Câncer de Pulmão Flashcards

1
Q

O câncer de pulmão é a principal causa de morte oncológica em homens e mulheres no Brasil. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

É a principal causa de morte oncológica em homens, mas é a segunda maior causa em mulheres (perde para Ca de mama)

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2
Q

O pico de incidência do Ca de pulmão ocorre em qual idade?

A

Entre 55-65 anos

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3
Q

Qual a sobrevida em cinco anos para o câncer de pulmão?

A

13-21% em países desenvolvidos.

Apenas 15% dos indivíduos possui doença localizada (potencialmente curável) ao diagnóstico

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4
Q

Quais as possíveis etiologias para Ca de Pulmão?

A
  1. TABAGISMO
  2. DPOC (fator de risco independente)
  3. Pneumopatias fibrosantes
  4. Exposição a outros agentes exógenos (radônio e asbesto)
  5. Poluição atmosférica
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5
Q

Como calcular a carga tabágica e a partir de quando consideramos alto risco?

A

A carga tabágica é o produto entre maços consumidos por ano X duração do hábito em anos.

Considera-se alto risco um valor > 20 maços-ano

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6
Q

Tabagismo passivo não eleva o risco de câncer de pulmão. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

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7
Q

Cessação do tabagismo reduz o risco com o tempo, porém ainda é maior do que em não fumantes. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

Risco é maior e mantém relação direta com a magnitude do tabagismo prévio

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8
Q

Por que pacientes com história familiar positiva de Ca de Pulmão em parentes de primeiro grau têm risco aumentado para desenvolver a doença?

A

Existe uma predisposição genética ao câncer de pulmão. A carcinogênese é um processo demorado, que requer acúmulo de sucessivas mutações genéticas para o surgimento do clone neoplásico. Muitas dessas mutações já podem estar presentes por herança genética, “encurtando” o caminho

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9
Q

Quais tipos de neoplasias podem se originar no pulmão?

A
  1. Carcinomas broncogênicos (90% dos casos).
  2. Linfomas
  3. Sarcomas
  4. Mesoteliomas
  5. Carcinoides
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10
Q

O que é um carcinoma broncogênico?

A

É um tumor maligno derivado do epitélio respiratório inferior.

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11
Q

Como podemos classificar os carcinomas broncogênicos?

A
  1. Carcinoma Não Pequenas Células

2. Carcinoma de Pequenas Células (Oat Cells ou Avenocelular)

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12
Q

Quais os principais tipos de Carcinoma Não Pequenas Células?

A
  1. Carcinoma Epidermoide (Escamoso ou Espinocelular)
  2. Adenocarcinoma
  3. Carcinoma de Grandes Células Anaplásico
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13
Q

Quais as principais características do Carcinoma Epidermoide?

A
  • É o tipo histológico mais comum (até 2/3 dos casos) em países em desenvolvimento.
  • Costuma ter localização central ou proximal
  • Se apresenta como uma tumoração brônquica exofítica
  • É a causa mais comum de hipercalcemia paraneoplásica
  • Cavita em 10-20% dos casos
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14
Q

Quais as principais características do Adenocarcinoma?

A
  • É o tipo histológico mais comum em países desenvolvidos
  • O tipo predominante no sexo feminino, nos jovens (< 45 anos) e nos não fumantes
  • Geralmente de localização periférica
  • É a causa mais comum de osteoartropatia hipertrófica paraneoplásica
  • Pior prognóstico que o escamoso
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15
Q

O que é o Carcinoma Bronquíolo-Alveolar?

A

É um subtipo de adenocarcinoma, derivado das células alveolares e se apresenta como massa, lesão difusa multinodular ou infiltrados alveolares.

Existem dois tipos histológicos: mucinoso (derivado das cél. caliciformes) e o não mucinoso (derivado dos pneumócitos tipo II).

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16
Q

Quais as principais características do Carcinoma de Grandes Células Anaplásico?

A
  • É um carcinoma muito indiferenciado, que representa < 10% dos casos.
  • É o subtipo menos frequente
  • Apresenta o pior prognóstico dentre os carcinomas não pequenas células
  • Localização periférica
  • Comumente cavita
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17
Q

Quais as principais características do Carcinoma de Pequenas Células?

