ASMA Flashcards

1
Q

Qual a epidemiologia da Asma no Brasil?

A
  1. 10% da população
  2. 160 mil internações por ano.
  3. Mais meninos que meninas
  4. Pico na faixa dos 3 anos
  5. Maioria se inicia antes dos 25
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2
Q

Qual a definição de Asma?

A

Doença caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas inferiores, potencialmente reversível, que acarreta hiper- reatividade da árvore traqueobrônquica a formas diversas de estímulos, como alérgenos inalados, micro-organismos, frio e exercício físico, manifestando-se, portanto, como doença episódica, marcada por recorrência de dispneia, tosse, desconforto torácico e sibilos.

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3
Q

O que é Atopia?

A
  1. Síndrome que torna o sistema imune propenso à síntese de imunoglobulinas da classe IgE após exposição a certos tipos de antígeno (chamados de alérgenos).
  2. Tal processo é denominado “sensibilização alérgica”, e as IgE ficam ligadas à superfície de mastócitos na mucosa da via aérea, promovendo degranulação imediata dessas células (com liberação de substâncias broncoconstrictoras) caso o indivíduo entre em contato com o alérgeno novamente.
  3. Mais de 80% dos asmáticos são atópicos, porém nem todos os atópicos têm asma, o que significa que fatores adicionais são necessários para o desenvolvimento de asma em portadores de atopia.
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4
Q

Quais os fatores de Risco para Asma?

A
  1. Atopia (principal)
  2. Genética
  3. Alérgos
  4. Ocupação
  5. Obesidade (IMC >30)
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5
Q

Quais são os Fatores Desencadeantes de Broncoespasmo em asmáticos?

A
  1. Alérgenos
  2. Infecções Virais
  3. Fármacos
  4. Exercicios físicos
  5. Dieta
  6. Poluição
  7. Hormônios
  8. DRGE
  9. Estresse
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6
Q

Qual substância é pouco produzida pela mucosa respiratório dos asmáticos que os deixam suscetiveis às infecções virais?

A

Interferon

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7
Q

Acredita-se que qual é a principal etiologia da crise asmática?

A

IVAS (infeções de Vias Aéreas Superiores)

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8
Q

Quais fármacos podem desencadear asma?

A

Os principais são Betabloqueadores** e os **AAS

IECA não causa! sua tosse NÃO é maior nos asmáticos

NENHUM TEM CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA P/ ASMÁTICOS

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9
Q

Porque exercicios físicos podem desencadear a asma?

A
  1. A hiperventilação desidrata a camada líquida na superfície da mucosa respiratória, aumentando sua osmolaridade.
  2. A hipertonicidade resultante estimula a degranulação dos mastócitos, especialmente aqueles que têm IgE ligada em sua superfície.
  3. Excesso de riso e choro (que em crianças pequenas “equivalem” a fazer exercício), bem como mudanças climáticas abruptas, também podem produzir o mesmo efeito.
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10
Q

Porque alimentos com conservantes pode desencadear a asma?

A
  1. O metabissulfito (conservante) libera dióxido de enxofre ao ser metabolizado no estômago.
  2. Este gás acaba sendo inalado pelo paciente, causando efeito irritativo sobre a via aérea.
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11
Q

Porque a DRGE é mais frequente em asmáticos?

A

As drogas broncodilatadoras relaxam o esfíncter esofagiano inferior aumentando os episódios de refluxo.

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12
Q

Qual a fisiopatologia da Asma?

A
  1. Alérgeno estimula a infiltração de linfocitos Th2 (CD4)
  2. Th2 secretam IL- 4,5 e 13
  3. IL - 5 recruta e ativa eosinofilos
  4. IL - 4 e 13 estimulam a produção de IgE pelos linfocitos B
  5. HIPERATIVIDADE BRONQUICA
  6. Resposta Regenerativa
    1. Deposição de colágeno na membrana basal do epitelio
    2. Areas de desnudamento epitelial e exposição de terminações nervosas que podem desencadear reflexos colinérgicos broncoconstritores.
    3. Neoanginogenese e vasodilatação da parede bronquica, com aumento da permeabilidade capilar e eritema/edema local.
    4. Hiperplasia e hipertrofia das células caliciformes (secretoras de muco), das glandulas submucosas e da camada muscular.
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13
Q

Qual a principal alteração fisiopatológica da asma?

A

Obstrução variável e reversível ao fluxo aéreo, que ocorre de forma predominante na fase EXPIRATÓRIA da respiração.

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14
Q

Um paciente com Asma apresenta quais dados alterados na espirometria?

A

O parâmetro mais afetado é o VEF1, que diminui subitamente.

A relação VEF1/CVF (Índice de Tiffenau) se reduz, atingindo a faixa dos distúrbios obstrutivos da ventilação (< 0.75-0.80 em adultos ou < 0.90 em crianças).

A resistência das vias aéreas aumenta, e pode ocorrer hiperinsuflação pulmonar (aprisionamento aéreo), com aumento do volume residual pulmonar.

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15
Q

No paciente com Asma pode existir uma relação VEF1/CVF normal? Porque?

A

Sim. Na Asma Grave.

Um aprisionamento aéreo muito intenso, com aumento desproporcional do volume residual, pode reduzir a Capacidade Vital Forçada (CVF), fazendo a relação VEF1/ CVF ficar artificialmente “normalizada”.

Pode-se ter a falsa impressão de um distúrbio restritivo da ventilação.

Clinicamente, no entanto, em tais casos não costuma haver dúvida quanto ao diagnóstico de asma, pois a história é geralmente típica…

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16
Q

O que é esperado na gasometria do paciente asmático?

A

HIPOCAPNIA (queda da pCO2, devido à hiperventilação alveolar - alcalose respiratória aguda).

Por outro lado, se houver normo ou mesmo hipercapnia (pCO2 normal ou aumentada, respectivamente), temos um importante sinal ominoso, indicando que o paciente está entrando num processo de fadiga progressiva da musculatura respiratória, devendo ser intubado e colocado em prótese ventilatória.

A fadiga aparece mais precocemente nas crianças asmáticas com menos de dois anos de idade.

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17
Q

Quando ocorre hipoxemia no Asmático?

A

Nas crises muito graves especialmente aquelas que afetam as pequenas vias aéreas periféricas e comprometem a ventilação alveolar, ocorre HIPOXEMIA.

O mecanismo é o desequilíbrio entre ventilação e perfusão (distúrbio V/Q), isto é, o parênquima pulmonar (alvéolos) não recebe ventilação, mas continua sendo perfundido. Assim, o sangue passa pela circulação pulmonar sem ser adequadamente oxigenado, gerando queda da pO2 e da SpO2.

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18
Q

A inflamação das vias aéreas na asma possui características peculiares da doença?

A

Sim! O infiltrado inflamatório é predominantemente eosinofílico e linfocítico, diferente da DPOC, na qual o infiltrado inflamatório é predominantemente neutrofílico e monocitário.

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19
Q

Qual a patogênese da Asma?

A

Classificada em quatro tipos, de acordo com o mecanismo etiopatogênico envolvido:

  1. Asma extrínseca atópica ou alérgica: > 90% das crianças e até 50% dos adultos. É o tipo mais frequente de asma.
  2. Asma criptogênica (“intrínseca”): 50% ou mais dos adultos. É o principal tipo de asma que se inicia na fase adulta e parece ter alguma relação com viroses respiratórias e exposição a poluentes.
  3. Asma extrínseca não alérgica: 10% dos casos de asma. Existe uma lista de substâncias que podem induzir asma após contato repetitivo, em profissões. A substância mais incriminada é o isocianato (tintas, vernizes, plásticos, etc.). O mecanismo etiopatogênico pode ser: (1) Alérgico ou (2) Efeito irritativo (ex.: isocianatos). O diagnóstico é suspeitado quando os sintomas de asma aparecem nos dias de trabalho e se resolvem nos fins de semana, feriados ou períodos de férias.
  4. Asma induzida por aspirina: Cerca de 10% dos casos de asma em adultos são induzidos por AAS ou AINEs. O mecanismo parece ser o bloqueio preferencial da via da ciclo-oxigenase, desviando todo o metabolismo do ácido aracdônico para a via lipoxigenase, com produção exagerada de cisteinil-leucotrienos. Trata-se de uma forma grave de asma e está frequentemente associada à rinossinusite e polipose nasal. É fundamental que o paciente pare de fazer uso de AAS ou qualquer AINE.
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20
Q

A asma de acordo com o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde. ‘’Ocorrem no Brasil, em média, 350.000 internações anual- mente. A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total), conforme o grupo etário considerado. Estima-se que no Brasil existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. ‘’ (SBPT- 2013). Gatilhos da asma são fatores que quando o asmático é exposto a eles podem piorar muito a asma ou fazer aparecer sintomas. Com base nas informações acima, são considerados gatilhos de asma:

a) Exposição ao calor, poluição ambiental, infecções virais, fumaça de cigarro, infecção bacteriana.
b) Exposição ao ar frio, poluição ambiental, infecções virais, ácaros, obesidade.
c) Exposição ao ar frio, poluição ambiental, infecções virais, fumaça de cigarro, ácaros.
d) Poluição ambiental, infecções virais, fuma- ça de cigarro, ácaros, umidade do ar elevada.
e) Predisposição a fatores genéticos, poluição ambiental, infecções virais, stress, ácaros.

