Diabetes Flashcards

1
Q

Descrever DMT1

A

Corresponde à destruição de células autoimunes tipo beta que produzem insulina nos ilhéus de Langerhans no pâncreas. Normalmente associados a causas autoimunes. Há tendência para perda de peso e cetoacidose. Pode haver predisoposição hereditária por alteração a nível do HLA-DR3 ou HLA-DR4. Vários fatores ambientais também estão envolvidos, como vírus da rubéola/enterovírus/rotavírus ou o consumo de leite de vaca que leva a redução da vit. D e alterações da microbiota.

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2
Q

Descrever DMT2

A

Principalmente associada a excesso de peso, sedentariedade e ingestão alcoólica. Existe grande componente hereditária (mais que na DMT1 mas sem associação ao HLA). Aqui há deficiência na produção de insulina, resitência a esta e aumento na produção de glicose.

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3
Q

O que é a diabetes MODY?

A

É a diabetes madura nos jovens. Tem transmissão autossómica dominante e aqui o peptídeo C é indoseável. Existem 12 tipos de diabetes MODY sendo os tipos 2 e 3 os mais comuns

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4
Q

O que é a diabetes imunomediada do adulto de evolução lenta?

A

Semelhante a uma DMT1 dos adultos que se desenvolve lentamente tendo características semelhantes à síndrome metabólica. Esta é muitas vezes medicada com antidiabéticos orais e só depois com insulina

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5
Q

Para além da DMT1, DMT2, MODY e Diabetes Imunomediada do Adulto com Evolução Lenta que tipos de diabetes existem?

A

Monogénica (+ rara), doenças do pâncreas exócrino (pancreatite crónica, alcoolismo), doenças endócrinas (Cushing, acromegália, feocromacitoma, gravidez), Infecciosa (por pancreatiate), induzida por fármacos (principalmente glicocorticoides), Diabetes não classificada, Diabetes na Gravidez e Diabetes Gestacional

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6
Q

Quais são os critérios para estabelecermos diagnóstico de Diabetes?

A

Se tiver sintomas de hiperglicemia: glicémia plasmática ocasional >=200 mg/dL OU glicémia plasmática em jejum >=126 mg/dL OU HbA1c >= 6.5% OU PTGO>=200 mg/dL
Se não tiver sintomas de hiperglicemia: fazemos pelo menos dois dos testes acima mencionados (como PTGO e glicémia plasmáti em jejum)

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7
Q

Quando pensamos em anomalia da glicémia em jejum?

A

Quando temos uma glicémia em jejum entre 110-126 mg/dL. Depois fazemos a PTGO que, se estiver <140 confirma a anomalia da glicémia em jejum

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8
Q

Quando pensamos em anomalia da intolerância à glicose?

A

Quando a glicémia plasmática em jejum é <126 mg/dL e depois a PTGO está entre 140-200 mg/dL

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9
Q

Como é que se diagnostica a Diabetes Gestacional?

A

Na primeira consulta pré-natal mede-se a glicose:

  • Se em jejum >=126 mg/dL OU ocasional >200 + sintomas ou HbA1c >= 6.5% considera-se e trata-se como diabetes prévia
  • Se a glicémia estiver entre 92-126 diagnosticamos como diabetes gestacional
  • Se <92 mg/dL fazemos TPGO à 00h, 1h e 2h. Se às 0h é >=92, à 1h >=180 e às 2h >=153 confirma diabetes gestacional. Se às 2h for >=200 é diabetes na gravidez.
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10
Q

Que anticorpos pedimos para diagnóstico de DMT1?

A

ICA, IAA, GADA, IA-2A, ZnT8

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11
Q

Quais são os estadios de DMT1?

A

Estadio 1: autoimunidade, pré-sintomática, normoglicémia, sem anormalidades de glicémia ou de tolerância à glicose
Estadio 2: autoimunidade, disglicémia, pré-sintomática
Estadio 3: hiperglicémia, sintomática e diabetes

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12
Q

Para além da análise à glicose e aos anticorpos, que exames podemos fazer?

