Dengue Flashcards

1
Q

Gênero do agente vetor e do vírus? Definição de dengue?

A
  • Aedes
  • Flavivirus
  • Arbovirose febril aguda
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2
Q

Quantos sorotipos desse vírus têm?

A
4 sorotipos
DENV 1
DENV 2
DENV 3
DENV 4
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3
Q

Período de circulação do vírus pelo sangue no humano após infecção?

A
2-7 dias
# mosquito Aedes pode adquirir o vírus se picar o humano durante esse período
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4
Q

Período de incubação?

A

3-15 dias (4-10 pp)

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5
Q

Como é o início da doença? Padrão da doença?

A
  • Abrupto

- Padrão bifásico ou trifásico (grave)

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6
Q

Sinais e sintomas iniciais?

A

início abrupto de:

  • Febre (ascenção rápida até 40°C > hipotensão > relativa bradicardia)
  • Calafrios
  • Cefaléia
  • Mialgia
  • Dor retro-orbitária (pode ter lacrimejamento)
  • Dor nas costas, lombar, pernas, articulações
  • Prostração
  • Rubor facial
  • Exantema
  • Adenopatia cervical, epitroclear e inguinal
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7
Q

Por que a doença é conhecida como febre quebra osso?

A
  • Devido a dor extrema nas pernas e articulações que ocorrem nas primeiras horas da doença
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8
Q

Como é o exantema da primeira fase?

A
  • Macular rosa-palido, predominando na face
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9
Q

Como evolui a febre?

A
  • Persiste por 48-96h
  • Após: defervescência rápida com sudorese profusa
  • Sentem-se bem por 24h
  • Após: ressurgimento da febre (padrão bifásico)
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10
Q

Com o ressurgimento da doença, após defervescência, quais são os sintomas predominantes?

A
  • Febre (menor que a da primeira fase)
  • Exantema
    PODE OCORRER: dor de garganta, sintomas gastrointestinais, sintomas hemorrágicos, sintomas neurológicos (incomuns)
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11
Q

Como é o exantema da segunda fase?

A
  • Maculopapular
  • Esbranquiçado
  • Inicia no tronco
  • Se extende para membros e face
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12
Q

Situações graves que podem ocorrer a partir da dengue? (2)

A
  • Febre hemorrágica da dengue

- Guillain-Barre

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13
Q

Como é a evolução da doença?

A
  • Leve: geralmente regride em < 72h

- Graves: astenia pode durar várias semanas

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14
Q

Como é a imunidade desenvolvida para as cepas?

A
  • Sorotipo envolvido: duradoura

- Outros sorotipos: imunidade dura somente 2-12 meses

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15
Q

Diagnóstico?

A
  • História e suspeita clínica (viagens p áreas endêmicas?)
  • Descartar outros diagnósticos
  • Hemograma, urinálise
  • Sorologia
  • PCR
  • Detecção de antígenos
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16
Q

Achados no hemograma e EAS?

A
  • Leucopenia (segundo dia de febre, 4°-5°: 2000 a 4000), Trombocitopenia, ^ HT
  • Albuminuria, cilindros
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17
Q

Tratamento?

A
  • Medidas de suporte: hidratação, antipiréticos
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18
Q

Quais antipiréticos podem ou não podem ser utilizados?

A
  • Geralmente se usa Paracetamol

- Evitar: AINE, AAS devido ao risco de sangramentos

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19
Q

Riscos inerentes ao AAS nas crianças? (2)

A
  • Sangramento

- Síndrome de Reye (< 12 anos?

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20
Q

Prevenção da dengue?

A
  • Medidas de combate ao mosquito
  • Medidas de evitar picadas do mosquito
  • Paciente com dengue manter-se sob mosquiteiro até desaparecimento do segundo período da febre
  • Vacinas estão sendo estudadas
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21
Q

Em que pessoas geralmente ocorre a febre hemorrágica da dengue?

A
  • Crianças < 10-15 anos moradoras de áreas endêmicas (pp hiperendêmicas > Tailândia)
  • 90%: < 5 anos
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22
Q

Condição que a febre hemorrágica da dengue requer para ocorrer?

A
  • Exposição anterior ao vírus da dengue > geralmente a FHD se deve a infecção por um sorotipo (DENV 2) diferente do anterior

pq é uma doença imunopatológica

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23
Q

Fisiopatologia da febre hemorrágica da dengue?

A
  • COMPLEXOS IMUNES dos anticorpos do vírus da dengue → desencadeiam liberação dos mediadores vasoativos pelos MACRÓFAGOS
  • Mediadores → ↑ PERMEABILIDADoE vascular → derrame vascular, manifestações hemorrágicas, hemoconcentração e derrames serosos, que provocam o colapso circulatório (síndrome do choque da dengue)
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24
Q

Como inicia a FHD?

A
  • Semelhante a dengue clássica > surge sinais de alerta (indicam progressão para de dengue grave e FHD)
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25
Q

Quais são os sinais de alerta?