A

c) Exposição ao ar frio, poluição ambiental, infecções virais, fumaça de cigarro, ácaros.

A exposição ao ar frio e seco é um clássico desencadeante das crises de asma: o ar frio desidrata o epitélio da mucosa brônquica inflamada e desnuda, reduzindo a espessura da camada de muco protetor, aumentando, desse modo, o contato entre os gatilhos propriamente ditos células capazes de liberar mediadores do broncoespasmo. O ar quente e úmido exerce efeito contrário, reduzindo a ocorrência de crises. As toxinas em suspensão no ar poluído são reconhecidamente “gatilhos propriamente ditos” da asma, quer dizer, sua presença na mucosa brônquica estimula a degranulação das células sensíveis presentes na mucosa de indivíduos predispostos. Insultos inflamatórios acrescidos por infecções virais ou bacterianas são gatilhos igualmente importantes das crises, assim como o contato com certos alérgenos comumente encontrados no ambiente, como os antígenos oriundos dos ácaros que habitam nossa pele, nossas roupas e a poeira que se acumula nos domicílios… Obesidade e genes de predisposição à asma são fatores associa- dos ao surgimento da doença crônica, e não ao desencadeamento de crises aguda propriamente

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21
Q

Asma é doença que afeta parcela significativa da população mundial. Apesar de ser frequente e causar elevado custo social e econômico, sua letalidade é baixa. As afirmativas abaixo fazem parte do conceito desta importante doença, EXCETO:

a) Quando não há remodelamento, a obstrução do fluxo aéreo é reversível, espontaneamente ou com o tratamento.
b) Mastócitos e eosinófilos têm importante papel na inflamação das vias aéreas.
c) A hiperrensponsividade brônquica é a tradução do aumento da reatividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos.
d) A resposta mediada por IgA é o fator predisponente mais significativo para o desenvolvimento da asma.

A

d) A resposta mediada por IgA é o fator predisponente mais significativo para o desenvolvimento da asma.

A grande marca clínica das crises de asma é a reversibilidade, espontânea ou após tratamento adequado. Contudo, nos pacientes com doença de longa data, que já evoluíram com remodelamento, uma parcela razoável da limitação ao fluxo aéreo pode ser permanente (A correta). O mecanismo inflamatório na asma envolve uma complexa cascata inflamatória, que mobiliza células inflamatórias (macrófagos e células dendríticas, linfócitos Th2, neutrófilos, eosinófilos e mastócitos) e diversos mediadores inflamatórios (B correta). Hiperresponsividade brônquica é a reação exagerada da musculatura brônquica a diversos estímulos (alérgenos, exercício, ar frio e úmido), causando broncoconstrição e secreção mucosa, tendo papel fundamental na sintomatologia da asma (C correta).

Por fim, a IgE, e não a IgA, é a imunoglobulina mais envolvida com os processos alérgicos, uma vez que induz a degranulação dos mastócitos (D incorreta – gabarito).

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22
Q

Em relação à asma, é correto afirmar que:

a) A eosinofilia no sangue periférico está presente em todos os casos.
b) Está associada a edema brônquico e aumento de muco, além de apresentar reatividade à histamina e metacolina.
c) Costuma estar associada a aspergilose pulmonar.
d) É precoce a destruição tecidual na evolução da patologia.
e) Fora dos eventos de broncoespasmo, a capacidade de difusão do monóxido de carbono encontra-se alterada.

A

b) Está associada a edema brônquico e aumento de muco, além de apresentar reatividade à histamina e metacolina.

Na asma brônquica, existe uma inflamação crônica (potencialmente reversível) das vias aéreas inferiores, envolvendo brônquios e bronquíolos, podendo também haver acometimento das vias aéreas proximais, como traqueia, brônquios fonte e lobares. O mecanismo envolve uma complexa cascata inflamatória, que mobiliza células inflamatórias (macrófagos e células dendríticas, linfócitos Th2, neutrófilos, eosinófilos e mastócitos) e diversos mediadores inflamatórios. O estímulo inicial é deflagrado por um alérgeno, com ativação desta cascata e liberação de histamina pelos mastócitos, resultando em edema e broncoconstrição, hipersecreção, aumento do tônus da musculatura lisa, alterações da função mucociliar e remodelamento das vias aéreas inferiores. O eosinófilo parecer exercer uma função importante no mecanismo de infiltração das vias aéreas pelas células inflamatórias, pois ao serem ativados, liberam uma série de mediadores inflamatórios contidos em seus grânulos. Mesmo assim, não costuma haver eosinofilia no sangue periférico associada à asma, podendo ser detectada nos pacientes francamente atópicos.

A capacidade de difusão do monóxido de carbono é normal na asma, pois não há destruição estrutural das unidades de troca gasosa, diferente do que ocorre na doença pulmonar obstrutiva crônica.

Uma das formas clínicas da aspergilose é a aspergilose broncopulmonar alérgica, causada por hipersensibilidade tipo I ao fungo, manifestando-se como uma asma brônquica persistente moderada ou grave, com febre episódica, tosse com tampões mucoides infiltrados pulmonares migratórios. Não é propriamente um quadro de asma, porém clinicamente semelhante.

A prova broncodilatadora, feita com beta-agonista, e o teste de broncoprovocação, que pode ser feito com histamina, metacolina ou carbacol, são testes importantes para avaliar a reversibilidade da obstrução das vias aéreas através da espirometria, em especial no diagnóstico da asma brônquica.

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23
Q

Qual o quadro clínico da asma?

A

É EPISÓDICA OU FLUTUANTE.

Isso significa que o paciente tem os sintomas eventualmente, muitas vezes precipitados por fatores como exercício físico, mudança de temperatura e umidade do ar atmosférico, inalação de aeroalérgenos, poluição atmosférica, inalação de produtos químicos etc.

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24
Q

Asma é uma doença muito comum com imenso impacto social. Resulta de um estado de inflamação subaguda persistente das vias aéreas. Sua característica fisiopatológica é a diminuição do diâmetro da via aérea, seguida de contração da musculatura lisa, congestão vascular, edema da parede brônquica e secreção e com sintomas e achados físicos próprios. Levando em consideração os dados apresentados escolha a alternativa CORRETA:

a) A tríade sintomática é representada por dispneia, tosse e “chiado no peito”.
b) Nos episódios de exacerbação, a insuficiência respiratória é comum.
c) Os medicamentos anticolinérgicos são contraindicados em pacientes com doença cardíaca concomitante.
d) Os glicocorticoides são indicados para os pacientes com sintomas iniciais da doença e com manifestações clínicas pouco evidentes.
e) As catecolaminas são drogas de longa duração, e são efetivas quando administradas por via oral.

A

a) A tríade sintomática é representada por dispneia, tosse e “chiado no peito”.

A sintomatologia da asma é classicamente referida pelo paciente como “chiado” no peito (sibilância), “aperto” no peito, tosse e dispneia, em combinações variáveis, o que torna a alternativa A correta.

A crise asmática não tem como desfecho frequente a insuficiência respiratória. Isto se deve ao uso de corticosteroides na exacerbação da doença. Esta droga, por reduzir a inflamação, tem acelerado a recuperação e diminuído o risco de crises fatais.

O brometo de ipratrópio é um anticolinérgico de meia-vida curta que está indicado no manejo da crise asmática (juntamente com o β2-agonista de meia-vida curta). Esta droga pode ser prescrita em pacientes com doença cardíaca concomitante.

As catecolaminas via oral não fazem parte do arsenal terapêutico da asma, pois além de não trazerem benefício algum, ainda aumentam a incidência de efeitos colaterais adrenérgicos.

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25
Q

Quais doenças podem causar sibilancia e são dx diferencial da asma?

A
  1. Bronquiolite por VSR
  2. DPOC
  3. TEP
  4. Fibrose cística
  5. Insuficiência cardíaca (“asma cardíaca”)
  6. Vasculite pulmonar
  7. BOOP
  8. Bronquiectasias
  9. Doença da traqueia
  10. Doença da laringe
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26
Q

Diante de um paciente com história de tosse e dispneia, são fatores que DIMINUEM a probabilidade de asma:

a) Eosinofilia sem outra justificativa.
b) História familiar de atopia.
c) Antecedente de tabagismo importante (> 20 maços/ano).
d) Sibilos, dispneia e tosse que pioram com exercício e resfriamento do ar inspirado.
e) Sibilos, dispneia e tosse após ingestão de salicilato ou betabloqueador.