A

Peptídeo C - marcador de produção de insulina segragado pelas células ß. Se for baixo indica baixos níveis de insulina (DMT1) e se for alto indica elevados níveis de insulina (DMT2)
Análise à Urina - podemos encontrar microalbuminémia que um sinal precoce de nefropatia diabetica, glucosúria e corpos cetónicos

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13
Q

Quais são os objetivos terapêuticos na diabetes? (HbA1c, glicémia pré-prandial e pós-prandial, TG, HDL, LDL, TA)

A

HbA1c: crianças e adolescentes < 7.5% e no resto <7%. (no entanto se os diabetes forem de curta duração podemos tentar <6.5% ou se não estiverem controlados e houver complicações vasculares, comorbilidades e hipoglicemias podemos tentar <8%)
Glicémia pré-prandial: 80-130 mg/dL
Glicémia pós-prandial: <180 mg/dL
TG: <150
HDL: mulheres >50, homens >40
LDL: <100 (se tiver DCVA <=70)
TA sistólica: <140 mmHg
Ta diastólica: <90 mmHg
- Se o doente tiver HTA+Diabetes+Risco Cardiovascular: 130-80 mmHg
- Se há Gravidez+HTA+Diabetes: 110-135/85 mmHg

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14
Q

O que faz a insulina?

A

Como é secretada como resposta à hiperglicémia, atua nos tecidos periféricos estimulando a utilização da glicose e síntese de glicogénio, inibe a lipólise e reduz a utilização de proteínas do músculo. No caso da DMT1 dá-se desde o diagnóstico.

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15
Q

Quantas administraçõeequer a insulina covencional? E a intensiva?

A

A convencional 1-2 administrações por dia e a intensa pelo menos 3/dia (com injeção sucutânea com caneta ou por bomba perfusora insulina subcutânea)

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16
Q

Quando recorrem a insulinoterapia intensiva que insulinas utilizamos?

A

Insulina rápida + Insulina lenta

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17
Q

Que insulinas humanas existem? Como se caracterizam?

A

Ação curta: insulina regular (damos antes da refeição porque demora cerca de 30 mins a atutem pico passado 2h)

Ação intermédia: insulina NPH e detemir (início de ação 1-3h e durava cerca de 10-18h, logo seria preciso duas injeções e pode originar hipogliecmia noturna, logo são pouco usados - mais utiliza em doentes a fazer corticoterapia com diabetes secundária a esses

Bifásicas: insulina regular/insulina NPH (pouco flexíveis, mas úteis em doentes que vivem sozinhos)

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18
Q

Que análogos da insulina humana existem?

A

Ação ultra-rápida: aspártico ultra-rápida (pode ser dada imediatamente antes da refeição)
Ação rápida: aspártica, lispro e glulisina (atuam em 15-30min, com pico entre a 1-2h e duração de 4h)
Ação prolongada: glargina - Lantus ou Targeu (mais concentrada) (atuam em 2-4h e ficam +/- 24h
Ação ultra-prolongada: degludec (duração de ação pode chegar a 42h permitindo que o doente não precise de administrar sempre à mesma hora tendo maior flexibilidade mas é mais difícil de ajustar)

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19
Q

Que terapêutica nutricional deve ser implementada?

A

Manter peso, glicémia, lípidos e TA dentro dos parâmtros adequeados, dieta hipoglucídica individualizada. Em caso de obesidade: défice calórico de 500-750 Kcal/dia. Sódio até 2.3g/dia ou, se houver HTA ou IR até 2g/dia. Atividade física >=150min/semana ou, no excesso de peso, 200-300 min/semana.
Se houver obesidade a perdade peso terá que ser >5%

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20
Q

Que fármacos interferem com a secreção de insulina?

A

Sulfunilureias, Meglitinidas e Incretinas

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21
Q

Que fármacos interferem com a resistência à glicose?

A

Metformina e Tiazolidinedionas

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22
Q

Que fármacos interferem com a reabsorção de glicose?

A

Inibidores do SGLT-2

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23
Q

Que fármacos interferem no controlo do apetite?

A

Incretinas e Amilina

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24
Q

Que fármacos interferem na secreção de glucagon?

A

Incretinas e Amilina

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25
Q

Quais são os análogos do GLP-1? Quais as suas características? (ação, vantagens e desvantagens)

A

São o lireglutide e o exenatide. Ativam o recetor das incretinas, aumando a secreção de insulina e diminuindo a de glucagon. Tem como vantagens a perda de peso e não induzir em hipoglicémias preservando as células ß e como desvantagens os efeitos GI, pancreatite aguda e, no caso de lireglutide, levar a hiperplasia de células C/carcinoma medular da tiroide.

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26
Q

Quais são os inibidores da DPP4? Quais as suas características (ação, vantagens e desvantagens)?