A
  • Sensibilidade e dor abdominal intensa
  • Vômitos persistentes
  • Hematêmese
  • Epistaxe ou sangramento das gengivas
  • Fezes enegrecidas (melena)
  • Edema
  • Letargia, confusão ou agitação
  • Hepatomegalia, derrame pleural ou ascite
  • Alteração acentuada na temperatura (de febre à hipotermia)
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26
Q

Evolução da FHD?

A
  • Piora da doença > choque (após 2-6 dias)
  • Desenvolvimento de broncopneumonia é comum, com ou sem derrames bilaterais
  • Pode desenvolver falência de múltiplos órgãos (ex: miocardite)
  • Mortalidade em centros experientes: < 1%
  • Mortalidade em centros sem suporte adequado: até 30%
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27
Q

Como pode se manifestar a tendência hemorrágica?

A
  • Normalmente, como púrpura, petéquias, equimoses ou em alterações nos locais de injeção
  • Prova do laço +
  • Às vezes, como hematêmese, melena ou epistaxe, gengivorragia
  • Ocasionalmente, como hemorragia subaracnoidea
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28
Q

Como é feito o diagnóstico da DH? (OMS) (4)

A

suspeita-se em crianças que desenvolvem:
- Febre abrupta que permanece alta por 2 a 7 dias
- Evidências de manifestações hemorrágicas (prova laço posit + purp, equim, peteq, hematem, epistax, melena, gengivorr)
- Trombocitopenia grave
- Evidências de extravasamento plasmático: ^ Ht,
derrame pleural, ascite, hipoalbuminemia

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29
Q

Como é feita a prova do laço?

A
  • Aplica-se pressão no braço por 5 minutos
  • A pressão é a média entre PAS + PAD
  • Fazer um quadrado se 2,5 de lado no antebraço
  • Cotar petéquias (≥10 → positivo)
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30
Q

O que a prova do laço positiva sugere?

A

Fragilidade capilar

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31
Q

Exames a se solicitar na FHD?

A
  • Hemograma
  • Coagulograma
  • Função hepática: ^ AST
  • EAS: ^ prot
  • Sorologia para dengue
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32
Q

Anormalidades possíveis no coagulograma na FHD?

A
  • Trombocitopenia: < 100.000
  • TP prolongado
  • TTPA prolongado
  • ↓ fibrinogênio
  • ↑ produtos de degradação da fibrina (d-dimero)
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33
Q

Tratamento da FHD?

A
  • Cuidados de suporte: controle hídrico (hipovolemia > choque, hiperhidratação > sdra)
  • Monitoramento: débito urinário e hemoconcentração)
  • Antivirais sem eficácia
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34
Q

Notificação na dengue?

A

Compulsória

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35
Q

Quais casos devem ser notificados? (3)

A
  • Suspeitos
  • Prováveis
  • Confirmados
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36
Q

Dois mosquitos envolvidos na transmissão?

A
  • Aedes aegypti

- Aedes albopticus

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37
Q

Material genético do vírus?

A

RNA

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38
Q

Epidemiologia?

A
  • Endêmico: > 128 países
  • Sudeste asiático, oceania ocidental, caribe, América latina, regiões da África, oriente médio e EUA
  • Dengue clássica é mais comum em adultos; FHD em crianças
  • Idade média: 30.1 anos
  • Masculino: 54,5%
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39
Q

Sorotipos mais prevalentes nas infecções?

A
  • < 2000: DENV 2
  • 2000-2009: DENV 3
  • > 2010: DENV 1
    # 48% dos surtos exibem confecção
    # DENV 1 e DENV 3: mais comuns no Brasil
    # DENV 2: mais grave se infecção prévia por DENV 1 ou 3
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40
Q

Qual o sexo do Aedes que transmite a doença? Em que zona os mosquitos habitam?

A
  • Fêmeas (tbm transm febre amarela, Zika, Chikungunya)

- albopticus > zona rural; aegypti > urbana

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41
Q

Estação climática que predomina a quantidade de Aedes aegypti?

A
  • Verão
  • ↑ chuvas = ↑ criadouros
  • ↑ temperatura = acelera desenvolvimento do mosquito
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42
Q

Onde as fêmeas costumam viver?

A
  • Dentro das casas
  • Em locais escuros, baixos e úmidos: sob mesas, cadeiras, armários…
  • Alimentam de seiva de plantas e picam homens na busca de sangue para maturar ovos
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43
Q

Formas de controle do Aedes aegypti?

A
  • Evitar água parada
  • Remoção e vedação dos locais onde as fêmeas põem os seus ovos
  • Inseticidas
  • Repelentes
  • Mosquiteiros
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44
Q

Período em que o mosquito é mais ativo?

A
  • Anoitecer e amanhecer

- Geralmente pica de dia

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45
Q

Ciclo do vírus?

A
  • Pessoa infectada > mosquito pica e adiquire a infecção
  • Desenvolvimento no revestimento das células epiteliais do intestino médio dos mosquitos
  • Multiplica-se, infecta outros tecidos e chega às gandulas salivares
  • Nova picada > transmissão do vírus para o homem
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46
Q

Do que consiste o virion? (3)

A
  • 3 proteínas estruturais +
  • Um envelope de lipoproteína +
  • 7 proteínas não estruturais (proteína não estrutural 1 [NS1] > importância patológica e diagnóstica)
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47
Q

Formas de transmissão da dengue?