A

c) Antecedente de tabagismo importante (> 20 maços/ano).

Sabemos que o tabagismo não é causa direta de asma, mas sim um fator de risco. Porém, frente a um caso de tabagismo significativo (> 20 maços-ano), aumenta-se a probabilidade de que a DPOC, e não a asma, seja a causa dos sintomas relatados. As demais alternativas listam achados característicos das diversas formas de asma.

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27
Q

O que é necessario para confirmar o diagnóstico de Asma?

A

1- Presença de sintomas compatíveis

2- Hiper-reatividade brônquica comprovada objetivamente.

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28
Q

Como comprovar a hiper-reatividade brônquica de forma objetiva?

A
  1. Espirometria com prova Broncodilatadora:

Padrão Obstrutivo + Prova Broncodilatadora Positiva (os valores numéricos variam de acordo com a referência).

Global Initiative for Asthma (GINA):

  • Padrão obstrutivo (VEF1/CVF < 75-80% em adultos e < 90% em crianças)
  • Prova broncodilatadora positiva (aumento do VEF1 > 200 ml e > 12%, em relação ao valor pré-broncodilatador em adultos ou aumento do VEF1 > 12% do valor previsto em crianças).

V Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, SBPT 2012:

  • Padrão obstrutivo (redução da relação VEF1/CVF)
  • Prova broncodilatadora positiva (aumento do VEF1 em 200 ml ou mais e 12% ou mais, em relação ao valor pré-broncodilatador, ou aumento do VEF1 ≥ 200 ml e ≥ 7% do valor previsto).

2. Teste de Broncoprovocação (com agentes Broncoconstritores ou exercício)

Global Initiative for Asthma (OMS)

  • Queda do VEF1 ≥ 20% após dose baixa de metacolina, histamina ou carbacol. Ou
  • Queda do VEF1 ≥ 15% após hiperventilação, salina hipertônica ou manitol.
  • Outra opção: queda do VEF1 > 200 ml e > 10% após exercício físico (em crianças queda do VEF1 > 12%).

IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma

  • Queda do VEF1 > 20%, após dose baixa de metacolina, histamina ou carbacol. Ou
  • Queda do VEF1 > 10 a 15% após exercício físico.

3. Variabilidade do pico de Fluxo Expiratório (PFE)

Global Initiative for Asthma (OMS):

  • Aumento do PFE em 20% ou mais após broncodilatador ou
  • Variação diurna do PFE maior do que 10% (> 13% em crianças).

V Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma:

  • Variação diurna do PFE > 20%.
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29
Q

Assinale, entre as alternativas abaixo, o exame que você escolheria para confirmar o diagnóstico de Asma Brônquica em paciente com história típica, mas com espirometria normal:

a) Pletismografia.
b) Testes cutâneos alérgicos.
c) Estudo radiológico do tórax em ins e expiração máxima.
d) Teste de broncoprovocação pela metacolina.
e) Nenhuma das opções acima.

A

d) Teste de broncoprovocação pela metacolina.

Não é raro o paciente com sintomas sugestivos de asma apresentar espirometria normal e ausência de resposta ao broncodilatador durante o exame espirométrico. Tal fato ocorre em função de a asma ser uma doença que caracteristicamente intercala períodos de sintomas com períodos nos quais o paciente permanece assintomático. Assim, a espirometria pode não detectar a obstrução se for realizada em um momento de remissão dos sintomas, principalmente nos pacientes com doença mais leve. Como a asma se caracteriza por apresentar hiper-responsividade brônquica, a detecção desta resposta exagerada das vias aéreas pode sugerir o diagnóstico da doença. Desse modo, em indivíduos com função pulmonar normal e suspeita clínica de asma, a detecção da hiper-responsividade brônquica através de testes de broncoprovocação podem ser muito úteis -Tais testes consistem em submeter o paciente a estímulos externos e verificar o grau de broncoconstrição desencadeada.

Os exames mais realizados são:

(1) teste de broncoprovocação com agentes broncoconstritores (metacolina, histamina, carbacol), com queda do VEF1 em pelo menos 20%, com alta sensibilidade e alto valor preditivo negativo;
(2) teste de broncoprovocação por exercício demonstrando queda do VEF1 acima de 10% a 15%.

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30
Q

Lucila tem 8 meses e foi internada duas vezes por sibilância e dificuldade respiratória. Na consulta ambulatorial, sem queixas agudas, você nota, à ausculta pulmonar, sibilância bilateral. Você deseja identificar o risco de Lucila ter asma considerando o Índice Preditivo de Asma (IPA), proposto para a avaliação clínica de lactentes sibilantes em diferentes Consensos Internacionais e Nacionais. Para predizer o risco de asma, considera-se um critério maior a seguinte condição em Lucila:

a) Ser a mãe asmática.
b) Haver IgE sérica elevada.
c) Apresentar sibilância persistente.
d) Existir eosinofilia no hemograma.

A

O diagnóstico de asma em lactentes é considerado um desafio, já que menos da metade das crianças sibilantes recorrentes, nesta faixa etária, apresentam asma verdadeira. Assim, foi desenvolvido um índice para caracterização dos lactentes e pré-escolares com maior probabilidade de serem verdadeiros asmáticos. Para que o Índice Preditivo de Asma (IPA) tenha acurácia adequada, a criança deve ter uma história de pelo menos quatro episódios de sibilância, tendo sido diagnosticado por médico em pelo menos um dos eventos. Os critérios modificados são:

Principais: Pai ou mãe com asma; dermatite atópica.

Secundários: Rinite alérgica; Sibilos sem resfriado; Eosinofilia > 4%.

O índice é considerado positivo na presença de 2 critérios principais ou 1 principal + 2 secundários.

Neste caso, gabarito letra A.

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31
Q

Em crianças menores de 3 anos de idade, com história de sibilância recorrente, qual dos critérios abaixo NÃO está relacionado ao risco de asma no futuro?

a) Pai e/ou mãe com histórico de asma (diagnóstico médico).
b) Eczema atópico (diagnóstico médico).
c) Rinite alérgica (diagnóstico médico).
d) Eosinofilia periférica maior que 4% (na ausência de parasitose intestinal).
e) Sibilância durante os quadros virais das vias aéreas superiores.

A

A questão foi bastante objetiva. Dos critérios apresentados, o único que não se apresenta como um fator de risco para desenvolvimento de asma no futuro, ou seja, que não faz parte do Índice Preditivo de Asma, é a sibilância durante quadros virais de vias aéreas superiores. As infecções virais são importante causa de sibilância em qualquer idade, e não estão relacionada a maior risco de asma no futuro.

Resposta: E.

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32
Q

JMCN, 2 anos, sexo masculino, branco. Aos 5 meses iniciou quadro de lesões eritematodescamativas em face, extremamente pruriginosas, causando muita irritação e perturbação do sono. Com o tempo, as lesões passaram a manifestar-se em regiões de flexuras dos membros superiores e inferiores. Nos últimos dois meses apresentou três episódios de tos- se, chiado no peito e falta de ar que melhoraram com a inalação de broncodilatador de curta duração. A mãe não conseguiu estabelecer o fator desencadeante desses quadros. Nasceu de parto normal, gestação a termo, sem intercorrências. Aleitamento natural exclusivo até os 4 meses. Qual o diagnóstico mais provável para os episódios de sibilância?

a) Traqueomalácia.
b) Bronquiolite.
c) Alergia a proteína do leite de vaca.
d) Bronquite viral.
e) Asma brônquica.

A

Ora, uma criança com crises episódicas de tosse, sibilância e dispneia, que melhoram com a utilização de broncodilatadores, e que ainda apresenta quadro sugestivo de dermatite atópica (lesões eritematodescamativas, pruriginosas, em face e áreas de dobras) provavelmente tem asma do tipo alérgica, tipo de asma mais comum da infância (90% dos casos). A asma, sendo uma manifestação de doença atópica, cursa frequentemente com outras manifestações clínicas, como por exemplo, a rinite, conjuntivite e dermatite (como no caso clínico). Em geral, a associação de asma e rinite alérgicaé muito comum e segundo alguns autores a sua associação com eczema confere maior gravidade à asma. Considera-se que 80% dos asmáticos tenham rinite e 50% dos pa- cientes com rinite tenham asma. Embora este paciente não preencha os critérios do Índice Preditivo de Asma (apenas um critério principal – dermatite atópica – e provavemente um secundário – sibilos sem resfriado), pela história clínica não dá pra marcar outra coisa.

