Cardio: ICFEp e ICFEr Flashcards

Diretriz de IC AHA 2024 - https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2023.12.024#fig2

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1
Q

Diagnóstico IC:

A

Critérios de Framingham:

2 maiores OU 1 maior + 2 menores.

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Q

Critérios maiores (6)

A
  1. Edema pulmonar
  2. Cardiomegalia
  3. Reflexo hepatojugular
  4. Dispneia paroxística noturna
  5. Estertores
  6. S3
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3
Q

Critérios menores (6)

A
  1. Edema de tornozelo
  2. Dispneia aos esforços
  3. Hepatomegalia
  4. Tosse noturna
  5. Derrame pleural
  6. Taquicardia (> 120)
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4
Q

Estágios IC AHA

A
  • Em risco* para IC (estágio A): assintomáticos, sem doença estrutural ou alt. de biomarcadores (ex: BNP, pró-BNP, troponinas de alta sensibilidade)
  • Pré-IC (estágio B): assintomáticos, doença estrutural (redução da função ventricular D ou E, hipertrofia VE, aumento de câmaras, anormalidades de motilidade ou dça valvar) ou elevação de biomarcadores
  • IC sintomática (estágio C): sintomas prévios ou atuais com alteração estrutural
  • IC avançada (estágio D): sintomas acentuados que interferem na vida diária, com hospitalizações recorrentes apesar da otimização do tto.

*Fatores de risco para IC: HAS, dça vascular aterosclerótica, DM, sd. metabólica, obesidade, exposição a agentes cardiotóxicos, cardiomiopatias

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5
Q

Classificação funcional da New York Heart Association (NYHA)

A
  • Classe I: Sem limitação de atividade física. Assintomático.
  • Classe II: Leve limitação de atividade física. Confortável em repouso, mas a atividade física mais intensa resulta em sintomas de IC.
  • Classe III: Limitação acentuada da atividade física. Confortável em repouso, mas atividade habituais são limitadas.
  • Classe IV: Incapaz de realizar qualquer atividade física sem sintomas de IC, ou sintomas de IC em repouso.
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6
Q

Exames para pedir numa IC nova > diagnóstico e investigação etiologia

A
  • ECG
  • ECO
  • RX de tórax
  • Função renal, TSH, eletrólitos, glicose e HB1AC, lipidograma, NT-ProBNP, BNP, hemograma, PPD ferro (pensando em hemocromatose)
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7
Q

Achados ECG

A
  • IAM
  • Dissecção coronária
  • Coronária anômala
  • Trombose de coronária
  • Abuso de cocaína
  • Taquicardias

** ECG sem alterações de condução ou entalhamento, ritmo sinusal, tem alto valor preditivo negativo (ajuda a excluir IC)

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8
Q

Achados ECO

A
  • FE
  • Sinais de remodelamento (índice de massa, espessura das paredes e total, tamanho atrial)
  • Disfunção diastólica
  • Valvas
  • Pressão sistólica da AP (> 50: alta probabilidade / 37-50: intermediária)
  • Pericárdio
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9
Q

Valor de referência FE e classificação IC

A
  • < 40% FER
  • 40-50% FE intermediária
  • > 50% FEP
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10
Q

Causas de IC aguda

A
  • Chagas, HAS, DAC: causas mais crônicas que podem agudizar
  • Inflamação + IC: miocardite, miocardite pós-parto, endocardite, pericardite
  • TEP
  • Crise hipertensiva: causas de hipertensão 2a
  • Glomerulonefrite pós-infecciosa levando a glomeluronefrite rapidamente progressiva
  • Anemia falciforme -> cor anêmico
  • Taquicardiomiopatia
  • Hemocromatose
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11
Q

Tratamento IC FER: qual o esquema base? quais reduzem mortalidade?

