DRGE Flashcards
Qual a definição de DRGE
Doença crônica decorrente do refluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e regiões adjacentes.
Existe refluxo fisiológico? Se sim, como ele se apresenta
Existe, ocorrendo de 12-20% das 24h. Duram menos de 3min, é pós-prandial e causam pouco ou nenhum sintoma
Qual a fisiopatologia da DRGE
Doença motora, por:
- Relaxamento transitório do EEI
- Hipotonia do EEI
- Aumento pressão intraabdominal (obesidade, gravidez…)
- Hérnia hiatal
- Esvaziamento gástrico lento (pacientes DM)
- Aumento pressão intragástrica
Obs: principais agentes que reduzes pressão do EEI -> alimentos (chocolate, gorduras, café), alguns medicamentos (bloq. canais de CA, morfina, diazepam, barbitúricos…), hormônios (progesterona -mais alta no final da gravidez-, glucagon, secretina…), álcool, tabaco
Quais são os fatores de agressão da mucosa
Componentes do material refluído: HCl, pepsina, ác. biliares, tripsina…
Quais são as barreiras antirrefluxo
Ângulo de His: ângulo formado pela entrada do esôfago no estômago. Quanto mais agudo for ângulo, mais chance de refluxo.
Esôfago intraabdominal: tórax exerce pressão negativa, auxilia evitar refluxo
Quais são os fatores de defesa da mucosa esofágica
- Mecanismos de clareamento:
- peristaltismo
- secreção salivar
- força gravidade - Grau de resistência tecidual:
- pré-epiteliais
- epiteliais
- pós-epiteliais
Qual o quadro clínico da DRGE
Regurgitação (é o sintoma; refluxo é o diagnóstico) e pirose -> sintomas pioram com aumento de peso
Pode se apresentar de forma atípica: com sintomas pulmonares, otorrinolaringológicas e orais -> não é DRGE até que se descarte outras causas
Quais as principais complicações da DRGE
- Esofagite erosiva: inflamação do esôfago distal
- Estenose esofágica: pode dar disfagia
- Esôfago de Barret: metaplasia, pode virar adenocarcinoma (também causa disfagia - nesse caso usa IBP contínuo)
- Complicações respiratórias
Como é feito o diagnóstico de DRGE
Pirose/regurgitação >_2x/semana, por >_4 semanas
+
História clínica
Obs: sinais de alerta para DRGE pediátrica:
- Ganho de peso
- choro/irritabilidade
- problemas respiratórios de repetição
Exames completares que devem ser solicitados na suspeita de DRGE
- EDA: quando há sinais de alarme -> disfagia
- Rx contrastado
- Manometria esofágica: avalia motricidade; não é boa para disgnóstico (usada na acalásia)
- pHmetria 24h -> padrão-ouro; na prática usa só quando está muito na dúvida
- Impedanciometria: também avalia refluxo alcalino; só em grandes centros
- Teste terapêutico com supressão gástrica: mais usado (trata por 2 semanas e pede para voltar)
- Cintilografia: para motricidade tbm
- US endoscópico
Sintomas característicos de DRGE + EDA normal, o que fazer?
Não exclui diagnóstico de DRGE. Faz pHmetria, se positivo confirma diagnóstico, se refluxo fisiológico confirma pirose funcional.
Obs: caso pct não tenha sintomas, mas EDA dê positiva-> confirma diagnóstico
Paciente sem sinal de alarme, tratado com IBP, sem melhora. O que fazer?
Reavalia caso, solicita EDA ou pHmetria
Qual o tratamento para DRGE
- Medidas comportamentais:
- Elevar cabeceira da cama (+- 15cm)
- Não fumar
- Perder peso
- Reduzir refeições noturnas
- Não deitar após comer - Medidas farmacológicas:
- IBP: por 4/8 semanas
- Bloqueadores H2
- antiácidos (só para alívio sintomático, não tratam)
- bloq canais de potássio (venoprazam)
Obs: em caso de gstrectomia, não há tratamento
- Cx: fundoplicatura
- Prescrita para pacientes que melhoram com IBP, mas não conseguem ficar sem. Piora disfagia e sintomas dispépticos
O que fazer se houver falha terapêutica após tratar com IBP
Dobra a dose de IBP: 1cp manhã e outro a noite.
Se for dispepsia funciona, não adianta dobrar dose.
Como funciona o tratamento sob demanda para DRGE
Usa IBP apenas nas crises, após ter feito tratamento completo por 4/8 semanas. NÃO FAZ TRATAMENTO CONTÍNUO.
Obs: não deve ser usado como sintomático -> prescreve anti-ácido