Resposta: letra E.

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33
Q

Como é a Classificação quanto ao Controle Clínico da Asma Brônquica?

A

São feitas 4 Perguntas:

  1. Sintomas diurnos mais de 2x por semana?
  2. Algum despertar noturno por causa da asma
  3. Necessidade de medicação de resgate mais de 2x por semana*?
  4. Alguma limitação nas atividades por causa da asma?

Asma Controlada: Nenhuma resposta positiva

Asma Parcialmente controlada: 1-2 respostas positivas

Asma não controlada: 3-4 respostas positivas.

34
Q

Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para manejo da asma, que critérios são usados para classificar o controle da asma de um paciente em acompanhamento ambulatorial?

a) Número de sintomas mensais e frequência do uso de corticosteroide sistêmico.
b) Número de sintomas semanais e frequência do uso de broncodilatador de resgate semanal.
c) Frequência de procura a serviço de Pronto Atendimento e quantidade de corticosteroide inalatório usado para manutenção.
d) Pico de Fluxo Expiratório maior que 70% e presença de sintomas durante as atividades físicas.
e) Faltas escolares semanais e necessidade de corticosteroides inalatórios associado a broncodilatador de longa duração.

A

As diretrizes citadas no enunciado trazem a recomendação de que o paciente acompanhado ambulatorialmente seja classificado em três grupos distintos: asma controlada, asma parcialmente controlada e asma não controlada. Para tal classificação, são avaliados os seguintes parâmetros: sintomas diurnos, necessidade de medicação de alívio, sintomas/ despertares noturnos, limitação de atividades físicas e intensidade da limitação ao fluxo aéreo (pela avaliação da função pulmonar – PFE ou VEF1). São avaliadas, principalmente, as informações referentes às quatro semanas que antecedem o atendimento. A partir desta avaliação, é possível se definir qual estratégia será adotada no seguimento do paciente. Pacientes com bom controle podem ter doses de medicações diminuídas ou mesmo medicações suspensas; aqueles sem controle, deverão ter seu tratamento escalonado. Dentre as opções, a única que descreveu corretamente alguns dos parâmetros avaliados foi a resposta: letra B.

35
Q

Criança, 4 anos de idade, sabidamente portadora de asma persistente moderada, estava em uso de corticoide inalado dose média há 4 meses e, desde o início do tratamento, não apresenta exacerbação da crise, necessidade de tratamento de resgate ou despertar noturno, mas persiste com limitação da atividade física. Pode-se afirmar que:

a) Está caracterizado quadro de asma contro- lada, pois a limitação da atividade física não é parâmetro para avaliação de controle da asma.
b) Está caracterizado quadro de asma não controlada, pois a presença de limitação da atividade física define a falha ao tratamento.
c) Está caracterizado quadro de asma parcial- mente controlada, pois a limitação da atividade física indica a ausência de um controle completo da asma.
d) A persistência da limitação da atividade física não é justificada pela asma, pois a criança não apresenta exacerbações de asma há 4 meses, deve-se investigar outras causas.
e) Pacientes asmáticos devem evitar atividades físicas ou realizar atividades que exijam o mínimo esforço.

A

A classificação mais atual da asma leva em consideração o nível de controle da doença. Para que a asma do paciente seja considerada controlada, deve preencher todos os seguintes critérios: sintomas diurnos duas vezes por semana ou menos, uso de medicação de alívio duas vezes por semana ou menos, ausência de sintomas noturnos, função pulmonar normal e ausência de limitação às atividades diárias incluindo exercícios físicos. Desta forma, percebemos que o paciente da questão apresenta limitação das suas atividades, devendo ser classificado como asma parcialmente controlada.

Resposta: letra C.

36
Q

Existe alguma diferença entre “classificação de gravidade” e “classificação quanto ao controle clínico da asma”?

A

SIM

Controle Clínico: intensidade com que as manifestações da asma estão suprimidas pelo tratamento

Gravidade : quantidade de medicamento necessária para atingir o controle.

37
Q

Os medicamentos de manutenção para asma:

a) Não interferem na função pulmonar mes- mo quando administrados a longo prazo.
b) Podem ser interrompidos quando os sin- tomas desaparecem por 3 dias.
c) Que atuam por via sistêmica são os mais indicados.
d) Devem ser usados mesmo na ausência de sintomas.
e) Não interferem com o processo inflama- tório das vias aéreas.

A

A terapia de manutenção é a base terapêutica da asma, com o objetivo de melhoria da qualidade de vida, através de um constante monitoramento, buscando a cessação das crises de broncoespasmo, redução das internações hospitalares e visitas a serviços de emergência. Além disso, visa a tolerância normal ao exercício com a manutenção dos níveis normais de atividade, provas de função respiratória e PFE normais, a redução e mesmo a interrupção do uso de broncodilatadores. A introdução precoce de tratamento anti-inflamatório pode resultar em melhor preservação da função pulmonar a longo prazo, reduzindo os riscos de remodelamento das vias aéreas. A terapia deve focar de forma especial a redução da inflamação, evitando-se o contato com alérgenos e enfatizando o uso precoce de agentes anti-inflamatórios (corticoide inalatório). É fundamental que os pacientes com asma recebam orientação sobre sua doença para que possam entender os aspectos da inflamação e da broncoconstrição, diferenciando os dois tipos de tratamento, isto é, o anti-inflamatório na manutenção e o broncodilatador para alívio na crise (isto melhora a adesão ao tratamento!). Não menos importante é a orientação quanto aos fatores agravantes e desencadeantes, especialmente domiciliares e ocupacionais.

Letra D

38
Q

A associação de corticoide inalatório com broncodilatador de longa duração é considerada primeira linha no tratamento de manutenção de asmáticos moderados e graves. Sobre esse tratamento pode-se afirmar que:

a) Pode ser interrompido quando os sintomas desaparecem por 3 meses.
b) Não interfere com o processo inflamatório das vias aéreas.
c) O risco futuro de exacerbação permanece o mesmo.
d) Deve ser usado mesmo na ausência de sintomas.
e) Não interfere na função pulmonar mesmo quando dado a longo prazo.

A

d) Deve ser usado mesmo na ausência de sintomas.

39
Q

Quais drogas são utilizadas na terapia de manutenção da Asma?

A
  1. Corticoide inalatório (droga de escolha)
  2. β2-agonista inalatório de longa ação (segunda droga)
  3. Metilxantinas (teofilina) – em desuso
  4. Antileucotrienos
  5. Tiotrópio – introduzido no GINA 2015
  6. Cromonas – em desuso
  7. Corticoide sistêmico
  8. Anti-IgE
40
Q

Além das drogas para uso regular, o paciente asmático precisa dispor de fármacos para alívio imediato dos sintomas. Nesse caso, qual a droga de escolha, o tempo de ação, duração de efeito e quais estão disponíveis no mercado?

A

A droga de escolha é o β2-agonista inalatório de curta ação

Têm ação rápida de 1 a 2 minutos e duram 4 horas.

Existem três disponíveis no mercado:

  • Fenoterol (Berotec)
  • Salbutamol (Aerolin)
  • Terbutalina (Bricanyl)
41
Q

Quais são os β2-agonistas de longa ação disponíveis no mercado e seu tempo de duração do efeito?

A

duram em torno de 12h

  • Formoterol (Fluir)
  • Salmeterol (Serevent)
42
Q

Qual o tratamento da Asma?

A

De acordo com a gravidade:

  • Step 1
    • Sem terapia de manutençao
    • Apenas β-agonista inalatório de curta 2 ação para alívio sintomático.
  • Step 2
    • Escolha: Corticoide inalatório em baixa dose
    • Opção: antileucotrieno oral para pacientes que não toleram o corticoide inalatório.
    • Alívio: β2-agonista inalatório de curta ação.
  • Step 3
    • Escolha: Corticoide inalatório em baixa dose + β2-agonista de longa ação.
    • Opções: (1) Corticoide inalatório em dose média ou alta; (2) Corticoide inalatório em dose baixa + antileucotrieno;
    • Alívio: β2-agonista de curta ação.
  • Step 4
    • Escolha: Corticoide inalatório em média ou alta dose + β2-agonista de longa ação + terceira droga.
    • Opções para terceira droga: (1) Antileucotrieno; (2) Teofilina de liberação lenta; (3) Tiotrópio*.
    • Alívio: β -agonista de curta ação.
  • Step 5
    • Escolha: Corticoide inalatório em média ou alta dose + β2-agonista de longa ação + terceira droga (antileucotrieno, teofilina ou tiotrópio) + quarta droga.
    • Opções para quarta droga: (1) prednisona oral; (2) anti-IgE (omalizumab); (3) Anti-IL5 (mepolizumab).
    • Alívio: β2-agonista de curta ação.
43
Q

Em qual Step deve ser iniciado o tratamento para Asma? Como os Steps evoluem?