A
  • Picada de mosquito infectado
  • Hemoderivados
  • Agulhas contaminadas
  • Exposição mucocutânea
  • 2019: confirmado o primeiro caso de transmissão sexual da dengue
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48
Q

Patogênese?

A

Resposta imune do hospedeiro ao vírus

# infecção primária: natureza benigna 
# infecção secundária por sorotipo diferente: pode causar doença grave (DH, SdChoqDeng)
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49
Q

Locais de replicação viral?

A
  • Monócitos e macrófagos (pp)
  • Linfócitos potencializadores da infecção
  • Menos comum: fígado, cérebro, coração, pâncreas
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50
Q

Fisiopatologia da resposta patogênica?

A
  • Células dendríticas apresentadoras de antígenos
  • Imunidade humoral
  • Imunidade mediada por células

células T de memória e citocinas inflamatórias > disfunção endotelial > extravasamento plasmático

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51
Q

Característica marcante da DH e SCD?

A
- Extravasamento vascular (complexos imunes > mcfg > mediadores vasoativos > disfunção transitória camada glicocalice endotelial > aumento da permeabilidade) 
> DESENVOLVIMENTO:
- hemoconcentração
- derrames serosos
- hipoalbuminemia
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52
Q

Por que há a tendência hemorrágica na dengue grave?

A
  • Disfunção endotelial e aumento da permeabilidade
  • Trombocitopenia
  • Distúrbios de coagulação
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53
Q

Nas infecções graves, com a perda do fluido intravascular, quais são as consequências?

A
  • Hipoperfusão tecidual > acidose lática, hipoglicemia, hipocalcemia > DISFUNÇÃO MÚLTIPLOS ÓRGÃOS
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54
Q

Quais são as manifestação de falência de múltiplos órgãos? Quais as causas? (3)

A
  • Miocardite, IRA, encefalopatia (geralmente hepática > icterícia, flapping), necrose hepática, encefalite (convulsão), alterações biliares, pancreaticas
  • Hipoperfusao tecidual, danos virais diretos, inflamação tecidual
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55
Q

Por que lactentes podem desenvolver infecção grave mesmo durante a infecção primária?

A
  • Mãe imune > transferência transplacentária de anticorpos maternos para o feto
  • Lactente com a infecção primária > anticorpos adquiridos da mãe amplificará a resposta imune do lactente > manifestações graves
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56
Q

Classificação da OMS 2009 para a dengue? (3)

A
  • Dengue sem sinais de alerta
  • Dengue com sinais de alerta
  • Dengue grave
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57
Q

Como é o diagnóstico de dengue sem sinais de alerta pela OMS 2009?

A
- Febre + (pelo menos 2):
• Náuseas/vômitos
• Erupção cutânea
• Dores (mialgias, artralgias, retro orbitária, cefaléia, ...)
• Leucopenia
• Prova do laço positiva
58
Q

Diagnóstico de dengue com sinais de alerta pela OMS 2009?

A
- Diagnóstico de dengue + (pelo menos um):
• Dor ou sensibilidade abdominal
• Vômito persistente 
• Acúmulo de fluidos clínicos (ascite, derrame pleural)
• Sangramento das mucosas 
• Letargia/inquietação
• Hepatomegalia (> 2cm)
• Laboratório (↑ Ht, ↓ pqt) 

sinais de alarme requerem observação rigorosa e intervenção médica

59
Q

Diagnóstico de dengue grave pela OMS 2009?

A
  • Dengue + (pelo menos um):
    • Choque ou disfunção respiratória (extravasamento vascular grave)
    • Sangramento grave
    • Disfunção orgânica grave: ALT/AST > 1000, ↓ consciência, insuficiência renal ou cardíaca
60
Q

Classificação de 1997 da OMS para a dengue? (3)

A
  • Dengue
  • Dengue hemorrágica
  • SCD
61
Q

Diagnóstico de DH e SCD pela OMS?

A
  • Criança + febre abrupta por 2-7d + evidências hemorragicas + evidências de extravasamento sanguíneo + ↓ pqt > DH
  • DH + insuficiência circulatória (pulso fraco e rápido, pressão de pulso baixa OU hipotensão, inquietação, pele fria, sudorese)
62
Q

Em quais pacientes deve-se considerar encefalopatia hepática nos casos de dengue? E encefalite?

A
  • Alteração consciência + icterícia + flapping (alto risco: ↑ ≥ 10x função hepática, dç hep preex, ↑ contínuo funç hep)
  • Convulsão, nível consciência alterado > ECG (diag, monitoramento) > tto suporte
63
Q

Quando considerar miocardite num paciente com dengue?