A

São as gliptinas: sitagliptina, vildagliptina etc. Inibem a DPP4 que é uma enzima responsável por degradar as incretinas, logo estes fármacos levam ao aumento da sua concentração. Assim, há um aumento da insulina e diminuição do glucagon. Tem como vantagens não levar a hipoglicémia, diminuir a glicémia em jejum e a pós-prandial e não tem efeito no peso corporal. Por outro lado aumenta o risco de pancreatite+angioedema e tem um custo elevado e não se conhece a sua segurança a longo prazo.

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27
Q

Quais são as sulfonilureias? Quais as suas características? (ação, vantagens e desvantagens)

A

São a glipizida, glicazida, glibenclamida e glimepirida. Ativam o canal de K+ nas células pancreáticas estimulando a secreção de insulina. Têm como vantagem o baixo custo e serem bem toleradas, mas podem levar a hipoglicémias (uma vez que estimulam a insulinoprodução dependente da glicose), aumentam o peso e podem levar à falência das células ß. Estão contraindicadas na IR grave e na IH moderada a grave.

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28
Q

Quais são as meglitidinas? Quais as suas características? (ação, vantagens e desvantagens)

A

É a nateglinida. Ligam-se ao canal de K+ das células ß estimulando a secreção de insulina. Tem como vantagem diminuir a hiperglicémia pós-prandial, uma vez que atua muito rápido. Por outro lado, aumenta o peso corporal, pode levar à falência das células ß, pode causar hipoglicémia e precisa de várias tomas.

29
Q

Quais são as beguanidas? Quais as suas características (ação, vantagens e desvantagens)

A

É a metformina que aumenta a captação de glicose pelos tecidos, diminui a neoglicogénese hepática e diminui a absorção intestinal de glicose. Tem como vantagens o baixo custo, não levar a hipoglicémias e não aumentar o peso para além de melhor o hiperinsulismo, HTA, aterosclerose etc. No entanto tem efeitos GI, pode levar a acidose lática e a défice de vit. B12. Está contraindicado na IR, se houver EAM+angina instável+IC/I. respiratória e na doença hepática grave.

30
Q

Quais são as gliazonas? Quais as suas características (ação, vantagens e desvantagens)?

A

É a pioglitazona. Liga-se ao PPAR-gama promovendo a adipogénese e captação de ácidos gordos, o que aumenta a sensibilidade periférica à glicose e reduz a gliconeogénese. Tem como vantagens não levar a hipoglicémia e aumentar o perfil lipídico. No entanto, leva a aumento de peso por retenção hídrica, edema periférico e são caros. Está contraindicado na IC classe II, insuficiência hepática e no risco de neoplasia da bexiga.

31
Q

Quais são os iSGLT-2? Quais as suas características (ação, vantagens, desvantagens)?

A

São as glifozinas que inibem os co-transportadores de sódio e glucose no túbulo contornado proximal, inibindo a reabsorção de glucose e aumentando a sua excreção. Tem como vantagem não induzir em hipoglicémias, diminuir a PA levar a perda de peso. Como desvantegens pode originar infeções urinárias e genitais, desidratação, aumento das LDL e tem um custo elevado.

32
Q

Quais são os inibidores da alfa-glucosidase? Quais as suas características (ação, vantagens e desvantagens)?

A

É a acarbose que bloqueia a alfa-glucosidase atrasando a degradação e absorção dos HC. Tem como vantagens ter uma ação local, diminuindo a hiperglicémia pós-prandial e não influenciar o peso. Como desvantagens os efeitos GI e as administrações frequentes. Está CI na DII e na doença renal+hepatica moderada/grave.

33
Q

Qual é a primeira linha de tratamento na DMT2?

A

Metformina e alterações do estilo de vida.

34
Q

Doente com DMT2 com doença cardiovascular aterosclerótica ou indicadores de doença cardiovasculare de alto risco, o que podemos dar?

A

Agonista do recetor GLP-1 ou iSGLT-2. Se não melhorar damos também o outro (ou seja, se estiver a fazer agonista do recetor GLP-1 damos também iSGLT-2 e vice-versa).

35
Q

Num doente com DMT2 e com IC, com fração de injeção<45, o que damos?

A

iSGLT2

36
Q

Num doente com DMT2 e com IRC (como nefropatia diabética e albuminúria), o que damos?

A

iSGLT2 (reduz a progressão da nefropatia diabética) ou, se este não for tolerado, damos GLP-1?

37
Q

Para reduzir o risco de hipoglicemias num doente o que damos?

A

IDPP4, agonista do recetor GLP-1, iSGLT2 e TZD.