A

O tratamento deve ser iniciado na etapa 2, a não ser nos pacientes francamente sintomáticos, que já devem iniciar na etapa 3.

O paciente que evoluir com melhora dos sintomas durante três meses de tratamento, pode passar a empregar o esquema de um Step abaixo (Step down). Aquele que mantiver os sintomas ou apresentar piora, apesar da terapia, deve empregar um Step acima (Step up). O objetivo é sempre “baixar” até a etapa 1, quando o indivíduo será mantido apenas com beta-agonista de ação curta “SOS”.

44
Q

Quais corticoides inalatórios (a base do tratamento da asma) estão disponíveis no mercado?

A
  1. Beclometasona (Miflasona, Beclosol, Clenil)
  2. Budesonida (Pulmicort, Busonid)
  3. Fluticasona (Flixotide)
  4. Triancinolona (Azmacort)
  5. Ciclesonida (Alvesco)
45
Q

Quais as doses da Beclometasona?

A
46
Q

Letícia, 10 anos, portador de asma brônquica e rinite alérgica, em uso de corticoide inalatório em baixa dose há quatro meses, comparece a consulta de acompanhamento. Relata que vem apresentando tosse seca em crise e sensação de aperto no peito pela manhã ao acordar, necessitando usar Salbutamol inalatório, pelo menos três vezes por semana e tosse seca ao jogar handebol. Nega despertares noturnos com sintomas. Qual a classificação de controle da asma desse paciente e qual a melhor opção quanto à conduta terapêutica?

a) Asma parcialmente controlada. Suspender o corticoide inalatório e reavaliar em um mês.
b) Asma parcialmente controlada. Manter cor- ticoide inalatório na mesma dose e reavaliar em três meses.
c) Asma parcialmente controlada. Aumentar a dose do corticoide inalatório ou associar beta 2 agonista de longa ação e reavaliar em um mês.
d) Asma não controlada. Manter a dose atual de corticoide inalatório e reavaliar em um mês.
e) Asma não controlada. Aumentar a dose do corticoide inalatório ou associar o beta 2 agonista de longa ação e reavaliar em um mês.

A

Para avaliar o controle clínico atual da asma, as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia passou a classificar a asma em controlada, parcialmente controlada ou não controlada. A presença de um ou dois parâmetros abaixo é compatível com a asma parcialmente controlada, enquanto na asma não controlada observamos três ou mais destes parâmetros:

  • Sintomas diurnos: três ou mais por semana;
  • Limitação de atividades: qualquer;
  • Sintomas/despertares noturnos: qualquer;
  • Necessidade de medicação de alívio: três ou mais por semana;
  • Função pulmonar (PFE ou VEF1): < 80% predito ou do melhor prévio.

Analisando todos os parâmetros, podemos dizer que a paciente em questão possui uma asma não controlada. Neste contexto, somos obrigados a intervir na terapia de manutenção; como o paciente faz uso de corticoide inalatório em dose baixa, podemos alterar seu esquema terapêutico de duas formas distintas: aumentar a dose do corticoide inalatório ou associar um beta-agonista de ação longa. Em criança de até 11 anos, a conduta mais aceita seria aumentar a dose do corticoide.

Alternativa E correta

47
Q

Paciente de 28 anos, sexo masculino, procura assistência médica devido à asma. Refere a necessidade de utilizar o medicamento fenoterol via inalatória 3 vezes por semana. Qual dos medicamentos abaixo está recomendado como primeira escolha para o tratamento desse paciente?

a) Brometo de tiotrópio via inalatória.
b) Formoterol via inalatória.
c) Prednisona via oral.
d) Budesonida via inalatória.
e) Teofilina via oral.

A

Se o paciente tem diagnóstico de asma e está precisando de broncodilatadores de ação rápida com grande frequência (fenoterol – um agonista beta-2-adrenérgico de curta ação), isso significa que sua asma não está adequadamente “controlada”. Ora, sabemos que a conduta básica no tratamento de controle da asma é a corticoterapia inalatória. A paciente sequer está utilizando este tipo de medicamento! Logo, a resposta ÓBVIA aqui não poderia ser outra: começar um corticoide inalatório imediatamente.

A única opção que cita este tipo de medicamento é a letra D.

48
Q

Criança, 7 anos de idade, asmática, usa corretamente corticoide inalatório em dose alta todos os dias, há 3 meses. Há 1 mês apresen- ta tosse noturna, 2 a 3 vezes por semana, com necessidade de broncodilatador para alívio dos sintomas. Qual a melhor conduta em relação à medicação dessa criança?

A

O tratamento da asma tem sido dividido em cinco etapas, e cada paciente deve ser alocado para uma dessas etapas de acordo com o tratamento atual e o seu nível de controle. A criança da questão foi classificada como portadora de asma parcial- mente controlada (ela possui 2 dos 5 critérios de mau controle clínico). Neste caso, pode-se aumentar etapas até conseguir controle. No atual, momento a criança faz uso de corticoide inalatório em doses altas – etapa 3. A etapa a seguir sugere como melhor opção terapêutica a combinação de corticoide inalatório em doses médias ou altas com broncodilatador (beta-2-agonista) de ação prolongada. É importante lembra que em crianças menores de cinco anos de idade, não é recomendado o uso de beta-2-agonista de ação prolongada, porque os efeitos colaterais ainda não estão adequadamente estudados nessa faixa etária. Como a criança da questão tem sete anos, o uso está liberado. Respondendo a questão, a melhor conduta é associar broncodilatador de longa duração (LABA). Como exemplo dessa classe de medicamentos podemos citar o formoterol e o salmeterol.

49
Q

Homem de 22 anos de idade procura o am- bulatório por queixa de crises de dispneia e chiado após atividade física nos últimos 6 meses que melhoram com salbutamol spray. Nos últimos 2 meses, apresenta crises diárias independentemente da atividade física. Acorda à noite mais de duas vezes por semana por dispneia, com necessidade de uso de bombinha. Refere coriza hialina, prurido nasal e espirros que pioram com a poeira nos últi- mos 6 meses. Teve bronquite na infância, mas estava assintomático há anos. Nega tabagismo e outras comorbidades prévias. Procurou outro serviço médico e está usando beclometasona inalatória em dose alta asso- ciada ao salbutamol, de forma adequada. Ao exame clínico nota-se frequência respiratória de 24 ipm; frequência cardíaca: 85 bpm e pressão arterial: 100 × 60 mmHg, murmúrios vesiculares presentes com sibilos difusos e tempo expiratório prolongado. O restante do exame clínico é normal. Foi realizada a se- guinte espirometria nesse momento: VEF1/ CVF: 70%, VEF1: 58% do predito após bron- codilatador, com variação pré para pós-bron- codilatador de 30% e 300 ml de volume. Neste momento deve-se:

a) Manter salbutamol e trocar beclometasona por teofilina de ação prolongada.
b) Manter o salbutamol e a beclometasona e associar loratadina.
c) Suspender beclometasona inalatória, manter salbutamol e associar loratadina.
d) Suspender beclometasona inalatória, manter salbutamol e associar montelucaste.
e) Manter salbutamol e beclometasona, associar formoterol e fluticasona nasal.

A

Estamos diante de um paciente jovem que apresenta quadro clínico e padrão espirométrico compatíveis com asma brônquica. No momento podemos considerar que a doença deste paciente não está controlada, analisan- do de acordo com a última diretriz de asma da SBPT (sintomas diurnos 3 ou mais vezes por semana, necessidade do uso de medicação sintomática 3 ou mais vezes por semana, des- pertares noturnos e limitação de atividade física), apesar do uso de corticoide inalatório em dose alta e de beta-2-agonista de ação curta de acordo com os sintomas. Assim, po- demos ver que o paciente foi refratário à eta- pa 3 de tratamento (corticoide inalatório em dose alta + beta-agonista de ação curta SOS), devendo progredir para a etapa 4, a qual con- siste na manutenção do corticoide inalatório e do beta-2-agonista de ação curta SOS, acres- centando um beta-2-agonista de ação longa em uso regular (como o formoterol). Além disso, é opcional o acréscimo de uma terceira droga de manutenção, como um antileucotrie- no ou uma teofilina de liberação lenta. Outra medida importante consiste no controle de condições associadas, como rinite alérgica (coriza hialina, prurido nasal e espirros que pioram com a poeira nos últimos 6 meses), que neste caso pode ser conduzida com o uso de corticoide nasal. Um detalhe que gerou dúvidas é que a via de administração inalató- ria NÃO é a mesma que a via nasal!

Logo, alternativa correta opção E.

