DETERMINANTES DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR. Flashcards
** A FG é determinada pelo quê?
A FG é determinada
(1) pela soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas através da membrana glomerular que fornecem a pressão efetiva de filtração; e
e (2) pelo coeficiente glomerular Kf . Expressa matematicamente, a FG é igual ao produto de Kf pela pressão líquida de filtração:
FG = Kf × Pressão líquida de filtração
Defina a pressão efetiva de filtração.
Como a FG deve ser expressa?
A pressão efetiva de filtração representa a soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas que favorecem ou se opõem à filtração através dos capilares glomerulares.
. Essas forças incluem:
(1) a pressão hidrostática, nos capilares glomerulares (pressão hidrostática glomerular, PG ) que promove a filtração;
(2) a pressão hidrostática na cápsula de Bowman (PB ), por fora dos capilares que se opõe à filtração
; (3) a pressão coloidosmótica das proteínas plasmáticas (pG ) que se opõe à filtração;
e (4) a pressão coloidosmótica das proteínas na cápsula de Bowman (pB ) que promove a filtração. (Sob condições normais, a concentração de proteínas, no filtrado glomerular é tão baixa que a pressão coloidosmótica do líquido, na cápsula de Bowman, é considerada nula.)
Portanto, a FG pode ser expressa como:
FG = Kf × (PG − PB − pG + pB )
Embora os valores normais para os determinantes da FG não tenham sido medidos diretamente em seres humanos, eles foram estimados em animais, como cães e ratos. Com base nos resultados em animais, as forças normais aproximadas, que favorecem e se opõem à filtração glomerular nos seres humanos, são as seguintes:
Quais são as forças favoráveis à filração e as forças que se opõe a filtração?
Forças Favoráveis à Filtração (mmHg)
Pressão hidrostática glomerular 60
Pressão coloidosmótica na cápsula de Bowman 0
Forças que se Opõem à Filtração (mmHg)
Pressão hidrostática na cápsula de Bowman 18
Pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares 32
Pressão efetiva de filtração = 60 − 18 − 32 = +10 mmHg
Alguns desses valores podem ser substancialmente alterados em diferentes condições fisiológicas, enquanto outros são alterados principalmente em estados patológicos
O AUMENTO NO COEFICIENTE DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR ELEVA A FG, sendo assim, como o Kf é calculado ?
lembrar: área de superfície dos capilares glomerulares e condutividade hidráulica ( capilar espesso ou não)
O Kf é a medida do produto da condutividade hidráulica e da área de superfície dos capilares glomerulares. O Kf não pode ser medido diretamente, mas é estimado experimentalmente pela divisão da intensidade da filtração glomerular pela pressão efetiva de filtração:
Kf = FG/Pressão efetiva de filtração
Como a FG total para ambos os rins é de cerca de 125 mL/min e a pressão efetiva de filtração é de 10 mmHg, o Kf normal é calculado aproximadamente 12,5 mL/min/mmHg de pressão de filtração. Quando o Kf é expresso por 100 gramas de peso renal, seu valor é 4,2 mL/min/mmHg, valor cerca de 400 vezes mais alto que o Kf da maioria dos outros sistemas capilares do corpo; o Kf médio, de muitos outros tecidos no corpo, é de apenas cerca de 0,01 mL/min/mmHg por 100 gramas. Esse alto Kf para os capilares glomerulares contribui, de modo acentuado, para a rápida intensidade de filtração do líquido
Embora o Kf elevado aumente a FG e o Kf diminuído reduza a FG, alterações no Kf , provavelmente não são mecanismos primários para a regulação normal da FG no dia a dia. Algumas doenças, no entanto, reduzem o Kf pela diminuição do número de capilares glomerulares funcionantes (portanto, reduzindo a área de superfície para filtração) ou pelo aumento da espessura da membrana capilar glomerular e redução da sua condutividade hidráulica. Por exemplo, hipertensão crônica não controlada e diabetes melito gradualmente reduzem o Kf pelo aumento da espessura da membrana capilar glomerular e, eventualmente, pela lesão grave dos capilares, o que ocasiona perda da função capilar
Por quê a pressão hidrostática aumentada na cápsula de bowman diminui a FG?
Medidas diretas da pressão hidrostática, na cápsula de Bowman, utilizando micropipetas em diferentes pontos no túbulo proximal em animais experimentais sugerem que uma estimativa razoável para pressão, na cápsula de Bowman em adultos, é cerca de 18 mmHg sob condições normais.
Aumentando-se a pressão hidrostática na cápsula de Bowman, reduz-se a FG, enquanto ao se diminuir essa pressão, a FG se eleva. No entanto, alterações na pressão da cápsula de Bowman normalmente não servem como meio primário de regulação da FG.
