Colorretal Benigno Flashcards
Doença Diverticular- Definição e Prevalência
=/ de diverticulose (presença de divertículos)
Sinais e sintomas: FiE, PCR>50, leucocitose
TC: gold standardt do diagnóstico
Não tem nenhuma etiologia específica Baixa incidência na África rural e na Ásia e uma grande incidência no mundo ocidental (dieta?) 5ª década - 5% das pessoas 8ª década - 50%.
Só 20 a 30% dos doentes sintomáticos é que são operados, sendo necessário: ter episódios recorrentes, ou, num dos episódios, desenvolver uma peritonite.
Mais comum na sigmoideia (pode ocorrer no colon todo).
Doença Diverticular- Manifestações Clínicas
• Dor abdominal ocasional na fossa ilíaca esquerda ou no hipogastro, que melhora com a expulsão de gases;
• Distensão e flatulência;
• Diarreia e obstipação alternadas;
• Náusea e vómitos;
• Febre e taquicardia, quando temos uma doença diverticular complicada com diverticulite
aguda;
• Massa palpável na fossa ilíaca esquerda ou no flanco esquerdo, quando há desenvolvimento de um plastron (resulta de uma reação peritoneal à volta de um foco inflamatório, que se torna
rígida e palpável);
• Hemorragia, que pode resultar em hematoquézias ou melenas, dependendo da localização do divertículo. Existe um risco aumentado de hemorragia quando os doentes têm hipertensão,
aterosclerose ou quando tomam AINEs. O diagnóstico da hemorragia faz-se por colonoscopia, que também permite tratar, fazendo o
eletrocautério do vaso, por angiografia, que mostra o sítio do vaso que está a sangrar e permite o diagnóstico diferencial com angiodisplasia cólica
• Sintomas urinários, podendo haver uma fístula retovesical, hematúria, fecalúria ou infeções urinárias de reperição. Estes sintomas acontecem quando há diverticulite, seja ela crónica ou aguda.
Divertículos
Sempre na borda antimesentérica = borda contrária ao mesentério (contrária à irrigação)
Divertículos verdadeiros= envolvem todas as camadas
Pseudo-divertículos- n envolvem muscular–> mais frágeis
A parede dos pseudo-divertículos, como não têm a
camada muscular, são muito mais frágeis.
Divertículo de Mekel
Divertículo do delgado
Localiza-se até 40cm da válvula ileocecal.
Se estiver infetado pode ser a causa da dor abdominal.
DD da Apendicite aguda
(assim como doença diverticular do intestino delgado)
Diverticulite- Classificação
Classifica-se em 4 estadios, descritos por Hinchey:
• Estadio 1: diverticulite com abcesso paracólico confinado à parede do cólon;
o Estadio 1A: abcesso <4cm;
o Estadio 1B: abcesso >4cm;
- Estadio 2: diverticulite com abcesso distante (pélvico ou retroperitoneal);
- Estadio 3: diverticulite com peritonite purulenta;
- Estadio 4: diverticulite com peritonite fecal (há perfuração do cólon);
Implicações no tratamento:
Estadio 1 - dieta sem resíduos, repouso intestinal e antibiótico.
Estadio 2 - drenagem do abcesso, normalmente guiado por ecografia ou por TAC.
Estadio 3 e 4 - cirurgia, com uma operação de Hartmann ou outra
Diverticulite- DD
• Síndrome do cólon irritável, por causa da alternância entre diarreia e obstipação e da dor abdominal; • Doença de Crohn e colite ulcerosa; • Colite isquémica; • Apendicite aguda; • Angiodisplasia; • Patologia ginecológica, na mulher.
Nota: N se faz contraste (clíster opaco) para diagnóstico em fase aguda–> cavidade peritoneal–> peritonite química
Cirurgia de Hartman
Resseção da parte inflamada do intestino
ou
Colostomia em que se “corta” na parte a montante da inflamação e junta-se esta à pele e “corta-se” a jusante da inflamação
Deixa-se a parte saudável referenciada com um fio de seda e 3 meses
Volta-se a unir a parte que ficou unida à pele com a parte que ficou referenciada com uma sutura–> restitui-se trânsito intestinal.