50
Q

Homem, 52 anos, branco, motorista em uma usina de cana-de-açúcar. Nega tabagismo.

HMA: Procura ambulatório devido a sibilos desde a infância, atualmente são contínuos e noturnos. Seu filho é asmático. Revela várias idas ao PA devido à piora da dispneia e da tosse. Queixa-se também de coriza, prurido nasal e espirros. Usa salbutamol spray para alívio, várias vezes ao dia e à noite. EF: apre- senta-se eupneico com FR = 17 ipm, sibilos expiratórios bilaterais. RX: tórax: normal. Além de manter salbutamol para inalação oral, qual é a melhor prescrição para esse caso?

a) Budesonida 400 mcg duas vezes ao dia, para inalação oral.
b) Budesonida 50 mcg duas vezes ao dia, para uso nasal.
c) Formoterol 12 mcg duas vezes ao dia, para inalação oral.
d) Tiotrópio 2,5 mcg duas doses, uma vez ao dia, para inalação oral.

A

Estamos diante de um paciente com queixas compatíveis com o diagnóstico de asma brônquica (sibilância, sintomas noturnos, episódios de exacerbação esporádicos). Neste contexto, sabemos que a droga de escolha no manejo de manutenção desses pacientes é o corticoide inalatório, devendo ser acrescentado ao beta agonista de ação curta, sendo que este último deve ser usado apenas para alívio sin- tomático.

Alternativa correta: Letra A.

51
Q

Menino de 7 anos de idade apresenta crises recorrentes de sibilância e tosse desde os 3 anos de idade. Há um ano, iniciou acompanhamento ambulatorial e há 9 meses seu médico prescreveu aminofilina 100 mg por via oral a cada 12 horas. A mãe, por decisão pró- pria, administra apenas um comprimido diário de 100 mg da medicação. Devido à mudança de endereço há 15 dias, a mãe e a criança não têm mais contato com o médico citado. Você é o novo responsável pelo acompanhamento ambulatorial dessa criança. Na primeira con- sulta, a mãe refere que o menino apresentou seis crises no último ano, sem necessidade de internação, melhorando com o uso de broncodilatador de curta duração. A última crise ocorreu há 15 dias. No período intercrítico, mantém tosse noturna aproximadamente duas vezes por mês, e, ao correr ou dar muita risa- da, apresenta cansaço e acessos de tosse. Não apresenta sinais ou sintomas de rinite alérgica. A prova de função pulmonar, realizada há 1 mês, é normal.

  1. Indique os cinco parâmetros utilizados para a classificação do controle ambulatorial da asma em crianças e, para cada um deles, o critério que define asma controlada.
  2. Classifique a asma deste paciente quanto ao grau de controle atual.
  3. Cite a terapêutica medicamentosa para o caso.
A
  1. Critérios para classificação do controle am- bulatorial da asma: Sintomas diurnos; Sintomas noturnos; Limitação de atividade ou sintomas aos exercícios; Uso de broncodilatador; Prova de Função Pulmonar.
    Critérios para asma controlada - 1. Sintomas diurnos: “menor ou igual” a 2 vezes/semana; 2. Sintomas noturnos: Ausente; 3. Limitação de atividade ou sintomas aos exercícios: Au- sente; 4. Uso de broncodilatador : “menor ou igual” a 2 vezes/semana; 5. Prova de Função Pulmonar: Normal ou VEF1 ou PEF maior que 80% do previsto (ou do melhor do paciente). 2. Asma parcialmente controlada.
  2. Suspender aminofilina; Iniciar corticosteroide inalatório ou inibidor de leucotrienos (uso con- tínuo); Beta-agonista de curta duração (SOS).
52
Q

Os β2-agonistas são, sem dúvida, as drogas mais potentes hoje disponíveis no grupo dos agentes com ação broncodilatadora, daí o uso consagrado no manejo da asma brônquica, quer nas exacerbações agudas, quer na doença crônica. A inconteste eficácia terapêutica vai além do mero relaxamento da musculatura das vias aéreas e alguns outros efeitos são também importantes, neles não se incluindo a:

a) Acentuação do clearance mucociliar.
b) Inibição da exsudação de plasma.
c) Redução da secreção de muco.
d) Diminuição da tosse.

A

Todas as alternativas possuem mecanismos de ação dos beta-agonistas. A exceção encontra-se na letra C; na verdade, esse medicamento atua aumentando a produção de muco. Com relação à tosse, a asma é uma causa comum e os beta-agonistas podem ser usados no seu manejo. Um claro exemplo que reflete isso é o tratamento de uma variante da asma que pode cursar sem os sintomas clássicos e apresentar-se somente com tosse – Tosse Variante de Asma (TVA). Nesta condição o tratamento é semelhante ao tratamento da asma – broncodilatadores e corticoides (ou seja, os beta-agonistas têm seu papel). As alternativas B e A também estão corretas, uma vez que existem receptores desse medica- mento nas células inflamatórios dos brônquios.

53
Q

Um homem de 28 anos procura o médico para tratamento de asma. Queixa-se de tosse frequente e falta de ar. Faz uso irregular de triancinolona 1 a 2 inalações por dia e salbutamol através de um inalador dosimetrado, quando necessário, geralmente 2 a 4 vezes por dia. Nos últimos dias acordou mais de 1 vez por sintomas respiratórios e precisou procurar atendimento no pronto-socorro 2 vezes. Refere refluxo de conteúdo ácido à noite, frequente. Ao exame está confortável com raros sibilos expiratórios bilateralmente. O teste com espirô- metro mostra peak flow de 70% do esperado. Dentre os tratamentos abaixo, NÃO é apropriado para esse paciente, nesse momento:

a) Uso diário de um inibidor da bomba de prótons.
b) Adicionar um beta-agonista de longa duração.
c) Corticoide inalatório de maior potência em uso regular.
d) Salbutamol regularmente 4 vezes ao dia.
e) Adicionar um antagonista de receptor de leucotrieno.

A

Temos um paciente portador de asma em tratamento com corticoide inalatório e agonis- ta beta-2 de ação curta “SOS”, ou seja, etapa 2 de tratamento. Observe que o salbutamol é um beta-2-agonista de CURTA duração, de- vendo ser utilizado apenas nas crises, até 4x/ dia, e não regularmente. Por mais que este paciente esteja descompensado de seu quadro asmático neste momento, é um erro pres- crever o salbutamol regular, em vez de SOS. Para tratamento regular desse paciente pode- mos simplesmente aumentar a dose do corti- coide inalatório ou mantê-lo em dose baixa e associar um agonista de longa duração, como o formoterol, ou um antileucotrieno. Uma vez que o refluxo pode estar contribuindo para a sintomatologia desse paciente, ele deve ser tratado. Logo, a única opção que não cabe ao caso clínico é a letra D.

54
Q

Paciente adulto, asmático, sem adequado controle de sua doença apesar do uso de corticoide inalatório em dose baixa. Qual é a medicação que deve ser associada para melhorar o controle da doença?

a) Beta2-agonista de curta ação.
b) Beta2-agonista de longa ação.
c) Brometo de ipratrópio.
d) Brometo de tiotrópio.

A

Frente a um paciente com asma não con- trolada, apesar de estar em uso de corticoide inalatório em dose baixa (etapa 2), a associa- ção de um β2-agonista inalatório de ação prolongada consiste na abordagem de escolha (etapa 3). Como alternativa, ao invés de as- sociar um β2-agonista de ação longa, pode-se aumentar a dose do corticoide inalatório, além de se adicionar um antileucotrieno ao corticoi- de inalatório em doses baixas ou a teofilina, nesta ordem. Além disso, um β2-agonista de rápido início de ação deve ser utilizado para o alívio de sintomas conforme necessário. Resposta correta: letra B.

55
Q

Os broncodilatadores beta2-agonistas são drogas utilizadas no tratamento do broncoes- pasmo na asma e na DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). O distúrbio eletrolítico decorrente do seu uso é:

a) Hiponatremia
b) Hipopotassemia.
c) Hipocalcemia.
d) Hipocloremia.

A

Questão simples. O distúrbio hidroeletrolítico decorrente do uso dos beta-2-agonistas é a hipocalemia, tanto que são fármacos utilizados no tratamento da hipercalemia. Isso também justifica as cãibras musculares de alguns pacientes durante o uso da droga. Resposta letra B.

