Choque em pediatria - incompleto Flashcards

1
Q

Definição de choque

A

Processo agudo, ocasionado pela redução da perfusão tecidual; levando a inabilidade de distribuir oxigênio para manter as demandas metabólicas de órgãos e tecidos

  • desbalanço entre a oferta e demanda de O2 e nutrientes para os tecidos
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Q

Fisiopatogenia do choque

A
  • Perfusão tecidual inadequada
  • Hipóxia tecidual
  • Metabolismo anaeróbico
  • Aumento da produção de lactato e C02 tecidual + dano tecidual
  • Disfunção de múltiplos orgãos
  • Possível evolução para PCR
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3
Q

Definição de hipotensão em pediatria

A

PAs ≤ PERCELTIL 5

  • Neonatos: PAs < 60mmHg
  • 1 a 12 meses: PAs < 70mmHg
  • 1 a 10 anos: PAs < 70 - (2x idade em anos) mmHg
  • > 10 anos: PAs < 90mmHg
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4
Q

Quais são os mecanismos compensatórios ao choque em pediatria?

A
  • Aumento da FC (taquicardia)
  • Aumento do tônus venoso
  • melhora pré carga (mais sangue chega ao lado direito do coração)
  • Aumento da resistência vascular periférica
  • fluxo é direcionado prioritariamente para órgão nobres
  • Aumento do volume sistólico
  • Hiperventilação
  • aumento da eliminação de CO2
  • Aumento da extração de O2 pelos tecidos
  • redução da saturação venosa central
  • Excreção renal de H+
  • Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona
  • Aumento da secreção de ADH
  • Fator natriurético atrial
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5
Q

Como o choque em pediatria é classificado de acordo com a PA?

A
  • Choque compensado
    *sinais de pefusão inadequada + PA normal
  • Choque descompensado ou hipotensivo
    *sinais de pefusão inadequada + hipotensão
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6
Q

Como o choque em pediatria é classificado de acordo com a sua causa?

A
  • Hipovolêmico
  • Cardiogênico
  • Obstrutivo
  • Distributivo
  • Dissociativo
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7
Q

Quais são as principais causas do choque hipovolêmico?

A

Pouco volume circulando no compartimento endovascular

  • Desidratação
    -diarreia, vômitos
    -diurese osmótica (cetoacidose diabética)
  • Hemorragia
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8
Q

Quais são as principais causas do choque cardiogênico?

A

Falência da função de bomba do coração

- Miocardite viral

  • Arritmia
  • Miocardiopatia
  • Cardiopatias congênitas
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9
Q

Quais são as principais causas do choque obstrutivo?

A

Aumento da resistência para ejeção do sangue pelo coração

  • Tamponamento cardíaco
  • Pneumotórax hipertensivo
  • fechamento de canal arterial, em patologias canal-dependente
  • TEP maciço
  • incomum em PED
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10
Q

Quais são as principais causas do choque distributivo?

A

Sangue encontra-se distribuído inadequadamente pelo corpo

  • Sepse
  • Anafilaxia
  • Choque neurogênico
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11
Q

Quais são as principais causas do choque dissociativo?

A

Entrega de oxigênio aos tecidos prejudicada por comprometimento da hemoglobina

  • Intoxicação por monóxido de carbono (CO)
  • Metemoglobinemia
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12
Q

Quadro clínico do choque hipovolêmico

A
  • Desidração
  • boca seca
  • sem lágrimas
  • sinal da prega muito lentificado
  • Taquicardia
  • Taquipnéia
  • Tempo de enchimento capilar lentificado
  • Pulsos finos
  • Extremidades frias
  • Oligúria
  • Sonolência
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13
Q

Qual é o comportamento da pré-carga, contratilidade cardíaca e pós-carga em casos de choque hipovolêmico?

A
  • Pré-carga: reduzida
  • Contratilidade cardíaca: normal ou aumentada
  • Pós-carga: aumentada
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14
Q

Quadro clínico do choque cardiogêmico

A
  • Taquicardia
  • Pulsos finos
  • Pele fria
  • Taquidispnéia
  • Congestão pulmonar (estertoração)
  • Rebaixamento de fígado
  • Hipotensão
  • Sonolência
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15
Q

Qual é o comportamento da pré-carga, contratilidade cardíaca e pós-carga em casos de choque cardiogêmico?

A
  • Pré-carga: variável
  • Contratilidade cardíaca: diminuida
  • Pós-carga: aumentada
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16
Q

Quadro clínico do choque obstrutivo devido a pneumotórax

A
  • Murmúrio vesicular diminuido
  • Hipertimpanismo no lado acometido
  • Desconforto respiratório
  • Assimetria torácica
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17
Q

Quadro clínico do choque obstrutivo devido a tamponamento cardíaco

A
  • Bulhas abafadas
  • Taquicardia
  • déficit perfusional
  • Turgência jugular
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18
Q

Quadro clínico do choque obstrutivo devido a patologias canal dependente

A
  • Piora rápida da perfusão
  • ICC
  • Desequilíbrio da saturação pré e pós ductal
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19
Q

Qual é o comportamento da pré-carga, contratilidade cardíaca e pós-carga em casos de choque obstrutivo?

