Climatério e Osteoporose Flashcards
Qual é o conceito de climatério?
É o período que vai desde os primeiros indícios de falência ovariana até os 65 anos de idade.
Obs: O climatério não começa e nem termina com a menopausa! São conceitos diferentes.
De forma geral, qual é a manifestação clínica inicial do climatério?
Irregularidade menstrual.
Qual a manifestação clínica mais característica (uma das mais comuns), presente em 80% das pacientes no climatério?
Os fogachos (sintoma vasomotor).
Por que a irregularidade menstrual é uma manifestação clínica do climatério?
Porque, com a idade, os folículos ovarianos estão reduzidos em quantidade e envelhecidos. Consequentemente, a mulher ovula menos e passa a ter ciclos anovulatórios.
Qual é o marcador hormonal que indica essa redução da função ovariana em mulheres no climatério?
O FSH, que estará elevado nessa fase. Isso acontece porque, com poucos folículos, há pouca síntese de estrogênio e de inibina B, hormônios ovarianos que inibem o FSH. Como consequência, o FSH fica elevado (com o objetivo de estimular mais os folículos ovarianos remanescentes), o que é um marco da falência ovariana no climatério.
Obs: embora a “intenção” do aumento do FSH seja boa, ele acaba por acelerar a atresia folicular.
Qual é o conceito de menopausa? Como é feito o diagnóstico da menopausa?
Menopausa é a última menstruação da vida da mulher. O diagnóstico é clínico e retrospectivo, feito quando uma mulher com idade > 40 anos fica sem menstruar por mais de 1 ano.
Quais são as alterações hormonais usualmente encontradas em mulheres pós-menopausa (3)?
- FSH > 35/40 (sinaliza **esgotamento folicular).
- Estradiol < 20 (obs: estradiol é o principal estrogênio do menacme)
- HAM (hormônio anti-mulleriano) indetectável. Obs: o HAM é um marcador do n° de folículos ovarianos em desenvolvimento, logo, na menopausa, estará muito baixo.
Além do fogacho, quais outras condições estão presentes após a menopausa (3)?
- Atrofia genitourinária (que pode cursar com dispareunia, por exemplo)
- Risco muito aumentado de osteoporose.
-
Maior risco de doenças cardiovasculares
Obs: são consequências do hipoestrogenismo.
Após a menopausa, os níveis de estrogênio caem muito, mas não se esgotam. Qual o tipo de estrogênio predominante nesse período e a sua origem?
A estrona é o tipo de estrogênio mais prevalente após a menopausa (diferentemente do menacme, em que o estradiol predomina). A estrona é produzida a partir dos androgênios pela aromatização periférica, que ocorre, sobretudo, no tecido adiposo.
Por que os ovários ainda são importantes, mesmo que não produzam mais estrogênio e progesterona após a menopausa?
Porque os ovários continuam a produzir androgênios, que são fonte para a produção de estrona através da aromatização.
Quais são as principais contraindicações à terapia hormonal (TH) após a menopausa (9)?
- Câncer de mama (história atual ou prévia ou lesão precursora)
- Câncer de endométrio (atual ou prévio)
- Sangramento vaginal de causa INDETERMINADA (pode ser CA de endométrio, por ex. Se a causa for atrofia, a TH pode ser, inclusive, indicada, mas até que a causa seja descoberta ela é contraindicada).
- Doença coronariana ou cerebrovascular (como IAM ou AVE prévios). Nesses casos, a TH aumenta o risco de um novo evento.
- TVP ou TEP (é contraindicação a depender da via de administração e do tipo de progesterona utilizada)
- LES com alto risco de trombose.
- Doença hepática descompensada
- Porfiria
- Meningioma (é contraindicação ao uso de progesterona, mas pode ser utilizado o estrogênio isolado).
Quais são as indicações de terapia hormonal? Destas, qual a mais comum?
- Fogachos intensos, que interferem na qualidade de vida da mulher. É a indicação mais comum
- Atrofia genitourinária.
- Osteoporose (APENAS se houver indicação por outro motivo, sendo o principal os fogachos incapacitantes!)
Quais os esquemas de TH disponíveis (2)?
- Estrogênio isolado.
- Estrogênio + progesterona (combinado).
Qual critério é utilizado para se escolher o esquema de TH? Como é feita essa escolha?
A presença ou não de útero. A escolha é feita da seguinte forma:
Se a mulher tiver útero: o esquema combinado (E + P) é a escolha. Isso porque o E isolado pode causar hiperplasia e neoplasia de endométrio na mulher com útero.
Se a mulher NÃO tiver útero: o esquema isolado (apenas E) é a escolha. Isso porque, nesse caso, não há risco de câncer de endométrio, de forma que o esquema combinado não traria benefício algum (apenas mais riscos, por conter 2 hormônios!).
Quais as vias de administração de estrogênio disponíveis (2)?
- Oral
- Parenteral (ex: implante transdérmico).
Em que situações deve-se optar pela via parenteral em detrimento da oral?
Pacientes com comorbidades (como HAS, DM, tabagismo, hipertrigliceridemia, risco aumentado de trombose, doenças hepáticas).
Dica: pacientes com PAtologias em geral – preferir a via PArenteral.