Conceito, Objeto, FInalidade e Cifras Flashcards
FINALIDADE DA CRIMINOLOGIA
Os fins básicos da Criminologia são:
✔ Informar a sociedade e os poderes constituídos acerca do crime, do criminoso, da vítima e dos
mecanismos de controle social.
✔ Lutar contra a criminalidade (controle e prevenção criminal)
Dentro das finalidades declaradas da Criminologia está a prevenção de crimes. A doutrina, classifica a prevenção em primária, secundária e terciária.
a) Prevenção primária: medidas de médio e longo prazo que atingem a raiz do conflito criminal. Ex.:
investimentos em educação, trabalho, bem-estar social.
b) Prevenção secundária: atua onde o crime se manifesta ou se exterioriza. As chamadas “zonas
quentes de criminalidade”. A prevenção secundária tem em suas principais manifestações na
atuação policial. Outros exemplos: programas de ordenação urbana, controle dos meios de
comunicação e melhora do aspecto visual das obras arquitetônicas.
c) Prevenção terciária: possui um destinatário específico, o recluso. Além disso, possui objetivo certo:
ressocialização do preso, evitando a reincidência.
razões que as levam a essas ocorrências de crimes não comunicados ao Poder Público
A vítima omite o ato criminoso por vergonha ou medo (crimes sexuais);
· A vítima entende que é inútil procurar a polícia, pois o bem violado é mínimo (pequenos furtos);
· A vítima é coagida pelo criminoso (vizinho ou conhecido);
· A vítima é parente do criminoso;
· A vítima não acredita no aparato policial nem no sistema judicial
criminalidade real, criminalidade revelada e cifra negra:
● Criminalidade Real - é a quantidade efetiva de crimes perpetrados pelos delinquentes;
● Criminalidade Revelada/Registrada/Aparente - é o percentual que chega ao conhecimento do
Estado;
● Cifras Negras - a porcentagem não comunicada ou elucidada.
atrição (processo de atrição
consiste no distanciamento progressivo entre as cifras
da criminalidade, ou seja, entre a criminalidade aparente e a real.
CIFRA NEGRA, zona obscura, “dark number” ou “ciffre noir”
Refere-se à porcentagem de crimes não
solucionados ou punidos, à existência de um
significativo número de infrações penais
desconhecidas “oficialmente”. É a “mãe” de
todas as cifras.
CIFRA DOURADA
Trata-se especificamente da criminalidade
cometida pelas classes privilegiadas,
referindo-se também a expressão “crimes de
colarinho branco”. Como exemplo pode-se
citar crimes como: sonegação fiscal, lavagem
de dinheiro, crimes eleitorais.
CIFRA CINZA
Tratam-se dos crimes que chegam ao
conhecimento da autoridade policial,
entretanto não prosperam na fase processual.
CIFRA AMARELA
São os crimes cometidos por funcionários
públicos, onde geralmente a vítima deixa de
denunciar o fato às autoridades competentes
por medo de represálias
CIFRA VERDE
Dizem respeito aos crimes ambientais que não
chegam ao conhecimento das autoridades.
CIFRA AZUL
Contrapõem-se aos chamados “crimes do
colarinho branco”, dizem respeito aos
pequenos crimes comuns praticados por
pessoas economicamente desabastadas e se
verifica como uma alusão aos macacões azuis
utilizados nas fábricas dos Estados Unidos
CIFRA ROSA
Tratam-se dos crimes com viés homofóbico
técnicas de investigação da cifra
negra:
· Investigação em face dos autores ou técnica de autodenúncia;
· Investigação em face de vítimas;
· Investigação em face de informantes criminais;
· Sistema de variáveis heterogêneas:
· Técnica do segmento operativo destinado aos agentes de controle formal (polícia e tribunais).
· Sistema de variáveis heterogêneas: impõe três níveis de controle informático, quais sejam: a análise da cifra negra dos delitos leves, que é maior em razão dos crimes graves; a tendência à
autocomposição das vítimas nos delitos leves, a variação dos métodos de análise de país para país.
