Choque Flashcards

1
Q

Choque: conceito

A

É a expressão clínica da hipóxia celular, tecidual e orgânica.

É causado pela incapacidade do sistema circulatório de suprir as demandas celulares de oxigênio, por oferta inadequada de oxigênio (DO2) e/ou por demanda tecidual aumentada de oxigênio (VO2)

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2
Q

Choque: complicações

A

É uma emergência médica potencialmente ameaçadora à vida. Os efeitos da hipóxia tecidual são inicialmente reversíveis, mas rapidamente podem se tornar irreversíveis, resultando em falência orgânica, síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (SDMOS) e morte.

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3
Q

Choque: tipos

A

Distributivo, cardiogênico, hipovolêmico e obstrutivo.

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4
Q

Processo de utilização do oxigênio tecidual

A
  1. Difusão do oxigênio dos pulmões ao sangue.
  2. Ligação do oxigênio à hemoglobina.
  3. Transporte de oxigênio pelo débito cardíaco para periferia.
  4. Difusão de oxigênio para a mitocôndria.
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5
Q

Processo de utilização do oxigênio tecidual: Passo 1 - Difusão de O2 do pulmão ao sangue

A

O oxigênio (O2) atmosférico entra nos pulmões a partir da pressão negativa gerada pela inspiração. Posteriormente, o O2 alveolar se difunde para o sangue capilar pulmonar.

A quantidade de O2 que é transferida para o sangue depende da relação ventilação-perfusão e da concentração de oxigênio inspirado (FiO2).

Outros fatores importantes são a membrana alvéolo- capilar, a concentração de hemoglobina no sangue e sua afinidade pelo O2.

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6
Q

Processo de utilização do oxigênio tecidual: Passo 2 - Ligação de O2 à hemoglobina

A

98% do O2 é ligado à hemoglobina e 2% é dissolvido no plasma.

O principal carreador do O2 é a hemoglobina, que é um complexo proteico composto por quatro cadeias polipeptídicas (na maioria das vezes, duas cadeias alfa e duas beta), cada uma ligada a um grupo heme por ligações não covalentes.

Cada grupo heme possui um anel porfirínico ligado a um átomo de ferro em estado reduzido (ferroso ou Fe2+), ao qual o O2 se liga. Assim, cada molécula de hemoglobina consegue carregar quatro moléculas de oxigênio

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7
Q

Processo de utilização do oxigênio tecidual: Passo 2 - Ligação de O2 à hemoglobina part 2

A

A afinidade da hemoglobina pelo O2 aumenta na medida em que o complexo com a hemoglobina se satura.

Essa habilidade da hemoglobina de alterar sua afinidade pelo O2 a torna um carregador ideal. Nos capilares pulmonares, a ligação do oxigênio à hemoglobina é facilitada, enquanto nos capilares periféricos, a dissociação do O2 é promovida.

Algumas situações aumentam ou diminuem a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio e influenciam esse processo

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8
Q

Processo de utilização do O2 tecidual - Passo 3: transporte de oxigênio pelo débito cardíaco para periferia

A

O transporte de O2 aos tecidos depende da quantidade presente no sangue e do débito cardíaco. O conteúdo de oxigênio no sangue (em mL de O2/dL de sangue) pode ser expresso, então, pela seguinte fórmula:
Conteúdo arterial de oxigênio = = (1,39 × Hb × Sat artO2) + 0,0031 × PaO2
(normal 16-22 mL/dL)
Conteúdo venoso de oxigênio = = (1,39 × Hb × Sat venO2) + 0,0031 × PvO2 (normal 12-17 mL/dL)

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9
Q

Processo de utilização do O2 tecidual - Passo 3: transporte de oxigênio pelo débito cardíaco para periferia

A

Os dois principais componentes do conteúdo de O2 no sangue são a quantidade de hemoglobina e sua saturação, já que o O2 dissolvido no plasma representa uma ínfima parcela do conteúdo total. Já o transporte de oxigênio aos tecidos depende do débito cardíaco (DC) do paciente. Portanto, a oferta de O2 (DO2) é dada pela seguinte fórmula:

Oferta de oxigênio (mL O2/min) = = CaO2 × DC × 10 (normal 700-1.400 mL/min)

Fica evidente a importância do débito cardíaco para o transporte de O2 para os tecidos. Quedas agudas da saturação ou anemias agudas podem ser compensadas por imediato aumento do débito cardíaco.

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10
Q

Processo de utilização do O2 tecidual: Passo 4 - Difusão do oxigênio para mitocôndria

A

O O2 posteriormente é transferido do sangue para a mitocôndria por um simples princípio de difusão, mas também por mecanismos de controle da microcirculação local que controlam o fluxo total, tempo de trânsito e recrutamento capilar.

