Comunicação Médico-Doente Flashcards

1
Q

Autonomia e beneficiência

A

Prevalece a autonomia
- ex. recusar tratamento, mesmo se beneficiência

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2
Q

Violação do princípio de autonomia

A

Quando o doente esteja a fazer algo potencialmente perigoso, nomeadamente uma atividade que prejudique outras pessoas (heteroagressividade e internamento compulsivo)

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3
Q

Lei da Saúde Mental

A

O portador de anomalia psíquica grave que crie, por força dela, uma situação de perigo para bens jurídicos, de relevante valor, próprios ou alheios, de natureza pessoal ou patrimonial, e recuse submeter-se ao necessário tratamento médico pode ser internado em estabelecimento adequado

Pode ainda ser internado o portador de anomalia psíquica grave que não possua o discernimento necessário para avaliar o sentido e alcance do consentimento, quando a ausência de tratamento deteriore de forma acentuada o seu estado

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4
Q

Definição de competência

A

Termo legal, todas as decisões acerca da competência de um indivíduo envolvem o sistema judicial
- apenas um tribunal pode determinar que um doente é incompetente
- todos os doentes adultos são considerados competentes, a não ser que seja especificamente provado o contrário

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5
Q

Avaliação da capacidade de um doente compreender os seus problemas médicos

A

Qualquer médico consegue avaliar - o psiquiatra pode ser útil nas determinações da capacidade de toma de decisão em casos que são
complexos ou que não são inequívocos; se o caso for mais óbvio, não é necessária a colaboração por psiquiatria

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6
Q

Causas de alteração da capacidade de um doente compreender os seus problemas médicos

A

Delírio orgânico - por ex. secundário a distúrbios do sódio, hipóxia, intoxicação medicamentosa, alcoólica ou outro agente, meningite ou encefalite

Doença psiquiátrica

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7
Q

Competência em menores de idade

A

Inferiores a 18 anos
- não é considerado competente
- só pai ou mãe ou outro representante legal pode dar consentimento por um menor
- isto não é válido em situações life-threatening ou outras situações de emergência (o consentimento está implícito)

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8
Q

Consentimento livre e esclarecido em Portugal

A

O consentimento só é eficaz se for prestado por:
- maior ou igual a 16 anos e
- possuir discernimento necessário para avaliar o sentido e alcance da sua decisão, que exclui:
. doença psiquiátrica grave/não controlada
. perturbação de desenvolvimento intelectual moderada/grave
. alteração aguda do estado de consciência (intoxicação alcoólica)
- se menos de 16 anos, o consentimento é dado pelo representante legal do adolescente

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9
Q

Tratamento de emergência de menor - consentimento

A

Não carece de consentimento escrito - está implícito o consentimento dos pais

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10
Q

Emancipação parcial - 5 exemplos

A

Cuidados pré-natais

DSTs

Contraceção

HIV

Abuso de substâncias

(nestes casos, tratar sempre, sem haver necessidade de consentimento dos pais ou representante legal)

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11
Q

Contraceção Portugal

A

Pode ser facultada aos menores, sendo que os pais não devem ser informados

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12
Q

IVG num menor

A

Melhor resposta:
“A resposta mais provável será indicar a necessidade de encorajar o menor a notificar os pais por sua própria vontade:
- “Encorajar discussão”
- “Aconselhar a adolescente a contar esta situação aos seus pais”
- “Sugerir uma consulta com toda a família”

Ideal: discutir, encontrar-se com, realizar notificação voluntária

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13
Q

4 critérios de emancipação

A

(livres da necessidade de obter consentimento parental para qualquer cuidado médico - ex. 16/17 anos; livre de tomar decisões relacionadas com todos os domínios da sua saúde)
- menor casado
- autossuficiente e vivendo independentemente dos pais
- menor militar
- menor que seja pai de uma criança que consiga suportar por si mesmo

Mas podem carecer de uma resposta judicial para validar o conceito de emancipação - ex. doação de órgãos, cirurgia ou IVG (apenas se situação de desacordo ou falta de consenso)

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14
Q

Limitações do direito parental

A

Os pais não podem recusar tratamentos life-saving para os seus filhos, dizendo que isto é contra a sua religião - pode recusar tratamento para si mesmo, mas não para os filhos
- mas deve-se tentar informar os pais e tentar obter permissão (apesar de ser independente da resposta dos pais)

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15
Q

Única recusa de tratamento que os pais podem ter

A

Quando o filho está tão doente ou debilitado que a morte é inevitável
- ex. não pode recusar mesmo que o filho seja possuidor de graves limitações à sua vida normal (como dano cerebral grave ou atraso grave do desenvolvimento, ex. não podem recusar reparação da fístula traqueo-esofágica no filho com síndrome de Down)

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16
Q

Ideação suicida - competência

A

Todos os doentes com ideação suicida são considerados incapazes de perceber a sua situação clínica

17
Q

Competência em doentes psiquiátricos

A

Só em casos questionáveis é útil pedir uma avaliação psiquiátrica para realizar uma avaliação da capacidade dos doentes
- a incompetência para alguma ação não implica incompetência para todas as ações (por ex. um doente com história de perturbação bipolar pode ser incapaz de tomar decisões financeiras, mas ser considerado competente para recusar tratamento)

18
Q

Competência e debilidade mental

A

Um doente com história de doença psiquiátrica ou atraso do desenvolvimento intelectual (ADI) pode ser
considerado incompetente para outras ações, mas manter o direito de recusar procedimentos médicos
(a autonomia tem prioridade sobre os outros princípios éticos, nomeadamente a beneficiência - fazer o melhor pelos doentes)