56
Q

Um homem de 28 anos procura o médico para tratamento de asma. Queixa-se de tosse frequente e falta de ar. Faz uso irregular de triancinolona 1 a 2 inalações por dia e salbutamol através de um inalador dosimetrado, quando necessário, geralmente 3 a 4 vezes por dia. Nos últimos dias acordou mais de 1 vez por sintomas respiratórios e precisou procurar atendimento no pronto-socorro 2 vezes. Refere refluxo de conteúdo ácido à noite, frequente. Ao exame está confortável com raros sibilos expiratórios bilateralmente. O teste com expirômetro mostra peak flow de 70% do esperado. Dentre os tra- tamentos abaixo, NÃO é apropriado para esse paciente, nesse momento:

a) Adicionar um beta-agonista de longa duração.
b) Uso diário de um inibidor da bomba de prótons.
c) Corticoide inalatório de maior potência em uso regular.
d) Adicionar um antagonista de receptor de leucotrieno.
e) Salbutamol regularmente 4 vezes ao dia.

A

Questão que pode parecer difícil inicialmen- te, mas que é extremamente simples. Observe que o salbutamol é um β2-agonista de CURTA duração, devendo ser utilizado apenas durante as crises, até 4x/dia, e não regularmente. Por mais que este paciente esteja descompensado de seu quadro asmático neste momento, é um erro prescrever o salbutamol regular, em vez de SOS. Para tratamento regular existem os agonistas de longa duração, como o formoterol e o salmeterol. Resposta letra E.

57
Q

Considere um pré-escolar de 4 anos de idade, portador de Asma Brônquica desde lactente, com episódios recorrentes de sibilância e dispneia, desencadeados por vários fatores alér- gicos, inclusive aos esforços. Qual a conduta preventiva a ser tomada preferencialmente?

a) Anti-histamínicos.
b) Suspender as atividades físicas.
c) Corticoide inalatório contínuo.
d) Salbutamol antes dos exercícios.
e) Nebulização com broncodilatadores 3x/dia.

A

Paciente asmático apresentando crises recorrentes no momento sem uso de terapia de manutenção. A droga de escolha é o corticoide inalatório em baixa dose. Além disso, o responsá- vel deve ser orientado a utilizar um beta-agonista de ação curta “SOS”. Portanto, resposta letra C

58
Q

Menino, 5 anos, apresenta várias crises de dificuldade respiratória nos últimos anos. Tem história positiva para asma na família e sinais compatíveis com dermatite atópica no primeiro ano de vida. Foram-lhe prescritos 500 mcg/dia de beclometasona inalatória para uso contínuo. Após 2 meses, a mãe informa que, apesar da medicação, a criança necessitou novamente de atendimento em sala de emergência por sibilância. Qual é a mais frequente causa de falha deste tratamento?

a) Dose inadequada do corticoide inalatório.
b) Sinusite associada.
c) Refluxo gastroesofágico associado.
d) Técnica inalatória inadequada.
e) Rinite alérgica associada.

A

Este menino apresenta história clínica compatível com asma brônquica alérgica e não está respondendo ao tratamento prescrito. Qual a principal causa de falha no tratamento da asma? Continua sendo o uso incorreto ou inadequado dos medicamentos, incluindo er- ros na administração das drogas inalatórias. Ou seja, a resposta correta é a letra D! Comorbidades também estão associadas com falha no tratamento, destacando-se o refluxo gastroesofágico, além de quadros de rinite e sinusite não diagnosticados.

59
Q

Com relação à terapia dos pacientes porta- dores de asma brônquica, marque a alternativa CORRETA:
a) Independente da gravidade da crise asmática, jamais se deve ultrapassar a dose de 10 gotas de salbutamol por nebulização, devido ao elevado efeito pró-arrítmico da medicação.

b) Tanto os β2-agonistas de curta ação quanto os corticosteroides são seguros para uso durante a gestação.
c) A terapia de manutenção com os beta-agonistas inalados de longa duração (salmeterol e formoterol) usados isoladamente é extrema- mente eficaz, devido ao seu efeito combinado de broncodilatação e atividade anti-inflamatória intrínseca
d) Corticoterapia oral não tem nenhuma indicação na terapia de manutenção de pa- cientes asmáticos.
e) Vários estudos demonstram que o controle da crise asmática é muito mais rápido e eficaz quando os β2-agonistas de curta duração são administrados por nebulização em vez de inaladores dosificados, motivo pelo qual os nebulizadores são amplamente utilizados em nossas emergências.

A

Analisando cada assertiva:

A: Incorreta, uma vez que a dose máxima pre- conizada do salbutamol é de 5 mg (1 ml ou 20 gotas da solução) por nebulização.

B: Aprenda com a questão! Os agonistas β2 de curta ação e os corticoides inalatórios são seguros para uso na gestante asmática. Já os agonistas β2 de longa ação estão associados a um risco aumentado de edema agudo de pulmão quando a droga é prescrita na gravidez múltipla, na polidramnia, associada à admi- nistração excessiva de líquidos, na anemia e na hipertensão arterial, devendo ser evitada nessas situações, podendo ser prescrita para a maioria das pacientes. O uso de corticoide oral pode aumentar o risco de pré-eclâmpsia e prematuridade, não sendo recomendado ro- tineiramente. Caso necessário, deve ser dada preferência à prednisona. Uma observação recente (GINA 2015): nas mães que utilizaram altas doses de agonistas β2 de curta ação nas 48 horas que antecederam o parto, devemos monitorar a ocorrência de hiperglicemia nos recém-nascidos (especialmente nos prema- turos). Não há restrição às demais classes de drogas, segundo os estudos publicados até o momento. Portanto, correta.

C: Os agonistas β2 de longa ação (salmeterol, formoterol) não devem ser usados isolada- mente na terapia de manutenção da asma; estão indicados apenas em alguns pacientes (> 4 anos de idade) que não controlam sua doença com uso de corticosteroides inalató- rios ou que já apresentem pelo menos asma persistente moderada ao diagnóstico – neste caso, o agonista β2 de meia-vida longa deve ser acrescentado à terapêutica, não possuindo efeito anti-inflamatório. Incorreta.

D: Em pacientes francamente sintomáticos pode ser utilizado corticosteroide oral. Trata- -se da “etapa 5”. Incorreta.

E: Os agonistas β2 na crise asmática podem ser administrados através de aerossóis dosi- metrados acoplados a espaçador ou por meio de nebulização a jato, não havendo diferenças em termos de eficácia entre um método e ou- tro. Incorreta.

Gabarito: letra B.

60
Q

Qual a definição de crise asmática?

A

“é o estado de piora aguda e sustentada dos sintomas da asma”

61
Q

Quais as causas mais comuns de crise asmática?

A
  1. Infecções virais
  2. Exposição a alérgenos ambientais
  3. Poluição ambiental
  4. Exposição ocupacional ou a drogas, sendo as mais comuns os AINEs.
62
Q

Quais são os dados preditivos de ASFIXIA no pciente com crise asmática?

A
  1. Crise asmática prévia com necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica;
  2. > 2 hospitalizações ou > 1 atendimento em emergência no último ano;
  3. Uso atual ou suspensão recente de glicocorticoide oral;
  4. Não estar usando atualmente corticoide inalatório no tratamento de manutenção, nos casos em que esteja indicado;
  5. Uso de mais de um aerossol dosimetrado de β2-agonista de curta ação a cada mês;
  6. Presença de comorbidades como:
    1. Depressão
    2. Doenças psiquiátricas
    3. Insuficiência cardíaca
    4. Cardiopatia isquêmica grave;
  7. Má adesão ao tratamento de manutenção
  8. Baixo nível socioeconômico;
  9. Percepção ruim dos próprios sintomas e da gravidade do quadro.
63
Q

Como classificar um paciente com Crise Asmática?

A
64
Q

Quais são os paramentros de FC e FR normais em crianças?

A
  • Parâmetros de FC normal em crianças:
    • 2-12 meses: < 160 bpm.
    • 1-2 anos: < 120 bpm.
    • 2-8 anos: < 110 bpm.
  • Parâmetros de FR normal em crianças:
    • < 2 meses: < 60 irpm.
    • 2-12 meses: < 50 irpm.
    • 1-5 anos: < 40 irpm.
    • 6-8 anos: < 30 irpm.
65
Q

Quais parâmetros que indicam fadiga respiratória iminente?

A
  1. Confusão mental ou sonolência acentuada.
  2. Movimentos torácicos paradoxais.
  3. Ausência de sibilos, por broncoespasmo muito severo, e redução da ventilação.
  4. Bradicardia acentuada.
  5. Desaparecimento do pulso paradoxal, representando fadiga da musculatura respiratória.
66
Q

Um paciente de vinte anos de idade compareceu a uma unidade básica de saúde informando apresentar, havia três meses, tosse e chiados no peito os quais vêm se agravando progressivamente. Esse quadro tem se manifestado em associação com rinorreia e prurido nasal. O exame físico mostrou edema de cornetos nasais e sibilos expiratórios em ambas as regiões infraescapulares. Com base nesse caso clínico, julgue o item a seguir. Sibilos expiratórios indicam gravidade do processo e demandam que o paciente seja encaminhado para serviço de emergência.

a) CERTO
b) ERRADO.

