Asma - Flashcards videoaula Estrategia
01 - O que é asma?
Doença caracterizada pela inflamação crônica da via aérea. É definida pela história de sintomas respiratórios, tais como: Sibilância, dispneia, dor torácica, tosse seca, que Varia no tempo e na intensidade, Junto com Variação do fluxo aéreo respiratório
02 - Qual o sintoma que te faz desconfiar de asma?
Sibilância, dispnéia, dor torácica, tosse seca e que varia no tempo e intensidade (piora de manhã e a noite ou com exercício).
03 - O que desencadeia um episódio asmático? E o mecanismo da patologia?
DESENCADEANTES
- Infeccçõe virais respiratórias (de vias aéreas superiores)
- Alérgenos
- Irritantes (tabaco, fumaça, ar frio e seco)
- Temperatura e clima
- Atividade física
- Flutuações hormonais
- Medicamentos (como betabloqueadores - podem desencadear asma)
- Fatores emocionais
- Poluição
- DRGE (causa mais sintomas gastrointestinais, perda de peso, dificuldade de alimentação, mas também pode causar sibilância)
MECANISMO
- Muito prevalente na infância: pico aos três anos
- Obstrução reversível ao fluxo expiratório
- Hiperresponsibidade da via aérea
- Aprisionamento de ar
- Etiologia desconhecida
- Fatores genéticos e ambientais
04 - Como é o quadro clínico do paciente asmático?
- Tosse
- Dispinéia
- Sibilância
- Tosse seca (manhã e noite)
- Tosse a mais de 15-20 dias
- Para descartar tuberculose → Não tem perda de peso, não tem febre intermitente, não tem contacto com tuberculose → Pode ser asma
- Tosse crônica no paciente maior de 3 anos
- Suspeitar se - Persistência, piora com exercício ou riso
- Retrações - intercostal, subcostal, batimento de asa de nariz, balanço de cabeça - sinais de desconforto respiratório
- Taquipnéia → Observar a crise de exacerbação, avaliar a gravidade.
- Passagem do ar pela via estreita → Causa os sibilos, que são expiratórios.
- Expiratórios
- Fase expiratória prolongada
05 - Existe alguma condição em que ocorre asma sem sibilância?
Sim, Tórax Silencioso - Uma obstrução grave ao fluxo de ar compromete as vias aéreas. Assim, veremos uma criança com diagnostico de asma, com desconforto respiratório intenso, mas na ausculta não haverá sibilo. → Insuficiência respiratória iminente
06 - como é feito o diagnóstico de asma em crianças com menos de 6 anos?
O diagnóstico é majoritariamente clínico, pois a criança com menos 6 anos não é considerada confiável para executar adequadamente a espirometria. Assim, haverá:
- Vários episódios de sibilância
- Avaliar a probabilidade de asma
- Variação da frequência e intensidade
07 - como é feito o diagnóstico de asma em crianças com mais de 6 anos até 11 anos?
- Quadro clínico
- Limitação reversível ao fluxo expiratório (Espirometria)
08 - como é feito o diagnóstico de asma em crianças com mais de 11 anos?
09 - qual a diferença entre VEF1, CFV e PFE?
VEF1 → Pede para o paciente fazer uma inspiração forçada (máximo que puder). depois pede para fazer uma expiração forçada E medimos o volume de ar que saiu no primeiro segundo nessa expiração.
Se medirmos o volume de ar que saiu em Toda Essa expiração → CVF
-
VEF1 (Volume expiratório final 1)
- Mais sensível do que o CVF
- Reduzido no paciente asmático
- Aumenta após uso de broncodilatador
-
CFV (Capacidade Vital Forçada)
- Total de ar que sai dos pulmões após uma expiração forcada
- Reduzida no paciente asmático, porem menos reduzida do que VEF1
- Pode diminuir no paciente asmático, mas diminui menos que o VEF1
10 - Qual o índice utilizado para realizar o diagnóstico expirométrico de asma? Explique
ÍNDICE TIFENAU → usado para dar o Diagnóstico Expirométrico da criança
- TIFENAU = VEF1/CFV
- Para pacientes > 6 ANOS
- Tifenau < 0,9 + Variação na função pulmonar maior do que pessoas saudáveis
11 - Quais são as provas de variação na função pulmonar maior do que pessoas saudáveis?
- Prova broncodilatadora → avalia VEF1 antes e depois de um broncodilatador. Se houver uma mudança após o uso de broncodilatador, significa que há uma variação.