Fatores autonômicos neurais e metabólicos regulam os esfíncteres arteriolares de tal forma a aumentar a densidade capilar. Órgãos com pouca reserva capilar apresentam-se em desvantagem durante a hipóxia.

Uma vez que o O2 chega à mitocôndria, ele deve funcionar como receptor final de elétrons provenientes do metabolismo aeróbico.

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11
Q

Processo de utilização do O2 tecidual: Passo 4 - Difusão do oxigênio para mitocôndria

A

Mesmo após entrar na mitocôndria, diversos mecanismos em determinadas patologias promovem a má utilização do oxigênio no metabolismo, levando a uma utilização glicolítica anaeróbica da glicose e hiperlactatemia para geração de ATP, apesar da presença de O2.

O consumo de oxigênio (VO2) é definido pela equação de Fick:
Consumo de oxigênio (mL O2/min) = (CaO2 – – CvO2) × DC × 10 (normal 180-280 mL/min)

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12
Q

Processo de utilização do O2 tecidual: Passo 4 - Difusão do oxigênio para mitocôndria

A
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13
Q

Choque: diagnóstico

A
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14
Q

Choque: manifestação clínica

A

Pele: pele fria e úmida, cianose, palidez, livedo, tempo de enchimento capilar prolongado.

Rim: débito urinário < 0,5 mL/kg/h.

Sistema nervoso central: estado mental alterado, que inclui torpor, desorientação e confusão.

Respiratório: dispneia, uso de musculatura respiratória acessória.

Cardiovascular: hipotensão, taquicardia, hiperlactatemia. Hepática: encefalopatia, aumento de bilirrubinas.

Hematológica: sangramentos, petéquias, alargamento de RNI.

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15
Q

Choque: Existem três janelas de perfusão tecidual, que identificam os danos que o choque causou no organismo

A
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16
Q

Choque: diagnóstico - critérios laboratoriais

A

A hiperlactatemia está tipicamente presente, indicando metabolismo anormal de oxigênio celular. O nível normal de lactato no sangue é de aproximadamente 1 mmol/L (ou 9 mg/dL), e o nível é aumentado (> 2 mmol/L ou >18 mg/dL) no choque.

Devemos lembrar também que o lactato pode aumentar em situações não relacionadas à hipóxia, como disfunção hepática e uso de algumas medicações (como metformina e linezolida).

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17
Q

Choque: diagnóstico

A

Diagnóstico: ≥ 4 critérios

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18
Q

Choque: diagnóstico - USG point-of- cafe

A

A avaliação de derrame pericárdico, a medição do tamanho e da função dos ventrículos esquerdo e direito, a avaliação da variação respiratória da veia cava inferior, o cálculo da integral da velocidade aórtica pela via de saída do ventrículo esquerdo, o exame abdominal e torácico com avaliação da aorta e de pneumotórax.

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19
Q

Protocolo RUSH part 1

A
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20
Q

Protocolo rush part 2

A
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21
Q

Choque hipovolêmico: mecanismo de ação

A

Acontece pela redução do volume intravascular (pré-carga reduzida) que, por sua vez, reduz o DC.

O choque hipovolêmico pode ser dividido em duas categorias: hemorrágico e não hemorrágico.

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22
Q

Choque hipovolêmico: tipos

A

Hemorrágico: existem várias causas de choque hemorrágico, sendo o mais comum o trauma, seguido por hemorragia varicosa e úlcera péptica. Causas menos comuns incluem hemorragia perioperatória, aneurisma aórtico abdominal roto e iatrogênico.

Não hemorrágico: volume intravascular reduzido por perda de fluidos que não sejam sangue. A depleção de volume pela perda de sódio e água pode ocorrer a partir de vários sítios anatômicos, como perdas gastrointestinais, perdas de pele e perdas renais.

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23
Q

Choque cardiogênico: mecanismo de ação

A

É causado por patologias cardíacas que levem à falência da bomba e à redução do débito cardíaco (DC).

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24
Q

Choque cardiogênico: tipos - cardiomiopatia

A

Causas de cardiomiopatia induzindo choque incluem infarto do miocárdio envolvendo mais de 40% do miocárdio do ventrículo esquerdo, infarto do miocárdio de qualquer tamanho se for acompanhado por isquemia extensa e grave devido a doença coronariana multiarterial, infarto agudo do ventrículo direito, exacerbação da insuficiência cardíaca em pacientes com cardiomiopatia dilatada grave subjacente, miocárdio atordoado após parada cardíaca, isquemia prolongada ou circulação extracorpórea, depressão miocárdica por choque séptico ou neurogênico avançado e miocardite.