A

Padrão terapia quádrupla: ARNI, BB, antagonista mineralocorticóide, iSGLT

1) IECA, BRA // inibidores da neprisilina e receptor de angiotensina (ARNI)
2) BB: reduzem mortalidade -> carvedilol, metoprolol, bisoprolol
3) iSGLT2: independente de DM
4) Antagonista aldosterona: atenção se TFG < 30 e K > 5,5

5) Diuréticos de alça
6) Hidralazina/dinitrato de isossorbida
7) Ivabradina
8) Vericiguat

  • Com exceção dos agentes diuréticos de alça, todas essas terapias demonstraram, em ensaios clínicos randomizados, melhorar os sintomas, reduzir hospitalizações e/ou prolongar a sobrevida.
  • Em contraste, o uso da digoxina como tratamento para ICFEr carece de dados contemporâneos; a maior parte de seu uso no manejo moderno da ICFEr concentra-se em seu papel como agente de controle da frequência da FA em pctes com PA baixa.
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12
Q

A partir do esquema quádruplo, como escolher a próxima medicação se sintomas refratários?

A
  • DRC: usar hidralazina/ISDN se ARNI, IECA ou BRA não puder ser usado; tratar com iSGLT-2 se TFG permitir
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13
Q

Como progredir doses do esquema? Reavaliações de quanto em quanto tempo, quais exames pedir, em quanto tempo chegar no esquema ideal

A
  • Reavaliações a cada 2 semanas com RL
  • Objetiva chegar em dose alvo em 6 semanas, conforme tolerância. Não mais que 3 meses.
  • Saber K e função renal basal do paciente
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14
Q

Diuréticos: indicação

A
  • Indicado para melhora de sintomas de pctes congestos, não muda mortalidade
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15
Q

Se NYHA 1 ou 2, posso tirar diurético?

A

É possível diminuir ou suspender. Deixar menor dose possível para ficar euvolêmico.
No início do diagnóstico pode precisar de mais mesmo.

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16
Q

Furosemida: resumo

A
  • Não tem relação linear com dose. A curva é em S. A partir de um limiar que ela faz um efeito, é como um interruptor.
  • Furo 20 mg EV = 40 mg VO
  • Biodisponibilidade em torno de 50% porém é variável
  • Lasix = last six hours > tempo de meia vida EV
  • Acompanha pelo peso para ajuste de dose: 750g-1kg/dia
  • Reavaliar dose em 2 semanas (tempo para atingir o equilíbrio)
  • Acompanhar função renal (ser mais tolerante, rearranjo hemodinâmico) e eletrólitos
  • Sem dose teto > 160 mg (4cp) é o mais usado. Se refratário, avaliar trocar para bumetanida ou associado hidroclorotiazida (50 mg BID)
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17
Q

Diuréticos: representantes e mecanismo de ação

A

Os diuréticos de alça são os diuréticos mais utilizados na IC. A furosemida é a principal representante desse grupo, mas outros colegas de classe menos conhecidos são a bumetanida (burinax®) e a torsemida. Essas drogas bloqueiam a bomba de sódio-potássio-2-cloreto (NKCC1) na porção ascendente da alça de Henle, local que é responsável por reabsorver 25% do sódio e do cloro filtrados.

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18
Q

Diuréticos: curva de dose-resposta e implicações na prescrição

A

A curva de dose-resposta dos diuréticos de alça tem o formato de um “S” bastante íngreme. Isso tem 2
consequências:
- Enquanto a [ ] da droga estiver abaixo do ponto de inflexão inferior, o limiar de ação não foi atingido e a dose não vai surtir muito efeito. Esse limiar de ação varia de pessoa para pessoa e conforme o estado clínico, podendo ser diferente no mesmo paciente em momentos distintos.
- A porção entre os pontos de inflexão inferior e superior é muito íngreme. Quando a [ ] ultrapassa o ponto de inflexão inferior, rapidamente já alcança o ponto de inflexão superior. Assim, quando uma dose de diurético de alça atinge o efeito desejado, doses maiores não causam muitos efeitos adicionais (“teto” de ação).

