduzida pela corrosão inflacionária sobre as receitas públicas. Houve uma deterioração da situação fiscal do Estado (FIQUE ATENTO!) = Efeito Oliveira-Tanzi

Segundo Vasconcelos (2002), no II PND: O agente principal das transformações foram as estatais - realizando seus investimento geraram demanda que fez o setor privado investir.

“Esse novo perfil de atuação do governo na economia, através das estatais, explica a compatibilização do forte crescimento dos investimentos governamentais com a manutenção de superávits primários nas contas públicas e com uma carga tributária estável durante toda a fase de implementação do II PND” Economia Brasileira e Contemporânea, Giambiagi, 2011

Sob a regência do II PND, o controle sobre o reajuste de preços e tarifas foi uma das causas do aumento no endividamento externo das empresas estatais.

No início do governo Geisel, as reservas internacionais aumentaram em reflexo ao momento vivido pela economia brasileira - CERTO - TPS 2021

O II PND (1975-1979) visava à substituição de importações com ênfase na indústria de base e de insumos básicos, visto que essa medida contribuiria para superar as dificuldades do balanço de pagamento do país, em virtude de uma conjuntura internacional recessiva

No final dos anos 70 do século XX, a aceleração das pressões inflacionárias resultou, em parte, do aumento dos preços públicos, da desvalorização cambial e da indexação salarial, realizados no âmbito da heterodoxia delfiniana – CERTO

O aumento das taxas de juros mundiais e as rígidas políticas monetárias estadunidenses tiveram um impacto maior sobre as contas nacionais brasileiras do que o declínio nas relações de troca provocado pela segunda crise do petróleo – CERTO

As empresas estatais sofreram restrição ao crédito interno e contenção tarifária forçando-as ao endividamento externo. Esse endividamento externo das estatais cobria o “hiato de divisas”. Portanto, não houve elevação da carga tributária no período que era corroída pela inflação (não eram os tributos que financiavam os investimentos públicos, mas as empresas públicas com empréstimos externos).

“Esse novo perfil de atuação do governo na economia, através das estatais, explica a compatibilização do forte crescimento dos investimentos governamentais com a manutenção de superávits primários nas contas públicas e com uma carga tributária estável durante toda a fase de implementação do II PND” Economia Brasileira e Contemporânea, Giambiagi, 2011

261
Q

Pós II PND (1979)

1- Quatro acontecimentos externos de 1979

2- Um acontecimento Interno que auxilia a deterioração do BP

3- Primeiro resposta brasileira a conjuntura – ministro e sua ação

4- Segunda resposta para fazer frente a crise – ministro, sua ação e consequências

5- Dois motivos para elevação do juros dos EUA e nome do Acordo assinado em 1985

A

Endividamento com taxas de juros flutuantes tornaram-se um problema com a revolução islâmica no Irã em 1979 e a invasão do Irã pelo Iraque em 1980, gerando o segundo choque do petróleo / também é o momento que os EUA elevam sua taxa de juros e atraem enormes montantes de capital, reduzindo a liquidez internacional em detrimento dos países em desenvolvimento / Soma-se a isso em 1978 – SECA = queda do produto agropecuário + Necessidade de importar alimentos (+ de US$ 1 bilhão) / tudo isso gera a deterioração do BP / intensa deterioração dos termos de troca na década de 80 (commodities tiveram o preço em queda e petróleo em alta) / Portanto, são 4+ fatores para explicar a crise da dívida (flutuante) - lembrar

Tudo isso gerou ALTA INFLAÇÃO, alta de juros e piora nas relações de troca, déficits no balanço de pagamentos

A primeira resposta veio com um choque ortodoxo (Ministro Mario Henrique Simonsen) atribuído ao excesso de demanda interna (inflação tradicional), visando combater a inflação em detrimento do desenvolvimento econômico

Sem a implementação do choque, ocorre a substituição por Delfim Netto com medidas de cunho misto com objetivo de controlar a inflação e manter o desenvolvimento, porém, acabaram por causar: aceleração inflacionária, intensificação da crise, deterioração das contas externas, ampliação da dívida externa, perda de reservas, acentuação da especulação, fuga de capitais, retração do sistema financeiro para bens físicos e reais, arrocho salarial ligado à política de indexação, desestímulo à demanda interna, redução de impostos e captação de recursos externos, maxidesvalorização cambial (controle de câmbio – não era flutuante)

A crise que levou o país à década perdida foi, na maior parte, decorrente do aumentos das taxas internacionais de juros (+3 fatores), o que culminou na falência do modelo nacional-desenvolvimentista implantado no Governo Geisel, que financiava o desenvolvimento interno com investimento externo.

1979 = Choque do Petróleo = Invasão do Irã pelo Iraque = aumento da inflação e da concorrência de produtos japoneses e alemães em relação aos EUA, o que gerou o aumento dos juros internos como principal ferramenta de política monetária para conter a inflação, acarretando na crise da dívida nos países latinos e impactando todo o mundo. / Para “corrigir” as distorções de câmbio foram assinados os acordos de Plaza em 1985 / Com os acordos de Plaza, o dólar foi desvalorizado, revertendo essa tendência importadora da economia americana e trazendo consequências sérias para algumas economias, especialmente a japonesa / The Plaza Accord failed to help reduce the U.S.–Japan trade deficit, but it did reduce the U.S. deficit with other countries by making U.S. exports more competitive

No período de 1981 a 1984, o ajuste adotado, cujos efeitos foram a elevação da taxa básica de juros e a desvalorização cambial, promoveu efeito recessivo na economia brasileira. O governo federal passara a emitir títulos (endividar-se) como forma de cobrir os deficits em caixa e “esterilizar” a entrada de divisas.

Com os planos de estabilização ortodoxos adotados entre 1981 e 1984, foi possível estabilizar o problema de balanço de pagamentos – CERTO

Segundo a tese da economia em marcha forçada, de Antônio Barros de Castro, o endividamento do II PND criou as condições para a solução dos próprios problemas gerados, na medida em que houve sucesso em substituir importações de diversos insumos intermediários, economizando divisas para pagar o serviço da dívida na década seguinte.

Na década de 1980 observou-se um processo de estatização da dívida externa, por meio do crescimento do endividamento com relação a organismos multilaterais e agências governamentais, e por meio da transferência de parte da dívida externa do setor privado para o setor público. * Também houve limitação dos investimentos das empresas estatais foi iniciativa adotada para conter o déficit público (Boa parte do endividamento nos anos 1970 veio das empresas estatais e suas dívidas passaram a ser controladas a partir de 1979, quando passaram a integraram a dívida pública) *

262
Q

Governo João Figueiredo (1979-1984)

1- Três fases do PIB durante seu governo

2- Três motivos para a crise no BP (2 externos e 1 interno)

3- Quantidade de cartas enviadas ao FMI

4- Dois ministros da fazenda do período (MD)

5- 2+ medidas econômicas de Delfim Netto

6- Alteração na política de desvalorização cambial

7- Presidente dos EUA após 1982 e política monetária realizada

8- Ano de resolução do problema no Balanço de pagamentos

A

Reversão da absorção de recursos externos (2ª Crise do Petróleo) / transformação em transferência de recursos para o exterior pelo pagamento de serviço e amortização parcial da dívida externa (saneamento e aumento do juro) / O comportamento do PIB pode ser dividido em 3 fases:

1979-1980: elevadas taxas de crescimento -> 1981-83: recessão -> 1984: recuperação, liderada pelas exportações

Passa a crise externa de 1979-80 = choque do petróleo + redução da liquidez internacional pelo aumento do juros dos EUA + grande seca no BR = déficits no BP

Governo caracterizado por inflação inercial (230% em 6 anos), queda da atividade econômica e pedido de apoio ao Fundo Monetário Internacional para a correção de desequilíbrios externos / A Dívida externa rompeu os 100 bilhões pela primeira vez, em relação ao FMI, foram 7 cartas ao longo de 2 anos

Momento de baixa Liquidez Internacional = fim dos créditos fartos com juros baixos / fim de uma era de desenvolvimento apoiado no endividamento externo / fim do processo de industrialização por substituição das importações

Simonsen entendia que a única maneira de controlar os desequilíbrios no BP é com um ajuste recessivo (ortodoxia). Não encontra apoio e renuncia em agosto / Delfim Netto volta – e fica no cargo até o final do governo Figueiredo.

Delfim gera uma MAXIDESVALORIZAÇÃO do cruzeiro de 30%, duas vezes e gera aprovação da nova lei salarial. Instituiu a SEMESTRALIDADE dos reajustes e reajuste diferenciados por faixas de salários (antes anuais)

Maxidesvalorização cambial + correção das tarifas públicas + novas regras salariais (reajustes semestrais) = aceleração da inflação (inercial)

** Além disso, a maxidesvalorização cambial rompeu a regra das minidesvalorizações, que vinha acontecendo desde final dos anos 60) e provocou grande perda dos ativos financeiros e fuga de ativos **.

O sistema financeiro reagiu fortemente, pois os recursos foram direcionados para especulação com estoques, via antecipação de importações / Nesta fase, ainda não se recorre ao FMI / o diagnóstico permanece sendo o excesso de demanda no começo desse governo

** EUA = após 1982 (Choque do petróleo e crise dos subdesenvolvidos), ascensão de RONALD REAGAN em 1980 / EUA vinha perdendo competitividade no mundo, o que gerava piora nas contas externas / 1979: FED (Paul Volcker) adota política monetária restritiva para conter a tendência de desvalorização do dólar (tendência desde a adoção do câmbio flutuante em 1973) e gera a elevação do juros do FED (aumento muito a dívida dos países em desenvolvimento) / Ascensão de economistas LIBERAIS&raquo_space; Universidade de Chicago = o problema americano é o excesso de Estado – era a semente do Consenso de Washington **

A Aceleração inflacionária reduz a arrecadação = Efeito Tanzi ou Oliveira-Tanzi (gap entre tributar e receber) / O governo de João Figueiredo foi caracterizado por inflação inercial, queda da atividade econômica e pedido de apoio ao Fundo Monetário Internacional para a correção de desequilíbrios externos / momento de impossibilidade de empréstimos externos devido a baixa liquidez relacionada a 2ª crise do petróleo (fim do desenvolvimento com endividamento externo)

A política adotada nos anos 80 e 81 teve como focos a limitação do crescimento nominal dos investimentos das empresas estatais e a centralização dos recursos orçamentários pelo Tesouro (DIMINUIÇÃO DOS INVESTIMENTOS NAS ESTATAIS E CENTRALIZAÇÃO)

** O governo de João Figueiredo procurou manter a continuidade do processo de democratização (lenta, gradual e segura), aumentar o poder de compra do salário mínimo e implantar um grande programa de habitação popular. Apesar de seu esforço, esse governo ficou marcado pela crise da dívida externa ** (o diabo mora nos detalhes)

A política adotada nos anos 80 e 81 teve como foco a limitação do crescimento nominal dos investimentos das empresas estatais e a centralização dos recursos orçamentários pelo Tesouro – CERTO - Os tempos de créditos fartos a juros baratos no mercado internacional acabavam ali

A senhoriagem real foi um tipo de financiamento do déficit público utilizado, no Brasil, do início dos anos 1980 até meados dos anos 1990 - CERTO

Entre 1981 e 1984, houve elevação da dívida/PIB. Momento de grande recessão econômica e déficit fiscal, foi o único momento da década em houve elevação da relação dívida/PIB - CERTO

Com os planos de estabilização ortodoxos adotados entre 1981 e 1984, foi possível estabilizar o problema de balanço de pagamentos – CERTO

Na década de 1980 observou-se um processo de estatização da dívida externa, por meio do crescimento do endividamento com relação a organismos multilaterais e agências governamentais, e por meio da transferência de parte da dívida externa do setor privado para o setor público.

A despeito da crise do setor externo que se avolumava, em 1979-80 o governo adotou uma política expansionista (maxidesvalorização), acompanhada de programa de estabilização inconsistente. Entre 1981 e 1983 foram adotadas medidas severas de contração econômica, visando conter a demanda interna para reduzir as importações e tornar mais atraentes as atividades exportadoras; visavam, também, conter a inflação. Essas políticas tiveram os efeitos desejados sobre a crise do setor externo, mas não conseguiram controlar a inflação

263
Q

CRISE DA DÍVIDA EXTERNA (1980-1984)

1- Citar 3 causas nacionais e 3 internacionais

2- Dois principais ministros do período (MD)

3- Dois efeitos do aumento dos juros dos EUA

4- Três medidas econômicas adotadas por Delfim Netto

5- Três medidas realizadas para corrigir o BP

6- Três resultados da política de Delfim

7- Origem da inflação inercial do período (1964)

8- Ano das Diretas Já (como um reflexo do descontentamento econômico)

A

II PND – II CHOQUE – ALTA DE JUROS INTERNACIONAIS – ESCASSEZ DE CRÉDITO MUNDIAL – AUMENTO DAS DESPESAS COM A DÍVIDA - REDUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES - ELEVAÇÃO DO DÉFICIT EM CONTA CORRENTE (impossibilidade de compensação pela conta capital como de costume)

Período da obra “A economia brasileira em marcha forçada” – Antonio Barros de Castro e Francisco Eduardo Pires de Souza

  • 1981-1982: Ajuste Recessivo
  • 1983-1984: recuperação, puxada pelas exportações (1983 é o ano da virada de chave, ou seja, melhora nas contas externas, muito devido à maturação dos investimentos do II PND)

A alcunha de década perdida e os resultados ruins obtidos a partir de 1983, se devem muito mais a fatores internos do que externas a essa altura). Portanto, a década se divide em duas partes: problemas externos e problemas internos.

II PND = Do governo Geisel até os primeiros anos do governo Figueiredo, o principal efeito esperado era o aprofundamento do tipo de desequilíbrio gerado durante o “milagre”, ou seja: aumento do déficit em transações correntes, decorrente da inevitável expansão das importações de bens de capital e insumos durante a realização dos novos investimentos.

Parte das dificuldades que marcaram a economia brasileira na década de 1980 pode ser atribuída à ousadia do II PND – mais especificamente à ousadia da estratégia de endividamento externo que o viabilizou (economia em marcha forçada)

Triplo efeito do Choque do petróleo = BR passa a importar a inflação dos países desenvolvidos (insumos) + impactos no BR geradas pelas medidas recessivas adotadas nos desenvolvidos (escassez de divisas e aumento dos juros)

II CHOQUE = INFLAÇÃO (pass through) + ENDIVIDAMENTO (JUROS) + EMPRÉSTIMOS (AUSÊNCIA)

A Crise da Dívida Externa passa a ser o principal ponto de estrangulamento da economia (período da insolvência Polonesa e Argentina, além da moratória Mexicana no setembro negro de 1982 = gerando retração do fluxo financeiro aos países em desenvolvimento

Insolvência = incapacidade de pagamento
Moratória = suspensão do pagamento

1979 = Equipe Econômica = M. H. Simonsen, ministro do Planejamento: comando central da política econômica na gestão Figueiredo.

O novo contexto exigia do Brasil novas e rápidas medidas de ajuste externo. Ajuste recessivo se impunha como única forma de controlar o grave desequilíbrio do BP.

Porém, ocorriam críticas e resistências no setor privado e até dentro do governo. Essas pressões culminaram com a renúncia de Simonsen em agosto, sendo, então, substituído por Delfim Netto, que comandou a política econômica até o fim do governo Figueiredo.

1979 = Segundo Choque do Petróleo = Impactos sobre a balança comercial brasileira e sobre a inflação / Buscando conter os efeitos inflacionários, os bancos centrais dos países industrializados, em geral, elevaram suas taxas básicas de juros (ascensão de Paul Volker nos EUA e Margareth Tatcher no UK = olhar fiscalista da economia)

O aumento dos juros americanos levou ao aumento de déficits em conta corrente de duas formas:

1) Elevação do déficit em conta corrente por meio da redução das exportações

2) Aumento das despesas com o serviço da dívida.

O choque, portanto, trouxe sérias dificuldades à manutenção do equilíbrio da BP, dificuldades essas que se somavam a escassez de crédito mundial

A obtenção de novos créditos era cada vez mais difícil e os prazos para pagamento cada vez mais apertados. O país, que nos anos anteriores, principalmente durante o II PND, optou pelo crescimento baseado no equilíbrio do BP pela conta capital, com a obtenção de empréstimos no exterior, sofreu uma forte reversão após o segundo choque do petróleo:

Dificuldade de rolagem da dívida e, somado a já deficitária conta corrente, gerando a impossibilidade de o país honrar seus compromissos.

Diagnóstico de Delfim = excesso generalizado de demanda, um desajuste de preços relativos que distorcia a distribuição dessa demanda entre diversos setores. Para tanto, as medidas de controle monetário já estabelecidas foram reforçadas, gerando taxas negativas de crescimento do M1 e do crédito no biênio 1979-80 (política monetária e credítica restritiva). Além disso, ** foi determinada uma maxidesvalorização cambial, de 30% nominais, em dezembro de 1979 **

No biênio 1979-80, a recessão, de fato, foi evitada (o PIB cresceu à taxa média de 8% ao ano no período), por uma combinação de aumento das exportações e “crescimento inercial” dos investimentos públicos e privados do II PND, que estavam sendo finalizados.

Observação: A OPEP não é propriamente a responsável pelo 2º choque do petróleo, como no primeiro. Foi a revolução no Irã e depois a guerra Irã-Iraque. A OPEP até aumentou a produção em 1979

Reféns da dívida e sem ter a quem recorrer, fomos obrigados a buscar superávits por meio da contenção da demanda agregada, aumento da taxa de juros interna, desvalorização da moeda (busca exportar e evitar importações), subsídios à exportação, etc. / gerando uma profunda recessão 1981-1983, queda da renda per capita, porém houve êxito na busca de superávits externos (resultado Record em 1984) - solução do balanço de pagamentos

A redução das taxas de crescimento econômico e a desvalorização da taxa de câmbio permitiram a geração de superávits comerciais necessários para pagar os encargos da dívida externa / No período, houve grande queda na renda per capita, o que certamente reduziu a demanda por bens importados.

A desvalorização cambial também aumentou o preço dos bens importados, diminuindo ainda mais sua demanda - entre os elementos que explicam a geração de superávits comerciais, para fazer frente aos pagamentos da dívida externa no período, está a diminuição da absorção doméstica

Em 1984 e 1985 já apresentávamos melhores taxas de crescimento!

A inflação apresentou tendência aceleracionista, principalmente entre 1982 a 1984, quando ela saiu de 100% ao ano, em 1982, para 223,8% ao ano, em 1984 – passando a ser o principal vilão / De fato a inflação brasileira era de custos (apesar do diagnóstico errado feito pelas autoridades governamentais, no sentido de que a inflação era causada pelo excesso de demanda), causada pelo choque do petróleo e pelo aumento das taxas de juros internacionais. No entanto, o câmbio utilizado durante o período não era fixo e, sim, flutuante, tanto é verdade que foram realizadas algumas desvalorizações cambiais no período / O problema externo passou a ser interno, culminando na década perdida

Resultados da política heterodoxa de ajustamento de Delfim = queda do PIB, da renda per capita, perda de reservas internacionais / aumento da inflação e do nível de endividamento / alta dos juros / melhora a situação do comércio exterior - Profunda reversão no saldo da BC.

Déficit em 1980 -> Superávit a partir de 1981 -> 6,5 bilhões de superávit em 1983 e recorde de 13 bi em 1984 (queda das importações + estímulo às exportações + influências dos sucessos do PND)

A correção monetária nasceu com a ORTN com o governo militar lá em 1964 (financiar déficits com títulos corrigidos contra a inflação do período). Ela é a origem da indexação brasileiro (inflação inercial) / No ambiente instável do período 1981-84, porém, a indexação da dívida tornou-se uma armadilha para o governo: a aceleração da inflação, as correções cambiais, a política de juros altos e, paralelamente, as Resoluções 432 e 230 (que estatizaram a dívida) mantinham o déficit nominal e, portanto, a dívida pública, em crescimento mesmo diante da política fiscal restritiva / as políticas fiscais restritivas tinham pouco efeito por causa da retração da economia e pelo efeito Tanzi

Assim, apesar da política fiscal restritiva, o déficit nominal do governo e a dívida pública mobiliária federal subiram, respectivamente, para 24,6% e 14,3% do PIB em 1984

1984: DIRETAS JÁ = resposta a distensão lenta, gradual e segura = desemprego preocupante, inflação insistente = a população começava a enxergar na democracia uma solução para todos os problemas. “ Foi nesse clima que terminou o Regime Militar e se iniciou a Nova República, com a esperança de fazer os ajustamentos sem impor sacrifícios à população. ” Gremaud

Observação: A estabilização do balanço de pagamentos foi alcançada com os planos de inspiração ortodoxos do início da década de 1980 (Correto - CESPE) - INFLEXÃO NO BP DE 80 PARA 81 COM DELFIM NETO E A ORTODOXIA!

Os planos econômicos criados anteriormente ao Real, embora não tenham alcançado o objetivo final de estabilização econômica do país, impediram, ao menos, o caos da hiperinflação. (Correto - Cespe)

No Brasil, no período de 1981 a 1984, o ajuste adotado, cujos efeitos foram a elevação da taxa básica de juros e a desvalorização cambial, promoveu efeito recessivo na economia brasileira.

A política adotada nos anos 80 e 81 teve como foco a limitação do crescimento nominal dos investimentos das empresas estatais e a centralização dos recursos orçamentários pelo Tesouro – CERTO - Os tempos de créditos fartos a juros baratos no mercado internacional acabavam ali

Com os planos de estabilização ortodoxos adotados entre 1981 e 1984, foi possível estabilizar o problema de balanço de pagamentos – CERTO

O sistema financeiro da habitação está entre os setores que mais sofreram impactos negativos da aceleração inflacionária ocorrida no início da década de 80 – CERTO - Por questão de defasagem dos valores acordados contratualmente (deteriorado pela inflação).

A estabilização do balanço de pagamentos no início dos anos 1980 foi alcançada com os planos de inspiração ortodoxos*** do início da década em questão. Com o fracasso da tentativa de ajuste heterodoxo (1980), a partir de 1981, a estratégia da política econômica passou a ser reduzir a demanda interna (absorção interna) para gerar grandes superávits comerciais (reduzindo importações e dando margem para maior exportação) para pagar os serviços da dívida e equilibrar a conta corrente.

Foram utilizados: a redução do déficit público; aumento da taxa de juros; restrição ao crédito; redução do salário real; desemprego; desvalorização real do cruzeiro; elevação do preço dos derivados do petróleo; contenção de alguns preços públicos, subsídios e incentivos à exportação.

264
Q

GOVERNO SARNEY (1985-1989) (20+)

1- contexto político e econômico

2- 4 propostas discutidas sobre a origem da inflação

3- planos de estabilização do governo Sarney

4- origem das melhoras econômicas (PIB e balança comercial)

5- diagnóstico da inflação dos planos

6- caracterização da política econômica Sarney

A

NOVA REPÚBLICA / após a morte de Tancredo Neves / esperanças econômicas pautadas na democracia (remédio para todos os males)

Contexto = Problema da Inflação / 1984, ganha força o movimento por eleições “Diretas Já” / 20 anos de Regime Militar

No imaginário de milhões de brasileiros: = democracia = fim da inflação = retorno do crescimento e redistribuição de renda.

** Embora frustrantes do ponto de vista do combate à inflação, esses planos colaboraram para que se verificassem momentos de rápido crescimento. De fato, a expansão acumulada do produto no período de 1985-89 foi de quase 25% **

O problema mais visível da economia brasileira era, dessa forma, a inflação que, mesmo nos anos de fraco desempenho do PIB (1981/83), não cedia.

Já em 1980, a inflação havia superado os 100%. Mais grave, após a maxidesvalorização de 1983, a inflação havia se acelerado, atingindo 224% em 1984.

Diante desse comportamento, fortalecia-se a tese de que o princípio da correção monetária, introduzido no Plano de Ação Econômica do Governo (Paeg), tornara-se um elemento de dificuldade para o combate à inflação (fator inercial), porém 4 propostas sob a inflação eram discutidas:

(1) “Pacto Social”, proposto por economistas do PMDB e da Unicamp;

(2) o “Choque Ortodoxo”, defendido, sobretudo, por alguns economistas da FGV;

(3) o “Choque Heterodoxo” de Francisco Lopes, da PUC-Rio = pacto de adesão compulsória: um congelamento de preços.

(4) a “Reforma Monetária” de André Lara Resende e Pérsio Arida, ambos também da PUC-Rio.

Para Pérsio Arida e André Lara Resende, o congelamento “engessava” a economia, eliminando o mecanismo de autorregularão dos mercados via preços e causava várias distorções alocativas.

A ideia alternativa, que ficou conhecida como “Proposta Larida”, em homenagem aos dois autores, era desindexar a economia através da introdução de uma moeda indexada que circularia paralelamente à moeda oficial brasileira.

Os planos de estabilização da Nova República (Cruzado, Bresser, Verão) seguiram a proposta de congelamento, ao passo que o Plano Real (1994) adotou a proposta “Larida” com algumas importantes modificações.

As primeiras medidas de combate à inflação anunciadas pelo governo da Nova República possuíam caráter ortodoxo, como o ajuste fiscal e o controle monetário – CERTO - No início da Nova República (1985) prevaleceram as ideias do Ministro da Fazenda Francisco Dorneles (contenção monetária e fiscal). Pouco tempo depois, ainda em 1985, devido a aceleração da taxa de inflação, Dorneles foi substituído por Dilson Funaro, também partidário de um plano de combate à inflação via congelamento de preços e salários. Em fevereiro de 1986 foi anunciado o plano cruzado.

O Plano Cruzado só foi adotado no segundo ano do governo Sarney, pelo ministro da Fazenda, Dílson Funaro, que substituíra Francisco Dornelles em agosto de 1985.

Graças ao crescimento acelerado dos preços na primeira metade dos anos 80 do século XX, o combate à inflação transformou-se em meta prioritária da política econômica do governo Sarney (1985- 1989), dando origem a três planos de estabilização consecutivos: o Plano Cruzado, o Plano Bresser e o Plano Verão. Os três planos mostraram-se incapazes de reduzir as taxas de inflação, que apresentaram variação negativa somente no ano de 1986. A taxa anual de crescimento dos preços, medida pelo IGP, praticamente dobrou de 1985 a 1987 e de 1987 a 1988. O fracasso desses planos tem sido atribuído, em especial, a interpretações errôneas e(ou) incompletas das verdadeiras causas da inflação.

A economia estava bem melhor em 1984: Crescimento de 5,4% em 1984 e 7,8% em 1985 + Melhoria substancial das contas externas + Redução do desequilíbrio das contas públicas + Balança comercial passou de déficit de US$ 2,8 bi em 1980 para superávit de US$ 13,1 bi em 1984 + o Déficit operacional reduziu-se de 6,3% (81) do PIB para 3,0% em 1984. + Aumento das reservas internacionais (1985, US$ 11,6 bi)

As causas para a melhora foram: amadurecimento do PND, maxidesvalorização cambial realizada em 1983 (2x feita por Delfim), recuperação da economia americana, preço do petróleo e dólar em queda (momento internacional favorável)

Nesse sentido, o maior problema da economia brasileira passa a ser a inflação

Discussões sobre a origem e natureza da inflação no Governo Sarney:

1) PACTO SOCIAL (PMDB e Unicamp) +
2) Choque Ortodoxo (FGV) +
3) Choque Heterodoxo (Francisco Lopes – PUC Rio) + 4) Reforma monetária (André Lara Resende e Pérsio Arida = LARIDA (PUC-Rio)) /

TODOS concordavam que era necessário desindexar / / Os planos econômicos aplicados ao Brasil no período 1980-1990 são baseados nos planos heterodoxos da Teoria Inercialista da Inflação

Lançamento de 3 planos de estabilização (Cruzado, Bresser e Verão) / Momentos de rápido crescimento (expansão de 24% no período todo, concentrada nos dois primeiros anos) / todos os planos são HETERODOXO e marcam o início dos diagnósticos de inflação inercial *** /

PLANO CRUZADO – CRUZADINHO (cruzadinho e cruzado II) – CRUZADO NOVO II – BRESSER – VERÃO

Indexação Salarial: O Plano Cruzado estabeleceu uma nova regra de indexação salarial (o gatilho salarial).

O Plano Bresser, por sua vez, estabeleceu a URP como forma desindexação salarial.

O Plano Verão, pelo menos no início, converteu os salários pela média dos últimos 12 meses mais a aplicação da URP (Por que isso era ruim para os salários? Com a redução da inflação, o salário era subindexado&raquo_space; PERDA PERMANENTE = ruim para os trabalhadores)

O insucesso das políticas de combate à inflação na primeira metade da década de 80 abalou a credibilidade das teses de que a inflação brasileira era causada por superaquecimento da demanda, o que levou às políticas de combate à indexação que ficaram conhecidas como choque heterodoxo, de que é exemplo o Plano Cruzado

** (Inflação de demanda (Plano Trienal) -> Inflação Inercial (Plano Cruzado) -> Inflação Inercial e de demanda (Plano Bresser = hetero e ortodoxo) **

** A principal característica de todo o governo Sarney foi um grande descontrole das contas públicas, com aumento nos déficits operacionais e crescimento do endividamento interno, a prazos mais curtos, com giro diário, e cuja necessidade de rolagem inflexibilizavam a taxa de juros. Isso levava à adoção de uma política monetária, que visava a sustentação de taxas de juros reais elevadas, endogeneizando a oferta monetária e rompendo a possibilidade de controle da política monetária. Verificava-se a ausência de qualquer mecanismo de política econômica, pois tanto a política fiscal como a monetária tornaram-se prisioneiras da rolagem da dívida externa.” **

Todos os planos do governo José Sarney identificaram a inflação como inercial e utilizaram o congelamento de preços para combatê-la; todavia nenhum desses planos foi bem-sucedido. O Plano Bresser foi um plano híbrido, pois adotou tanto a heterodoxia (congelamento de preços por 3 meses) quanto a ortodoxia (contenção da demanda) para combater o aumento de preços /

A estabilização do balanço de pagamentos foi alcançada com os planos de inspiração ortodoxoso da década de 1980 (questão certa cespe) (inclusive houve um superávit de 1 bilhão no primeiro ano do plano cruzado), alterando a problemática para INFLAÇÃO e não o mais o BP.

Cruzado, Bresser, Verão e Collor I e II foram planos econômicos que se basearam no congelamento dos preços, mas tiveram diferenças, tais como: o “gatilho salarial”, no Plano Cruzado; reajustes corretivos de preços para evitar problemas de abastecimento, no Plano Bresser; desvalorização significativa da taxa de câmbio, no Plano Verão; e confisco de dois terços dos ativos financeiros da população, no Plano Collor I. Exceto o Plano Real, todos os demais planos de estabilização contaram com congelamento de preços, ainda que este tenha variado em amplitude e duração.

265
Q

4 Discussões sobre a origem e natureza da inflação no Governo Sarney (apenas leitura)

A

1) “Pacto Social” > economistas do PMDB e Unicamp = inflação era fruto de um conflito entre os diversos setores da sociedade por uma maior participação na renda nacional (conflito distributivo). Bastaria que todos concordassem em não aumentar seus preços por um determinado período para acabar com a inflação.

2) “Choque Ortodoxo” > economistas da FGV = Base teórica: teoria quantitativa da moeda / Inflação: causada pela excessiva expansão monetária / Causa da inflação: excessivo gasto público. Estado estaria muito grande / o programa do FMI não deu certo porque foi aplicado de forma incompleta e ineficiente / Seria necessário promover um CHOQUE ortodoxo! (corte de gastos, aumento de impostos, corte das emissões e de títulos, desindexação (sem falar como), liberalização total de preços)

3) “Choque Heterodoxo” > Francisco Lopes (PUC-Rio) = novidade dos ano 1980 = inaugura os inercialistas = A partir de determinado momento, a inflação adquire certa autonomia (após um primeiro “CHOQUE”, haveria uma “TENDÊNCIA”) / O comportamento inercial ocorre quando a inflação do período passado determina a inflação atual, que determinará a inflação futura / Na ausência de choques, a inflação permaneceria no patamar vigente (a taxa de inflação seria estável) / A inércia é resultante de mecanismos de indexação (correção monetária, salários, câmbio e ativos financeiros) que tendem a propagar a inflação passada para o futuro

4) “Reforma Monetária” > André Lara Resende e Pérsio Arida (PUC-Rio) = a inércia era a variável principal da inflação e não o gasto público / Para eles, os programas do FMI no início dos anos 80 seriam INEFICAZES na estabilização da economia! Isso quer dizer que a inflação brasileira não é fruto de uma demanda superaquecida em relação à oferta!!! O fim da inflação passaria pela desindexação (mas não através de acordo, como o proposto pelo “Pacto Social”) /

Propostas = Promessa de estabilização sem adoção de políticas restritivas de demanda / Para Francisco Lopes, a estabilização poderia ser alcançada através de um pacto de adesão obrigatória: um congelamento de preços / Para Pérsio Arida e André Lara Resende, o congelamento engessaria a economia, eliminando o mecanismo de autorregulação dos mercados através dos preços, causando distorções alocativas / Proposta LARIDA = Desindexar a economia através da introdução de uma moeda indexada que circularia paralelamente à moeda oficial brasileira (Cruzeiro) (desindexar criando um NOVO INDEXADOR) /

Planos Cruzado, Bresser e Verão: adotam a proposta de congelamento (Francisco Lopes)

Plano Real: segue a proposta “Larida”, com modificações.

266
Q

Plano Cruzadinho (1986)

1- contexto

2- objetivo

3- resultado

A

pacote fiscal visando desaquecer o consumo anterior ao plano cruzado – O cruzadinho é um PACOTE FISCAL DO PLANO CRUZADO, tímido, impondo empréstimos compulsórios (impostos) sobre a gasolina, automóveis e passagens aéreas / Busca de melhora FISCAL em 1986

Ele surge em maio ao plano cruzado devido a queda abrupta da inflação e seus resultados: queda real na arrecadação pelo congelamento de preços + indisponibilidade da senhoriagem e do imposto inflacionário após a queda da inflação + manutenção de altos gastos (principalmente serviço público)

Objetivo = desaquecer o consumo e, ao mesmo tempo, financiar um plano de investimentos em infraestrutura e metas sociais, considerado prioritário pelo presidente Sarney.

Devido à expectativa de descongelamento, o plano falhou, pois, houve mais consumo e mais inflação

Resultado: teve pouca eficácia na contenção do consumo. Ao contrário: a expectativa do descongelamento deu um novo impulso à demanda.

267
Q

Plano Cruzado (1986)

1- contexto e ministro da economia

2- diagnóstico da inflação

3- 4 principais características do plano

4- gatilho salarial

5- resultados no curto e longo prazo

6- principais “erros” do Plano

A

Ministro Funaro no Governo Sarney, segundo ano do governo, após ajuste fiscal e demissão do Ministro Francisco Dornelles em 1985 / 1 de 4 planos heterodoxos dos anos 1980 / pensado a partir da inflação de 200% do ano anterior / O Plano Cruzado pautou-se no diagnóstico de que a principal causa da inflação eram as cláusulas de indexação presentes na economia brasileira e resultou na adoção do congelamento de preços como parte da solução para o processo inflacionário (a inflação de demanda estava em descrédito dado as tentativas realizadas nas décadas anteriores)

O Plano Cruzado foi o único plano 100% heterodoxo no combate à inflação da era Sarney : congelou preços e taxa de câmbio por prazo indeterminado

4 principais características:
1) ABANDONO DA ORTODOXIA
2) CONGELAMENTO DE PREÇOS (NUNCA DE SALÁRIOS)
3) REFORMA MONETÁRIA (INSTITUI O CRUZEIRO)
4) CÂMBIO FIXO

Abandono da ortodoxia do primeiro ano de governo e adoção da heterodoxia com mudança de Ministro e subida de Funaro (1 ano de ortodoxia antes de lançar o Plano Cruzado) / Gera nova moeda em detrimento do cruzeiro (reforma monetária) / a moeda cruzeiro vira cruzado / imposição do gatilho salarial ativado toda vez que a inflação chegasse à 20%, gerando um efeito contrário = ampliou a indexação = manutenção do caráter inercial /

** Não houve congelamento de salários, apenas de preços ** (caiu 3x cespe) = Houve a conversão salarial pela média real dos últimos seis meses, acrescida de abono de 8% como regra, sendo o abono de 16,1% para o salário mínimo como exceção → geração de ganho real para os trabalhadores e busca por apoio popular; Os salários passaram a ser reajustados anualmente e “gatilho” seria disparado quando a inflação chegasse a 20% (contradição dentro do Plano);

Congelamento de preços (gerou diminuição da demanda de moedas, ninguém quis ficar com moedas, já que os preços estavam congelados

Taxa de cambio fixada em fevereiro de 1986 (CÂMBIO FIXO) sem uso da maxidesvalorização

Extinção da correção monetária para títulos da dívida pública e demais ativos financeiros por 12 meses

Reforma fiscal em 1985 = aumento da tributação sob o mercado financeiro = política fiscal restritiva, NÃO houve desvalorização cambial (** as contas externas estavam ok, por causa de superávits a partir de 1984 - diferença dos planos anteriores **)

Queda na inflação e apoio popular inicial (fiscais do presidente para fiscalizar o congelamento), como também crescimento econômico gerando aumento de demanda interna e consequente escassez de produtos (carros, leite e automóveis) / ocorrência de ágios e longas filas – principalmente ligados ao congelamento

A queda na taxa de juros gerou fuga de capitais e deteriorou as contas externas / apesar de elementos ortodoxos, houve elementos heterodoxos - aumento da disponibilidade de meios de pagamento na economia, assim como redução das taxas de juros, ou seja, política monetária expansiva / Os mecanismos de proteção à renda do trabalhador, utilizados no Plano Cruzado, incluíram o reajuste automático dos salários e a preservação dos dissídios coletivos

O Plano Cruzado é tido como um plano que, ao contrário dos planos anteriores já vistos (Plano de Metas, PAEG, PND, etc.), foi benéfico às classes pobres e apresentou um efeito redistributivo de renda a favor dos mais pobres, em virtude do gatilho salarial e dissídios coletivos que aumentaram o salário real dos trabalhadores, e da reforma fiscal que aumentou a tributação sobre os ganhos financeiros das grandes empresas (mas gerou fuga de capitais) / levou a um aumento do poder de compra dos salários pelo congelamento e à consequente pressão sobre os níveis de consumo da economia (SUPER CONSUMO)

A base do Plano Cruzado é o diagnóstico da inflação inercial – gerando a criação heterodoxa do gatilho salarial (20%) e os congelamentos

** Após o fracasso do Plano Cruzado, ficou claro que a inflação não era apenas inercial, mas também de demanda (Mista) (principal vitória do plano) ** / Assim, o Plano Bresser incorporou elementos macroeconômicos heterodoxos e ortodoxos ao combate à inflação / O fracasso do Plano Cruzado pode ser atribuído à duração excessiva do congelamento e à deterioração das contas externas /

Desindexação da Economia: as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN) foram extintas e substituídas pelas Obrigações do Tesouro Nacional, cujos valores ficaram congelados
por um ano.

Substituição das ORTNs pelas OTNs&raquo_space; congelamento de seu valor por 12 meses / Proibição de indexação de contratos com prazo menor que 1 ano (tentativa de indexar) /

Resultados ESTRONDOSOS a curto prazo:

1) queda abrupta da inflação gerando grande apoio popular (fiscais do Sarney), congelamento se torna ator principal, crescimento econômico pós-plano / Como a manchete de alguns jornais sintetizava: o “dragão da inflação era de papel”

2) O excesso do congelamento (o dinheiro passou a valer muito, pois não havia aumento de preços) aqueceu a economia exageradamente, ou seja, houve estímulo à demanda agregada: consumo e investimento (medo do descongelamento) , dificultando a continuação do plano

3) A taxa de desemprego caiu de 4,4% em março, para 3,8% em junho.

4) O aumento do poder de compra dos salários, a
despoupança voluntária causada pela ilusão monetária, o declínio do recolhimento do imposto de renda para pessoas físicas, a redução das taxas de juros nominais, o consumo reprimido durante os anos de recessão e o congelamento de alguns preços em níveis defasados em relação a seus custos detonaram conjuntamente uma explosão do consumo.

DEMANDA SUPERAQUECIDA = DESABASTECIMENTO E ÁGIO

QUEDA DA INFLAÇÃO ABRUPTA gera Impactos nas receitas do governo, não podiam contar mais com a SENHORIAGEM (imposto inflacionário) e queda real do valor arrecadado pelos congelamentos + aumento das despesas com a folha de salários do setor público.

Por todos esses desencontros e pioras, o governo lança o “cruzadinho” para regular a política fiscal.

O insucesso das políticas de combate à inflação na primeira metade da década de 80 (anos 70) abalou a credibilidade das teses de que a inflação brasileira era causada por super aquecimento da demanda, o que levou às políticas de combate à indexação que ficaram conhecidas como choque heterodoxo, de que é exemplo o Plano Cruzado

Guarde isso: -Gatilho Salarial; -Congelamento de preços; -Taxa de câmbio fixo; Substituição da ORTN’S pela OTN’S

O chamado plano cruzado, instituído em 1986, tinha por objetivo principal combater a inflação que ultrapassara os 200% no ano anterior e contava com várias condições favoráveis ao seu sucesso, como o acúmulo de reservas cambiais combinado com taxa de câmbio favorável, aprovação recente de uma reforma fiscal e unificação dos orçamentos fiscal e monetário (questão certa cespe) / Justificativa: Acerca das condições favoráveis à implantação do plano cruzado, tivemos a situação externa favorável com bons níveis de reservas internacionais provenientes dos superávits comerciais incorridos entre 1984 e 1986. Ao mesmo tempo, no final de 1985 foi realizada uma reforma fiscal que aumentou a arrecadação tributária e unificou os orçamentos fiscal e monetário.

O aumento do poder de compra dos trabalhadores foi um resultado importante observado no Plano Cruzado.

Principais características do plano:
1- Em alguns aspectos assemelhava-se ao Plano Austral, implementado na Argentina.
2- Os salários se baseariam em uma média dos últimos seis meses (+8% de bônus ou 16% para o salário mínimo)
3- O gatilho salarial, reajuste sempre que a inflação atingisse 20%, visava evitar a perda do poder de compra dos trabalhadores (Acabou servindo como elemento desestabilizador do plano = intensificou a inércia)
4- O plano teve sucesso inicialmente, com redução da inflação para próximo de zero nos primeiros meses após a implantação

No Plano Cruzado, a pressão inflacionária decorrente da expansão dos gastos de consumo e investimento dificultou a manutenção do congelamento de preços.

Erros do plano = diagnóstico puramente inercial, manutenção do gatilho salarial, excessos nas política fiscal e monetária, congelamento exagerado, congelamento não incluía a economia informal, deterioração das reservas pela manutenção de câmbio fixo.

As Letras do Banco Central (LBC’s, criadas em 1986, foram desenvolvidas objetivando a redução do custo de rolagem da dívida pública federal já que o fracasso do Plano Cruzado e a consequente aceleração inflacionária impunha a elevação da taxa de juros para conter a demanda agregada.

268
Q

Plano Cruzado Novo II ou “Cruzado II” (1986)

1- Conteúdo

2- Ano da moratória

A

Não é outro plano, não “enterra” o primeiro (Cruzado) / busca por controle do déficit público por meio de aumento de imposto, o que também falhou e gerou mais inflação, instabilidade financeira e fuga de capitais.

A fuga de capitais e os déficits consecutivos estancaram as reservas internacionais e levou a moratória da dívida em 1987

Tratava-se de um “pacote fiscal” que objetivava aumentar a arrecadação do governo em 4% do PIB, através do reajuste de alguns preços públicos (gasolina, energia elétrica, telefone e tarifas postais) e do aumento de impostos indiretos (automóveis, cigarros e bebidas).

O Cruzado II foi, assim, a válvula de escape para o abandono do congelamento.

O fim do Plano Cruzado ocorreu em fevereiro de 1987, com a decretação da extinção do congelamento de preços.

A moratória de 1987 pode ser considerada como uma fonte automática de financiamento para o setor público, pois teve como efeito a capitalização unilateral dos juros da dívida de longo prazo (Deixou de pagar, capitalizou os juros que pagava)

Tudo isso ocorre após um breve sucesso econômico entre 1980-1985 = inflexão no BP já em 1981, acúmulo de reservas, estancamento da inflação por algum tempo durante o plano cruzado, até que tudo a situação degringola de vez a partir de 1986

Com a moratória, diminuiu ainda mais a entrada de recursos externos no país. Em abril de 1987, com a taxa de inflação ultrapassando o patamar de 20% ao mês, o ministro Dílson Funaro deixou o cargo.

