diarreias Flashcards

1
Q

definição de diarreia

A

aumento na frequência de ejeção das fezes ou diminuição da sua consistência, com uma massa fecal >200g/dial

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2
Q

classificação da diarreia segundo a duração

A

<2 semanas aguda
2 a 4 semanas persistente
>4 semanas crónica&raquo_space; mais comum nos países desenvolvidos

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3
Q

principais causas de diarreia crónica

A

DII
síndrome do intestino irritável
síndrome de má absorção

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4
Q

principal causa de diarreia aguda

A

infeciosa! geralmente auto-limitada e facilmente tratada

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5
Q

sintomas associados a diarreia

A

vómitos
febre
dor abdominal

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6
Q

2 mecanismos da diarreia

A

diminuição da absorção de água por lesão das células da mucosa intestinal
excreção ativa de água, normalmente induzida por uma toxina&raquo_space; ex: vibrio

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7
Q

consequencias da excreção ativa de água

A

mais desidratação

hipocaliémia

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8
Q

quais são os organismos bacterianos mais frequentes?

A
salmonella
shigella
e. coli
vibrio
campylobacter
yersinia
clostridium
staph aureus
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9
Q

o que é importante perguntar na história clínica?

A

viagens recentes > amebiase
ingestão de leite não pasteurizado, carne ou peixe mal cozinhados > salmonella, shigella, campylobacter
** e tempo entre ingestão do alimento suspeito e início dos sintomas!
AB recente > c. diff
história sexual >
contacto com doentes
características da diarreia (sangue, muco, pus)

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10
Q

diarreia sanguinolenta indica-nos para

A

shigella
salmonella
campylobacter
E. coli enterohemorrágica e enteroinvasiva

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11
Q

quando é que se pedem exames complementares num doente com diarreia?

A
diarreia sanguinolenta
febre alta >38,5º
dor abdominal severa
imunodeprimidos e idosos
>48 horas
>6 dejeções num dia
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12
Q

quando é que se deve fazer a colheita?

A

quanto mais cedo melhor - 1ºs quatro dias

preferencialmente antes de fazer AB

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13
Q

porquê nos primeiros quatro dias?

A

porque a excreção bacteriana é maior

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14
Q

quantas amostras?

A

3 em dias separados, mas 1 de boa qualidade chega normalmente

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15
Q

porquê em 3 dias?

A

devido à excreção intermitente de ovos

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16
Q

como deve ser o recipiente?

A

1º as fezes são emitidas para um recipiente limpo e seco
2º retira-se uma pequena porção, sendo que deve conter sangue, pus ou muco se estiverem presentes, e coloca-se num outro recipiente limpo
3º este recipiente pode estar seco no caso da colheita para C. diff; ou pode conter um meio de transporte
4º se tiver meio de transporte, agitar para se misturar com a amostra

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17
Q

tempo de preservação

A

4 dias com meio de transporte à TA
2h sem meio à TA
3 dias sem meio 2-8º

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18
Q

meios de cultura de rotina

A

MacConkey
SS
campylosel
selenito (líquido)

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19
Q

outros meios de cultura

A

CIN
TCBS
água de peptona alcalina
MacConkey com sorbitol

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20
Q

incubação dos meios

A

todos aerobiose 35-37º por 24h

Campylosel a microaerofilia (5-7% O2 e 5-10% CO2) a 42º por 72h

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21
Q

bactérias ácido-lábeis

A

campylobacter
salmonella
vibrio

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22
Q

fatores de risco para as bactérias ácido-lábeis

A

antiácidos
gastrite atrófica
anemia perniciosa…

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23
Q

meio campylosel - como é que inibe o crescimento das restantes bactérias?

A

com antibióticos - Cefoperazone (cef 3ª geração), Vancomicina (glicopéptido) e Anfotericina B (antifúngico)
que inibem a maioria das bactérias Gram+ , Gram- e leveduras

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24
Q

meio SS - como é que se inibe o crescimento das restantes bactérias?