- Variação no PFE → Faz-se duas vezes por dia, período de no mínimo 2 semanas - avalia como está a variação do PFE (aparelho portátil)
- Teste do exercício → Criança piora o VEF1 após o teste do exercício
- Variação entre consultas
12 - Um menino de oito anos de idade, previamente saudável, tem historia de tosse há quarenta dias, principalmente durante atividades físicas, quando joga bola. Também queixa-se de coriza e prurido nasal com tempo frio e cheiros fortes. Ao exame físico, nota-se pele ressecada, com manchas brancas em membros. Com base nesse caso, diga qual é o exame complementar de escolha para o diagnóstico
Prova de função pulmonar
13 - Um menino de 8 anos de idade, com suspeita de asma, ira realizar espirometria para confirmação diagnóstica. Com base nesse caso hipotético, qual é o parâmetro que confirma o diagnóstico?
Redução da relação volume expiratório forçado de 1s / capacidade vital forçada (VEF1/CFV) → Abaixo de 0,9
14 - No diagnóstico das crianças menores de 6 anos, qual fator indica que a criança tem alguma chance de ter asma VS grande chance de ter asma?
-
“Alguns tem asma”
- Sintomas > 10 dias associados a IVAS (Infecções Virais Agudas de Vias Aéreas Superiores)
- > 3 episodios por ano, severos, piora à noite
- Sintomático entre os episódios
-
“Maioria tem asma”
- Sintomas >10 dias associados a IVAS
- > 3 epiódios ano, severos, piora à noite
- Sintomático quando brinca ou dá risada
- Sensibilização alérgica → (Lembrar da questão do menino de 8 anos que tinha dermatite e rinite, que estava fazendo a “marcha atópica”).
15 - Como saber se um lactente sibilante irá desenvolver asma no futuro, mantendo a sibilância?
Criterios menores:
- Um dos pais com asma
- Diagnostico de dermatite atopica
Criterios maiores
- Sibilancia não associada ao resfriado (sibilância em IVAS)
- Eosinofilia >4
- Diagnostico medico de rinite alérgica
1 maior ou 2 menores -> Alta probabilidade de desenvolver asma no futuro
16.A) - Como são os planos/medidas farmacológicos do tratamento do paciente asmático?
- Medicação de controle → (Corticóide Inalatório - CI)
- O corticoide inalatorio tem uma tendencia de diminuir o remodelamento bronquico. Assim criancas e adultos tem um prognostico melhor
- Medicação de resgate (alívio)→ SABA ou MART
- Para pacientes com manifestações ou sintomas.
- Beta-2-agonista de curta ação (SABA)
- Terapia MART → Surgiu em 2021 para crianças acima de 6 anos de idade, apesar de já existir antes para adultos. Nessa terapia, ao invés de utilizar o Beta-2-agonista de curta ação (SABA) para medicação de alívio, usa-se a mesma medicação usada de rotina (controle) na hora das exacerbações. Essa medicação é inicialmente o corticoide em dose muito baixa (Budesonida + Formuterol). Usa essa medicação tanto para manutenção quanto para alívio dos sintomas.
16.B) - O que exatamente justifica o paciente utilizar a medicação de resgate?
A medicação de resgate em asma pediátrica é indicada para alívio rápido em crises ou exacerbações, almejando broncodilatação imediata. Ela é necessária quando o paciente apresenta sintomas agudos de obstrução brônquica, como:
- Dificuldade para respirar: A criança aparenta falta de ar, com aumento da frequência respiratória e esforço visível para respirar.
- Sibilância: A presença de chiado audível no peito, especialmente durante a expiração, é um sinal de broncoespasmo.
- Tosse persistente: Crises de tosse frequentes, especialmente noturnas ou ao exercício.
- Aperto no peito: A criança pode descrever desconforto torácico ou “peso” no peito, se for mais velha.
Em casos graves, observa-se uso de musculatura acessória, retrações costais e, em quadros extremos, cianose e dificuldade em falar. Nessas situações, a medicação de resgate é fundamental e pode ser necessária a busca de atendimento médico urgente.
17 - O tratamento de manutenção previne quais condições no paciente asmático?
Remodelamento bronquico + previnir exacerbação.
18 - Quais são os fármacos, esquema terapêutico (dose, via de administração, tempo de tratamento) usa-se no paciente asmático com menos de 6 anos de idade?
19 - Quais são os fármacos, esquema terapêutico (dose, via de administração, tempo de tratamento) usa-se no paciente asmático entre 6-11 de idade?
20 - Quais são os fármacos, esquema terapêutico (dose, via de administração, tempo de tratamento) usa-se no paciente asmático com mais de 11 anos de idade?
