aula 11 Flashcards
Importância e papel do hipotálamo do SNA
O sistema nervoso autónomo é responsável por controlar as funções viscerais no músculo liso, cardíaco e glândulas. Isto é possível com a participação dos componentes centrais são os seguintes: hipotálamo, tronco do encéfalo e medula espinhal. O hipotálamo é o centro de integração mais alto do SNA. É ele responsável por manter um equilíbrio adequado do meio interno do organismo, para que o mesmo funcione continuamente de forma eficiente (manter a homeostasia). Para tal, o hipotálamo recebe informações das funções viscerais de todo o corpo a partir da formação reticular, núcleos do tronco do encéfalo e sistema límbico do telencéfalo.
Diferença entre neurónios pré-ganglionares e os neurónios pós-ganglionares
Os neurónios pré-ganglionares têm o corpo neuronal dentro do SNC enquanto que os neurónios pós-ganglionares têm dentro de um gânglio periférico.
Descrever as vias aferentes (componente periférica e componente central)
Componente periférica:
Os recetores das vias viscerais aferentes encontram-se nos vasos sanguíneos e nas vísceras, sendo a maioria mecanorrecetores que respondem á pressão ou estiramento e os outros quimiorrecetores, que respondem, por exemplo, à concentração de dióxido de carbono no sangue. A informação é recolhida pelas fibras dos pares cranianos VII (nervo facial) , IX (nervo glossofaríngeo) X (nervo vago), ramos dos nervos somáticos. nervos espinhais. Os corpos celulares destes localizam-se no gânglio geniculado do nervo facial, no ganglio proximal e distal do nervo vago e nos gânglios espinhais. As vias viscerais aferentes dos pares cranianos VII, IX e X vão pelo trato solitário até à parte caudal do mesmo, localizado na medula oblonga. A via eferente do núcleo do trato solitário vai para a formação reticular para desempenhar as funções reflexas (respiratória, cardíaca, digestiva e excreção) e alguma informação ainda vai para o tálamo, onde atinge o córtex somatossensorial, apesar de que apenas uma certa parte que chega se torna consciente. A via aferente dos nervos espinhais vai para o corno dorsal da medula, onde efetua sinapse para uma resposta reflexa ou pelo funículo lateral (ispo ou contralateral) em direção ao tálamo. No tálamo, alguma informação pode atingir o córtex somatossensorial, tornando-se consciente.
Componente central:
Os sinais dirigem-se para a componente central do SNA, inclusivamente até ao córtex do cérebro em casos limitados: não temos consciência da maior parte da informação do SNA.Algumas exceções: sensação de plenitude do estômago ou na bexiga urinária. Temos consciência de que o estômago está a ficar cheio pelo aumento de volume e de pressão da bexiga urinária. Outro exemplo é a dor visceral: a dor é refletida para a superfície da pele embora a sua origem seja por exemplo, na parede do órgão, devida á convergência das vias aferentes somáticas e viscerais nos mesmos neurónios nalgum ponto do trajeto
Descrever as vias eferentes
As vias eferentes dividem-se pelo SNA simpático e SNA parassimpático, que se distinguem pela sua morfologia, fisiologia e farmacologia. As duas partes (simpática a parassimpática) são constituídas por 2 neurónios sucessivos: neurónio pré-ganglionar e neurónio pós-ganglionar. Juntos equivalem ao neurónio motor único do sistema somático.
No SNA simpático, os neurónios pré-ganglionares simpáticos localizam-se na coluna visceral eferente (no corno lateral da medula espinhal a nível toracolombar); os neurónios pós-ganglionares estão nos gânglios do tronco simpático (a nivel da cavidade torácica e estendendo-se a nível da cavidade abdominal) ou nos gânglios subvertebrais da aorta. Todos os gânglios onde se encontram os neurónios pós-ganglionares vão estar perto da coluna vertebral. A substância libertada na última sinapse é a noreadrenalina (luta ou foge). A noreadrenalina é libertada como resposta a uma situação de perigo, promovendo a vasodilatação e consequentemente um maior aporte de sangue á componente periférica; aumento do ritmo cardíaco, vasoconstrição das vísceras (menor aporte de sangue às vísceras) e diminuição da secreção das glândulas associadas ao aparelho digestivo.
No SNA parassimpático, os neurónios pré-ganglionares parassimpáticos localizam-se nos núcleos de origem dos nervos cranianos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago e ainda nos cornos laterais dos segmentos sacrais da medula espinhal. Os neurónios pós-ganglionares encontram-se em gânglios próximo da parede dos orgãos ou na sua própria parede. A substância libertada na última sinapse é a acetilcolina (rest and digest) depois de uma refeição. Nesta situação, há aumento da secreção glandular e todo o sangue vai estar mobilizado para a parte digestiva (vísceras e glândulas).
Para manter um equilíbrio (homeostasia) do organismo, um sistema aumenta a sua funcionalidade e o outro diminui.