A
  • Cansaço excessivo ou incomum
  • Desconforto no peito
  • Hipoxia
  • Taquicardia ou bradi
  • ECG com inversão onde T, bloqueio de ramo
  • Solicitar troponina e eco p/ avaliar gravidade
  • Tto: suporte (repouso + O² + manejo hídrico ± corticóides)
64
Q

Quais distúrbios pensar em caso de manifestações gastrointestinais proeminentes (diarréia, dor abd) na dengue? (4)

A
  • Colecistite acalculosa
  • Hepatite
  • Pancreatite aguda
  • Apendicite aguda
65
Q

Prevenção da dengue?

A
  • Vigilância da doença, notificações > evitar/detectar epidemias
  • Educação da população (sintomas, prevenção)
  • Remover água parada
  • Evitar picadas (roupas, inseticidas, repelentes, mosquiteiros) tanto em não infectados quanto em pessoas com dengue
  • Controle vetorial
  • Vacina tetravalente (Dengvaxia) > 9-45 anos > infecção prévia ou áreas endêmicas

prevenção secundária: a mesma que a primária, pois a infecção secundária dá-se por outro sorotipo

66
Q

Quantas doses e quando são aplicadas as vacinas?

A
  • 3 doses
  • 0, 6, 12 meses
# não aplicar em soronegativos 
# maior eficácia contra DENV 3 e 4 (75-77%)
67
Q

Fatores de risco para a dengue?

A
  • Residência ou viagem para região endêmica nas últimas duas semanas (incub 3-15 dias)
  • 1-5 anos: maior risco de doença grave (possuem endotélio vascular intrinsecamente mais permeável)
  • Idade avançada: ↑ morbi/mortalidade
  • Gestação: ↑ morbi/mortalidade e complicações
  • Comorbidades: ↑ complicações
  • Exposição a hemoderivados
  • Viver com água parada
  • Sexo feminino: maior risco de doença grave
  • Obesidade: mais suscetíveis que crianças desnutridas, desfechos mais graves tb
68
Q

Por que é difícil fazer um diagnóstico precoce?

A
  • Quadro clínico semelhante a muitas doenças virais e bacterianas
  • Importante realizar exames laboratoriais em todos os casos suspeitos de dengue: sempre considerar dengue em paciente com febre + rubor generalizado + leucopenia + trombocitopenia.
    Ajuda no diagnóstico
69
Q

Achados na anamnese (história) do paciente com dengue?

A
  • Febre alta e abrupta (39,4-40,5°C) (98%)
  • Dores: dor óssea, dorsalgia, artralgia, mialgia, cefaléia (76%), retro-orbital
  • Astenia (74%), mal estar (76%), fraqueza
  • GI: anorexia, n, v, desconforto/dor abd, alt palad
  • Tonturas, inquietação, letargia

incomuns: sintomas va sup (+ na leve)

70
Q

Como geralmente é a cefaléia da dengue? (2)

A
  • Constante

- Frontal

71
Q

Características, duração e complicações da febre na dengue?

A
  • Alta (39,4-40,5)
  • Abrupta
  • Pode ser bifásica, remitente, baixo grau
  • Duração: 5-7 dias
  • Pode causar convulsão febril e delirium em criança pequenas
  • Defervescência rápida: sudorese profusa > indica que o paciente está prestes a entrar na fase crítica da doença
72
Q

Como é a dor retro-orbital?

A
  • Geralmente grave

- Piora com movimento ocular ou com o toque

73
Q

Em que dia surge o exantema?

A

Terceiro ou quarto dia de febre

74
Q

Evidências clínicas que indicam extravasamento plasmático (sinal de DH)?

A
  • Ascite
  • Derrame pleural
  • Tontura postural
75
Q

Quais são os sinais de choque (colapso circulatório)?

A
  • Hipotensão convergente (< 20mmHg)
  • Sudorese
  • Pulso fraco e rápido
  • Tempo enchimento capilar > 3 seg
  • ↓ DU
  • Pele fria
76
Q

Quantas fases e quais são na dengue?

A
  • 3 fases

- Aguda (febril), crítica, convalescente

77
Q

Características da fase febril?

A
  • Surgimento abrupto de febre, desidratação e dos outros sintomas típicos de dengue
  • Pode durar de 2-7 dias
78
Q

Características da fase crítica?

A
  • Extravasamento plasmático, sangramentos, choque, falência de órgãos
  • Dura 24-48h
  • Começa após 24h de defervescência (dias 3-7 da infecção)
  • Sinais de alerta: indicam que a infecção está prestes a entrar na fase crítica
79
Q

Quem passa pelas 3 fases da doença?

A
  • Pacientes com DH ou SCD

- Dengue clássica: fase febril e convalescença (bifásica)

80
Q

No caso suspeito de dengue, em que pacientes realizar exames laboratoriais?

A
  • TODOS
  • Mínimo: hemograma e função hepática
  • Se disponível: exames laboratoriais confirmatorios
81
Q

Exames laboratoriais iniciais a se solicitar? Possíveis achados?