A operação de Hartmann tem 2 tempos: o primeiro é a colostomia e o segundo é a reconstrução do trânsito.
Diarreia- Definição
Mais de 3 evacuações/dia ou superiores a 200g em 24 horas.
Pode ser:
- Aguda: 3 - 4 semanas
Etiologia bacteriana (a maior parte n tem esta origem) parasitária ou vírica, ntoxicações ou efeito de determinados medicamentos.
- Crónica: > de 4 semanas,
Pode ser aquosa (secreção osmótica), inflamatória ou oleosa.
- É aumento do trânsito intestinal ou uma diminuição da consistência das fezes,
podendo ocorrer em simultâneo. - Pode ser:
Absoluta: > 5 evacuações por dia ou fezes líquidas
Relativa: aumento do número de
evacuações ou a diminuição da consistência das fezes (comparação com a normalidade da pessoa)
Diferente de incontinência do esfíncter (evacuação urgente, incompleta)
Diarreia- Complicações
Complicações:
- Desidratação
- Desequilíbrio eletrolítico
- Irritação do ânus.
- Infeção pelo C.difficile (um bacilo gram positivo anaeróbio) –>é detetável pela - - toxina (A ou B) , por testes às fezes.
Diarreia- Avaliação
Diarreia aguda:
Pesquisas nas fezes de: leucócitos, enzimas, bactérias, ou toxinas
Testes sanguíneos –> desequilíbrios eletrolíticos.
Diarreia crónica:
Raio-x gastrointestinal
clíster opaco (ou enema de bário)
endoscopia digestiva alta com biópsias
colonoscopia total com biópsias (as biópsias são feitas no íleo terminal e no cólon, para descartar doenças inflamatórias intestinais, por exemplo),
teste do hidrogénio (H.pylori)
testes da função pancreática (pancreatite crónica–> diarreia)
Obstipação
Menos de 2 dejeções por semana Causas: Funcionais (diminuição da peristalse) Dilatação de um segmento do cólon (forma uma "bolsa", acumular de fezes)
Tratamento: alterações na dieta e estilo de vida, com aumento da ingestão de fibra e água, prática de exercício físico e, eventualmente, toma de laxantes
Síndrome do cólon irritável
Diarreia e obstipação, alternadamente
Dor abdominal.
NOTA: é diferente de doença inflamatória intestinal.
Síndromes de malabsorção
Diminuição da absorção de lípidos, proteínas, carboidratos, minerais, citaminas,
eletrólitos e água
Relação com cirurgias anteriores ou alterações genéticas (ex: doença celíaca). Alteração de pelo menos, uma das funções da digestão:
digestão intraluminal, digestão propriamente dita ou transporte transepitelial terminal (transporte dos
produtos de digestão através das membranas).
Achados clínicos: • Diarreia crónica; • Esteatorreia; • Flatulência, dor abdominal e distensão; • Perda de peso e/ou anorexia; • Mucosite (ex: aftas);
Efeitos sistémicos:
• Hematopoiéticos: anemia e hemorragia (porque não se absorve ferro nem vitamina B12);
• Musculoesqueléticos: osteopenia e tetania (quando não é absorvido cálcio);
• Endócrinos: amenorreia nas mulheres, impotência nos homens, infertilidade e
hiperparatiroidismo;
• Na pele: petéquias, equimoses, dermatite ou hiperqueratose;
• No sistema nervoso: neuropatia periférica;
Tratamento: administração dos nutrientes em falta.
Íleo paralítico
Redução ou ausência de motilidade intestinal devido à ausência dos movimentos peristálticos normais.
Muito frequente no pós-operatório de uma cirurgia abdominal
Outras causas:
Pancreatite,
peritonite,
lesão da medula espinhal,
desequilíbrios eletrolíticos
uremia
sépsis
Efeito de certos fármacos
(antidepressivos tricíclicos, opioides, etc.).
Tratamento: esperar, administrar fluídos e fazer alimentação parentérica
Doença de Chron- Complicações
• Estenose junto à válvula ileocecal, que vai
causar uma suboclusão intestinal
• Inflamação
• Fístula do íleon para a sigmoideia ou da
sigmoideia para a bexiga