COMPLICAÇÕES DA CIRROSE (ASCITE, PBE, EH E HIPERTENSÃO PORTAL) Flashcards
DEFINIÇÃO DE ASCITE
ACÚMULO DE LÍQUIDO NA CAVIDADE PERITONEAL
PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ASCITE
- DESCONFORTO ABDOMINAL
- GANHO DE PESO
- SACIEDADE PRECOCE
- DISPNEIA
CLASSIFICAÇÃO DA ASCITE
- GRAU I: ASCITE LEVE, DETECTADA APENAS NO US ABDOMINAL
- GRAU II: ASCITE MODERADA, DISTENSÃO MODERADA E SIMÉTRICA DO ABDOME
- GRAU III: ASCITE VOLUMOSA, ACENTUADA DISTENSÃO ABDOMINAL
PRINCIPAIS ACHADOS NA ASCITE
EXAME FÍSICO
- MACICEZ MÓVEL (INDICA MAIS DE 1.5 L DE LÍQUIDO ASCÍTICO - ASCITE MODERADA)
- SEMICÍRCULO DE SKODA (INDICA MAIS DE 5 L DE LÍQUIDO ASCÍTICO - ASCITE VOLUMOSA)
- SINAL DE PIPAROTE (INDICA MAIS DE 5 L DE LÍQUIDO ASCÍTICO - ASCITE VOLUMOSA)
INDICAÇÕES DE PARACENTESE
- PRIMEIRO EPISÓDIO DE ASCITE
- TODA INTERNAÇÃO HOSPITALAR
- PIORA CLÍNICA
- ALTERAÇÕES LABORATORIAIS QUE INDIQUEM INFECÇÃO
- HEMORRAGIA DIGESTIVA
CONTRAINDICAÇÕES DE PARACENTESE
- CIVD
- FIBRINÓLISE PRIMÁRIA
- IMPORTANTE DISTENSÃO ABDOMINAL
- CICATRIZ NO LOCAL DA PUNÇÃO
EXAME PADRÃO OURO PARA DIAGNÓSTICO DE ETIOLOGIA DA ASCITE
PARACENTESE COM ANÁLISE DO LÍQUIDO ASCÍTICO
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DA PARACENTESE
- VAZAMENTO DO LÍQUIDO ASCÍTICO
- SANGRAMENTO
- PERFURAÇÃO INTESTINAL
ANÁLISE DO LÍQUIDO ASCÍTICO
PARÂMETROS
- AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA
- PROTEÍNA TOTAL
- ALBUMINA
- GLICOSE
- DHL
- AMILASE
- MARCADORES TUMORAIS
- ADA
- TRIGLICERÍDEO
- BILIRRUBINA
- BACTERIOSCOPIA (GRAM E ZIEHL-NEELSEN
- CITOLOGIA
- CULTURA
ASPECTO MACROSCÓPICO DO LÍQUIDO ASCÍTICO
TIPOS E PRINCIPAIS CAUSAS
- CLARO: CIRROSE
- TURVO: INFECÇÕES
- LEITOSO: AUMENTO DE TRIGLICERÍDEOS (COMPROMETIMENTO DE VASOS LINFÁTICOS)
- HEMORRÁGICO: TUBERCULOSE E NEOPLASIA
- MARROM: AUMENTO DA BILIRRUBINA (RUPTURA DA VESÍCULA BILIAR OU PERFURAÇÃO DE ÚLCERA DUODENAL)
CITOLOGIA DO LÍQUIDO ASCÍTICO
TIPOS E PRINCIPAIS CAUSAS
- AUMENTO DE LEUCÓCITOS: INFECÇÃO OU INFLAMAÇÃO
- AUMENTO DE POLIMORFONUCLEARES: PBE OU ASCITE PANCREÁTICA
- AUMENTO DE MONONUCLEARES: NEOPLASIA, TUBERCULOSE OU COLAGENOSE
- AUMENTO DE HEMÁCIAS: NEOPLASIA, TUBERCULOSE, ASCITE PANCREÁTICA
SITUAÇÃO EM QUE TERÁ CITOLOGIA ONCÓTICA POSITIVA NO LÍQUIDO ASCÍTICO
CARCINOMATOSE PERITONEAL
SITUAÇÕES EM QUE A GLICOSE ESTARÁ DIMINUÍDA (> 50MG/DL) NO LÍQUIDO ASCÍTICO
- CARCINOMATOSE PERITONEAL
- PERITONITE BACTERIANA SECUNDÁRIA
SITUAÇÕES EM QUE O DHL ESTARÁ AUMENTADO NO LÍQUIDO ASCÍTICO
DHL LÍQUIDO ASCÍTICO/DHL SANGUE > 1
- INFECÇÃO
- NEOPLASIA
SITUAÇÕES EM QUE A AMILASE ESTARÁ AUMENTADA NO LÍQUIDO ASCÍTICO
- PANCREATITE
- PERFURAÇÃO INTESTINAL
SITUAÇÕES EM QUE A ADA ESTARÁ AUMENTADA NO LÍQUIDO ASCÍTICO
- TUBERCULOSE PERITONEAL
GASA (ALBUMINA SÉRICA - ALBUMINA ASCÍTICA)
VALORES E SIGNIFICADOS
- > 1,1: ASCITE CAUSADA POR HIPERTENSÃO PORTAL (TRANSUDATO)
- < 1,1: ASCITE É CAUSADA POR DOENÇA DO PERITÔNIO (EXSUDATO)