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25
Q

Choque cardiogênico: tipos - Arrítmica

A

Tanto as taquiarritmias atriais e ventriculares quanto as bradiarritmias podem induzir hipotensão. Quando o DC é gravemente comprometido por distúrbios significativos do ritmo (p. ex., taquicardia ventricular sustentada, bloqueio atrioventricular total), os pacientes podem apresentar choque cardiogênico.

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26
Q

Choque cardiogênico: tipos - mecânico

A

Insuficiência valvar aórtica ou mitral grave, defeitos valvares agudos, como a ruptura de um músculo papilar ou de cordoalhas tendíneas, dissecção retrógrada da aorta ascendente, ruptura aguda do septo interventricular, mixomas atriais e ruptura do aneurisma da parede livre ventricular são causas de choque cardiogênico.

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27
Q

Janela do protocolo de RUSH

A
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28
Q

Resumo sobre os tipos de choques e seus mecanismos

A
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29
Q

Perfis hemodinâmicos dos mecanismos de choque

A
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30
Q

Perfis hemodinâmico dos mecanismos de choque part 2

A
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31
Q

Choque distributivo: mecanismo de ação

A

É caracterizado por vasodilatação periférica grave com queda da resistência vascular sistêmica.

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32
Q

Choque distributivo: séptico

A

A sepse é definida como resposta desregulada do hospedeiro à infecção, resultando em disfunção orgânica com risco de morte. Choque séptico é sepse com necessidade de terapia vasopressora e presença de níveis elevados de lactato (> 2 mmol/L ou > 18 mg/dL), apesar da ressuscitação volêmica adequada.

É o tipo mais comum de choque distributivo e tem mortalidade estimada em 30 a 50%.

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33
Q

Choque distributivo: neurogênico

A

Ocorre geralmente em vítimas de traumatismo cranioencefálico grave e lesão da medula espinhal, sobretudo se esta for acima de T6, levando à interrupção das vias autonômicas, com diminuição da resistência vascular e alteração do tônus vagal.

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34
Q

Choque distributivo: anafilático

A

Aanafilaxia está associada a mecanismos imunológicos (IgE mediado – alimento, inseto, látex – ou não IgE mediado – omalizumab, infliximab) e não imunológicos (exercício, frio, radiocontraste), todos levando à degranulação de mastócitos e/ou basófilos. Pode acometer diversos sistemas (cardiovascular, respiratório, pele, trato gastrointestinal e sistema nervoso central), no entanto, o choque e a obstrução de via aérea são as principais causas de morte.

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35
Q

Choque distributivo: por cianeto e por monóxido de carbono

A

Choque por disfunção mitocondrial.

No primeiro caso, o paciente possui O2, mas não consegue utilizá-lo por bloqueio da fosforilação oxidativa pelo cianeto.

No segundo caso, além desse mecanismo, o monóxido de carbono tem muita afinidade pela hemoglobina, dificultando sua ligação ao oxigênio.

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36
Q

Choques distributivo: por etiologia endocrinologicas

A

Crise addisoniana (insuficiência adrenal devido à deficiência mineralocorticoide) e coma mixedematoso podem estar associados à hipotensão e a estados de choque. Em estados de deficiência mineralocorticoide, a vasodilatação pode ocorrer devido ao tônus vascular alterado e à hipovolemia mediada pela deficiência de aldosterona.

Os doentes com tireotoxicose podem desenvolver insuficiência cardíaca de alto débito e, com a progressão da doença, esses pacientes podem desenvolver disfunção sistólica do ventrículo esquerdo ou taquiarritmias, levando à hipotensão.

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37
Q

Choque obstrutivo: mecanismo de ação

A

É causado principalmente por causas extracardíacas que culminam em insuficiência cardíaca.

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38
Q

Choque obstrutivo: tipo vascular pulmonar

A

A maioria dos casos de choque obstrutivo é devido a insuficiência ventricular direita decorrente de tromboembolismo pulmonar hemodinamicamente significativo (TEP) ou hipertensão pulmonar grave (HP).

Nesses casos, o ventrículo direito falha, porque é incapaz de gerar pressão suficiente para superar a alta resistência vascular pulmonar. Se o paciente não apresenta disfunção de VD, o choque não pode ser explicado pelo TEP e outras causas devem ser pesquisadas.

Em pacientes com hipertensão pulmonar preexistente e disfunção do VD, isquemia, sobrecarga de volume ou hipoxemia devem ser evitadas, pois esses insultos podem resultar em disfunção ventricular direita crônica agudizada, resultando em colapso cardiovascular.