Em certas condições patológicas, associadas à obstrução do trato urinário, a pressão na cápsula de Bowman pode aumentar, de forma acentuada, causando redução grave da FG. Por exemplo, precipitação de cálcio ou de ácido úrico pode levar à formação de “cálculos” que se alojam no trato urinário, frequentemente no ureter e, dessa maneira, obstruindo a eliminação da urina e aumentando a pressão na cápsula de Bowman. Essa situação reduz a FG e, eventualmente, pode ocasionar hidronefrose (distensão e dilatação da pelve renal e dos cálices) e lesar ou até mesmo destruir o rim, a menos que a obstrução seja revertida.
como a A PRESSÃO COLOIDOSMÓTICA CAPILAR AUMENTADA REDUZ A FG?
À medida que o sangue passa da arteríola aferente ao longo dos capilares glomerulares para as arteríolas eferentes, a concentração de proteínas plasmáticas aumenta por cerca de 20%.
A razão para esse aumento é que aproximadamente um quinto do líquido nos capilares passa por filtração para o interior da cápsula de Bowman, concentrando as proteínas plasmáticas glomerulares que não são filtradas
Assumindo-se que a pressão coloidosmótica do plasma, que entra nos capilares glomerulares, seja de 28 mmHg, esse valor geralmente aumenta para cerca de 36 mmHg, quando o sangue alcança a terminação eferente dos capilares. Portanto, a pressão coloidosmótica média das proteínas plasmáticas nos capilares glomerulares, fica entre 28 e 36 mmHg, ou em torno de 32 mmH
Assim, dois fatores que influenciam a pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares são:
obs: continuação de como a pressão coloidosmótica capilar aumentada reduz a FG.
o (1) a pressão coloidosmótica no plasma arterial;
(2) a fração de plasma filtrada pelos capilares glomerulares (fração de filtração).
Aumentando-se a pressão coloidosmótica do plasma arterial, eleva-se a pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares, que, por sua vez, diminui a FG.
Aumentando-se a fração de filtração também se concentram as proteínas plasmáticas e se eleva a pressão coloidosmótica glomerular
Como a fração de filtração é definida como FG/fluxo plasmático renal, a fração de filtração pode ser aumentada pela elevação da FG ou pela redução do fluxo plasmático renal. Por exemplo, redução do fluxo plasmático renal, sem nenhuma alteração inicial na FG, tenderia a aumentar a fração de filtração, o que elevaria a pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares e reduziria a FG. Por essa razão, alterações do fluxo sanguíneo renal podem influenciar a FG, independentemente de variações da pressão hidrostática glomerular
Com o aumento do fluxo sanguíneo renal, fração mais baixa de plasma é inicialmente filtrada para fora dos capilares glomerulares, causando elevação mais lenta na pressão coloidosmótica, nos capilares glomerulares e menos efeito inibidor da FG. Consequentemente, até mesmo, com pressão hidrostática glomerular constante, a maior intensidade do fluxo sanguíneo para o glomérulo tende a aumentar a FG, e menor intensidade do fluxo sanguíneo tende a diminuir a FG
A PRESSÃO HIDROSTÁTICA CAPILAR GLOMERULAR AUMENTADA ELEVA A FG
A pressão hidrostática glomerular é determinada por três variáveis, cada uma das quais sob controle fisiológico:
(1) pressão arterial–>O aumento da pressão arterial tende a elevar a pressão hidrostática glomerular e, portanto, aumentar a FG.;
(2) resistência arteriolar aferente; –> A resistência aumentada das arteríolas aferentes reduz a pressão hidrostática glomerular e diminui a FG.De modo oposto, a dilatação das arteríolas aferentes eleva tanto a pressão hidrostática glomerular quanto a FG
(3) resistência arteriolar eferente
A constrição das arteríolas eferentes aumenta a resistência ao fluxo de saída dos capilares glomerulares. Esse mecanismo _eleva a pressão hidrostática glomerula_r, e, enquanto o aumento da resistência eferente não reduzir demasiadamente o fluxo sanguíneo renal, a FG se elevará discretamente
Em que caso a constricção da arteríola eferente diminui a FG?
No entanto, como a constrição arteriolar eferente também reduz o fluxo sanguíneo renal, a fração de filtração e a pressão coloidosmótica glomerular aumentam, à medida que a resistência arteriolar eferente se eleva.
Portanto, se a constrição das arteríolas eferentes é grave (mais que três vezes o normal), a elevação da pressão coloidosmótica excede o aumento na pressão hidrostática capilar glomerular, causada pela constrição arteriolar eferente. Quando essa situação ocorre, a força efetiva de filtração na realidade diminui, provocando redução na FG.
Em resumo, a constrição de arteríolas aferentes reduz a FG. Entretanto, o efeito da constrição arteriolar eferente depende do grau de constrição; constrição eferente moderada eleva a FG, mas constrição eferente grave (aumento na resistência de mais de três vezes) tende a reduzir a FG.