269
Q

Plano Bresser (1987)

1- Ministro responsável

2- Classificação em relação a orto/heterodoxia

3- Diagnóstico da inflação (2)

4- 4 principais medidas do plano

5- Resultado do plano

A

É o 2º de 4 planos heterodoxos dos anos 1980 (Cruzado -> Bresser) / Ministro Bresser Pereira após a queda de Funaro / ainda sob Governo Sarney / Em junho de 1987, o governo anunciou o Plano Bresser de combate à inflação / também teve características de ortodoxia (plano híbrido) / o único plano exclusivamente heterodoxo do período foi o primeiro (plano cruzado) / diagnóstico passa a ser Inflação inercial E DE DEMANDA (diferente do plano Cruzado que era só inercial) *** / Lembrar: “B” de bresser = segundo plano da época

O plano sofre com a sequela do plano cruzado - a “expectativa de congelamento” torna-se um TRAUMA (reajuste prévio dos preços pelos empresários quando a inflação se acentuava por preverem possibilidade de congelamento) o que intensificava a inflação por inércia / Uma importante concepção do Plano Bresser foi o diagnóstico da inflação inercial / Os aprendizados foram em relação a duração do congelamento (que deveria ser curto) e a importação das contas externas favoráveis

Seus objetivos eram deter a ACELERAÇÃO e não a inflação em si, evitando a hiperinflação / Tudo que ocorreu no CRUZADO ocorreu no BRESSER, porém a curto prazo

A inflação inercial relaciona-se à ideia de memória inflacionária, no qual o índice atual é a inflação passada mais a expectativa futura

As 4 medidas do plano foram:

1) congelamento de 3 meses, portanto, de curta duração, em relação a salários, preços e aluguel / O congelamento de salários implementado pelo Plano Bresser teve como diagnóstico o comportamento inercial da inflação (HETERODOXIA)

2) desvalorização cambial através de minidesvalorizações diárias controladas

3) redução do déficit público (ORTODOXIA)

4) política monetária restritiva (ORTODOXIA)

O Plano BRESSER tem elementos HETERODOXOS E ORTODOXO (híbrido), buscando evitar o desastre ou caos que se instalara, é um plano de emergência (no ano da decretação da moratória)!

Somente houve sucesso em obter superávits na balança comercial, de forma que em 1988 foi suspensa a moratória, mas não houve sucesso na desaceleração da inflação!

PRINCIPAIS MEDIDAS

** Mantém as taxas de juros altas para evitar o consumo, alugueis congelados (sem compensação) + Contratos financeiros pós-fixados mantidos. Pré-fixados, com Tablita com desvalorização de 15% a.m. + Criação da URP – Unidade Referencial de Preços (corrigiria o salário dos três meses seguintes a partir de taxa prefixada com base na média geométrica da inflação dos 3 meses anteriores.) (Já caiu) + Congelamento de salários por 3 meses (Resíduo inflacionário pago em 6x) **

Fracasso do plano Bresser = Desequilíbrio de preços&raquo_space; pressões de custos / “Os aumentos salariais em um contexto em que os mecanismos de indexação haviam sido preservados levaram a rápida aceleração inflacionária. ” (Gremaud, p. 433)

E o Déficit Público? • Fracasso – só aumenta em 1987 (fracasso também na ortodoxia)

Dez. 87 Bresser pede demissão. Assume Mailson da Nóbrega e o seu Plano Verão (3/4)

O Plano Bresser caracterizou-se pela criação da tablita e da Unidade de Referência de Preços (URP) (muito importante)

Inflação inercial E DE DEMANDA. Lembrando que enquanto o Plano Cruzado considerava a inflação puramente inercial e adotou uma política heterodoxa, o Plano Bresser adotou uma política híbrida com elementos ortodoxos e heterodoxos.

Para o Plano Bresser, a origem da crise brasileira era a inflação que foi diagnosticada como inercial e de demanda. Além disso, não era diagnosticada uma crise de balanço de pagamentos

O congelamento de salários implementado pelo Plano Bresser teve como diagnóstico o comportamento inercial da inflação – CERTO

270
Q

Plano Verão (1989) *** vtc

1- Presidente e ministro responsável

2- Classificação do plano em orto/heterodoxia

3- Moeda nova adotada

4- 3+ medidas adotadas

5- 2 motivos que atrapalharam os objetivos do plano

6- Tipo de câmbio adotado

A

Ministro Maílson de Nobrega no Governo Sarney / implantado após o plano bresser falhar / é o terceiro de três planos heterodoxos (Cruzado -> Bresser -> Verão) / são adotadas medidas chamadas de “feijão com arroz” antes da execução do plano verão pelo Ministro / buscava reduzir a inflação à 15% ao mês e reduzir o déficit público com medidas heterodoxas e ortodoxas = PLANO HÍBRIDO (contenção de danos) (assim como o Plano Bresser) / O Plano Bresser e o plano verão são os únicos planos HÍBRIDOS (plano cruzado totalmente hetedoxo) / adoção da moeda CRUZADO NOVO (cruzeiro -> cruzado -> cruzado novo)

Planos Cruzado [Heterodoxo / moeda Cruzado] -> Plano Bresser [Bresser Pereira / Híbrido] -> Plano Verão [Maílson de Nobrega / Híbrido / moeda Cruzado Novo]

Medidas: corte de gastos, redução no prazo de recolhimento de impostos (evitar efeito Oliveira-Tanzi – diferença entre o fato gerador e o recolhimento), congelamento de preços após vários aumentos, nova reforma monetária visando o cruzado novo - corte de 3 zeros ** / rompimento com as minidesvalorizações e adoção de taxa de câmbio FIXA (1 cruzado novo = 1 USD) **

NÃO ESQUECER QUE O PLANO VERÃO = Corte de 3 zeros (maxidesvalorização) + câmbio fixo (1 USD) + tablita

Entre os motivos da falta de êxito do plano estão a CFRB-88 que aumentou os custos sociais do trabalhador e a eleição que impediu aprovação de medidas de austeridade (falha na redução de gastos). Dessa maneira, a conclusão é que não conseguiu lograr os objetivos e a inflação permaneceu em 80% no final o governo

** Cruzeiro -> Cruzado -> Cruzado novo (Plano Verão) ***

Adoção de Câmbio fixo / ** tanto o Cruzado, Bresser e Verão utilizaram a aplicação da tablita (tabela de preços do congelamento) **/ foi um plano de curta duração (“sonhos de uma noite de verão”) / Manutenção e aumento de déficits públicos (custos da CF) / Contexto político (preocupação com mandato de 5 anos) impedem maior austeridade / No último mês, a inflação atinge 80% ao mês / Nenhum ajuste fiscal foi feito na prática

O Plano Verão adotou câmbio fixo, enquanto que o plano bresser adotou câmbio flutuante

ATENÇÃO: Houve maxidesvalorização em 1983 e outra desvalorização no plano Verão

Não existe um consenso entre economistas quanto a um critério preciso de hiperinflação. A do Brasil passou de 80% em um só mês durante o Plano Verão, no final do governo Sarney. Foi o ápice, mas diz o livro “A ordem do progresso” afirma que “o principal mérito do Plano Verão residiu na interrupção de uma rota hiperinflacionária.

271
Q

PLANO BREDY *** (very important)

1- conteúdo

2- consequência para o plano real

A

Plano de reestruturação da dívida externa de 32 países, lançado no final dos anos 1980 / década perdida = inflação com baixo crescimento

O Plano Brady foi essencial para a consolidação do processo de estabilização no Brasil / Foi um plano de reestruturação da dívida soberana – troca da dívida velha por bônus novos, com alívio do principal ou dos juros.

Um dos motivos de o Plano Real ter sido bem sucedido foi a ampla liquidez internacional obtida após a conclusão do Plano Brady - reestruturação das dívidas latino-americanas. Isso ajudou na manutenção de um câmbio valorizado que facilitava as importações, pressionando os preços domésticos para baixo.

272
Q

PLANO COLLOR I (1990) (ou Plano Brasil Novo)

1- Quatro moedas lançadas até então

2- Política econômica que teve êxito e 3+ exemplos de medidas adotadas

3- Regime cambial adotado

4- Resultados

5- Dois ministros do período

6- Conceito e duração do efeito oliveira-tanzi as avessas

A

Primeiro presidente eleito pelo voto direto / problemas habituais da inflação (+80% ao mês) + identificação de problemas como: a rápida liquidez dos haveres não monetários que geravam aumento na demanda de forma repentina + constante fuga de ativos financeiros respondidos com reforma monetária (instituiu-se uma nova moeda chamada “Cruzeiro” e realizou-se o sequestro de liquidez da economia por meio de bloqueios, ou seja, congelamentos / causando queda no PIB e demissões /

Moedas Brasileiras: Cruzado -> Cruzeiro -> Cruzeiro Novo -> Cruzado de novo

Reforma administrativa e fiscal – ampliação da base tributária e redução de gastos (única parte que obteve êxito, passou de déficit para superávit) = êxito na política fiscal / criação de novos tributos, aumento do IPI, do IOF, Redução de prazos de recolhimento, Suspensão de benefícios e incentivos fiscais, Medidas de combate à sonegação, redução de ministérios – de 23 para 12 -, Extinção de autarquias e fundações, Demissão de funcionários públicos (“marajás”)

Privatizações (33 estatais são privatizadas no governo Collor – bem menos do que o previsto) / congelamento de preços (medida impopular à essa altura - durou muito pouco e a inflação voltou com tudo / desindexação dos salários

*** mudança no regime cambial para taxas flutuantes (Pós guerra do Golfo, o BACEN foi obrigado a intervir e desvalorizar o Cruzeiro, o que acentuou a inflação) / abertura ao comércio exterior – para atrair capital externo e reduzir importações (liberalização comercial) – MAIS UM FRACASSO PARA A CONTA

Durante o plano Collor, houve forte recessão provocada pelo forte impacto inicial do confisco

Resultado do Collor I = Inflação cai de 80% a.m. para próximo a 10% a.m. com forte retração. - Ao longo do ano, inflação volta a se acelerar. - Sai Zélia. Entra Marcílio Marques Moreira. Segue-se ao lançamento do Plano Collor II com o objetivo de conter a inflação que estava em 20% a.m

Observação: Com as privatizações, o Governo Collor buscava os gastos do Estado. Para isso, foi criado um Plano Nacional de Desestatização (PND) / O PND concentrava-se nas estatais, argumentando que as estatais eram ineficientes e deficitárias. Assim, se o estado privatizasse as estatais, o gasto público diminuiria, o que favoreceria o controle do déficit público / O PND avançou pouco durante o governo Collor, mas o governo sucessor, Governo Fernando Henrique Cardoso (também da década de 90) realizou diversas privatizações.

Em relação ao endividamento externo, na década de 90 do século passado, predominavam as captações privadas. Somente no final dessa década começou a haver uma reversão dessa tendência, com a ampliação da participação do setor público na dívida externa total. - CERTO

No Plano Collor, para evitar as pressões de consumo e restaurar a capacidade do BACEN de fazer uma política monetária ativa, a reforma monetária utilizada para combater a inflação centrou-se, basicamente, no confisco da liquidez.

1990-1994 = efeito oliveira tanzi as avessas = as receitas do governo estavam indexadas e as despesas não (valor não nominal / não cresciam com a inflação). Isso gerou redução da necessidade de financiamento do setor público em seu conceito operacional

A abertura comercial da economia brasileira intensificou-se a partir de 1990 com a redução das tarifas de importação e a eliminação de barreiras não tarifárias, como, por exemplo, a proibição de importação de determinados produtos. Com a abertura, as barreiras proibitivas passaram a ser somente tarifárias – CERTO

273
Q

PLANO COLLOR II (1991)

1- Dois ministros do governo Collor

2- Enfoque da política econômica no período (tipo de inflação)

3- 3+ medidas adotadas

4- 2 motivos para a estabilidade das contas externas do período

5- Ano do impeachment

6- Câmbio adotado

A

Ministra Zélia Cardoso de Melo dá lugar à Marcílio Marques Moreira = reforma financeira com enfoque na eliminação da indexação (combate da inflação)

Criou-se uma TAXA REFERENCIAL DE JUROS para remunerar os títulos públicos segundo a EXPECTATIVA DE INFLAÇÃO, visando eliminar a MEMÓRIA INFLACIONÁRIA

Novos congelamentos de preços *** / mais austeridade fiscal, bloqueio de ministérios e controle de gastos / alta taxa de juros, aproximação do sistema financeiro internacional / gerou RECESSÃO EM 1992 e a inflação NÃO baixou, porém as contas externas estavam ok devido as altas taxas de juros e a abertura comercial (elevação das reservas)

Esse fluxo de recursos estava associado ao amplo diferencial de juros: em uma semana de aplicação no Brasil se ganhava o correspondente a um ano no exterior

Postura hostil em relação ao funcionalismo público» campanha centrada na denúncia dos marajás do serviço público. Acusações de corrupção em sua administração o levam ao impeachment no final de 1992 (menos da metade do mandato cumprido)

Os records anuais da inflação foram: 1989 (1782%) e 1993 (2708%) (antes de entrar e após a saída de Collor) / Houve crescimento econômico a despeito do título de década perdida: 1986 (7,5%) e 1987 (3,5%) com inflações de 65% e 415% anuais, respectivamente

Com Collor acaba o CROWLING PEG, ocorrendo a Adoção de regime de câmbio flutuante

Medidas:
Ø Congelamento de preços e salários;
Ø Unificação das datas-base de reajustes salariais;
Ø Medidas de contração monetária e fiscal.
Ø Reforma financeira: foi extinto o BTN – Bônus do tesouro nacional, que servia como base para a indexação dos impostos, e também foi extinto todos os fundos de investimento de curto prazo (overnight). Em seu lugar foi criado o FAF - fundo de aplicações financeiras e outras formas de indexação. Para indexar foi criado a TR – taxa referencial. Ao contrário dos outros indexadores que se baseavam na inflação passada, a TR se baseava no futuro “forward looking”. Era o neogradualismo. Não deu certo.

Resultado:

A abertura comercial somada às tentativas de combate à inflação transformou o biênio 1990-1992 em um período de forte recessão, com queda de quase 10% do PIB.

Vários MF, entre eles FHC

274
Q

Antecedentes do Plano Real

1- 3+ características do cenário antes do plano real

2- Ano do acordo com o FMI

3- Presidente que assume após impeachment de Collor

4- Conteúdo e duração do efeito oliveira tanzi as avessas

A

Inflação acima de 80% ao mês + Expansão de gastos do governo + redução da carga tributária dos anos 80 / elevação do déficit operacional do setor público para 6,9% do PIB (1989)

Reservas internacionais tecnicamente zeradas (havia US$ 9,7 bilhões > acumulados à custas de atrasos no pagamento de juros a credores externos) + Para manter contas externas sob controle (ainda que precário), importações foram comprimidas a 4,4% do PIB

1992 = Acordo com o FMI + Receita tributária melhora + Metas fiscais para primeiro semestre são cumpridas (graças a forte reajuste de preços públicos + desgastante contingenciamento de verbas do orçamento) + Questão Inflacionária sem solução + ausência de apoio no Congresso + denúncias de corrupção + afastamento temporário do presidente (renuncia no final de dezembro antes de finalizar o processo de impeachment) -> assume Itamar Franco em outubro de 1992

As taxas de inflação elevadas, verificadas na segunda metade do século 20, permitiram que o sistema bancário brasileiro atuasse com taxas de juros reais negativas, além de permitir uma melhor situação de liquidez e solvência. O final do período inflacionário dificultou a situação de diversos bancos, apesar do aumento da demanda por crédito, provocada pela estabilidade monetária.

1990-1994 = efeito oliveira tanzi as avessas = as receitas do governo estavam indexadas e as despesas não (valor não nominal / não cresciam com a inflação). Isso gerou redução da necessidade de financiamento do setor público em seu conceito operacional

Com o objetivo de promover o ajuste fiscal, antes da implementação do Plano Real, foi criado o Fundo Social de Emergência (FSE), que quebrava a vinculação constitucional entre receita e despesa. A vigência do FSE, que iria até 1995, se estendeu até 1997 sob a denominação de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), que, posteriormente, perdeu o caráter de fundo e passou a existir como Desvinculação da Receita da União (DRU). Apesar dessas medidas, o déficit fiscal permaneceu até o final da implementação do plano

275
Q

PLANO REAL (1994) *** (vtc cai muito Cespe)

1- Governo, quantidade de ministros da fazenda nomeados e ministro responsável pelo plano

2- Diagnóstico da inflação

3- Plano internacional antecedente que trabalhou a dívida pública

4- Inflexão em relação aos tratamentos de choque anteriores

5- Classificação do plano segundo a orto/heterodoxia

6- Três fases do plano real

7- Ajuste fiscal – imposto e limitação criada para ajuste de servidores públicos

8- 2+ agências reguladoras criadas

9- Objetivo da fase 2 e qual função da moeda foi recuperada

10- 3 consequências do plano real

11- Ano da retomada do superávit no BP

12- Efeito do âncora cambial na indústria até 1998

13- Câmbio adotado no plano real

A

Governo Itamar Franco (Itamar Franco ocupa a presidência por 27 meses / Nomeou quatro ministros da Fazenda nos primeiros sete meses de governo = fortes instabilidades / O último ministro, Fernando Henrique Cardoso, coordenou os esforços que permitiram enfrentar com sucesso um plano de estabilização

O plano estava baseado na ideia de que o descontrole das contas públicas era a principal causa da inflação, mas havia ciência do caráter inercial também

Teve como antecedente o plano brady (1889-1994) e o reescalonamento da dívida pública + não promoveu congelamento ou confiscos (priorização pela transparência para com a sociedade / o plano foi adotado de maneira gradual e transparente / Não se buscou combater a memória inflacionária via tratamento de choque como nos anteriores = adoção da Unidade Real de Valor (URV) / foi um plano ortodoxo e heterodoxo (híbrido)

Um dos motivos de o Plano Real ter sido bem sucedido foi a ampla liquidez internacional obtida após a conclusão do Plano Brady - reestruturação das dívidas latino-americanas. Isso ajudou na manutenção de um câmbio valorizado que facilitava as importações, pressionando os preços domésticos para baixo.

Associada a esse determinante, a abertura comercial, já iniciada desde o governo Collor, contribuiu para o aumento das importações seja pela extinção das quotas ou pela redução das tarifas alfandegárias. Assim, os produtos importados mais baratos pressionavam os preços para baixo, ajudando a controlar a inflação.

Portanto, câmbio valorizado e abertura comercial foram instrumentos importantes no controle inflacionário, por outro lado quebraram muitas indústrias nacionais e gerou desemprego

Ortodoxia macroprudencial = reescalonamento da dívida externa + LRF (1999) + contenção de gastos + privatização + adoção de âncora cambial, gerando a redução da inflação de demanda ao competir nacionais x estrangeiros (moeda desvalorizada geraria inflação pelo efeito “pass through”), juros altos para manutenção da âncora, baixo crescimento e déficits no BP`= acaba com a crise Russa de 1999 e a massiva fuga de capitais

Altas taxas de juros em 1993 e 1994 = entrada de capitais e aumento das reservas – o que garantiu a paridade 1/1 necessária para execução do plano real

A prova do CACD divide o plano em três fases: ajuste fiscal, criação da URV e fase Real

A fase 1 é um ajuste fiscal preventivo, uma vez que o governo vinha obtendo superávits fiscais. No entanto, sabiam que a desindexação geraria necessidade de um ajuste fiscal e que a causa da inflação era o déficit nas contas públicas (excesso de gasto perpetuo no tempo) / O aumento da arrecadação se daria, principalmente, pela criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) / Encaminhamento ao Congresso de projeto de lei limitando as despesas com servidores civis em 60% da receita corrente da União, Estados e Municípios (núcleo da Lei de Responsabilidade fiscal que viria em 1999) / Criou agências reguladoras zelando pela qualidade e pelo contrato diante das privatizações: telecomunicações (ANATEL), petróleo (ANP) e energia elétrica (Aneel)

Ataque ao componente da inflação de demanda = reequilíbrio das contas públicas (desvinculação de 20% das receitas (combate ao engessamento orçamentário) e criação do fundo social de emergência, combate à sonegação e controle dos gastos = 5% de superávit primário em 1992 (ataque a inflação de demanda)

** Importante: Em sua fase de reforma do Estado e de privatizações, o Plano Real fixou-se nas reformas administrativas e da previdência social para impedir o crescimento do funcionalismo público e acabar com as aposentadorias especiais ou restringi-las, aumentar a contribuição dos servidores públicos ativos, desestimular aposentadorias precoces e definir um novo teto, inferior ao vigente à época **

Implantação em 3 fases: equilíbrio de contas do governo (ajuste fiscal) (1993) (primeira etapa)

2- criação de um padrão estável corrigido diariamente pela inflação visando eliminar a memória inflacionário ou indexação da inflação inercial (Unidade de Valor – URV – funcionava como unidade de conta da moeda – uma das três funções da moeda – adotada em 1994 / URV = retomada da função da unidade de conta da moeda brasileira (ataque a inflação inercial)

3- Substituição da URV pelo real para acabar com a expectativa que retroalimentava a espiral inflacionária (Ataque a memória inflacionária) / emissão de nova moeda ligada ao padrão URV e ao dólar (âncora cambial = câmbio fixo = valorização inicial do real com base na intensa entrada de capitais pautada na altíssima taxa de juros, gerando elevados déficits no BP, seguido de política monetária extremamente recessiva / NÃO houve congelamentos /

Fases 1 e 2 envolveram longo debate acadêmico

Consequências = gerou rápida queda da inflação (3% em agosto seguinte da implantação), grande crescimento da DEMANDA devido a previsibilidade de custos de empréstimos antes não existente (aumentos reais de renda e geração de empréstimos), déficits na balança comercial (principal consequência do plano real = câmbio fixo e sobrevalorizado = muita importação, pouca exportação com o real 1/1, grande quantidade de capital especulativo devido à alta taxa de juros) – pioradas pela crise do México em 1995, respondida por pequenas desvalorizações cambiais em bandas limitadas e controladas pela taxa de juros, criou o PROER e o PROES visando fortalecer o sistema bancário que estava em risco devido ao alto número de inadimplentes (reforma financeira)

O governo dobrou a taxa de juros para evitar sequelas da crise dos Tigres Asiáticos (1997) e Russa (1998), mas isso não evitou a taxa de desemprego record de 8% em 1998 e a retração do produto / aumento do desemprego no primeiro mandato e redução no segundo

** os superávits no BP só retornam a partir de 2001, passando a ter sucessivos superávits (ciclo da commodities) **

plano NÃO utilizou o congelamento de preços

Observação: No Plano Collor a inflação chegou a ser hiperinflação (+50% ao mês) e no plano real ela foi retornando ao patamar de hiperinflação crescentemente até 1999 (aumenta em nível sistemáticos) / Embora tenha sido um plano para conter a inflação, os salários reais, no primeiro período do plano, se elevaram; (idiossincrasia desse plano) ***

O Brasil teve os déficits em transações correntes financiados por fluxos de capital, abundantes durante certo tempo = o saldo positivo no BP era coberto pela alta taxa de juros, já que as transações correntes era deficitárias = Taxas de juros elevadas (21% em média, em termos reais) e bastante voláteis

Adoção da ÂNCORA MONETÁRIA = fixar limites máximos para o estoque de base monetária = significa alta taxa de juros e metas fiscais = dura apenas alguns meses, sendo trocada pela ÂNCORA CAMBIAL no plano real

Vantagens da âncora Cambial = permite o estabelecimento (desde que a âncora seja crível) de contratos de longo prazo (inviáveis em locais com alta inflação)

Há consenso de que o sucesso do Plano Real está associado à existência da âncora cambial, em que havia uma taxa de câmbio fixa (questão correta cespe)

A estabilização da inflação verificada após a implantação do Plano Real, em 1994, foi seguida de resultados fiscais negativos, dada a redução dos efeitos da emissão de moeda como forma de financiamento do setor público / Apesar do sucesso no controle inflacionário, o Plano Real deixou pendentes questões relativas ao desequilíbrio das contas internas e externas / ** Houve um forte endividamento público para que fosse efetivo o controle da inflação. Dívida pública externa foi feita para que fosse, também, mantida a âncora cambial e dívida pública interna foi feita, entre outras formas, em virtude das elevadas taxas de juros, que aumentaram o custo de rolagem da dívida **

DÍVIDA EXTERNA = manter a Âncora cambial
DÍVIDA INTERNA = manter a taxa de juros
AMBAS = aumentaram o custo da rolagem da dívida

Nos anos noventa, a indústria de transformação perdeu cinco pontos percentuais de participação no Valor Adicionado Bruto (o PIB excluindo os impostos). O ano mais crítico foi o de 1998 = A abertura comercial acelerada e o câmbio fortemente valorizado fizeram o trabalho. Milhares de postos de trabalhos foram destruídos e a produção doméstica foi substituída pela importação em um grande número de setores da atividade industrial

A CESPE considerou em mais de duas questões que o plano real NUNCA adotou o câmbio FIXO / No primeiro ano de FHC, o Bacen adotou o regime de câmbio flexível para baixo. O Real poderia se apreciar, mas nunca ser desvalorizado / Acredito que ela considere o seguinte:

90-94 - câmbio semi-fixo, mais especificamente crawling-peg passivo

94-99 - câmbio semi-fixo, mais especificamente crawling-peg ativo

99-até hoje - câmbio flutuante

A política de flutuação controlada do câmbio, que ocorreu no início de 1999, estava em desacordo com o programa de ajuste econômico, que foi firmado entre o governo federal brasileiro e o Fundo Monetário Internacional em 1998 – CERTO - O FMI queria que o câmbio fosse completamente flutuante.

A eliminação virtualmente instantânea da inflação levada a cabo pelo Plano Real provocou, nos meses imediatamente posteriores a sua implantação, um superaquecimento da demanda por bens e serviços / foi um plano que AUMENTOU a taxa de juros para frente as crises internacionais / Na década de 1990, o predomínio das captações privadas constitui uma das características do endividamento externo brasileiro / Somente no final dessa década começou a haver uma reversão dessa tendência, com a ampliação da participação do setor público na dívida externa total.

A fase de transição, notadamente por causa da convivência com a unidade real de valor (URV), permitiu uma acomodação dos preços relativos.

Em síntese: as taxas de juros foram altas / houve um ajuste fiscal, porém o quadro fiscal ainda era problemático. O déficit operacional foi reduzido (em 94 houve um superávit operacional de 1,1% do PIB) e o resultado primário cresceu de 2,3% do PIB em 93 para 5,2% em 94 / a âncora cambial foi extremamente importante para o plano / a valorização cambial e os altos juros reais causaram um desequilíbrio externo, provocando perda de reservas / a URV, implementada na 2ª fase do plano, permitiu com que o componente inercial da inflação fosse combatido

A taxa de juro alta garantia a existência da âncora cambial pela entrada de dólares. Em outras palavras, a âncora cambial funcionou apenas em razão da alta taxa SELIC.

Após a implantação do Plano Real, o déficit previdenciário reduziu o resultado primário do governo / Foi durante o governo FHC que houve a reforma da Previdência, quando o fator previdenciário foi estabelecido com o intuito de reduzir as aposentadorias precoces

A estabilização da inflação verificada após a implantação do Plano Real, em 1994, foi seguida de resultados fiscais negativos, dada a redução dos efeitos da emissão de moeda como forma de financiamento do setor público.

O arrocho salarial, acompanhado do desmantelamento dos sindicatos e o aumento da demanda por mão de obra qualificada contribuíram para o aumento da concentração de renda nos anos 70 do século passado. Nos anos 90 desse mesmo século, a concentração de renda derivou do processo inflacionário vivido no país, embora, ** após o Plano Real, tenha havido redução da concentração proveniente dos mecanismos de proteção dos salários mais baixos ** - questão certa CESPE

A eliminação virtualmente instantânea da inflação levada a cabo pelo Plano Real provocou, nos meses imediatamente posteriores a sua implantação, um superaquecimento da demanda por bens e serviços – CERTO - Complementando: E depois pagou-se juros altíssimos para conter excesso de demanda (e evitar o erro do Plano Cruzado).

A estratégia de estabilização do Plano Real com base na âncora cambial foi particularmente eficiente, para o setor de bens comercializáveis (tradables), diferente dos bens não comercializáveis (non-tradable) que aumentaram seus preços no período: aluguel, seguros, reparos, cultura, enfim, serviços.

No Brasil, a âncora monetária do Plano Real (fixação dos limites máximos para o estoque de base monetária) garantia a manutenção da taxa de câmbio em um patamar valorizado como estratégia de contenção do aumento de preços no país. Como as taxas de juros eram mantidas elevadas para combater a inflação de demanda, gerava-se um efeito indireto sobre a âncora cambial, incentivando a entrada de capital estrangeiro, que permitia compensar os déficits em transações correntes. Com as crises mexicana, asiática e russa, gerou-se grande pressão pela desvalorização do real, até que, em janeiro de 1999, permitiu-se a flutuação do câmbio, que se desvalorizou cerca de 70% entre dezembro de 1998 e fevereiro de 1999.

Taxa de juros em março de 1999: 45,00%

A âncora cambial foi abandonada em 1999, após a crise russa (FHC tinha conseguido evitar a medida após a crise mexicana e a crise asiática).

** Houve um déficit público nominal médio de 7% do PIB no período 1995-1998. – Dívida pública crescente **

Com o plano real, a nossa moeda se tornou mais valorizada do que a moeda argentina. Com isso, nós começamos a inverter o fluxo comercial com a Argentina. Passamos a ser mais compradores do que vendedores. O problema do Balanço de Pagamentos se tornou nosso e deixou de ser dele”

Uma das semelhanças entre o primeiro governo Lula e o governo de Fernando Henrique Cardoso é a manutenção da estabilidade monetária como principal objetivo de política macroeconômica – CERTO

Após a implantação do Plano Real, o poder aquisitivo das classes de baixa renda apresentou sucessivos aumentos em decorrência da redução do impacto do chamado imposto inflacionário – CERTO - A inflação funciona também como um imposto sobre as pessoas que detêm moeda = o governo emite moeda, e tal emissão de moeda provoca duas coisas: perda de poder aquisitivo da população (via aumento da inflação) e aumento de recursos à disposição do governo (em virtude da emissão monetária). A esse mecanismo de transferência de renda da população para o governo, os economistas dão o nome de imposto inflacionário. Milton Friedman, o principal estudioso do “monetarismo”, prêmio Nobel de Economia em 1976, disse de forma bastante apropriada: “Inflação é a única forma de taxação que pode ser imposta sem legislação”.

A política cambial do Plano Real se caracterizou pela moeda forte e pela abertura comercial do país. Isto acabava estimulando as importações e funcionou como um limitador das pressões inflacionárias, pois as empresas nacionais não podiam aumentar muito os preços, tendo em vista a concorrência com os produtos estrangeiros. Isto ficou denominador por âncora cambial.

Entre outros fatores, o Plano Real acarretou forte endividamento dos estados e municípios - CERTO

Ao contrário do Plano Cruzado, que buscou por alguns meses manter o congelamento cambial como estratégia de estabilização, os executores do Plano Real permitiram que o câmbio flutuasse (não livremente = poderia haver valorização, mas não desvalorização), para reduzir o preço tanto dos bens importados como daqueles precificados em moeda estrangeira. Isso auxiliou no processo de controle inflacionário pois o reduzia os preços atrelados às moedas estrangeiras.

O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER) (programa que custo +3% do PIB) permitiu a redução da participação dos bancos públicos no setor bancário brasileiro e o crescimento da participação dos bancos estrangeiros, especialmente no período entre 1995 e 2002. O PROER evitou a quebra do Banco Econômico e do Banco Nacional, por meio de intervenção do BACEN, evitando a reação em cadeia. Santander e HSBC são novos bancos que passam a integrar o mercado bancário brasileiro, junto ao BB , Caixa, Itaú, Unibanco e Bradesco.

276
Q

FASE 1 DO PLANO REAL

1- Principal característica

2- Programa (PAI) e Fundo (FSE) criado na primeira fase do Plano Real

3- Conceito do efeito-Tanzi às avessas

4- Importância do ajuste fiscal (preparar para perder)

A

AJUSTE FISCAL (anterior a URV)

O efeito-tanzi às avessas, que se acreditava que acontecia no Brasil ocorria porque as despesas do governo eram corroídas ao longo do ano pela inflação, enquanto as receitas eram protegidas pelos mecanismos de indexação

Era necessário um ajuste fiscal caso a ECONOMIA fosse estabilizada, pois o governo se sustentava nessa anomalia. Isso signifique que, se a economia fosse estabilizada, ela desindexaria as receitas do governo e não permitiria a desvalorização inflacionária de seus gastos orçados

A primeira fase foi o ajuste fiscal e é representada por dois esforços de ajustes fiscais:

1) Programa de Ação Imediata (PAI), tendo por foco a redefinição da relação da União com os Estados e do Banco Central com Bancos Estaduais e Municipais = determinou um corte de despesas públicas, concentrado em investimento e pessoal.

2) Fundo Social de Emergência (FSE), constituído através da desvinculação de algumas receitas do governo federal, visando atenuar a excessiva rigidez dos gastos da União
ditada pela Constituição de 1988.

Mesmo assim não conseguiram o equilíbrio fiscal nem quando foram lançadas em 1995, o superávit primário se deteriorou naquele ano.

A ESTABILIZAÇÃO PREJUDICARIA A SITUAÇÃO FISCAL DO ESTADO BRASILEIRO / Por isso, o ajuste fiscal era visto como absolutamente necessário para o êxito do Plano! Era necessário “preparar o Estado” para esta “perda”!

O sistema cambial flexível foi o adotado no início do Plano Real - CERTO

277
Q

FASE 2 DO PLANO REAL

1- Principal característica

2- Função da moeda resgatada pela URV

3- Período da correção do valor da URV

A

CRIAÇÃO DA URV

A URV funcionou como unidade de conta no sistema (única função = unidade de conta) (NUNCA foi uma moeda plena = física)

Por mais contraditório que pareça, para vencer a indexação, a segunda fase do Plano Real foi justamente criar um superindexador, com a URV tendo seu valor em Cruzeiros Reais reajustado diariamente, de tal forma que que nesse indexador (a URV) não haveria inflação ou a inflação fosse próxima de zero.

O valor da URV em cruzeiros reais seria corrigido diariamente pela taxa de inflação medida pelos principais índices (IGPM, IPC-FIPE, IPCA-Especial)

O valor da URV, nessa fase, manteria uma paridade fixa de um para um com o dólar / os preços começaram a ser expostos em cruzeiros (que mudava todo dia) e em URV (fixo ao longo do tempo) – tudo passou a ser estabelecido em URV e, nesse momento, os cruzeiros foram substituídos pelo REAL convertido em URV do dia

O objetivo da segunda fase era eliminar o componente inercial da inflação, por meio da unidade real de valor (URV), que funcionava como UNIDADE DE CONTA, mas não tinha a função de meio de troca ou reserva de valor, que continuava a ser exercida pelo cruzeiro real.

No Brasil, a âncora monetária do Plano Real, implementado desde 1994, garantia a manutenção da taxa de câmbio em um patamar valorizado como estratégia de contenção do aumento de preços no país.

Como as taxas de juros eram mantidas elevadas para combater a inflação de demanda, gerava-se um efeito indireto sobre a âncora cambial, incentivando a entrada de capital estrangeiro, que permitia compensar os deficit em transações correntes. Com as crises asiática e russa, gerou-se grande pressão pela desvalorização do real, até que, em janeiro de 1999, se permitiu a flutuação do câmbio, que se desvalorizou cerca de 70% entre dezembro de 1998 e fevereiro de 1999.

A unidade de referência de valor, conhecida como URV, foi implementada em 1994, durante a segunda fase do Plano Real, ** com a livre adesão dos agentes de mercado e uma política monetária restritiva (pisar no freio para evitar inflação) **

278
Q

Ajuste do Plano Real em 1999

1- Câmbio adotado e efeito no valor do real

2- Efeito da desvalorização cambial no BP e ano do resgate dos superávits

3- Sistema que substitui a âncora cambial para controlar a inflação

4- Efeito da desvalorização cambial nos entes estaduais

5- Tipo de câmbio e sistema adotado

6- Três componentes do tripé macroecônomico

7- Dois países que passaram por crise em 1999 e influenciaram o Brasil

A

Início do segundo mandato de FHC / acordo com o FMI pós crise dos países em desenvolvimento (42 bi em contrapartida de severo ajuste fiscal) – não foi suficiente e o governo teve de adotar o câmbio flutuante e o real passou de 1,20 para 2,00 em 45 dias (desvalorização - FIM da âncora cambial). Isso gerou melhora no preço da pauta exportadora, influenciando o BP, que só tem superávit em 2002)

Instituição do compromisso do sistema de metas da inflação (inédito) (no lugar da âncora) alterando a taxa de juros sempre que a meta fosse ultrapassada = taxa de juros influencia na demanda que influencia na inflação / gerando a retomada do crescimento até 2001 - ano da crise de energia (falta de investimento e baixo índice pluviométrico no ano) + contágio da crise argentina (fuga de capitais) + 11 de setembro (fuga de capitais)

Outra medida tomada em 1999 foi a renegociação dos passivos estaduais (federalização da dívida) e redução da capacidade do endividamento desses entes / a desvalorização cambial gerou grandes perdas patrimoniais para o setor público que estava endividado

** O ajuste significa o abandono do sistema de bandas cambiais e adoção do câmbio flutuante e a adoção do tripé macroeconômico = obtenção de superávits primários, câmbio flutuante conforme o mercado e metas de inflação

Durante o primeiro mandato do governo Fernando Henrique Cardoso, o Brasil sofreu diversos ataques especulativos associados a crises em países emergentes e à própria situação fiscal delicada. A política escolhida para lidar com esses ataques foi o aumento da taxa de juros, com reflexos negativos sobre a situação fiscal, causando um círculo fiscal virtuoso.

Observação: crise financeira Asiática de 1999 = Iniciou-se com o ataque especulativo contra a moeda tailandesa / A Malásia usou instrumentos heterodoxos como controle de capitais para debelar a crise / A Coreia do Sul teve de recorrer ao Fundo Monetário Internacional para obter um pacote financeiro de ajuda / A China praticamente não sofreu os efeitos dessa crise.

279
Q

RESPOSTAS À Crise de 2008

1- Situação brasileira antes da crise

2- Estopim da crise

3- Três efeitos econômicos da crise no Brasil

4- Três respostas com uso da política monetária

5- Três respostas com uso da política fiscal

6- Crescimento do PIB brasileiro e dos EUA em 2010

A

Brasil havia recebido grande aporte de capitais após melhora no investment grade (grau de investimento), além de contar com alto grau de reservas internacionais e possuir um bom marco regulatório do sistema financeiro nacional e o saneamento ocorrido com FHC (PROER) auxiliando na crise

Estopim = quebra do Lehman Brothers

Houve fuga inicial de dólares, forte redução das exportações e da demanda agregada / diminuição da exportação de produtos de maior valor agregado para países desenvolvidos (as exportações para China, pautadas em commodities, aumentaram no período), além disso, houve contração do crédito doméstico (Já caiu)

Respondidas por políticas monetárias expansivas como redução da taxa de juros, dos depósitos compulsórios e da taxa de redesconto

A política fiscal também foi expansiva com redução do IPI, desoneração tributária e reinvestimento nas obras do PAC

Apesar do impacto da crise financeira internacional deflagrada em 2008, a economia brasileira sofreu pequena retração em 2009, seguida de forte expansão no ano de 2010 (+7,5%), desempenho melhor que o obtido pelas economias de países desenvolvidos no mesmo período (EUA = -0,5%)

280
Q

EXTERNALIDADES NEGATIVAS X IMPOSTO DE PIGOU X IMPOSTO DE TOBIN

1- Definição de externalidade negativa

2- Conceito de Imposto de Pigou (PP)

3- Conceito de Imposto de Tobin (câmbio)

A

Há externalidade negativa quando a ação de uma das partes impõe custos a outra

IMPOSTO DE PIGOU - PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR: visa fazer com que o agente causador da externalidade negativa internalize o custo social da poluição a que deu origem (Pigou = empresas que produzem externalidades negativas devem sofrer multas ou impostos) / Não se confunde com o Imposto de Tobin, como a Cespe sugere.

Imposto Tobin*** - constitui um imposto internacional uniforme, pagável sobre todas as transações à vista que envolvem a conversão de uma moeda em outra, tanto no mercado mobiliário interno quanto nos mercados cambiais, na teoria, desestimularia a especulação ao tornar mais cara a negociação da moeda. O volume dos fluxos desestabilizadores de capital de curto prazo diminuiria, levando a uma estabilidade maior da taxa de câmbio.

281
Q

FASE 3 DO PLANO REAL

1- Principal característica

2- Três fases do plano real

3- Duas âncoras adotadas na fase 3

4- Tipo de câmbio adotado pelo plano real

5- Sistema instituído em 1999 com o fim da âncora cambial

A

O Plano Real foi implantado em três fases: ajuste fiscal, desindexação e âncora cambial (Economia Brasileira Contemporânea de Fábio Giambiagi)

A terceira fase do plano ficou conhecida como âncora nominal. Poucos dias depois, houve mudança da âncora nominal para a âncora cambial, baseada no câmbio flutuante, o que fez com que a política monetária restasse passiva durante um período.

1ª fase = ajuste fiscal

2ª fase = URV (desindexação)

3ª fase = âncora nominal (real), seguido de âncora cambial

A terceira fase de implantação do Plano Real ocorreu com a adoção da nova moeda, o real / Em julho de 1994, o cruzeiro real deixou de existir e a URV transformou-se no real / Como a URV refletia a taxa de câmbio de cruzeiros reais e dólar, a taxa de câmbio foi fixada em um real por um dólar, subentendendo-se a adoção da âncora cambial da fase anterior

O real não adotou câmbio fixo, mas sim banda cambial assimétrica (ou câmbio flutuante para baixo) com teto em R$1 = US$1. Nesse esquema o real poderia se valorizar livremente (o câmbio poderia cair), mas não poderia se desvalorizar para além da paridade com o dólar. A sobrevalorização do real logo após o lançamento, com pressões sobre o balanço de pagamentos, levou ao estabelecimento de uma banda cambial deslizante, que aí sim estabeleceu um piso à banda assimétrica. – NÃO ERA CÂMBIO FIXO, POIS PODIA FLUTUAR PARA BAIXO!

No primeiro semestre de 1999, o governo migrou da âncora cambial para o sistema de metas de inflação devido à desvalorização do real.

O plano Real não adotou câmbio fixo. Nos primeiros meses após a introdução do real, houve uma tentativa de fixar limites máximos para o estoque de base monetária por período (âncora monetária) e foi definida uma paridade fixa entre o real e o dólar americano (de 1:1) por tempo indeterminado, embora o real pudesse flutuar para baixo, isto é, se valorizar. Nesse período, vigorou uma banda assimétrica: o governo estabeleceu um limite superior para a taxa de câmbio (R$ 1 = 1 U$$), mas a moeda podia se apreciar (flutuar para baixo). Em outubro de 1994, porém, dado, entre outras
razões, o insucesso das metas monetárias, o governo resolveu mudar de âncora, abandonando a monetária em prol da cambial.

As reformas institucionais implementadas na segunda metade da década de 1990, como o fim dos monopólios estatais, a renegociação das dívidas estaduais, a criação das agências reguladoras e a mudança no tratamento do capital estrangeiro ajudam a explicar o crescimento econômico do país na década seguinte.

282
Q

Curvas de Custos e Lei dos Rendimentos decrescentes

1- Quando a Lei dos Rendimentos decrescentes é aplicada

2- Conteúdo da Lei dos Rendimentos decrescentes

3- Quatro tipo de custos existentes

A

Lei dos rendimentos decrescentes = aplicada no curto prazo, ou seja, quando pelo menos um dos fatores de produção é fixo

A lei afirma que o aumento do fator de produção variável gera rendimentos ou resultados proporcionalmente menores até seu ponto máximo, gerando decaimento a partir de então

Essa mesma lei pode ser aplicada a variável CUSTOS / Até certo ponto, as curvas de CT e CVT crescem, mas a taxas
decrescentes, para depois crescer a taxas crescentes. Significa que, dada certa instalação fixa, no início, o aumento da produção se dá a custos declinantes. Um aumento maior de produção, contudo, começa a “saturar” o equipamento de capital (suposto fixo no curto prazo) e os custos crescem a taxas crescentes. É a lei dos rendimentos decrescentes do lado dos custos, chamada também de lei dos custos crescentes

O formato em U das curvas de CTMe e CVMe no curto prazo também se deve à lei dos rendimentos decrescentes

Inicialmente, os custos médios são declinantes, pois tem-se pouca mão de obra para um relativamente grande equipamento de capital. Até certo ponto, é vantajoso absorver mais trabalhadores e aumentar a produção, pois o custo médio cai. Chega-se a certo ponto, no
entanto, em que satura a utilização de capital (que está fixado) e a admissão de mais trabalhadores não trará aumentos proporcionais de produção, ou seja, os custos médios (ou unitários) começam a elevar-se.