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39
Q

Choque obstrutivo: tipos - mecânica

A

Apresentação clínica similar ao choque hipovolêmico, pois o distúrbio fisiológico primário é uma diminuição da pré-carga, em vez da falha da bomba (p. ex., redução do retorno venoso ao átrio direito ou enchimento inadequado do ventrículo direito).

Causas mecânicas de obstrução de choque incluem: pneumotórax hipertensivo, pericardite constritiva e cardiomiopatia restritiva.

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40
Q

Algorítmico diagnóstico do tipo de choque

A
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41
Q

Drogas vasoativas sem função vasoconstritoras que podem ser adm pelo acesso periférico

A

Dobutamina, nitroglicerina e nitroprussiato de sódio

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42
Q

Manejo geral do choque

A
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43
Q

Otimização da pré-carga

A

A ressuscitação volêmica pode melhorar o fluxo sanguíneo microvascular e aumentar o débito cardíaco, sendo uma parte essencial do tratamento da maioria dos tipos de choque.

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44
Q

Otimização da pré-carga: cristaloide

A

Há dois tipos básicos de cristaloides – a solução salina clássica (solução fisiológica) e as soluções balanceadas (Ringer lactato, PlasmaLyte).

Para ressuscitações volêmicas de até 2 L, as soluções balanceadas falharam em mostrar superioridade em relação à solução salina clássica. Entretanto, para ressuscitações volêmicas agressivas (> 2 L), é plausível dar preferência para soluções balanceadas, porém com baixo nível de evidência.

De maneira geral, devemos considerar a quantidade de volume a ser administrada, eletrólitos e função renal do paciente e os principais efeitos adversos de cada solução, a fim de escolher a melhor opção para cada caso.

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45
Q

Otimização da pré-carga: coloide

A

O racional de administrar coloides parte do conceito de que apenas 1/4 do volume de cristaloides administrado permanece no intravascular, ao passo que ocorre menor extravasamento extravascular no caso dos coloides, resultando em uma expansão volêmica mais rápida.

Apesar desse benefício teórico, vários ensaios clínicos randomizados e metanálises falharam em demonstrar superioridade dos coloides em relação aos cristaloides.

46
Q

Otimização da pré-carga: albumina

A

Não há superioridade da expansão volêmica com albumina em relação aos cristaloides, vale ressaltar que a albumina deve ser evitada no contexto de trauma cranioencefálico (TCE), pois culminou em maior mortalidade, quando comparada aos cristaloides.

Pacientes cirróticos, que possuem hipoalbuminemia, redução do volume intravascular e sobrecarga volêmica total (distribuída pelo terceiro espaço e leito esplâncnico), talvez se beneficiem de ressuscitação volêmica com albumina a 20 a 25%, porém não há evidências robustas que comprovem essa conduta.

47
Q

Otimização da pré-carga: amido

A

Devem ser evitados, pois levam a maior incidência de injúria renal aguda, necessidade de diálise e mortalidade, quando comparados aos demais fluidos.

Alguns exemplos são dextran e gelatinas.

48
Q

Otimização da pré-carga: hemocomponentes

A

Os principais utilizados no tratamento do choque são concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, aférese de plaquetas (corresponde a seis concentrados de plaquetas de um único doador), plasma fresco congelado (contém todos os fatores de coagulação e todas as proteínas do plasma) e crioprecipitado (contém os fatores VIII, XIII, fibrinogênio e vWF).

49
Q

Principais soluções de reposição volemica e suas características

A

▷ TABELA 6 Principais soluções de reposição volêmica e suas características
Solução Osmolaridade1 Sódio2 Cloro2 Potássio2 Cálcio2 Magnésio2 Lactato2

50
Q

Reposição em choque hemorrágico

A

Aqui o paciente está perdendo predominantemente sangue, portanto, deve ser ressuscitado com sangue.

A administração de cristaloides pode levar a coagulopatia por diluição dos fatores de coagulação, além de hipotermia. Porém, como os hemocomponentes não são rapidamente disponíveis, pode-se iniciar a reposição volêmica com cristaloides, até que os hemocomponentes cheguem à sala de emergência.

O ATLS (10a edição) recomenda a administração de 1 L de cristaloide inicialmente, seguida de hemocomponentes, caso o paciente mantenha-se hipotenso.

51
Q

Ressuscitação hipotensiva ou hipotensão permissiva

A

A “ressuscitação hipotensiva” ou “hipotensão permissiva”, em que se almeja uma pressão arterial sistêmica (PAS) > 80-90 mmHg até que haja o controle do foco de sangramento.

Para isso, evita-se uma ressuscitação volêmica agressiva, que poderia levar a coagulopatia por diluição de fatores de coagulação e a destruição de coágulos que já estejam tamponando algum foco de sangramento.