21.A) - Quando usa → Corticóide inalatório (CI), SABA, LABA, Terapia MART, Outras opções?
- Corticóide inalatório (CI) → Todas as etapas, mas nao usado em menores de 6 anos de idade.
- SABA → Pode ser utilizado para o alívio → é o Beta-2-agonista de curta ação.
- LABA → é o Beta-2-agonista de longa ação. É usada de forma associada ao corticóide como manutenção. Beta-2-agonista de longa nunca vai ser usada sem ser associado ao corticoide.
- Terapia MART → Budesonida + Formoterol (valido apenas para 6 anos ou mais). Começa com uma dose muito baixa de budesonida
- Outras: Antileucotrieno, tiotrópio, entre outras. → podem ser usadas em situações de maior gravidade
21.B) - O que caracteriza dose muito baixa, baixa, moderada e alta de CI no paciente de até 11 anos?
As doses de corticosteroides inalatórios (CI) em pediatria variam conforme o medicamento e a idade. Abaixo, um guia geral para as principais doses diárias recomendadas:
- Menores de 6 anos
- Muito baixas: ≤ 100 mcg de budesonida ou equivalente
- Baixas: 100–200 mcg de budesonida ou equivalente
- Moderadas: 200–400 mcg de budesonida ou equivalente
- Altas: > 400 mcg de budesonida ou equivalente
Esses valores podem variar com o tipo de CI, e ajustes individuais podem ser necessários conforme a resposta clínica e perfil de segurança.
22 - Quais são as etapas de tratamento na criança de 6 a 11 anos?
São 5 etapas
Etapa 1 - Sintomas <2 vezes ao mes
Etapa 2 - Sintomas ≥ Duas vezes ao mês, mas não diarios
Etapa 3 - Sintomas em quase todos os dias ou despertar noturno pelo menos 1 vez por semana
Etapa 4 - Sintomas em quase todos os dias ou despertar noturno pelo menos 1 vez por semana e FPA (Função Pulmonar Alterada)
Etapa 5 - Ausência de controle em Etapa Anterior
23 - Explique a etapa 1 do tratamento da asma na criança de 6 a 11 anos, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 1 - Sintomas <2 vezes ao mes
- Usar CI (dose baixa) sempre que precisar utilizar o SABA.
- Ou seja, se a criança teve tosse noturna, sintoma noturno, tossiu após atividade física, usa-se.
24 - Explique a etapa 2 do tratamento da asma na criança de 6 a 11 anos, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 2 - Sintomas ≥ 2 vezes ao mês, mas não tem sintomas diarios
- Dose baixa de CI diário
25 - Explique a etapa 3 do tratamento da asma na criança de 6 a 11 anos, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 3 - Sintomas quase todos os dias ou despertar noturno 1x ou mais por semana
- Dose baixa de CI + LABA ou;
- Dose média de CI ou;
- MART (CI mb + Formoterol)
26 - Explique a etapa 4 do tratamento da asma na criança de 6 a 11 anos, e os fármacos que podem ser usados.
- Etapa 4 - Sintomas em quase todos os dias ou despertar noturno pelo menos 1 vez por emana + FPA.
- Dose média de corticóide + LABA
- MART (Dose baixa de CI + Formoterol & Referenciar ao especialista)
27 - Explique a etapa 5 do tratamento da asma na criança de 6 a 11 anos, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 5 - Ausência de controle em etapa anterior
- Encaminhar para fenotipagem, dose alta de CI + LABA, considerar anti-igE
28 - Quais são as etapas de tratamento com menos de 6 anos de idade?
Etapa 1 - Sibilância infrequente durante Infecções virais. Pouco ou nenhum sintoma nos intervalos
Etapa 2 - Sintomas não característicos de asma, mas necessitando de SABA ≥ 3 vezes por ano. Sintomas característicos de asma, sintomas não controlados ou ≥ 3 exacerbações por ano
Etapa 3 - Diagnóstico de asma e ausência de controle com dose baixa CI.
Etapa 4 - Ausência de controle com dose dobrada de CI.
29 - Explique a etapa 1 do tratamento da asma na criança com menos de 6 anos de idade, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 1 - Sibilância infrequente durante Infecções virais. Pouco ou nenhum sintoma nos intervalos
- SABA por demanda
30 - Explique a etapa 2 do tratamento da asma na criança com menos de 6 anos de idade, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 2 - Sintomas não característicos de asma, mas necessitando de SABA ≥ 3 vezes por ano. Sintomas característicos de asma, sintomas não controlados ou ≥ 3 exacerbações por ano
- CI dose baixa. ou;
- Antagonista do receptor de Leucotrieno ou;
- CI intermitente
31 - Explique a etapa 3 do tratamento da asma na criança com menos de 6 anos de idade, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 3 - Diagnóstico de asma e ausência de controle com dose baixa CI.