Os 4 tipos de custos são: Custo Total (médio), Custo Variável (médio), Custo Fixo e Custo Marginal - todas em formato de “U”, exceto a de custo fixo.

*** Intuitivamente, se o custo marginal supera o médio, é evidente que o custo médio crescerá: assim, quando o custo marginal supera o custo médio (total ou variável), significa que o custo médio estará crescendo.

Analogamente, se o custo marginal for inferior ao médio, o médio só poderá cair. Conclui-se, assim, que, quando o custo marginal for igual ao custo médio (total ou variável), o marginal estará cortando o médio em seu ponto de mínimo.

Ou seja, onde o Custo Marginal toca, começa a subir (custo total médio e custo variável médio) (exceto o custo fixo porque esse só cai e não cruza nenhum custo)

283
Q

Déficit público

1- 3 conceitos de déficit público e seu conteúdo (PON)

2- 3 formas de financiar o déficit público

A

Déficit: PRIMÁRIO - OPERACIONAL - NOMINAL

Déficit primário é igual às despesas não financeiras menos receitas não financeiras

O déficit operacional é igual ao déficit primário mais os juros reais sobre a dívida pública

Déficit nominal é igual ao déficit operacional mais a correção monetária e cambial

Déficit Nominal: é o conceito de déficit público que, além das receitas e despesas, inclui os gastos com o pagamento de juros da dívida pública.

Os Déficits orçamentários podem ser financiados por 3 operações:

1) Refinanciamento da dívida pública (rolagem) = emissão de títulos para pagamento do principal da dívida e sua atualização (substitui títulos velhos por novos)

2) Operações fiscais de crédito = empréstimos

3) Emissão de títulos

DÉFICIT PÚBLICO

Hiato inflacionário: é quando o gasto com bens e serviços é maior que o produto de pleno emprego (produto efetivo > produto potencial)

Hiato recessivo: é o contrário, quando o gasto com bens e serviços é menor que o produto de pleno emprego (produto potencial > produto efetivo).

284
Q

5 Críticas ao modelo de industrialização por substituição de importações (ISI)

1- bens

2- competitividade

3- concentração

4- balanço de pagamentos

5- resultado sobre o endividamento e inflação

A

crítica 1 = a dificuldade em substituir os bens aumenta conforme a ISI se desenvolve, os bens tornam-se mais complexos, sendo mais custosos e difícil prosseguir no processo

crítica 2 = o modelo utiliza do protecionismo e, por isso, cria um setor industrial com baixa competitividade, sem incentivos à inovação pela falta de concorrência

crítica 3 = a ausência de concorrência favorece a formação de oligopólios pelos grupos nacionais com grande poder de mercado

crítica 4 = o câmbio valorizado visando importações baratas gera distorções e desequilíbrios no BP

crítica 5 = o resultado do ISI pode ser o endividamento externo a e a inflação por não estimular exportações e contribuir para desequilíbrios

285
Q

Segundo Celso Furtado, a política de defesa do setor cafeeiro nos anos da depressão foi um verdadeiro programa de fomento da renda nacional (apenas leitura)

1- crescimento médio do PIB de 1930 a 1937

A

A política de defesa dos interesses cafeeiros era anticíclica e responsável pelo fomento da renda nacional / também foi responsável pelo equilíbrio entre a oferta e a demanda e o controle de preços da rubiácea

Ao mesmo tempo, o governo estimulou a industrialização

Os déficits fiscais eram utilizados para compra do café (política pré-keynesiana de sustentação da renda), gerando a manutenção do nível de emprego

Essa reorientação econômica simboliza o deslocamento do eixo econômico da economia = de um país agroexportador para urbano-industrial

De 1930-1937 (Golpe e interregno democrático) houve continuidade da condução da política fiscal, monetária e credítica EXPANSIONISTA para sustentar a demanda, gerando crescimento econômico de 8% ao ano em média, o efeito colateral seria a inflação, principalmente em 1937

286
Q

MOEDA

1- Três funções da moeda e suas definições

2- Conceito de M1

3- conceito de M2

4- leitura

A

A moeda representa o lado NÃO real da economia / a moeda é um objeto de aceitação geral, utilizado na troca de bens e serviços / sua aceitação é garantida por lei (curso forçado)

Funções da Moeda: (1) Meio de troca; / (2) Unidade de medida (mensura ou compara produtos, sendo a referência); (3) instrumento de reserva de valor (garante a perpetuação da riqueza - não estraga ou “vence”)

Os meios de pagamento (moeda), também chamados de M1, que podem ser definidos como o somatório do papel moeda em poder do público e os depósitos à vista realizados no sistema bancário, correspondem aos ativos de liquidez imediata em posse do setor não bancário, o qual pode utilizá-los a qualquer momento para liquidar dívidas em moeda nacional.

Os meios de pagamentos se dividem de acordo com a liquidez

M1 = liquidez imediata = papel moeda em poder público e depósitos a vista

M2 = é o M1 + títulos públicos, fundos de aplicação financeira e de renda fixa de curto prazo e depósitos especiais remunerados

M3 = M2 + depósitos em cadernetas de poupança

M4 = M4 = M3 + depósitos a prazo e títulos privados (letras de câmbio e imobiliárias)

OBS: em processos inflacionários intensos, ocorre desmonetização (menor relação M1/M4). Já a monetização ocorre quando a inflação diminui, aumentando a relação M1/M4

Criação de Moeda: aumento do volume de meios de pagamento (M1) / Ex: empréstimos ao setor privado; exportadores trocam dólares por reais no Banco Central

Destruição de Moeda: diminuição do volume de meios de pagamento (M1) / Ex: resgate de empréstimos; banco central vende dólares aos importadores, recebendo reais em troca; depósitos de longo prazo.

Se um agente econômico transfere recursos de sua conta corrente para a sua poupança, haverá, nesse caso, destruição de meios de pagamento. - CERTO

Observação: O setor bancário da economia se divide em: Banco Central e Bancos Comerciais - Só eles podem multiplicar moeda (ou aumentar a oferta monetária) / Banco Central através da expansão dos meios de pagamento / Bancos Comerciais através do multiplicador bancário ou monetário por meio de aquisições do setor NÃO bancário (sai das reservas ou caixa do banco e aumenta o meio circulante (m1) na forma de papel moeda em poder público ou depósitos a vista)

Há destruição de meios de pagamento quando um indivíduo realiza um depósito à vista em um banco comercial – ERRADO - Neste caso, não há criação nem destruição de meios de pagamento, pois está sendo feita uma troca de moeda por moeda (moeda manual por moeda escritural).

Para que haja criação ou destruição de meios de pagamento: A transação deve ser realizada entre um agente do setor monetário (ou bancário) e outro do setor não monetário; Deve-se realizar uma troca entre um ativo monetário (depósitos à vista ou papel-moeda) por outro não monetário (como títulos).

287
Q

FMI E BANCO MUNDIAL

1- Esquema de votação

2- Direitos Especiais de Saque – conceito, ano de surgimento e 5 moedas que fazem parte

3- Conceito do Dilemma de Triffin

A

O processo decisório tanto Fundo Monetário Internacional como no Banco Mundial foi concebido tendo por base o voto PONDERADO, de modo que Estados-partes que fizeram maiores aportes financeiros às instituições terão maior poder decisório

O Banco Mundial é um grupo de cinco organizações internacionais com personalidades jurídicas próprias, das quais o Brasil é Estado-parte de quatro, sendo elas: o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, a Associação Internacional de Desenvolvimento, a Corporação Financeira Internacional, a Agência Multilateral de Garantias de Investimentos e o Centro Internacional para a Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (O BR não é parte desta última)

O sistema monetário internacional, definido em Bretton Woods para fazer frente à profunda desorganização econômico-financeira do mundo em 1945 e cuja divisa-chave foi o dólar norte-americano, foi administrado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição especialmente criada para tal fim - CERTO

Instituídos em 1967, os Direitos Especiais de Saque (DES) tornaram-se disponíveis apenas em 1970, constituindo reservas adicionais de liquidez utilizadas pelos países membros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Quando são distribuídos, os governos que integram o FMI recebem Direitos Especiais de Saque em proporções equivalentes ao lastro de ativos que possuem contra outros governos, baseados nos ativos de curto e de longo prazo a serem recebidos como pagamento pelas exportações a serem financiadas por meio dos DES.

O valor do direito especial de saque (SDR = special drawing right) é baseado em uma cesta de cinco moedas, o dólar americano, o euro, o renminbi chinês, o iene japonês e a libra esterlina britânica

Para Cespe, ao contrário do padrão internacional do ouro clássico, sob hegemonia britânica, Bretton Woods representou um compromisso, ainda que ambíguo, entre os princípios do multilateralismo e o intervencionismo doméstico.

O sistema monetário internacional instituído por Bretton Woods em 1944 requeria mecanismos de taxa de câmbio fixa, com pequeno intervalo de flutuação, entre as moedas nacionais e o dólar, além de um preço de dólar invariável em ouro e da manutenção, pelos países membros, de reservas internacionais em ouro ou ativos em dólar / ** O crescimento da economia dos EUA era condição necessária para a manutenção da estabilidade do sistema ** / Nesse sistema de taxas de câmbio fixas, a taxa de câmbio só poderia ser alterada após aprovação do Fundo Monetário Internacional (FMI), e apenas se o país estivesse experimentando desequilíbrios estruturais do balanço de pagamentos.

O sistema monetário e comercial estabelecido pelo Acordo de Bretton Woods apresentava o Dilemma de Triffin.

Para Robert Triffin, o sistema de Bretton Woods continha uma falha inerente e potencialmente fatal, seja, sua dependência em relação ao dólar que deveria, conforme havia sido decidido em Bretton Woods, manter seu padrão ouro.

Segundo este dilema, o aumento do comércio mundial, em um sistema de taxas fixas de câmbio, leva à necessidade de aumento do dinheiro internacionalmente aceito.

Sendo a produção de ouro limitada, a fonte de liquidez internacional deve ser uma moeda aceita internacionalmente.

O problema inerente à existência dessa moeda é que o país emissor da moeda passa a sustentar deficits comerciais, a fim de garantir a liquidez internacional. O deficit, por sua vez, tornaria a economia do país emissor menos confiável, o que enfraqueceria a própria moeda. Como resultado, o país emissor da moeda seria forçado a alterar a base de sua moeda, cancelando o padrão de conversibilidade para o ouro.

Se os déficits dos EUA continuassem, a confiança no dólar - e posteriormente no sistema - seria minada, e o resultado seria instabilidade. Porém se os déficits fossem eliminados, o restante do mundo ficaria privado dos dólares que necessitava para construir suas reservas e financiar o crescimento econômico.

Observação: O FED é estruturado, de forma descentralizada, por doze bancos (federal reserve banks), instituições sem fins lucrativos que atuam em jurisdições específicas e cujo capital é subscrito por bancos privados

O FMI deve assegurar a estabilidade da taxa de câmbio dos países - CERTO

288
Q

EXTERNALIDADES

1- Conceito

2- Dois custos e benefícios envolvidos na externalidades

3- Composição do custo social

4- 2+ Formas de lidar com externalidades

5- Conceito do Teorema de Coase

A

Por definição são situações em que o equilíbrio não apresenta eficiência no sentido de Pareto, sendo um tipo de falha de mercado

As externalidades ocorrem quando o comportamento de alguns agentes econômicos - consumo ou produção de determinados bens - afeta o bem estar de outros e esse efeito não é compensado, mesmo sob competição perfeita

Quando ocorre uma externalidade, o “preço de mercado” não sinaliza adequadamente o nível a ser produzido ou consumido do bem ou serviço

Nessa situação existem custos ou benefícios externos que não são considerados / as externalidades ocorrem quando há uma divergência entre custos e benefícios PRIVADOS em comparação aos custos e benefícios SOCIAIS = o custo ou benefício respinga em terceiro agentes

CUSTOS E BENEFÍCIOS = privados e sociais

O benefício privado associado ao consumo de um bem ou serviço equivale ao que é usufruído pelo consumidor quando este adquire o bem ou serviço.

O benefício (custo) privado associado à produção de um bem equivale ao benefício (custo) usufruído (pago) pela firma que produz e/ou vende/compra o bem ou serviço.

Custo Social: Incorrido por toda a sociedade, inclusive aqueles que não estão envolvidos na produção ou consumo do bem ou serviço.

Custo Social = Custo Privado + Externalidade

Benefício (Custo) Social = Benefício (Custo) econômico ou Privado + Benefício (Custo) Externo

** Identifica-se a existência da externalidade no provimento de um bem ou serviço, quando esses envolvem não apenas Benefícios (Custos) Privados, como também Benefícios (Custos) Externos, de forma que o Benefícios (Custos) Sociais diferem dos Benefícios (Custos) Privados **

Externalidades Positivas e negativas:

1) Serão positivas quando uma empresa gera benefícios a outra, sem receber pagamentos em troca.

2) As externalidades serão negativas quando a atividade de uma empresa gerar custos para outras empresas, sem que aquelas paguem a estas o custo proporcionado.

Formas de lidar com externalidades negativas:
Políticas Públicas para as externalidades ou Regulamentação de atividades e práticas

Exemplos: Leis ambientais + Taxação (ou imposição de multas) da externalidade negativa, de forma a igualar os custos sociais e privados.

▪ Essa é a solução econômica mais apropriada, uma vez que minimiza a necessidade de intervenção governamental e faz com que o poluidor pague pelos custos sociais impostos sobre outros.

▪ Imposto de Pigou: Imposto implementado para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa

Teorema de Coase = Se os agentes privados puderem negociar sem custos a respeito da alocação de recursos, eles podem resolver por si próprios o problema das externalidades, desde que haja inexistência de custos de transação (custos incorridos pelas partes no processo de efetivação da negociação) / ** Qualquer que seja a distribuição de direitos **, as partes interessadas podem sempre chegar a um acordo em que cada uma das partes fique em melhor situação e o resultado seja eficiente (Pareto) / É preciso que a solução seja precificável: solução via mercado.

As externalidades positivas ou negativas são os efeitos diretos e indiretos sobre determinados agentes do sistema econômico e decorrem de transações sobre as quais esses agentes NÃO exercem controle. (questão certa cespe)

289
Q

Eficiência de Pareto

1- conceito

2- fronteira atingida com a eficiência de Pareto

A

Critério útil para avaliar diferentes formas de alocar os recursos (mercados);

Se pudermos encontrar uma forma de melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a de nenhuma outra, teremos uma melhoria de Pareto;

Se uma alocação permite uma melhoria de Pareto, diz-se que ela é ineficiente no sentido de Pareto;

** Se a alocação não permitir nenhuma melhoria de Pareto, então ela é eficiente no sentido de Pareto = SITUAÇÃO DE FRONTEIRA DE BEM-ESTAR = não há outra alocação que seja capaz de melhorar a alocação de recursos nessa economia! **

Observação: O monopólio perfeitamente discriminador de preços é Pareto eficiente por conseguir cobrar o exatamente o preço de reserva de cada consumidor, abrangendo todo o bem-estar em favor do produtor.

Uma produção será eficiente no sentido de Pareto se o seu preço e o custo social marginal por ela acarretado forem iguais. - CERTO - PREÇO = CUSTO SOCIAL MARGINAL = PRODUÇÃO EFICIENTE (PARETO)

290
Q

Política Cambial de Todos os governos Vargas (6 fases)

1- leitura

A

Política cambial - Vargas I:

  • até 1934 (Governo Provisório: governo estabeleceu monopólio cambial do Banco do Brasil, com taxa de câmbio única e controle de importações conforme a essencialidade dos produtos.
  • 1934-1937 (Governo Constitucional): política cambial brasileira passou gradualmente do controle cambial estrito para um sistema de duas taxas (oficial e livre).
  • 1937-1939 (início do Estado Novo): monopólio cambial do Banco do Brasil com taxa de câmbio única e desvalorizada (similar a fase 1)
  • 1939-1945 (II Guerra): reforma do regime cambial com estabelecimento de câmbio com 3 taxas (= relativa liberdade cambial). Essa reforma foi decorrente da missão de Osvaldo Aranha aos EUA, em 1939.

Política cambial - Vargas II:

  • 1950-1953: Flexibilização de licenças para importação. Resultado: boom de importações + queda exportações e déficits comerciais. Crise cambial e inflação.
  • 1953: Reforma do regime cambial com o estabelecimento da Instrução nº 70/SUMOC, que estabeleceu um sistema de taxas múltiplas de câmbio, com os objetivos de limitar importações, impulsionar exportações, combater o desequilíbrio fiscal e o aumento da inflação.

Obs: Osvaldo Aranha foi Ministro da Fazenda de 1931-1934, depois atuou como embaixador em Washington e como Ministro das Relações Exteriores. Depois, de 1953 a 1954, ele foi nomeado novamente Ministro da Fazenda.

Com o fim do governo Vargas, novo ministro da Fazenda (Gudin) criou a Instrução 113/SUMOC, que estabelecia uma taxa “livre” de câmbio para importação de bens por investidores estrangeiros (sem cobertura cambial = importação direta e facilitada de bens de capital).

291
Q

Desemprego

1- três características do conceito de desemprego para o IBGE

2- conceito de desalentado (não não)

3- três tipos de desemprego (FEC)

4- composição da taxa NATURAL de desemprego (2) e significado de NAIRU

A

Conceito de Desemprego: Para enquadrar-se nas estatísticas de desemprego, é necessário
que o trabalhador seja capaz de trabalhar (1), não esteja trabalhando (2) e esteja procurando emprego (3).

Taxa de Desemprego = Desempregados / PEA

A PEA compreende a População Ocupada (PO;
trabalhadores formais – com carteira assinada; servidores públicos e trabalhadores informais) e a População Desocupada (PD), que se refere àqueles que estão procurando trabalho.

Observação: Desempregado não pode ser confundido com a categoria do Desalentado = pessoas que não trabalham e não estão procurando

Taxa de desemprego do Brasil fechou em 13,5% em 2020, maior número da séria histórica do IBGE desde 2012, quando houve alterações nas métricas.

3 Tipos de Desemprego:

1) Desemprego Cíclico: ligado ao curto prazo / Decorre dos movimentos oscilatórios da economia e, geralmente, ocorrem em períodos de recessão econômica.

2) Desemprego Friccional: considerado de longo prazo por ser causado por elementos da dinâmica da própria economia, sendo difícil altera-lo por política pública / Decorre da transição de um profissional de um emprego para outro / Descasamento entre capacidades profissionais e ofertas de mercado / gerado por oscilações de mercado / OBS: desemprego sazonal / OBS2: seguro-desemprego

3) Desemprego Estrutural: longo prazo / Decorre de situações em que o preço (salário) não é aquele que equilibra a demanda e a oferta no mercado de trabalho – como o desemprego gerado pela existência de regiões em declínio ou pela demissão de empregados em determinadores setores de atividade em razão de obsolescência do trabalho / OBS: Questão do salário mínimo = ao se estabelecer um piso há influência direta no desemprego estrutural por razões de mercado

A taxa de desemprego decorrente das causas friccional e estrutural é chamada de taxa NATURAL de desemprego (NAIRU – Non Accelerating Inflation Rate of Unemployment)

Um indivíduo que trabalhava em determinado banco
pediu demissão do emprego, a fim de estudar para um
concurso de seu estado; nesse caso, ele seria incluído
na categoria do desemprego natural - QUESTÃO CERTA TPS 2021 - Desemprego Natural ou Friccional é aquela modalidade de desemprego que ocorre devido a mobilidade entre um emprego e outro.

DESEMPREGO NATURAL = FRICCIONAL + ESTRUTURAL

OBS: Sendo um conceito referente ao longo prazo, uma sociedade estará em sua NAIRU se estiver crescendo a taxa do PIB potencial.

292
Q

Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP)

1- Conceito

2- A qual déficit a NFSP está relacionada

A

Mede o comportamento das receitas e das despesas públicas, apontando os resultados fiscais dentro de um exercício financeiro e apura o montante de recursos que o setor público necessita captar junto ao setor financeiro para fazer face aos seus dispêndios / NFSP = dívida ou o quanto é preciso se endividar

As necessidades de financiamento do setor público (NFSP), no Brasil, correspondem à variação do endividamento do setor público não-financeiro junto ao sistema financeiro e ao SETOR PRIVADO, tanto doméstico como do resto do mundo (já errei 3x+)

De modo bem simples, podemos dizer que a NFSP representa a necessidade do setor público em se financiar por meio de dívida.

** A NFSP também é chamada de déficit nominal ou resultado nominal ** (é um dos resultados fiscais do governo: primário, nominal e operacional)

QUANTO AO MOMENTO DE CONTABILIZAÇÃO DA NFSP

As necessidades de financiamento do setor público são apuradas pelo regime de caixa, o que significa que as despesas públicas, com exceção dos juros, são
consideradas como déficit no momento em que são pagas, e não quando são geradas.

Os resultados de juros, no entanto, são apurados pelo regime de competência. Interessante notar que o mesmo vale para as receitas, que são computadas no momento em que entram no caixa do governo, e não no momento que ocorre o fato gerador (sendo, por isso, consideradas regime de caixa).

293
Q

Teoria da Paridade do Poder de Compra e Efeito Balassa-Samuelson

1- Significado de PPP e PPC

2- Duas teorias da PPP e suas diferenças

3- Diferença entre bens tradables e Non tradables

4- Conceito do Efeito Balassa-Samuelson

A

Em economia a paridade do poder de compra ou paridade do poder aquisitivo, é um método alternativo à taxa de câmbio para se calcular o poder de compra de dois países / É uma forma alternativa de se verificar o câmbio / também é chamada de PPP por seu nome em inglês Purchasing Power Parity (ou PPC em português)

A PPC é construída a partir de uma cesta única internacional de mercadorias e serviços que é periodicamente arbitrada a partir das pesquisas de preços e composição de gastos nos diferentes países analisados pelo Programa de Comparações Internacionais das Nações Unidas. Para cada país, o preço da cesta internacional em moeda local é comparado ao preço da mesma cesta em dólares americanos nos Estados Unidos, país utilizado como referência / Essa mensuração parte de um teorema que afirma que o preço de um bem num país será igual ao preço do mesmo bem noutro país

A teoria se divide em duas: absoluta e relativa.

Absoluta = A teoria da Paridade do Poder de compra absoluta afirma que o comércio entre países se dá em mercados perfeitamente competitivos e integrados, ou seja, assume-se que não há barreiras ao comércio, custos de transporte diferenciados, sistemas tributários distintos, etc. Neste caso, ocorreria arbitragem e equalização dos preços de todos os produtos nos diferentes mercados (vigoraria a lei do preço único).

Definindo o índice de preços nacional como P, o índice de preços externo como P∗ e a taxa de câmbio nominal como E, então, pela lei do preço único: E=P/P*

Seguindo a teoria da paridade do poder de compra absoluta chegaremos à conclusão de que os preços de uma mesma cesta de bens em diferentes países, quando medidos em uma mesma moeda, serão sempre iguais.

Constata-se que a TPPC ABSOLUTA possui poucos efeitos práticos ou reais, pois na realidade os preços divergem , exceto quando a análise é de longo prazo.

TEORIA Relativa = afirma que a análise de PPP deve levar em conta a variação do nível de preços das duas economias (INFLAÇÃO) , pois esta irá se refletir na variação cambial entre as duas moedas / Variação do nível de preços = variação cambial / mudanças no câmbio = mudanças nos preços

Teoria da paridade de poder compra relativa = afirma que um país que teve INFLAÇÃO, terá que DESVALORIZAR sua moeda para que se MANTENHA a paridade de poder de compra entre a moeda nacional e a referência (O câmbio argentino deprecia muito porque tem uma inflação interna muita maior que a externa para manutenção competitividade)

Suponha que a inflação no Brasil seja igual a 5% e que a inflação externa seja igual a 1%. Logo, com inflação maior, haverá depreciação da moeda (desvalorização cambial ou aumento da taxa de câmbio em nível igual a diferença, ou seja, +4%).

Observação: Tradables são produtos comercializados mundialmente, sem fronteiras, de tal forma que os produtos locais tem a concorrência dos produtos de fora. “Non tradables” são produtos vinculados a um local, como a construção de uma casa, de uma estrada ou um serviço de transporte urbano de passageiros

Efeito Balassa-Samuelson = Para os autores, nem sempre as taxas de câmbios refletiam a diferença no nível de preços da economia, afirmando que a PRODUTIVIDADE constituía fator chave para entender as diferenças entre preços e câmbio.

Balassa (1964) e Samuelson (1964), preocupados em explicar os persistentes desvios da PPC, estabeleceram um modelo relacionando os movimentos da taxa de câmbio real de longo prazo e os preços relativos dos bens não comercializáveis (nontradables).

Criticando a premissa da PPC como uma mensuração da taxa de câmbio de equilíbrio de longo prazo, Balassa (1964) argumentou que, se as diferenças de produtividade internacionais são maiores ou crescem a uma taxa maior na produção de bens comercializáveis (tradables) do que na produção de não-comercializáveis (nontradables), o preço relativo destes últimos tenderá a crescer devido ao fato de ambos competirem por fatores domésticos de produção.

Como resultado, a moeda do país com nível de produtividade mais alta aparecerá sobrevalorizada em termos da PPC. Isto é, considerando que os preços dos tradables tendem a se igualarem no mercado internacional, um aumento no preço relativo de nontradables causa uma sobrevalorização em termos da PPC. Este seria, então, o chamado efeito Balassa-Samuelson.

** No modelo Balassa-Samuelson, os diferenciais de produtividade entre os setores produtivos de uma economia são fator determinante na alteração da estrutura de preços internos e, portanto, na determinação da taxa de câmbio real. **

Supondo que o mercado de trabalho doméstico seja integrado, uma maior produtividade no setor de bens comercializáveis elevaria os salários de toda a economia. Como a produtividade do setor produtor de bens não-comercializáveis não cresceu, o aumento dos salários irá se refletir em aumentos de preços.

Portanto, o nível de preços dos países mais produtivos (desenvolvidos) seria mais alto, mesmo se alguns dos bens produzidos internamente tivessem seus preços equalizados pelo comércio internacional.

Exemplos do modelo: corte de cabelos são serviços non tradables (não podem ser exportados) com diferentes valores no Brasil e em NY. Isso ocorre, porque a demanda por mão de obra é muito maior NY para tradables, gerando uma elevação do nível de salários, inclusive, para non tradables (efeito preço). Em outras palavras, a diferença de produtividade em um setor (tradables), acaba por impulsionar a elevação do preços de bens não comercializáveis os quais possuem em tese mesma produtividade, gerando diferenças cambiais que dificultam a teoria da paridade do poder de compra absoluta.

Embora a tendência seja de equalização dos preços dos tradables no mercado internacional, os non tradables acabam por sobrevalorizar a PPP.

De acordo com a hipótese da paridade do poder de compra, a longo prazo, a taxa de câmbio entre duas moedas nacionais quaisquer deve refletir o diferencial de inflação existente entre essas duas economias - CERTO TPS - a diferença de inflação nos países desregula a teoria da paridade do poder de comprar no longo prazo.

294
Q

5 planos econômicos de 1986-1992, ministros da economia e diagnóstico da inflação

A

1986 = Cruzado I (Dilson Funaro): Inercial

1987 = Bresser (Bresser Pereira): Inercial + Inflação de demanda

1988 = Feijão com Arroz (Maílson da Nóbrega): Inflação de demanda. Atenção, este não foi diagnosticado como inercial (exceção)

1989 = Verão: (Maílson da Nóbrega): Inercial + Inflação de demanda.

1990-1992 = Plano Collor I e II (Zélia Cardoso de Mello e após Marcílio Marques Moreira) : Inercial + “Fragilidade Financeira de Estado”

295
Q

Política Cambial do Governo Dutra (1946-1951)

1- Câmbio adotado durante a II Guerra Mundial (antecedente) e contexto internacional

2- Primeira fase da Política Cambial (2) e a ilusão de divisas (4)

3- 2ª Fase da política econômica de Dutra

4- três efeitos dessa política sobre a industrialização

A

ANTECEDENTES: 1937 = Monopólio Cambial, seguido de tentativa de liberdade cambial em 1939 durante TODA a Segunda Guerra Mundial até 1947

Resultado na II Guerra = grandes saldos na balança comercial e folga no balanço de pagamentos = acúmulo de divisas (exceto 1939-1940) = estabilidade de importações (restrição internacional) e aumento das exportações (suprimentos).

As condições de guerra funcionaram de maneira semelhante a um sistema de controle de câmbio, dando ocasião a que se formasse no país uma procura reprimida por importações e remessas

Contexto internacional = Bretton Woods e recomendação de esforço de liberalização econômica / essa liberalização foi pressionado pelas efetivas rupturas políticas na Europa Ocidental, os Estados Unidos aceitaram postergar os objetivos de Bretton Woods, proclamando a Doutrina Truman e aprovando o Plano Marshall (intervencionismo) / Somavam-se, no plano econômico, a postergação da livre conversibilidade das moedas e a assinatura do acordo de compensação monetária multilateral entre os países europeus / A percepção desse processo não fora imediato e as ilusões do início do Governo Dutra foram lentamente sendo erodidas.

Ilusão de divisas = “a política de satisfazer a procura interna mantendo um alto nível de importações entrara em choque com o fato da limitada capacidade do Brasil para importar” = acreditava-se que as divisas seriam suficientes diante da adoção do liberalismo / Além de se julgar credor dos Estados Unidos pela colaboração oferecida durante a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro acreditava que uma política liberal de câmbio seria capaz de atrair fluxos significativos de investimentos diretos estrangeiros / Havia, ainda, a esperança de uma alta expressiva dos preços internacionais do café, em consequência da eliminação do seu preço-teto / Tais fatores formavam a “ilusão de divisas” em que se apoiava o governo brasileiro.

1ª Fase da política econômica de Dutra pauta-se na ilusão de divisas:

(1) estabeleceu o mercado livre de câmbio (com eliminação de restrições de compra e venda de dólares para importar, remeter lucros e juros e outras transações);

2) Manteve a taxa de câmbio fixa na paridade de 1939, a taxa de Cr$ 18,50/US$ (quando na verdade, deveria estar acima de Cr$30/US$) = Essa taxa de câmbio significava um dólar extremamente barato. O cruzeiro estava sobrevalorizado = produto estrageiro MUITO barato

Ou seja, o câmbio foi mantido à paridade de 1939 sendo instituído o mercado livre, sem as restrições a pagamentos existentes desde o início dos anos 30 (câmbio livre buscando a paridade de 1939)

Primeiramente, a sobrevalorização cambial impulsionava o problema do saldo de pagamentos em moedas conversíveis, especialmente dólares norte-americanos / O problema residia no fato de o Brasil acumular superávits em moedas fracas e déficits crescentes com países de moedas fortes

Acrescia-se, ainda, o fato de que o término do conflito mundial afetara as pautas de exportação e importação do Brasil, com a significativa queda na exportação de manufaturas e a elevação dos preços das importações

Além disso, em virtude da prioridade conferida pelo governo americano à recuperação europeia, restaria ao Brasil recorrer aos influxos de capitais privados para financiar o seu desenvolvimento econômico.

O $ dos EUA e dos investidores não vêm + o café não tem seu preço aumentado + havia uma grande demanda por bens capitais na europa, gerando a inflexão.

CRISE CAMBIAL DE DUTRA = O mercado livre de câmbio (eliminação de restrições de câmbio e importação), combinado com a demanda reprimida por importações e a sobrevalorização do cruzeiro (resultado do câmbio fixo no nível pré-Segunda Guerra mais inflação elevada) resultou em aumento das importações e déficits comerciais com os Estados Unidos e rápido esgotamento das reservas em dólar.

A política econômico-financeira de Dutra sofreu
uma inflexão em 1947, quando se constatou ter o país esgotado rapidamente as reservas de divisas (pouco mais de setecentos milhões de dólares) amealhadas durante a guerra

Em junho, foram reintroduzidos os controles cambiais, de acordo com a orientação do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo Thomas Skydmore, essa medida marcou o início da transição para um segundo período, “com o aceleramento da
‘industrialização espontânea’ e uma inclinação para formas rudimentares de planejamento geral dos gastos federais”.

2ª Fase da política econômica de Dutra = Controles cambiais e de importação começaram a ser
estabelecidos em julho de 1947: O restabelecimento dos controles cambiais resultou em um “drástico sistema de importação, ao mesmo tempo que
mantinha a alta valorização da moeda brasileira / Mesmo que o governo declarasse não se haver afastado da sua anunciada política de combate à inflação com a manutenção das importações, na prática os regulamentos trabalhavam contra os bens de consumo e em favor de artigos essenciais, tais como
combustíveis, equipamentos e maquinaria / Já que a procura interna continuava elevada, havia forte incentivo para a expansão da indústria brasileira. Além disso, a manutenção de um alto valor oficial do cruzeiro agia como desestímulo do setor de exportação, desviando assim os investimentos para a produção
destinada ao mercado interno”

A MANUTENÇÃO DA MOEDA VALORIZADA COM CONTROLE CAMBIAIS SOMADA A POLÍTICA DE IMPORTAÇÕES DE BENS ESSENCIAIS = ESTÍMULO A INDUSTRIALIZAÇÃO E DESESTÍMULO ÀS EXPORTAÇÕES, LIBERANDO MAIS CAPITAIS

Processo de industrialização espontânea: O surto de desenvolvimento econômico que resultou dessa política — um resultado não-intencional, pois as medidas destinavam-se à solução de problemas imediatos, como a inflação e o desequilíbrio
da balança de pagamentos — foi chamado de “industrialização espontânea” / Nos dois últimos anos do governo Dutra, a industrialização foi ajudada por uma política de crédito mais liberal / Entre 1946 e 1952, a taxa média anual de crescimento do produto
real foi de 6,2%, enquanto o produto industrial crescia 7,9% / A composição do Produto Interno Bruto (PIB) modificou-se: em valor, a parte da agricultura passou de 37%, em 1939, para 31,8%, em 1951, enquanto a renda nacional originada pela indústria evoluía, no mesmo período, de 17,5% para 19,6% / Com a entrada em funcionamento da usina siderúrgica de Volta
Redonda (no início de 1946), a produção brasileira de aço passou de 205.935 toneladas, em 1945, para 788.557 toneladas, em 1950.

A não-intencionalidade governamental desse desenvolvimento industrial foi testemunhada pela opinião do ministro da Fazenda, Correia e Castro, em seu relatório anual datado de maio de 1947, referente a 1946. Qualificando o Brasil como um “país essencialmente agrícola”, acrescentava: “É da essência da economia latino-americana, e o Brasil nesse conjunto está integrado, certa concentração de esforços na exportação de matéria-prima e de gêneros alimentícios, bem como na importação de ampla variedade de artigos manufaturados e de comestíveis
industrializados.”

Assim, no início de 1947, o Brasil enfrentou uma crise cambial. A partir de julho de 1947, o governo estabeleceu controles de câmbio e de importações e, em 1948, implementou um sistema de licenças prévias de importação, distribuídas de acordo com o grau de essencialidade, priorizando-se as importações de máquinas, equipamentos e insumos industriais. O câmbio foi mantido fixo.

A conjugação de uma taxa de câmbio sobrevalorizada (dólar barato) com controle seletivo de importações (priorizando as importações da indústria e, na prática, o acesso da indústria ao dólar barato) produziu um triplo efeito em benefício da industrialização substitutiva de importações:

SUBSÍDIO – PROTEÇÃO – RENTABILIDADE

– efeito subsídio: a prioridade dada às importações de bens de capital e bens intermediários no sistema de licenças de importação significava subsidiar a indústria para comprar máquinas, equipamentos e insumos;

– efeito proteção: o sistema de licenças, ao priorizar importações de máquinas, equipamentos e insumos industriais, em detrimento das importações de bens de consumo, protegia a indústria doméstica da concorrência com bens de consumo importados; e

– efeito rentabilidade: aumento da rentabilidade da produção para o mercado interno em comparação aos bens primários exportados, resultado dos dois efeitos anteriores.

Ironicamente, um governo liberal implantou, sob o argumento de combater a inflação, uma política de câmbio sobrevalorizado e controle de importações que protegeu e incentivou a indústria substitutiva de importações. Essa política estimulou o desenvolvimento no Brasil da indústria de bens de consumo duráveis. Contribuiu também para isso a política do Banco do Brasil de crédito à indústria.

296
Q

Plano Real

1- três fases

2- tipo de câmbio adotado pelo plano

A

A primeira fase do plano era o ajuste fiscal, partindo do diagnóstico que a principal causa da inflação eram os altos gastos públicos. A primeira etapa do Plano Real foi implantada com a aplicação do Plano de Ação Imediata (PAI), em maio de 1993, visando atuar sobre o desajuste das contas públicas.

A segunda fase do plano era chamada de Desindexação. Nesta fase, foi criada a Unidade Real de Valor (URV), mecanismo que serviu como unidade de conta. Assim, as pessoas transacionavam em Cruzeiros de Reais, moeda vigente à época, mas faziam contas em URV, o que zerou a memória inflacionária.

A terceira fase do plano ficou conhecida como âncora nominal, e consistiu no lançamento da nova moeda, o Real. Poucos dias depois, houve mudança da âncora nominal para a âncora cambial, baseada no câmbio flutuante, o que fez com que a política monetária restasse passiva durante um período.

Assim, de fato a âncora nominal foi um dos pilares do plano real, mas ela consistiu no lançamento da nova moeda, o REAL. A URV fez parte da segunda fase do plano.

A terceira fase de implantação do Plano Real ocorreu com a adoção da nova moeda, o real. Essa fase foi chamada de âncora Nominal.

Em julho de 1994, o cruzeiro real deixou de existir e a URV transformou-se no real. Como a URV refletia a taxa de câmbio de cruzeiros reais e dólar, a taxa de câmbio foi fixada em um real por um dólar, subentendendo-se a adoção da âncora cambial da fase anterior.

O real não adotou câmbio fixo, mas sim banda cambial assimétrica (ou câmbio flutuante para baixo) com teto em R$1 = US$1. Nesse esquema o real poderia se valorizar livremente (o câmbio poderia cair), mas não poderia se desvalorizar para além da paridade com o dólar. A sobrevalorização do real logo após o lançamento, com pressões sobre o balanço de pagamentos, levou ao estabelecimento de uma banda cambial deslizante, que aí sim estabeleceu um piso à banda assimétrica. – NÃO ERA CÂMBIO FIXO, POIS PODIA FLUTUAR PARA BAIXO!

Não houve uma melhora dos indicadores fiscais, tampouco redução da vulnerabilidade externa da economia brasileira no período do plano real.

297
Q

Análise comparativa de PREÇO, QUANTIDADE E LUCRO no equilíbrio do Monopólio, Duopólio de Cournot e Concorrência Perfeita

1- ordenar os três mercados segundo a variável Preço

2- ordenar os três mercados segundo a variável Lucro

3- ordenar os três mercados segundo a variável Quantidade

4- três tipos de Oligopólios mais conhecidos

5- classificação da Concorrência Perfeita segundo seu mercado, produto, mobilidade e racionalidade

6- citar 5 das 9 características do Monopólio

A

PREÇO = P(Mono) > P (Cournot) > P (Conc Perf)

LUCRO = π (Mono) > π (Cournot) > π (Conc Perf)

QUANTIDADE = Q (Mono) < P (Cournot) < Q (Conc Perf)

-> Concorrência Perfeita com quantidade maior, ao contrário do lucro e do preço!

Observação: Duopólio de Cournot é um dos três tipos de Oligopólio mais conhecidos / Bertran e Stackelberg são os outros dois

Mercado em Concorrência Perfeita:

Hipótese da atomicidade: é um Mercado com infinitos vendedores e compradores, de forma que um agente isolado não tem condições de afetar o preço de mercado (price-takers); / Hipótese da homogeneidade: produtos homogêneos, sem diferenciação; / Hipótese da mobilidade de firmas: livre e saída de firmas e compradores no mercado; / Hipótese da racionalidade: princípio da maximização de lucros pelos empresários e maximização da utilidade pelos consumidores; / Transparência de mercado: perfeita simetria de informação; / Hipótese da mobilidade de bens: não existem custos de transporte; / Inexistência de externalidades; / Hipótese da divisibilidade: hipótese matemática de continuidade das funções, para que se existam os conceitos marginais (receita, custo, produtividade, utilidade, etc.) / Mercado de fatores de produção também em concorrência perfeita.

Oligopólio

Situação intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio / Os resultados em termos de quantidade produzida, preços e lucros serão, assim, intermediários (entre os resultados de concorrência perfeita e de monopólio) / ** Há casos específicos em que os resultados do oligopólio podem se igualar ou ao monopólio ou à concorrência perfeita / Duopólio é a situação mais simples de análise / As firmas oligopolistas não se comportam sempre da mesma forma:

  • Liderança pela Quantidade
  • Liderança pelo Preço (A competição pelo preço tende a levar o preço ao custo marginal = duopólio de bertrand)
  • Fixação simultânea de Quantidade (Caso do Oligopólio de Cournot)
  • Fixação simultânea de Preço

A interação entre as firmas oligopolistas pode ser analisada por meio do instrumental de teoria dos jogos: Em geral, utiliza-se a análise de duopólios.

Modelo de Cournot com produtos homogêneos

1) Fixação simultânea de quantidade

2) No oligopólio de Cournot temos, em princípio, duas empresas que tomam a decisão de quanto deverão produzir e suas decisões deverão ser tomadas simultaneamente.
3) Nesse modelo, as duas empresas devem tomar a sua decisão levando em consideração a outra empresa /
4) A decisão a ser tomada é sobre a quantidade a ser produzida e, com a determinação da quantidade produzida, poderemos definir o preço = Tende a gerar um equilíbrio estável.
5) Produto homogêneo (Substitutos perfeitos). Isso significa que o preço (único) de mercado resulta da oferta agregada das empresas / Solução tende para solução de concorrência perfeita conforme aumentam os participantes no mercado.

Monopólio:

1) Uma única empresa produtora do bem ou serviço;
2) Não há produtos substitutos próximos;
3) Existem barreiras à entrada de firmas concorrentes.
4) Produz menos do que a concorrência perfeita a um preço maior.
5) A curva de oferta de mercado será a curva de oferta do monopolista, uma vez que a demanda total de mercado é a própria demanda para a empresa. (Não
apresenta curva de oferta)
6) A condição de maximização de lucro segue a mesma (RMg = CMg)
7) No curto e no longo prazo, é capaz de existir lucro extraordinário.
8) O monopolista vai sempre operar no ramo elástico da demanda.
9) Índice de Lerner: quanto maior a elasticidade da demanda, menor será o poder de mercado do monopolista.

10) Discriminação de 1º grau: vender cada unidade de produto pelo preço máximo que cada consumidor está disposto a pagar (shadow price). Nesse caso, todo o
excedente do consumidor é capturado pelo monopolista. Há aqui eficiência de produção, ou seja, mesmo volume de produção do produtor em concorrência perfeita.

11) Discriminação de 2º grau: vender conjunto de produtos a um preço específico (venda casada). O preço depende da quantidade adquirida.

12) Discriminação de 3º grau: cobrar preços diferentes para grupos de consumidores diferentes. Como se o monopolista vendesse em dois mercados separados.

No oligopólio de Cournot, é pressuposto do modelo que as firmas competem simultaneamente entre si via quantidades. Essa competição levará a um lucro que será um meio termo entre o monopólio e a concorrência perfeita. Já no modelo de stackelberg, a empresa líder decide o quanto produzir apenas após sua decisão é que a empresa satélite (seguidora) define quanto irá produzir. Perceba que no modelo de stackelberg o nível de competição entre as empresas é menor do que no modelo de Cournot, o que faz com que a empresa líder esteja em grande vantagem ao poder decidir primeiro e, portanto, aufira maiores lucros. Ou seja, o fato de a decisão das empresas em Stackelberg não ser simultânea (como em Cournot), faz com que o lucro da líder seja superior.

Lucros = Stackelberg > Cournot

298
Q

UNIÃO ADUANEIRA

1- CITAR TRÊS CARACTERÍSTICAS

A

é uma área de livre-comércio com ausência de barreiras ao comércio de mercadorias e serviços entre integrantes + Tarifa Externa Comum (TEC) para o comércio extrabloco + harmonização dos instrumentos da política comercial + elevado grau de convergência em relação aos efeitos de outras políticas nacionais que possam afetar o fluxo de comércio entre os países que o integram

299
Q

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (1959)

1- objetivo

2- sede do Banco

3- três frentes de atuação

A

criado em 1959 para ajudar a promover o desenvolvimento dos países das Américas, ajudando a reduzir a pobreza, financiando infraestrutura e etc. Para isso, ele realiza empréstimos aos países membros

Ainda que tenha nascido no seio da Organização de Estados Americanos (OEA) não guarda nenhuma relação com essa instituição pan-americana, nem com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou com o Banco Mundial, os quais dependem da Organização das Nações Unidas. Em 2005, o capital ordinário do banco atingiu a importância de 101 bilhões de dólares(americanos)

O BID tem sua sede em Washington, EUA, e também tem projetos de integração comercial na região da América Latina e no Caribe.