PROTEÍNA NO LÍQUIDO ASCÍTICO
VALORES E SIGNIFICADOS
- > = 2,5: SINUSOIDES HEPÁTICOS ÍNTEGROS
- < 2,5: LESÃO E/OU OBSTRUÇÃO DOS SINUSOIDES HEPÁTICOS
ETIOLOGIAS DA ASCITE
CAUSAS RELACIONADAS À HIPERTENSÃO PORTAL
- CIRROSE
- HEPATITE FULMINANTE
- ICC
- PERICARDITE CONSTRITIVA
- MIOCARDIOPATIA RESTRITIVA
- SÍNDROME DE BUDD CHIARI
- DOENÇAS VENO-OCLUSIVAS
ETIOLOGIAS DA ASCITE
CAUSAS NÃO RELACIONADAS À HIPERTENSÃO PORTAL
- NEOPLASIAS (PRINCIPAIS: OVÁRIO, INTESTINO, GÁSTRICO E PANCREÁTICO)
- TUBERCULOSE
- SÍNDROME NEFRÓTICA
- PANCREATITE
- LESÃO DA VESÍCULA OU DUCTOS BILIARES
- LÚPUS
- LINFOMA / LESÃO DOS VASOS LINFÁTICOS
TRATAMENTO DA ASCITE
MEDIDAS GERAIS
- TRATAMENTO DA CAUSA BASE
- RESTRIÇÃO DE SÓDIO ( < 2G/DIA)
- SE HIPONATREMIA, RESTRIÇÃO DE INGESTÃO DE ÁGUA (1 A 1,5L/DIA)
- USO DE DIURÉTICOS
- PARACENTESE DE ALÍVIO
DIURÉTICOS USADOS NO TRATAMENTO DA ASCITE
NOMES E DOSES
- ESPIRONOLACTONA 100-400MG (1a escolha)
- FUROSEMIDA 40-160MG (nunca usar sozinha em pacientes com ascite)
SEMPRE RESPEITAR A PROPORÇÃO 100MG/40MG
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO TRATAMENTO NA ASCITE
- PACIENTES SEM EDEMA: PERDA PONDERAL DE 300 A 500G/DIA
- PACIENTES COM EDEMA: PERDA PONDERAL DE 800 A 1.000G/DIA
PARACENTESE DE ALÍVIO
QUANTO TIRAR E CUIDADOS
- COSTUMA-SE TIRAR DE 5 A 15L
- QUANDO SE RETIRA MAIS DE 5L DEVE-SE REPOR ALBUMINA SENDO 6 A 8G POR CADA LITRO RETIRADO
QUANDO CONSIDERAR ASCITE REFRATÁRIA
- AUSÊNCIA DE RESPOSTA TERAPÊUTICA AO USO DAS DOSES MÁXIMAS DE DIURÉTICO POR PELO MENOS UMA SEMANA (PERDA PONDERAL < 200G/DIA)
- RÁPIDA RECORRÊNCIA DA ASCITE APÓS PARACENTESE DE ALÍVIO, MESMO COM RESTRIÇÃO SÓDICA NA DIETA
- APARECIMENTO DE COMPLICAÇÕES COM O USO DE DIURÉTICOS: ENCEFALOPATIA HEPÁTICA, INSUFICIÊNCIA RENAL, DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS
TRATAMENTO NA ASCITE REFRATÁRIA
- PARACENTESE DE ALÍVIO DE REPETIÇÃO
- TIPS
- TRANSPLANTE HEPÁTICO
- SHUNT PERISSITÊMICO
DEFINIÇÃO DE PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA
INFECÇÃO DO LÍQUIDO ASCÍTICO SEM FOCO INFECCIOSO IDENTIFICÁVEL
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA PBE
- CIRROSE AVANÇADA
- PROTEÍNA NO LÍQUIDO ASCÍTICO < 1G/DL OU < 1,5 G/DL + DISFUNÇÃO RENAL OU HEPÁTICA
- EVENTO PRÉVIO DE PBE
- BILIRRUBINA SÉRICA > 2 MG/DL
- HDA VARICOSA
- DESNUTRIÇÃO
- USO DE IBP
TRÍADE CLÍNICA NA PBE
- FEBRE
- DOR/DESCONFORTO ABDOMINAL DIFUSO
- ASCITE
- OUTROS SINTOMAS: ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA, VÔMITOS, DIARREIA, CALAFRIOS.
PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS NA PBE
2 ADULTOS 1 CRIANÇA
- ADULTOS: ESCHERICHIA COLI E KLEBSIELLA PNEUMONIAE
- CRIANÇAS: STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
DIAGNÓSTICO DE PBE
LÍQUIDO ASCÍTICO COM MAIS DE 250 POLIMORFONUCLEARES COM CULTURA MONOBACTERIANA E NA AUSÊNCIA DE CAUSAS INTRA-ABDOMINAIS DE PERITONITE.