Doses acima do teto de ação prolongam o tempo necessário para a [ droga ] cair abaixo do limiar, incrementando um pouco mais o efeito e causando a impressão que um teto não existe. Isso ocorre às custas de mais eventos adversos. Logo, se o limiar de ação foi atingido com uma dose e deseja-se promover diurese adicional, recomenda-se aumentar a frequência de utilização da droga, e não aumentar a dose.

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19
Q

Antes de iniciar um diurético, atentar para…

A
  • Interromper qualquer volume desnecessário (atentar para diluições) e evitar drogas sabidamente nefrotóxicas, como os AINEs, que podem resultar em um pior desempenho dos diuréticos.
  • Estabelecer um parâmetro para guiar a terapia. Sinais clínicos de congestão pelo EF são imprecisos e muitos pacientes persistem congestos após os sinais clínicos desaparecerem. Utilizar exames de imagem, como o US à beira do leito, em busca de ascite, derrame pleural ou sinais de congestão pulmonar, é interessante. Parâmetros objetivos como peso e diurese são úteis no momento de definir a eficácia da estratégia.
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20
Q

Diuréticos: como saber se dose foi efetiva?

A
  • Para saber se uma dose de furosemida foi efetiva, deve-se aferir a diurese 2 a 6 horas após a infusão da droga. É recomendado um alvo de diurese de 150 ml/hora. Caso a diurese seja menor do que esse alvo, não adianta aumentar a frequência de administração, pois essa dose está promovendo concentrações abaixo do limiar de ação.
  • Outro parâmetro de avaliação de eficácia de diurético é o sódio na amostra urinária isolada. Se após 2 horas da infusão o sódio urinário estiver menor que 50 a 70 mmol/L, é um sinal que a dose utilizada está provocando pouco efeito natriurético e deve ser otimizada.
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21
Q

Diuréticos: dose inicial

A

A ESC endossa a recomendação de monitorização do débito urinário após a dose de furo ou do Na urinário na amostra isolada. Se a diurese satisfatória não for atingida, 1º deve-se dobrar a dose de furosemida; caso permaneça refratário, a orientação é adicionar um 2º diurético, utilizando tiazídico ou acetazolamida.

Ex: “Para um paciente com IC descompensada e virgem de diuréticos, foi iniciado 40mg de furo IV. Em 6h, ele urinou 500 ml. Esse débito é < 150 ml/h, o que significa que a dose de 40 mg não atingiu o limiar de ação: será necessário aumentar a dose! Após aumentar a dose para 80 mg, o débito foi de 1500 ml nas 6h seguintes, equivalente a 250 ml/h. Agora que estamos trabalhando acima do limiar de ação, podemos deixar 80 mg 2, 3 ou 4x/dia, a depender do grau de congestão do paciente.”

Reforçando: se o paciente do exemplo com 80 mg 12/12h ainda mantiver uma hipervolemia importante, para aumentar a diurese, é mais efetivo aumentar a frequência da medicação (80mg de 8/8h ou de 6/6h) do que aumentar a dose (120 mg 12/12h) pois o valor do limiar de ação e do teto são próximos!

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22
Q

Diuréticos: infusão contínua

A

A dose contínua possui vantagem fisiológica, tendo em vista a manutenção da droga acima do limiar de ação e a ausência de picos de concentração, que podem causar ototoxicidade. Contudo, não houve diferença no estudo DOSE mencionado acima.

Apesar da controvérsia, caso o paciente esteja recebendo doses elevadas, para evitar altas concentrações, a dose IV contínua é uma alternativa. É necessária a realização de uma dose em bolus inicial e uma das maneiras de guiar o início da terapia é pela TFG.