A

com sais biliares e corantes

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25
meio SS - o que identifica?
colónias incolores ou francamente coloridas > SS | colónias rosa > fermentadoras de lactose
26
meio macconkey - como se inibe o crescimento das restantes bactérias?
com sais biliares e cristal de violeta
27
meio de selenito - outro nome?
meio de Leifson
28
meio de selenito - crescimento de?
é um caldo de enriquecimento de salmonella, que favorece o seu crescimento no meio de uma flora polimicrobiana
29
e. coli - cultura
em macconkey > fica rosa | em macconkey com sorbitol > colónias incolores porque é incapaz de fermentar o sorbitol
30
e. coli - a seguir à cultura
provas de identificação bioquímica Api 20 E * Lac+ * Glu+ * H2S-
31
vários tipos de E. coli e distinção
enterotoxigénica (ETEC) - cólicas enteropatogénica (EPEC) - febre e vómitos enterogregativa (EAEC) * delgado, crianças/viajante, diarreia aquosa enterohemorrágica (EHEC) - O157:H7 SHU enteroinvasiva (EIEC) * colon, diarreia sanguinolenta
32
qual é o serótipo E. coli associado a SHU?
EHEC por produção da toxina shiga
33
shigella - cultura
SS selenito macconkey
34
shigella - a seguir à cultura
prova de identificação bioquímica Api 20 E * Lac- * Glu+ * H2S-
35
shigella - serogrupos
identificados através de testes de aglutinação com antissoros específicos para cada antigénio de superfície s. dysenteriae s. boydii > índia s. sonnei > países desenvolvidos s. flexneri
36
complicações da shigella
SHU!
37
salmonella - cultura
meio SS > colónias pretas selenito macconkey
38
como é que se distingue Salmonella de shigella?
a salmonella, contrariamente à shigella, produz hidróxido de enxofre, que reduz o tiosulfato presente no meio SS tornando as colónias negras
39
salmonella - a seguir à cultura
api 20 E * Lac- * Glu+ * H2S+
40
salmonella - a seguir às provas de identificação
identificação serológica de S. enteritidis S. typhimurium > serótipos da espécie salmonella enterica
41
salmonella está associado à ingestão de
ovos mal cozinhados ou crus | carne ou peixe mal passados
42
yersinia - cultura
macconkey | CIN
43
como é que o CIN inibe o crescimento das outras bactérias
colato, desoxicolato, cristal violeta, Irgasan e antibióticos
44
yersinia - depois da cultura
provas de identificação bioquímica Api 20 E * Lac- * Glu+ * H2S-
45
espécies do Yersenia
Y. enterocolitica | Y. pseudotuberculosis
46
como é que apanha o Yersinia?
zoonose! enterocolitica > suínos, cães e roedores e água contaminada pseudotuberculosis > vegetais
47
clínica da Yersenia
diarreia, febre, dor abdominal | pseudoapendicite! por adenite mesentérica
48
como são os vibrio
bacilos Gram- em forma de vírgula
49
vibrio - cultura
TCBS * colónias amarelas = sacarose+ = cólera * colónias verdes = sacarose- = parahaemoliticus também se pode utilizar o meio líquido de água de peptona alcalina
50
composição do meio TCBS
tiosulfato de sódio e citrato de sódio >> inibem o crescimento das enterobacteriáceas sais biliares > inibem o crescimento de Gram+ sacarose > para distinguir os serótipos
51
água de peptona alcalina - composição
10% cloreto de sódio | pH hiperalcalino 8.8 >> inibe enterobacteriáceas
52
água de peptona alcalina permite crescimento de
vibrio aeromonas plesiomonas
53
vibrio - depois da cultura
identificação bioquímica com api 20 E
54
espécies de vibrio
10 espécies patogénicas que provocam doença gastrointestinal * colerae * parahaemoliticus * vulnificus
55
quais são os serogrupos produtores da toxina da cólera? ou seja, os epidémicos do V. colerae
O1 e O139 (bangladesh 1992)
56
quais são os biotipos do V. colerae?
clássico + na ásia | el tor surgiu na américa latina
57
como ocorre a transmissão de vibrio?
fecal-oral > água contaminada ou alimentos contaminados, principalmente bivalves
58
clínica da cólera
diarreia em água de arroz (incolores, inodoras, sem restos alimentares, raiadas de muco) vómitos
59
aumento da suscetibilidade a cólera
idosos e crianças nas zonas endémicas grupo sanguíneo 0 má nutrição
60
como é que se pode adquirir imunidade à colera
biótipo clássico > reinfeções e el tor biótipo el tor > nenhum O1 só para O1 (O139 não)
61
vibrio - após identificação bioquímica
aglutinação com antissoros específicos | se for O1, determinar biótipo
62
prevenção da cólera
saneamento básico, beber água engarrafada | vacinas
63
vacinas da cólera
monovalente: O1 e tox B; porteção e duração curta em todas as idades e tb protege da ETEC bivalente O1 e O139, proteção por 5 anos, para crianças <5 anos vacinas vivas atenuadas O1
64
V. vulnificus
infeções cutâneas, necrose, sépsis vómitos, diarreia, dores abd ostras cruas!
65
espécies do campylobacter patogénicas para o homem
C coli C jejuni C upsaliensis C fetus
66
campy - como é transmitido?
zoonose! principalmente frango alimentos, leite não pasteurizado e água contaminada > C. coli e jejuni C upsaliensis > cães, animais domésticos
67
campy - + freq em que grupos etários?
crianças e 20-40
68
possível complicação do campy
síndrome Guillain-Barré! por ataque autoimune contra fibras nervosas * C coli e C upsaliensis
69
campy - cultura
campylosel microaerofilia, 42º 72h
