Ciência no período reacionário Flashcards
Caracterização do período.
Esse período foi de novos pontos de partida radicais em alguns campos do pensamento (como na matemática), do despertar de ciências até então adormecidas (como a química), da virtual criação de novas ciências (como a geologia), e da injeção de novas ideias revolucionárias em outras ciências (como as ciências sociais e biológicas).
Governo X Ciência.
Aquela foi, talvez, a primeira ocasião na história em que o cientista enquanto tal fez parte do governo, embora isto tenha sido de maior importância para o governo do que para a ciência.
Conhecimentos que revolucionaram as principais indústrias do período.
As principais indústrias desse período foram as têxteis de algodão, as do carvão, do ferro, das ferrovias e da construção de navios mercantes.
Os conhecimentos que revolucionaram estas indústrias foram os de homens empíricos.
Influência da dupla revolução na ciência.
A ciência se beneficiou tremendamente com o surpreendente estímulo dado à educação científica e técnica, e com o menos surpreendente apoio dado à investigação durante nosso período.
Aqui a influência da revolução dupla é bastante clara.
Supremacia da ciência francesa.
A supremacia mundial da ciência francesa durante a maior parte do período se deveu a importantes fundações de escolas técnicas e cintíficas, notadamente à Politécnica, um turbulento centro do jacobinismo e liberalismo que atravessou todo o período pós-napoleônico, e um incomparável criador de grandes matemáticos e físicos.
Ciência na Grã-Bretanha.
A imensa riqueza do país tornava possível a criação de laboratórios particulares.
Associações para o progresso da ciência, como a Sociedade Lunar de Birmingham e a Sociedade Filosófica e Literária de Manchester, mobilizaram a ajuda dos industriais nas províncias.
O Conde de Rumford fundou a Instituição Real em 1799, que foi, de fato, um primeiro exemplo do laboratório de pesquisa.
Progresso do comércio X Estudo científico.
O progresso do comércio e o processo de exploração abriram novos horizontes do mundo ao estudo científico, e estimularam o pensamento sobre eles.
Ampliação do universo científico.
O universo das ciências se ampliou para abraçar países e povos que até então só tinham dado contribuições insignificantes.
A ciência parece refletir a ascensão das culturas nacionais fora da Europa Ocidental, o que é também um produto da era revolucionária.
O elemento nacional na expansão das ciências se refletiu no declínio do cosmopolitismo que havia sido característico das pequenas comunidades científicas dos séculos XVII e XVIII.
Ciências clássicas.
No todo, as clássicas ciências físicas não foram revolucionadas, isto é, permaneceram substancialmente dentro dos termos de referência estabelecidos por Newton, ou continuando as linhas de pesquisa já seguidas no século XVIII ou expandindo as antigas descobertas fragmentárias e coordenando-as em sistemas teóricos mais amplos.
Assim, o mais importante dos novos campos abertos, e o único que teve imediatas consequências tecnológicas, foi o do eletro-magnetismo.
Química.
A química, como a física, foi proeminentemente uma ciência francesa. Seu verdadeiro fundador, Lavoisier, publicou o seu fundamental Tratado Elementar de Química no próprio ano da revolução, e a inspiração para os avanços químicos, e especialmente a organização da pesquisa química em outros países foi primeiramente francesa.
Entretanto, a atmosfera e os métodos da química continuaram em grande parte a ser os mesmos do século XVIII.
Teve, entretanto, uma implicação revolucionária: a descoberta de que a vida podia ser analisada em termos das ciências inorgânicas.
Desenvolvimentos nas ciências sociais
A maioria dos desenvolvimentos se deram seguindo os avanços já realizados teoricamente.
Mas as ciências sociais tiveram algo inteiramente novo: a descoberta da história como um processo de evolução lógica, e não simplesmente como uma sucessão cronológica de acontecimentos.
Assim, o que veio a se chamar sociologia (a palavra foi inventada por Augusto Comte por volta de 1830) nasceu diretamente da crítica ao capitalismo.
Inserção da história nas ciêcias sociais.
A inserção da história nas ciências sociais teve seus efeitos mais imediatos no direito, no estudo da teologia e, especialmente, em uma ciência totalmente nova, a filologia.
Esta ciência se desenvolveu primeiramente na Alemanha, que era de longe o mais vigoroso centro de difusão de estudos históricos.
Grau de consciência política dos cientistas.
Em comparação com os artistas e filósofos, os cientistas - especialmente os cientistas naturais - demonstravam um grau muito baixo de consciência política, a menos que seus estudos ou experiências exigissem outra coisa.
Fora dos países católicos, por exemplo, demonstravam uma capacidade notável para combinar a ciência com uma tranquila ortodoxia religiosa que surpreende o estudioso da era pós-darwiniana.
“Classicismo” e “romantismo” nas ciências.
O “classicismo” e o “romantismo” existiram também nas ciências e cada um se ajustava a um enfoque particular da sociedade humana.
A adequação do classicismo (ou, em termos intelectuais, o universo newtoniano, racionalista e mecanicista do iluminismo) com o ambiente do liberalismo burguês, e do romantismo (ou, em termos intelectuais, a chamada “filosofia natural”) com seus oponentes, é obviamente uma simplificação, e se rompe por completo depois de 1830.
Filosofia natural.
A “filosofia natural” era especulativa e intuitiva. Buscava expressar o espírito do mundo ou da vida, da misteriosa união orgânica de todas as coisas com as demais, e de muitas outras coisas que resistiam a uma precisa aferição quantitativa ou a uma clareza cartesiana.
De fato, estava em aberta revolta contra o materialismo mecânico, contra Newton, e às vezes contra a própria razão.