Cirrose Hepática Flashcards
Caracteística fisiopatológica fundamental para desenvolvimento da cirrose hepática
Agressão hepática crônica com ativação das células estreladas e consequente deposição progressiva de tecido conjuntivo no parênquima hepático
Principais estimulos p/ ativação das células estreladas:
- citocinas inflamatórias
- estímulos parácrinos das células endoteliais dos sinusoides
- infiltração local de plaquetas
- infiltração local de células inflamatórias
- aumento do estresse oxidativo
- apoptose dos hepatócitos
O que são os nódulos de regeneração e qual sua repercussão biológica?
É o processo de lesão (fibrose-regeneração contínuo) quando está restrito a uma região circundada por tecido fibrótico.
Esse mecanismo causa uma incapacidade de metabolização do fígado, produzindo menos proteínas e culminando numa INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA.
Descreva o ciclo de distúrbio hemodinâmico causado pela vasodilatação esplâncnica
- sequestro de volume no leito vascular esplâncnico
- redução do volume circulante efetivo
- hipoperfusão periférica
- ativação do SRAA + SN simpático + liberação de ADH
- Retenção de sódio e água
- “repeat”
É uma das causa de HIPERTENSÃO PORTA e pode contribuir p/ formação da ascite.
Principais etiologias de cirrose hepática
- deficiencia de alfa-1-antitripsina (AAT)
- doença de Caroli
- Síndrome de Budd-Chiari
- origem cardiaca
- tirosinemia
- galactosemia
- fibrose cística
- atresia de via biliar
- cirrose criptogênica
Caracteristicas da cirrose de origem cardiaca
- relacionadas à INSUFICIENCIA CARDIACA À DIREITA (pericardite constritiva, cardiomiopatia, cor pulmonale)
- pode causar CONGESTÃO HEPÁTICA
- Turgência jugular + hepatomegalia dolorosa
- laboratório: hiperbilirrubinemia, FA normal ou aumentada, TP alargado
- hipoalbuminemia (30-50%) → não é decorrente de insuf. hepática mas por disabsorção intestinal de proteinas devido congestão da mucosa.
O que é síndrome de Budd-Chiari
- Obstrução da via de saida do sistema venoso hepático
- Mais comum em mulheres
- PRIMÁRIA: mais comum e ocorre quando há trombose ou flebite das veias hepaticas e/ou VCI. Geralmente relacionada a uma coagulopatia
- SECUNDÁRIA: compressão extrínseca desses vasos (ex.: tumor)
O que é a doença de Caroli?
- Condição congênita que causa dilatações saculares multifocais dos ductos biliares grandes e que se associa a fibrose hepatica.
- Aumenta o risco de colangite
[Verdadeiro ou Falso] - Os escores de classificação da cirrose hepática (MELD e Child-Pugh) não avaliam prognóstico e sobrevida dos pacientes.
FALSO: os escores de classificação avaliam prognóstico e sobrevida dos pacientes com cirrose e devem ser realizados para todos que apresentam o diagnóstico.
O escore de Child-Pugh classifica o paciente com cirrose em 3 grupos (A, B e C) de acordo com a avaliação de quais parâmetros?
“BEATA”
B → bilirrubina
E → encefalopatia
A → ascite
T → tempo de protrombina / INR
A → albumina
Qual a % de sobrevida em 1 a 2 anos de cada grupo de gravidade de Child-Pugh (graus A, B e C)?
- Grau A (cirrose compensada) → 100 a 85%
- Grau B (dano funcional significativo) → 80 a 60%
- Grau C (cirrose descompensada) → 45 a 35%
Parâmetros avaliados no Escore MELD
“BIC”
B → bilirrubina
I → INR
C → creatinina
Escore utilizado para alocação na lista de espera do transplante hepático
Escore MELD
(valor minimo p/ alocação na lista = 11)
Achados sugestivos de cirrose descompensada
ascite, icterícia, encefalopatia e hemorragia por ruptura de varizes esofágicas
Caracteristicas da esplenomegalia na cirrose
- Mais comum na etiologia alcoólica, secundário à hipertensão porta
- Pode acompanhar anemia, plaquetopenia e/ou leucopenia.