A
  • É responsável por 15-20% dos casos
  • Apresenta o pior prognóstico e maior agressividade entre os carcinomas broncogênicos (tempo de duplicação em torno de 30 dias versus 200 dias para os não pequenas células)
  • Localização central
  • Origem no tecido neuroendócrino argentafim
  • Responsável pela maioria das síndromes paraneoplásicas neuroendócrinas associadas ao CA de pulmão
  • Subtipo mais fortemente associado ao tabagismo
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18
Q

Quais características de um Nódulo Pulmonar Solitário sugerem malignidade?

A
  1. História de tabagismo
  2. Idade > 50 anos
  3. Tamanho do nódulo (> 2cm)
  4. Ausência de calcificação e forma do nódulo
  5. Sintomas torácicos
  6. Adenopatia, atelectasia ou pneumonite associada
  7. Crescimento da lesão em comparação com exames de imagem nos últimos 2 anos
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19
Q

Quais características predizem benignidade de um Nódulo Pulmonar Solitário?

A
  1. Tamanho estável dentro de dois anos
  2. Padrão de calcificação
  3. Diâmetro < 2cm
  4. História negativa para tabagismo
  5. Idade < 35 anos
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20
Q

Quais as principais apresentações clínicas dos tumores de pulmão?

A
  • Tosse (presente em até 75% dos pacientes, devido à invasão da mucosa brônquica)
  • Dispneia (50% dos casos, devido a obstrução das grandes vias aéreas)
  • Hemoptise (35% dos casos, devido a necrose tumoral, ulceração mucosa, erosão de vasos torácicos, TEP)
  • Dor torácica (invasão de pleura parietal, parede torácica ou mediastino, infecção ou TEP)
  • Tamponamento cardíaco
  • Derrame pleural
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21
Q

Na maior parte das vezes, o CA de pulmão não causa qualquer sintoma até a doença já estar avançada. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

22
Q

Como se apresenta o derrame pleural maligno?

A
  • É de moderado a grande volume, reacumula rapidamente após toracocentese.
  • O líquido pleural é um EXSUDATO com predominância linfocítica
  • A citologia é positiva em 50-60% dos casos na primeira coleta
23
Q

O que é a Síndrome de Pancoast-Tobias?

A
  • Síndrome causada por um tumor localizado no sulco superior do pulmão.
  • É caracterizada por dor no ombro e/ou escápula ipsilateral e dor na distribuição do nervo ulnar (com atrofia muscular e paresia distal)
24
Q

O que justifica a sintomatologia da Síndrome de Pancoast-Tobias e qual o subtipo histológico mais frequente envolvido?

A
  • O envolvimento das raízes C8 e T1, pela extensão tumoral no ápice pulmonar.
  • O tipo histológico mais envolvido é o carcinoma epidermoide (52% dos casos), seguidos por grandes células e adenocarcinoma (23% para cada)
25
Q

O que é a Síndrome de Claude-Bernard-Horner?

A

É uma Síndrome caracterizada por miose, ptose palpebral, enoftalmia e anidrose facial ipsilateral)

26
Q

O que justifica a Síndrome de Claude-Bernard-Horner?

A
  • Comprometimento da cadeia simpática cervical e do gânglio estrelado
  • Geralmente coexiste com a Síndrome de Pancoast
27
Q

O que é a Síndrome da Veia Cava Superior?

A
  • É uma síndrome relacionada ao carcinoma broncogênico originário do lobo superior do pulmão direito.
  • Manifesta-se com edema e congestão da face e extremidades superiores; circulação colateral proeminente na região superior do tórax; turgência jugular
28
Q

Qual o subtipo histológico mais comumente encontrado na Síndrome da Veia Cava Superior?

A

Carcinoma de pequenas células

29
Q

Como sugerir a etiologia da Síndrome da Veia Cava Superior a partir da anamnese do paciente?

A

Como regra geral, a SVCS em idosos mais provavelmente será causada por um Ca de pulmão, ao passo que em crianças e adultos jovens mais provavelmente teremos um linfoma como causa

30
Q

Quais as principais complicações locais dos Carcinomas Broncogênicos?

