Doença renal crônica Flashcards

1
Q

Principais funções dos rins (5)

A
  1. Excreção de metabólitos como ureia, creatinina e ácido úrico
  2. Excreção de moléculas exógenas > como medicamentos, álcool, etc
  3. Regulação de eletrólitos, ácido-básico e do pH
  4. Produção e secreção hormonal e suplemetar (renina, calcitriol, eritropoietina)
  5. Regulação da PA
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2
Q

O que é a taxa de filtração glomerular (TFG)?

A

É o parâmetro que analisa a capacidade que os rins têm de filtrar (clearance), analisado por um composto que passe pelo filtro glomerular, porém sem ser reabsorvido ou secretado posteriormente, de forma que toda essa substância filtrada seja excretada, para conseguir estimar a TFG.

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3
Q

Explique a fórmula de Cockcroft-Gault para calcular TFG

A

TFG = [(140 - idade) x peso] / C.creat. X 72 (x 0,85 para mulheres)

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4
Q

Por que a creatinina é o biomarcador universal na TFG?

A
  • É endógena
  • É filtrada pelos glomérulos
  • Não é reabsorvida pelo túbulo renal > então é completamente eliminada
  • Sua dosagem no plasma e na urina é simples e barata

OBS:
- Lado negativo é a necessidade de avaliar sexo e idade, pois depende da quantidade de massa muscular, diretamente associada a quantidade de creatinina disponivel, para assim calcular a TFG
- Uma pequena quantidade pode ser secretada, mas não diminui a relevancia da creatinina

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5
Q

Parâmetro diagnóstico de doença renal crônica

A

TFG inferior a 60ml/min por 3 meses
OU
TFG igual ou superior a 60ml/min, se houver marcador de lesão renal por 3 meses

Esses marcadores podem ser:
- Biópsia
- Creatinina sérica, proteinúria, hematúria, RAC
- USG dos rins

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6
Q

Quais os 3 grupos de marcadores de função renal?

A
  • Estrutural: biópsia (alteração histopatológica) > não é necessário
  • Funcional: urina tipo 1, creatinina sérica, hematúria, relação albumina/creatinina (RAC), proteína 24h, albumina 24h > não tem necessidade de fazer exame de 24h, o ideal é utilizar a RAC para avaliar proteina na urina
  • Anatômico: USG renal > redução do tamanho e perda da diferenciação corticomedular (não se aplica a todos os casos)
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7
Q

Explique a importância de avaliar proteina na urina para caracterizar doença renal crônica

A

É um marcador importante de diagnóstico e prognóstico da doença.

Geralmente se evidencia primeiro no sumário de urina a presença de proteina (marcado em cruzes, método semiquantitativo), então se analisa a creatinina e albumina quantitativa, estabelecendo a relação albumina e creatinina (RAC é padrão ouro)

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8
Q

Principais causas de doença renal crônica

A

Disparadamente: HAS e DM
Outras causas:
- Glomerulonefrite
- Doença renal policística
- Mal formações congênitas
- Causas obstrutivas (urolitíase)

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9
Q

Fatores de risco NÃO modificáveis para progressão de DRC (3)

A
  • Idade > idosos
  • Sexo > em geral, masculino
  • Etnia > afrodescendentes por predispor HAs
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10
Q

Fatores de risco modificáveis para progressão de DRC (5)

A
  • Tabagismo
  • Etilismo
  • Controle de HAS
  • Controle de DM
  • Proteinúria > através de medicamento
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11
Q

Grupo de rastreio de DRC

A
  • Maiores de 65 anos
  • Indivídulos com HAS e DM e demais doenças cardiovasculares > no mínimo 1x ao ano
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12
Q

Recomendações de rastreio de DRC (4)

A
  • Exame de urina
  • Estimativa de albuminúria ou proteinúria
  • Medição de creatinina sérica
  • Estimativa de TFG (se usa mais CKD-EPI)
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13
Q

Fisiopatologia da DRC

A

Inicialmente, os rins evoluem para fibrose renal progressiva (comum ocorrer por liberação de citocinas inflamatórias, que geram a proliferação celular e evolui com deposição de fibroblasto) > vai destruindo a microarquitetura > esse tecido fibroso se transforma em colágeno > gera a perda da funcionalidade

OBS: Inicialmente o néfron consegue compensar com mecanismo de hiperfiltração, porém depois evolui com lesão glomerular e perda gradual da funcionalidade

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14
Q

Explique o mecanismo trade-off na fisiopatologia da DRC

A

Com a progressão da lesão renal e queda da TFG, como o glomérulo não está filtrando bem, inibe a reabsorção tubular (para não filtrar novamente essas substâncias) > levando a expansão do VEC, para aumentar a pressão > assim há um aumento da lesão no ultrafiltrado também