A
  • Hmg: leucopenia e trombocitopenia leve (2° d), ↑ Ht (desidratação > até 10%)
  • ALT/AST: ↑
  • Albumina sérica: < 3,5 → sugere DH/SCD
  • Sinais de hemorragias ou doença grave: exames para confirmar DH/SCD. Coagulograma, Ht > 20%, Trombocitopenia grave, razão ast/alt > 2, inversão leuc/linf
# região endêmica: febre + leucopenia + prova do laço positiva = 70-80% VPP
# leucopenia persiste por todo o período febril
82
Q

Critérios laboratoriais para diagnóstico de DH/SCD?

A
  • Trombocitopenia grave, rápido desenvolviment
  • ALT/AST: muito elevadas
  • Hipoalbuminemia: < 3,5
  • Ht muito elevado (> 20% linha de base)
  • ↓ grave leuco e neutro e alteração razão neutr/linf
83
Q

Quais são os exames confirmatorios de dengue? (4)

A
  • Isolamento viral
  • Detecção antígeno viral (teste direto > + específico, porém mais caro e menos dispon)
  • Detecção ácido nucléico viral (teste direto > + específico, porém mais caro e menos dispon)
  • Sorologia (resposta dos anticorpos) (teste indireto, - espec, mais disponível, menos trabalhoso, menor custo)
84
Q

Até que dias podem ser realizados os testes?

A
  • Isolamento viral: durante a fase virêmica inicial (2-7 dias)
  • Detecção ácido nucléico ou antígeno viral até o 5° dia
  • Sorologias: após o 5° dia
85
Q

Como é feito a detecção do antígeno viral?

A
  • Uma amostra de soro
  • Entre dia 1 e 9
  • Antígeno NS1
  • ELISA ou kits rápidos
  • Positivo: confirma diag
86
Q

Vantagens e desvantagens dos testes de detecção antigenos?

A
  • V: fácil, rápido, diag precoce

- D: n detecta sorotipo, menos sensível q detecção ácido nucléico

87
Q

Como é feito a detecção do ácido nucléico viral?

A
  • Amostra de soro, tecido, sangue total ou plasm
  • Primeiros 5 dias
  • PCR
  • Positivo: confirma diagnóstico
88
Q

O que sugere sorologia (IgG) positiva nos primeiros 5 dias de doença?

A
  • infecção secundária
89
Q

Vantagens e desvantagens da detecção ácido nucléico viral?

A
  • V: + espec/sensi no início da doença, diag precoce, pode identificar sorotipo
  • D: caro, difícil, 24-48h, falso +
90
Q

Como é feita a sorologia?

A
  • Sangue total, soro ou plasma
  • Após os primeiros 5 dias
  • ELISA IgM e IgG
91
Q

Interpretação das sorologias?

A
  • IgM + e IgG + > confirma diag
  • IgG ↑ 4x soros pareados > confirma diag
  • IgG ou IgM com soroconversao em amostras pareadas > confirma diag
  • Resultado negativo em duas amostras pareadas: descarta infecção
  • IgM+ e IgG- (na convalescença): falso + (Zika, Chkg)
    # Teste rápido de IgM: fácil usar porém com muitas reações cruzadas
92
Q

Vantagens e desvantagens da sorologia?

A
  • V: fácil, barato, rápido, distingue 1° de 2°

- D: menos espec, duas amostras (retarda confirmação diag)

93
Q

Qual a interpretação da sorologia que permite diferenciar dengue primaria de secundária?

A
  • Razão IgM/IgG < 1.2 → sugere infecção secund
94
Q

O q IgM + p/ dengue com IgG negativo na fase convalescença pode indicar?

A
  • Outras infecções, principalmente Zika, Chkgnya
95
Q

Em quem é imperativo diferenciar a infecção pelo vírus da dengue com o da Zika ou Ckg?

A
  • Sintomas + vivem ou viajaram para locais onde há risco de infecção pelo ZikaV ou ChkgV
  • Gestantes (pp suspeita de Zika)
  • Resultados clínicos e laboratoriais que sugiram falso positivo para dengue ou diag alternativo
96
Q

Como é feito a diferenciação laboratorial entre infecções por dengue, zika e chkgn?

A
  • EUA: trioplex PCR > um só teste p diferenciaç
  • IgM p dengue, Zk ou Chkg forte reatividade cruzada (gerar falso positivos)
  • Mulheres não gestantes sintomaticas: PCR (primeiros 7d), sorologia após 7d ou PCR neg
  • Mulheres gestantes: PCR e IgM simultâneos no soro e urina o.mais rápido possível (PCR neg + IgM pos > confirmar com outros testes)

é importante sempre diferenciar dengue de Zk e Chkgn, por produzirem sintomas semelhantes, pp na fase aguda (consulte ferramenta da OMS)

97
Q

Quando solicitar exames de imagem?

A
  • Na suspeita de DH/SCD
98
Q

Quais exames de imagem solicitar?

A
  • Rx tórax PA, P e Laurel (DLD) > broncopneumonia é comum, derrame indica extravasamento vascular
  • USG abd: ascite, extravasamento vascular (edema de vesícula, fígado, rim podem preceder o extravasamento)
99
Q

Quando suspeitar de coinfecção com malária?

A
  • Dengue + icterícia: pensar em coinfecção c/ malária

- Malária + sangramento espontâneo: pensar em coinfecção c/ dengue

100
Q

Achados ao exame físico da dengue?