Ele tem 3 frentes de atuação: inclusão social e equidade, produtividade e inovação e integração econômica; além de e três temas transversais: igualdade de gênero, mudança climática e sustentabilidade do meio ambiente, e capacidade institucional do estado e estado de direito.

INCLUSÃO - PRODUTIVIDADE - INOVAÇÃO E INTEGRAÇÃO

O BID tem como prioridades a redução da desigualdade e a melhoria dos serviços públicos, incluindo a eficiência nos gastos das administrações.

300
Q

Utilidade (teoria do consumidor)

1- definição

2- curva relacionada à utilidade

3- dois autores utilitaristas e sua tese

4- teoria e autores a qual a utilitarista se contrapõe

5- duas condições para maximização da utilidade

A

Em economia, a utilidade, é o grau de rentabilidade ou SATISTAÇÃO que obtemos do uso das coisas, uma medida de satisfação relativa a um agente da economia.

Utilidade é frequentemente usada para estudar as decisões de consumo quando se coloca em alternativa vários bens e serviços, a posse da riqueza ou o usufruto de tempo de lazer. Um caso típico é o estudo da forma como um indivíduo decide dividir o seu tempo disponível entre trabalho e lazer.

A utilidade é normalmente aplicada pelos economistas em construções como a curva de indiferença, que apresenta, para um determinado nível de satisfação, a quantidade de bens que um indivíduo ou uma sociedade aceitariam ter.

Curvas de indiferença são curvas que representam combinações de consumo do bem X e do bem Y que auferem o mesmo nível de utilidade.

De acordo com os utilitaristas, como Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1876), a sociedade deve ter como objetivo maximizar a utilidade total de indivíduos, apontando para “a maior felicidade para o maior número de pessoas. Para eles, as mercadorias passam a ter o valor que as pessoas dão a elas (utilidade).

A teoria do valor utilidade neoclássica surge para se contrapor à teoria do valor trabalho clássica de Smith, Ricardo e Karl Marx (o valor das coisas era medido pela quantidade de trabalho aplicada).

Valor trabalho (clássico) torna-se Valor utilidade (neoclássico) = revolução no pensamento econômico, surgindo a microeconomia e todos os seus campos.

Os autores iniciais acreditavam na possibilidade de mensurar a utilidade em uma unidade de medida chamada “utis” (corrente cardinal). Mas a utilidade evoluiu para uma tendência ordinal, ou seja, não é uma unidade de medida, mas é algo que pode ser ordenado em preferências na microeconomia (revolução marginalista)

A utilidade total é maximizada quando:

1- toda a renda disponível do consumidor for gasta e; (monotonicidade)

2- quando a utilidade marginal por cada real gasto for igual para todos bens e serviços consumidos

Utilidade Marginal = sinônimo de utilidade incremental, é o acréscimo à utilidade total decorrente do consumo adicional do bem ou serviço.

Lei da Utilidade Marginal Decrescente = à medida que aumenta o consumo de determinada mercadoria, a utilidade marginal dessa mercadoria diminui.

Graficamente:

Utilidade total x quantidade = gráfico em formato de meia parábola virada para baixo - representando um crescimento da taxa utilidade em taxas decrescentes pela lei da utilidade marginal decrescente

Utilidade marginal x quantidade = gráfico em formato meio “u”

A medida de utilidade do consumo de uma mercadoria é o máximo que um consumidor está disposto a pagar por esse consumo – questão certa – também chamada de preço marginal de reserva

301
Q

Variáveis de Estoque e Fluxo (Leitura)

A

As variáveis macroeconômicas podem ser de fluxo ou de estoque. O estoque pode ser mensurado em um ponto específico do tempo, enquanto o fluxo só pode ser mensurado em um intervalo ou período de tempo.

Exemplos de estoque: quantidade de moeda, estoque de bens de capital, dívida pública, oferta de moeda, patrimônio de uma empresa, riqueza pessoal.

Exemplos de fluxo: importações e exportações, pagamento de impostos ou salários, déficit público, produto e renda.

302
Q

Lançamentos importantes do BPM6

1- Conta responsável pela maior parte das contrapartidas do BP

2- Conta responsável pela contrapartida de compras a prazo

3- 4 registros das operações envolvendo REMESSA DE LUCROS

4- Dois registros de Ajuda humanitária e transferências unilaterais RECEBIDAS

5- Leitura

A

A contrapartida de tudo que movimenta dinheiro no ato - como exportações, juros, serviços de transporte, remessa de lucros ou qualquer coisa - é feita na conta ATIVOS DE RESERVA (subconta da Conta Financeira), o sinal dependerá se recebemos (ativo) ou pagamos (passivo)!

Se for uma importação será positivo na conta importações, negativo na conta ativos de reserva (subconta da conta financeira), significando saída de divisas (importação são passivos e, por isso, entram com sinal negativo)

Se o pagamento da exportação, juros, serviços de transporte ou qualquer outra coisa for A PRAZO, este torna-se um direito e a contrapartida deve ser registrada também com sinal positiva na subconta “OUTROS INVESTIMENTOS - ATIVOS” (exceção em relação a contrapartida na conta ativos de reserva)

Atenção à contabilização da REMESSA DE LUCROS = não há saída efetiva do país, por isso são 4 registros = negativo na receita primária (despesa), negativo na ativos de reserva (conta financeira), positiva em investimento direto - lucros reinvestido (conta financeira), positivo na subconta ativos de reserva de novo (conta financeira) = ESSA CONTA (ATIVOS DE RESERVA) SE ANULA E O SALDO É ZERO

Contabilização de Refinanciamento de juros:

1- Renda primária - despesa - sinal positivo

2- Ativos de Reserva (Contrapartida) - sinal negativo (o governo enviou dinheiro para pagamento do juros refinanciado) - até aqui segue o procedimento padrão

3- Investimento Externo Direto (Conta Financeira) - passivo (o governo assumiu e recebeu nova dívida)

4- Ativos de Reserva (contrapartida) - sinal positivo - recebeu dinheiro de um banco para refinanciar um juros.

Despesas governamentais de forma genérica e despesas financeiras (apesar do nome) são lançadas na balança de SERVIÇOS (não confunda) e a contrapartida na ativos da reserva (conta financeira)

A bonificação de ações é lançada na conta Renda primárias (se asemelham ao juros / remuneração do fator de produção) e a contrapartida nos ativos da reserva (conta financeira)

Ajuda humanitária e transferências unilaterais RECEBIDAS são registradas na renda secundária e a contrapartida como importação na balança comercial

Envio de medicamentos para o exterior como doação é registrado na RENDA SECUNDÁRIA (-) e a contrapartida na EXPORTAÇÕES (+) da balança comercial

A venda em triangulação (3 países) são lançados com entrada e saída na EXPORTAÇÃO (sinais contrários) (um dos poucos casos que aparece sinal negativo no BPM6)

A contabilização da conta erros e omissões também tem contrapartida na conta ativos de reserva da conta financeira.

IMPORTANTE: o resultado da conta financeira deve ser igual a soma das transações correntes + conta capital + erros e omissões!

A estrutura do Balanço de Pagamentos é dividida em duas partes: a primeira, chamada de acima da linha e a segunda, chamada de abaixo da linha.

ACIMA DA LINHA = CONTABILIZA TODAS AS RECEITAS E TODAS AS DESPESAS E SOMA

ABAIXO DA LINHA = CONTABILIZA QUANTO A DÍVIDA/SUPERÁVIT ACIMA VARIOU EM DOIS PERÍODOS DISTINTOS

As transações acima da linha, registram os pagamentos efetuados e recebidos do resto do mundo, sendo, por isso, chamadas de transações correntes.

Acima da linha: O método de apuração fiscal “acima da linha” representa uma medida de fluxo. (diferença entre receitas e despesas).

Os valores abaixo da linha descrevem como isso foi alcançado, referindo-se às contas capital e financeira.

Abaixo da linha: O método de apuração fiscal “abaixo da linha” representa uma medida de estoque. (variação da dívida interna e externa)

O critério “acima da linha” é calculado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e corresponde ao confronto das receitas e despesas para se chegar ao resultado fiscal, superavit ou deficit. Permite um maior detalhamento da situação fiscal com a análise item a item das receitas e despesas, evidenciando as causas dos desequilíbrios.

LANÇAMENTOS CONTÁBEIS

Recebimento de ajuda humanitária em 1 bilhão = +1000 Renda Secundária com contrapartida Importação +1000

Empréstimos em bancos internacionais de 50 milhões = Conta Financeira – outros investimentos (passivo) + 50 com contrapartida na Conta Financeira – Ativos de Reserva +50

Reivestimento de lucros no valor de 200 milhões = são dois lançamentos diferentes:

1) Renda primária (despesa) +200 e contrapartida na ativos de reserva -200.

2) Já na conta financeira > investimento direto > lucros reinvestido (passivo) + 200 com contrapartida na conta fincanceira > ativos de reserva +200

Difere-se do critério “abaixo da linha”, calculado pelo Banco Central (BACEN), o qual corresponde a verificação da variação da dívida líquida total, interna e externa, de um período para o outro.

303
Q

COMEX VIS BRASIL 2022

1- Valor do comércio geral

2- Valor do Superávit

3- únicos dois anos de déficit da série histórica

4- 5 principais parceiros para exportação

5- 5 países parceiros para importações

A

Comércio Geral = 607 bilhões (+21%)
Exportações = 334 bilhões (+19%)
Importações = 272 bilhões (+24%)
Superávit total = 61,7 bilhões (record) (2021 foi 61,4) (únicos déficits foram 2013-2014)

7 principais parceiros (exportação) = China, EUA, Argentina, Holanda, Espanha (novidade), Chile, Singapura, México

7 principais parceiros (importação) = China, EUA, Argentina, Alemanha **, Índia **, Rússia e Itália (mesmos de 2021)

Principais produtos exportados =, soja (14%), petróleo (13%), ferro (8%), açúcar e café

Principais produtos importados = Adubos, petróleo e medicamentos

A participação dos chineses nos valores embarcados pelo Brasil subiu de 28,7% em 2019 para 31,3% em 2021. A Ásia como um todo avançou quatro pontos percentuais em igual período, atingindo 46,4% em 2021 (puxados pela Coreia do Sul, Malásia, Singapura e Indonésia = ASEAN)

De acordo com o o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), o volume exportado pelo Brasil ao país asiático cresceu mais de 360% em 2021 contra 2008. Em sentido oposto, a quantidade embarcada aos EUA caiu 18,6%. Para a Argentina e a União Europeia, houve redução de 30% e 28%, respectivamente, sempre na mesma comparação.

Destacar o efeito dos volumes é importante porque no ano passado o valor embarcado pelo Brasil cresceu predominantemente pelo fator preço, puxado
por itens importantes na pauta de exportação, como commodities agrícolas e metálicas. A estrela foi minério de ferro. Ainda pelo Icomex, o preço médio da
exportação total do Brasil subiu 29,3% em 2021 contra o ano anterior. Em volume, os embarques aumentaram em ritmo bem menor, de 3,2%.

A fatia americana no valor da exportação brasileira caiu de 13,4% para 11,1% nesses dois anos. Na mesma comparação a União Europeia teve redução pequena, de 13,6% para 13%, mas ficou com a menor fatia da série histórica desde 1997. Os números excluem para a série toda o Reino Unido, que saiu do bloco em dezembro de 2020. A participação da América do Sul caiu de 12,7% para 12,1%

Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou déficits na Balança Comercial apenas em 2013-14, tendo retomado os superávits a partir de então. Os principais destinos das exportação mantiveram-se os mesmos, com exceção da Coreia do Sul a qual não figurou entre os 10 destinos em 2020. Os principais produtos exportados foram a soja, minério de ferro e óleos brutos. Já as importações são provenientes de países como China, EUA, Alemanha, Argentina e Índia e estão associadas a produtos óleos combustíveis, produtos da indústria de transformação, adubos, fertilizantes e partes de veículos.

Em 2022, a desaceleração econômica deve dar o tom das exportações. Relatório do Banco Mundial divulgado nesta semana projeta desaceleração da economia da
China, Estados Unidos e da zona do euro. Para China, maior parceiro comercial do Brasil, a projeção é de crescimento de 5,1% neste ano, após estimados 8% em 2021.

O cenário é propício para medidas protecionistas, o que também pode atingir exportações brasileiras. Os EUA, lembra, já anunciaram subsídios a pequenos produtores de carne. Além disso, há preocupações iniciais em relação ao efeito da seca sobre a safra agrícola brasileira deste ano. Mesmo assim, diz, a expectativa é que a exportação possa propiciar superávit alto para este ano, ainda que menor que os US$ 61,2 bilhões de 2021. A projeção da AEB é de superávit de US$ 34,5 bilhões em 2022.

Atualizar:
http://comexstat.mdic.gov.br/pt/comex-vis

304
Q

RIGIDEZ FISCAL

1- Duas origens possíveis para ampliação da despesa pública

2- 3+ possibilidades que afetam o orçamento fiscal previsto

3- Nome da Reserva criada para situações imprevisíveis

4- Três origens da rigidez fiscal

A

Caso um ente federativo pretenda ampliar as despesas obrigatórias de caráter continuado, ele terá duas alternativas:

  1. Indicar com clareza a fonte de aumento de receita que irá viabilizar as ações a serem implantadas.
  2. Reduzir permanentemente outras despesas.

O objetivo é que a criação de despesas obrigatórias não comprometa o alcance das metas fiscais.

Além das despesas, o ajuste fiscal também pode ser prejudicado por:

  1. Contestação judicial quanto a tributos; (processos)
  2. Déficits reiterados de autarquias ou prejuízos de empresas estatais (governo cobre esses prejuízos)

Além disso, o governo está sujeito à riscos orçamentários:

  1. Previsão da Receita: frustração da receita devido à não concretização das situações e parâmetros usados em suas projeções (ocorreu no governo Dilma)
  2. Programa da despesa: aumento da despesa, caso ocorram variações no seu valor em função de mudanças posteriores à alocação inicial (subida do preço dos respiradores).

5.Riscos da dívida pública mobiliária: riscos decorrentes da administração da dívida pública. Impacto das eventuais variações das taxas de juros, câmbio e inflação nos títulos vincendos.

  1. Passivos contingentes: novas obrigações causadas por eventos que podem vir ou não a acontecer - exemplos: demandas judiciais; dívidas em processo de
    reconhecimento; operações de aval e garantias dadas pela União.

Por isso, existe a Reserva de Contingência: dotação global não especificada e destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais. Visa garantir uma margem de flexibilidade ao governo ao longo da execução do orçamento. Os recursos ordinários e as reservas de contingência permitem ao governo maior flexibilidade orçamentária, porque não são vinculados, podendo ser aplicados de acordo com a discricionariedade do governante.

A vinculação de recursos, por sua vez, aumenta a rigidez orçamentária e traz problemas, como a tendência de aumento das despesas e a tendência à maior tributação

A rigidez decorre de 3 fatores:

a) compromissos financeiros contraídos em exercícios
anteriores;

b) mecanismos de transferências constitucionais para
entes subnacionais;

c) vinculações de receitas

** O percentual de recursos ordinários livres no país era de cerca de 10% do orçamento entre 1999-2005. Em 2019, era de cerca de 4% do Orçamento ** As despesas obrigatórios tem crescido exponencialmente nos últimos anos (engessamento), passaram de 0,9 trilhão em 2009 para 1,3 trilhão em 2019 = crescimento exponencial do engessamento = motivo principal da justificativa para emenda do teto de gastos

305
Q

Mecanismos de transmissão da política monetária (efeitos da SELIC)

1- Efeito da SELIC nas decisões das famílias

2- Efeito da SELIC no câmbio

3- Efeito da SELIC no preços dos ativos

4- Efeito da SELIC no crédito

5- Efeito da SELIC nas expectativas (da inflação)

A

Os mecanismos de transmissão da política monetária são os canais por meio dos quais mudanças na taxa Selic (que é o principal instrumento de política monetária à disposição do Banco Central (BC) afetam o comportamento de outras variáveis econômicas, principalmente preços e produto.

A política monetária afeta os preços da economia por meio:

1- da decisão entre consumo e investimento das famílias e empresas; (+ conhecido de todos = efeitos da taxa de selic)

2- da taxa de câmbio; (taxa de juros alta = entrada de dólares = moeda forte = dólar mais barato = gerando impactos na inflação devido as importações de bens, insumos de produção e diminuição das exportações)

3- do preço dos ativos; (juros altos retiram investimentos em empresas, diminuem suas ações e reduzem o lucro)

4- do crédito; (aumentos na SELIC estimulam as taxas cobradas por empréstimos bancários, diminuindo empréstimo, e, por conseguinte, consumo e investimento)

5- das expectativas (aumentos na SELIC sinalizam um nível de atividade mais contido não apenas no presente, mas também para o futuro. Com isso, famílias e empresas passam a acreditar que a inflação, no futuro, estará mais baixa. Como resultado, os preços definidos hoje já tendem a aumentar menos pois os agentes sabem que as condições econômicas futuras não mais darão suporte a aumentos maiores de preços. Esse processo é chamado de efeito secundário ou de segunda ordem pela literatura

Em uma economia globalizada, taxas de juros elevadas em um país, ceteris paribus, atrairão mais capital estrangeiro, provocando, assim, a apreciação da moeda nacional e a redução das exportações e do PIB (menos exportações menos PIB)

Operação de Mercado Aberto Contracionista = Bacen está vendendo títulos e pegando dinheiro, com o objetivo de restringir a quantidade de moeda na economia, gerando aumento da taxa de juros.

AUMENTO DA TAXA DE CÂMBIO = DESVALORIZAÇÃO DO REAL = AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES

306
Q

CURVA DE DEMANDA (MICROECONOMIA)

1- valor da elasticidade preço da demanda ao longo da curva

2- local em que a receita total é máxima na curva de demanda

3- fórmula da inclinação da demanda e fórmula da elasticidade preço da demanda

4- inclinação da demanda padrão

5- ação das expectativas do consumidor na demanda

A

A demanda LINEAR começa com elasticidade preço da demanda INFINITA no eixo Y e chegando a Epd igual a zero no eixo X. ** Quando temos função de demanda linear (Q=a b.P), sempre quando EPD for igual a 1 (ponto médio da curva de demanda), a receita total será máxima **(Por isso, quando a elasticidade é baixa (<1), o produtor tem incentivos para aumentar a receita até se igualar a Epd = 1. A partir daí, se o produtor decidir continuar a aumentar os preços, a demanda passará a ser elástica, ocorrendo redução da receita total)

Importante: não confunda inclinação da curva de demanda (delta P sobre delta Q) com elasticidade preço da demanda, são fórmulas inversas.

Por fim, não devemos confundir demanda de mercado com demanda agregada. Demanda agregada é um conceito estudado na Macroeconomia e que significa o somatório de gastos dos agentes econômicos (famílias, empresas, governo e resto do mundo). O somatório das demandas individuais é igual à demanda de mercado, não tendo relação com a demanda agregada.

Teto ou Piso de preços no gráfico de oferta e demanda acarreta em: escassez permanente (mais gente querendo compras do que ofertantes querendo vender) + quantidade abaixo da eficiência, ou seja, geração de peso morto + alocação ineficiente entre os compradores por sorte ou outro meio + desperdício de recursos (mais esforços e tempo para adquirir produtos) + sucateamento ou baixa qualidade pela impossibilidade de comercializar acima do teto + mercado ilegal (ágio)

Em geral, a curva de demanda é decrescente (negativamente inclinada), ou seja, preços e quantidades são inversamente proporcionais, mantendo relação inversa. Assim, quanto maior o preço de mercado, menor a quantidade demandada.

Cada curva de demanda representa certa situação de mercado, em que fatores exógenos (que não o preço e a quantidade demandada) são dados como fixos (coeteris paribus). Alterações nesses fatores exógenos gerarão alterações na curva de demanada (geram novas curvas de demanda, que relacionam novos preços a novas quantidades demandadas). Os principais fatores exógenos são a renda do consumidor, novas configurações das preferências do consumidor, preço dos bens relacionados, novos consumidores no mercado (Quanto maior o número de consumidores, maior a demanda (expansão)

As expectativas do consumidor influenciam o comportamento da demanda:

Expectativas negativas influenciam negativamente a demanda (retração)

Expectativas positivas influenciam positivamente a demanda (expansão)

307
Q

Excedentes, peso morto e ônus tributário (microeconomia)

1- Definição de excedente

2- Definição de peso morto

3- Em que recai o ônus do tributo – produtor ou consumidor ?

4- Três efeitos do tributo no mercado, consumidor e produtor

A

Excedente do consumidor (espécie de medida de bem-estar): é o benefício total que os consumidores recebem além daquilo que pagam pela mercadoria. Em outras palavras: é o que ele estaria disposto a pagar menos o que realmente pagou / Para o consumidor, excedente é aquilo que ele percebe como benefício por adquirir um bem por um valor inferior ao qual estava disposto a pagar.

Demandas Inelásticas (verticais) geram grandes excedentes do consumidor (grande bem-estar) e demandas elásticas (deitadas) possuem pouco excedente ou bem-estar.

PESO MORTO

O peso morto se refere ao bem-estar perdido (e não capturado) por consumidores ou produtores quando os mercados não operam de forma eficiente.

Quanto maiores forem as elasticidades da demanda/oferta, ou seja, quanto mais horizontais, maior será o peso morto de um imposto. Quando a oferta e/ou a demanda são elásticas, o peso morto do imposto é alto.

Se o governo procurar a maior neutralidade ou eficiência possível (isto é, interferir o mínimo no mercado, de forma a não causar excessivo peso morto) ao tributar, ele procurará arrecadar mais impostos naqueles mercados onde a demanda e/ou oferta sejam mais inelásticas. Deste modo, o peso morto do imposto será menor.

Repartição do ônus tributário: recairá sobre consumidores ou produtores de acordo com a demanda ou oferta mais INELÁSTICA , ou seja, mais vertical (menos sensíveis a mudanças no preço). Então, para saber em que recai mais o imposto, basta procurar a curva (demanda ou oferta) mais em pé no gráfico.

** Quando a demanda (consumidores) é totalmente inelástica, os consumidores arcam com a totalidade da tributação, já que eles não reagem de nenhuma maneira a mudanças nos preços. Ainda neste caso, ressaltamos que não haverá mudança nas quantidades transacionadas, pois os consumidores, inelásticos que são, manterão o mesmo consumo de antes. Se a demanda é perfeitamente elástica, os produtores assumem toda a carga do imposto, e os consumidores não assumem nenhuma parte dela **

Ou seja, o lado do mercado sobre o qual o imposto é lançado (se é cobrado do consumidor ou do dono do posto/ofertante) é irrelevante para determinar o ônus tributário, sendo que este é determinado pelas elasticidades da demanda e da oferta, e não sobre quem é lançado o tributo.

A carga do imposto é totalmente suportada pelos consumidores, caso a oferta seja perfeitamente elástica ou a demanda seja perfeitamente inelástica.

Se a razão entre a elasticidade da demanda e a elasticidade da oferta for menor que 1, a carga fiscal recairá principalmente sobre os consumidores. Caso seja maior maior que 1, recairá sobre produtores.

Da mesma forma, o benefício de um subsídio será maior para os consumidores (produtores) se a razão entre a elasticidade da demanda e a elasticidade da oferta for menor do 1 (maior do que 1).

TRIBUTOS SOB ÁLCOOL E CIGARROS

Tributos mais altos em bens que causam vício, como cigarros e bebidas alcoólicas, têm a quase-totalidade de seu efeito sobre o bem-estar do consumidor.

Impostos reduzem a atividade dos mercados, aumentam o preço que o consumidor paga e reduz o preço que o produtor recebe. Em geral, vendedores e compradores compartilham o peso dos impostos.

Como a carga do imposto se distribui entre os agentes (na forma de preços mais altos para os consumidores e preços mais baixos para os vendedores) não depende de quem paga oficialmente (recolhe) o imposto.

Em que proporção o ônus dos impostos é dividido entre vendedores e compradores depende da elasticidade-preço da oferta e da demanda (recai sobre aquele com menor elasticidade-preço)

308
Q

Desemprego para economia (3 categorias)

1- Citar três tipos de desemprego (FEC)

2- Situações em que ocorrem cada um dos desempregos acima

3- Qual dos desempregos é chamado de Keynesiano e por quê?

4- Dois desempregos que compõem a NAIRU

A

CATEGORIAS “ECONÔMICAS” DE DESEMPREGO (não se confunde com desemprego estatístico):

FRICCIONAL ou CONJUNTURAL - ESTRUTURAL - CÍCLICO

Desemprego Friccional ou Conjuntural = esta entre empregos, ou seja, na busca por um novo emprego devido a alterações na demanda e oferta de bens – essa fricção pode ser alterada por políticas públicas como o seguro desemprego (aumenta a fricção) e serviço de informações em plenitude (diminui a fricção) (o desemprego friccional existe até no pleno emprego) / Ocorre quando as pessoas mudam de trabalho e, em razão da assimetria de informação entre as partes – os patrões querem o candidato ideal para o cargo e o trabalhador a atividade que se encaixa às suas habilidades

Desemprego estrutural = causado por desequilíbrios pontuais (a oferta e a demanda agregadas continuam iguais), mas há mudanças na qualificações (desequilíbrio ocupacional), desequilíbrio na oferta e demanda regional (desequilíbrio geográfico) – todos desempregos decorrem da rigidez salarial a priori / decorre de situações em que o
preço (salário) não é aquele que balanceia a demanda e a
oferta no mercado de trabalho – como o desemprego gerado pela existência de regiões em declínio ou pela demissão de empregados em determinadores setores de atividade em razão de obsolescência do trabalho / Se o mercado de trabalho fosse perfeitamente competitivo, não haveria desemprego estrutural.

Em linhas gerais, o desemprego estrutural no
mercado de trabalho pode ser explicado de três
formas: i) pela existência do salário mínimo; ii) pela
negociação sindical; iii) pela teoria do salário
eficiente

Os desempregos são amenizados por: treinamentos subsidiados, fluxo de informações e empregos, subsídios para deslocamentos, aviso prévio para demissões e fechamentos

Desemprego cíclico = ocorre por deficiência da demanda (CRISE) (desemprego KEYNESIANO), fruto da queda do ritmo da economia, diferencia-se do estrutural pois aqui há DIVERGÊNCIAS entre a oferta e a demanda agregada, aqui a solução pode vir através de políticas fiscais e monetárias expansionistas para expandir a demanda agregada / todos os tipos de desempregos tem origem na rigidez salarial / É a única forma de desemprego que ocorre no curto prazo, refletindo alguma conjuntura econômica ruim por que passam os países,

A taxa de desemprego decorrente das causas
friccional e estrutural é chamada de taxa natural de
desemprego (NAIRU – Non Accelerating Inflation
Rate of Unemployment). Ela não inclui o desemprego keynesiano (cíclico) . Sendo um conceito referente ao longo prazo, uma sociedade estará em sua NAIRU se estiver crescendo à taxa do PIB potencial. Caracteriza-se, portanto, como sendo a taxa de desemprego que não gera inflação (oferta e demanda estão em equílibrio). Assim como o PIB potencial, a NAIRU é um conceito teórico não observável e precisa ser estimada.
________________________________________________

309
Q

Paradoxo de Leontief

1- Principal crítica

2- Conteúdo do Paradoxo de Leontief

A

O paradoxo de Leontief na economia é que um país com maior capital por trabalhador (desenvolvido) tem menor razão “capital divido pelo trabalho” nas exportações do que nas importações. Esta descoberta econométrica foi o resultado da tentativa de Wassily W. Leontief de testar a teoria de Heckscher-Ohlin empiricamente / Leontief contesta as teorias clássicas ao mesmo tempo que Raul Prebish e a CEPAL o faziam

É fruto do avanço das teorias econômicas graças a análise de dados, passando a questionar os paradigmas neoclássicos.

Modelos neoclássicos = Os padrões de especialização produtiva e comércio exterior são explicados pelas dotações relativas dos fatores de produção, capital e trabalho. O modelo parte da suposição de igualdade tecnológica entre os países para argumentar que o que determinaria as vantagens comparativas seriam as diferentes dotações (abundância ou escassez) nos fatores de produção (trabalho, capital) entre os países e os diferentes preços desses fatores no mercado internacional.

Padrão de Comércio Norte-Sul: Troca-se capital por trabalho.

Paradoxo de Leontief = pautado na Evolução do Comércio Internacional desde o pós-Guerra / crítica ao modelo de Hecksher-Ohlin (2 produtos, 2 países = comércio Norte e Sul) / surge da maior disponibilidade de dados do século XX, frente as teorias econômicas dos séculos anteriores, especialmente após a II Guerra, período de concentração da expansão nas trocas intraindustriais (Norte-Norte)

Leontief notou que EUA com a maior produção industrial no mundo (rica em capital), exportava pouco e importava muito bens intensivos em capital - o que configura um paradoxo sob o olhar de Heckesher-Ohlin = Em outras palavras, um país rico em capital (EUA) exportava bens intensivos em mão de obra e importava bens intensivos em capital - furando a perspectiva esperada / Leontief verifica que o comércio predominante não era o NORTE-SUL

Os dados demonstraram que a expansão do comércio internacional se deu, na verdade, em troca intraindustriais (padrão Norte-Norte) / O intercâmbio se intensificou especialmente entre economias avançadas, caracterizando o padrão econômico Norte-Norte de relações comerciais: 38% em 1953 e 76% em 1990 (dados OCDE)

O tamanho do país, o desenvolvimento industrial, a abertura econômica e a integração comercial de cadeias produtivas com o resto do mundo parecem determinar em muito a parcela e a progressão do comércio intraindústria.

Graças a essas observação que novas teorias surgem com novos enfoques como: ganhos de escala e tecnologia (Solow), por exemplo.

310
Q

A Fronteira ou Curva de Possibilidades de Produção (CPP), também chamada de CURVA DE TRANSFORMAÇÃO pela CESPE

1- Conceito

2- Formato da curva e sua justificativa

3- Formato da CPP com custo de oportunidade constante

4- Três fatores que expandem a CPP

5- Leitura atenta

A

A Fronteira ou Curva de Possibilidades de Produção (CPP), também chamada de Curva de Transformação, é a fronteira máxima que a economia pode produzir, dados os recursos produtivos limitados e a tecnologia. Mostra as alternativas de produção da sociedade, supondo os recursos plenamente empregados / a CPP é uma curva em formato de meia bola com os eixos

A CPP é uma explanação para o problema da própria definição do que é economia, ou seja, é um resultado do conflito entre a ILIMITADA NECESSIDADE HUMANA em contraste com a FINITUDE DOS RECURSOS a disposição.

Em sua análise mais simples, apresenta-se o trade-off produtivo entre dois bens, em que se está implícito o conceito de custo de oportunidade.

Na parte interna da Fronteira de Possibilidade de Produção, não se está utilizando a máxima capacidade produtiva. Dessa forma, inexistem custos de oportunidade para a ampliação da produção de certo bem, uma vez que se desfaz o trade-off entre a produção de um em relação a outro.

Para pontos internos à CPP os recursos não estão em pleno emprego, e, nesse caso, o custo de oportunidade é zero, pois não é necessário o sacrifício de recursos produtivos para aumentar a produção de um bem, ou mesmo dos dois bens. Ou seja, Não há custo de oportunidade quando a economia opera em um ponto interno à fronteira de possibilidade de produção

Formato = Ela é decrescente em virtude do sacrifício que tem que ser feito ao optar-se pela produção de um bem quando os recursos estão plenamente empregados = TRADE OFF (o aumento da produção de um bem implica a queda do outro, quando se está sobre a CPP);

A CPP é côncava em relação à origem em virtude da chamada Lei dos custos crescentes: para atrair mais trabalhadores que estão empregados no setor A para deslocá-los para o setor B, deverão ser oferecidos salários maiores, e vice- versa. Portanto, os custos serão gradativamente crescentes.

Portanto, o formato côncavo da CPP decorre da taxa de retorno marginal decrescente dos fatores de produção e da possibilidade de substituição desses fatores

Dois pontos sobre a curva de possibilidades de produção são igualmente eficientes, independentemente da relação de preços existente na economia (questão certa CESPE) - Esse ponto eficiente não é alterado por mudanças nos preços da economia e nem pela quantidade de bens produzida na economia.

Observação: Se os custos de oportunidade forem constantes, o gráfico da CPP seria uma reta formando um triângulo com os eixos, pois o gráfico não obedeceria a lei dos redimentos decrescentes.

Motivos que levam a CPP p/ direita e p/ cima, ou seja, a expande:

-Aumento nos investimentos
-Melhorias tecnológicas
-Melhorias nos sistema legal(legislação de trabalho justa, por ex)
-Aumento de fatores de produção(mão de obra, matéria prima, capital etc..)

Elementos que alteram a Fronteira das Possibilidades de Produção (FPP): poupança, tecnologia, MDO, capital e recursos naturais.

Fronteira de possibilidades de produção consiste de uma construção gráfica que mostra a limitação do potencial produtivo de um país na produção de um par de bens ou serviços.

311
Q

Relação câmbio-juros-inflação e o crescimento econômico (leitura - nabuco)

1- a que preço as três variáveis se relacionam

2- efeitos de aumento da demanda no câmbio, juros e inflação

A

Câmbio, juros e inflação são os três principais preços macroecônomicos. Correspondem ao preço das divisas internacionais, preço do dinheiro e o índice geral de preço.

Relação câmbio-juros-inflação

Juros x inflação = é a relação mais compreensível para os brasileiros, pois o juros é a principal ferramenta de combate à inflação no país. Relação direta - muita inflação, gera aumento de juros para combate-la.

Câmbio x Inflação = desvalorizações cambiais, geram importações mais caras, aumentando os preços internos (efeito pass-through)

Observação: efeito pass-through = efeito do câmbio na inflação = mostra o grau de repasse cambial aos preços internos / é quanto uma subida (ou redução) na taxa de câmbio faz a inflação subir (ou baixar)

Juros x Câmbio *** = A posição cambial (fixo, móvel) do país influencia a condução da política monetária, especialmente a taxa de juros (trindade impossível de Mundel Fleming) / O diferencial de juros influencia o câmbio, que, mantido apreciado, mantém baixo nível de inflação (atrai capitais externos) / O juro alto seria o prêmio do seguro contra o risco de perda cambial / A forte acumulação de reservas (decisão política) mantém os juros elevados para atração de capital.

O crescimento da produção e da renda decorrem da quantidade e qualidade dos fatores de produção disponíveis, alocados de modo eficiente em todos os setores da economia:

A denominada “função de produção agregada” (oferta) depende de alguns fatores estratégicos, notadamente técnicos, tais como:

Aumento da força de trabalho (quantidade de mão de obra);

Aumento do estoque de capital, ou da capacidade produtiva;

Melhoria na qualidade da mão-de-obra, através de programas de educação, treinamento e especialização;

Melhoria tecnológica, que aumenta a eficiência na utilização do estoque de capital;

Melhoria da eficiência organizacional, principalmente quanto a forma de utilização dos insumos básicos (fatores de produção).

CRESCIMENTO ECONÔMICO E SEUS EFITOS NO CÂMBIO-JUROS-INFLAÇÃO

O crescimento econômico pode ser entendido como um aumento da demanda.

DEMANDA X CÂMBIO = a elevação da demanda interna, gera aumento das importações e tendência à desvalorização do câmbio. Aumentos na demanda externa geram incentivos às exportações e à valorização cambial

DEMANDA X JUROS = aumento da demanda interna tende à aumentar o juros para conter a inflação de demanda. Aumentos da demanda internacional pode gerar inflação, caso pressione custos de insumos, gerando aumento dos juros. Ou caso não haja pressão inflacionária, há margem para redução de juros.

DEMANDA X INFLAÇÃO = aumento da demanda, gera aumento da inflação de demanda

312
Q

Excedentes (consumidor, produtor, tarifas e quotas)

1- Conceito de “shadow-price”

2- Conceito de excedente do consumidor e do produtor

3- Efeitos da introdução de uma tarifa para quem envia o produto, para os produtores domésticos, consumidores domésticos

4- Efeito da tarifa no preço e no volume comercializado

5- Quem recebe o valor da distorção comercial quando se estabelece quotas (rendas de contingenciamento)

A

Preço de sombra ou “shadow-price”: representa o preço de reserva máximo (mínimo) pelo qual o consumidor (produtor) está disposto a pagar (receber) para se manter no mercado.

O excedente do consumidor mede a quantidade que um consumidor ganha em uma compra ao computar a diferença entre o preço que ele realmente paga e o preço que ele estaria disposto a pagar.

** O excedente do consumidor é igual à área abaixo da curva de demanda e acima do preço **

Chama-se excedente do produtor a diferença entre o mínimo que o produtor estava disposto a receber (preço alvo, preço de sombra ou shadow price) e o que efetivamente recebe, por ofertar determinada quantidade de produto.

O excedente do produtor mede o ganho dos produtores ao ofertarem/venderem determinado produto.

** O excedente do produtor é igual à área acima da curva de oferta e abaixo do preço **

Excedente do governo:

O excedente do governo é um conceito análogo, que surge na análise de bem-estar do comércio, quando se introduz uma tarifa de importação.

A introdução de impostos gera ineficiência de mercado, o que é representado pelo peso morto. Ou seja, há uma perda de excedente, tanto do produtor quanto do consumidor, que não são apropriados por nenhum agente, nem mesmo pelo agente público.

O excedente do governo será, nesse caso, o ganho de receita do governo, pela introdução de uma tarifa de importação.

A imposição de tarifas de importação em um país importador líquido:

Introduzir uma tarifa aduaneira, então, abre uma brecha entre os preços dos dois mercados. Do ponto de vista de alguém que envia mercadorias, a tarifa aduaneira é como um custo de transporte.

Em Doméstica, os produtores ofertam mais no preço maior, enquanto os consumidores demandam menos, de forma que poucas importações são demandadas

Em Estrangeira, os preços mais baixos resultam na oferta reduzida e no aumento de demanda e, portanto, em uma oferta de exportação menor

Conclusão: Uma tarifa aduaneira aumenta o preço em doméstica enquanto baixa o preço em estrangeira. Portanto, o volume comercializado diminui.

A imposição de quotas de importação em um país importador líquido:

Uma quota de importação é uma restrição direta na quantidade que pode ser importada de alguma mercadoria. A restrição é normalmente aplicada com a emissão de licenças para alguns grupos de empresas individuais.

Uma quota de importação sempre aumenta o preço nacional da mercadoria importada.

No fim, uma quota de IMPORTAÇÃO aumentará o preço
nacional pelo mesmo valor que uma tarifa aduaneira que limita as importações ao mesmo nível (por isso que se fala de tarifa equivalente à quota).

Quando a quota, em vez da tarifa, é utilizada para restringir as importações, o valor que corresponderia com a tarifa à receita do governo é recolhida pelo detentor das licenças de importação. Os donos de licenças podem comprar importações e revendê-‐las a um preço maior no mercado nacional.

A diferença entre a quota e a tarifa aduaneira é que com a quota o governo não recebe nenhuma receita. Quando a quota, em vez da tarifa aduaneira, é utilizada para restringir as importações, a soma de dinheiro que teria aparecido com a tarifa como receita do governo é recolhida por quem quer que receba as licenças de importação. Os donos de licenças são, portanto, capazes de comprar importações e revendê‐las a um preço maior no mercado nacional. Os lucros recebidos pelos donos das licenças de importação são conhecidos como rendas de contingenciamento.

Em um regime de taxas de câmbio flexíveis, a imposição de restrições ao comércio, tais como quotas às importações ou tarifas, não afeta a renda, porque a apreciação da moeda nacional aumenta as importações, compensando o aumento inicial das exportações líquidas. - CERTO

Uma restrição voluntária da exportação (RVE) é uma quota no comércio imposta pelo país exportador, em vez do importador. As restrições voluntárias das exportações são comumente impostas a pedido do importador e aceitas pelo exportador para prevenir outras restrições de comércio. De um ponto de vista econômico, uma restrição voluntária da exportação é exatamente como uma quota de importação, em que as licenças são atribuídas para governos estrangeiros e é, portanto, muito dispendiosa para o país importador.

Uma RVE é sempre mais dispendiosa para o país importador do que uma tarifa aduaneira que limita as importações pelo mesmo valor. A diferença é que o que teria sido receita sob uma tarifa aduaneira torna-se renda ganha pelos estrangeiros sob a RVE, então a RVE claramente produz uma perda para o país importador.

313
Q

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PLANOS ECONÔMICOS DA DÉCADA DE 1980 (a partir de 1986)

1- Nome dos 3 planos

2- Ano de lançamento

3- Ministro responsável

4- diagnóstico da inflação

5- característica do plano

6- principais idiossincrasias

A

Plano Cruzado = 1986 / Ministro Funaro / inflação inercial / congelamento de PREÇOS (NUNCA de salários) / gatilho salarial (20%) = ampliação da inflação inercial / único 100% heterodoxo / reforma monetária (substitui o cruzeiro) / ** câmbio fixo ** / NÃO realizou maxidesvalorizações / efeito redistributivo de renda favorável pelo gatilho salarial / reforma fiscal melhora a arrecadação / superconsumo pelo congelamento /

Plano Bresser = 1987 (ano da decretação da moratória) / Ministro Bresser Pereira / incorpora o diagnóstico inercial + demanda / plano híbrido (orto e heterodoxo) / congelamentos de PREÇOS, ALUGUÉIS E SALÁRIOS curtos (3 meses) / minidesvalorizações diárias controlada = ** câmbio flutuante ** / redução de déficit e política monetária restritiva (ortodoxia) / criação da tablita e altas taxas de juros / Criação da URP – Unidade Referencial de Preços = corrigia salários com base na inflação dos últimos 3 meses

Plano Verão = 1989 / Ministro Maílson de Nobrega / apelidado de feijão com arroz e de “sonhos de uma noite de verão” (curta duração)/ plano híbrido / reforma monetária = CRUZADO NOVO (Corte de 3 zeros) = maxidesvalorização / rompimento com as minidesvalorizações e adoção de taxa de câmbio FIXA (1 cruzado novo = 1 USD) / política fiscal restritiva / congelamento de preços / impacto da CFRB/88 e seus gastos atrapalharam o plano / utilização da tablita / ** câmbio fixo ** /

Ao longo do governo Sarney, foram lançados três planos de estabilização: Cruzado (1986), Bresser (1987) e Verão (1989)

A partir da segunda metade da década de 1980, havia consenso quanto ao peso da indexação de preços no processo inflacionário brasileiro: todos os planos de estabilização, com exceção do Plano Real, buscaram lidar com esse problema por meio de sistemáticas de congelamento de preços – CERTO

Cruzado, Bresser, Verão e Collor I e II foram planos econômicos que se basearam no congelamento dos preços, mas tiveram diferenças, tais como: o “gatilho salarial”, no Plano Cruzado; reajustes corretivos de preços para evitar problemas de abastecimento, no Plano Bresser; desvalorização significativa da taxa de câmbio, no Plano Verão; e confisco de dois terços dos ativos financeiros da população, no Plano Collor I.

314
Q

Eficácia da Política Monetária X Política Fiscal em câmbio fixo e flutuante

1- única condição para a política monetária ser eficaz ou ineficaz

2- duas (+2) condições em que a política fiscal é ineficaz

A

A política monetária independe da mobilidade de capitais, ou seja:

Com câmbio flutuante ela sempre será eficaz; (MOMO)

Com câmbio fixo ela sempre será ineficaz;

Já a política fiscal depende da mobilidade de capitais, possuindo 6 possibilidades:

  • INEFICAZ nos extremos (sem mobilidade de capitais no câmbio fixo e com perfeita mobilidade de capitais no câmbio flutuante)
  • EFICAZ em todas as situações em que houver “alguma” mobilidade de capitais, ou seja, alta ou baixa, a política fiscal sempre será eficaz

Portanto, para se analisar a eficácia:

Para Política Monetária deve-se apenas saber qual tipo de câmbio se trata

Para Política fiscal deve-se saber o tipo de câmbio e a mobilidade (e lembrar que nos extremos ela é ineficaz)

315
Q

Barreiras tarifárias, não-tarifárias, Salvaguardas e Dumping

1- Citar 3+ exemplos de barreiras não tarifárias

2- Definição de Salvaguarda

3- Definição de Dumping

A

Barreiras não-tarifárias: que tratam de restrições quantitativas, licenciamento de importação, procedimentos alfandegários, valoração aduaneira arbitrária ou com valores fictícios, Medidas Antidumping, Medidas Compensatórias, subsídios, Medidas de Salvaguarda e medidas sanitárias e fitossanitárias. Dentre estas últimas encontram-se as barreiras técnicas, que são mecanismos utilizados com fins protecionistas.

Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam: fornecer proteção temporária à indústria doméstica, em razão de prejuízos graves ou de ameaça de prejuízo grave decorrentes do aumento da quantidade de importações.

Uma das maiores críticas que se fazem atualmente aos EUA, em relação ao comércio internacional, diz respeito à insistência de Washington de manter em vigor uma legislação antidumping, de 1916, que permite a tribunais estaduais impor restrições unilaterais à importação sempre que um setor da economia norte-americana se sinta prejudicado pela concorrência externa.

DUMPING representa medida considerada distorcida das condições de competição, consistindo na fixação de um preço de exportação para um determinado bem menor que aquele praticado no mercado em que este mesmo bem é produzido (preço de exportação < custos de produção de origem)

316
Q

Economistas da escola NOVO-CLÁSSICA, NEO INSTITUCIONALISTA e ideias de Jeffrey Sachs (leitura) (Tps 2022)

1- leitura rápida

A

Lucas, Sargent e Wallace, ao proporem um modelo fundamentado em expectativas racionais (agentes podem antever os movimentos de política monetária adotado pelo governo) possuem parâmetros de política econômica não estáticos (diferente de Friedman)

Inserção das EXPECTATIVAS RACIONAIS = De forma simplificada, trata-se do uso eficiente da informação disponível ao agente, conforme o modelo econômico considerado. Leva-se em consideração a informação PRESENTE sobre a taxa de expansão monetária, ajustando expectativas e parâmetros / ** nova perspectiva sobre o efeito das políticas econômicas na demanda **

Na visão de política monetária proposta por Lucas, a taxa corrente de desemprego é igual à taxa natural quando a taxa corrente de inflação equivale às expectativas de inflação. As premissas entre Lucas e Friedman são diferentes, mas as conclusões são próximas.

Teoria de Expectativas Racionais - Robert Lucas Jr (Nobel 1995) = centrada nas expectativas dos agentes para compreender o controle da inflação e a condução do regime monetário / Influencia direta as próximas teorias de Gordon (1978), Kydland e Prescott (1977), e Sargent e Wallace (1981) / Lucas crítica o tratamento inadequado dado às expectativas tanto por keynesianos quanto por monetaristas / antes de Lucas, a área era dominada por modelos com expectativas estáticas ou do tipo adaptativas (só considerava a expectativa passada da inflação mais uma margem de erro), ignorando as CAUSAS do movimento inflacionário

Com essas contribuições dos teóricos novos-clássicos, as expectativas racionais ganham nova roupagem e são responsáveis por trazer uma nova gama de possibilidades teóricas e de resultados de prescrição de política econômica.

*** Em particular, a adoção da hipótese de expectativas racionais trouxe um novo entendimento em termos de prescrições dos efeitos de políticas econômicas de expansão de demanda. **

Esses resultados são bastante distintos daqueles apresentados pelos modelos keynesianos que eram majoritários à época, como Friedman (1968) e Phelps (1968) / Agentes racionais para Lucas podem cometer erros e inclusive aprender com eles.

LUCAS = MOEDA NÃO AFETA O LADO REAL POR SEREM PREVISÍVEIS

OUTRA QUESTÃO:

Segundo neoinstitucionalistas como Douglass North, as instituições, entendidas como as regras do jogo de uma sociedade, são o principal elemento responsável pelo aumento do nível de renda nos últimos séculos – CERTO – TPS 2022 – North, Nobel de 1993, era considerado, juntamente com Ronald Coase, um dos fundadores da nova economia institucional. *** Para North as instituições são essenciais ao crescimento econômico

Embora ligado ao pensamento liberal neoclássico, North rejeitou um dos seus principais postulados - a racionalidade dos agentes econômicos - destacando o papel da ideologia na economia

As Instituições correspondem ao conjunto de regras e organizações responsáveis pelo cumprimento dessas regras. Segundo North, ao garantir os direitos de propriedade, as instituições permitem uma redução dos custos de transação (Ronald Coase) e, em consequência, um aumento do crescimento.

Institucionalista e NEOinstitucionalistas consideram as Instituições como o principal vetor para o aumento da renda dos últimos anos.

Observação: De acordo com o economista Robert Allen, a Revolução Industrial e o consequente aumento do nível de renda são principalmente causados pelos altos salários e pelo baixo preço da energia, observados na Grã-Bretanha no final do século 18 – CERTO (tps 2022) – questão absurda

Economistas como Jeffrey Sachs atribuem a fatores
geográficos, como a propensão à incidência de
malária, uma contribuição substantiva para as
diferentes trajetórias de crescimento e a presença de
armadilhas de pobreza - CERTO

O autor é conhecido pelo seu trabalho em agências internacionais para a redução da pobreza, o cancelamento da dívida e o controle de doenças, especialmente a SIDA, para os países subdesenvolvidos / Alcançou fama internacional ao assessorar o Presidente da Bolívia Victor Paz Estenssoro na elaboração do plano econômico que acabou a inflação nesse País, derrubando-a de 40 000% ao ano para próximo de 0% / Em 2005, ele escreveu o livro O Fim da Pobreza onde apresenta algumas ideias acerca da promoção do desenvolvimento e da eliminação da pobreza extrema / Neste trabalho, Sachs escreve que “a governação em África é má porque a África é pobre”.

A China e a Índia servem como exemplos; a China arrancou 300 milhões da pobreza extrema nas últimas duas décadas. Para Sachs o elemento chave para conseguir este objectivo é elevar o montante de ajuda aos países pobres do nível de 65 mil milhões de dólares (2002) para 195 mil milhões (2015).

** Sachs põe ênfase no papel da geografia, nomeadamente o facto de a maior parte de África sofrer de isolamento e de doenças endémicas, mas salienta que esses problemas, se forem reconhecidos podem ser ultrapassados: as doenças, tais como a malária, podem ser controladas, e podem ser criadas infra-estruturas que superem o isolamento geográfico. Sem que estes problemas básicos tenham resposta, as elites políticas continuarão a não conseguir atrair investimentos nem promover o desenvolvimento **

Os seus interesses na área da investigação incluem a ligação entre a saúde e o desenvolvimento, a geografia económica, a globalização, a transição para economias de mercado, os mercados financeiros internacionais, a coordenação da política macroeconómica internacional, os mercados emergentes, crescimento e desenvolvimento económico, a competitividade global e as políticas macroeconómicas em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

317
Q

“cláusula de conteúdo local”, tarifa de importação específica, uma tarifa ad valoren e uma cota de importação, sob a hipótese de país pequeno (questão 3 – guia de estudos 2021) (leitura)

1- Diferença entre tarifa específica e ad valoren

2- Efeitos de uma tarifa para o total da economia, consumidores e produtores

3- Quem é o beneficiado pelas cotas

4- Formato da curva de oferta sob cotas

5- Efeito das cotas para os produtores, consumidores e economia

6- Conceito de “cláusula de conteúdo local”

7- Efeitos da cláusula de conteúdo local” no total da economia e produtores domésticos

A

TARIFAS

Uma tarifa específica é a cobrança de um valor fixo por unidade importada de um bem

Uma tarifa ad valoren é a cobrança de uma fração do valor (preço) do bem importado.

Ambas aumentam a arrecadação governamental, quando a quantidade importada é positiva

Na hipótese de um país pequeno, a tarifa diminui o excedente total da economia e o dos consumidores em particular, aumenta o excedente do produtor, cria o peso morto do subconsumo e da superprodução, e gera receita tributária (calculada como o valor da tarifa vezes a quantidade importada).

COTAS

As cotas de importação são licenças para que aqueles que detêm as contas possam importar a um preço reduzido, ao passo que os não detentores de cota terão que arcar com o preço mais elevado

Uma cota de importação é uma restrição direta quanto à quantidade permitida a ser importada de um bem, geralmente por meio de um sistema de licenças / sempre eleva o preço doméstico dos bens importados, pois eles se tornam mais escassos no mercado doméstico. Isso ocorre sem que haja aumento da arrecadação governamental.

Assim, a curva de oferta do bem deixa de ser horizontal/elástica ao nível de preços do mercado internacional e assume um formato “quebrado”, indicando que parte da demanda interna será atendida por produtores domésticos competitivos (com custos abaixo do preço internacional), outra parte será atendida pelas quotas e ainda outra parte por produtores não competitivos.

Os produtores internos se depararão com preços mais elevados, aumentando seu excedente. Contudo, cria-se peso morto, e o excedente total e dos consumidores diminui. Não há arrecadação fiscal nesse caso, mas gerase excedente para o detentor de licenças de importação, que poderá comprar mais barato no mercado internacional e vender mais caro no mercado doméstico.

Cláusula de conteúdo local

A “cláusula de conteúdo local” é um instrumento de proteção comercial pelo qual uma firma se compromete a adquirir parte de seus insumos de fornecedores locais, que, sendo menos competitivos que seus concorrentes internacionais, ofertam o bem a um preço superior àquele do mercado internacional.

A vigência da cláusula de conteúdo local pode ser considerada um instrumento de política comercial quando a exigência de bens e serviços nacionais a serem utilizados na produção for mais alta do que aquela que seria escolhida de forma livre pelas empresas.

Como exemplo, se as empresas escolhessem importar o equivalente a $ 6.000 em peças e não comprassem nenhuma peça produzida domesticamente, uma cláusula de conteúdo nacional que impusesse a contratação de 50% de conteúdo local colocaria uma restrição à compra de 50% dessa importação, funcionando, portanto, de forma similar a uma cota de importação. Em vista disso, espera-se que haja queda na quantidade importada do bem.

Como será necessário adquirir o restante (ou a totalidade dos bens) pela oferta doméstica, logo espera-se que haja aumento da quantidade demandada domesticamente do bem.

A não ser que o mercado seja um monopsônio (o que provavelmente não é), maiores custos implicarão maiores preços ao consumidor.

No caso da cláusula de conteúdo local, também não há arrecadação governamental, o que é outra semelhança entre esse instrumento e uma cota de importação.

A cláusula de conteúdo local também diminui o excedente total da economia, em especial reduzindo o excedente da firma que se compromete com essa cláusula, e aumenta o excedente dos produtores domésticos, que ganham uma reserva de mercado contra importações (pelo menos em parte). Contudo, não haverá arrecadação do governo nesse caso.

318
Q

AUMENTO DAS DESPESAS FISCAIS NA PANDEMIA NO MODELO IS-LM EM ECONOMIA FECHADA E O PAPEL DO MULTIPLICADOR KEYNESIANO (questão 2 – guia de estudos)

1- Duas variáveis dos eixos do modelo IS-LM

2- Do que depende o efeito no nível de renda gerado pela aumento de gastos do governo ?

3- Significado da fórmula do multiplicador keynesiano (1 / [1-c])

4- Fórmula do consumo

5- Significado de efeito crowding out

6- Qual o efeito final do gasto público no modelo IS-LM

A

Definir Modelo IS-LM e indicar que o cruzamento das curvas IS e LM indica a taxa de juros e a renda que equilibram simultaneamente os dois mercados.

Tendo em vista que se trata de uma economia fechada, a demanda é dada pelo consumo, pelo investimento e pelos gastos de governo; o consumo é a soma do consumo autônomo com o consumo variável em função da renda. Este último depende da propensão marginal a consumir, que multiplica a renda. Dessa forma, as variáveis consumo autônomo, investimento e gastos de governo são multiplicados pelo multiplicador keynesiano, dado por 1/(1 – c), em que “c” corresponde à propensão marginal a consumir. Significa que um aumento no consumo autônomo, no investimento ou, no caso, nos gastos governamentais aumenta a renda nacional mais do que proporcionalmente.

** A expansão dos gastos do governo afeta o nível de renda de acordo com a magnitude do multiplicador keynesiano dos gastos autônomos **

** Quanto maior a propensão marginal a consumir (e menor a propensão marginal a poupar), maior tende a ser o valor desse multiplicador **

** Considerando o multiplicador keynesiano dos gastos autônomos, uma política fiscal expansionista tende a elevar o consumo em magnitude maior que o gasto inicial. O Consumo é igual ao Consumo autônomo mais a propensão marginal a consumir vezes o Produto (C = Co + cY), sendo a evolução do consumo dada pelo multiplicador, que é 1/1-c. Assim, quanto maior for a propensão marginal a consumir, maior serão os efeitos da política fiscal sobre a expansão do consumo **

Há, portanto, um deslocamento da curva IS, sem que haja deslocamento da curva LM inicial. A taxa de juros e a renda (Y) tornam-se mais elevadas (IS para direita). Isso significa que há um aumento dos gastos do governo, de modo que a renda nacional é estimulada mais do que proporcionalmente pelos efeitos do multiplicador keynesiano.

Esse aumento de renda provoca, no mercado monetário, um aumento da quantidade de moeda. Por isso, há um aumento na taxa de juros, que equilibra o mercado de moeda. No entanto, o aumento da taxa de juros provoca um efeito negativo sobre o investimento. Esse efeito é conhecido na literatura como efeito crowding-out, já que a expansão do gasto do governo ocorre à custa de uma redução de investimento.

No modelo IS-LM, seria possível, em princípio, atenuar os efeitos do aumento da taxa de juros decorrente da política fiscal expansionista, mediante a adoção de uma política monetária expansionista que deslocasse a curva LM para a direita (aumentando a renda da economia a qualquer taxa de juros dada). Caso isso não ocorra, o novo equilíbrio será alcançado, num primeiro momento, com taxas de juros mais altas que as anteriores. Isso pode gerar, num segundo momento, um efeito crowding-out que, no limite, neutralizaria o efeito da expansão dos gastos autônomos. Isso ocorre porque juros mais altos desestimulam o consumo e, sobretudo, o investimento, o que levaria a uma retração da curva IS.

Há dois efeitos em contraposição: o efeito expulsão (crowding-out) e o multiplicador keynesiano. Nota-se que o multiplicador keynesiano desloca a curva IS consideravelmente para a direita quando há aumento dos gastos, e o resultado do efeito expulsão é o deslocamento da mesma curva IS para a esquerda.

Dessa forma, o impacto final da política fiscal sobre a renda nacional será dado pelo efeito líquido da expansão inicial propiciada pelo aumento do gasto e potencializada pela magnitude do multiplicador keynesiano dos gastos autônomos reduzida do efeito crowding-out sobre investimentos.

Há 3 efeitos possíveis para esse deslocamento da IS (política fiscal expansionista):

1) uma opção é ela se configurar como verdadeiro estímulo fiscal, mediante o efeito multiplicador, incentivando a retomada dos investimentos e redinamizando a economia.

2) A alternativa é o efeito deslocamento, o qual desincentivaria a atuação do investimento privado, devido à atuação do governo.

3) outra possibilidade é, ainda, o não crescimento do consumo, quando baseado em um modelo de Equivalência Ricardiana, no qual uma redução dos impostos do governo sem diminuição proporcional dos gastos governamentais não levaria ao aumento do consumo das famílias, mas, sim, da poupança, pois estas estariam se precavendo de elevações futuras na carga tributária.

** O efeito imediato do aumento da despesa fiscal é um aumento da renda nacional a taxas de juros mais elevadas. O efeito final, contudo, é ambíguo, pois depende de como será a atuação dos agentes econômicos num segundo momento. Se houver uma política monetária expansionista ou o efeito do multiplicador keynesiano de gastos prevalecer sobre o efeito crowding-out, então é possível que a renda nacional supere aquela inicialmente alcançada com o aumento dos gastos. Caso a propensão marginal a consumir seja baixa e a diminuição dos investimentos decorrentes da alta do juros prevaleça, então a eficácia da política fiscal para aumentar a renda nacional será prejudicada. Ainda, uma política fiscal expansionista amplia a NFSP e dificulta o cumprimento das metas de teto de gastos **

Ao mesmo tempo que o investimento é fomentado pelo acelerador, o investimento do setor privado é retraído. O efeito final dessa política dependerá da intensidade desses efeitos, mas é certo que no curto prazo a renda nacional da referida economia é maior do que era antes da política fiscal

Em síntese, ocorre o seguinte: O aumento das despesas fiscais do governo resulta em um aumento da taxa de juros e da renda nacional. O gasto é multiplicado pelo multiplicador, e ele é considerado autônomo porque é exógeno, externo ao modelo, independente de outra variável. Isso gera, a um primeiro momento, o deslocamento da curva IS para a direita, e o novo equilíbrio ocorre em um ponto no qual a renda é maior e a taxa de juros também (onde as curvas IS e LM se cruzam). A curva LM permanece estática pois a oferta de moeda é constante, mas o crescimento da renda leva a um aumento da demanda por moeda, o que causa o aumento constatado na taxa de juros. Com o aumento da taxa de juros, ocorre o encarecimento do crédito, o que reduz os investimentos. Os investimentos haviam sido potencializados pelo multiplicador keynesiano e pelo acelerador de investimentos. Visto que o investimento é componente da demanda, a curva IS recua parcialmente para a esquerda. O multiplicador e o efeito expulsão atuam em sentidos contrários, de modo que se considera ter havido substituição do investimento privado pelo público. O quanto a curva IS se desloca dependerá da intensidade dos efeitos, mas ao final ela se situa à direita da posição inicial. No novo ponto de equilíbrio, a renda nacional é maior e a taxa de juros também.

319
Q

Recuperação da economia global pós COVID com enfoque no crescimento, câmbio e inflação (Guia de Estudos 2021) (leitura rápida)

A

COVID = gerou um choque tanto de oferta, devido à limitação de transporte de insumos, quanto de demanda, devido à redução da renda privada.

Melhora no cenário econômico internacional pelas adaptações de produção e consumo + estímulos monetários e fiscais, especialmente EUA + avanço da vacinação

2021 = Estimativa de crescimento do mundo pelo FMI de +6% / realidade = +3% / Brasil = +4,6% (a projeção era de 5,3%), após retração de -4% em 2020

O Brasil registrou uma retração econômica de cerca de 4% no ano de 2020. Diante da menor demanda agregada, a taxa de inflação caiu. Para estimular a retomada econômica, o Banco Central reduziu, em sucessivas ocasiões, a taxa SELIC, taxa de juros básica da economia. Com a queda dos juros e o cenário de incertezas, pouco propício a investimentos externos, a taxa de câmbio real/dólar se desvalorizou. A recuperação da economia global, por sua vez, deve reverter todas essas tendências.

BR foi beneficiado pela demanda de commodities estrangeira (Fe e oil), puxado pela China + Aumento dos investimentos Externos (IED e portfólio)

No Brasil, aprovou-se recentemente PEC que permite o uso de medidas de não convencionais pelo Banco Central para fazer frente a crise. No caso brasileiro, a fragilidade fiscal, ainda mais deteriorada à luz do auxílio emergência, aumenta o risco-país, sendo causa parcial da grande desvalorização sofrida pelo real nos últimos anos.

No caso dos principais parceiros comerciais do Brasil (a China, os EUA e a Argentina), houve queda substancial das trocas com os dois últimos. Essa queda é ainda mais dramática se se leva em consideração que o Brasil troca com esses países sobretudo bens industrializados, portanto de maior valor agregado e que dependem de toda uma cadeia produtiva no Brasil, que se viu ociosa, tendo um efeito negativo em cadeia.

Taxa de Câmbio

A questão exigia a definição da taxa de câmbio e as diferentes possibilidades de cenário / A demanda de produtos BR por EUA e China, ceteris paribus, aumenta a demanda por produtos comercializados pelo Brasil no mercado externo e tem o efeito de valorizar o real com relação ao dólar / projeções de superávits e de valorização cambial / manutenção de taxa de juros, o que atrai capitais e auxilia na valorização cambial /

Cabe ressaltar que, no caso de a retomada do crescimento dos EUA e de outras economias importantes resultar em processo inflacionário que acarrete política monetária restritiva de elevação da taxa de juros, a maior rentabilidade e a segurança dos títulos de dívida dos EUA poderiam ter impacto relativo negativo sobre a demanda por títulos brasileiros e pela moeda nacional. Nesse caso, observar-se-ia uma desvalorização da taxa de câmbio do real frente ao dólar americano. Além disso, o aumento da demanda no Brasil por bens e serviços produzidos no exterior tem o efeito de desvalorizar o preço do real em relação à moeda estrangeira

Há tendência de apreciação do real = retomada da economia global, disponibilidade de capitais, aumento da demanda externa por produtos BR, gerando o risco da “doença holandesa” (concentração em commodities, perda de competitividade dos industrializados) = desindustrialização precoce

Por outro lado, a apreciação do Real barateia a importação de bens de capital e insumos industriais, ampliando a capacidade de investimento da indústria brasileira em aumento de produtividade e ampliação da capacidade produtiva.

INFLAÇÃO

A inflação reflete a expansão do nível de preços da economia a partir de um desequilíbrio temporário entre a demanda e a oferta de bens e serviços na economia / retomada do crescimento = aquecimento da demanda = expansão das exportações / As cadeias de insumos foram afetadas pela pandemia, restringindo a capacidade de oferta, gerando aumento dos preços.

O “boom das commodities” no mercado internacional remunera produtores locais que direcionam crescente parcela de sua produção ao mercado externo e, ao diminuir o estoque disponível na economia local, puxa o nível de preços doméstico para cima. Esse fenômeno responderia por uma taxa de inflação crescente

O impacto da pandemia sobre as cadeias produtivas leva a que o aumento da demanda não consiga ser acompanhado de aumentos proporcionais imediatos da oferta de bens e serviços. Esse impacto pode ser combatido por retirada dos estímulos monetários e aumento da taxa de juros

Portanto, a retomada da economia deve aumentar exportações, importações, investimentos (pela maior disponibilidade de capitais e otimismo) e o consumo.

Apenas no quarto componente, os gastos públicos, tende a haver diminuição com a recuperação da economia global pois o Brasil se esforça para que esses gastos sejam anticíclicos: aumentou-os durante a crise da Covid-19 para estimular a demanda retraída, reduzindo o desemprego e a queda da renda, mas deve reduzi-los quando a demanda se aquecer para controlar a inflação.

A retomada internacional tende a aumentar a inflação de demanda = a demanda externa por produtos brasileiros aumenta acentuadamente no curto prazo, de forma que não há tempo para aumentar a capacidade de produção; o excesso de demanda sobre a oferta

Além disso, relembra-se que a inflação no Brasil é causada em parte pela desvalorização do real, a qual faz que produtos e insumos importados fiquem mais caros, afetando os preços interno

O aumento da taxa de inflação brasileira acima da meta deve acarretar o aumento dos juros (taxa selic) pelo Banco Central. O aumento dos juros tende a ter um efeito recessivo na economia, pois, ceteris paribus, reduz o investimento (os juros são o custo do investimento), além de tender a reduzir também o consumo. Ademais, o aumento dos juros tende também a atrair capital estrangeiro, e a entrada de capital estrangeiro pode, por sua vez, gerar pressões inflacionárias. No longo prazo, a melhor resposta do Brasil a essa conjuntura é investir em capacidade produtiva e produtividade através do progresso tecnológico, para aumentar a taxa natural de produção e a renda real do Brasil.

Atitudes BR para conter a inflação = elevação da taxa básica de juros pelo COPOM + recuperação internacional propiciando aumento do comércio internacional e investimentos de longo prazo + adaptação da capacidade produtiva por meio da utilização da capacidade ociosa BR no médio prazo

No caso brasileiro atual, o qual parece contradizer a curva de Phillips, já que temos tanto inflação, quanto desemprego, a solução da crise político-econômica interna parece sobrepor-se à retomada econômica internacional no sentido do crescimento sustentável do Brasil.

Observação: Importante saber qual a taxa SELIC e a sua tendência antes da prova, bem como qual a taxa de juros do FED

320
Q

Síntese do Modelo de Solow-Swan

1- O que é avaliado no modelo

2- Três principais variáveis de análise do modelo

3- Duas variáveis que compõem o estoque de capital físico

4- Crescimento das variáveis durante o estado estacionário

5- Taxas de crescimento do estado estacionário em relação ao produto per capita, produto total e a força de trabalho.

A

1- É um modelo de Crescimento Neoclássico de um Setor (um único produto)

2- O modelo de Solow permite compreendermos como
elevações no estoque de capital, o crescimento da força de trabalho e os aperfeiçoamentos tecnológicos interagem e afetam o nível de produto (3 variáveis que podem ou não afetar o produto)

3- O crescimento do estoque de capital físico em um ponto no tempo é igual ao investimento bruto menos a depreciação;

4- O estado estacionário corresponde à situação em que as várias quantidades do modelo - produto, capital, trabalho, etc - ** crescem a taxas constantes **

5- O estado estacionário pode ser interpretado como o
equilíbrio de longo prazo da economia que será alcançado independentemente do capital inicial observado no processo de crescimento.

No estado estacionário, o produto per capita cresce à taxa g. O produto total cresce à taxa g + n. A força de trabalho cresce à taxa n (a taxa de crescimento populacional).

Sem progresso técnico, no estado estacionário, o produto total (Y) cresce à taxa n, a mesma taxa de crescimento populacional e da força de trabalho(L). Por isso
o produto per capita (y=Y/L) é constante, não cresce (taxa de crescimento = zero) no estado estacionário.

321
Q

Criptoativos x stable coins

1- Duas categorias de criptoativos

2- Três funções da moeda

3- Definição de block chain

4- O que são stablecoins

5- Definição de Risco de Criptonização

6- Corretora que faliu em 2022

7- Citar dois avanços da regulamentação no Brasil

A

Ativos são bens, direitos e créditos que podem ser contabilizados como patrimônio de uma pessoa. Os cripto dependem da criptografia e da tecnologia de livro razão. Possuem duas categorias: criptomoedas e tokens.

As criptomoedas, como o Bitcoin, são alternativas às moedas tradicionais garantidas legalmente por governos de todo o mundo, logo, buscam cumprir as funções de meio de troca, reserva de valor e unidade de conta.

No entanto, até o momento nenhuma criptomoeda preencheu essas três funções. Atualmente o comportamento do Bitcoin se assemelha ao de um ativo altamente especulativo (não de uma moeda). Vejamos:

Meio de troca = não é universalmente aceito

Unidade de conta = tem um limite máximo (só serão emitidos 21 milhões de Bitcoins até o ano de 2140)

Reserva de Valor: até o momento a cotação do Bitcoin tem sido instável,

Já os tokens não têm o intuito de servirem como moedas, eles garantem aos seus investidores direitos e valores que se baseiam em tecnologia Blockchain já existente. Há, nesse sentido, a representação digital de um bem armazenada por meio de redes blockchain.

Blockchain, (“cadeia de blocos”, em português), é um sistema que permite aos usuários o rastreio do envio e recebimento de informações, com características descentralizada (não há Banco Central), é uma espécia de livro contábil público, imutáveis e verificáveis.

As stablecoins (moedas estáveis, em português), são criptomoedas com valor atrelado a ativos como ouro ou com lastro em moeda fiduciária. São chamadas de estáveis por serem tipos de ativos menos voláteis que criptomoedas sem lastro, como o bitcoin. Não se deve confundir as stablecoins com moedas digitais criadas por bancos centrais, a exemplo do yuan digital, na China e do euro digital, na União Europeia: nesses dois casos, ambos são versões digitais da moeda fiduciária garantida pelos seus respectivos bancos centrais.

RISCO DE CRIPTONIZAÇÃO AOS EMERGENTES (FMI) = EXCESSIVA BUSCA DE CRIPTOATIVOS EM DETRIMENTO DO SISTEMA BANCÁRIO TRADICIONAL = LIMITAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA DOS BANCOS CENTRAIS + IMPOSSIBILIDADE DE FAZER FRENTE AO DANO DE HACKERS

O FMI traz um alerta ao risco da “criptonização” em países em desenvolvimento, uma vez que a falta de meios de pagamento eficientes em alguns desses países, aliada a políticas macroeconômicas erráticas pode redundar na busca de criptoativos para compensar o acesso insuficiente ao sistema bancário tradicional. Por exemplo, em muitos países em desenvolvimento, é comum que expatriados enviem remessas do exterior a familiares, e os criptoativos passam a ser um meio atrativo, devido aos custos de transação mais baixos.

Eventual ampliação do uso de criptoativos em países em desenvolvimento à margem das regulamentações dos bancos centrais pode limitar a capacidade destes de praticar política monetária, o que geraria efeitos danosos à economia, fazendo as moedas nacionais perderem força em prol mesmo de uma eventual dolarização das economias, já que muitas “stablecoins” têm valor atrelado ao dólar.

Quando se considera que, em geral, os criptoativos têm alta volatilidade, pode-se ter maior noção dos riscos a que os países em desenvolvimento podem estar sujeitos. Um dos fatores que explica essa volatilidade seria o fato de o atual mercado de criptoativos ainda ser muito pequeno quando comparado com os mercados de ativos tradicionais, o que explica o impacto que novas movimentações têm sobre o preço dos criptoativos. Ademais, é um mercado pouco regulado e muito sujeito a notícias que alteram bruscamente a confiança dos investidores.

Ademais, deve-se considerar que os criptoativos têm sido alvos de ataques de hackers constantemente, o que levanta dúvidas sobre a capacidade das bolsas, corretoras e outros operadores de criptoativos ressarcirem os investidores, em especial, nos países em desenvolvimento. Em investimentos tradicionais, há contratos de seguro que protegem os investidores, por exemplo. Apesar das tentativas de criar medidas para garantir maior segurança em caso de roubos e/ou perdas de criptoativos por ataques criminosos, há receio de que as eventuais falhas de segurança dos criptoativos possa “contagiar” os mercados tradicionais, em um cenário em que as instituições financeiras tradicionais têm aumentado o interesse sobre as criptomoedas, por exemplo.

Recentemente, a quebra de mais uma das grandes corretoras de criptomoedas FTX decretou falência, gerando grande queda nestes ativos e intensificando o debate sobre a regulamentação.

O Brasil aprovou a lei da regulamentação das criptomoedas em 2022, após sete anos de discussões, a qual estabeleceu regras claras quanto às responsabilidades das empresas e do regulado. Assim, a necessidade de licenças para atuação de corretoras (1), a regulamentação pelo BACEN e CVM (2), proteção limitada ao investidor (3) e aumento das penas para crimes que envolvão criptomoedas (4) são algumas das medidas adotadas.

322
Q

3 tipos de Armadilhas (segundo a taxonomia do Banco Mundial), seus conceitos e formas de superação

A

Pobreza – malthusiana – renda média

Armadilha da pobreza = Economias com grande parte da mão de obra concentrada no setor de subsistência. Produtividade do trabalho praticamente nula. A superação dessa armadilha se dá pelo processo de industrialização e urbanização, ampliando a produtividade do trabalho, pela introdução de novos métodos produtivos e dinamizando o mercado de consumo, com maior monetização e consequente oferta de serviços.

Armadilha malthusiana = manutençaõ de uma economia em estágios iniciais de industrialização, com baixa produtividade do trabalho. O crescimento populacional desordenado leva a carências de infraestrutura social e logística, além da persistência de mazelas como fome, desnutrição, etc. A solução para a superação da armadilha malthusiana está na ampliação da produtividade do trabalho, elevando a renda per capita de forma sustentável.

Armadilha da renda média = situação em que um país entra em fase de estagnação após ter completado um estágio de crescimento (acelerado), ou seja, após ter superado as armadilhas da pobreza e a malthusiana. Em geral, no processo inicial de crescimento, tais economias se beneficiam do uso de tecnologias disponíveis para incrementar a produtividade do trabalho, incorporando capital e trabalho a custos baixos, com base em reservas de mão de obra e recursos naturais abundantes. Com o esgotamento desses fatores, enfrentam períodos de queda na produtividade da economia. Para superar tal armadilha, diversas seriam as recomendações, mas, de forma geral, as estratégias se voltam para um processo capaz de gerar inovações tecnológicas, capazes de sustentar o aumento da renda no longo prazo = EDUCAÇÃO (anos de escolaridade = ganhos de produtividade), INFRAESTRUTURA (solução de gargalos como escolas, hospitais, universidades)

323
Q

Balanço de pagamentos

1- quatro grandes contas do BP

2- definição da conta capital

3- definição da conta financeira

4- cinco subcontas da conta financeira

A

4 grandes contas = transações correntes, conta capital, conta financeira e erros e omissões

A Conta capital registra a compra e venda de ativos não financeiros não produzidos e transferências unilaterais de capital.

A Conta Financeira registra as transações que produzem variações no ativo e no passivo externo do país. Inclui, portanto, cinco subcontas:

1) investimento direto (participação acionária e operações intercompanhia),

2) investimento em carteira (ações e títulos),

3) derivativos

4) outros investimentos (empréstimos, créditos comerciais)

5) ativos de reservas (variação das reservas internacionais que o país possui, que anteriormente estava registrado numa conta a parte, denominada Variação de Reservas ou Haveres da Autoridade Monetária).

A Conta Erros e Omissões é uma conta residual que consiste da diferença entre a conta de Transações Correntes e as contas Capital e Financeira, decorrentes de erros de apuração.

Observação: A conta capital e financeira eram uma conta só no BPM5

Observação: A conta Haveres da Autoridade Monetária no BPM5 transformou-se na subconta Ativos de Reserva e foi incorporada pela Conta Financeira no BPM6

Observação 2: BPM5 também tinha 4 contas principais: Transações Correntes, Conta Capital e Financeira, Erros e Omissões e Haveres da Autoridade Monetária (deixou de existir no BPM6)

Sob a ótica da produção, o PIB é igual à soma do valor agregado bruto, ou a diferença entre o valor da produção e o valor do consumo intermediário. De acordo com a ótica da renda, o PIB é a soma da remuneração de todos os fatores de produção (salários, lucros, juros, aluguéis, etc). Sob a ótica da despesa, o PIB é a soma dos gastos com bens e serviços finais de acordo com seus usos (consumo final, investimento, exportações e importações).

324
Q

POLÍTICA CAMBIAL SEGUNDO GOVERNO VARGAS E CAFÉ FILHO

1) Precedentes e Câmbio nos sete primeiros meses do Governo Vargas (4+)

2) Primeira tentativa de solucionar o Câmbio (lei promulgada e seu conteúdo)

3) Segunda tentativa, número da instrução e seus principais características (3+) e resultados

4) Instrução e consequências durante o Governo Café Filho

A

Precedentes: Expectativa favorável no setor externo, devido à elevação dos preços do café e a mudança de posição do governo dos Estados Unidos (Comissão Mista Brasil - Estados Unidos (CMBEU) instaurada em 1950, começa os trabalhos em 1951 = diagnóstico da economia brasileira = 41 projetos de desenvolvimento e EXPECTATIVA de financiamentos do Eximbank/EUA e do Banco Mundial)

7 Primeiros meses = LIBERALIZAÇÃO CAMBIAL para conter a inflação e abastecimento interno, diante da Guerra da Coreia = BOOM de importações em 1951 e 1952 + queda de exportações em 1952, gerando DÉFICITS COMERCIAIS, queda nas reservas, atrasados comerciais e CRISE CAMBIAL

1953 = Primeiras tentativas de reverter a situação (fracassada) = Lei do Mercado Livre = licenças de importação + sistema de taxas de câmbio múltiplas para importações e exportações. Os efeitos esperados pelo governo – aumento das exportações não tradicionais e dos fluxos financeiros do exterior – não foram atingidos, e em outubro daquele ano foi promulgada a Instrução no 70, da Sumoc.

A Instrução 70 da SUMOC:

1) Restabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil;

2) Eliminou o sistema de licenças prévias de importação;

3) Estabeleceu um sistema de taxas múltiplas de câmbio com a manutenção da taxa de câmbio oficial em Cr$ 18,5 por dólar;

4) Estabeleceu um mecanismo de leilões de divisas para importações.

De início, cinco categorias de importação e duas de exportação foram estabelecidas.

Taxas mais depreciadas quanto menos essencial o produto em questão.

Com isso, o governo conseguia direcionar as importações para artigos tidos como mais essenciais (insumos e máquinas, por exemplo) e tornar proibitivamente caras as importações de artigos que competissem com a produção industrial doméstica.

Igualmente importantes eram os ganhos fiscais para o governo (creditados à conta de Ágios e Bonificações principal conta de arrecadação da diferença entre a compra e venda de divisas), advindas da diferença entre o valor pago, aos exportadores, por suas cambiais e a posterior revenda das mesmas, aos importadores, nos leilões.

O regime cambial gerava recursos fiscais para o governo (o resultado líquido entre bonificações e ágios era positivo para o governo). A preferência cambial para a indústria permanecia. O regime cambial continuava transferindo renda da agricultura para a indústria, o que era chamado de “confisco cambial”.

Governo Café Filho (1954-1955)

Em janeiro de 1955, a política cambial passaria a contar com o reforço da Instrução no 113 da Sumoc, que autorizava a importação de bens de capital sem cobertura cambial. Na prática, máquinas e equipamentos seriam internalizados por empresas estrangeiras sem que fosse necessário às mesmas ingressarem com recursos (à taxa de câmbio “livre”) no país e se dirigirem aos leilões cambiais na categoria III de importações (que se aplicava aos bens de capital). Era mais vantajoso para o investidor estrangeiro internar bens de capital diretamente por via desta instrução do que ingressar com recursos financeiros no Brasil e adquirir as licenças de importação.

325
Q

Teoria Clássica Econômica

1) 4 principais características do modelo Clássico

2) Funcionamento do Mercado de trabalho

3) Demanda – como funciona, variáveis e inclinação

4) Oferta

5) Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) = conceito e fórmula

6) Dicotomia Clássica

7) Determinação da Taxa de Juros no modelo clássico

8) Política fiscal expansionista

A

4 características = concorrência perfeita + autorregulação devido à flexibilidade de preços e salários + Lei de Say (oferta cria sua demanda) + A demanda não tem nenhum papel importante na determinação do nível de renda e emprego da economia.

1- O mercado de trabalho funciona como um mercado qualquer, com demanda e oferta

Na concepção clássica, desde que exista plena flexibilidade de preços e salários, de tal forma que o salário real de equilíbrio possa ser efetivamente alcançado, a economia encontra-se em pleno emprego e sua taxa de desemprego é a natural. Existe somente desemprego voluntário.

Não há desemprego involuntário!

DEMANDA

A Demanda se dá por decisão da firma que escolhe o nível de emprego que maximiza o lucro (Rmg = Cmg)

Se a produtividade marginal do trabalho for maior que o salário real (W/P) haverá contratação, pois a contribuição supera o custo do trabalho.

A empresa só contrata até o ponto em que: Produto marginal do trabalho (PMG) = Salário real (W/P), pois após este ponto haverá um decréscimo na produtividade em relação ao salário pago.

A curva de demanda é negativamente inclinada pelo fato de quanto maior o salário real, menor é o incentivo de as empresas empregarem mão de obra, porque a produtividade marginal que iguala o salário real é maior com menos trabalhadores.

OFERTA

O equilíbrio do trabalhador será alcançado no ponto em que a Desutilidade Marginal do Trabalho (Dmg) for igual ao salário real (W/P).

O trabalhador eleva ou reduz a oferta de trabalho / Eleva ou Reduz o número de horas alocadas em lazer / de acordo com os desequilibrios entre o Salário Real e a Desutilidade Marginal do Trabalho

A curva da oferta de trabalho é positivamente inclinada, pois quanto maior o salário real ofertado pela empresa, maior será a disponibilidade do trabalhador em abrir mão do lazer para trabalhar.

Teoria Quantitativa da Moeda = utilizada para determinação do nível de preços e suas flutuações. ** O nível de preços do sistema é definido pelo estoque monetário **

Alteração nesse estoque tem impacto somente sobre o nível de preços, mantendo inalterado o comportamento do produto real da economia. No sistema clássico, a moeda não afeta as variáveis reais do sistema, ela é “neutra”. “A quantidade de moeda determina o nível de demanda agregada que, por sua vez, determina o nível dos preços.”

A TMQ é representada pela equação: M V = P Y (estoque de moeda (M) vezes a velocidade de circulação (V) é igual ao nível geral de preços (P) vezes o produto real (Y)

Pressupostos: a oferta de moeda é exógena, a velocidade de circulação é estável e Y é o produto de pleno emprego.

Dicotomia Clássica

Variáveis reais: Medidas em unidades físicas – quantidades e preços relativos, por exemplo: quantidade de produção, salário real: produção obtida por hora de trabalho, taxa de juros real: produto obtido no futuro emprestando uma unidade de produto hoje.

Variáveis nominais: Medidas em unidades monetárias, por exemplo, salário nominal: reais por hora de trabalho, taxa de juro nominal: reais obtidos no futuro emprestando um real hoje, nível de preços: quantidade de reais necessária para comprar uma cesta representativa de bens.

TAXA DE JUROS

Ao aumentar a taxa de juros, as pessoas se sentem mais incentivadas em deixar de consumir no presente para consumir no futuro, e como poupança em forma de moeda não rende juros, as pessoas poupam em forma de títulos.

Poupança = oferta de fundos no mercado financeiro

Quanto maior a taxa de juros, mais caro fica financiar um empréstimo (queda na procura) e aumento da poupança

“A taxa de juros representa o custo de oportunidade de não se aplicar em títulos.”

A política monetária, ao afetar o nível de preços, pode afetar a taxa nominal de juros, mas não a real, e como tal não afeta as decisões de poupança e investimento da economia.

As variações das taxas de juros garantem que o montante que se deseja emprestar (oferta de fundos emprestáveis) seja igual ao montante que se deseja tomar emprestado (demanda por fundos emprestáveis).

A taxa de juros, para o modelo clássico, é determinada pela produtividade marginal do capital (retorno do investimento) e pela preferência intertemporal dos indivíduos; tal análise difere da perspectiva de Keynes, que analisa a taxa de juros como resultante da preferência por liquidez, dada a oferta de moeda.

TAXA DE JUROS (CLÁSSICA) = PRODUTVIDADE MARGINAL DO CAPITAL + PREFERÊNCIAS (gastar agora ou poupar)

TAXA DE JUROS (KEYNES) = PREFERÊNCIA POR LIQUIDEZ

POLÍTICAS EXPANSIONISTAS

De acordo com a teoria quantitativa da moeda, uma política monetária expansionista aumenta os preços e não tem nenhum efeito sobre o produto.

O aumento do déficit público (aumento de gastos públicos e/ou redução de tributos) aumenta a demanda por fundos de empréstimos causando uma elevação das taxas de juros e, por conseguinte, uma redução dos investimentos e consumo privados (efeito crowding-out). O produto não se altera, pois gastos privados de consumo e investimento reduzem-se no mesmo montante do aumento do gastos públicos.

** As teorias clássicas do comércio internacional baseiam-se nas diferenças tecnológicas que culminam em diferentes produtividades relativas da mão de obra, e a teoria neoclássica do comércio internacional, na diferença relativa de dotação dos fatores de produção **

326
Q

CRISE DE 1929 NO BRASIL

1) Precedentes desde 1924

2) Câmbio adotado em 1926

3) Alterações a partir de 1928

4) Reações do Governo Washington Luís

5) Reações do Governo Provisório

6) deslocamento do centro dinâmico

A

Precedentes:
Insitituição permanente do programa de defesa do café (a partir de 1924) = incentivou novos plantios, elevou estoques e aumento a necessidade de financiamento externo

1926 = Caixa de Estabilização: volta ao padrão ouro = Ingresso de capitais e êxito de curto prazo da política de valorização do café, gerando Boas condição de balanço de pagamentos naquele ano

1928 = A redução de entrada de capital impôs redução ao ritmo de crescimento da oferta monetária e da liquidez doméstica devido à adoção do padrão-ouro (câmbio fixo)

Soma-se a isso a ocorrência de duas supersafras (1927-1928 e 1929-1930) + três fatores externos da crise de 1929 = Retração da demanda mundial + crise de liquidez doméstica + Ausência de financiamento externo = Inviabilização da continuidade do programa de defesa do café + Forte queda dos preços do café (cai para 1/3)

Reação do governo de Washington Luís à crise = CONTINUIDADES E RECUSAS = continuidade da Defesa da Caixa de Estabilização (conversibilidade do mil-réis) e da livre importação + Continuidade dos pagamentos do serviço da dívida externa + Recusa ao financiamento da valorização do café via crédito doméstico.

Resultado: As reservas da Caixa de Estabilização quase se esgotaram e a contração de liquidez doméstica agravou a crise.

Reação do governo Provisório = Fechamento da Caixa de Estabilização e desvalorização do mil-réis em 55% + As importações caíram a 1/3 do valor e as exportações caíram pela metade + Monopólio cambial designado ao Banco do Brasil com taxa de câmbio única e controle de importações de acordo com a essencialidade + Novo funding loan em 1931 após sucessivas moratórias + Política de defesa do café delegada ao governo federal

As compras de café passaram a ser financiadas por emissão monetária e imposto sobre as exportações de café, sendo que 30% da safra era estocada, 30% exportada e 40% queimada.