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15
Q

Explique a classificação de proteinúria pelo padrão ouro: relação albumina/creatinina

A

Classificação proteinúria pela RAC:
- Nível leve: < 30 (indica microalbuminúria, não necessariamente patológico, comum do envelhecimento)
- Nível moderado: entre 30 e 300 (DRC progredindo)
- Nível grave: > 300 (DRC grave)

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16
Q

Classifique os estágios da doença renal crônica pela taxa de filtração glomerular

A

1: ≥ 90 com marcador de lesão renal por 3 meses
2: 60 a 89 com marcador de lesão renal por 3 meses
3a: 45 a 59
3b: 30 a 44
4: 15 a 29
5: < 15
5-ND: < 15 e não se encontra fazendo diálise
5-D: < 15 e faz diálise

17
Q

Explique o mapa de calor que define prognóstico do paciente renal crônico

A

Mapa que cruza a classificação da doença pela TFG com a classificação de proteinúria, que é um importante marcar de prognóstico

18
Q

Quais patologias causadoras da doença não afetam os rins pela imagem na USG?

A

Acrônimo DEMORAH:
D - Diabetes Mellitus
E - Espessamento Difuso da Membrana Basal
M - Nefropatia Mínima
O - Obstrução do trato urinário
R - Renopatia Hipertensiva
A - Abetalipoproteinemia
H - Hiperparatireoidismo

19
Q

Defina síndrome urêmica

A

Alterações biquímicas e metabólicas por dificuldade de metabolizar toxinas urêmicas > levando a manifestações sistêmicas, as neurológicas são as que mais chamam atenção

20
Q

Explique a lógica de diminuir o consumo de proteínas no doente renal crônico

A

Diminuir a toxina urêmica, formada por restos tóxicos das proteínas.

Assim, a forma de diminuir a produção é toxinas urêmicas, depende do uso de proteína vegetal e priorização de outros macronutrientes

21
Q

Estratégicas para diminuição da síndrome urêmica

A

Aumento da eliminação:
- TRS (terapia renal substitutiva)

Diminuição da produção:
- Dienta baixa em proteínas, rica em fibras e com proteína de origem vegetal
- Quelantes de flora intestinal > ou outros modificadores

22
Q

Qual a relevância de medir a ureia nos exames laboratoriais da DRC?

A
  • É produto da proteína
  • Marcador de função renal pelo seu acúmulo no metabolismo > evoluindo com toxina urêmica
  • É precorsor de outras substâncias tóxicas como a amônia
23
Q

Quais as duas complicações neurológicas da DRC?

A
  • Encefalopatia urêmica: desequilíbrio do nível de consciência por acúmulo de toxinas urêmicas e hiperparatireoidismo
  • Neuropatia periférica: redução da transmissão axonial nos vasos periféricos
24
Q

Explique a encefalopatia urêmica

A

É uma das principais complicações neurológicas da DRC > anormalidades cerebrais, acometendo o nível de consciência por conta das toxinas urêmicas, principalmente da ureia

Associado também ao hiperparatireoidismo secundário, porque o excesso de cálcio cerebral está associado a hiperreações do sensório

