Desenvolvimento cognitivo nos três primeiros anos de vida Flashcards
Na Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Piaget, a inteligência nos dois primeiros anos de vida
pode ser caracterizada em três grandes domínios, quais?
- Inteligência Sensório-motora
A criança relaciona-se com o mundo através de ações motoras que envolvem os órgãos dos sentidos. - Inteligência Prática
Voltada para a resolução de pequenas questões pragmáticas ligadas às necessidades alimentares e
posturais do dia-a-dia da criança. - Inteligência Pré-verbal
A lógica da ação é anterior ao aparecimento da fala.
Segundo Piaget, o desenvolvimento da inteligência sensório-motora está divida em seis estádios, quais?
Exercícios reflexos (0-1m)
Reações circulares primárias (1-4m)
Reações circulares secundárias (4-8m)
Novas coordenações de esquemas secundários (8-12m)
Reações circulares terciárias (12-18m)
Invenções de novos meios por combinação mental (18-30 meses)
Para que serve a tarefa da Permanência do objeto?
Permite-nos perceber se os bebés já realizaram uma representação mental de algo de algo que não está à vista. Se o bebé continuar a reagir a um objeto que agora está escondido, que já não está no seu campo percetivo, podemos ter alguma certeza de que o bebé tem uma representação mental desse objeto.
Quais são as diferentes explicações para o insucesso na tarefa do erro A não B?
A explicação dada por Piaget para este erro é que os
bebés tinham integrado no seu esquema que um objeto estava escondido debaixo daquele pano, e, portanto, agora não conseguem atualizar novamente com a nova informação e, por isso, vão sempre fazer esta ação motora de ir procurar naquele sítio, que era no sítio onde tinham atualizado aquele esquema.
Explicações mais recentes dizem que a perceção e a ação são processadas por sistemas neurais com
localizações diferentes no cérebro e que, por isso, por vezes é difícil integrarmos estes dois tipos de
informação – a informação que nos é dada pelos sentidos (ter visto o objeto a ser escondido no pano 2) e a informação que vem do outro esquema (o pano costumava estar no pano 1, por isso é lá que vou procura-lo). É preciso ocorrer algum desenvolvimento para as crianças conseguirem integrar estas duas fontes de informação distintas, a informação que tem mais a ver com a perceção e a ação que tem mais a
ver com a ação motora.
Como fazer experiências com bebés?
Por volta dos anos 70/80, inventaram-se paradigmas baseados num aspeto que os bebés conseguem controlar, nomeadamente o seu olhar. Muitos dos paradigmas que vão então ser utilizados neste tipo de investigação são paradigmas em que se vai medir o tempo de olhar. Descobriu-se que os bebés olham mais tempo para algo que os surpreende.
O que é o paradigma da habituação?
Habitua-se o bebé a um estímulo, apresentando-o muitas vezes e, seguidamente, apresenta-se um estímulo novo. Se o bebé olhar mais tempo para esse estímulo novo do que estava a olhar para o antigo, então diz-se que a criança desabituou, ou seja, conseguiu perceber a diferença entre os dois estímulos.
Para que serve o paradigma da violação das expetativas?
Aquilo que for surpreendente para o bebé (que viole as expetativas) vai fazer com que o bebé olhe mais tempo para o dado estímulo e vai-nos dar fortes indicações que o bebé já tinha uma determinada expetativa.
Quais são alguns conhecimentos precoces no âmbito dos objetos, leis físicas e números e aritmética que os bebés apresentam?
Coerência(solidez do objeto)
Unidade/Continuidade
Contacto
Estado (sólido/líquido)
O que é que as investigações relacionadas à numeracia mostram?
Estas investigações mostraram que os bebés já possuem conhecimentos e esquemas mentais quando são expostos a poucos elementos ou quando comparam conjuntos de elementos, porém não conseguem fazer tarefas complexas e sofisticadas por não terem desenvolvido esquemas metais complexos
O que é que os erros de escala nos indicam?
Este erro remete para as dificuldades que as crianças têm com as representações (neste caso, algo que tem as mesmas características que o objeto original, mas que não é, de facto, o mesmo). Remete também para o “Erro A, não B” porque as crianças têm que integrar dois tipos de
informação que lhes está a chegar – informação percetiva visual (o objeto agora é mais pequeno) e informação que vêm do esquema de ação motora (ainda há pouco se sentaram numa cadeira igual àquela). Estas duas informações são difíceis de se integrar.