No entanto, esse conceito não é aplicado para TCE grave, visto que a hipotensão pode piorar a perfusão cerebral. Nesse caso, objetiva-se uma pressão arterial média (PAM) ≥ 80 mmHg.

52
Q

Protocolo de transfusão maciça

A

Administramos ácido tranexâmico em até 3 h do trauma, além de concentrado de hemácias, plaquetas e plasma fresco congelado na proporção de 1:1:1

53
Q

Reposição de choque não hemorrágico

A

Aqui o paciente apresenta déficit no conteúdo intravascular, porém sem perdas sanguíneas.

Nesse cenário, não devemos ressuscitar o paciente com hemocomponentes, mas priorizar os cristaloides.

A quantidade de cristaloide preconizada na sepse, por exemplo, é de 30 mL/kg nas primeiras 3 horas. O ideal é administrar pequenas alíquotas (250-500 mL) de cristaloides EV em bolus, a cada 10 minutos, reavaliando o paciente à beira do leito

54
Q

Classificação e reposição em choque hipovolêmico

A
55
Q

Métodos para prever a responsividade a volume

A
56
Q

Otimização da pós-carga

A

Em pacientes com hipotensão persistente após ressuscitação volêmica, a administração de vasopressores é indicada.

Porém, a tendência é iniciar as drogas vasoativas mais precocemente, enquanto a ressuscitação volêmica está em andamento, ou seja, o início de vasopressores não exclui a necessidade adicional de volume.

57
Q

Drogas vasopressoras

A

Dopamina
Dose 5-20 mcg/kg/min
Diluição 1 amp = 50 mg/10 mL
5 amp + SF 200 mL (1 mg/mL)
Atua em receptores dopa (< 5), beta (5-10) e alfa (> 10) Pode ser útil se bradicardia + hipotensão
EA: arritmia

58
Q

Efeitos dopamina

A

Atua em diferentes receptores adrenérgicos, a depender da sua dose. Quando menor que 5 mcg/kg/min, possui efeito em receptores dopa; quando a dose está entre 5 e 10 mcg/kg/min, possui efeito beta predominante; quando maior que 10 mcg/kg/min, predomina o efeito alfa.

Como possui muitos efeitos adversos, sobretudo arritmias, é pouco usada hoje em dia, sendo reservada para situações de bradiarritmias instáveis, como uma ponte para o marca-passo transvenoso.

Vale lembrar que, nesta situação, podemos utilizar também a epinefrina ou o marca-passo transcutâneo.

59
Q

Efeitos da epinefrina

A

É um agente mais potente, tem efeitos predominantemente β-adrenérgicos em doses baixas (propriedade inotrópica), com efeitos α-adrenérgicos (vasoconstritor) tornando-se clinicamente significativos em doses mais elevadas. É a primeira escolha na anafilaxia, mas não costuma ser utilizada nos outros tipos de choque, tendo espaço apenas em choques refratários, devendo ser evitada no choque cardiogênico, pois está associada a mais arritmias, hipoperfusão esplâncnica e hiperlactatemia.

60
Q

Efeitos norepinefrina

A

Norepinefrina é o vasopressor de primeira escolha nos quadros de choque, exceto no anafilático, em que a epinefrina é superior.

A administração geralmente resulta em um aumento clinicamente significativo na PAM, com pouca alteração na frequência cardíaca ou no débito cardíaco.

61
Q

Drogas vasodilatadoras

A
62
Q

Efeitos vasopressina

A

A vasopressina atua em receptores V1, diferente dos sítios de ação da norepinefrina, dopamina e epinefrina.

Sobretudo em pacientes com choques distributivos, pode haver uma deficiência de vasopressina, e sua administração em doses baixas pode resultar em aumentos substanciais na pressão arterial.

Sugerimos o uso de vasopressina como segunda droga em pacientes com quadro de choque séptico, já em uso de noradrenalina, que mantêm hipotensão arterial e que não apresentam depressão miocárdica importante associada.

63
Q

Por que utiliza vasodilatador para otimizar a pós-carga?

A

Outra maneira de otimizar a pós-carga é reduzi-la no contexto de choque cardiogênico, pois isso facilita o funcionamento da bomba cardíaca, que se encontra debilitada.

Mas, para utilizarmos os vasodilatores endovenosos nesse contexto, precisamos de uma pressão arterial minimamente segura, em geral uma PAS acima de 90 mmHg.

64
Q

Drogas vasodilatadoras: nitroglicerina

A

A nitroglicerina (Tridil®) leva à vasodilatação mediada por GMP cíclico, sobretudo do leito venoso, mas também do leito coronariano. Por isso, é a droga de escolha no contexto de isquemia miocárdica e na insuficiência cardíaca descompensada.