Manifestações clínicas comuns na cirrose hepática
- Sintomas inespecíficos: anorexia, náuseas, fadiga e perda ponderal
- Hepatoesplenomegalia
- Unhas de Muehrcke e hastes de Terry (hipoalbuminemia)
- esteatorreia
- baqueteamento digital
- Contratura de Dupuytren
- circulação colateral (caput medusa)
- Sopro de Cruveilhier-Baumgarten
- Redução da PAM
- Doença de Madenlug (lipomas no pescoço, ombros e regição subocciptal)
- Sarcopenia (40-70%) e cãimbras
HIPERESTROGENISMO
- telangiectasias + eritema palmar
- Homens: disfunção erétil, a infertilidade, a redução de pelos corporais, a ginecomastia, a diminuição da libido e a atrofia dos testículos e próstata.
- Mulheres: amenorreia, infertilidade e irregularidade menstrual.
Padrão-ouro para diagnóstico de cirrose hepática
Análise histopatológica de biópsia hepática
[Verdadeiro ou Falso] - A biópsia hepática é necessária para o diagnóstico de cirrose
FALSO: Paciente com clínica exuberante e achados laboratoriais caracteristicos podem ser suficientes p/ diagnóstico.
Achados clinico-laboratoriais com maior capacidade de prever cirrose
- Ascite;
- Plaquetas < 160.000/mm³;
- Aranhas vasculares;
- Escore de Bonacini > 7
parâmetros que consistem a avaliação de função hepática
Dosagem de albumina + tempo de protrombina + bilirrubina
Valores normais de albumina sérica
3,5 a 5,5 g/dL
[Verdadeiro ou Falso] - A albumina é um bom marcador de insuficiência hepática crônica.
VERDADEIRO: pois é produzida EXCLUSIVAMENTE no fígado e principalmente por possuir meia-vida longa (18-20 dias).
Alterações laboratoriais na cirrose
Transaminases: TGO/TGP > 1
FA: < 3x o LSN
Hipoalbuminemia
TP alargado
Bilirrubina: normal ou aumentado (indica prognóstico)
Hipergamaglobulinemia
Hemograma: Anemia, leucopenia e plaquetopenia
Medidas da terapia nutricional
- De preferência: proteína de origem vegetal e derivados do leite
- Não se recomenda dieta hipoproteica
- Não se recomenda a restrição de gorduras
- Restrição de sódio (< 2 g/dia) para ascite
- Restrição hídrica para hiponatremia (< 120 mEq/L)
- Avaliar e tratar deficiências de vitaminas (B12) e minerais
Quais pacientes tem indicação de rastreio de hepatocarcinoma (CHC)?
TODOS pacientes com cirrose
[Verdadeiro ou Falso] - Cirrose é o principal fator de risco para CHC
VERDADEIRO
Como é feito rastreio de hepatocarcinoma (CHC) em cirróticos?
USG de abdome + dosagem de alfafetoproteína a cada 6 meses
Indicação de EDA anual p/ avaliação de varizes esofágicas
- Child B ou C
- Child A, com varizes e s/ tto de doença de base
Indicação de profilaxia primária de varizes de esôfago e como é feita?
Pacientes que devem receber profilaxia primária:
- Varizes de pequeno calibre com manchas avermelhadas
- Varizes de médio e grosso calibre
- Varizes em pacientes com Child B ou C
Faz-se betabloqueador não seletivo (propanolol, nadrolol ou caverdilol) OU ligadura elástica
Indicação de profilaxia secundária de varizes de esôfago e como é feita?
- Paciente que já teve hemorragia por ruptura de varizes de esôfago
- Betabloqueador não seletivo E ligadura elática