A
  • COMUNS: rubor (face, tronco, membros > fase febril), exantema maculopapular ou rubeoliforme (3-4d) > pode ser difícil em negros
  • INCOMUM: sinais hemorrágicos (petéquias, púrpura, laço + > comuns na dengue e DH), (hematêmese, epistaxes, gengivor, melena, sangram vagin, sangr local punção > mais na DH). Sangramento mucosas: sinal de alerta p/ evolução para fase crítica
  • INCOMUM: letargia, inquietação > mais na DH > sinal de alerta que pct tá entrando na fase crítica
  • INCOMUM: hepatomegalia e/ou sensibilidade palpação abd > mais na DH > sinal de alerta
  • INCOMUM: extravasamento > ascite, derrame pleural, distensão abd > sinal de alerta
  • Colapso circulatório: na SCD
101
Q

Sinas e sintomas que podem indicar derrame pleural?

A
  • Dor pleurítica
  • Dispneia
  • Tosse
  • Alterações na percussão e ausculta

sinal de alerta

102
Q

Diagnósticos diferenciais?

A
  • Zika
  • Chikungunya
  • Febre amarela: hiper conj, icterícia, bradic, sorol
  • Doença por rickettsias
  • Leptospirose
  • Sarampo
  • Rubéola
  • Mononucleose infecciosa
  • Doença meningocócica
  • Infecção tifóide
  • Infecção por hantavirus: expos fezes roedores, dispneia grave, sorologia
  • Malária
  • Febre hemorrágica Criméia-Congo
  • Febre de Lassa
  • Vírus do Nilo ocidental
  • Ebola
  • Vírus de Marburg
  • Febres hemorrágicas da América o sul
  • Febre do vale de Rift

maioria das doenças suspeitadas com residência ou viagem para uma área endêmica

103
Q

Achados e exames que auxiliam na diferenciação com a infecção pelo Zika vírus?

A
  • Viagem/residência região afetada por ZKV ou sexo com indivíduo infectado + CONJUNTIVITE (n purulenta) ou hiperemia conjuntival
  • Sem sinais de sangramento ou hemorragias
  • PCR para ZKV
  • Sorologia para ZVK (comum reação cruzada)

sempre diferenciar na gestação (microcefalia)

104
Q

Achados e exames que auxiliam na diferenciação com a infecção pelo vírus da Chikungunya?

A
  • Artralgia e/ou artrite periféricas INTENSAS
  • Manifestações dermatológicas são comuns
  • Ausência de tendência hemorrágica insuficiência circulatória
  • Sorologia para CKV (comum reação cruzada)
105
Q

Padrão artrite/artralgias e articulações mais afetadas na Chikungunya?

A
  • Simétrico

- Distais: punhos, tornozelos, mãos, pés

106
Q

Manifestações dermatológicas comuns da Chikungunya?

A
  • Hiperpigmentação da pele (pp no rosto)
  • Descamação da pele (pp palmas das mãos e plantas dos pés)
  • Úlceras: intertrigo, perigenital, perianal
  • Úlceras aftosas
107
Q

Achados/exames que auxiliam na diferenciação com infecções por rickettsias?

A
  • História de picada carrapato, pulga, ácaro
  • Erupção cutânea eritematosa e maculopapular (sola pés, mãos, membros > maculosa; tronco > outras infec por rickettsias)
  • Escara característica
  • Artrite/artralgia de grandes articulações
  • Hmg: leuc, Pqt e Ht normais, pqt pode ↓
  • Sorologia para rickettsias
108
Q

Achados e exames que auxiliam na diferenciação com leptospirose?

A
  • História contato com água suja, animais
  • Hiperemia conjuntival
  • Hmg com leucocitose
  • EAS: proteinúria
  • Uréia: ^
  • Bilirrubinas: ^
  • Sorologia, PCR
109
Q

Achados e exame que auxiliam na diferenciação com sarampo?

A
  • Manchas koplik (branca-azul na mucosa oral)
  • Conjuntivite, coriza, tosse
  • Exantema maculopapular (pp rosto e orelhas)
  • Sorologia
110
Q

Achados e exames que auxiliam na diferenciação com Mononucleose infecciosa?

A
  • Febre persistente (> 7 dias - até 5 semanas)
  • Linfoadenopatia, faringite
  • Erupção cutânea q piora com betalactamicos
  • Hmg: linfocitose atípica
  • Sorologia
111
Q

Achados e exames que auxiliam na diferenciação com malária?

A
  • Moradia ou viagem para área endêmica
  • Paroxismos de calafrios e tremores seguidos de febre e sudorese
  • Sem erupção cutânea
  • Esfregaço sanguíneo
  • Detecção enzimas, antigenos do parasita
112
Q

Como é o tratamento?

A
  • Suporte com hidratação na clássica

- Fluidoterapia na DH e SCD

113
Q

Como é o plano de tto desenvolvido pela OMS?