25
Quais são as manifestações dermatológicas presentes nos estágios avançados da DRC? (8)
- **Prurido urêmico** > acúmulo de toxinas de pacientes dialíticos - **Xerose** (pele seca) > diminuição da secreção sebácea e sudorípara - **Hiperpigmentação** > deposição de melanina pela retenção de metabólitos urêmicos - **Calcificação cutânea** > calcifilaxia, acúmulo de cálcio em pequenos vasos, atingindo a derme - **Unha de Lindsay** (metade amarela e metade avermelhada) - **Equimose e púrpura** - **Pele amarelada** > acúmulo de caroteno e substâncias urêmicas - **Foliculite e infecções cuâneas**
26
Sintetize os achados gerais nos distúrbios mineral e ósseo da DRC
- Deficiência de calcitriol > forma ativa da vitamina D, produzida nos rins, a qual absorve o cálcio no intestino - Redução da excreção de fósforo pela diminuição da função renal - Aumento do PTH > por hipocalcemia, levando a um maior estímulo de osteoclastos Por isso há alterações laboratoriais como: Aumento de fósforo Diminuição da vit D Diminuição de cálcio Aumento do PTH
27
Defina osteodistofia renal
Achados histológicos, não clínicos. Ocorrem lesões ósseas por alta remodelação óssea, baixa remodelação óssea ou deficiência da mineralização
28
Quais os 04 tipos de osteodistofia renal?
- **Osteíte fibrosa** > alta remodelação óssea pelo excesso de PTH - **Doença óssea adinâmica** > baixa remodelação óssea por mudança brusca, ou seja, quando ocorre supressão brusca do PTH - **Osteomalácia** > pela deficiência de vitamina D, levando a deficiência de mineralização óssea - **Doença mista** > osteíte fibrosa e osteomalácia
29
Quais as consequências do acúmulo de fosfato do DRC? (5)
- Acúmulo de fósforo nos vasos (aterosclerose) - Alteração da forma do vaso com acúmulo na camada média (arteriosclerose) - Calcificação das válvulas cardíacas e miocárdio - Síndrome urêmica - Hiperparatireoidismo secundário > levando a um ciclo vicioso das osteodistrofias
30
Explique o desequilíbrio ácido-base na DRC
- Redução da reabsorção de bicarbonato, redução da secreção de H+ - Redução da eliminação de amônio, fosfato, etc
31
Explique o principal distúrbio hidroeletrolítico
**Hiperpotassemia** (hipercalemia), que pode ser justificado por: - Trocador H+ e K+, tendendo a acúmulo de potássio no meio extracelular pela **acidose metabólica** - Por **hipoaldesteronismo hiporreninêmico** > já que a aldosterona deveria reter sódio e eliminar potássio
32
Caracterize a anemia no renal crônico?
**Normocrômica e normocítica**: Ocorre tipicamente por **deficiência de eritropoietina**, que é uma glicoproteina resposavel pela eritropoiese (produção de eritrocitos) Quando associado a deficiência de ferro por sangramentos gástricos, será hipocrômica e microcítica, mas é menos comum
33
Prevenção para aqueles com risco elevado de DRC (4)
- **Rastreio de lesão renal anual:** sumário de urina, RAC, creatinina sérica e estimativa de TFG - Evitar drogas nefrotoxas e ajustar a dose pela TFG - Fazer USG anual em caso de doença renal policística - Avaliação de risco cardiovascular simultaneamente
34
**Abordagem inicial** do paciente com doença renal crônica (4)
1. Estimar TFG > classificar a DRC 2. Avaliar proteinúria pela RAC > estimar o risco prognóstico ao associar a TFG 3. Identificar fatores de risco cardiovasculares > tratar a causa de base concomitantemente 4. Definir plano de ação
35
Explique a abordagem da DRC no **estágio 1 e 2** (5)
- Identificar e tratar etiologia - Identificar progressão da DRG (considerar progressão se queda da TFG > 5 em 1 ano ou > 10 em 5 anos) - Tratar fatores modificáveis do risco cardiovascular, tais como: DM, dislipidemia, obesidade, tabagismo, etilismo, sedentarismo, etc - Controle rigoroso da PA , alvo inicial com PA < 130/80, ou 140/90 em idosos e diabéticos (risco de hipotensão postural nesse grupo) - Controle farmacológico com IECAS ou BRAS
36
Explique a abordagem da DRC no **estágio 3 (3a e 3b)**
Além dos manejos do estágio 1 e 2, associar a: - Avaliar o estado nutricional - Controle de anemia > manter Hb entre 10 e 11,5 g/dL (pensar em fazer eritropoietina recombinante) - Tratar distúrbios minerais ósseos > normalizar fosfato e cálcio - Correção de acidose metabólica > objetivar bicarbonato de 22 mEq - Medir a cada 6-12 meses: cálcio sérico, fósforo sérico e PTH - Cuidado com a agudização do quadro com LRA associada
37
Explique a abordagem da DRC no **estágio 4**
Associar o manejo do estágio 3, porém o acompanhamento deve ocorrer em períodos mais curtos, devendo ser reavaliado em 3 meses - **Monitorar potássio de perto**, especialmente em uso de IECA e BRA > pacientes sem indicação primária, considerar outras drogas anti-hipertensivas - Controle especial dos medicamentos que vem sendo utilizados, inclusive os que não estão prescritos - Atualização vacinal contra pneumococo, influenza e hepatite B - Conversar com pacientes e parentes sobre a necessidade de dialisar no futuro, evitando punção no membro para preparar a fístula
38
Indicação do início da terapia renal substitutiva (5)
- Sinais ou sintomas imputáveis à insuficiência renal, tais como distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos (hiperpotassemia refratária, acidose metabólica) - Presença de serosites e prurido urêmicos - Dificuldade no controle da volemia e HAS refratária - Deterioração do estado nutricional - Piora do estado cognitivo