A
  1. Derrame pleural
  2. Cavitação
  3. Atelectasia
  4. Pneumonia pós-obstrutiva
31
Q

A ocorrência de pneumonias de repetição sempre no mesmo local fala a favor de uma lesão extrapulmonar. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

Sugere uma lesão obstrutiva endobrônquica, que costuma ser um carcinoma broncogênico

32
Q

Como diferenciar radiologicamente uma cavitação de um abscesso pulmonar bacteriano?

A

A cavitação apresenta os bordos irregulares

33
Q

Quais são os locais mais frequentemente envolvidos por metástases?

A

FOCA

Fígado (30-50% dos casos)

Ossos (20% dos casos)

Cérebro (20% dos casos)

Adrenais (50% dos casos)

34
Q

O que são síndromes paraneoplásicas?

A

As síndromes paraneoplásicas são distúrbios sistêmicos ocasionados pela existência de um tumor. Com frequência se manifestam meses ou anos antes da detecção clínica e laboratorial do câncer.

35
Q

Qual o subtipo histológico mais comumente responsável pelas síndromes paraneoplásicas no CA de pulmão?

A

Carcinoma de pequenas células

36
Q

Qual o subtipo histológico mais comumente responsável por hipercalcemia paraneoplásica no CA de pulmão?

A

Carcinoma epidermoide, devido a uma produção tumoral de PTH-rp (peptídeo relacionado ao paratormônio)

37
Q

Qual o subtipo histológico mais comumente responsável por Síndrome da Antidiurese Inapropriada no CA de pulmão?

A

Carcinoma de pequenas células. Tumor produz ADH que promove retenção renal de água livre e hiponatremia

38
Q

Qual o subtipo histológico mais comumente responsável por Síndrome de Cushing no CA de pulmão?

A

Carcinoma de pequenas células, devido à produção tumoral de ACTH ou de CRH.

39
Q

Qual o subtipo histológico mais comumente responsável por Osteoartropatia Pulmonar Hipertrófica no CA de pulmão?

A

Adenocarcinoma, na maioria dos casos. Seguido por Carcinoma Epidermoide (38% dos casos)

40
Q

Quem deve ser submetido ao screening para CA de Pulmão?

A

O screening está indicado em indivíduos assintomáticos que apresentam todas as características a seguir:

  1. Idade entre 55-80 anos;
  2. Carga tabágica ≥ 30 maços/ano;
  3. Tabagismo atual ou interrupção nos últimos 15 anos;
  4. Boa saúde geral.
41
Q

Como deve ser feito o screening para CA de Pulmão?

A

TC helicoidal com

baixa dose de radiação, sem administração de contraste endovenoso. A periodicidade do screening deve ser ANUAL

42
Q

Como regra, todo paciente com raio X “suspeito” (ex.: nódulo pulmonar solitário, atelectasia) deve ser submetido a uma tomografia computadorizada do tórax. Por quê?

A

A TC define melhor as características anatômicas da lesão (ex.: tamanho, bordos espiculados, padrão de calcificação) além de permitir uma análise detalhada do mediastino e das suprarrenais.

43
Q

Qual o próximo passo após suspeita de Ca de Pulmão pelos exames de imagem?

A

Confirmação histopatológica, através de:

  1. Citologia do escarro (sensibilidade maior para tumores de localização central) -> pouco utilizado na prática
  2. Biópsia brônquica através de broncofibroscopia (maior sensibilidade para nódulo central)
  3. Biópsia transtorácica guiada por TC (maior sensibilidade para nódulo periférico)
  4. Biópsia guiada por videotoracoscopia
  5. Biópsia a céu aberto
  6. Citologia do líquido pleural
  7. Biópsia pleural guiada por videotoracoscopia (se duas citologias do liq pleural forem negativas, mas elevada suspeita clínica)
44
Q

Quais pacientes não devem ser submetidos a biópsia transtorácica, nem a biópsias cirúrgicas (VATS ou céu aberto)?

A

Pacientes com baixa reserva cardiopulmonar

45
Q

Quais são os tipos de estadiamento?

A

Estadiamento anatômico – determina a ressecabilidade do tumor, isto é, o tumor pode ao não ser totalmente removido por uma cirurgia?