65
Q

Drogas vasodilatadoras: nitroprussiato de sódio

A

O nitroprussiato de sódio (Nipride®) leva à vasodilatação mediada pelo óxido nítrico, sendo potente nos leitos arterial e venoso, porém sem causar aumento da perfusão coronariana, o que pode causar o fenômeno de “roubo” de fluxo de coronária, não sendo a primeira escolha nos casos de insuficiência cardíaca descompensada de etiologia isquêmica.

Além disso, deve ser evitado em gestantes devido ao risco de intoxicação do feto por cianeto.

Por outro lado, o nitroprussiato de sódio é mais potente hipotensor do que a nitroglicerina, sendo preferido na maioria das emergências hipertensivas.

66
Q

Otimização da pós-carga: balão intra aórtico

A

O suporte mecânico com contrapulsão de balão intra-aórtico (BIA) pode reduzir a pós-carga ventricular esquerda e aumentar o fluxo sanguíneo coronariano.

No entanto, seu uso rotineiro em choque cardiogênico não é recomendado atualmente.

A membrana extracorpórea de oxigenação venoarterial (ECMO) pode ser usada como medida de exceção em pacientes com choque cardiogênico grave, como ponte para transplante cardíaco.

67
Q

Otimização do débito cardíaco

A

Uma dose inicial de apenas 2 mg por kg por minuto pode aumentar substancialmente o débito cardíaco. Doses maiores que 20 mcg/kg/min geralmente oferecem pouco benefício adicional.

68
Q

Otimização da oxigenação: Ventilação invasiva - indicação

A

Dispneia grave, hipoxemia, acidemia grave e persistente ou com rebaixamento do nível de consciência

69
Q

IOT quais alterações nas dosagens das medicações

A

Dose dos indutores no paciente chocado deve ser reduzida, pois pode piorar o choque, e a dose dos bloqueadores deve ser aumentada, já que o paciente está hipoperfundido, necessitando de doses maiores para um bloqueio efetivo.

Alguns autores têm receio de usar etomidato em pacientes com choque devido à possibilidade de levar a insuficiência adrenal, mas parece não haver esse risco com uma única dose para indução de sequência rápida.

70
Q

Suporte transfusional

A

Alvo de hemoglobina (Hb) acima de 7 g/dL, sendo indicada transfusão de concentrados de hemácias se estiver abaixo desse nível. Para cardiopatas o alvo passa a ser Hb acima de 8 a 8,5 g/dL.

Realizamos a ressuscitação volêmica com concentrados de hemácias, se o paciente estiver hipotenso, independentemente dos níveis de Hb.

71
Q

Redução de VO2

A

Outro ponto importante é a redução do consumo periférico de oxigênio. Para isso, devemos nos atentar para alguns detalhes:

1- Evitar hipertermia (antitérmicos, se necessário).
2-Controlar a dor (analgésicos, se necessário).
3-Reduzir a ansiedade (ansiolíticos, se necessário).
4-Reduzir o trabalho respiratório (ventilação mecânica, quando indicada, e esta deve ser bem ajustada, evitando assincronias).

72
Q

Tratamento específico do choque

A

Tipo do choque Tratamento específico
1. Hipovolêmico
Hemorrágico Não hemorrágico
Controle do foco de sangramento
Controle da diarreia, da cetoacidose diabética etc.

73
Q

Alvos do tratamento: choque séptico

A
74
Q

Alvos do tratamento:choque cardiogênico

A
75
Q

Alvos do tratamento: choque hipovolêmico

A
76
Q

Alvos do tratamento: choque obstrutivo

A
77
Q

O que causa a expansão volemica desnecessária e excessiva?

A

Piora da congestão sistêmica e/ou pulmonar, agravamento de cor pulmonale, edema de alças intestinais e síndrome compartimental abdominal, além de estar associada a aumento no tempo de ventilação mecânica, injúria renal aguda e mortalidade.

78
Q

Lei de Starling

A
79
Q

O choque hipovolêmico pode ocorrer por meio de duas formas de perdas de fluidos intravasculares:

A

Perdas hemorrágicas: perdas sanguíneas para o meio externo (trauma, sangramentos visíveis) ou para o meio interno (hemotórax, hemorragia digestiva, hemorragia retroperitoneal).

Perdas não hemorrágicas: ocorrem por perda de fluido acelular intravascular para o meio externo (vômitos, diarreia, diurese osmótica) ou por transferência de fluidos para o meio extravascular (perdas para o terceiro espaço como edemas e derrames cavitários).