A
  • Pré-carga: variável
  • Contratilidade cardíaca: normal
  • Pós-carga: aumentada
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20
Q

Quadro clínico do choque dissociativo

A
  • Cefaléia
  • Vômitos
  • Sonolência
  • Síncope
  • Convulsões
  • Alterações cardíacas
  • Cianose
  • Dispnéia
21
Q

Fisiopatogenia do choque distributivo neurogênico

A
  • Trauma cervical superior, torácico ou em SNC
  • Perda súbita do tônus simpático
  • Vasodilatação descontrolada + incapacidade de gerar taquicardia compensatória
  • distribuição inadequada do sangue na periferia
  • Choque
22
Q

Quadro clínico do choque distributivo neurogênico

A
  • Histórico de trauma
  • Hipotensão precoce
  • Ausência de taquicardia compensatória
23
Q

Quadro clínico do choque distributivo devido a anafilaxia (choque anafilático)

A
  • Angioedema
  • Lesões urticariformes
  • Hipotensão
  • Sibilância/estridor
  • Sintomas gastrointestinais
  • cólica intensa
  • diarreia
  • náusea e vômitos
  • Sintomas neurológicos
  • convulções
  • síncope
24
Q

Definição em pediatria de:

  • Sepse
  • Sepse grave
  • Choque séptico
A
  • Sepse
    -2 ou mais critérios de SIRS + evidência de infecção suspeita ou confirmada
  • Sepse grave
    -sepse + disfunção orgânica
  • Choque séptico
    -disfunção cardiovascular não responsiva a 40-60ml/Kg de volume

Choque séptico é um diagnóstico evolutivo de sepse grave

25
Q

Quais são as possíveis disfunções orgânicas presentes em quadros de sepse em pediatria?

A
  • Cardiovascular
  • instabilidade hemodinâmica, a despeito da ADM. de volume
  • Respiratória
  • hipoxemia
  • hipercapnia
  • Neurológica
  • Glasgow <11 ou queda em relação ao valor basal
  • Hematológica
  • plaquetopenia
  • alterações de INR
  • CIVD
  • Hepática
  • aumento de bilirrubinas
  • aumento de transaminases
  • Renal
  • elevação de creatinina
26
Q

Quais são os fatores de risco para ocorrência do choque séptico (distributivo)?

A
  • RN, < 3 meses
  • Oncológicos
  • Asplenia
  • Transplantados
  • Em uso de dispositivos invasivos
  • Imunocomprometidos
27
Q

Quadro clínico do choque distributivo devido a sepse (choque séptico)

A
  • Critérios de SIRS (presença de 2 ou >, tendo ao menos 1 dos 2 primeiros critérios)
  • febre ou hipotermia
  • leucocitose ou leucopenia
  • taquicardia
  • taquipnéia
  • Hipotensão
  • Sinais de má perfusão
  • pulsos finos
  • pele fria
  • tempo de enchimento capilar prolongado
  • Vômitos
  • Toxemia
  • Edema
  • Estertoração pulmonar
28
Q

Qual é o comportamento da pré-carga, contratilidade cardíaca e pós-carga em casos de choque distributivo?

A
  • Pré-carga: normal ou diminuida
  • Contratilidade cardíaca: normal ou diminuida
  • Pós-carga: normal ou diminuida
29
Q

Quais são os princípios gerais das medidas adotadas no TTO do choque, independente da sua causa?

A
  • Melhorar teor de O2 no sangue
  • Reduzir demanda de O2
  • Alterar distribuição e volume do líquido endovascular
  • Corrigir desordens metabólicas
  • Suporte à função dos orgãos
  • Evitar progressão para RCP
30
Q

Qual deve ser a abordagem inicial de casos de choque?

A
  • M.O.V.
  • monitorização
  • oxigênio
  • venóclise/acesso intra-ósseo
  • Avaliação primária
  • ABCDE
31
Q

Quais são os locais onde pode-se estabelecer acesso intraósseo?

A
32
Q

Quais são as medidas gerais a serem adotadas no TTO do choque, independente da sua causa?

A
  • Oxigênio
  • >FiO2 possível
  • IOT se necessário
  • Infusão de concentrado de hemácias em casos de anemia relevante
  • Expansão volêmica
  • Drogas vasoativas, se necessário
  • Controle de dor/febre
  • Sedação se necessário
    • Corrigir
  • hipoglicemia
  • distúrbio eletrolíticos
  • distúrbios ácido-base
33
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque hipovolêmico?

A
  • Infusão de20ml/Kg de cristalóide em bolus
  • Reavaliação após cada alíquota
  • Em casos de trauma/choque hemorrágico, dar preferência a hemoderivados
34
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque cardiogênico?

A
  • Infusão lenta e cuidadosa de 5 a 10ml/Kg de cristalóide
  • Drogas vasoativas inotrópicas
  • Considerar uso de diuréticos
  • Solicitar apoio do especialista
35
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque obstrutivo devido a pneumotórax?