23
Q

Diuréticos VO x EV

A
  • A furo administrada VO possui absorção extremamente variável. A média é de 50%, porém existe uma variabilidade considerável, indo de 10 a 100%. Essa absorção é reduzida quando há edema de alças intestinais ou ingestão concomitante com outros alimentos. Para evitar esse fator, recomenda-se administrar furo IV em pacientes com IC descompensada.
  • A dose da furo VO fica em torno de 2x a dose que estava sendo feita IV, porém existe um grau de imprevisibilidade nessa conversão. O ideal é testar a dose VO antes da alta e/ou garantir uma reavaliação precoce após a desospitalização.
24
Q

Diuréticos: efeitos colaterais

A
  • Ototoxicidade
  • DHE: hipoK, hipoCl, hipoMg e alcalose metabólica, hiperNa
  • Elevação da Cr, muitas vezes rotulada rapidamente de LRA e gerando preocupação&raquo_space; hipercreatininemia permissiva: ideia de que aumentos leves a moderados de Cr são atribuídos provavelmente a um rearranjo de volemia. Se isolado e não associado a sinais de lesão renal (hematúria, proteinúria) não devem motivar a suspensão da droga.
25
Q

Principais causas de resistência a diuréticos

A

Para que um diurético seja efetivo, são necessárias 4 etapas:
1. Ingestão e absorção gastrointestinal
2. Ligação com proteínas de transporte
3. Entrada no parênquima renal
4. Secreção nos túbulos
Esse esquema permite inferir as principais causas de resistência à diuréticos. Destaca-se o edema de alça intestinal que atrapalha a absorção da forma oral, estados de hipoproteinemia e disfunção renal.

26
Q

E o que fazer diante da resistência?

A

Existem 2 estratégias para vencer a resistência:
1. Aumentar a dose do diurético: pode ser realizada caso as metas não estejam sendo atingidas (Na urinário em amostra < 50 mmol/L em 2h ou débito urinário < 150ml/h em 2-6h). A dose inicial pode ser dobrada até atingir a dose máxima de 200 a 300 mg de furo por bolus.
2. Associar uma outra classe. Estudo ADVOR: avaliou a associação de acetazolamida à furosemida desde o início do tratamento. O grupo que associou diuréticos apresentou melhores resultados no desfecho 1º (ausência de congestão no 3º dia), sem maiores taxas de DHE e AB.
As duas abordagens estão relacionadas a eventos adversos, pois as doses maiores podem causar a ototoxicidade e a associação pode ocasionar DHE.

27
Q

Qual 2º diurético escolher?

A

A escolha do 2º diurético é influenciada por distúrbios AB já presentes:
- Acetazolamida: se alcalose metabólica > auxilia na resolução da alcalose enquanto mantém ação diurética.
- Tiazídico: se K urinário < 50 mmol/L, infere-se que a reabsorção do Na está ocorrendo em porções mais proximais do túbulo, então o paciente se beneficiaria de um tiazídico
- Espiro: se K urinário > 50 mmol/L, entende-se que a reabsorção está sendo feita mais distal, favorecendo a escolha de espiro.
Apesar das últimas revisões e diretrizes reservarem o início do 2º diurético para quando o paciente se mostra refratário a medidas iniciais, estudos como o ADVOR avaliam a entrada do 2º diurético desde o começo.

28
Q

Inibidores neprisilina (ARNI): sacubitril/valsartana (entresto)

A
  • Redução da mortalidade
  • Antigamente entrava no lugar do IECA ou BRA se sintomas refratários. Agora ele tem prioridade sobre o IECA/BRA
  • Indicações: NYHA 2-3
  • Ao fazer a transição de um inibidor da ECA para um ARNI, um período de washout de 36h deve ser rigorosamente observado (para evitar angioedema)
  • Inicia 24/26mg BID pp idosos e frágeis. Se jovem e robusto, 49/51mg BID. Alvo: 97/103 BID.
  • Mesmo cuidado RL e PA do IECA ou BRA
  • R$ 240/mês
  • Clinicagem: ele falseia pra cima o BNP, então caso dosar pra ver congestão usar o pró-BNP
29
Q