80
Q

Classificação das classes de choques hemorrágicos

A
81
Q

Ao falar de trauma, como encontra-se a hemorragia

A

A hemorragia é a principal causa potencialmente prevenível de morte e a segunda causa de óbito precoce nessa população (atrás apenas de traumatismo cranioencefálico).

82
Q

Ressuscitação agressiva x permissiva

A

A ressuscitação volêmica agressiva promove maior sangramento, maior coagulopatia e aumento da mortalidade em relação a ressuscitações parciais (objetivando menores pressões arteriais).

83
Q

A infusão de fluidos tem por objetivos:

A

Restaurar a perfusão tecidual e normalizar o metabolismo oxidativo.
Corrigir a hipovolemia absoluta e/ou relativa.
Melhorar o débito cardíaco por meio do aumento da pré-carga.

84
Q

Formas de administração de reposição

A

Os acessos curtos e de grosso calibre permitem a administração de volumes grandes de fluidos em menos tempo, pois apresentam resistência menor, o que é descrito pela lei de Poiseuille.

85
Q

Soluções cristalóides

A

São levemente hiperosmóticas em relação ao plasma (com exceção do Ringer-lactato, que é levemente hiposmótico).

Apresentam composição variada de acordo com o produto. Todos os cristaloides isotônicos apresentam distribuição intravascular e intersticial de tal forma que, classicamente, a reposição com cristaloides obedece à regra de 3:1 (três vezes o volume de cristaloide em relação à perda estimada).

Como sua permanência intravascular é transitória, a ressuscitação volêmica com tais soluções geralmente exige grandes volumes, o que gera edema periférico. Porém, não há evidências de que tal edema periférico seja lesivo à perfusão periférica.

86
Q

Coloides

A

Soluções mais utilizadas no nosso meio são as de albumina e de amido. As soluções de dextran e de gelatinas são pouco utilizadas pelo custo, pela meia-vida reduzida e incidência de efeitos reacionais, de tal forma que não serão abordadas aqui.

87
Q

Cristaloides versus coloides

A

Em termos de eficácia, ambos são igualmente eficazes em restaurar a perfusão
tecidual, além de não haver diferenças em termos de eventos de congestão pulmonar.

Amido mostrou mais injúria renal

88
Q

Cristaloide versus coloide no trauma

A

Em pacientes politraumatizados, há um aparente benefício maior em se utilizar
soluções cristaloides do que coloides. Um tipo de cristaloide em especial já foi estudado em trauma, que é a solução hipertônica.

89
Q

Causas de choque cardiogênico

A

I) Tamponamento cardíaco
II) Pericardite constritiva
III) Tromboembolismo pulmonar

90
Q

Definição de choque cardiogênico

A

SHOCK, 1999 IABP-SHOCK II, 2012 CULPRIT-SHOCK, 2017

91
Q

Choque cardiogênico: perfil L

A

Pacientes em choque cardiogênico sem sinais de congestão pulmonar ou hipervolemia.

92
Q

Fisiologia do choque cardiogênico

A
93
Q

Janela clínica da insuficiência respiratória

A

Pele, rim e cérebro

94
Q

Acurácia dos sinais clínicos

A
95
Q

Fatores que influenciam no DO2

A

Saturação de oxigênio, concentração de hemoglobina e DC

96
Q

Choque cardiogênico via de regra, eles já se encontram hipervolêmicos, com altas pressões de enchimento ventricular e congestão pulmonar. Deve-se considerar administração de cristaloides apenas quando as três condições abaixo são encontradas:

A
  1. Sinais clínicos de hipoperfusão orgânica.
  2. Ausência de congestão pulmonar (p. ex., ausência de linhas B e derrame
    pleural na ultrassonografia de tórax).
  3. Sinais clínicos e história compatíveis com hipovolemia verdadeira (p. ex.,
    diarreia, vômitos, idosos com dificuldade de acesso à água etc.).

Nesses casos, podemos tentar uma prova volêmica com 250 mL de cristaloide, idealmente checando se há aumento do débito cardíaco após infusão (com ecocardiograma ou monitorização invasiva de débito cardíaco). Se não houver melhora clínica ou o paciente apresentar sinais de congestão pulmonar após essa prova inicial, devemos parar imediatamente.

97
Q

Choque cardiogênico: paciente que apresentem clínica de congestão

A

Esses pacientes se beneficiam de terapia com diuréticos e balanço hídrico negativo, mesmo na vigência de instabilidade hemodinâmica. Caso o paciente não responda adequadamente à furosemida, devemos associar diuréticos de outras classes, como hidroclorotiazida e espironolactona, pois eles possuem ações sinérgicas por bloquearem canais de sódio em diferentes porções do néfron.