38
Q

Para minimizar a perda de peso ou promover o ganho de peso, o que damos?

A

iSGLT-2 ou agonista do recetor do GLP-1

39
Q

Para reduzir os custos, o que damos?

A

TZD ou SU

40
Q

Quando começamos uma terapêutica injetável, é preferível dar insulina ou agonistas dos recetor do GLP-1?

A

O agonista do recetor do GLP-1 porque há menos hipoglicémias e benefícios no ganho de peso.

41
Q

Quando damos insulina em doentes com DMT2?

A

Quando não atingimos os objetivos terapêuticos e quando há mau controlo.

42
Q

Qual é a fisiopatologia da cetoacidose diabética?

A

O défice de insulina leva a hiperglicémia que origina glicosúria. Esta arrasta água e eletitos resultando em desidratação e hipovolémia. Assim, há um aumento das hormonas contra-regulatórias que aumentam a lipólise oxidando os ácidos gordos do fígado a corpos cetónicos que reduzem o bicarbonato levando a acidose metabólica. No músculo há aumento da proteólise e no fígado da producão de glicose hepática. Assim, é uma emergência médica caracterizada pela tríade de hiperglicémia não controlada + corpos cetónico + acidose metabólica e é mais comum em DMT1 por ter maior insulopenia mas também pode acontecer na DMT2.

43
Q

O que pode precipitar cetoacidose diabética?

A

Infeções ou causas não infeciosas como EAM, AVC, alcóol, pancreatite, incorreta medicação com insulina.

44
Q

Quais são as manifestações clínicas da cetoacidose diabética?

A

Sintomas de hiperglicémia (polidipsia e poliúria + perda de peso), dor abdominal, náuseas, vómitos, desidratação, taquicardia, hiperventilação, sonolência e letargia.

45
Q

Como fazemos o diagnóstico de cetoacidose diabética?

A

Glicémia capilar > 300 mg/dL, cetonúria e cetonémia (>= 3 mmol/L), pH<7.3 com redução do bicarbonato. Leucocitose no hemograma

46
Q

Que complicações podem surgir derivada da cetoacidose diabética?

A

Edema cerebral, hipoglicémia, hipocaliémia, alcalose e choque.

47
Q

Como tratamos a cetoacidose diabética?

A

Verificamos o K+:

  • Se <3.3 corrigimos o K+ primeiro e depois damos insulina
  • Se 3.3-5.2 damos 2 ampolas de K+ e insulina
  • Se >5.2 não damos K+ e vigiamos com gasimetria a cada 4h até corrigir o pH

A insulina administrada é a regular ou rápida via i.v. com bomba de infusão contínua. Também fazemos fluidoterapia (porque a glucosúria leva a desidratação por arrastar a água sendo agravada por poliúria e polidipsia que agrava função renal)

48
Q

Qual é a fisiopatologia da síndrome hiperglicémia hiperosmolar?

A

Como é mais comum na DMT2 (ainda que possa acontecer na DMT1) os doentes têm insulina suficiente para evitar cetoacidose mas como não conseguem controlar a hiperglicémia há desidratação intensa. Assim, caracteriza-se por hiperglicémia severa (glicose >600 mg/dL) + desidratação + hiperosmolaridade (>300) + ausência de corpos cetónicas.

49
Q

O que pode precipitar síndrome de hiperglicémia hiperosmolar?

A

Infeções e, na maior parte dos doentes, a desidratação é desencadeada por diminuição do consumo de água e pela alteração do centro de sede.

50
Q

Quais são as manifestações clínicas da síndrome de hiperglicémia hiperosmolar?

A

Sintomas de hiperglicémia, taquicardia, temperatura subfebril e sintomas do SNC (fraqueza, diminuição do estado de consciência, convulsões, reflexos cutâneo plantares em extensão).

51
Q

Como fazemos o diagnóstico de síndrome de hiperglicémia hiperosmolaridade?

A

Glicémia capilar superior ao doseável, cetonúria ausente, acidose moderada por presença de lactatos na gasimetria, azoto ureico e creatinina elevada, TGO, LDH, CK aumentadas e leucocitose no hemograma.

52
Q

Qual é o tratamento da cetoacidose diabética e da síndrome hiperglicémia hiperosmolar?