Descrever o sistema nervoso autónomo periférico
Os gânglios simpáticos situam-se próximo da medula espinhal e os gânglios parassimpáticos localizam-se perto do órgão inervado ou na sua parede.
O sistema nervoso simpático periférico tem origem no corno lateral da porção toracolombar da medula espinhal. Passa às raízes ventrais dos nervos espinhais torácicos e primeiros lombares e pelos ramos comunicantes passa ao tronco simpático (gânglio), o que permite a chegada da inervação simpática à cabeça.
O sistema nervoso parassimpático periférico é constituído pelos nervos espinhais sacros e pelos nervos cranianos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago. Através no nervo vago é emitido uma ramificação para a cavidade torácica e abdominal.
Descrever o tronco simpático
O tronco simpático é uma componente do sistema nervoso autónomo periférico eferente simpático. É constituído por gânglios e fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares. A nível cervical associa-se com o nervo vago, formando o tronco vagossimpático e é envolvido juntamente com a artéria carótida comum pela baínha carótida. A nível torácico separa-se do nervo vago e percorre a linha das articulações costotransversas subpleuralmente, continuando a nível lombar, onde corre entre o corpo das vértebras lombares e o músculo psoas. O gânglio mais cranial do tronco simpático é o gânglio cervical cranial, que emite fibras pós-ganglionares que se juntam às fibras dos pares cranianos; emite também o nervo jugular, que tem ramos comunicantes com o n. vago e o n. glossofaríngeo, e os nervos carótidos interno e externo, que formam plexos carótidos interno externo e comum, sobre as artérias com o mesmo nome.
A nível torácico, o gânglio cervical caudal funde-se com os primeiros 2-3 gânglios torácicos, formando o gânglio cervicotorácico, que emite a ansa subclávia, que faz um plexo na artéria subclávia, continuando para os membros torácicos, e o nervo vertebral, que faz um plexo com a artéria vertebral para inervar a medula espinhal e meninges.
Descrever o gânglio cervical cranial
O gânglio cervical cranial encontra-se na extermidade do tronco simpático, perto da base do crânio. É deste gânglio que partem as fibras pós-ganglionares para os orgãos da cabeça. O gânglio cervical cranial está próximo da artéria carótida interna e emite um ramo comunicante com o nervo glossofaríngeo e o nervo vago: o nervo jugular. Além do nervo jugular, este gnglio emite também um nervo carotídeo interno e nervos carotídeos externos que formam os pelxos carotídeos interno, externo e comum.
Descrever os pedúnculos cerebelares
Os pedúnculos cerebelares consistem num grupo de fibras que partem da substância branca e vão unir o cerebelo ao tronco do encéfalo. São 3 os pedúnculos que vão conduzir ao cerebelo todos os impulsos aferentes e eferentes: o pedunculo cerebelar rostral, médio e caudal.
O pedúnculo cereberal rostral dirige-se rostralmente até ao mesencéfalo e encaminha a maior parte das fibras nervosas eferentes ao cerebelo. Atinge o córtex cerebelar de forma indireta: mediante uma conexão com o núcleo vermelho e núcleos da formação reticular.
O pedúnculo cerebelar médio encaminha os estímulos visuais para o cerebelo e estabelece ligação com a ponte.
O pedúnculo cerebelar caudal é formado pelas fibras nervosas aferentes da medula espinhal e núcleo olivar, e ainda pelas vias vestibulares aferentes e eferentes. Deste pedúnculo fazem parte o corpo justarestiforme no qual temos o trato vestibulocerebelar e cerebelovestibular (vias aferentes e eferentes) e o corpo restiforme que contém apenas tratos de vias aferentes.
Quais as semelhanças e diferenças entre o sistema nervoso simpático e parassimpático?
O sistema nervoso simpático e parassimpático são ambos componentes eferentes do sistema nervoso autónomo, mas são vias antagónicas, que trabalham em conjunto para manter a homeostasia de acordo com a sensibilidade visceral recolhida.
O sistema nervoso simpático é mais ativo em situações de perigo e alerta, e tem como funções gerais o aumento da frequência cardíaca, vasodilatação na componente somática e vasoconstrição na componente visceral, de modo a direcionar o sangue para os músculos esqueléticos (componente somática). É mediado por noradrenalina e os corpos celulares dos neurónios simpáticos pré-ganglionares encontram-se no corno lateral da medula espinhal (a nível toracolombar), enquanto os corpos celulares dos neurónios pós-ganglionares se encontram nos gânglios do tronco simpático e nos gânglios subvertebrais da aorta, todos relativamente próximos da coluna vertebral.