98
Q

Classificação INTERMACS part 1

A
99
Q

Classificação INTERMACS part 2

A
100
Q

Vasopressina é o vasopressor de segunda escolha, quando é de primeira no choque cardiogênico?

A

Como a vasopressina tem menor ação no aumento da resistência vascular pulmonar, pode ser o vasopressor de eleição nos casos de hipertensão pulmonar e disfunção de VD.

101
Q

Papel do agente inotrópico

A

Os agentes inotrópicos têm um papel central no tratamento do choque cardiogênico. Infelizmente eles aumentam o consumo miocárdico de ATP, fazendo com que a melhora hemodinâmica inicial se dê às custas do aumento da demanda de oxigênio, quando a bomba cardíaca já está em falência e a oferta de O2 é limitada.

É por esse motivo que os inotrópicos devem ser titulados por meio de mensurações constantes de débito cardíaco e perfusão orgânica.

102
Q

Inotropico: dobutamina

A

A dobutamina é o inotrópico de escolha e deve ser iniciada simultaneamente à noradrenalina ou isoladamente para aumentar a contratilidade miocárdica.

Trata-se de uma catecolamina sintética com forte afinidade pelos receptores B1 e B2 em uma relação 3:1 (ou seja, atua mais como inotrópico do que como vasodilatador periférico). A ação vasodilatadora da dobutamina, na verdade, ocorre particularmente em doses baixas (< 5 mcg/kg/min) – doses altas, acima de 15 mcg/kg/min, aumentam a contratilidade miocárdica sem afetar a resistência vascular periférica.

Além disso, apesar de inicialmente reduzir o tônus vascular, a PAM costuma elevar-se com o uso da dobutamina, pois o aumento do débito cardíaco sobrepõe-se à redução da resistência vascular sistêmica.

103
Q

Papel dos vasodilatadores

A

reduzem o tônus venoso (reduzindo, assim, a pré-carga e as pressões de enchimento ventricular) e o tônus arterial (reduzindo pós-carga e aumentando débito sistólico às custas de um menor gasto energético para o miocárdio).

104
Q

Vasodilatadores: indicação

A

Orienta-se iniciar os vasodilatadores assim que se complete o desmame da noradrenalina e caso o paciente mantenha espontaneamente uma PAS > 90 mmHg.

De uma maneira geral, a partir da individualização do tratamento (e baseando-se em parâmetros clínicos e laboratoriais de perfusão orgânica), toleramos uma PAM < 65 mmHg.

105
Q

Inotropicos disponíveis part 1

A
106
Q

Initropicos disponíveis part 2

A
107
Q

“Shock Team” Dispositivos de assistência ventricular percutâneos (DAVp)

A

Os pacientes em choque cardiogênico refratários a estabilização clínica, que evoluem com choque progressivo, sinais de hipoperfusão tecidual e disfunções orgânicas, a despeito do uso de inotrópicos e vasopressores

108
Q

DVAp - ponte para recuperação

A

Frequentemente a causa do choque cardiogênico é temporária ou tratável, com possibilidade de desmame da assistência ventricular após recuperação da função cardíaca após o insulto agudo (p. ex., IAM, Takotsubo, miocardite, miocardiopatia da sepse).

109
Q

DAVp: ponte para decisão

A

Considerando a alta morbimortalidade de pacientes em choque cardiogênico, diferentes cenários podem ocorrer – disfunção neurológica permanente, disfunção de múltiplos órgãos –, não sendo possível definir, no momento da implantação do dispositivo, a estratégia final de tratamento, sendo ela mais bem decidida após a estabilidade clínica.

110
Q

DAVp: ponte para transplante

A

Pacientes que melhoram das disfunções orgânicas, mas não recuperam a função ventricular e não conseguem ser desmamados do suporte, devem ser listados para transplante cardíaco se elegíveis. O DAVp poderá permanecer até o momento do transplante ou poderá ser transicionado para um dispositivo de inserção central (cirúrgica) ou um dispositivo de longa permanência (LVAD – left ventricular assist device), funcionando assim como “ponte para ponte”.

111
Q

Potenciais benefícios dos dispositivos mecânicos

A

1- Manter perfusão para órgãos vitais, prevenindo a disfunção de múltiplos
órgãos.
2- Reduzir as pressões cardíacas intracavitárias, diminuindo a congestão pulmonar (com exceção da ECMO – discutido adiante).
3- Reduzir o volume e o estresse do ventrículo esquerdo e o consumo de oxigênio do miocárdio, favorecendo a recuperação da função ventricular.
4- Aumento da perfusão coronariana.

112
Q

Tipos de dispositivos de assistência ventricular mecânica

A