70
campy - após cultura
catalase oxidase morfologia
71
campy - provas de identificação?
com Api-NH
72
para além da cultura que outro método se pode usar para detetar campy?
serologia com pesquisa de antigénios | * C. coli e C jejuni
73
o que é que o campy fermenta?
peptona! não fermenta hidratos
74
tratamento do campy
normalmente só reposição hidroeletrolítica | azitro ou eritro em casos de infeção grave ou septicémia
75
como é que o C diff pode provocar infeção?
infeção endógena após antibioterapia que altera a flora normal e permite a sua proliferação - cefalosporinas, clindamicina, ampicilina) infeção exógena por contaminação com esporos - cuidados de saúde
76
toxinas do C diff
enterotoxina A > invasão de PMNs com libertação de citocinas e potenciação da resposta inflamatória que provoca hipersecreção de líquidos e necrose hemorrágica toxina B é citotóxica que despolariza a actina e provoca destruiçao do citoesqueleto
77
quais são os fatores de risco para c diff
antibioterapia com fluoroquinolonas, cefalosporinas, clindamicina e penicilina hospitalização com internamento prolongado ou permanência na UCI >65 anos imunossupressão
78
quando é que se deve pesquisar C diff
doente internado com diarreia >72h ou sem causa bem estabelecida, quer por patologia subjacente quer por terapêutica doente em ambulatório com diarreia e >65 anos
79
em que tipo de amostras se deve pesquisar C diff
só nas diarreicas! se aderem às paredes do frasco
80
seleção dos testes e algoritmo
nenhum em isolamento os de pesquisa das toxinas são pouco sensíveis e específicos pelo menos 2 1. teste de rastreio com pesquisa GDH ou PCR da toxina B 2. teste de confirmação
81
se um doente estiver acamado como é que se faz a colheita?
faz para uma arrastadeira limpa e seca | verificar se não há detergente, sabão ou desinfetante
82
em que situações é que se pode fazer em fezes não diarreicas?
megacólon tóxico, ileus, colite pseudomembranosa sem diarreia colher por colonoscopia avisar laboratório!
83
formas graves da doença por c diff
ileus colite pseudo megacolon toxico as amostras de fezes devem ser conservadas a -20ºC durante 3 meses para estudo epidemiológico
84
métodos para o diagnóstico laboratorial de c diff
cultura deteção de produtos bacterianos - GDH, toxinas e toxicidade celular Testes moleculares/TAAN (PCR ou LAM - amplificação isotérmica)
85
o teste de toxicidade celular deteta o quê?
toxina B
86
os testes moleculares de amplificação de ácido nucleicos podem detetar
gene da GDH gene das toxinas 16sRNA
87
como é que se avalia a capacidade do c diff produzir toxina?
PCR para gene das toxinas | cultura toxinogénica
88
algoritmo dos testes para c diff
1. teste de rastreio com PCR toxina B ou pesquisa de GDH 2. positivo > teste confirmatório 3. negativo > repetir colheita 1. TAAN ou GDH (sensíveis) + 2. teste imunoenzimático (específico) 3. + =CDI; - = portador 1. GDH e teste imunoenzimático 2. GDH+ e EIA > fazer TAAN ou cultura toxinogénica 3. + = portador
89
quais são os testes de referência para detetar C diff?
teste de toxicidade celular > deteta toxina B livre cultura toxinogénica > cultura em anaerobiose durante 48h seguida de teste de toxicidade celular, PCR ou testes imunoenzimáticos A/B
90
resultados positivos de uma cultura se
salmonella, shigella e campylobacter jejuni/coli vibrio coleae, parahaemo, mimicus, fluvialis yersenia enterocolitica e. coli O157:H7 plesiomonas e aeromonas
91
meio de Hektoen
salmonella e shigella
92
meio CIN incubação
48h a 30º
93
resultado "desequilibrio da flora saprófita" indica
predomínio de pseudomonas aeruginosa ou candida
94
meio de transporte
Cary-Blair * meio nutritivo baixo > manutenção sem multiplicação pH alcalino > impede morte das bactérias pelos produtos ácidos do seu metabolismo tioglicolato > baixo potencial de oxidação-redução
95
material para cultura
``` tubo de centrífuga ansa pipeta de Pasteur estéril soro fisiológico Câmara de fluxo laminar para os que originam aerossois ```
96
infeção comum em homossexuais
giardia lamblia
97
exame físico numa diarreia
verificar se há desidratação - pele e mucosas, taquicardia, hipotensão febre > invasivos excluir apendicite, diverticulite
98
mcdts das diarreias
análises * hemograma (anemia e leucócitos) * ionograma e ureia e creatinina > depleção de fluidos e eletrólitos coprocultura pesquisa de ovos e parasitas endoscopia
99
a quem se deve fazer coprocultura
``` imunodeprimidos comorbilidades importantes doença severa diarreia sanguinolenta DII ```
100
a quem se deve pesquisar ovos e como
viagens recentes a regiões endémicas crianças em infantário homossexuais diarreia sanguinolenta com poucos leucócitos fecais * 3 dias consecutivos porque excreção intermitente
101
a quem se deve fazer endoscopia
suspeita de colite pseudomembranosa, DII, colite isquémica | imunodeprimidos
102
tratamento da diarreia
reposição hidro-eletrolítica | ABs se diarreia severa: quinolonas (cipro e levo) ou macrólidos (eri ou azitro)
103
quando se faz AB empírica?
forte suspeita sem diagnóstico confirmado mcdts não permitem diagnóstico diagnóstico estabelecido mas sem tratamento específico