Cirrose (complicações) Flashcards
Quais são as principais complicações da cirrose hepática?
- Encefalopatia hepática
- Déficit de síntese hepática
. hipoalbuminemia
. coagulopatia - Manifestações hematológicas
. anemia
. hiperesplenismo - Síndrome Hepatorrenal
- Síndrome Hepatopulmonar
- Hipertensão porta
. varizes esofagianas
. ascite (PBE e PBS)
Como a Encefalopatia Hepática se manifesta clinicamente?
- Agressividade, agitação, distúrbios do comportamento
- Sonolência/letargia, inversão do ciclo sono/vigília, fala arrastada
- Flapping, escrita irregular, incoordenação dos movimentos musculares, hipertonia, sinal de Babinsky, reflexos alterados
- Crises convulsivas, postura de decerebração, “hálito hepático”
Quais fatores podem precipitar um quadro de Encefalopatia Hepática?
- Sangramento digestivo
- Alcalose metabólica/hipocalemia
- Diuréticos tiazídicos ou de alça, desidratação, hipovolemia
- Infecções (PBE)
- Dieta hiperproteica, constipação intestinal
Como é feito o tratamento da Encefalopatia Hepática?
- Lactulose:
. efeito laxativo e converte amônia em amônio (não-absorvível) no lúmen intestinal
. fazer com que o paciente tenha 2-3 evacuações/dia - Antibioticoterapia:
. Em associação à lactulose nos pacientes refratários (isolada se intolerância à lactulose)
. Reduz a flora produtora de amônia
. Rifaxima (escolha), Neomicina, Metronidazol - Antipsicótico:
. se agitação psicomotora
. Haloperidol - restrição proteica não é feita de rotina
Em quais situações a reposição de albumina está indicada em pacientes com cirrose?
- Tratamento da Síndrome Hepatorrenal
- Paracenteses de grande volume
- Tratamento da PBE
Qual a fisiopatologia da Síndrome Hepatorrenal e como ela pode ser classificada?
- Fisiopatologia:
. a redução do volume arterial efetivo (por conta da vasodilatação esplâncnica) ativa o SN Simpático, que promove vasoconstricção renal, a qual leva à queda da TFG e piora da função renal. - Classificação:
. Tipo I - rápida evolução da insuficiência renal (< 2 semanas), creatinina > 2,5, clearance de creatinina < 20)
. Tipo II - evolução insidiosa da insuficiência renal, creatinina > 1,5, clearance de creatinina < 40)
Quais fatores podem precipitar a Síndrome Hepatorrenal?
- Sangramento digestivo
- Infecção (PBE)
- Paracentese de grande volume sem reposição de albumina
- Diurese intensa com rápida perda de peso
- Esses fatores são todos desencadeadores também de IRA por outros mecanismos. O que sugere se tratar de SHR é a não resolução da injúria renal após o tratamento dessas condições.
Como é o tratamento da SHR?
- Drogas vasoconstritoras:
. escolha: Terlipressina
. opções: Noradrenalina, Midodrina + Octreotide - Albumina
- TIPS
. alternativa nos casos refratários - Transplante hepático:
. tratamento de escolha (único que aumenta sobrevida) - Hemodiálise pode ser feita como suporte
Qual a fisiopatologia da Síndrome Hepatopulmonar?
O prejuízo na função hepática de detoxificação aumenta a circulação de vasodilatadores endógenos, que provocam uma dilatação absurda dos capilares pulmonares, o que cria um shunt direita-esquerda
Como a SHP se manifesta clinicamente?
- Platipneia:
. dispneia em ortostase - Ortodeoxia:
. queda da SatO2 em ortostase - Dispneia, cianose de lábios e extremidades, baqueteamento digital, aranhas vsaculares, etc
Como é o tratamento da SHP?
- Transplante Hepático
. única modalidade de tratamento eficaz - Administração de oxigênio leva a uma melhora do quadro
Como a Hipertensão Portal pode ser classificada e quais suas principais causas?
- Intra-hepática:
. Sinusoidal - cirrose
. Pré-sinusoidal - esquistossomose
. Pós-sinusoidal - doença hepática veno-oclusiva (doença do enxerto vs hospedeiro), chá da Jamaica - Pré-hepática:
. Trombose de veia porta (hipercoaguabilidade em adultos, infecção de veia umbilical associada a cateterismo desse vaso em crianças)
. Trombose de veia esplênica (pancreatite crônica, câncer de pâncreas) - Pós-hepática:
. Síndrome de Budd-Chiari
. Doenças cardíacas
Como é feito o diagnóstico de Hipertensão Portal?
- USG Doppler:
. tradicionalmente é o primeiro exame a ser solicitado
. aumento do calibre da veia porta (>12mm) ou da veia esplênica (>9mm)
. fluxo hepatofugal ao doppler - Endoscopia Digestiva Alta:
. presença de varizes esofagogástricas em paciente com clínica sugestiva confirma o diagnóstico
. sempre deve ser solicitada - Elastografia:
. mede o grau de fibrose do parênquima hepático, de forma não-invasiva
. valores > 15kPa confirmam o diagnóstico - Gradiente de Pressão Venosa Hepática:
. invasivo, só utilizado caso os demais exames não-invasivos não consigam firmar o diagnóstico
. > 5mmHg = hipertensão porta, > 10mmHg = varizes, > 12mmHg = risco de ruptura das varizes e ascite
Como a ascite se manifesta no exame físico e quais exames complementares podem ser utilizados para seu diagnóstico?
- Exame físico:
. abdome globoso (grandes ascites)
. sinal da macicez móvel (ascites > 1,5l)
. sinal do Piparote (ascites > 5l) - Exames complementares:
. USG
. Paracentese diagnóstica
Quais análises são realizadas no Exame do Líquido Ascítico?
- Macroscopia:
. Seroso = cirrose
. Hemorrágico = neoplasia ou tuberculose peritoneal
. Turvo = infecção
- Bioquímica: . GASA (gradiente de albumina soro-ascite) . Proteínas totais . Glicose . LDH . Triglicerídios . Amilase . Bilirrubinas
- Citometria
. Hemácias elevadas - neoplasia ou tuberculose
. Leucócitos elevados - Infecção (peritonite, espontânea ou secundária) - Citologia Oncótica
- Bacteriologia
. Bacterioscopia + Culturas