Efeitos da sustentação do preço do café = Superávits comerciais e divisas + Evitar a desvalorização do mil-réis + Sustentar os níveis de renda e de emprego

Reorientação da demanda, a qual fora sustentada pela política de defesa do café, para a produção doméstica, favorecendo a queda das importações e a rápida recuperação da indústria nacional.

Queda da renda nacional durante a Grande Depressão: Brasil (25%) e EUA (50%)

1932 = início da recuperação

1933 = Produto industrial alcança praticamente o mesmo nível registrado em 1928

Defesa do Café = Política fiscal anticíclica de grande envergadura

Segundo Furtado: o governo praticou, de modo inconsciente, políticas keynesianas antes da publicação da “Teoria Geral do Emprego, do Juros e da Moeda”, obra clássica de Keynes.

O deslocamento do centro dinâmico = Choques adversos – ruptura da economia primário-exportadora; Deslocamento do centro dinâmico do setor exportador para as atividades voltadas ao mercado interno; Processo de crescimento auto sustentado pelo investimento industrial; Economia “voltada para dentro”.

Crise dos ano de 1930 – início do processo de industrialização por substituição de importações.

327
Q

TRÊS TEORIAS SOBRE AS ORIGENS DA INDUSTRIALIZAÇÃO BR

1- leitura

A

Teoria dos Choques adversos (Cepal: Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Raul Prebish): crise da agroexportação; gera queda na entrada de capital externo e desvalorização cambial, o que reorienta a demanda para produtos domésticos

Teoria da Industrialização induzida por exportações (PELÁEZ): necessidade de diversificação da riqueza, principalmente do comércio importador. Baseado nos argumentos de que a industrialização já existia antes de 1930 e que a substituição de importações ocorre de modo lento e gradual

Teoria da Industrialização Como Diversificação dos Riscos = sintese do choque adverso e da industrialização induzida = Nos períodos favoráveis à exportação: capitais ociosos investidos em outros setores para diversificação do capital e aproveitamento de oportunidades de lucro / Em momentos de choques adversos: depreciação cambial, encarecimento dos produtos importados e estímulo à produção doméstica

328
Q

Política Monetária

1- definição de moeda, M1 e base monetária

2- três principais instrumentos de política monetária

3- Metas para inflação - quem define, quem alcança, qual índice de preços é útilizado e 3 elementos básicos

4- SELIC - definição, quem estabelece a meta e quem alcança

A

Definição de moeda = qualquer ativo plenamente aceito para comprar bens e serviços e quitar dívidas.

Os meios de pagamento, ou M1, são o total de moeda disponível ao setor não bancário, que não rende juros, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para efetuar transações.

Base monetária é passivo monetário do Banco Central, também conhecido como emissão primária de moeda. Inclui o total de cédulas e moedas em circulação e os recursos da conta “Reservas Bancárias” (conta dos bancos comerciais no Banco Central) ou a soma de papel moeda em poder do público e encaixes totais dos bancos comerciais (compulsórios e voluntários).

Quais os principais instrumentos de política monetária? Explique.

O Banco Central, autoridade responsável pela política monetária do país, utiliza três instrumentos para controlar a quantidade de moeda na economia: a taxa de redesconto, os depósitos compulsórios e as operações de mercado aberto.

A operação de redesconto bancário é a concessão de empréstimos pelo Banco Central para bancos e instituições financeiras que estão com pouco dinheiro em caixa para manter suas operações.

No Brasil, a meta para a inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e cabe ao Banco Central (BC) adotar as medidas necessárias para alcançá-la. O índice de preços utilizado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

3 elementos básicos do regime de metas para inflação:

1) conhecimento público
2) comprometimento institucional
3) transparência

Portanto, o regime de metas para a inflação envolve mais do que o anúncio público de metas numéricas para a inflação. A transparência e a prestação de contas regulares à sociedade e a seus representantes são elementos essenciais desse regime.

A taxa Selic é a taxa de juros média que incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia útil (overnight) lastreados por títulos públicos registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), ou seja, a taxa de juros que equilibra o mercado de reservas bancárias. O Comitê de Política Monetária (Copom) estabelece a meta para a taxa Selic, e cabe à mesa de operações de mercado aberto do BCB manter a taxa Selic diária próxima à meta.

4 Requisitos = autonomia operacional do BC + situação fiscal sob controle + sistema financeiro estável + metas críveis

Os mecanismos de transmissão da política monetária são os canais por meio dos quais mudanças na taxa Selic, que é o principal instrumento de política monetária à disposição do Banco Central (BC), afetam o comportamento de outras variáveis econômicas, principalmente preços e produto.

A política monetária afeta os preços da economia por meio: (i) da decisão entre consumo e investimento das famílias e empresas; (ii) da taxa de câmbio; (iii) do preço dos ativos; (iv) do crédito; e (v) das expectativas.

Multiplicador da base monetária

Os bancos possuem o poder de multiplicar a moeda corrente, gerando maior liquidez na economia, pois sabem que parte dos depósitos à vista pode ser emprestada a outras pessoas, mediante o pagamento de juros, já que a probabilidade de que todos os depositantes reclamem seus depósitos ao mesmo tempo é extremamente pequena.

Os bancos captam depósitos do público, guardam uma parte como reservas e emprestam o restante. Esses empréstimos tendem a retornar ao sistema bancário como depósitos. Assim o total de depósitos é um múltiplo das reservas dos bancos e M1 é um múltiplo da base monetária.

Esse processo de geração de moeda pelos bancos comerciais se dá em várias etapas, e em conjunto mostra em qual proporção a moeda foi multiplicada, gerando o que chamamos de multiplicador bancário, que é a variável que determina qual o poder que o setor bancário tem de criar moeda.

A relação entre o agregado meios de pagamento e o agregado base monetária é dada pelo multiplicador bancário.

O multiplicador dos meios de pagamento depende basicamente de dois parâmetros:

  • comportamental: que parcela as pessoas mantêm dos seus meios de pagamentos na forma de papel-moeda e que parcela deixam em depósito à vista nos bancos comerciais (d); que parcelas dos depósitos os bancos mantém na forma de reservas (R).
  • critérios que regulamentam os encaixes compulsórios dos bancos comerciais por parte do Banco Central.

Quanto maior for R (encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais) e quanto menor o d (depósito à vista nos bancos comerciais/M1), menor será o multiplicador.

329
Q

CONCEITOS DE MICROECONOMIA

1) Conceito de Lucro contábil x Lucro Econômico:

2) Por que lucro econômico é zero no longo prazo ?

3) Por que mesmo com lucro zero firmas entram num setor?

4) Por que a firma produz no curto pra mesmo incorrendo em prejuízo?

A

O lucro contábil considera apenas os custos contábeis = lucros monetários EXPLÍCITOS

Lucro Econômico (mais abrangente) = receita total menos custo econômico total, que considera os custos explícitos e implícitos, incluindo os custos de oportunidade de fatores sem custos montários explícitos = é a remuneração de todos os insumos e fatores produção utilizados no processo de produção.

Custo total = custo de oportunidade = custo explícitos e custos implícitos (não exigem desembolso monetário)

Lucro contábil = receita – custos explícitos (exigem desembolso)

Lucro econômico = receita – custos explícitos e implícitos

Por que lucro econômico é zero no longo prazo ?

A teoria da competição perfeita pressupõe explicitamente a ausência de barreiras à entrada ou saída de novos participantes do setor. Com livre entrada, a ocorrência de lucros econômicos positivos atrai novas empresas para o setor, o que desloca a curva de oferta para a direita, causando a queda do preço de equilíbrio do mercado e, portanto, a redução dos lucros. A entrada de novas empresas cessará apenas quando os lucros econômicos tiverem sido totalmente eliminados, caracterizando, assim, um equilíbrio em que todas as empresas auferem lucro zero.

Por que mesmo com lucro zero firmas entram num setor?

A ocorrência de lucro econômico zero no longo prazo implica retornos normais para os fatores de produção, incluindo o trabalho e o capital dos proprietários da empresa. Suponha o caso de um pequeno empresário cujo negócio apresenta lucro contábil positivo. Caso o lucro seja igual ao rendimento que o proprietário poderia obter em outra atividade, possivelmente assalariada, ele será indiferente entre permanecer no negócio ou abandonar as atividades.

ESCOLHA DO QUANTO PRODUZIR DE MODO SIMPLES

No curto prazo, a empresa escolhe um nível de produção no qual seu custo marginal, CMg, é igual ao preço, desde que ela seja capaz de cobrir seus custos variáveis médios (os custos fixos são irreversíveis no curto prazo, portanto não são considerados na decisão de produzir no curto prazo). A parte da curva de custo marginal que está acima do custo variável médio é a curva de oferta de curto prazo da empresa competitiva.

Por que a firma produz no curto pra mesmo incorrendo em prejuízo?

A empresa incorre em prejuízo quando as receitas são inferiores aos custos totais. No caso das receitas serem maiores do que os custos variáveis, mas inferiores aos custos totais, vale a pena para a empresa produzir no curto prazo, em vez de encerrar suas atividades, mesmo incorrendo em prejuízo.

A empresa deve comparar os prejuízos obtidos na situação em que não produz e na situação em que apresenta produção positiva, e então escolher a alternativa que gera a menor perda. No curto prazo, o prejuízo será minimizado se a empresa for capaz de obter uma receita maior do que seus custos variáveis. Então produzindo, cobrirá os custos variáveis e parte dos custos fixos. Não produzindo, o prejuízo será maior (igual aos custos fixos).

CONCLUSÃO:

Se o preço obtido pela empresa for menor que o custo total médio e maior que o custo variável, a empresa continua a produzir NO CURTO PRAZO.

Se o preço obtido for menor que os dois custos, ela deve encerrar a operação.

330
Q

Macroeconomia - Conceitos

1- Diferença entre a Função de Produção e Isoquantas

2- Conceito de RENDIMENTOS DE ESCALA

3- Diferença entre lei dos retornos marginais decrescentes e rendimentos de escala

4- Gráfico da curva de custos e economias e deseconomias de escala

A

Função de Produção = Nível de produção MÁXIMO que uma firma pode obter para cada possível combinação de insumos = quantidade de insumo x quantidade produzida = Mostra o que é tecnicamente viável quando a firma opera de forma eficiente / gráfico: quantidade de produto x quantidade de trabalhadores / função de produção: q = F (K,L) / é uma linha reta que vai tornando-se horizontal até cair

Isoquantas = Curva que mostra todas as combinações possíveis de insumos que que podem ser utilizadas para produzir determinado nível de produção (longo prazo) / gráfico = dois insumos (um em cada eixo) e o formato é de concâvo em relação ao eixo

No longo prazo, ambos o capital e o trabalho variam e apresentam rendimentos decrescentes.

Uma TMST decrescente decorre de rendimentos decrescentes e implica isoquantas convexas.

RENDIMENTOS DE ESCALA (análise de Micro e de economia internacional)

Rendimentos de escala Medição da relação entre a escala (tamanho) de uma empresa e sua produção. Taxa de crescimento do produto à medida que os insumos crescem proporcionalmente (longo prazo)

Rendimentos crescentes de escala = Situação em que a produção cresce mais do que o dobro quando se dobram a quantidade de todos os insumos.

Rendimentos crescetes de escala mostram curvas (isoquantas) cada vez mais próximas umas das outras no gráfico em que os eixos são fatores de produção (por exemplo trabalho e capital no eixo X e Y). essa proximidade ocorre porque com a utilização de menos do dobro dos insumos, ocorre uma expansão maior que o dobro na produção, tornando as isoquanas mais próximas umas das outras.

Rendimentos constantes de escala = Situação em que a produção dobra quando se dobram a quantidade de todos os insumos (isoquantas com a mesma distância uma das outras)

Rendimentos decrescentes de escala = Situação em que a produção aumenta em menos do que o dobro quando se dobram a quantidade de todos os insumos (isoquantas cada vez mais distantes uma das outras).

Em qualquer processo produtivo, é possível observar, para algum nível de insumo, a ocorrência de rendimentos decrescentes para um único fator de produção. Esse fenômeno é tão difuso que os economistas lhe deram o nome de “lei dos rendimentos marginais decrescentes”. Por definição, o produto marginal de um insumo é a produção adicional obtida por meio do emprego de uma unidade adicional do insumo, com as quantidades dos demais insumos sendo mantidas constantes. A produção adicional, ou rendimento, de um único insumo diminui justamente pelo fato de todos os demais insumos serem fixos.

Os rendimentos de escala, por sua vez, surgem dos aumentos proporcionais em todos os insumos. Ainda que, isoladamente, cada fator apresente rendimentos marginais decrescentes, a produção pode aumentar em proporção igual, maior ou menor que o aumento nos insumos (em todos os insumos na mesma proporção).

** A diferença entre os dois conceitos refere-se ao fato de que, no caso dos rendimentos de escala, aumentam-se as quantidades de todos os insumos na mesma proporção, não sendo mantido fixo nenhum insumo **

A maioria das empresas tem funções de produção que apresentam, inicialmente, rendimentos crescentes, em seguida, rendimentos constantes e, por fim, rendimentos decrescentes de escala.

Para níveis de produção baixos, um aumento proporcional em todos os insumos pode causar um aumento mais do que proporcional na produção, dadas as maiores possibilidades de especialização de cada insumo.

À medida que a empresa cresce, as oportunidades de especialização talvez diminuam, e a duplicação de todos os insumos leva à duplicação da produção.

Para certo nível de produção, a empresa será tão grande que, a duplicação dos insumos causará um aumento menos do que proporcional na produção. Isso pode ocorrer, por exemplo, devido a deseconomias na administração.

Curvas de custo no longo prazo

Gráfico = uma parábola gigante, repleta de outras pequenas parabolas que a tangenciam

Economias e deseconomias de escala (ligado a curva de custos)

Economias de escala (rendimentos crescentes de escala) = O aumento da produção é maior do que o aumento dos insumos. * Os custos médios caem *

Deseconomias de escala (rendimentos decrescentes de escala) = O aumento da produção é menor do que o aumento dos insumos. * Os custos médios aumentam *

331
Q

Política Monetária e Fiscal Expansionista no Modelo IS-LM (câmbio flutuante)

1- posição da IS e da LM normalmente

2- Resultado de uma PFE

3- Resultado de PME

A

LM positiva e IS negativamente inclinada

Política fiscal

Com o aumento dos gastos/transferências e/ou redução dos tributos, aumenta a demanda por bens e serviços e aumenta a renda. Como o consumo depende da renda, há sucessivas rodadas de aumento do consumo. Esse efeito é chamado de multiplicador dos gastos. A renda aumenta de acordo com a magnitude do multiplicador, que depende da propensão marginal a consumir. O aumento da renda aumenta demanda por moeda no mercado monetário, aumentando a taxa de juros. O aumento dos juros reduz os investimentos privados. Esse efeito é chamado de efeito crowding out.

Política monetária

Com o aumento da oferta de moeda, a taxas de juros diminuem. Com juros menores, os gastos de investimento aumentam. O aumento dos gastos de investimento e da demanda agregada aumenta a renda de equilíbrio. Esse aumento é maior quanto maior for a inclinação da curva LM. O novo equilíbrio se dá num ponto em que a taxa de juros é menor e a renda é mais elevada.

Efeitos dessas políticas expansionistas sobre a:

Taxa de juros = Política fiscal aumenta a taxa de juros e monetária diminui

Investimento = Política fiscal diminui o investimento e a monetária aumenta

Renda *** = O impacto final da política fiscal sobre a renda nacional será dado pelo efeito líquido da expansão inicial propiciada pelo aumento do gasto e potencializada pela magnitude do multiplicador keynesiano dos gastos autônomos reduzida do efeito crowding-out sobre investimentos.

O efeito da política monetária sobre a renda será positivo, considerando que a curva LM seja positivamente inclinada ou vertical. Caso a LM seja horizontal (armadilha da liquidez), a política monetária não tem efeito sobre a renda.

332
Q

INFLAÇÃO

1- Quatro tipo de inflações e suas causas

2- Variáveis da Curva de Philips

3- Quatro motivos para alta inflação no mundo de 2022

A

De acordo com o Banco Central do Brasil, a inflação pode ter várias causas, que podem ser agrupadas em: pressões de demanda, pressões de custos, inércia inflacionária e expectativas de inflação.

Inflação de demanda = um excesso de procura em relação à oferta disponível, gerado por aumento da renda (aumento do salário real, efeito riqueza, políticas de tranferência, aumento dos gastos públicos, redução da carga tributária, expansão da moeda e do crédito, redução da taxa de juros)

Inflação de custos (choques de oferta) = pressões nos custos repassadas aos preços / são alteradas somente as despesas por parte do produtor / causadas por: aumento da taxa de juros (aumentando custos de produção), desvalorização cambial, aumento do salário nominal (custo de mão de obra), aumento de impostos, choque em produtos primários como os agrícolas / é a inflação prevista pelo estruturalismo a partir de 1950 para os países em desenvolvimento = um fenômeno quase inevitável, devido à limitações e inflexibilidades da estrutura da economia = pontos de estrangulamento, como a insuficiência de infraestrutura e bens de produção, da inadequação entre oferta e demanda de alimentos e do desequilíbrio das contas externas.

Expectativas = As expectativas também jogam um papel crucial na inflação. Se as pessoas ou as empresas prevêem uma alta de preços, incorporarão essas expectativas nas negociacções salariais e nos ajustes contratuais de preços. No período seguinte, as expectativas se tornam profecias autorealizáveis ao se ajustar os salarios ou os preços de acordo com a convenção.

Inércia = Como as pessoas costumam basear suas expectativas no passado recente, a inflação seguirá um padrão similar através do tempo, gerando-se inércia inflacionária. A inércia também resulta dos mecanismos de indexação formal e informal de preços e rendimentos da economia. Um exemplo é a correção automática dos salários na proporção dos aumentos dos custos de vida.

Inflação de demanda – Teoria Quantitativa da Moeda e Teoria Keynesiana

Teoria Quantitativa de Moeda = Irving Fischer, explicou a TQM por meio do que se convencionou chamar equação de trocas: MV = PT, em que V é a velocidade de circulação da moeda e T é o volume físico de transações na economia. Sua principal conclusão:

** A equação quantitativa em sua versão tradicional estabelece uma relação de proporcionalidade entre o nível de preços e o estoque de moeda, atribuindo a taxa de variação dos preços à taxa de expansão da oferta de moeda **

A TQM possui vários pressupostos: velocidade constante + flexibilidade de preços + entre outras.

Teoria Keynesiana = inflação somente quando houver pleno emprego.

Nestas condições, qualquer incremento na demanda efetiva gera um hiato entre oferta e demanda globais, denominado hiato inflacionário. Quando houver capacidade ociosa, uma expansão da demanda deve gerar aumento na renda e nos preços de alguns bens e serviços. Esta situação, no entanto, não era considerada por Keynes como sendo de inflação “verdadeira”, que ocorre quando estímulos à demanda efetiva resultam apenas em crescimento dos preços.

À semelhança da teoria quantitativa, o fator que inicia o processo inflacionário é a demanda agregada. Entretanto, o instrumento relevante de estímulo à demanda é a política fiscal, e não mais a política monetária, como na TQM. Isto porque, para Keynes, a moeda era demandada não somente para transaçöes, mas também com fins especulativos, o que introduz a taxa de juros como variável explicativa na funcão demanda de moeda.

Neste caso, a expansão do estoque de moeda, ao reduzir a taxa de juros, pode determinar um aumento na demanda especulativa de moeda. Pode-se, inclusive, conceber uma situação limite em que a taxa de juros seja tão baixa, que todo incremento na oferta de moeda será retido pelos demandantes na expectativa de uma elevação na taxa de juros, não ocorrendo, portanto, qualquer alteração na demanda efetiva global. Nesse caso, chamado de armadilha da liquidez, somente a política fiscal é eficaz.

Inflação de custos e a visão estruturalista = A urbanização e industrialização resultam em forte aumenta da demanda por alimentos enquento a oferta desses produtos crescia lentamente devido à estrutura fundiária concentrada e à dificuldade de importar. Os recorrentes déficits do balanço de pagamentos levariam a desvalorização cambiais que causavam pressões inflacionárias. Estes fatores, aliados ao funcionamento deficiente do sistema de preços, resultam em aumento do nível geral de preços. A elevação inicial dos preços é sancionada e propagada pelo conflito distributivo, pela tentativa dos diversos setores e grupos econômicos de manterem sua participação na renda ou no gasto agregados, o que leva à expansão monetária e creditícia. Dada a natureza do diagnóstico da escola estruturalista, a inflação somente pode ser debelada mediante mudanças e reformas profundas na estrutura da economia, sendo de pouca utilidade os instrumentos fiscal e monetário tradicionais.

Curva de Phillips e expectativas = Na década de 50, originalmente, a curva previa uma relação inversa entre taxa de variação dos salários nominais e taxa de desemprego.

A Curva de Phillips foi depois modificada para permitir a análise da relacão entre inflacào e desemprego ou inflação e capacidade ociosa da economia.

SALÁRIOS NOMINAIS X DESEMPREGO

INFLAÇÃO X DESEMPREGO OU CAPACIDADE OCIOSA

Posteriormente, adição da taxa ESPERADA de inflação ao modelo, permitindo analisar a questão da estagflação como fenômeno derivado do deslocamento da curva de Phillips ao longo do tempo, e deu origem ao debate sobre a possível verticalidade da relação de Phillips no longo prazo.

Naturalmente, a existência ou não de um dilema entre inflação e desemprego depende essencialmente do processo de ajustamento das expectativas. De acordo com a teoria das expectativas racionais, que supõe que a expectativa de inflação seja formada com base na inferência dos agentes sobre a trajetória futura das variáveis econômicas relevantes, somente medidas não antecipadas de política econômica podem gerar erros de previsão e, portanto, afetar o setor real da economia. Consequentemente, basta que as autoridades econômicas anunciem um programa consistente de combate à inflação para que a taxa de inflação assuma imediatamente um valor compatível com a estratégia anunciada. Neste caso, a Curva de Phillips é vertical mesmo no curto prazo, eliminando os efeitos desfavoráveis da estabilização mas, ao mesmo tempo, tornando inócua a realização de políticas anticíclicas.

Teoria da Inflação inercial = Processo inflacionário em que a inflação passada determna a inflação presente, devido à indexação formal e informal gerado por um conflito distributivo entre os agentes econômicos

Inflação Alta no mundo atual = gerada por choques de demanda e de oferta, com 4 principais causas:

1) Desorganização da cadeia de suprimentos = os confinamentos e restrições de mobilidade geraram escassez da OFERTA de curto prazo + posteriomente, houve estrangulamento da cadeia de suprimentos de matérias-primas e bens intermediários

2) Estímulso agregados a recuperação = 17 trilhões de USD em medidas fiscais para combater a pandemia foram dados no mundo + As famílias gastaram a poupanças que haviam acumulado no início da pandemia (incluindo o pacote de estímulo e transferências), o que causou um aumento da demanda agregada e uma recuperação econômica mais forte do que o esperado.

3) Choque de oferta de trabalho = A participação na oferta de trabalho permanece abaixo dos níveis anteriores à pandemia em muitos países. Após a pandemia, há, principalmente no Estados Unidos uma escassez de mão de obra que contribui para gerar pressões inflacionárias (efeito menor no Brasil).
4) Choques de oferta no mercado de energia e alimentos como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia = aumento na energia e alimentos, impactando a inflação mundial (especialmente petróleo, gás natural e trigo – produto agrícola que a Rússia e Ucrânia respondem por 30% das EXPORTAÇÕES mundiais)

** O impacto provavelmente será maior para países de baixa renda e economias de mercado emergentes, onde alimentos e Energia representam uma proporção maior do consumo **

333
Q

BENS PÚBLICOS

1- Duas definições de “Não rival”

2- Dois exemplos de bens públicos puros

3- Definição de recursos de propriedade comum e dois exemplos

4- Três possíveis soluções para o caso dos “free riders”

5- Classificação do transporte público

A

Não rival = custo marginal de fornecimento adicional igual a zero (o que não se confunde com custo de produção igual a zero), ou então, o seu consumo adicional não reduz a disponibilidade aos demais. Normalmente bens não rivais são feitos para mais de um consumidor e possuem custos fixos elevados = estrada ou farol

Não Excludente = impossível ou muito caro de excluir alguém

Bens públicos PUROS = defesa nacional e iluminação pública.

A definição de bem público NÃO é absoluta, mas varia com as condições de uso, de mercado e com o estado da tecnologia. As ruas e avenidas são bens públicos por serem geralmente não excludentes e não rivais. Engarrafamentos podem transformar esses bens, podendo ser implementadas medidas como rodízio de veículos ou mesmo um pedágio urbano, o que torna essas vias um bem excludente. Nesse caso, essa via pode ser vista como um bem privado, como já ocorre com rodovias que ligam cidades.

Recursos de propriedade comum = NÃO excludentes (livre acesso) e RIVAIS (seu consumo reduz a disponibilidade) = águas e peixes de um rio, ar puro. Seu livre acesso gera INEFICIÊNCIA, pois o custo marginal é MENOR que o custo social (externalidade de consumo negativa). Gera-se, assim, um resultado ineficiente, ou seja, uma quantidade de equilibrio maior do quantidade socialmente ótima.

Cada indivíduo que utiliza um recurso de propriedade comum considera apenas as próprias ações, e não como os usuários, coletivamente, estão impactando o recurso.

A principal propriedade dos bens públicos é a não excludência. A impossibilidade de exclusão (ou a dificuldade, gerada por custos elevados) implica que os indivíduos não podem ser privados dos benefícios do usufruto do bem e/ou serviço.

** A impossibilidade de exclusão impede que sejam cobrados os valores para financiar os custos, incluindo-se aí os lucros dos produtores, por isso há desinteresse PRIVADO em sua produção **

A impossibilidade de exclusão, ao inviabilizar o uso do sistema de preço para racionar o consumo, reduz os incentivos para o pagamento voluntário dos bens públicos. Essa relutância em contribuir, voluntariamente, para financiar esses bens é conhecida como o problema do “carona” (free rider).

** A solução para esse tipo de problema requer que o governo atue como se fosse o proprietário desses recursos. A ausência de direitos de propriedade bem estabelecidos – como é o caso dos recursos comunitários – faz com a solução privada não seja eficiente no sentido de Pareto justificando, assim, a intervenção do estado. Como se trata de um caso especial de externalidades, dentre as soluções públicas para corrigir o problema dos recursos de propriedade comum a tributação corretiva (impostos e subsídios) e controle dos efeitos externos mediante o uso de esquemas regulatórios e multas **

Quando a externalidade envolve bens públicos puros, a impossibilidade de exclusão (e sua indesejabilidade) leva ao problema do carona e exige a presença de uma força coercitiva que possa assegurar a provisão do bem ou serviço em questão.

Serviço de Segurança Pública x Organizações privadas = ainda que se contrate guardas privados para uma quadra da cidade, este não será um serviço eficiente. Como penalizar quem não paga, se é impossível excluir tais pessoas do consumo da segurança gerada ? (Outro exemplo do “carona”).

Transporte público = Embora seja de utilidade pública, o transporte público não é um bem público, mas um bem privado (rival e excludente). Ao utilizar um assento no ônibus, por exemplo, um cidadão exclui a possibilidade de outro utilizá-lo. Ademais, o consumo é excludente, uma vez que é possível e não há custo elevado de controlar o acesso dos consumidores ao ônibus, tornado seu uso exclusivo àqueles que pagam pela prestação do serviço.

A tendência monopolística do transporte público ser oferecido pelo poder público surge de economias de escala, dos grandes custos de capital, da inelasticidade da demanda entre os consumidores do serviço, de considerações sobre o excesso de capacidade necessária para atender aos picos de demanda e outras considerações.

Na prática, a regulamentação visa garantir que a concessionária atenda a todos que solicitam e estejam dispostos e possam pagar por seus serviços, que opere de maneira segura e adequada, que atenda a todos os clientes em igualdade de condições e que suas tarifas sejam justas e razoáveis.

334
Q

PLANO CRUZADO X PLANO REAL

1- Ano de implementação do Plano Cruzado

2- Diagnóstico da inflação do Plano Cruzado

3- Política Salarial do Plano Cruzado

4- 2+ consequências do plano Cruzado e medida adotada para fazer frente

5- 5+ motivos para o fracasso do Plano Cruzado

6- Três fases do plano real

7- Diagnóstico da economia da primeira fase e Fundo criado para resolver no Plano Real

8- 3+ motivos para o sucesso do Plano Real

A

Plano Cruzado (1986) = implantado após medidas políticas e monetárias restritivas terem falhado para frear a inflação na primeira metade da década, fortalecendo a tese de que a correção monetária desde o PAEG era o fator a ser combatido (indexação de contratos) = inflação PURAMENTE inercial. Em tese, não havia pressão de demanda ou de custos no período.

A prova para a ausência de pressões de demanda seria a existência de baixos níveis de déficits púbicos, quando aferidos no conceito operacional (isto é, aquele que desconta do déficit nominal os efeitos da correção monetária e cambial). Pressupunha-se, ademais, que a situação fiscal do governo seria beneficiada com o fim da inflação, pelo fim do Efeito Olivera-Tanzi (resultante de uma melhor indexação dos gastos do governo, em relação às suas receitas).

Inflação inercial = indexação que perpetua a inflação passada no presente, reproduzidas no tempo. Seu combate seria feito através do congelamento de preços e da Tabela de Sunab (lista de preços).

Os salários deveriam ser convertidos pela média dos seis meses anteriores e, para compensar possíveis aumentos de preços nos meses que antecederam ao Plano, foram introduzidos abonos salariais de 8%, para os salários em geral, e 16% para o salário mínimo. Ainda em relação a salários, foi criado o “gatilho salarial”, de forma a proteger os trabalhadores, sendo este acionado quando a inflação acumulada alcançasse 20%.

Criação de uma nova moeda = O cruzado = 1000 cruzeiros para cada cruzado, com paridade ao dólar congelado.

Os resultados iniciais do Plano Cruzado foram a drástica queda da inflação (que caiu para zero no primeiro mês) e a obtenção de elevados índices de popularidade para o governo. Seguiu-se ao anúncio do plano uma explosão de demanda (a chamada “festa da estabilização”), combatida meses mais tarde pelo “Plano Cruzadinho”. Diversos produtos se tornaram escassos com o passar do tempo, criando o fenômeno dos ágios e das filas, respondida por aumento das importações e o lançamento do Cruzado II.

Ao longo de 1986, houve deterioração das contas externas e elevado crescimento do PIB (7,5%).

Algumas razões para o fracasso do Plano Cruzado
1) Diagnóstico da inflação puramente inercial
2) Abonos salariais concedidos = explosão do consumo após a estabilização (“festa da estabilização)
3) Gatilho Salarial = acelerou o componente indexador
4) Longa duração do congelamento (previsão de 3 meses e executado por 11 por motivos políticos)
5) Congelamento de preços em patamar muito baixo, gerando desabastecimento, ágio, filas, ônus fiscal para o governo (tarifas públicas defasadas)
6) Excessiva expansão monetária
7) Deterioração das contas externas = (resultante de menores exportações e maiores importações para atender à demanda doméstica), tornando o câmbio fixo insustentável

PLANO REAL

Possui três fases: ajuste fiscal, desindexação da economia e âncora nominal.

A primeira fase partia do diagnóstico de que existiria na economia brasileira um “Efeito Olivera-Tanzi às avessas”. Isto é, o Tesouro se beneficiava da inflação em virtude da menor indexação dos gastos comparativamente às receitas, do contingenciamento e do atraso de pagamentos pelo governo, e da subestimativa da inflação quando da realização do orçamento público.

Para equacionar o problema fiscal, foi criado o Fundo Social de Emergência (FSE), que consistia na desvinculação de receitas do governo, permitindo seu maior controle. Os gastos seriam, em princípio, direcionados para áreas prioritárias, tais como a Saúde – o que não chegou a ocorrer.

2ª Fase (1994) = URV = desindexador através de um hiperindexador, também chamado de “quase moeda” – função de unidade de conta, mas não de meio de pagamento, pois não circulava.

3ª fase = (julho de 1994) = lançamento do Real = Para conter a explosão de demanda esperada com o fim da inflação, houve elevação dos compulsórios sobre depósitos à vista e a prazo e elevação dos juros reais.

Cabe ressaltar, porém, que o contexto internacional de elevada liquidez ocorreu essencialmente nos primeiros anos, ainda assim sendo interrompido pela crise do México (dezembro de 1994). Em 1997, estourou a crise asiática e, em 1998, a crise russa, que acabou contagiando a economia brasileira, dada a sua vulnerabilidade externa e fiscal. A desvalorização da moeda ocorreu em janeiro de 1999, quando se data o fim do Plano Real.

Sucessos do Plano real em face dos planos heretodoxos dos anos 1980:

1) Em primeiro lugar, os planos dos anos 1980 foram conduzidos num ambiente externo muito mais hostil = quadro externo vulnerável pelo choque do petróleo, aumento do juros (Paul Volcker - Presidente do Federal Reserve), moratória do México (1982) (queda da liquidez internacional, gerando necessidade de desvalorizações cambiais constantes e saltos na inflação)

2) 1990 = assinatura do Plano Brady, privatizações, reformas estruturais do Consenso de Washington, liberalização comercial e financeira = recebimento de influxos de capitais, inclusive investimentos diretos

3) Possibilidade de adoção de âncora cambial para combater a inflação graças à elevada liquidez internacional (crescentes necessidades de financiamento externo)

4) Eficácia da URV em combater o componente inercial em contraponto aos Congelamentos pretéritos. Como observaram os autores da proposta da “moeda indexada”, Persio Arida e André Lara Resende, em trabalho de 1984, com a introdução da nova moeda seria possível promover uma “hiperinflação, sem viver suas consequências.”

5) adoção das âncoras de câmbio e de juros, embora tenha gerado volatilidade do crescimento, aumento do desemprego, baixos investimentos e viés curto-prazista do mercado financeiro

Por fim, é preciso notar que, nos planos anteriores ao Real, ocorreram diversos erros de condução e mesmo de diagnóstico das causas da inflação. Já o Plano Real nasceu como uma estratégia complexa, em três fases, que se beneficiou do aprendizado de certos erros do passado. Uma lição aprendida foi a necessidade de manter juros elevados e crédito contido (através de compulsórios) para evitar a “festa da estabilização”, que naturalmente se segue em economias que saem da elevada inflação para uma inflação moderada.

335
Q

EVOLUÇÃO DA CURVA DE PHILIPS

1- Autor da primeira fase e duas variáveis centrais

2- Crítica realizada a primeira fase e seu contexto

3- Dois nomes da segunda fase e principal autor

4- Duas principais inovações da segunda fase

5- Autor e ideia principal da terceira fase

A

A Curva de Philips possui três fases.

Primeira fase = A origem remonta ao artigo de William Phillips (1958), o qual relaciona desemprego com salários nominais, analisando o Reino Unido de 1861 até 1957.

Posteriormente é inserida a taxa natural de desemprego (NAIRU) e uma regra de formação das expectativas inflacionárias (expectativas adaptativas - Milton Friedman).

Solow e Samuelson aplicaram o modelo para os Estados Unidos, substituindo, porém, a taxa de variação dos salários nominais pela variação dos preços porque consideravam que não havia grande diferença entre elas (variação de salários = inflação)

RESUMINDO: Solow e Samuelson substituem os salários nominais pela inflação, ainda na primeira fase! (o desemprego foi mantido como uma das variáveis).

DESEMPREGO X SALÁRIOS NOMINAIS (PHILIPS) -> DESEMPREGO X INFLAÇÃO (SOLOW E SAMUELSON)

A partir de então, a curva de Philips passou a ser um instrumento utilizado pelos policy makers na formulação de políticas econômicas, com combinações alternativas de taxa de inflação e de desemprego. Os resultados sugeriram a possível existência de uma relação negativa estável tanto a curto prazo quanto a longo prazo entre a inflação dos salários e o desemprego nas primeiras teorias

** A ideia era de que níveis de desemprego mais baixos poderiam ser atingidos permanentemente pela tolerância de níveis de inflação mais elevados **

O período de elevada inflação e alto desemprego, conhecido como estagflação, que caracterizou a economia mundial de meados da década de 1970 ao início dos anos 1980, suscitou críticas à abordagem keynesiana da curva de Philips porque, ao contrário do que defendiam os autores da síntese neoclássica, não haveria uma relação inversa estável entre desemprego e inflação no longo prazo.

Outra crítica feita à síntese neoclássica era quanto a falta de microfundamentos, ou seja, a ausência de uma análise microeconômica detalhada sobre a determinação dos preços, que explicasse a rigidez dos mesmos no curto prazo.

Adicionalmente, segundo os monetaristas, os principais críticos da abordagem keynesiana, faltava uma teoria da formação das expectativas dos agentes quanto a evolução futura dos preços.

Observação: No início da década de 1950, havia surgido um amplo consenso, baseado na integração de muitas das ideias de Keynes e das ideias de economistas anteriores (clássicos e neoclássicos). Esse consenso foi chamado de síntese neoclássica (os economistas deixaram de ser somente clássico ou somente keynesianos).
** O núcleo da síntese neoclássica é o modelo IS-LM e a Curva de Phillips. Para a síntese neoclássica, os preços se ajustam lentamente e no curto prazo o produto é determinado por flutuações na demanda agregada.

2ª fase = crítica monetarista e lançamento da versão ACELERACIONISTA (versão Friedman-Phelps) = queda do prestígio keynesiano na década de 1970 e crítica liderada pelo economista Milton Friedman, de tradição clássica da teoria quantitativa da moeda (TQM), a qual é a causa da inflação.

A principal crítica feita à primeira versão da curva de Philips era de que faltava uma abordagem das expectativas dos agentes quanto à inflação futura. A hipótese de que os trabalhadores utilizavam os salários nominais como base para as negociações salariais era considerada particularmente irrealista.

Sob essa nova versão, o comportamento dos participantes do mercado de trabalho, para dado salário nominal, é motivado pela taxa de salário real e depende, portanto, das expectativas que os agentes formam quanto à evolução futura do nível de preços.

FRIEDMAN INSERE AS EXPECTATIVAS DOS TRABALHADORES!

A nova abordagem da curva de Philips apresenta o conceito da “taxa natural de desemprego” (NAIRU) (forma de desemprego friccional da economia em pleno emprego). Outra inovação foi a introdução de uma regra de formação das expectativas de inflação, conhecida como “expectativas adaptativas.” Essa regra de formação das expectativas é a principal característica da segunda versão da curva de Philips, também conhecida como versão aceleracionista (ou curva de Philips aumentada pelas expectativas).

A principal ideia por trás da hipótese das expectativas adaptativas é que os agentes ajustam as suas expectativas de inflação à luz das taxas de inflação passadas e aprendem a partir dos seus erros. Nesse modelo, em que se olha para trás (o termo em inglês é backward looking), as expectativas de inflação baseiam-se apenas nas taxas de inflação efetivas observadas no passado (crítica a visão Keynesiana de ILUSÃO MONETÁRIA)

Resumindo a fase 2: Segundo os monetaristas, qualquer tentativa de manter a taxa de desemprego abaixo de sua taxa natural só será eficiente se as autoridades monetárias conseguirem surpreender os agentes, fazendo com que a taxa efetiva de inflação seja maior que a taxa esperada de inflação.

Mas, para que a taxa de desemprego se mantenha abaixo de sua taxa natural indefinidamente, é necessário que a inflação se acelere para que as expectativas inflacionarias dos agentes sejam constantemente frustradas. A curva de Phillips aceleracionista estabelece que não existe um trade-off estável entre inflação e nível de emprego. Isto é, no longo prazo, uma política monetária expansiva somente aumenta o nível de preços sem afetar o nível de emprego.

Segundo a hipótese original da taxa natural de desemprego de Friedman, não há um trade-off entre inflação e desemprego no longo prazo. Entretanto, Friedman admite que por períodos temporários que podem ser longos em tempo de calendário, o desemprego possa diferir da taxa natural e que a política econômica possa ter impactos sobre variáveis reais.

Com relação à versão aceleracionista, se a curva de Phillips for inclinada (mas não vertical = isso significa que a política monetária afeta o emprego e a renda) e as expectativas forem adaptativas, então a política monetária pode afetar o nível de emprego no curto prazo, mas não no longo prazo. No longo prazo, esta se torna vertical e a política monetária não será mais capaz de afetar a taxa de desemprego. Friedman apoia suas ideias no tripé: taxa natural de desemprego, curva de Phillips e expectativas adaptativas.

Na abordagem da curva de oferta de Lucas também é possível, no curto prazo, haver expansão do produto e redução do desemprego com maior nível de inflação. Portanto não difere substancialmente da versão acelerecionista de Philips (Friedman)

Milton Friedman (1912-2006) argumentou, em sua “Teoria das Expectativas Adaptativas”, que os agentes econômicos tomam suas decisões com base em uma análise do passado recente e, nesse caso, uma aceleração do processo inflacionário tenderia a gerar uma inflação inercial, uma vez que já é esperado uma inflação futura com base na experiência recente.

As “expectativas racionais”, de Lucas e dos Novos Clássicos, por outro lado, pressupõe que os agentes econômicos não levam em consideração apenas a inflação recentemente observada (passado), mas, também, todas as informações disponíveis no PRESENTE (já que são perfeitamente racionais), podendo prever a inflação futura com relativa precisão.

Terceira fase (escola novo-clássica) = crítica da escola de Expectativas Racionais quanto à regra de formação adotada na fase anterior. Colapso da Curva de Philips e resgate da ideia clássica de total independência entre as variáveis reais e nominais, no curto e longo prazo.

A escola novo-clássica mantém o conceito de taxa natural de emprego introduzido por Friedman. A economia encontra-se em equilíbrio no nível da taxa natural de desemprego. Qualquer outro nível de desemprego é considerado um fenômeno voluntário. Os novos clássicos também se baseiam na TQM e consideram a inflação um fenômeno estritamente monetário (resgata tudo de volta dos clássicos)

A escola novo-clássica inovou ao introduzir o conceito de EXPECTATIVAS RACIONAIS. De forma diferente da abordagem das expectativas adaptativas, os agentes olhariam para o futuro no momento de construírem suas expectativas de variação de preços (NÃO mais para o passado como na fase 2). Ou seja, para os novos clássicos o passado não é um bom indicador para basear as expectativas futuras de inflação.

A expectativa do valor futuro de determinada variável econômica não precisa estar restrita a apenas um único valor, mas pode mais realisticamente tomar a forma de uma distribuição de probabilidades de diversos resultados possíveis.

A terceira versão da curva de Philips é conhecida como versão de Lucas e Sargent (novo clássica). Essa versão representou principalmente uma crítica à regra de formação das expectativas dos agentes da segunda versão, de Friedman e Phelps (olhar para o passado)

** Sob essa versão, na prática, a curva de Philips perde sua relevância, à medida que não há um trade off entre inflação e desemprego nem no curto nem no longo prazo. Os resultados da abordagem novo-clássica convergem com os do modelo clássico, segundo o qual há uma total independência entre as variáveis reais e nominais, tanto no curto quanto no longo prazo **

Assim, um aumento da oferta de moeda anunciado pelo governo representa apenas uma mensagem de que preços e salários irão se elevar, então, a única reação dos agentes deve ser se antecipar elevando os preços e salários da economia (expectativas racionais). Nada mais que isto ocorre. Em outras palavras, uma política monetária expansionista será ineficaz para alterar variáveis reais, por exemplo, o nível de emprego e de produto

PME = aumento dos preços e salários (inflação) exclusivamente (Versão Philips de Lucas e Sargent)!

CONCLUSÕES:

Uma serie de estudos empíricos mostrou que, na verdade, parece valer a curva de Philips, pelo menos no curto prazo. Ou seja, há um trade-off entre inflação e desemprego, e uma política monetária expansionista seria eficiente para aumentar o nível de emprego e renda. Essas constatações contrariavam diretamente os resultados esperados pelo modelo teórico básico novo-clássico.

A solução encontrada por Lucas para explicar tal fato foi a de que, na realidade, os agentes agem racionalmente, mas existe informação incompleta ou imperfeita. Ou seja, continua valendo o modelo de expectativas racionais, e os agentes processam da melhor forma possível as informações disponíveis. Entretanto, nem todas as informações necessárias estão disponíveis para os agentes. Nesse sentido, apenas um choque monetário não antecipado pelos agentes é que teria um impacto sobre o produto real da economia.

No modelo novo-clássico, os agentes privados erram porque são surpreendidos. A surpresa é sempre fruto da introdução de novas variáveis no mundo real ou da alteração inesperada da magnitude de variáveis já existentes. Essa abordagem ficou conhecida como curva de oferta agregada de Lucas com “supresa”monetária.

