Associação clinico-EMG Flashcards
O que caracteriza uma lesão por perda axonal?
Degeneração walleriana dos axônios (motores: dias 3–5; sensitivos: dias 6–10).
Achados iniciais: fraqueza e perda sensitiva imediatas, mas ENMG distal normal nos primeiros dias (antes da degeneração). Mecanismo: desconexão do axônio proximal → degeneração distal.
Como os ECN mudam após uma lesão axonal?
Fase aguda (0–5 dias): Amplitudes normais (ainda não houve degeneração).
Após degeneração walleriana: queda das amplitudes (motores antes dos sensitivos), velocidades de condução e latências distais preservadas. Nunca atinge critérios de desmielinização.
Quais as alterações no EMG(Agulha) ao longo do tempo?
Imediatamente: recrutamento diminuído. 2–6 semanas: atividade de desnervação. Crônico (meses–anos): reinervação com MUAPs polifásicos.
Atividade espontânea pode desaparecer se reinervação for bem-sucedida.
Como diferenciar lesão axonal de desmielinizante pelos Estudos de condução?
Lesão Axonal: Amplitudes ↓↓, VC/LD levemente alteradas;
Lesão Desmielinizante: Amplitudes relativamente preservadas, VC muito lentas, LD muito prolongadas.
VC <75% normal; LD >130% normal.
Paciente com fraqueza em pé há 1 semana pós-trauma. ECN distal normal, EMG mostra recrutamento diminuído. Qual a fase da lesão?
Fase aguda (<5 dias) → degeneração walleriana ainda não completada.
Aguardar 2–3 semanas para repetir ENMG e detectar queda de amplitudes/atividade espontânea.
Quais achados sugerem reinervação eficaz?
EMG: MUAPs grandes/polifásicos sem fibrilações; ECN: Melhora das amplitudes motoras/sensitivas.
Axônios reinervados recuperam função.
Como estimar a idade de uma lesão axonal?
ECN normais → <5 dias; Fibrilações presentes → ≥2–6 semanas; MUAPs reinervados → meses a anos.
A avaliação depende da distância lesão–músculo.
Achados típicos nos ECN de doença desmielinizante:
Velocidade de condução (VC) muito reduzida (<75% do normal).
Latências distais (LD) muito prolongadas (>130% do normal).
O que é bloqueio de condução em estudos de condução nervosa?
Falha na transmissão do potencial de ação através de um segmento desmielinizado do nervo.
Critérios eletrodiagnósticos:
Queda ≥50% na amplitude do CMAP (potencial de ação muscular composto) ao estimular proximal vs. distal à lesão.
Sem alteração significativa na área do CMAP (exclui dispersão temporal).
: Como o bloqueio de condução ajuda a localizar a lesão?
Neuropatia radial no sulco espiral → bloqueio entre estimulação proximal (acima do sulco) e distal (abaixo).
Dica: Bloqueio em sítios não compressivos (ex.: CIDP) sugere neuropatia desmielinizante adquirida.
Como diferenciar neuropatias desmielinizantes adquiridas vs. hereditárias no estudo de condução?
Adquiridas (GBS/CIDP) // Hereditárias (CMT1)
Bloqueio de condução presente // Sem bloqueio (só lentidão uniforme)
VC assimétricas/irregulares // VC simétricas/lentidão difusa
Quais alterações na agulha do EMG em lesões desmielinizantes?
Com bloqueio de condução:
Recrutamento diminuído (menos unidades motoras ativáveis).
Sem fibrilações/MUAPs reinervados (axônios intactos).
Sem bloqueio (só lentidão): EMG totalmente normal.
Como a degeneração walleriana afeta as amplitudes do CMAP e SNAP após uma lesão axonal?
A degeneração walleriana causa uma queda nas amplitudes do CMAP e do SNAP após uma lesão axonal
A degeneração walleriana é um processo que ocorre após a lesão do axônio, afetando a condução nervosa.