Estadiamento fisiológico – determina a operabilidade do paciente, isto é, o paciente suporta ou não um procedimento cirúrgico?

46
Q

O estadiamento anatômico do Ca de pulmão é feito a partir do uso de TC + PET-scan

A

Falso.

O estadiamento NÃO deve se basear apenas em métodos não invasivos, isto é, sempre que possível,
devemos nos certificar que as imagens sugestivas
de extensão da doença realmente representam
câncer, através de análise histopatológica

47
Q

Quais as contraindicações para a cirurgia de ressecção pulmonar?

A
  • IAM nos últimos três meses;
  • IAM nos últimos seis meses (relativo);
  • Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) menor que 1 L;
  • Retenção de CO2 (pCO2 em repouso maior do que 45 mmHg);
  • Hipertensão pulmonar grave
48
Q

Descreva o estadiamento T do carcinoma broncogênico não pequenas células

A

T0 = tumor não evidenciado.

T1 = tumor ≤ 3 cm, envolto por parênquima ou pleura visceral e longe de brônquio principal (a partir de brônquio lobar):

T1a: ≤ 2 cm;

T1b: > 2 cm e ≤ 3 cm.

T2 = tumor > 3 cm e ≤ 7 cm, ou tumor que apresenta:
Atelectasia/pneumonia pós-obstrutiva que não envolve TODO um pulmão;

Invasão do brônquio fonte com distância ≥ 2 cm da carina;

Invasão da pleura visceral.

O T2 ainda é subdividido em:
T2a: > 3 cm e ≤ 5 cm;
T2b: > 5 cm e ≤ 7 cm.

T3 = tumor > 7 cm ou uma das seguintes características:

Invasão direta de:

Parede torácica (incluindo o tumor de Pancoast no sulco pulmonar superior);
Diafragma;
Nervo frênico;
Pleura mediastinal;
Pericárdio parietal.
Invasão do brônquio principal a < 2 cm da carina sem invadir a carina.
Atelectasia/pneumonia pós-obstrutiva envolvendo TODO um pulmão.
Nódulo no mesmo lobo pulmonar.

T4 = tumor de qualquer tamanho que invade:
Mediastino;
Coração;
Traqueia;
Grandes vasos;
Nervo laríngeo recorrente;
Esôfago;
Corpo vertebral;
Carina;
Nódulo em outro lobo pulmonar ipsilateral.
49
Q

Descreva o estadiamento N do Carcinoma Broncogênico Não Pequenas Células

A

N0 = Sem acometimento – não invade linfonodos.

N1 = Hilares ipsilaterais – invade linfonodos peribrônquicos ou hilares do mesmo lado.

N2 = Mediastinais ipsilaterais – invade linfonodos mediastinais do mesmo lado e/ou subcarinais.

N3 = Contralaterais ou supraclaviculares/escalenos – invade linfonodos contralaterais (hilares ou mediastinais), ou linfonodos supraclaviculares ou escalenos (qualquer lado).

50
Q

Descreva o estadiamento M do Carcinoma Broncogênico Não Pequenas Células

A
M0 = Ausência de metástase à distância.
M1 = Metástase à distância
51
Q

Descreva os estágios do Carcinoma Broncogênico Não Pequenas Células

A

Estágio IA: T1a, T1b | N0 | M0

Estágio IB: T2a | N0 | M0

Estágio IIA: T1a, T1b, T2a | N1 | M0 ou T2b | N0 | M0

Estágio IIB: T2b | N1 | M0 ou T3 | N0 | M0

Estágio IIIA: T1a, T1b, T2a, T2b | N2 | M0 ou T3 | N1, N2 | M0 ou T4 | N0, N1 | M0

Estágio IIIB: T4 | N2 | M0 ou Qualquer T | N3 | M0

Estágio IV: Qualquer T | Qualquer N | M1

52
Q

Descreva o estadiamento do Carcinoma de Pequenas Células.

A

O oat cell possui apenas dois estágios: doença limitada (1/3 dos casos) e doença avançada (2/3 restantes). Na doença limitada, o tumor está confinado a um hemitórax e aos linfonodos mediastinais e/ou supraclaviculares ipsilaterais. Na doença avançada temos extensão do tumor para além dos marcos citados