A
  • Toracocentese de alívio
  • 2º espaço intercostal na linha hemiclavicular
  • Toracostomia sob selo d’água
36
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque obstrutivo devido a tamponamento cardíaco?

A
  • Pericardiocentese de alívio
  • Drenagem pericárdica
37
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque obstrutivo devido a patologias canal dependente?

A
  • Controle da ICC
  • ADM. prostaglandina
  • manutenção da perviedade do canal arterial
38
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque dissociativo?

A

Intoxicação por CO

  • Oferta de O2 em alto fluxo
  • Remoção da fonte de CO

Metahemoglobinemia

  • Remoção da droga provocadora da metahemoglobinemia
  • Oferta de O2
  • Azul de metileno ou ác. ascórbico em casos graves
39
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque distributivo neurogênico?

A
  • Infusão de volume
  • Posicionar paciente em Trendelemburg
  • pés em nível acima da cabeça
  • ADM. vasopressores
  • Controle da temperatura
40
Q

Quais são as medidas específicas a serem adotadas no TTO do choque distributivo anafilático?

A
  • Adrenalina IM
  • ADM. volume
  • Drogas adjuvantes
  • anti-histamínicos
41
Q

Quais são as metas/alvos terapêuticos do TTO de choque séptico?

A
  • Tempo de enchimento capilar 3segundos
  • PAs >percentil 5
  • Amplitude de pulsos adequada
  • Diurese >1ml/Kg/h
  • Extremidades aquecidas
  • Nível de consciência normal
42
Q

Quais condutas devem ser adotadas na 1ªh do TTO do choque séptico?

A
  • MOV
  • 2 acessos
  • Exames laboratoriais
  • pesquisa de disfunções orgânicas
  • Coleta de culturas pertinentes
  • hemocultura e outras disponíveis
  • ATB de amplo espectro
  • Ressuscitação volêmica
43
Q

Como se deve proceder a ressuscitação volêmica em casos de sepse pediátrica?

A
  • Serviço com acesso rápido à UTI
  • 10-20ml/Kg até 40-60ml/Kg
  • reavaliar a cada alíquota
  • Serviço SEM acesso rápido à UTI
  • na vigência de hipotensão
    • 10-20ml/Kg até 40ml/Kg
    • reavaliar a cada alíquota
  • sem hipotensão
    • evitar ressuscitação volêmica
    • utilizar soro de manutenção

QUANTO AO TIPO DE FLÚIDO

  • Priorizar uso de soluções balanceadas
  • plasmalyte
  • Ringer lactato
  • SF pode levar a:
  • acidose hiperclorêmica
  • inflamação sistêmica
  • lesão renal
  • coagulopatia
  • aumento de mortalidade
44
Q

Considerações sobre ATBterapia em sepse pediátrica

A
  • ADM. na 1ªh no choque séptico
  • ADM. até a 3ªh na sepse sem choque
  • Iniciada empiricamente
  • cefalosporina de 3ª geração
  • adequar ao foco infeccioso
  • Culturas são necessárias para ajustar espectro da ATBterapia
45
Q

Quais medidas devem ser adotadas no controle de foco infeccioso em casos de sepse pediátrica?

A
  • Foco intravacular
  • retirada de acessos venosos infectados ou dispositivos implantáveis
  • Foco abdominal
  • resseção cirúrgica
  • punção percutânea
  • Foco torácico
  • drenagem
  • toracotomia
  • Infecções de pele ou partes moles
  • drenagem de abcessos
  • desbridamento de tecidos desvitalizados
  • Sistema genitourinário
  • retirada de cateteres e sondas
  • drenagem de abcessos
  • Sistema nervoso
  • retirada de válvulas de derivação infectadas
46
Q

Considerações sobre uso de drogas vasoativas em choque séptico pediátrico

A
  • Utilizar em casos de choque séptico refratário à volume
  • Adrenalina ou noradrenalina
  • Pode ser iniciada em veia veia periférica, com posterior progressão para infusão em acesso venoso central
47
Q

Considerações sobre o uso da adrenalina em choque séptico pediátrico?

A
  • Droga vasoativa de 1ª escolha
  • Apresenta efeito inotrópico em doses baixas (dose beta), e efeito vasoconstritor em doses elevadas (dose alfa)
  • Dose de 0,1 a 1mcg/Kg/min
48
Q

Considerações sobre o uso da noradrenalina em choque séptico pediátrico?

A
  • Possui efeito vasoconstritor
  • mais utilizada em casos de vasoplegia
  • Efeito alfa 1
  • Dose: 0,1 a 2mcg/Kg/min
49
Q

Considerações sobre o uso de hidrocortisona em casos de choque séptico em pediatria

A
  • Sem evidências robustas
  • Indicado em casos de choque séptico associado a:
  • uso crônico de corticóides
  • hiperplasia adrenal congênita
  • distúrbios do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
  • púrpura fulminans