Quando as amplitudes do CMAP começam a cair após uma lesão axonal nas fibras motoras?
As amplitudes do CMAP caem a partir do 3º–5º dia
A queda nas amplitudes do CMAP se deve à falha nas junções neuromusculares inicialmente.
Quando as amplitudes do SNAP começam a cair após uma lesão axonal nas fibras sensitivas?
As amplitudes do SNAP caem a partir do 6º–10º dia
Essa queda ocorre após a degeneração das fibras sensitivas.
Quais são os achados de ENMG em uma lesão axonal hiperaguda (antes da degeneração walleriana)?
CMAP/ SNAP estarão normais ou alterados?
Agulha apresentará alterações?
- ENMG distal: CMAP/SNAP normais (estimulação e registro distais à lesão).
- EMG: Apenas recrutamento diminuído (sem fibrilações/MUAPs alterados).
- Causas típicas: Trauma agudo, infarto nervoso.
Dica: Diferenciar de desmielinização aguda → Repetir ENMG após 1 semana (degeneração walleriana confirmará lesão axonal).
O que muda na fase aguda (após degeneração walleriana)?
CMAP e SNAP estarão como?
A velocidade de conduçaõ e Latencia distais?
Na agulha teremos o que?
-
ENMG distal:
- Queda das amplitudes (CMAP ↓ primeiro que SNAP).
- VC/LD preservadas (a menos que axônios grandes sejam perdidos).
- EMG: Ainda só recrutamento diminuído (fibrilações surgem após 2–6 semanas).
Exemplo: Paciente com neuropatia por compressão há 1 semana → Amplitudes motoras já reduzidas, mas EMG sem fibrilações.
Quais achados surgem na fase subaguda?
Amplitudes / Velocidade de condução e latencia distais?
Na agulha teremos o que??
- ENMG: Amplitudes baixas, VC/LD normais ou levemente alteradas.
-
EMG:
- Fibrilações/ondas positivas (desnervação).
- MUAPs ainda normais (sem reinervação).
Como identificar uma lesão em fase de reinervação inicial?
-
EMG:
- MUAPs polifásicos/amplos (reinervação colateral).
- Fibrilações ainda presentes.
- ENMG: Amplitudes podem melhorar (especialmente motoras).
Dica: MUAPs grandes + fibrilações = Lesão ativa em reparo.
Quais são os achados de uma lesão axonal remota/inativa?
- ENMG: Amplitudes normalizadas ou melhoradas (reinervação bem-sucedida).
-
EMG:
- MUAPs crônicos (grandes/polifásicos).
- Sem fibrilações (desnervação resolvida).
- Exemplo: Sequela de radiculopatia antiga.
Como diferenciar lesão axonal ativa vs. inativa?
Ativa (subaguda) | Inativa (crônica) |
|——————————-|——————————–|
| Fibrilações no EMG | Sem fibrilações |
| MUAPs normais ou em mudança | MUAPs grandes/polifásicos |
| Amplitudes baixas/estáveis | Amplitudes melhoradas |
Quais achados esperar em uma lesão desmielinizante proximal apenas com lentidão (sem bloqueio)?
-
ENMG:
- Normal distalmente (amplitudes preservadas).
- Lentidão apenas através da lesão (VC ↓) ou em respostas tardias (ex.: onda F).
- EMG: Totalmente normal (sem fraqueza/recrutamento alterado).
- Exemplo: Neuropatia ulnar no cotovelo sem bloqueio.
Como identificar desmielinização distal com bloqueio (ex.: síndrome do túnel do carpo grave)?
-
ENMG:
- Queda de amplitudes (CMAP/SNAP ↓).
- Latência distal (LD) muito prolongada + VC sensitiva distal ↓.
- Bloqueio se estimulação for distal à lesão (ex.: palma).
- EMG: Apenas recrutamento diminuído (sem fibrilações).