Prognóstico Criminológico
O prognóstico criminológico orienta o estudo das causas da reincidência, que será sempre
contingente, pode ocorrer ou não. Podem ser:
a) Prognósticos Clínicos
São aqueles em que se faz um detalhamento do criminoso, por meio da interdisciplinaridade:
médicos; psicólogos, assistentes sociais etc.
b) Prognósticos Estatísticos
São aqueles baseados em tabelas de predição, que não levam em conta certos fatores internos e só
servem para orientar o estudo de um tipo específico de crime e de seus autores (condenados). Nesse
contexto, é preciso avaliar o índice de criminalidade (vários fatores), pois devem ser levados em conta os
fatores psicoevolutivos, jurídico-penais e ressocializantes (penitenciários).
● Fatores psicoevolutivos - levam em conta a evolução da personalidade do agente, compreendendo:
a) doenças graves infanto-juvenis com repercussão somático-psíquica; b) desagregação familiar; c)
interrupção escolar ou do trabalho; d) automanutenção precoce; e) instabilidade profissional; f)
internação em instituição de tratamento para menores; g) fugas de casa, da escola etc.; h) integração
com grupos improdutivos; i) distúrbios precoces de conduta; j) perturbações psíquicas.
● Fatores jurídico-penais - desenham a vida delitiva do indivíduo, compreendendo: a) início da
criminalidade antes dos 18 anos; b) muitos antecedentes penais e policiais (“folha corrida”); c)
reincidência rápida; d) criminalidade interlocal; e) quadrilhas (facções criminosas), qualificadoras ou
agravantes; f) tipo de crime (contra o patrimônio, os costumes, a pessoa).
● Fatores ressocializantes - dizem respeito ao aproveitamento das medidas repressivas, embora no
Brasil as instituições penitenciárias sejam, em regra, verdadeiras pocilgas, que funcionam como
“universidade criminosa”, tamanho o desrespeito aos direitos mínimos do homem. Registrem-se: a)
inadaptação à disciplina carcerária e às regras prisionais; b) precário ou nulo ajuste ao trabalho
interno; c) péssimo aproveitamento escolar e profissional na cadeia; d) permanência nos regimes
iniciais de pena
Conceito de criminologia
Paul Topinard
Garofalo
Lombroso
Majoritariamente, no Brasil, a Criminologia é considerada uma ciência autônoma e interdisciplinar, que possui objeto próprio analisado sob uma perspectiva particular ((Seelig e Shecaria dizem que não é ciencia)
Paul Topinard (1830-1911), o primeiro a utilizar este termo no ano de 1879. Todavia, o termo só passou a ser aceito internacionalmente com a publicação da obra “Criminologia”, já no ano de 1885, de Raffaele Garofalo (1851-1934). Além disso, cabe destacar que a obra “O homem deliquente” de Cesare Lombroso (1876) é considerada o marco científico da Criminologia, pois, como será estudado a diante, o estudioso inaugura a Escola Positivista.
Para (Molina, 1999), a Criminologia é a ciência empírica e interdisciplinar que tem por objeto o
crime, o delinquente, a vítima e o controle social do comportamento delitivo; e que aporta uma informação
válida, contrastada e confiável, sobre a gênese, dinâmica e variáveis do crime - contemplado este como
fenômeno individual e como problema social, comunitário assim como sua prevenção eficaz, as formas e
estratégias de reação ao mesmo e as técnicas de intervenção positiva no infrator.
A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso,
vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que
é uma ciência do “dever-ser”, portanto, normativa e valorativa.
Nesse sentido, o domínio do saber criminológico possibilita um conhecimento efetivo mais próximo
da realidade que o cerca, concedendo acesso a dados e estudos que demonstram o funcionamento correto
ou não da aplicação da lei penal.
Método, objeto e função no contexto da Criminologia, como ciência
a) Seu MÉTODO é empírico, indutivo e interdisciplinar;
b) Tem como OBJETO o estudo do crime, pessoa do infrator, vítima e controle social;
c) As suas FUNÇÕES incluem estabelecer programas de prevenção eficaz, técnicas de intervenção
positiva no homem delinquente e modelos ou sistemas de resposta ao delito.