De acordo com a teoria novo clássica, em regra, os agentes econômicos formam expectativas racionais, o que significa, entre outros aspectos, que não cometem erros sistemáticos (somente pontuais). os agentes usam informações de forma eficiente

PORTANTO:

Segundo a escola novo-clássica, nenhuma política macroeconômica altera sistematicamente o curso real da economia, nem no curto nem no longo prazo. Por um lado, uma política fiscal expansionista só levaria a um aumento da participação do governo em detrimento do setor privado, deixando inalterados os níveis de emprego e renda.

Por outro lado, uma política monetária expansionista só causaria inflação, deixando inalterados os níveis de emprego e renda. Só as variações não previstas da moeda influenciam o produto. Se a variação for prevista, apenas o nível de preços será afetado.

Na versão aceleracionista da curva de Phillips, expansões da oferta de moeda que façam o desemprego ficar abaixo da taxa natural no curto prazo, levarão a um aumento nas expectativas de inflação e ao deslocamento da curva de Phillips de CURTO prazo para cima e para direita – CERTO – expansão da oferta gera inflação e deslocamento ao LONGO da curva de philips. Esse novo estágio de inflação altera a expectativa dos agentes com a descrença no governo que, por sua vez, movem toda a curva para cima e para direita (gráfico de inflação x desemprego)

336
Q

CHOQUES DO PETRÓLEO

1- 2 diferenças entre o primeiro e o segundo choque

2- Nome do Plano que renegocia as dívidas dos países em desenvolvimento nos anos 90

3- Dois efeitos na balança comercial do choque do petróleo

4- Duas fases da política de ajustes (ano de duração e medidas adotadas)

5- 4 causas para a melhora no BP a partir de 1984

6- Diagnóstico da inflação a partir de 1983

A

I Choque = opção de Geisel de manter o crescimento com déficits na conta corrente (II PND) = busca por substituição de importações (aprofundar a ISI) e do aumento da capacidade de exportar = resultado: aumento da vulnerabilidade externa e alteração no estágio do desenvolvimento industrial brasileiro

II Choque = decisão da OPEP (+2,5x de 1978 para 1980) = países aumentam as taxas de juros para combater a inflação gerada (Paul Volcker, presidente do FED, mais que dobra a taxa dos EUA até 1981, chegando a 16% ao ano) = inauguração de uma fase de recessão nos países industrializados + apuro nos países em desenvolvimento + piora a partir da moratória do México (1982), o que endureceu as condições de crédito externo, em especial para América Latina, gerando a Crise da Dívida da década de 1980 / diferente do primeiro choque, esse não foi um período de liquidez internacional + ausência de empréstimos no II choque impedem a rolagem e a reestruturação da dívida

A renegociação das dívidas latino-americanas, a rigor, só foi concluída nos anos 1990, através do Plano Brady.

Efeitos do choque = atinge mais agudamenta os importadores de petróleo e os endividados = queda nas exportações pela retração da economia mundial e aumento das importações pela elevação de preços = déficit na balança comercial acentuado

Dívida externa = aumento da taxas de juros internacionais afetam a dívida BR (contratadas a taxa flutuantes) + ausência de liquidez internacional, ao contrário do primeiro choque = dificuldade de reestruturação e rolagem da dívida

Balanço de pagamento como um todo = déficit na balança comercial + pressão para pagamento de altos juros da dívida externa + ausência de novos empréstimos

POLÍTICA DE AJUSTES em duas fases = 1979-1980 e 1981-1983.

Primeira fase = ACELERAR = troca do minitro Simonsen por Delfim Netto em 1979 = busca por manter o crescimento (8% a.a em média por causa do II PND) e controle de preços = crédito para a agricultura + continuidade do investimento no II PDN + reajuste semestral de salários + Maxidesvalorização (30% em dezembro de 1979) = tudo isso acelera a inflação e o PIB cresce 9,1%

Segunda fase (1981-1983) = FREAR = adoção de políticas RESTRITIVAS devido ao desequilibrio externo e o dianóstico de excesso de demanda (ortodoxo) = busca por desaceleração da demanda para frear a inflação, por meio de eliminação do déficit público e controle de crédito = a estratégia era gerar superávits comerciais para pagar os juros da dívida externa e eliminar o déficit em conta corrente. Acordo com o FMI em 1983, pós crise do México de 1982 e que aumenta a política monetária e fisca lrestritiva (aumento de impostos e corte de investimentos), além de nova maxidesvalorização. O processo de adequação ao receituário do Fundo, porém, não foi simples: durou 24 meses, período em que foram firmadas e examinadas nada menos do que sete Cartas.

Resultados = queda do pib em média de 2,2% ao ano (recessão de 1981-1983 com retomada a partir de 1984). Súbita melhora no balanço de pagamentos a partir de 1984 em função do amadurecimento de projetos do II PND, da maxidesvalorização de 1983, da queda das importações decorrente da recessão interna e também do início da recuperação americana (4 causas), gerando de 13 bi de superávit. A inflação se acelerou mesmo com a queda do PIB entre 1981-1983, atigindo 211% em 1983, principalmente pelo não cumprimento das metas de déficits nominais. ** Com a ineficácia das políticas monetárias e fiscais restritivas para reduzir a inflação, ganhou força a tese acerca do caráter inercial da inflação ***

337
Q

MILAGRE ECONÔMICO – bate bola jogo rápido

1- Duração e crescimento médio

2- Dois tipos de bens

3- Taxa de investimento inicial e final

4- Motivo de ser chamado de milagre

5- Causas do milagre

6- Diagnótico da inflação comparado ao PAEG

7- Política cambial adotada

8- Resultado da Balança comercial e do balanço de pagamentos no período

A

1- 1968-1973 e 11% de taxa de crescimento médio

2- bens de consumo durável e, em menor escala, pelo setor de bens de capital.

3- Taxa de investimento estagnada em 15% de 1964 até 1967, chegando a 20% no fim do milagre

4- Milagre = elevado crescimento + queda da inflação + melhora no balanço de pagamentos

5- Reformas institucionais do PAEG (fiscal e tributária) + Política monetária e credíticia expansionista + incentivo as exportações + ambiente externo favorável (crédito farto e barato)

6- No PAEG, o diagnóstico a inflação era causada por EXCESSO DE DEMANDA

Para Delfim Netto, o processo inflacionário brasileiro, após o ajuste efetuado pelo PAEG, era decorrente dos altos CUSTOS existentes na economia (notadamente o custo do crédito e as tarifas públicas elevadas). Nesse contexto, a solução para o problema residiria na retomada do crescimento econômico, por meio de uma política monetária expansionista e do aumento do crédito ao setor privado, com “controle de preços”. O combate à inflação deveria ser conciliado com políticas de incentivo ao crescimento

7- minidesvalorizações cambiais (a partir de 1968)

Outras características do Milagre = controles de preços, por meio do CIP – Comissão Interministerial de Preços + política agrícola com uso de SUBSÍDIOS –

Delfim Netto mantém as políticas fiscal e salarial do PAEG:

** A política fiscal era restritiva e tinha o objetivo de reduzir o déficit público, mas mantendo elevado o nível de dispêndio (especialmente para investimentos em infraestrutura e habitação); **

• A política salarial: as correções salariais ocorriam de acordo com a inflação estimada (pelo governo) e não efetiva. Manteve formula anterior, mas atenuando os efeitos negativos sobre o salário real (expandindo demanda).

BALANÇO DE PAGAMENTOS = Apesar do acentuado crescimento das exportações, a balança comercial não mostrou superávits, devido ao rápido aumento das importações (puxadas pelo crescimento das importações de petróleo e bens de capital). Nos anos de 1971 a 1973, a economia apresentou déficits em conta corrente crescentes. O milagre no campo das contas externas só foi possível porque o ingresso de capital no país elevou-se acentuadamente: a dívida externa bruta brasileira saltou de US$3,4 bi para US$14,9 bi. Esse endividamento mais do que compensou a necessidade de financiamento do déficit em conta corrente, permitindo inclusive o acúmulo de reservas internacionais pelo Bacen.

BALANÇA COMERCIAL = DÉFICITS

BALANÇO DE PAGAMENTS = SUPERÁVITS (ingresso de capital para endividamento)

O Milagre Econômico não significou um aprofundamento da substituição de importações e resultou no aumento da dependência externa do país em dois setores: industrial (com aumento das importações de bens de capital, petróleo e seus derivados) e financeiro, como reflexo dos déficits em conta corrente e da política de endividamento externo.

338
Q

Plano de metas x milagre econômico

1- Taxa de crescimento de renda per capita de cada plano

2- Tripo de indústria com maior crescimento nos dois planos

3- Tipo de bens produzidos

4- Inflação nos dois períodos

5- Diferenças nos planos em relação ao modelo de desenvolvimento adotado, modelo de industrialização e no desempenho exportador

A

1- 5,5% a.a. x 8,5% a.a.

2- o setor mais dinâmico foi o da indústria de transformação, que cresceu, em média, 11% a.a e 13% a.a no milagre

3- A produção nas categorias de bens de consumo duráveis cresceu a taxas médias anuais de mais de 20% nos dois períodos, e no caso de bens de capital cerca de 35% a.a. durante o Plano de Metas e metade disso nos anos do Milagre (plano de metas desenvolveu o dobro em bens de capitais do que o milagre)

Também é digna de nota a diferença entre os setores industriais que mais cresceram nos dois períodos: durante o Plano de Metas, verificou-se expressivo crescimento da produção de bens de consumo duráveis, bens de capital e alguns insumos industriais; em contrapartida, os ramos industriais que mais cresceram à época do Milagre foram os de bens de consumo (duráveis e não duráveis) (menor crescimento dos bens de capitais).

4- A inflação nos dois períodos foi igualmente alta para os padrões atuais (variação média do IGP de 25% a.a. durante o Plano de Metas e 20% a.a. no Milagre).

Outras similaridades: ambos encontram-se em um período da “Era de Ouro” do capitalismo (1950-1973) = notável crescimento dos fluxos comerciais no mundo, bem como reconstrução do mercado internacional de capitais.

Diferenças:

1) modelos de desenvolvimento distintos = Plano de metas focado nos gargalos da economia brasileira com uso do trabalho de técnicos da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, não havendo nada similar durante o milagre.

2) Modelo de industrialização divergente = esforço consciente de substituição de importações no Plano de metas, com uso de política tarifária protecionista, cambial (instrução 70 e 113) e de financiamento pelo BNDE.

Já o milagre econômico e seu acelerado crescimento da produção industrial envolveu pouca substituição de importações, tendo a maior produção industrial atendido tanto ao crescimento da demanda doméstica como às exportações. Disso decorre a diferença no:

3) Desempenho exportador = as exportações brasileiras recuaram cerca de 2% a.a, em média, durante o Governo JK (queda do café). No período do Milagre as vendas do Brasil no exterior cresceram cerca de 25% a.a., em média, em um processo de diversificação que levou ao surgimento de novos produtos (agrícolas e manufaturados) na pauta.

Tal processo, inclusive, levou alguns autores a designarem esta fase como sendo uma de “substituição de exportações” no Brasil (em contraste, portanto, com a industrialização substitutiva de importações ocorrida durante o Plano de Metas).

339
Q

ESTRUTURA DE MERCADOS

1- Quatro principais estruturas

2- Duas principais perguntas para classifica-las

3- Dois gráficos possíveis para concorrência perfeita

4- Duas condições para classificar como monopólio e sua causa fundamental de existência

5- Conceito de monopólio natural e duas características principais

6- 3+ possíveis ações do governo para atenuar monopólios

A

4 estruturas de mercados = Concorrência Perfeita, Monopólio, Oligopólio e Competição Monopolística

Principal perguntas
1) Os produtos são diferenciados ?

2) Quantos produtos existem ?

Concorrência perfeita:

1) Curva do mercado que determina o preço é aquela onde a oferta positiva encontra a demanda negativa

2) A curva INDIVIDUAL, por sua vez, é horizontal

Uma empresa é considerada um monopólio se:

1- é o único vendedor de seu produto.

2- seu produto não tem substitutos próximos.

A causa fundamental do monopólio são as barreiras à entrada, advindas de três fontes: recurso chave, concessão governamental (patentes) ou custos (monopólio natural)

O monopólio é NATURAL quando os custos de produção tornam um único produtor mais eficiente do que dois ou mais produtores (economias de escala). É “natural” ter uma pessoa só produzindo! Nessa estrutura, há RETORNOS CRESCENTES DE ESCALA (economias de escala) = vantagens de custos = o custo total médio cai ao longo da faixa de produção

Isso cria uma barreira à entrada porque um monopolista estabelecido tem um custo total médio menor do que qualquer empresa menor.

Patentes e direitos naturais são dois exemplos importantes de como o governo cria um monopólio para servir ao interesse público.

No Monopólio:

1- A interseção da curva de receita marginal e a curva de custo marginal determina a quantidade que maximiza os lucros

2- e então a curva de Demanda, que está acima do ponto onde Rmg = Cmg, mostra o preço compatível com esta quantidade.

Ineficiência = O monopolista produz menos do que a quantidade de produção socialmente eficiente e ocorre perda de eficiência

** O peso morto causado por um monopólio é semelhante ao peso morto causado por um imposto. A diferença entre os dois casos é que o governo obtém a receita de um imposto, enquanto uma empresa privada obtém o lucro do monopólio **

O governo responde ao problema do monopólio de quatro maneiras:

1) Tornar as indústrias monopolizadas mais competitivas.

2) Regular o comportamento dos monopólios.

3) Transformar alguns monopólios privados em empresas públicas.

4) As leis antitruste são uma coleção de normas destinadas a conter o poder de monopólio e promover a concorrência = impedir fusões, desmembrar empresas, impedir atividades que tornam os mercados menos competitivos.

5) O governo pode regular os preços que o monopólio cobra = a alocação de recursos será eficiente se o preço for igual ao custo marginal .

340
Q

PLANO TRIENAL X PAEG

1- Três similaridades

2- Três divergências

3- Ano e Ministros responsáveis

4- Objetivos

5- Diagnóstico da Inflação (2x2)

6- Instrumentos utilizados (citar 3 em cada plano)

7- Reformas estruturais

8- Resultados

A

Contexto: renúncia presidencial – parlamentarista – golpe de estado – duas décadas de ditadura

Economia: inflação crescente – queda no crescimento – dificuldades no Balanço de pagamentos

Similaridades = ambos possuíam um programa de estabilização de curto prazo quanto por um conjunto de reformas estruturais voltadas para aumentar as taxas de crescimento no médio e longo prazos + similaridades no combate a inflação = inflação corretiva e realismo cambial = estratégia gradualistas (sem comprometer o crescimento) e políticas monetárias e fiscais contracionistas.

Divergência = diagnóstico da inflação (inflação de demanda e estrutural no Trienal e inflação de demanda e de custos no PAEG) + correção monetária no PAEG + políticas salarais diferentes (aumento de acordo com a produvitidade no trienal e achatamento no PAEG) + divergências em relação aos resultados (PAEG logrou relativo êxito e o Trienal foi abandonado) + o PAEG criou as condições internas para que o país experimentasse aquilo que se convencionou chamar de milagre econômico (1968-1973).

Plano Trienal

Ano: 1962 (apresentação) e 1963 (implementação)

Ministro: Celso Furtado = ministro extraordinário para assuntos de desenvolvimento Econômico

Objetivos = ESTABILIZAR SEM COMPROMETER O CRESCIMENTO = enfrentar a queda no crescimento e reduzir a inflação (6,3% mensal e +100% anual) por meio de aumento da renda em +7%, gradualismo no combate à inflação até se atingir 10% ao ano, salários reais aumentados de acordo com a produtividade e o custo de vida, ** refinanciamento da dívida externa **

Diagnóstico = inflação de demanda pelo desequilíbrio do setor público por excessiva emissão + insuficiência crônica da capacidade de importar = inflação estrutural (combatida pelo PSI)

Instrumentos utilizados = ortodoxia = contenção de gastos, crédito e moeda = redução de 1/3 dos gastos do Tesouro + achatamento salarial = 40% de aumento de salário aos servidores públicos, o que não cobria os 51,2% de inflação de 1962 + redução de subsídios ao trigo, combustíveis, lubrificantes + proposição do ** REALISMO CAMBIAL ** (estimular exportações e conter importações) + forte esforço de refinanciamento da dívida externa

Reformas estruturais = esforço para o desenvolvimento = tradiçaõ CEPALINA = aprofundamento do PSI para enfrentar estrangulamentos + a crise só seria superado pelo aprofundamento do próprio modelo = ampliação do mercado interno ela reforma agrária e políticas de redistribuição de renda = defesa de reformas de base: agrária, administrativa, constitucional, eleitoral, bancária, tributária (ou fiscal) e a educacional.

Implementação e resultados:

Foco na inflação em 1963 = suspensão dos subsídios ao consumo, a correção das tarifas de transporte urbano, o reajuste do salário mínimo e, em abril, a desvalorização da taxa de câmbio. No primeiro trimestre de 1963, a política fiscal foi restritiva, tendo havido ainda uma forte redução da liquidez real da economia.

Todavia, nos três primeiros meses de 1963, a inflação chegou a 16%, ou seja, mais da metade da inflação planejada para todo o ano. A razão para tal avanço dos preços foi justamente a política de inflação corretiva, que, entre outras coisas, provocou um aumento de 100% no preço do trigo e de 70% no preço doméstico do petróleo, bem como a elevação de 56,25% no salário mínimo.

Neste contexto de inflação em alta, os sindicatos reclamaram por aumentos salariais maiores. O governo até tentou resistir, mas o Congresso aprovou em maio um aumento de 70% para o funcionalismo (contra os 40% previstos) = realimentou a espiral inflacionária

Balanço de Pagamentos = envio do ministro da Fazenda, San Tiago Dantas, a Washington para reescalonar a dívida externa e ajuda financeira, sem boa disposição dos EUA devido a Lei de Remessa de Lucros de 1962 e a Política Externa Independente. Foi solicitado US 600 milhões e obtidos U$ 84 milhões e os prazos não foram renegociados

Fracasso na contenção da Inflação + Fracasso na Missão de San Tiago Dantas = abandono da ortodoxia econômica por João Goulart = retomada dos subsídios + renúncia de San Tiago Dantas + abandono do Plano Trienal em junho de 1963.

PAEG

Ano: 1964-1967

Ministros: Roberto Campos (Planejamento) e Octávio Gouveia Bulhões (Fazenda)

Objetivos = combate à inflação e reformas estrutuais e institucionais

Diagnóstico = teoria monetarista de excesso de demanda, causados pelo elevado déficit público financiado por emissão monetária, expansão do crédito e aumento de salários superiores a produtividade (inflação de custos***)

Instrumentos utilizados = redução do déficit por aumento das receitas tributárias = (reformas fiscal e tributária) e aumento das tarifas públicas + Política monetária contracionista (controle da moeda e do crédito) => aumento das taxas de juros + achatamento dos salários reais + estratégia gradualista de combate à inflação para não ameaçar o crescimento econômico

Reformas estruturais:

Reforma tributária (IPI, ICM), divisão de impostos entre as esferas do governo (Estados com ICM e municípios com ISS e IPTU), criaçao de fundos parafiscais, como o FGTS e o PIS (importantes fontes de poupança compulsória).

Reforma monetária e financeira = criação de mecanismos de financiamento capazes de sustentar o processo de industrialização de forma não-inflacionária. Criando:

1) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN) = buscava-se desenvolver o mercado de títulos públicos e novos instrumento de financiamento não inflacionários do déficit público, por meio de dívida pública;

2) Criação do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional;

3) Criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e do BNH (Banco Nacional da Habitação);

Reforma do setor externo = incentivos fiscais às exportações e uma ampliação do grau de abertura da economia ao capital externo, de risco (investimentos diretos) e, principalmente, de empréstimo:

1) Lei 4.131 permitiu a captação direta de recursos externos por empresas privadas nacionais;

2) resolução 63 do Bacen, que regulamentou a captação de empréstimos externos pelos bancos nacionais para repasse às empresas domésticas;

3) modificação da legislação para facilitar as remessas de lucros ao exterior (Lei de remessas de 1961)

Implementação e resultados:

O plano conseguiu reduzir a taxa de inflação de 90%, em 1964, para menos de 30%, em 1967. As políticas monetária e creditícia foram do tipo stop-and-go (estratégia gradualista), alternando períodos de expansão da moeda e do crédito com outros de forte contração monetária, e resultaram num crescimento médio anual de 4,2% no período de 1964 a 1967 (ou seja, resgatou o crescimento que havia sido de 0,6% em 1963)

Pode-se dizer que o PAEG atingiu de maneira razoável seus objetivos imediatos, embora a um custo elevado em termos de contração do crescimento econômico e piora da distribuição de renda. A tendência inflacionária da economia foi controlada (a inflação foi reduzida ao patamar de 20% ao ano), e as reformas institucionais desempenhariam um papel importante no forte crescimento econômico verificado no Milagre Econômico (1968 a 1973).

341
Q

PLANO DE METAS

1- Pensamento em que se pautava o plano

2- Três formações precendetes ao plano

3- 4 formas de financiamento do Plano

4- Síntese da reforma cambial de 1957

5- Crescimento do PIB no período

6- Dois tipos de bens priorizados

7- Três setores que ficaram aquém das metas

8- Três críticas ao plano

A

O Plano de Metas foi baseado no pensamento desenvolvimentista que teve seu auge nos anos 50 na Améria Latina e no Brail. Essa linha de pensamento sustentava a necessidade de superar o subdesenvolvimento e o atraso econômico em relação às grandes potências industrializadas por meio da industrialização do país mediante a intervenção do estado no planejamento e no financiamento dos investimentos e participando diretamente na produção de bens intermediários e na provisão e infraestrutura. De acordo com essa necessidade, o Governo Juscelino Kubitschek representou o auge dessa corrente de pensamento, pois deu grande ênfase à diversificação industrial e à superação de gargalos na infraestrutura mediante um programa de investimentos, o Plano de Metas.

Mais completo e coerente conjunto de investimentos planejados na economia brasileira. Segundo Carlos Lessa (1982, p. 27) = mais sólida decisão consciente em prol da industrialização na história econômica do país”

Base do Plano: diagnósticos e projeções da CMBEU e CEPAL-BNDE, gerando o Conselho de Desenvolvimento Nacional, em 1956, que formulou o Plano de Metas.

4 Instrumentos do Plano = Lessa (1982. p. 29) afirma que a política econômica do Plano de Metas era formada por quatro pilares básicos:
1) tratamento preferencial para o capital estrangeiro;

2) o financiamento dos gastos públicos e privados através da expansão dos meios de pagamento e do crédito bancário, respectivamente, gerando fortes pressões inflacionárias;

3) ampliação da participação do setor público na formação de capital e

4) estímulo à iniciativa privada.

Reforma Cambial (1957) = simplificação de 5 para 2 do sistema de taxas múltiplas de câmbio para IMPORTAÇÃO (Geral e Especial)

Resultado = Sólida Base Industrial ao país + Entre 1957 e 1961 – crescimento do PIB à taxa anual de 8,2%,

Dois setores lideraram o desenvolvimento industrial: bens de capital e bens de consumo duráveis.

Crise e Problemas (críticas)

Ficaram muito aquém das metas previstas os setores de refino de petróleo, ferroviário e carvão.

Ausência de mecanismos de financiamento para viabilizar um conjunto tão ambicioso de objetivos, utilizando EMISSÃO e DÍVIDA EXTERNA para cobrir déficits públicos, gerando aceleração inflacionária

No âmbito das contas externas, houve queda das exportações, deterioração do saldo em transações correntes e crescimento da dívida externa, especialmente de curto prazo.

Os planos de estabilização, quando implementados, foram apenas tentativas de reduzir o ritmo inflacionário a níveis toleráveis Ênfase na política desenvolvimentista transferiu as questões relativas às políticas fiscal e monetária para um segundo plano.

Os setores que foram identificados como pontos de estrangulamento (demanda insatisfeita) da economia brasileira são: siderurgia, energia, transporte e alimentação.

Já outros setores foram identificados como pontos de GERMINAÇÃO (demanda derivada = o estímulo impulsionaria outro setores) = indústria de bens de consumo duráveis e não duráveis, indústrias de construção civil

Em relação as metas do plano NÃO havia fontes ESPECÍFICAS de financiamento para viabilizá-las.

Os grandes projetos industriais do Plano de Metas tinham elevado grau de complementaridade e, tanto nos ramos de bens de capital e de insumos básicos, quanto na produção de bens de consumo duráveis, não respondiam à demanda preexistente, mas se adiantavam a ela (pontos de germinação).

342
Q

SOLOW

1- Principal variável estudada pelo modelo

2- 3 pré-condições do modelo neoclássico

3- Conclusão do modelo

4- Variável que gra o crescimento sustentado no estado estacionário

5- Como a poupança e o crescimento populacional afetam o nível de protudo per capita

6- Duas diferenças em relação aos modelos de crescimento endógenos (no tocante a tecnologia)

A

Estuda as teoria do crescimento econômico

Modelo Neoclássico = competição perfeita + função de produção com rendimento marginais decrescentes para capital e trabalho + retorno constante de escala

Conclusão: a economia converge para um equílibrio estável (estado estacionário)

No estado estacionário, o crescimento sustentado da renda per capita somente é alcançado por meio do progresso tecnológico.

O crescimento econômico se deve ao crescimento dos insumos, como trabalho e capital, e a aperfeiçoamentos da tecnologia.

Variáveis: POUPANÇA E CRESCIMENTO POPULACIONAL

O nível de produto per capita de longo prazo depende positivamente da taxa de poupança e negativamente da taxa de crescimento da população.

Poupança = aumenta o produto por trabalhador por algum tempo até o estado estacionário maior, cuja o estoque de capital por trabalhador e o produto por trabalhador são mais elevados.

Ou seja, estado estacionário maior possui um estoque de capital e um produto por trabalhador maior!

Crescimento populacional = reduz o estoque de capital e a renda por trabalhador do estado estacionário

A taxa de crescimento da renda por trabalhador (ou renda per capita) depende da taxa de progresso tecnológico (exógena = não explicada no modelo)

ESTADO ESTACIONÁRIO + PROGRESSO TECNOLÓGICO = AUMENTO DA RENDA PER CAPITA!

Observação: o progresso tecnológico pode ser entendido como aumento da produtividade do capital e do trabalho

Diferenças dos modelos de crescimento ENDÓGENOS:

1) O progresso tecnológico é determinado pelos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e pela busca de lucros dos empresários. Isso quer dizer que o progresso tecnológico e o CRESCIMENTO dependem de ações dos agentes econômicos (não vem do céu como no modelo exógeno)

2) Os modelos de crescimento endógeno partem da observação de que o progresso tecnológico ocorre por meio do investimento em capital humano e por meio de inovações, sob a forma de novos produtos, processos e mercados, muitas das quais são o resultado de atividades económicas.

INVESTIMENTO EM CAPITAL HUMANO + INOVAÇÕES = PROGRESSO TECNOLÓGICO

3) abandona-se a hipótese de rendimentos marginais decrescentes do capital e se utiliza a hipótese de constantes do capital. Também é acrescentada hipótese retornos crescentes de escala.

Progresso técnico, considerado exógeno no modelo neoclássico, na verdade depende dos próprios fatores K, L e H. Assim, quanto maior a acumulação de capital físico e o investimento em capital humano e em pesquisa e desenvolvimento e inovação, tanto maior será a geração de conhecimentos, o que se repercutirá em maiores taxas de crescimento econômico. Em termos de modelos econômicos, essas hipóteses implicaram abandonar os pressupostos de competição perfeita, rendimentos marginais decrescentes e retornos constantes de escala e a construção de modelos que consideram rendimentos marginais constantes ou crescentes, retornos crescentes de escala e concorrência imperfeita.

OUTRAS TEORIAS:

Nova Teoria do Crescimento = o crescimento a longo prazo depende de fatores como inovações e instituições. As inovações aumentam a produtividade dos fatores de produção.

NOVA TEORIA DO CRESCIMENTO = INOVAÇÕES + INTITUIÇÕES

As instituições, tais como direitos de propriedade e segurança jurídica permitem maior previsibilidade e apropriabilidade dos lucros, o que incentiva maior investimento e aumento crescimento.

Observação: Contrariamente ao Modelo de Solow, EM ALGUNS MODELOS DE CRESCIMENTO ENDÓGENO, o capital, seja físico ou humano, apresenta retornos marginais constantes e não decrescentes. Os modelos endógenos costumam ser caracterizados pelo abandono do retorno marginal decrescente do capital.

343
Q

Teorema de Coase

1) Conceito

2) Única condição

3) Dois exemplos de externalidades que não se resolvem por Coase

4) 2+ razões para bens públicos não serem resolvidos por Coase

A

É uma das formas de lidar com externalidade

Teorema de Coase = Se os agentes privados puderem negociar sem custos a respeito da alocação de recursos, eles podem resolver por si próprios o problema das externalidades, desde que haja inexistência de custos de transação (custos incorridos pelas partes no processo de efetivação da negociação) / ** Qualquer que seja a distribuição de direitos **, as partes interessadas podem sempre chegar a um acordo em que cada uma das partes fique em melhor situação e o resultado seja eficiente (Pareto) / É preciso que a solução seja precificável: solução via mercado.

TEOREMA DE COASE = Direitos de propriedade bem definidos + custos de negociação de um acordo baixos = solução para externalidades

As externalidades positivas ou negativas são os efeitos diretos e indiretos sobre determinados agentes do sistema econômico e decorrem de transações sobre as quais esses agentes NÃO exercem controle. (questão certa cespe)

A solução de Coase é afetada pela presença de custos transacionais, que obstaculariza a geração de acordos eficientes entre as partes. Se os agentes privados, ** sem custo de transação **, podem negociar sobre a alocação de recursos, eles podem resolver o problema de externalidades por conta própria.

O nível ótimo (minimização) de danos ambientais, tais como ameaças à fauna e à flora do país, bem como os decorrentes de poluição sonora e atmosférica, NÃO podem ser determinado no âmbito do teorema de Coase.

** Pois esse tipo de solução não funciona bem quando as partes envolvidas são numerosas ** Para grandes grupos, as dificuldades de organizá-los para tomar medidas legais são grandes, particularmente, em razão do problema do “carona” (free rider). Nesse caso, custos de transação elevados podem comprometer a solução de mercado para o problema das externalidades em razão da impossibilidade de firmar os contratos estáveis entre aqueles que causam e os que sofrem os efeitos externos (acordo com muitas pessoas = alto custo)

Além disso, a ausência de direitos de propriedade bem estabelecidos – como é o caso dos recursos comunitários – faz com que a solução privada não seja eficiente no sentido de Pareto, justificando, assim, a intervenção do estado.

Em suma: Solução de Coase para bens públicos = altos custos + dificuldade de acordos com número grande de pessoas + dificuldade de estabelecer direitos de propriedade + dificuldade de atribuir os danos aos agentes

Poluição ambiental urbana = não se aplica bem o teorema de coase, pois as partes envolvidas são numerosas (custo elevados de transição comprometem a solução privada) = grande número de agentes + custos elevados de negociação + ausência de direitos de propriedade bem definidos [recursos comunitários (o meio ambiente) e um bem público (meio ambiente conservado);]

Não confundir com:
▪ Imposto de Pigou: Imposto implementado para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa

344
Q

Efeitos da Guerra na Ucrânia no Brasil:

1- Importância comercial da Rússia (3) e da Ucrânia (1)

2- Superávit Brasileiro em 2022

3- Crescimento do PIB BR em 2022

4- Valor da inflação BR em 2022

A

Razões para o aumento da inflação (COVID):

1) desorganização da cadeia de suprimentos (confinamentos e restrições de mobilidade geraram escassez de OFERTA em alguns setores + ESTRANGULAMENTO da cadeia de suprimentos em um segundo momento)

2) estímulos agregados e a recuperação = PFE e PME = as famílias gastaram a poupança (incluíndo os estímulos e transferências), o que causou um aumento da demanda agregada e uma recuperação econômica mais forte do que o esperado.

Assim, a economia mundial encontrava-se com inflação alta e recuperação econômica em desaceleração , quando teve início a guerra. Potencializando o aumento da inflação e a diminuição do crescimento.

Conflito na Ucrânia = elevação da inflação + aumento do juros no mundo, o qual impacta o crescimento (mesmo efeito que já vinha sendo gerado pela pandemia) puxado pelo aumento do preço da energia e alimentos

Importância da Rússia e Ucrânia = grande parcela do fornecimento mundial de energia, alimentos e fertilizantes. Em 2019, a fatia da Rússia nas importações europeias de gás, petróleo e carvão foi de 40%, 25% e 45%, respectivamente. Ao mesmo tempo, Rússia e Ucrânia respondem por 25% das exportações mundiais de trigo.

Esses picos nos preços da energia e dos alimentos contribuíram para que a inflação chegasse a níveis que não se viam havia muitas décadas, de 9% nos EUA e de mais de 10% na Europa. Isso gerou aumento do juros pelo FED e pelo Banco Central Europeu, o que desacelerou a economia mundial

Impacto sobre a economia brasileira = choques externos podem afetar o COMÉRCIO (fluxos e preços) e o canal FINANCEIRO (fluxos e taxas de juros). O país se beneficia do aumento de certas commodities e é prejudicada por outras (trigo e fertilizantes), gerando aumento de custos de produção - O valor importado de fertilizantes praticamente dobrou.

A Rússia é o maior exportador mundial de gás natural e o segundo exportador mundial e o segundo maior exportados de petróleo. O efeito sobre a balança comercial brasileira nesse caso é misto, uma vez que o Brasil exporta petróleo bruto e importa combustíveis derivados do petróleo como gasolina e óleo diesel.

O efeito sobre a balança comercial parece favorável, tendo em vista que o Brasil é exportador líquido de commodities agrícolas e petróleo. A balança comercial brasileira foi superavitária em cerca de US$ 62 bilhões.

De fato, a inflação aumentou, o que levou o Banco Central a aumentar a taxa de juros em sucessivas reuniões do Copom até o patamar de 13,75%, o que afeta a demanda agregada (investimento e consumo das famílias diminuem)

** A desaceleração econômica mundial e aumento da taxa de juros pelos bancos centrais dos países avançados contribuem, junto com a elevação das taxas de juros domésticas, para a desaceleração da economia brasileira. A desaceleração econômica mundial tende a reduzir os preços da commodities e o volume das exportações brasileiras. O aumento da taxa de juros dos países avançados tem o efeito de reduzir os fluxos de capitais para a economia brasileira, o que, tudo o mais constate, tende a desvalorizar o real e aumentar a inflação doméstica. A resposta do banco central para neutralizar esse efeito deve ser aumentar a taxa de juros da política monetária, a SELIC **

345
Q

TAXA DE JUROS

1- Nome das duas principais teorias

2- Três caracteríticas da TEORIA DOS FUNDOS EMPRESTÁVEIS (TFE)

3- Efeito de uma política fiscal expanionista no modelo clássico (TFE)

4- Três características da TEORIA DA PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ (KEYNES)

5- Efeito de uma política fiscal da Teoria Keynesiana

A

No debate teórico há duas abordagens principais da determinação da taxa de juros: a dos fundos emprestáveis (clássico) e a da preferência pela liquidez (Keynes).

1- TEORIA DOS FUNDOS EMPRESTÁVEIS (TFE) = taxa de juros determinada pela oferta positiva e demanda negativa (refletidas na poupança e investimento, respectivamente) + taxa de juros como prêmio da renúncia do consumo presente + taxa de juros com ligação direta a poupança e indireta com o investimento + poupança realizado pelos agentes na forma de títulos, por renderem juros (Por isso, o volume de oferta de fundos do mercado financeiro é igual ao volume de poupança) + O investimento é uma função da rentabilidade esperada (r) e da taxa de juros (i), além disso, apresenta uma relação inversa com a taxa real de juros + pressupõe concorrência perfeita (isso quer dizer que o que não é consumido, é obrigatoriamente investido) + Lei de Say = montante emprestado é igual ao montante tomado. Bancos funcionam como intermediadores de acesso a “POUPANÇA” (de terceiros) para que o agente possa investir + a poupança é claramente uma condição necessária para o investimento.

A taxa de juros é uma variável real determinada pelas preferências intertemporais dos indivíduos e pela produtividade marginal do capital, ou seja, não é afetada pela política monetária.

Taxa de Juros = variável real = preferencias intertemporais do indivíduo + produtividade marginal do capital

A política monetária, ao afetar o nível de preços, pode afetar a taxa NOMINAL de juros, mas não a REAL, e como tal não afeta as decisões de poupança e investimento da economia.

Para o modelo clássico (teoria dos fundos emprestáveis), a poupança é um pressuposto ao investimento e o banco é um intermediador de acesso a poupança alheia. Já para Keynes, os bancos tem a capacidade de criar moeda do nada

O produto (Y) é igual a consumo (C) e a poupança (S), excluindo-se o governo e o setor externo (os gastos do governo quando incluído faz parte da curva de demanda, junto ao investimento). Logo, Y = C + S (ou seja, tudo que é produzido é igual ao que é consumido e poupado)

Como no modelo clássico, a poupança (S) também é igual ao investimento. Tudo que é produzido é consumido ou investido. Y = C + I

** Política fiscal EXPANSIONISTA no modelo clássico (TFE) = eleva o juros pela pressão pelos recursos existentes + redução do investimento privado + elevação da poupança = queda no consumo (consumo presente mais caro que o consumo futuro) = NÃO leva ao aumento de renda, APESAR DE PRESSIONAR INICIALMENTE A DEMANDA, pois não afeta as condições tecnológicas nem a dotação de fatores de produção, APENAS altera a composição da demanda (aumenta G, diminui C e I) - Esse fenômeno e conhecido como efeito deslocamento (crowding-out em inglês) ** + Podemos apresentar a determinação da taxa de juros do modelo keynesiano por meio do modelo IS/LM **

2- TEORIA DA PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ (KEYNES) = fenômeno estritamente monetário, determinado pela preferência pela liquidez (demanda por moeda) e pela oferta de moeda. Ou seja, a taxa de juros é o PREÇO do equilíbrio entre reter moeda e a quantidade de moeda existente (não se relaciona com investimento ou poupança). ** A taxa de juros é a recompensa que os agentes recebem por abrir mão da posse da moeda, ou seja, da liquidez **

Há três motivos KEYNESIANOS para reter moeda: transação (trocas), preucação (reserva), especulação (demanda gerada pela taxa de juros.

O motivo especulação baseia-se na expectativa dos agentes em relação a taxa de juros: caso acreditem que ela esteja abaixo do normal, irão aumentar a demanda por moeda e comprarão títulos somente no futuro (quando estarão mais baratos). Logo, a demanda por moeda keynesiana é:

Demanda total por moeda = transação + precaução + especulação

Política fiscal expansionista no modelo Keynesiano (TEORIA DA PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ) = utiliza-se o modelo IS-LM = tendo 3 possibilidades:

IS-LM padrão (pode ou não ser eficaz) ou armadilha da liquidez (LM horizontal) (totalmente eficaz) ou caso clássico (LM vertical) (ineficaz)

Aumento do gasto do governo, gera o deslocamento da IS para frente (na medida do gasto autonômo vezes o multiplicador), o aumento da renda gera demanda por moeda, causando aumento da taxa de juros, diminundo gastos das empresas e a demanda agregada. A entrada de capitais, desloca o mercado monetário para um novo equilíbrio. O Efeito crowding-out ocorre quando a política fiscal expansionista faz com que as taxas de juros subam, reduzindo assim os gastos privados, principalmente o investimento.

Se a economia estiver na armadilha da liquidez e, portanto, a curva LM for horizontal, um aumento nos gastos do governo terá seu efeito multiplicador total sobre o nível de renda de equilíbrio. Não há mudança na taxa de juros associada à mudança nos gastos do governo e, portanto, nenhum gasto de investimento é cortado. Não há, portanto, atenuação dos efeitos do aumento dos gastos do governo sobre a renda.

Se a curva LM for vertical, chamado de caso clássico, um aumento nos gastos do governo não tem efeito sobre o nível de renda de equilíbrio e aumenta apenas a taxa de juros. Mas se os gastos do governo são maiores e a produção permanece inalterada, deve haver uma redução compensatória nos gastos privados. Nesse caso, o aumento das taxas de juros expulsa uma quantidade de gastos privados (principalmente de investimento) igual ao aumento dos gastos do governo. Assim, há um Crowding Out total e a política fiscal é impotente, se a curva LM for vertical.

346
Q

TAXA DE JUROS

1- Nome das duas principais teorias

2- Três caracteríticas da TEORIA DOS FUNDOS EMPRESTÁVEIS (TFE)

3- Efeito de uma política fiscal expanionista no modelo clássico (TFE)

4- Três características da TEORIA DA PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ (KEYNES)

5- Efeito de uma política fiscal da Teoria Keynesiana

A

No debate teórico há duas abordagens principais da determinação da taxa de juros: a dos fundos emprestáveis (clássico) e a da preferência pela liquidez (Keynes).

1- TEORIA DOS FUNDOS EMPRESTÁVEIS (TFE) = taxa de juros determinada pela oferta positiva e demanda negativa (refletidas na poupança e investimento, respectivamente) + taxa de juros como prêmio da renúncia do consumo presente + taxa de juros com ligação direta a poupança e indireta com o investimento + poupança realizado pelos agentes na forma de títulos, por renderem juros (Por isso, o volume de oferta de fundos do mercado financeiro é igual ao volume de poupança) + O investimento é uma função da rentabilidade esperada (r) e da taxa de juros (i), além disso, apresenta uma relação inversa com a taxa real de juros + pressupõe concorrência perfeita (isso quer dizer que o que não é consumido, é obrigatoriamente investido) + Lei de Say = montante emprestado é igual ao montante tomado. Bancos funcionam como intermediadores de acesso a “POUPANÇA” (de terceiros) para que o agente possa investir + a poupança é claramente uma condição necessária para o investimento.

A taxa de juros é uma variável real determinada pelas preferências intertemporais dos indivíduos e pela produtividade marginal do capital, ou seja, não é afetada pela política monetária.

Taxa de Juros = variável real = preferencias intertemporais do indivíduo + produtividade marginal do capital

A política monetária, ao afetar o nível de preços, pode afetar a taxa NOMINAL de juros, mas não a REAL, e como tal não afeta as decisões de poupança e investimento da economia.

Para o modelo clássico (teoria dos fundos emprestáveis), a poupança é um pressuposto ao investimento e o banco é um intermediador de acesso a poupança alheia. Já para Keynes, os bancos tem a capacidade de criar moeda do nada

O produto (Y) é igual a consumo (C) e a poupança (S), excluindo-se o governo e o setor externo (os gastos do governo quando incluído faz parte da curva de demanda, junto ao investimento). Logo, Y = C + S (ou seja, tudo que é produzido é igual ao que é consumido e poupado)

Como no modelo clássico, a poupança (S) também é igual ao investimento. Tudo que é produzido é consumido ou investido. Y = C + I

** Política fiscal EXPANSIONISTA no modelo clássico (TFE) = eleva o juros pela pressão pelos recursos existentes + redução do investimento privado + elevação da poupança = queda no consumo (consumo presente mais caro que o consumo futuro) = NÃO leva ao aumento de renda, APESAR DE PRESSIONAR INICIALMENTE A DEMANDA, pois não afeta as condições tecnológicas nem a dotação de fatores de produção, APENAS altera a composição da demanda (aumenta G, diminui C e I) - Esse fenômeno e conhecido como efeito deslocamento (crowding-out em inglês) ** + Podemos apresentar a determinação da taxa de juros do modelo keynesiano por meio do modelo IS/LM **

2- TEORIA DA PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ (KEYNES) = fenômeno estritamente monetário, determinado pela preferência pela liquidez (demanda por moeda) e pela oferta de moeda. Ou seja, a taxa de juros é o PREÇO do equilíbrio entre reter moeda e a quantidade de moeda existente (não se relaciona com investimento ou poupança). ** A taxa de juros é a recompensa que os agentes recebem por abrir mão da posse da moeda, ou seja, da liquidez **

Há três motivos KEYNESIANOS para reter moeda: transação (trocas), preucação (reserva), especulação (demanda gerada pela taxa de juros.

O motivo especulação baseia-se na expectativa dos agentes em relação a taxa de juros: caso acreditem que ela esteja abaixo do normal, irão aumentar a demanda por moeda e comprarão títulos somente no futuro (quando estarão mais baratos). Logo, a demanda por moeda keynesiana é:

Demanda total por moeda = transação + precaução + especulação

Política fiscal expansionista no modelo Keynesiano (TEORIA DA PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ) = utiliza-se o modelo IS-LM = tendo 3 possibilidades:

IS-LM padrão (pode ou não ser eficaz) ou armadilha da liquidez (LM horizontal) (totalmente eficaz) ou caso clássico (LM vertical) (ineficaz)

Aumento do gasto do governo, gera o deslocamento da IS para frente (na medida do gasto autonômo vezes o multiplicador), o aumento da renda gera demanda por moeda, causando aumento da taxa de juros, diminundo gastos das empresas e a demanda agregada. A entrada de capitais, desloca o mercado monetário para um novo equilíbrio. O Efeito crowding-out ocorre quando a política fiscal expansionista faz com que as taxas de juros subam, reduzindo assim os gastos privados, principalmente o investimento.