- CI dose dobrada + Encaminhar ao Especialista
- Associação de dose baixa de CI a antagonista de leucotrieno + Encaminhar ao especialista
32 - Explique a etapa 4 do tratamento da asma na criança com menos de 6 anos de idade, e os fármacos que podem ser usados.
Etapa 4 - Ausência de controle com dose dobrada de CI.
- Manter a dose dobrada de CI + Especialista acompanha ou;
- Associar antagonista de receptor de leucotrieno ou;
- Aumentar frequência do CI ou;
- Adicionar CI intermitente
33 - Como é feita a avaliação contínua do paciente asmático?
Mneumônico DATA (Diagnóstico, Adesão, Técnica, Ambiente)
D iagnóstico
A desão ao tratamento
T écnica
A mbiente
34 - Como é feita a avaliação do controle do paciente em tratamento?
4 itens nas últimas 4 semanas. São os mesmos itens que avalia na criança grande e na criança pequena (muda apenas a quantidade, pois é 2x na criança entre 6-11 anos)
MENORES DE 6 ANOS
- Sintomas diurnos >1x por semana
- Algum despertar ou tosse noturna
- Medicação de resgate >1x por semana
- Limitação de atividade (brincar)
6 A 11 ANOS
- Sintomas diurnos >2x por semana
- Algum despertar noturno
- Uso de medicação de resgate >2x por semana
- Limitação de atividade
Controlado = 0 pontos
Parcialmente controlado = 1 a 2 pontos
Não controlado = 3 a 4 pontos
35 - Menino de 5 anos de idade, faz acompanhamento por asma em uma UBS há 6 meses. Na ultima consulta, há 3 meses, foi prescrito beclometasona, 100 mcg/dia spray oral para uso continuo e salbutamol, 400 mcg/dose, spray oral, para os sintomas e agudizações. Neste retorno, a mãe refere que, nos últimos 30 dias, o filho apresentou um episódio de despertar noturno por tosse e um episódio semanal de chiado e tosse ao jogar bola. Durante a consulta constatou-se boa adesão ao tratamento, uso adequado dos dispositivos inalatorios e ausência de outras morbidades no período interconsulta. A conduta a ser tomada para essa criança, em relação a medicação de manutenção é prescrever:
Asma não controlada, paciente estava em etapa 2, como não foi controlada, agora será classificada como etapa 3, assim → Duplicar a dose do CI → Passara a ser beclometasona 200 mcg/dia spray oral.
36 - Como é classificada a gravidade da asma? Explique cada categoria.
É feita de acordo com a quantidade de medicamento que precisa ser feito pro paciente ficar controlado.
Asma Leve → Controle nas etapas 1 ou 2
Asma Moderada → Controle nas etapas 3 ou 4
Asma Grave → Controle na etapa 5 ou refratário
38 - O que pode ser avaliado para determinar o risco de asma fatal?
- Emergência ou hospitalização
- Baixa adesão ao tratamento
- > 1 frasco de medicação de resgate por mês
- Internação em UTI ou intubação devido asma
- Uso frequente de corticóide oral
- Alergia alimentar
- Presença de comorbidades
39 - No caso do paciente pediátrico que está em auto-manejo, deve-se orientar os pais a buscar a USF em quais situações?
- em melhora ou piora com o tratamento
- Não pronuncia frases
- Sensório alterado
- FC e FR elevadas
- Musculatura acessória
- PFE ≤ 50%
- Hipoxemia
- Tórax silencioso
40 - Quais fármacos podem ser utilizados em caso de exacerbação?
- SABA: salbutamol, - medicação de resgate, promove broncodilatação mas nao diminui a inflamação.
- Brometo de Ipratróprio (BI): anticolinérgico, eficácia na primeira hora. Diminui risco de internação. Deve ser considerado na asma leve e é recomendado na asma grave
- Corticóide: VO ou EV. Só não usa quando a criança tem uma asma muito leve (criança abaixo de 6 anos de idade). O corticóide por VO tem o mesmo efeito do CI EV. O EV só será feito se a criança estiver torporosa, vomitando, sem condições de ingerir por via oral.
- Sufato de magnésico: relaxa musculatura bronquica, infusão lenta, monitorização. Usado principalmente na criança acima dos 6 anos
- Beta-2-agonistas: usados em casos refratários.