A

Hidratação com soro fisiológico e soro com glicose a 5% se a glicemia<250/300 mg/dL (temos que ter cuidado porque a maior parte destes doentes são idosos e têm menor reserva metabólica, o que pode levar a sobrecarga hídrica com edemas e edema agudo do pulmão sendo necessário vigiar o débito urinário), insulinoterapia com insulina de ação curta (que reverte a a acidose lática), KCl, bicarbonatos se pH<= 6.9 e repete-se gasimetria 30min depois, sonda nasogástrica se houver vómitos, O2 se PO2<80mmHg, antibioterapia. No caso da síndrome hiperglicémia hiperosmolar podemos dar enoxiparina/heparina para prevenir eventos trombóticos.

53
Q

A partir de que valores pode ocorrer hipoglicémia?

A

Nos diabéticos se glicémia < 70 mg/dL, mas em não doentes pode ocorrer se < 40/50 mg/dL. É mais frequente na DMT1 do que na 2

54
Q

O que pode precipitar hipoglicémia?

A

Pode ocorrer em doentes que façam insulina (por excesso desta), sulfonilureias e meglitinidas, em doentes com neoplasias de células ß, neoplasias extra-hepáticas, endocrinopatias e deficiências enzimáticas. Também pode ser desencadeada por diminuição da ingestão alimetar ou excesso de consumo de glicose (por exercício físico intenso), infeções + diminuição da depuração dos fármacos hipoglicemiantes e diminuição da neoglicogénese hepática como no álcool.

55
Q

Que manifestações clínicas podem surgir da hipoglicémia?

A

Sintomas autonómicos como ansiedade, irritação, palpitações, sudorese, tremores, náuseas e sintomas neuroglucopénicos como astenia, cefaleias, visão turva, diplopia, confusão, convulsões, incoordenação motora e coma

56
Q

Como tratamos a hipoglicemia?

A

Soro glicosado hipertónico 50%, 25-50 mL bólus ev, glucagon 1mg, glicose oral 20-40 mg.

57
Q

Quais são as complicações microvasculares de diabetes?

A

Retinopatia diabética, Nefropatia diabética e Neuropatia diabética

58
Q

Quais são as complicações macrovasculares da diabetes?

A

Doença coronária, doença arterial periférica e doença cerebrovascular

59
Q

Quando fazemos o diagnóstico de retinopatia diabética na diabetes?

A

Na DMT2 fazemos logo após o diagnóstico, na DMT1 fazemos 5 anos depois. É a principal causa de cegueira.

60
Q

Que tipos de retinopatia existem?

A

Retinopatia não proliferativa (+ comum) e proliferativa e maculopatia.

61
Q

Que achados oftalmológicos se encontram na retinopatia não proliferativa?

A

Microaneurismas, hemorragias e exsudatos duros. É reversível.

62
Q

Que achados oftalmológicos podemos encontrar na retinopatia proliferativa?

A

Manchas em algodão, hemorragias e veias em rosário. Não são reversíveis e são tratadas com agentes vasculares e laser.

63
Q

O que acontece na neuropatia diabética?

A

É a neuropatia sensitivo-motora periférica em que há lesão das pequenas fibras nervosas com perda sensibilidade o que altera os níveis de pressão, havendo maior pressão nos metatarsos. Para além disso há também parestesias, distesias e, por vezes, dor neuropática. Podem formar-se várias lesões como úlceras que infetam o osso e os tecidos circundantes podendo levar a amputações.

64
Q

O que é o pé neuropático?

A

É um pé quente, com elevada vascularização que promove a rarefação óssea e alterações da sensibilidade. Sangra muito e podem surgir úlceras nas zonas dos metatarsos.

65
Q

O que é o pé vascular puro?

A

É um pé frio com diminuição do tempo de preenchimento capilar. As úlceras surgem nas extremidades, sendo muito dolorosas. Podemos avaliar a vascularização através do Doppler. Se houver ausência de vascularização e úlcera, primeiro revascularizamos e depois tratamos o pé.

66
Q

O que é o pé misto ou neuroisquémico?

A

É quando há pulsos palpáveis (sinais de componente vascular presente, mas podemos ter os dedos a necrosar devido ao processo infecioso. (???)

67
Q

Como diagnosticamos a nefropatia diabética?

A

Pedimos a microalbuminúria, o doseamento de creatinina, taxa de filtração glomerular e razão amina/creatinina. É a principal causa de doença renal terminal com necessidade de diálise e transplante renal.

68
Q

Como podemos prevenir a nefropatia diabética?

A

Com controlo hiperglicémico, tratamento hipertensivo com IECAs ou ARAs quando há HTA e proteinúria e diminuindo o consumo de sal.