Se a economia estiver na armadilha da liquidez e, portanto, a curva LM for horizontal, um aumento nos gastos do governo terá seu efeito multiplicador total sobre o nível de renda de equilíbrio. Não há mudança na taxa de juros associada à mudança nos gastos do governo e, portanto, nenhum gasto de investimento é cortado. Não há, portanto, atenuação dos efeitos do aumento dos gastos do governo sobre a renda.

Se a curva LM for vertical, chamado de caso clássico, um aumento nos gastos do governo não tem efeito sobre o nível de renda de equilíbrio e aumenta apenas a taxa de juros. Mas se os gastos do governo são maiores e a produção permanece inalterada, deve haver uma redução compensatória nos gastos privados. Nesse caso, o aumento das taxas de juros expulsa uma quantidade de gastos privados (principalmente de investimento) igual ao aumento dos gastos do governo. Assim, há um Crowding Out total e a política fiscal é impotente, se a curva LM for vertical.

347
Q

MONOPÓLIO NATURAL

1- Conceito

2- Dois motivos para existência de monopólio natural

3- Dois exemplos de monopólios naturais

4- Efeito da regulação de preços no monopólio natural

5- Situação ideal na regulação de preços

6- Quatro componentes do gráfico e suas inclinações

A

Ocorre em situações específicas em que uma empresa supre o mercado a custo inferior ao comparado com situações com mais empresas fornecedoras existentes. Situações em que a COMPETIÇÃO não leva a resultado EFICIENTE.

Motivos = grandes economias de escala = maior produção, menores custos médio e marginal + custos iniciais elevados (barreira a entrada)

Exemplos: empresas de água e saneamento básico

Custo médio SEMPRE declinando, por consequência custo marginal SEMPRE abaixo do custo médio.

CUSTO FIXO ALTO E CUSTO MARGINAL BAIXO

Em um contexto de monopólio natural, não é desejável abrir o mercado para maior competição. Isso se dá justamente por causa das economias de escala. Caso o governo determinasse a divisão da empresa em duas, o custo médio de cada uma seria mais elevado, impondo preços maiores para os consumidores. Sendo assim, é mais eficiente que o mercado seja abastecido por uma única empresa.

Regulação de preços = diferentemente do mercado perfeito, seu efeito pode ser reduzir ou eliminar o peso morto em mercados imperfeitos.

Em termos ideais, o órgão regulamentador estaria disposto a pressionar para baixo o preço da empresa até que atingisse o nível em que o preço iguala o custo marginal. Entretanto, o órgão regulador, ao regulamentar as tarifas do monopolista natural, não tem como buscar eficiência impondo que o preço seja igual ao custo marginal, pois, nesse nível de produção, os custos médios não são cobertos pelo preço, e o monopolista terá prejuízos, o que pode impedir a sua permanência no mercado.

P = CMG no monopólio natural = prejuízo e saída do mercado = custos médios maiores que o preço!

A melhor alternativa é, portanto, o preço Pr, no qual ocorre a interseção da curva do custo médio e da curva de receita média. Assim, a empresa não estará obtendo lucro de monopólio e o nível de produção permanecerá o mais alto possível, sem que ela tenha de encerrar suas atividades.

Cmg = Receita média = situação ideal = lucro zero

Infelizmente, com frequência se torna difícil a determinação exata desses preços na prática, pois as curvas de demanda e de custo da empresa poderão se deslocar à medida que as condições do mercado evoluírem. Em consequência, a regulamentação de um monopólio, às vezes, se baseia na taxa de retorno sobre o capital investido. O órgão regulamentador determina um preço para o qual a taxa de retorno é de certa forma “competitiva” ou “razoável”. Essa prática é denominada regulamentação da taxa de retorno: o preço máximo permitido é baseado na taxa de retorno (esperada) que será obtida pela empresa.

Decorar: O gráfico preço x quantidade do monopólio natural possui uma demanda negativa, uma receita marginal com metade da inclinação (como no monopólio), ** além de um custo médio e custo marginal em formato de “L”, sendo que o Cmg fica abaixo do custo médio e puxa esse para baixo sempre. **

– A oferta de saneamento básico ainda se caracteriza por ter externalidades positivas, na medida em que reduz a poluição dos recursos hídricos, reduz a incidência de doenças na população com a consequente redução das despesas do sistema público de saúde, reduz a mortalidade infantil etc. Estas externalidades tendem a tornar a produção e consumo de saneamento inferior ao socialmente ótimo, caso tal setor fosse ofertado pelo setor privado. O governo pode optar então por ele próprio ofertar o bem ou serviço, ou ainda por dar subsídios de Pigou ao setor privado, seja ao consumo ou à produção, aproximando assim a quantidade produzida do nível socialmente ótimo. A situação da estrutura de oferta caracterizada por monopólios naturais somada às externalidades positivas geradas, acabou historicamente levando este setor a ser dominado por empresas estatais.

348
Q

ALTERAÇÕES FINANCEIRAS E ECONÔMICAS BRASILEIRAS PÓS PLANO REAL

1- Citar 10 principais alterações

A

Além do “tripé macroeconômico”, diversas reformas foram realizadas no período. De acordo com Giambiagi, as mais importantes reformas que caracterizam a mudança do Estado com a economia foram:

  1. Privatização = US$100 bi total nos governos FHC, principalmente em telecomunicações, energia elétrica, financeiro, transporte e mineração.
  2. fim dos monopólios estatais nos setores de petróleo e telecomunicações = entrada de capital estrangeiro para exploração desses setores a partir de 1995
  3. mudança no tratamento do capital estrangeiro = favorecimento da entrada de capitais
  4. saneamento do sistema financeiro = - Entre 1995 e 1997 houve a quebra de três bancos privados (Econômico, Nacional e Bamerindus), que foram absorvidos pelo setor privado, além dos problemas em bancos estaduais, notadamente Banespa e Banerj, que sofreram intervenção do Banco Central. Além disso, foram liquidados diversos bancos de pequeno porte, cujos créditos ao consumidor eram financiados por captações diárias no mercado interbancário. A aquisição pública de bancos privados evitou uma crise sistêmica, fortaleceu o sistema bancário nacional e instituiu os preceitos de Basileia.
  5. reforma (parcial) da Previdência Social = Emenda Constitucional de 1998 e Lei de 1999 adicionou: idade mínima para aposentadoria + aumentou o tempo de contribuição para os ativos + aprovou o “fator previdenciário” + mas, não resolveu o déficit na previdência
  6. renegociação das dívidas estaduais = federalização das dívidas estaduis com FHC, mediante o comprometimento de pagamento em 30 anos (a União poderia se apropriar das receitas de transferências dos Fundos de Participação e até do ICMS estadual, para não haver inadimplência).
  7. aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) = conjunto de normas para responsabilidade fiscal, ações para prevenir riscos e corrigir desvios = exemplo: limite de gastos com pessoal e necessidade de previsão para cada aumento de gastos
  8. ajuste fiscal, a partir de 1999;
  9. criação de uma série de agências reguladoras de serviços de utilidade pública; = função de defender os interesses do consumidor; assegurar o cumprimento dos contratos, estimular níveis adequados de investimento, e zelar pela qualidade do serviço, nas áreas de telecomunicações (Anatel), petróleo (ANP) e energia elétrica (Aneel).
  10. estabelecimento do sistema de metas de inflação como modelo depolítica monetária = principal mudança do regime macroeconômica = ao escolher uma meta, pressupõe –se câmbio flutuante (já que não é possível, em um contexto de livre mobilidade do capital, simultaneamente, determinar a quantidade de moeda (ou juros) e fixar a taxa de câmbio (modelo Mundell-Fleming). Funciona da seguinte forma: a meta é escolhida pelo Conselho Monetário Nacional e o BC intervém pela taxa de juros para atingi-la, por meio das reuniões do COPOM

Em caso de não cumprimento das metas, os motivos do descumprimento, bem como as providências e o prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda.

349
Q

ARCABOUÇO FISCAL 2023

1- Dois objetivos

2- Nome do projeto anterior e duas críticas

3- Percentagem limite a ser gasta da arrecadação com base nos últimos 12 meses

4- Percentagem do piso e do teto do aumento do gasto

5- Expectativas em relação ao déficit primário nos próximos anos

A

Objetivo: equilibrar as contas públicas e compromisso com a responsabilidade fiscal e social, deixando claro para investidores, sociedade e agentes internacionais a ação econômica governamental. A mudança vai colocar os brasileiros mais pobres de volta ao orçamento. Além da retomada da ancoragem das expectativas dos agentes de mercado em relação ao controle das contas públicas, gerando queda dos juros, valorização cambial, melhora da nota de confiança no cenário global (grau de investimento), prosperidade e estabilidade

Permite lidar com diferentes ciclos econômicos e políticos (altas e baixas econômicas), por meio do controle do crescimento das despesas em relação à receita primária ano a ano.

É um projeto de Lei, também chamado de “Regime Fiscal Sustentável” (uma série de dispositivos constitucionais, lei complementar e regulamentos)

Substitui o “Teto dos Gastos” = considerado “engessado” por se basear na inflação do ano anterior, não funcionou para controle das contas públicas ou para construção de horizonte sustentável. Pelo teto, mesmo em momentos de expansão econômica não seria possível aumentar o INVESTIMENTO público. Além de conceder benefícios tributários a setores específicos e não considerar o setor público como impulsionador da economia.

O principal balizador dessas normas é a fixação de uma ** trajetória consistente ** para o RESULTADO PRIMÁRIO do Governo Central, que são as receitas menos as despesas deste ente, descontadas as despesas financeiras com a dívida pública.

O novo arcabouço fiscal limitará o crescimento da despesa a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores. Ou seja, se no período de 12 meses, de julho a junho, o governo arrecadar R$ 1 trilhão, poderá gastar R$ 700 bilhões

Há um piso e um teto para crescimento das despesas do governo que vai de 0,6 até 2,5%, garantindo o custeamento dos serviços públicos, equilibrando responsabilidade social com responsabilidade fiscal. Os limites deverão ser respeitados pelos Poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário).

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o piso da enfermagem ficam excluídos dos limites, respeitando os “mínimos constitucionais” (15% e 18% do orçamento da União, respectivamente).

Piso de 75 bilhões a partir de 2023 corrigido pela inflação anualmente para investimento público.

Principais metas = eliminar o déficit PRIMÁRIO a partir de 2024, superávit de 0,5% do PIB em 2025 e 1% em 2026 (com margem de +-0,25% para evitar rigidez). Caso isso ocorra, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve se estabilizar em 76,54% do PIB em 2026 (ou menos, caso a taxa de juros seja menor).

O novo Arcabouço Fiscal não vai aumentar a carga tributária. A proposta não prevê novos tributos ou aumentos das alíquotas atuais, estando alinhado com a primeira etapa da reforma tributária (focada no consumo = impostos indiretos, visando corrigir o caráter ineficiente e regressivo do atual sistema tributário).

350
Q

MERCADO DE TRABALHO E EMPREGO

1- Conceito de PIA e PEA

2- Duas componentes da Força de trabalho

3- Conceito de População não economicamente ativa (PNEA)

4- Duas componentes para calcular a taxa de desemprego (também chamada desocupação pelo IBGE)

5- Conceito do Efeito Desalento

6- Três “desempregos” existentes segundo os economistas (FEC)

7- Composição da Taxa natural de desemprego

A

PIA = População em idade ativa = +14 anos

PEA = pessoas OCUPADAS + DESOCUPADAS (em busca de emprego nos últimos 30 dias)

Força de trabalho = PIA + PEA

PNEA = População NÃO economicamente ativa = sem trabalho e sem buscar trabalho nos últimos 30 dias

Desemprego (ou desocupação segundo o IBGE) = quem tem 14+ anos + possa trabalhar e não esteja trabalhano = DISPONIBLIDADE

A taxa de desemprego é a porcentagem de pessoas na força de trabalho (PEA) que estão desempregadas (ou desocupadas, na nomenclatura do IBGE).

Taxa de desocupação ou desemprego é dada pelo número de pessoas OCUPADAS / PEA x 100
Efeito Desalento = Na Recessão/Crise, trabalhadores perdem empregos e freelancers saem do mercado e deixam de buscar emprego dado as perspectivas, dessa forma deixam de ser consideradas DESEMPREGADAS e não são mais incluídas na PEA. Assim, nessa situação o número de DESEMPREGADOS pode CAIR (deixam de fazer parte da estatística).

Considerando que o número de ocupados se mantenha constante e o número de desempregados diminua (devido ao predomínio do efeito desalento), a taxa de desemprego pode diminuir, pois tanto o numerador (número de desempregados) quanto o denominador (PEA ou força de trabalho) diminuem e o numerador reduz-se numa proporção maior do que o denominador.

Os desalentados são pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuraram trabalho por acharem que não encontrariam, devido à localização geográfica, ausência de trabalho adequado, ser muito jovem ou idoso, ausência de experiência ou qualificação.

Três tipos de desemprego, segundo os economistas (FEC):

1) Cíclico = flutuações periodícas da taxa natural
2) Friccional = alternância entre trabalhos
3) Estrutural = falta de combinação entre oferta e demanda por mão de obra, gerado por fatores externos ao ciclo econômico (legislação trabalhista, avanços tecnológicos, salários reais acima do equilíbrio). Faz parte da Taxa natural de desemprego (NAIRU)

Taxa natural de desemprego = ocorre na economia de pleno emprego e é composto pelo FE (friccional e estrutural) e não se relaciona com a recessão. ** É o momento em que não mais ocorre o trade-off entre inflação e desemprego.

Desemprego

Visão clássica = a mão de obra funciona como qualquer mercado, com demanda e oferta. Com a perfeita flexibilidade de preços e salários, as forças do mercado garantem o equilíbrio. Desempregos são transitórios e voluntário, de origem friccional ou estrutural (FE). Trabalhadores que não estejam empregados são os que não aceitam o salário real de equilíbrio.
Visão Keynesiana = Keynes afirma que o desemprego não é transitório e/ou voluntário e que existe DESEMPREGO INvoluntário no equilíbrio. Mesmo que os trabalhadores se ofereçam para o trabalho por salários mais baixos, não conseguem emprego, pois o que determina o desemprego não é o salário real, mas a DEMANDA EFETIVA BAIXA.

** Para Keynes, o nível de emprego e os salários reais não são determinados no mercado de trabalho por oferta e demanda de trabalho. É a demanda efetiva que determina o produto (deficiências da demanda) **

Keynes defende o AUMENTO da demanda efetiva para que não haja desemprego! Dessa forma, o desemprego involuntário existe em Keynes (diferente dos clássicos), independentemente de haver flexibilidade no mercado de trabalho. É o desemprego classificado modernamente como desemprego cíclico, possível de ser atenuado pela intervenção do governo na economia.

351
Q

Teoria da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe)

1- Leitura rápida

A

Surgimento em 1950 como alternativa às teorias clássica e neoclássica do comércio internacional (vantagens absolutas e relativas de Adam Smith e Davi Ricardo + Diferenças nas dotações do fatores de Hecksher-Ohlin). Essas teorias afirmam que o livro comércio traria benefícios para todos os países envolvidos = repasse dos ganhos de produtividades, eliminação das diferenças de salários, lucros e outras remunerações de fatores de produção.

Desse modo, não haveria motivos para os países de produção primária industrializarem-se, ou seja, “sua menor eficiência os faria perderem irremediavelmente os benefícios clássicos do intercâmbio”.

Crítica da CEPAL (Raul Prebish) = afirmava que a lógica neoclássica era negada pelos fatos. Sua visão é pautada na ideia de CENTRO-PERIFERIA

Segundo o autor, a ideia clássica do comércio internacional de que os aumentos de produtividade eram expressos em preços cada vez mais baixos dos bens industriais nem sempre se cumpria.

Países periféricos = exportações pouco dinâmicas + baixa produtividade + abundância de mão de obra pouco qualificada + condições de vida próximas a subsistência + baixa elasticidade-renda da demanda pelos bens primários. Ou seja, praticamente NÃO há progresso técnico.

Para CEPAL, a estrutura econômica do centro era vista como homogênea e diversificada. A estrutura da periferia vista como heterogênea e superespecializada.

Havia uma tendência a um excesso de demanda da periferia por manufaturados importados de alta elasticidade renda produzidos pelo centro (quando a economia crescia, a demanda por manufaturado aumentava mais que proporcionalmente) e a uma oferta excedente de produtos primários de baixa elasticidade renda produzidos pela periferia que resultava numa tendência à deterioração dos termos de troca.

** O aumento da produtividade das economias centrais não reflete-se em diminuição do preço dos bens industrializados, como ocorre com os bens primários, devido às imperfeiçoes nos mercados de bens e trabalho do centro, onde as empresas eram oligopolísticas operando em mercados de produtos diferenciados e sindicatos fortes **

Estrutura de mercado periférica = mercado de commodities, preços determinados pelo mercado internacional, mercado de trabalho desorganizado com excesso de mão de obra. Por isso, ganhos de produtividade representavam queda nos preços, não sendo repassados aos salários e rendas.

Estrutura dos mercados centrais = mercados oligopolizados, mercado de trabalho organizado em sindicatos, progresso tecnológico geram ganhos de produtividade repassados não ao preço, mas retidos pelo produtores, aumentando a renda da economia.

Conclusão = O comércio gerava então um desenvolvimento desigual em que os ganhos de produtividade dos países periféricos eram apropriados pelo centro na forma de preços mais baixos das commodities. E os ganhos do progresso técnico incorporado nos produtos manufaturados não eram disseminados para os países da periferia.

PAÍSES PERIFÉRICOS = ganhos de produtividade geram quedas nos preços
PAÍSES CENTRAIS = ganhos de produtividades aumentam a renda

A deterioração dos termos de troca, a alta elasticidade renda de produtos manufaturados, aumentando muito o valor das importações, e baixa elasticidade renda da demanda por produtos primários exportados pela periferia levava a desequilíbrios recorrentes no balanço de pagamentos, o que restringia o crescimento econômico.

RESPOSTA DA CEPAL = industrialização na marra para superar a pobreza e o subdesenvolvimento e reverter a distância cada vez maior entre a periferia e o centro.

Como a industrialização espontânea nas estruturas periféricas é muito problemática, é necessário planejá-la, e há que atuar no âmbito do comércio internacional, a fim de atenuar as desvantagens da periferia.

Não há meios de alcançar uma industrialização eficiente por meio das forças espontâneas de mercado. Por isso, caberia ao Estado o planejamento e a coordenação do processo de industrialização e desenvolvimento, ** por meio de proteção comercial, integração regional, captação de recursos financeiros e investimentos direto em setores que a iniciativa privada não atua **

Críticas = excesso de protecionismo e indústria artificialmente criada, pouco competitiva.

352
Q

CONCORRÊNCIA PERFEITA

1- Caracterização da curva de oferta no curto prazo

2- Caracterização da curva de oferta no longo prazo

3- Local em que a empresa pode e deve operar

4- Formato ou orientação da Curva de demanda e da curva oferta da EMPRESA

5- Orientação da Curva de demanda e oferta do SETOR

A

CURVA DE OFERTA NO CURTO PRAZO (da empresa) = Equivale a curva de custo MARGINAL para níveis de produção acima do custo VARIÁVEL médio (parte crescente) (um insumo fixo)

CURVA DE OFERTA NO LONGO PRAZO (da empresa) = Equivale a curva de custo MARGINAL para níveis de produção acima do custo TOTAL médio (todas as variáveis de produção são ajustáveis). Essa curva toca a demanda horizontal em único ponto e é nesse ponto que a empresa irá ofertar.

Uma empresa em concorrência perfeita pode atuar com prejuízo enquanto o PREÇO estiver entre o custo variável médio e o custo total médio.

Curva de demanda e de oferta da EMPRESA = DEMANDA HORIZONTAL (perfeitamente elástica) (padrão) e curva de oferta igual a curva de custo marginal acima do custo variável TOTAL (gráfico q x p)

Curva de demanda e oferta do SETOR*** = NEGATIVAMENTE INCLINADA (demanda) e positivamente inclinada (oferta) (gráfico q x p)

Nos mercados competitivos, a demanda de CADA FIRMA INDIVIDUALMENTE é totalmente elástica a preço, indicando que as firmas são tomadoras de preço. Não confundir com a demanda de mercado!

Uma firma competitiva vai deixar o mercado, no longo prazo, se o seu preço for inferior ao custo médio TOTAL – CERTO – eu achava que era somente o custo variável médio, mas isso só vale para o curto prazo, diferente da questão.

353
Q

Preferências racionais x bem comportadas

1- Três características de preferências racionais (racionais CTR)

Duas características de preferências bem comportadas (comportadas MC)

A

Preferências racionais: completas, transitivas e reflexivas.

Preferências bem comportadas: monotônicas e estritamente convexas (formato “C” do gráfico = convexa)

Monotonicidade: Todo bem é desejável e quanto mais, melhor.

Convexidade (estrita): combinações de cestas são preferíveis à especialização da cesta.

A TMS é decrescente (em módulo): basta perceber que a inclinação da curva de indiferença diminui conforme nos deslocamos da esquerda para a direita no eixo horizontal.

354
Q

NOVA TEORIA DO COMERCIO INTERNACIONAL - leitura

1- três características consideradas pela nova teoria

2- principal autor

3- definição de retornos de escala crescentes (custo-produção)

4- diferença entre economias de escala interna e externa à firma

A

A Nova Teoria do Comércio Internacional = surge nos anos 1980 com Paul Krugman (nobel de 2008), a qual considera RETORNOS CRESCENTES DE ESCALA, diferenciação de produto e concorrência imperfeita para explicar o padrão de comércio entre países (decorar).

Diferentemente, os modelos neoclássicos de comércio internacional precedentes, como Hecksher-Ohlin, consideram retornos CONSTANTES de escala e coloca em evidência a diferenciação de fatores produtivos.

Além disso, os modelos clássicos Hecksher-Ohlin prevêem apenas o comércio entre diferentes setores (intersetoriais). Já as Novas Teorias de Comércio Internacional busca explicar outros padrões, como comércio intrassetorial e comércio intrafirma.

O comércio intrassetorial são as trocas de bens semelhantes entre os países, os países produzem o mesmo produto mas este não é idêntico da perspectiva dos consumidores

– Já o comércio intrafirma veio com o avanço da internacionalização da produção: uma mesma empresa produz bens em que diferentes etapas da produção são realizadas em países diferentes, chamadas cadeias globais de valor. Cada etapa agrega valor ao produto, sendo realizadas em países distintos, gerando um fluxo de comércio entre a matriz e suas coligadas/subsidiárias, ou entre estas. Trata-se de um comércio não apenas de bens finais, mas de insumos ou bens intermediários (matérias-primas, peças e componentes etc.).

** Definição (decorar): Um produto apresenta retornos de escala crescentes quando seu custo médio diminui à medida que aumenta a produção. **

** CONCEITOS CHAVE = RETORNOS CRESCENTES DE ESCALA E CUSTOS MÉDIOS! **

Países que primeiro se estabelecem no mercado
acabam por atingir uma escala de produção na qual os custos médios se tornam baixos o suficiente para inviabilizar que outros países consigam competir e entrar no mercado aos preços do pioneiro (vantagem de ser o pioneiro = sem relação com a dotação dos fatores)

Um dos fatores que podem determinar o padrão de comércio na existência de retornos crescentes é o tamanho do mercado interno: antes da abertura comercial, o país com maior mercado interno possui preços mais baixos devido à escala de produção maior, tendendo a se tornar, com a abertura, um exportador do produto e
eliminando a produção nos seus parceiros comerciais.

Pioneiros atingem uma escala de produção com um custo médio baixo, estabelecendo uma
barreira à entrada à indústria de outros países que queiram entrar no mercado, visto que seus custos iniciais podem ser maiores do que os preços praticados pelo pioneiro (o pioneirismo pode, inclusive, ser um acidente histórico).

As economias de escala podem ser internas à firma, quando cada firma atinge custos médios menores conforme aumenta a produção, ou externas à firma, quando os custos médios de cada firma caem conforme o tamanho da indústria à qual pertence. Na presença de economias de escala surge o caso do monopólio natural.

A nova teoria do comércio afirma que a DOTAÇÃO DOS FATORES influencia muito pouco no volume de comércio entre os países!

A nova teoria do comércio internacional incorpora elementos como rendimentos de escala, concorrência imperfeita e diferenciação de produtos no lugar de dotação de fatores.

Além disso, permite entender o comércio INTRASSETORIAL, que é a maior parte do comércio internacional, que ocorre entre países com dotações semelhantes de fatores, enquanto o modelo H – O (Teoria Neoclássica do comércio) prevê apenas o comércio intersetorial.

A teoria também dá margem a processos produtivos complementares, entre plantas produtivas situadas em países distintos, levando à intensificação de transações intrafirma: uma mesma empresa que produz produtos em que etapas da produção são realizadas em países diferentes.

Quando utilizar barreiras ao comércio ? Para dar viabilidade a entrada de uma indústria no comércio internacional, por exemplo:

A existência de ganhos de escala pode levar a situações em que o livre comércio não traga a melhor situação para um país, ao contrário do previsto pela teoria neoclássica do comércio. Por exemplo, um país pode ter uma curva de custo médio abaixo da curva do país que domina o mercado atualmente, mas não se torna um produtor devido ao custo inicial ser maior que o preço de mercado vigente, determinado pela escala do país consolidado no mercado. Nesta situação, o estabelecimento de uma proteção comercial (uma tarifa de importação, por exemplo), que torne o preço internacional mais elevado que o custo inicial deste país, vai incentivar o início da produção doméstica, que conforme avançar, vai se tornando cada vez mais competitiva pelos ganhos de escala e a redução dos custos médios de produção. Este é o fundamento da proteção à indústria nascente.

355
Q

CÂMBIO APÓS A IMPLANTAÇÃO DO REAL (1994-1999)

1- Três tipos de câmbio adotados, suas durações e características

2- Nome das três crises internacionais dos anos 1990

A

A política cambial do Plano Real pode ser dividida em 3 fases: BANDA ASSIMÉTRICA (94-95) – BANDAS CAMBIAIS (95-99) – CÂMBIO FLUTUANTE (sujo)

As crises econômicas dos anos 1990 geraram quedas abruptas nas reservas internacionais do Brasil e alterações no câmbio: México (1994), Ásia (1998) e Rússia (1999)

A 1ª Fase foi a Banda Assimétrica (julho/94 a março/95), caracterizada por forte valorização do Real determinada pelo mercado e não por ação do BC. A banda se chama assimétrica pois havia margem de flutuação para baixo, mas não para cima, tendo sido adotado um teto implícito de R$ 1/US$. O real chegou a 0,83 centavos por dólar, pela intensa entrada de capitais da abertura comercial, aumentando importações e segurando os preços internos (Isso ocorreu devido ao otimismo inicial, no plano interno e externo, com o Plano Real). O Brasil obteve déficits na balança COMERCIAL de 1995-2000, tornando o país DEPENDENTE dos fluxos de capitais que entravam via conta CAPITAL E FINANCEIRA para cobrir tais déficits em transações correntes e sustentar a âncora cambial (aumento da vulnerabilidade externa).
Em um contexto de aumento do risco país, caso das crises 8 mexicana e russa, nos anos 1990, que abalou as economias emergentes, a fuga 9 de capital, no âmbito do câmbio fixo, promove recessão, pois há um aumento da 10 taxa de juros, reduzindo a demanda agregada e o produto, sendo que o BC se vê obrigado a vender reservas para evitar a depreciação do câmbio, o que contrai a oferta monetária.

2ª fase = crise do México = aumento da taxa de juros pela possibilidade de desvalorização abrupta do real (saída de capitais)

A 2ª Fase foi um sistema explícito de bandas cambiais (março/95 a janeiro/99). A banda inicialmente era entre R$ 0,88 e R$ 0,93/US$. A crise do México no final de 94 força BC a evitar a desvalorização abrupta do Real, levando a uma rápida perda de reservas internacionais e elevação da taxa de juros doméstica, com impacto recessivo na economia. Após este evento, os déficits comerciais e no BP, associados à dependência brasileira de ingressos de capital de curto prazo para manter a âncora cambial e à elevada volatilidade destes fluxos, levaram o BC a fazer uma desvalorização gradual e lenta até o início de 1999. Evitou-se uma desvalorização abrupta pelo medo da volta da inflação

ÂNCORA CAMBIAL (alto custo de manutenção) -> ÂNCORA NOMINAL (câmbio flutuação, crise russa)

A 3ª Fase é a mudança para o regime de câmbio flutuante (porém com intervenções do BC diante de elevada volatilidade, ou seja, flutuação suja). Esta transição se deu a partir de 1999, como resultado imediato da crise russa de agosto de 1998, que levou a uma rápida fuga de capitais e à tentativa do BCB de evitar uma depreciação abrupta do real, levando a uma perda de mais de US$ 30 bilhões (quase metade das reservas à época) apenas no mês de setembro de 1998, além de expressiva elevação da taxa de juros e desestabilização da economia doméstica. A decisão de mudança para o câmbio flexível foi devida aos altos custos recessivos da manutenção da âncora cambial e da rápida perda de reservas. O real sofreu forte desvalorização e passou a flutuar a partir de janeiro de 1999 (dobrando de 1,22 para 2,16). Em substituição à âncora cambial, a nova âncora nominal da economia passa a ser o regime de metas de inflação. A balança comercial deficitária de 1995-2000, torna-se superavitária a partir de 2001 sem jamais deixar de sê-lo.

Com a crise do México (Tequila) em 1994, a taxa SELIC brasileira chegou a 85% ao ano em 1995 (banda assimétricas – perda da autonomia monetária), baixando para em torno de 20-45% quando da adoção do regime de bandas cambiais e flutuante de 1996-2000 (resgaste da autonomia da política monetária). Esses juros elevados a partir de 1995 geraram um aumento constante do DESEMPREGO até os anos 2000.

356
Q

Política fiscal expansionista no modelo keynesiano x modelo ricardiano

1- 2+ características da teoria keynesiana

2- Efeito da PFE para a teoria keynesiana

3- fórmula do multiplicador keynesiano (k)

4- características da economia para os novos-clássicos

5- conceito da equivalência ricardiana

A

A teoria keynesiana considera que a economia não está no pleno emprego e há rigidez de salários e/ou de preços, de maneira que estímulos à demanda agregada via política fiscal (expansão de gastos e/ou redução de impostos), podem estimular a economia levando ao crescimento da produção e do nível do emprego. Isto ocorre pois a curva de oferta agregada é positivamente inclinada no curto prazo.

Segundo a abordagem keynesiana, o aumento do déficit fiscal leva a uma expansão da demanda agregada, que se expande mais do que o déficit, pelo efeito multiplicador keynesiano: o impacto inicial é multiplicado por um fator de 1/(1- c), onde ”c” é a propensão marginal ao consumo. Este impacto será menor numa economia aberta em que parte do consumo é atendido com importações. Quanto MAIOR a propensão marginal a consumir (c) MAIOR é o efeito do multiplicador keynesiano (K).

Keynesiano = PFE = expansão da demanda agregada (Y) > expansão do déficit

O estimulo da demanda por investimento, então, depende da propensão a poupar dos agentes econômicos. Quanto maior a parcela da renda do investimento é gasto, a mais produção é estimulada.

A política fiscal atua sobre a economia por meio do multiplicador keynesiano, cuja lógica é a seguinte: uma expansão inicial dos gastos do governo vai gerar renda para o setor privado, e esta renda gerada vai em parte virar consumo e parte virar poupança, de acordo com a propensão marginal a consumir. A parte que se converte em consumo vai seguir estimulando a economia, na medida em que se torna demanda para outros setores, que terão sua renda ampliada, e novamente vão gastar parte desta renda em consumo, estimulando outros setores e assim por diante.

Hipóteses do modelo clássico = flexibilidade de preços e salários, pleno emprego, neutralidade da moeda (afeta só o nível geral de preços) e validade da lei de Say (oferta cria a demanda).

No longo prazo, valem os pressupostos novo-clássicos de flexibilidade de preços e salários, e expectativas racionais (os agentes não cometem erros sistemáticos de previsão), de maneira que a oferta agregada de longo prazo será vertical no nível do produto natural. No longo prazo a economia cresce apenas pelas variáveis da oferta (aumento dos fatores de produção ou da produtividade destes fatores). A política econômica expansionista no longo prazo leva apenas ao aumento do nível de preços (inflação).

A abordagem keynesiana da política fiscal sofreu diversas críticas das escolas monetarista e novo clássica, que buscaram mostrar os limites do uso da política fiscal para estimular a economia (equiva

A noção de equivalência ricardiana, entretanto, é menos otimista que a keynesiana. Segundo seus defensores, não haverá aumento do consumo pela política fiscal expansionista, pois os agentes antecipam que no futuro os impostos serão elevados para que o governo consiga pagar o serviço adicional do aumento do endividamento presente. Ao invés de consumir, os agentes irão poupar a renda adicional gerada pelo déficit público, por exemplo comprando os títulos da nova dívida emitidos pelo governo. para pagar os impostos mais altos no futuro, mantendo o consumo estável ao longo do tempo, de maneira que a demanda agregada não vai se expandir, ou ao menos se expandirá menos do que o esperado pela teoria keynesiana.

Pode-se mencionar ainda o efeito da política fiscal expansionista sobre a inflação e a taxa de juros. O déficit público causado pelas políticas fiscais expansionistas tende a elevar a dívida pública, em particular a relação dívida/PIB, que é um indicador da sustentabilidade da dívida. Da perspectiva dos investidores, o risco de default, ou seja, o risco de um governo não honrar seus compromissos no futuro (calote da dívida) se eleva, e eles passam a exigir pagamento de juros maiores para comprar títulos da dívida do governo, elevando o custo da dívida. Além disso, o efeito expansionista de curto prazo da política expansionista sobre a demanda agregada tende a elevar a inflação, o que num regime de metas pode levar o Banco Central a elevar a taxa de juros da economia (taxa Selic), que é outro canal pelo qual também pode se elevar os juros e o custo da dívida pública.

O aumento dos juros, por qualquer dos canais citados, tende a reduzir o investimento e o crescimento de longo prazo, além de contribuir para o aumento da dívida pública pela elevação das despesas do governo com juros. Com o PIB crescendo mais lentamente e os juros elevados, a relação dívida/PIB tende a crescer, comprometendo a sustentabilidade da dívida pública. Neste contexto, é importante uma nova regra fiscal que crie mecanismos para conter o crescimento da relação dívida/PIB, garantindo a sustentabilidade no médio e longo prazo

357
Q

Resumo Modelo de Solow

1- Ler com atenção e decorar

2- Citar três principais consequências do modelo

A

SOLOW = Modelo de crescimento neoclássico ou exógeno que explica o motivo da continuidade do crescimento das economias / o estado estacionário é momento gráfico em que a DEPRECIAÇÃO iguala o INVESTIMENTO, gerando um nível de produção constante, onde ** o estoque de capital e o produto por trabalhador são CONSTANTES = isso significa que acréscimos ou diminuição de poupança não afetam o produto (Y)** / as economias convergem para um mesmo nível de estado estacionário / as variáveis exógenas avaliadas no modelo são: poupança, crescimento populacional e tecnologia. No gráfico renda (Y) x fator de produção (K) há uma linha reta (depreciação) e uma meia bola a partir da origem que se cruzam no estado estacionário / a função de produção (meia bola) representa o retorno DECRESCENTE dos fatoes de produção / a renda é dada em função do capital e do trabalho: Y = F(K,L) = visão clássica de que a oferta (de fatores de produção) determina a demanda. Ademais, essa função possui rendimento de escala constante, mas os fatores isoladamente considerados possuem retornos marginais decrescentes / aumento da poupança joga a curva de investimento para cima, cruzando com a depreciação mais para cima (novo estado estacionário) / o crescimento do fator trabalho (W) ou capital (K) apenas rotaciona a reta de depreciação para cima / Regra de ouro = maior distância possível entre a reta da taxa de depreciação e a função de produção, nesse local há o CONSUMO MÁXIMO, o que significa máximo BEM-ESTAR / a tecnologia tem a capacidade de aumentar a produtividade dos fatores de produção capital e trabalho / crescimento populacional (g) (população ativa) e avanços tecnológicos (n) são as únicas variáveis que garantem crescimento acima do estado estacionário no longo prazo no modelo, sob o efeito de uma taxa g + n = Resíduo de Solow = crescimento que não é explicado pela mudança nos insumos

Poupança = poupança só impacta o modelo no curto prazo pois seu acréscimo é consumido pelo crescimento populacional / A elevação da taxa de poupança aumenta o estoque de capital e renda per capita no estado estacionário, mas não afeta a taxa de crescimento / Ceteris paribus, países com uma maior taxa de poupança apresentam um produto de estado estacionário maior / com a taxa de poupança mais elevada, o estado estacionário será atingido com uma renda per capita maior. Por isto, propostas de política inspiradas por este modelo tendem a defender a elevação da taxa de poupança / Brasil tem baixa taxa de poupança e, por isso, baixa renda per capita / déficits públicos atrapalham a formação de poupança e dificultam o aumento da renda per capita = Maior déficit = menor poupança! / Menor poupança doméstica, gera necessidade de formação de poupança externa por investimentos diretos, empréstimos, financiamentos e investimentos em carteira. Porém, isso depende da liquidez internacional e a taxa de juros. Também será necessário exportações para entrada de divisas para efetuar os pagamentos do serviço da dívida.
Três principais resultados do modelo, na versão sem progresso tecnológico, são os seguintes:

1) no longo prazo, ocorre o estado estacionário, em que o produto per capita (y) para de crescer, e o produto total (Y) cresce a uma taxa exógena, que é a taxa de crescimento populacional (n).

2) O produto per capita no estado estacionário é diretamente proporcional à taxa de poupança e inversamente proporcional ao crescimento populacional e à depreciação

3) O modelo leva a uma convergência, ou seja, para os mesmos valores de taxa de poupança, taxa de crescimento populacional e depreciação, um país mais rico, com maior renda per capita, cresce a uma taxa menor que um país mais pobre, com menor renda per capita. Haveria a tendencia, segundo o modelo, de os países pobres alcançarem a renda per capita dos países mais ricos no longo prazo (estado estacionário).

358
Q

Versão de Friedman e Phelps da Curva de Philips (versão aceleraconista)

1- Elemento novo inserido no modelo

2- Composição do eixo y e eixo x da curva de philips

3- Elemento novo inserido por Lucas (novo clássico) em seu modelo.

4- Conclusão comum de Friendman, Phelps e Lucas sob o uso de políticas econômicas para estimular a economia

A

A versão aceleracionista de Friedman e Phelps introduz um elemento novo na versão original da curva de Phillips, que são as EXPECTATIVAS de inflação. O gráfico continua igual entre inflação (eixo y) e desemprego (eixo X), porém a curva de oferta é vertical (clássica) no longo prazo. O custo de reduzir a inflação em termos de aumento do desemprego ou redução do produto é a chamada TAXA DE SACRIFÍCIO.

** De acordo com o conceito de expectativas adaptativas, a inflação esperada para o futuro aumenta quanto maior for a inflação presente **

Uma expansão da demanda agregada, nestas condições, vai provocar uma expansão do produto no curto prazo apenas, quando a inflação esperada for menor que a inflação efetiva, e o desemprego cairia abaixo da sua taxa natural.

Expansão da demanda gera expansão do produto, SOMENTE se inflação esperar for MENOR que a inflação efetiva!

No longo prazo, porém, os agentes aprendem a prever a verdadeira inflação, elevando suas expectativas de acordo com o aumento da inflação provocado pela política expansionista, de forma que a curva de Philips de curto prazo se deslocaria para cima e para direita, levando a economia de volta à taxa natural de desemprego, com inflação mais alta = desemprego fica igual e a inflação sobe!

Assim, no longo prazo, a curva de Phillips é vertical, e só seria possível manter o desemprego abaixo da taxa natural, com uma inflação se acelerando.

O modelo de Friedman e Phelps só trabalha com expectativa com base no PASSADO. Lucas, por sua vez, os agentes são racionais e utilizam a informação disponível no PRESENTE para previsões (sem erros sistemáticos). No modelo Novo Clássico (Lucas), o desemprego estaria sempre em sua taxa natural e não existiria um tradeoff entre inflação e desemprego nem mesmo no curto prazo, sendo a curva de Phillips sempre vertical, pois as expectativas são rapidamente ajustadas no presente diante de qualquer modificação

Friedman e Phelops = expectativas ADAPTATIVAS (passado)
Lucas = expectativas RACIONAIS (presentes)

** Nos dois modelos, a política econômica não é capaz de influenciar as variáveis reais da economia (ao menos não no longo prazo) e, portanto, não deve ser utilizada para reduzir o desemprego (que tende a ficar na taxa natural) ou elevar a taxa de crescimento econômico **

Pode ser usada, entretanto, para reduzir a inflação (desinflação), não havendo custos para reduzir a inflação no longo prazo na versão com expectativas adaptativas. Este custo será menor quanto mais rápido as expectativas de inflação se reduzirem como resposta à política contracionista. Na versão com expectativas racionais, não haveria custo nem mesmo no curto prazo, visto que, havendo credibilidade da autoridade monetária, a inflação esperada será igual à meta de inflação e o desemprego não precisa ficar acima da taxa natural para reduzir a inflação.

Neste contexto, vem a defesa da autonomia da autoridade monetária (Banco Central): quanto mais independente ele for dos governantes eleitos (que hesitam em adotar políticas contracionistas que baixam sua popularidade), maior será sua credibilidade em manter a inflação controlada e menores os custos da estabilidade. A autonomia do BC reduziria então a volatilidade das taxas de juros, da inflação e do produto, melhorando a previsibilidade do ambiente macroeconômico e incentivando o investimento.

– A atual aprovação da autonomia do BCB, com mandatos fixos para presidente e diretores, nãocoincidentes com o calendário eleitoral do presidente da República, visa elevar a credibilidade da autoridade monetária, de forma que não estaria sujeita aos ciclos políticos: diante de uma elevação da inflação, o BCB não hesitaria em cumprir seu mandato e elevar os juros para reduzi-la, ainda que isto tenha efeito de elevar a taxa de desemprego no curto prazo, já que não estaria submetido aos interesses do presidente eleito, cuja preocupação estaria na sua popularidade.

Os críticos da autonomia do BCB, por outro lado, argumentam que ela traz poderes excessivos a pessoas que não têm mandato eletivo, que poderiam não cooperar em momentos de crises econômicas, em que políticas expansionistas sejam necessárias, tanto a fiscal como a monetária, dificultando a coordenação entre ambas. Especialmente se o mandato do BC for unicamente ou principalmente o combate à inflação, pode haver um viés pela opção de manter juros elevados e desemprego mais alto, o que também contribuiria para aumentar a concentração da renda e a desigualdade.

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Q

Por que usamos o Dólar ? - Leitura rápida

A

Em suma, o melhor desempenho do dólar nas três funções da moeda faz com que continue sendo a moeda preferida internacionalmente.

1) Tradição de controle da inflação dos EUA = eficácia da unidade de conta = baliza eficientemente diversos mercados, principalmente commodities

2) Os mercados de dólar também são os mais líquidos, o que diminui o custo de transação, fazendo do dólar o meio de troca internacional mais eficiente.

3) Por fim, o entesouramento de notas de dólares por cidadãos de vários países, notadamente na América Latina, é prova inequívoca de quão eficiente é o dólar como reserva de valor.

4) Em momentos de crises internacionais, quando os ativos de risco (especulativos) tendem a perder valor, os safe assets (ativos seguros), como os títulos do Tesouro dos EUA, tendem a se manter incólumes. Mas não só isso. Nas crises, o dólar tende a se apreciar frente às demais moedas, provendo um duplo seguro aos detentores dos safe assets

Sanções, como o congelamento de ativos em dólar de quem desafia os EUA, eleva o interesse por alternativas.

Para ter uma chance de rivalizar com o dólar, a China teria que, ao menos, realizar completa abertura financeira para o mundo, abolindo controles de capital e infundindo confiança na percepção de que não os restabeleceria. Afinal, ninguém quer deter uma moeda que possa ter seu acesso cerceado por algum governo. A pujança econômica chinesa tem aumentado o uso do renmibi nas transações e nas reservas internacionais. O uso de sanções econômicas, como o congelamento de ativos em dólar de países que confrontam os EUA, faz aumentar o interesse por alternativas. Mas o patamar atingido pelo renminbi ainda é baixo.

A maior ameaça à hegemonia do dólar é a possibilidade de descontrole fiscal, e da dívida pública, nos EUA, não o renminbi ou uma hipotética moeda dos Brics.