A
  • Baseado na gravidade da infecção
  • Grupo A (s/ sangramentos, s/ sinais de alarme), Grupo B (com sangramentos, s/ sinais de alarme), Grupo C (com sinais de alarme), Grupo D (com choque)
114
Q

Quem são os pacientes do grupo A da OMS? Onde pode ser o tto?

A
  • Sem sinal de alarme
  • Prova do laço negativa, sem manifestações hemorrágicas espontâneas
  • Sem comorbidades, fora do grupo de risco (lactentes, idosos)
  • Toleram ingestão oral de fluidos, diurese presente (pelo menos 1x a cada 6h)
  • Contagem e ht quase normais
    • tto pode ser em casa, ambulatorial
115
Q

Quem são os pacientes do grupo B da OMS? Local de tto?

A
  • Prova do laço + ou sangramentos pele espontâneos (petéquias, púrpuras) ou
  • Comorbidades ou
  • Grupo de risco +
  • Ausência de sinais de alarme

unidades secundárias com suporte para observação (hospital, pronto socorro)

116
Q

Quem são os pacientes do grupo C da OMS? Local de tto?

A
  • Presença de sinal de alarme
  • Sangramentos presentes ou ausentes
  • Fatores de risco para infecções graves (gestação, lactentes e < 5 anos, idosos, DM, comprometimento renal, doenças hemolíticas)
  • Pouco suporte familiar ou social (moram sozinhos, longe, sem transporte)
  • Sem hipotensão

internação (hospitalização)

117
Q

Quem são os pacientes do Grupo D da OMS? Local de tto?

A
  • Presença de hipotensão ou choque
  • Sangramentos importantes
  • Comprometimento de órgãos (ins renal ou hepática, encefalopatia, encefalite, cardiomiopatia)

requer intervenção médica emergencial (UTI)

118
Q

Manejo dos pacientes do grupo A? (5)

A
  • Podem ser tratados em casa
    1) HIDRATAÇÃO (2,5L/d em adultos e individualizado em crianças)
  • Sucos, sopas, soluções de reidratação oral
  • Evitar sucos e sopas escuras (confunde hematêmese)
    2) REPOUSO
    3) PARACETAMOL, evitar AINES e AAS
    4) FICHA ORIENTAÇÃO SOBRE SINAIS ALARME
    5) HEMOGRAMA DIÁRIO
119
Q

Manejo dos pacientes do grupo B e C? (2)

A
  • Observação em unidade apropriada ou internação
    1) HIDRATAÇÃO (fase febril > tentar oral; fase crítica com extravasamento liquido > SF 0,9% IV > Manutenção + 5% déficit de fluido)
    2) MONITORIZAÇÃO: sinais vitais, balanço hídrico, hemograma, DU, glicemia, função hepática, função renal, coagulograma
120
Q

Manejo pacientes grupo D?

A
  • Na UTI
    1) HIDRATAÇÃO: cristalóides e colóides IV com cota para 24h (expansão 20-50ml/kg + manutenção Holliday + reposição 20-80ml/kg)
    2) MONITORIZAÇÃO: mesma que grupo anterior
    3) ± TRANSFUSÃO HEMÁCIAS
121
Q

Como é calculada a cota de hidratação IV em 24h (grupos B, C, D)? (Regra de Holliday + déficits) Após terapia de expansão

A

Manutenção + 5% de déficit de fluido

  • Manutenção = 100ml/kg até 10kg, + 50ml/kg acima de 10kg + 20-30ml/kg acima de 20kg até 50kg
  • 5% déficit = 50ml/kg até 50kg
  • Diurese + hipocalemia: suspender fluidoterapia IV e adm fluidos ricos em potássio
# ajustar de acordo com parâmetros
# geralmente terapia só necessária por 24-48h
# seguir protocolos locais
122
Q

Quando está indicado o colóide? (2)

A
  • Choque intratável

- Resistência a terapia com cristalóides

123
Q

Quando considerar transfusão? Qual a cautela a se tomar?

A
  • Paciente sem melhora (instável/refratário) + queda do hematócrito com suspeita de sangramento interno
  • Sobrecarga hídrica
124
Q

Se após algumas horas de instituição da fluidoterapia o paciente continuar instável, que causas contribuintes deve-se considerar?

A
  • Acidose metabólica
  • Hipoglicemia
  • Hipocalcemia
  • Outros distúrbios eletrolíticos
  • Miocardite
  • Necrose hepática
125
Q

Quando pode ocorrer sobrecarga hídrica? Complicações? Conduta?

A
  • Adm excessiva e/ou rápida de fluidos
  • EAP, congestão facial, pressão venosa jugular elevada, derrame pleural, ascite
  • Restrição hídrica + furosemida IV
126
Q

Considerações do manejo de gestantes?

A
  • Fator de risco para complicações e mortalidade maternas e fetais
  • Exige observação e manejo meticuloso
  • Hidratação = não gestantes (considerar peso pré concepção)
  • Levar em conta as alterações fisiológicas da gravidez
  • Levar em conta outras doenças gestacionais quando parâmetros laboratoriais alterados (HELLP, pré eclampsia)
  • Utilizar USG precocemente devido dificuldade de identificação de derrame pleural e ascite)
  • Descartar Zika
127
Q

Considerações do manejo de crianças muito pequenas?