ARNI: contraindicações e cuidados

A
  • CI: 36h após uso de iECA; qualquer história de angioedema; gravidez; insuficiência hepática grave (Child-Pugh C); uso concomitante alisquereno em pctes DM
  • Cuidados: IR (ClCr 30-59 sem ajuste, < 30 reduz para 24/26 BID e dobra dose a cada 2-4 sem p/ atingir alvo 97/103 BID, conforme tolerado), insuficiencia hepática (leve sem ajuste, Child-Pugh B reduz para 24/26 BID e dobra dose a cada 2-4 sem p/ atingir alvo 97/103 BID); estenose de a. renal; PAS < 100; depleção de volume
30
Q

BB: quando iniciar? tem problema na asma/dpoc? quais tem efeito em mortalidade? quais alteram e não alteram PA? Doses?

A
  • Aguardar tempo após recuperação da descompensação (NYHA 1 ou 2) > pode ter piora sintomática (é esperado)
  • Começar com doses pequenas e progredir apesar da melhora dos sintomas até dose máxima tolerada
  • BB com efeitos em mortalidade em 1 ano: apenas 3 > succinato de metoprolol (tartarato não teve mesma evidência), bisoprolol, carvedilol
  • Ter ECG de base
  • DPOC não é CI para uso de BB > compensar volemia e após 3m fazer espiro para ver se era DPOC mesmo (congestão)
  • Asma: cautela, preferencia pelos cardiosseletivos (bisoprolol, succinato de metoprolol) > avisar sobre piora de sintomas asmáticos
  • Miocardia hipertensiva: prefiro carvedilol
  • Se PA mais baixas limítrofes pensar em bisoprolol
  • FC < 50: especialista
31
Q

Espironolactona: mecanismo, efeitos colaterais, CI

A
  • Diminui mortalidade!
  • Avalio diurético em paciente hipervolêmico, NYHA 2-4
  • Efeito colateral: poupa K, ginecomastia
  • Contraindicado se K > 5 ou Cr > 2,5 homens e Cr > 2 mulheres ou ClCr < 30
  • Espiro 25 mg > dosar K em 3 dias > passa pra 50 mg MID
  • Se hipotensão, tirar a furosemida
32
Q

iSGLT-2: gliflozina

A
  • Reduz mortalidade!
  • Indico mesmo se não DM!
  • Dapa $ 125 / Empa $ 225
  • Efeitos colateriais: candidiase, balonite
  • Se paciente tiver hipotensão e secar muito, a furo que roda 1º!
33
Q

iSGLT-2: contraindicações e cuidados

A
  • CI: DM1
  • Cuidados: gravidez; ClCr (dapa se ClCr > 25, empa sem limite inferior de corte); aumento do risco de infecções genitais micóticas; depleção de volume; CAD em DM; IRA; urosepse e pielonefrite; fasceíte necrosante do períneo (gangrena de Fournier)

Após o início iSGLT-2, é esperada uma queda na TFG em muitos indivíduos (devido a um aumento no tônus ​​arteriolar glomerular aferente). Os médicos não devem necessariamente ajustar ou descontinuar os medicamentos apenas com base nesta mudança esperada. Nos ensaios clínicos de dapa e empa, os participantes do estudo com TFG < 20 continuaram o tto, com benefícios consideráveis.

34
Q

IECA: mecanismo, dose, efeito colateral, quando iniciar

A
  • Os inibidores da ECA/BRA só devem ser considerados em pacientes com contraindicações, intolerância ou inacessibilidade à ARNI.
  • Bloqueia RAA > reduz mortalidade por reduzir remodelamento cardíaco
  • Chegar até dose máxima! Interromper se hipotensão sintomática ou hiperK
  • Sem problemas de iniciar após descompensação
  • Efeito colateral: tosse, angioedema
35
Q

BRA: indicação, doses

A
  • Se CI a IECA. Os inibidores da ECA/BRA só devem ser considerados em pacientes com contraindicações, intolerância ou inacessibilidade à ARNI.
36
Q