O sistema nervoso parassimpático é mais ativo após as refeições e tem como principais funções redirecionar o sangue para componentes viscerais para a digestão e atividade de glândulas, diminuindo o fluxo sanguíneo na componente somática. É mediado por acetilcolina e os corpos celulares dos neurónios pré-ganglionares encontram-se nos núcleos parassimpáticos dos nervos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago, e também no corno lateral dos segmentos sacrais da medula espinhal. Os corpos celulares dos neurónios pós-ganglionares encontram-se em gânglios próximos das visceras e vasos sanguíneos, ou até na sua própria parede
Enumere os núcleos do cerebelo
Núcleo fastigial, recebe fibras do verme (paleocerebelo) e tem eferentes para o tálamo
Núcleo lateral, recebe fibras dos hemisférios do cerebelo (neocerebelo) e tem eferentes para o núcleo ventrolateral do tálamo
Núcleo interposto medial, recebe fibras do paraverme (paleocerebelo) e tem eferentes para o tálamo
Núcleo interposto lateral, recebe fibras do paraverme (paleocerebelo) e tem eferentes para o tálamo
Descreva o arquicerebelo e consequências da sua lesão
O arquicerebelo corresponde ao lóbulo floculonodular, ou seja, é constituído pelo nódulo e flóculos do cerebelo. É a porção mais filogeneticamente antiga do cerebelo, situada ventrocaudalmente. Tem como principal função o controlo autónomo da posição da cabeça, muito relacionado com o equilíbrio.
As cristas ampolares e máculas do utrículo e sáculo do ouvido interno recolhem informação sobre a posição da cabeça e enviam fibras pelo nervo vestibular aos núcleos vestibulares (lateral, medial, rostral e caudal) da medula oblonga, que emitem fibras aferentes pelo pedúnculo cerebelar caudal (corpo justarestiforme) até o nódulo (pelo trato vestibulo-cerebelar). O nódulo envia fibras eferentes também pelo corpo justarestiforme que continua para a medula espinhal (passando primeiro pelos núcleos vestibulares, trato cerebelo-vestibular) como trato vestibulo-espinhal.
O arquicerebelo também recebe estimulos visuais provenientes do nervo ótico, que faz sinapse com núcleos da ponte que enviam axónios pelo pedúnculo cerebelar médio até o arquicerebelo, que processa a informação e envia fibras eferentes pelo pedúnculo cerebelar rostral e via fasciculo longitudinal medial até núcleos dos nervos motores do olho.
Uma lesão no arquicerebelo pode levar à movimentos pouco regulados, ataxia, falta de equilíbrio e nistagmos, tendência a cair e posturas anómalas
Descreva o paleocerebelo e consequências da sua lesão
O paleocerebelo é constituído pelo verme e paraverme do cerebelo e tem como principal função manter o tónus muscular autónomamente.
Recebe estimulos propiocetivos inconscientes provenientes dos tratos espinhocerebelares e espinho-cúneo-cerebelares, e dos pares cranianos, que enviam suas fibras aferentes pelo pedúnculo cerebelar caudal.
O paleocerebelo envia fibras eferentes do verme para o núcleo fastigial e do paraverme para os núcleos interpostos lateral e medial, passando pelo pedúnculo cerebelar rostral até o tálamo, que projeta fibras para o córtex cerebral; também envia fibras para o núcleo vermelho. A sua via eferente termina no corno ventral da medula espinhal (neurónios motores inferiores)
Uma lesão no paleocerebelo leva à uma hipotonia muscular, ataxia e tremores intencionais.
Descreva o neocerebelo e consequências da sua lesão
O neocerebelo é constituído pelos hemisférios do cerebelo e tem como principal função a coordenação motora automática, em sinergia com o cérebro.
Recebe fibras aferentes provenientes do córtex cerebral, que fazem sinapse com núcleos da ponte (trato cortico-pontino) e percorrem o pedúnculo cerebelar médio.
Os seus eferentes fazem sinapse com o núcleo lateral do cerebelo e continuam pelo pedúnculo cerebelar rostral até o tálamo, que envia fibras para o córtex cerebral. O neocerebelo forma um circúito fechado com o córtex cerebral, sem estar conectado com a periferia.
Uma lesão no neocerebelo leva à dificuldades em iniciar os movimentos, ataxia, hipotonia muscular e tremores na musculatura distal dos membros.
Quais são os sintomas de uma lesão geral do cerebelo?
Hiperextensão do membro torácico, contrações clónicas dos membros pélvicos, extensão da cabeça e do pescoço numa postura chamada opistótonos, incoordenação motora, falta de equilíbrio, ataxia e tremores.
Paleoencéfalo. Descreva os núcleos do hipotálamo indicando as regiões que pertencem
O hipotálamo tem uma região hipotalámica rostral, que é responsável pela dissipação de calor e é constituída pelos núcleos hipotalámicos supraótico, supraquiasmático, pré-ótico e paraventricular. Os núcleos supraótico e paraventricular também têm como função a produção de hormonas oxitocina e ADH.
Tem uma região hipotalámica intermédia, constituída pelos núcleos hipotalámicos ventrolateral, dorsolateral e infundibular com função de secreção de fatores estimuladores e inibidores para as células da adenohipófise, e também é constituída pela área hipotalámica lateral, que contem os núcleos túbermamilar e lateral do túber. Esta porção tem como função o aumento do apetite.
Por último, o hipotálamo também tem uma região hipotalámica caudal, que é constituída pelos núcleos mamilares laterais e mediais e tem como função a conservação de calor.