A
  • Mais suscetíveis a complicações e quadros graves > monitorados regularmente
  • Avaliação sintomas pode ser muito difícil
  • Menor reserva pulmonar
  • Mais susceptíveis a DHE e disfunção hepática
  • Extravasamento pode ser ↓ e resp fluid + rápido
  • Usar peso corporal ideal para o cálculo
128
Q

Quando pode ser reconhecida a fase de convalescença?

A
  • BEM ESTAR: melhora dos sintomas e melhora da febre (recuperação parâmetros clínicos)
  • Recuperação do APETITE
  • Pode desenvolver erupção cutânea ou prurido generalizado nessa fase
129
Q

Quando considerar alta do paciente? (4)

A
  • Paciente sentindo-se bem
  • Afebril por 48h
  • ↑ plaquetas
  • Hematócrito estável
130
Q

Terapias adjuvantes no tto da dengue que não mostraram eficácia ou resultados controversos?

A
  • Transfusão de plaquetas: recomendado somente se sangramento ativo + ↓ grave pqt
  • Corticoides
  • Antibióticos
  • Imunoglobulina
131
Q

Visão geral tto grupo A?

A
  • Terapia em CASA: acompanhados até que estejam fora do período crítico
  • FLUIDOS orais: 2,5 L/dia adultos. Evitar líquidos vermelhos ou marrons
  • MONITORAMENTO: ficha + exames sanguíneos diários
  • NOTIFICAÇÃO
  • SINTOMÁTICOS: paracet, esponja com água morna
132
Q

Visão geral tto grupo B e C?

A
  • OBSERVAÇÃO (B) ou INTERNAÇÃO (C)
  • FLUIDOS orais (fase febril) ou IV (fase crítica)
  • MONITORAMENTO: sv, balanço hídrico, hmg, funções hep e ren, eletrólitos, DU, coagulogr, USG (gestantes), glicem > + vzs em crianças
  • NOTIFICAÇÃO
  • PLANEJAMENTO ALTA
133
Q

Visão geral tto grupo D?

A
  • UTI
  • FLUIDOTERAPIA: IV, rápida (expansão + manutenção + reposição)
  • MONITORAMENTO: sv, balanço hídrico, coagul, eletrol, DU, temp, funç hep e ren, USG (gest), glicemia, funç outros órgãos > + vzs em crianças
  • NOTIFICAÇÃO
  • ± INVESTIGAÇÃO E MANEJO OUTRAS CAUSAS
  • ± TRANSFUSÃO E COLOIDES
  • ALTA
134
Q

Novidades no tto? (3)

A
  • Corticóides: controverso
  • Antivirais: prioridade nas pesquisas
  • Estatinas: pleiotropia na função endotelial > possível de atenuar manifestações graves. Sem eficácia nos estudos por enquanto
135
Q

Informações/recomendações ao paciente?

A
  • Não existem sequelas pela dengue
  • Podem retornar às atividades assim que se sentirem fisicamente capaz
  • Evitar bebidas alcoólicas na fase de convalescença: função hepática pode demorar 3-4 semanas para retornar ao normal
  • Oferecer/consultar sites que auxiliam nas orientações: CDC, World health organiz.,
136
Q

Monitoramento?

A
  • Não requerem monitoramento além do período agudo da infecção
  • Aconselhável revisar hemograma e função hepática após 4 semanas de alta
137
Q

Complicações?

A
  • CURTO PRAZO: sobrecarga hídrica, colecistite acalculosa (USG + ATB), sdra (dispneia e hipoxia > rx difuso > O² e ventilação assistida), rabdomiólise
  • LONGO PRAZO/VARIÁVEL:
    • de fadiga pós viral
    • miocardite
    • hepatite
    • encefalopatia hepática
    • encefalite
    • pancreatite aguda (USG, amilase/lipase)
    • apendicite aguda
    • lesão renal aguda: insufic mult órgãos ou rabdomiólise
    • sd hemofagocítica
    • outras complicações neurológicas: Encefalomielite disseminada aguda, Guillain-Barré, Mielite transversa, Neuropatias
138
Q

Quando suspeitar de rabdomiólise na dengue? Tto?

A
  • Complicação rara devido infecção > mionecrose > rabdomiólise
  • DOR MUSCULAR > suspeitar
  • Diag: CPK sérica, eletrolitos, mioglobina (sangue e urina)
  • Tto: hidratação, alcalinização da urina, diurético
139
Q

Em quem deve se considerar a síndrome hemofagocítica na dengue?

A
  • Pcts que desenvolvem pancitopenia (geralmente anemia)
  • Diag: exame medula óssea
  • Tto: pulsoterapia com metilprednisona
140
Q

Prognóstico da doença?

A
  • Mortalidade na infecção grave: 0,8-2,5% > maior em crianças e idosos
  • Criança 1-5 anos morrer: risco 4x > que 11-15a
  • Sem sequelas a longo prazo (sd fadiga pós viral)
  • Recorrências são possíveis: outros sorotipos