Vasodilatadores

A
37
Q

Ivabradina

A
  • Adjuvante no controle de FC em pctes com FE <= 35% e ritmo sinusal. Alguns pacientes não toleram doses mais altas de BB e permanecem com FC mais elevadas. Além disso, os pacientes que recebem doses-alvo continuam ocasionalmente a apresentar FC em repouso persistentes > 70
  • Se história de defeitos de condução ou >= 75 anos, iniciar com 2,5 mg BID com as refeições. De resto, 5 mg BID.
38
Q

Ivabradina: contraindicações e cuidados

A
  • CI: ICFEp; IH grave (Child-Pugh C); IC descompensada; PA < 90/50; FA; marcapasso; bloqueio 2 ou 3º grau sem marcapasso; não deve ser utilizada em pctes com histórico de angina de peito limitante de atividade
  • Cuidados: doença do nó sinusal; defeitos de condução cardíaca; prolongamento QT; FC < 60

**NÃO pode ser usado se FA!
É importante enfatizar é indicada apenas para pctes principalmente em ritmo sinusal, e não naqueles com FA persistente ou crônica, naqueles com estimulação atrial de 100% ou naqueles instáveis. Uma história de FA paroxística não é uma CI **

39
Q

Vericiguat

A
40
Q

Vericiguat: contraindicações e cuidados

A
  • CI: uso concomitante guanilato ciclase
  • Cuidados: pcte com anemia ou hipotensão sintomática
41
Q

Hidralazina/mononitrato de isossorbida

A
  • O mononitrato de isossorbida não é recomendado pela diretriz de IC 2022
  • A diretriz 2 de IC 2022 considera a combinação de dose fixa ou a combinação separada de dinitrato de isossorbida e hidralazina como terapia apropriada para IC
42
Q

Digoxina

A
  • A digoxina continua indicada para ICFEr, mas não há dados contemporâneos que justifiquem comentários adicionais neste documento. O leitor é encaminhado para declarações de diretrizes já disponíveis
43
Q

De quanto em quanto tempo acompanhar a função ventricular?

A

A reavaliação da função ventricular deve ocorrer 3 a 6 meses após serem atingidas as doses alvo (ou máximas toleradas) para determinar a necessidade de terapias com dispositivos, como CDIs e/ou terapia de ressincronização cardíaca. Para aqueles com maior risco de morte súbita (ex: cardiomiopatia isquêmica, FEVE <30%, evidência de ectopia ventricular), o tempo para acompanhamento por imagem pode ser mais curto, enquanto naqueles com menor risco (ex: cardiomiopatia não isquêmica, FEVE 30%-40%), o tempo de acompanhamento pode ser maior. Em pctes que já possuem esses dispositivos, a reimagem pode ser ainda mais adiada.

44
Q

Quando pedir um ECO?

A
  • Tto otimizado durante 3 a 6 meses, a repetição da imagem pode ser útil na tomada de decisões relativas à terapia do dispositivo (CDI, CRT ou reparo transcateter da válvula mitral) ou encaminhamento para terapias avançadas (dispositivo de assistência ventricular ou transplante)
  • Pode ser considerada no momento de alterações importantes no estado clínico
  • ECO de vigilância de rotina (ex: anual) na ausência de alteração no estado clínico ou algum outro sinal de risco são injustificados
45
Q

E se ao repetir o ECO, a FE aumentar de 40%? Qual a cd no tto?

A

Quando a recuperação da FEVE para >40% é observada no contexto de ICFEr prévia, os resultados melhoram; apesar deste fato, a titulação contínua da terapia para a dose alvo é sempre aconselhada, mesmo para aqueles com evidência de recuperação da FEVE.

46
Q

Quando solicitar BNP? Como interpretar?

A
  • Serve para apoiar um diagnóstico clínico de IC, avaliar a gravidade da doença ou estabelecer o prognóstico.
  • Medição de BNP ou NT-proBNP em cada avaliação clínica pode informar decisões clínicas (ex: dosagem de diurético); medições mais frequentes podem ser apropriadas em determinadas circunstâncias, como durante a titulação rápida da medicação ou no contexto de instabilidade dos sintomas.
  • O aumento da [BNP] normalmente está correlacionado com resultados adversos
  • Confundidores: DRC e entresto
  • A disfunção renal grave também pode interferir na interpretação das concentrações do peptídeo natriurético.
  • O entresto aumenta BNP. Em contraste, a [proBNP] normalmente diminuem de forma muito mais consistente do que a [BNP], porque o NT-proBNP não é um substrato para a neprilisina.
47
Q

Quando as terapias podem não ser indicadas?

A

Um pcte bem informado pode fazer um julgamento pessoal, em termos de benefícios e riscos, e decidir contra o início. Este pode ser também o caso quando se avalia um indivíduo cuja esperança de vida é curta (<1 ano) devido a IC avançada ou outras comorbilidades, onde as intolerâncias às terapêuticas são mais comuns

48
Q

Quando encaminhar para especialista?

A
  • IC de início recente (independente da FE): p/ avaliação etiologia
  • IC crônica com características de alto risco: uso de inotrópicos IV crônicos; NYHA 3-4; PAS <= 90; Cr >= 1,8; FA, arritmias ventriculares; 2 ou + visitas ao PA ou hospitalização nos últimos 12m; deterioração clínica (piora do edema, sintomas, biomarcadores, teste ergométrico ou remodelamento progressivo); alto risco de mortalidade (Modelo de IC de Seattle)
  • FE <= 35% apesar do tto otimizado por >= 3m: encaminhar para considerar tto com dispositivo (CDI ou TRC), a menos que CI
  • 2ª opinião da etiologia da IC: SCA e possível valor da revascularização; dça valvar e possível valor do reparo valvar; suspeita de miocardite; cardiomiopatias específicas (ex: cardiomiopatia hipertrófica, displasia arritmogênica do VD, Chagas, cardiomiopatia restritiva, sarcoidose cardíaca, amiloide, estenose aórtica)
  • IC avançada para discutir propostas, prognóstico e planejamento de cuidados
49
Q

Definição ICFEP

A

Sinais e sintomas de IC + evidências de anormalidades cardíacas estruturais (geralmente hipertrofia VE ou aumento AE) e/ou funcionais e/ou aumento pró-BNP (> 300 ou > 600 na FA) + FEVE > 40%

50
Q

Fisiopatologia ICFEP

A
  • Mecanismo central: inflamação -> estado pró-inflamatório crônico causado por comorbidades (HAS, DAC, obesidade, DAOS, DM, DRC, FA), resulta em inflamação endotelial coronariana e disfunção cardíaca

OBS: o IAM é FR para ICFEr enquanto que DAC está mais relacionado com ICFEP

51
Q

Algoritmo diagnóstico ICFEp
#Passo 1

A

Identificar característica definidora de ICFEp: a maioria dos pctes são diagnosticados na etapa 1

1-) Sintomas +- sinais de IC + FEVE >= 50%
+
2-) Definição característica
* Congestão ao EF ou como achado radiológico
*Pro-BNP aumentado (20% dos casos pode não aumentar, se normal, ir para step 2)
* Atende a pelo menos 01 dos critérios do ECOTT:
> Aumento do VE (M > 95 / H > 115 g/m²)
> Aumento espessura ventricular (> 0,42)
> Aumento AE (> 34 ml/m² se ritmo sinusal ou > 40 se FA)
> E:e’ > 9
> Aumento regurgitação tricúspide > 2,8 m/sec)

52
Q

Passo 2

A
  • Calcular probabilidade de ICFEp com score H2FPEF
    > Baixa (0-1): improvável
    > Intermediária: step 3
    > Alta (5-6): provável
    OBS: encaminhar para orientação especializada
53
Q
A