A

A presença de sibilos expiratórios é naturalmente esperada na asma e em qualquer outra pneumopatia obstrutiva. Por si mesmos não indicam a “gravidade” do processo, apenas a sua existência! A gravidade da crise asmática depende de uma análise conjunta de múltiplos parâmetros clínicos (no caso, a AUSÊNCIA de sibilos no paciente com desconforto respira- tório por broncoespasmo - tempo expiratório prolongado - indicaria maior gravidade e necessidade de atendimento de emergência)… Assertiva ERRADA.

67
Q

Paciente masculino, 25 anos, com história de asma desde a infância, em tratamento apenas com medicação de alívio conforme sintomas, é admitido em serviço de emergência com queixas de piora da falta de ar nas últimas semanas e, ainda mais, nas últimas 24 ho- ras, dificuldade de dormir devido à falta de ar, sensação de aperto e chiado no peito. Qual das alternativas abaixo é indicativa de maior gravidade da crise?

a) Pico de Fluxo Expiratório entre 40-60%
b) Agitação.
c) Sibilos expiratórios difusos em todos os campos pulmonares.
d) Frequência cardíaca > 100 bpm.
e) Dificuldade verbal.

A

Todos os itens citados expressam alguma gravidade em pacientes com crise asmática, porém a banca quer saber qual expressa maior gravidade dentre os citados. Como foi observado por muitos alunos na época da prova, “agitação” e “dificuldade verbal” seriam critérios para crises muito graves segundo as últimas diretrizes brasileiras (2012) e segundo o GINA (Consenso internacional de asma), informa- ção presente em nossas apostilas. Contudo, a banca não colocou essas duas importantes referências (os dois principais textos para quem realmente quer estudar asma) entre as referências bibliográficas do concurso. As referências fornecidas pela banca que continham capítulos sobre asma eram Harrison, Cecil e Nelson, mas nenhum deles aborda a crise as- mática com profundidade. Essas referências não contêm a tabela de gravidade presente nas diretrizes brasileiras e estrangeiras e abordam a crise asmática de forma superficial, em 1 ou 2 parágrafos, bem diferente do encontrado nas diretrizes e nas nossas apostilas. Dessa forma, embora consideremos que são manifestações de crise asmática muito grave tanto a “agitação” quanto a fala de “frases curtas ou monossilábicas”, a banca considerou apenas a opção E como resposta.

68
Q

A.M.B., 6 anos, foi internado na emergência pediátrica por estado de mal asmático. Qual, entre os dados abaixo, é o mais importante preditor de desenvolvimento de estafa respiratória e de necessidade de ventilação mecânica?

a) Hipoxemia.
b) Hipercapnia.
c) Hipocapnia
d) Tiragem intercostal
e) Taquipneia.

A

Na avaliação da gravidade de uma exacer- bação de asma, diversos parâmetros devem ser avaliados e existem várias alterações que denotam uma maior gravidade da crise. Esses parâmetros são: o estado geral, o estado mental, a intensidade da dispneia, a frequência respiratória e cardíaca, a utilização da musculatura acessória, o prejuízo à fala, os sibilos,a PFE, a SaO2, a PaO2 e a PaCO2 (todas em ar ambiente). Hipoxemia, tiragem intercostal e taquipneia são marcadores de gravidade. Porém, o sinal que denota fadiga respiratória iminente é a hipercapnia, pois traduz um grave comprometimento ventilatório.

69
Q

Escolar de 9 anos de idade, com diagnóstico de asma, é atendido na Emergência, com história de tosse seca e dificuldade para respirar há 4 horas. Ao exame, apresenta estado geral regular, mas ele não consegue falar frases completas. Encontra-se com taquidispneia moderada, tiragens subcostais, sibilos expira- tórios difusos, frequência respiratória de 25 irpm, saturação de O2 92%, pico de fluxo ex- piratório com queda de 50% do basal e taquicardia (FC 120 bpm). Baseado no quadro clínico descrito e de acordo com as IV Diretri- zes Brasileiras para o Manejo da Asma, esta crise pode ser classificada como:

a) Crise de asma leve.
b) Crise de asma moderada.
c) Crise de asma grave.
d) Insuficiência respiratória aguda, com indicação de entubação.

A

Não tem jeito aqui, é questão de memorização. O paciente traz alterações que nos permitem classificá-lo como portador de uma crise grave, como não conseguir falar frases completas, tiragem subcostal, taquicardia 110-140 bpm, sibilos difusos, SpO2 entre 91 e 95%, queda do VEF1 para 30-50% do previs- to. Resposta correta: letra C.

70
Q

Qual o algoritmo para tratamento da Crise Asmática em adultos no Pronto-socorro?

A
71
Q

Qual o algoritmo para tratamento da crise asmática em crianças no pronto-socorro?

A
72
Q

Quais os “MANDAMENTOS NA ABORDAGEM DE UM PACIENTE COM CRISE ASMÁTICA”?

A

1- A primeira medida deve ser iniciar β2-agonista inalatório de curta ação (fenoterol, salbutamol ou terbutalina).

  • Define-se como “uma dose” de β2-agonista inalatório de curta ação um dos seguintes:
    • Aerossol dosimetrado: 4-8 jatos de 100 mcg, com espaçador, para adultos, ou 1 jato/2-3 kg de peso, para crianças (dose máxima 10 jatos).
    • Nebulização: Cada gota contem 0,25 mg da droga. Em adultos, utilizamos 10-20 gotas (2,5-5 mg) do β2-agonista de curta ação (geralmente fenoterol – Berotec®) + 3 a 5 ml de soro fisiológico. Em crianças, usamos 0,1 mg/kg de peso do β2-agonista – para facilitar, foi criada a regra do “1 gota para cada 3 kg de peso” (na prática isso equivale a um arredondamento da dose para 0,083 mg/kg de peso). A dose máxima é de 20 gotas (ou 5 mg) por dose.

2- O Brometo de Ipratrópio (anticolinérgico – Atrovent®) deve ser acrescentado ao β2-agonista de curta ação em caso de não resposta depois dos primeiros 30 minutos de tratamento, pois possui efeito aditivo ao β2-agonista. Nas crianças com crise grave ou muito grave, ele pode ser utilizado desde o início do quadro.

3- O Corticoide sistêmico (oral ou venoso) atua nas vias aéreas como anti-inflamatório, sendo fundamental para a estabilização do quadro. Porém, seu efeito só tem início após 4 a 6 horas, período no qual o paciente deve receber doses suficientes de broncodilatadores inalatórios para controle dos sintomas e melhora clínica.

4- As duas principais drogas da crise asmática são: o β2-agonista de curta ação e o corticoide sistêmico (oral ou venoso).

5- A Aminofilina (uma metilxantina para uso intravenoso) é raramente indicada. Essa droga é reservada para os casos refratários à associação de β2-agonista de curta ação + brometo de ipratrópio. O seu efeito broncodilatador é fraco, porém é aditivo ao efeito do β2-agonista de curta ação e do anticolinérgico. É prescrita em dose de ataque de 6 mg/kg, mantendo depois dose de ma- nutenção de 0,6 a 0,9 mg/kg/h (de acordo com os níveis séricos).

6- A Adrenalina na dose de 0,5 mg subcutânea (ou o salbutamol venoso) pode ser medida salvadora nas crises graves que não respondem ao β2-agonista de curta ação. O Sulfato de Magnésio venoso (25-75 mg/kg, no máximo 2 g, IV infundidos em 20-30 minutos) é um outro recurso que pode contribuir para a broncodilatação, nos casos refratários às medidas iniciais.

7- A oxigenoterapia a fluxo (2-3 litros por minuto) está sempre indicada na crise grave, ou com SpO2 < 92% (95% em crianças).

8- Na crise asmática muito grave (caracterizada por rebaixamento do nível de consciência, esforço ventilatório franco, bradipneia e bradicardia) é necessária a intubação endotraqueal e ventilação mecânica invasiva. As “doses” de β2-agonista de curta ação e de brometo de ipratrópio continuam sendo feitas no circuito do respirador e o corticoide venoso é mantido. O desmame da prótese ventilatória costuma ser rápido.

9- A gasometria arterial é importante na crise asmática moderada e na crise grave ou quando houver sinais de fadiga respiratória. Os achados mais comuns são hipoxemia e alcalose respiratória, que se deve à hiperventilação. Quando a PaCO2 atinge em torno de 45 mmHg, temos um sinal de fadiga respiratória com retenção de CO2, exigindo vigilância máxima quanto à necessidade de intubação endotraqueal.

10- Por ocasião da alta, os pacientes devem ser orientados a manter o beta-agonista regular durante 48 horas e a prednisona oral durante 3-10 dias, conforme o fluxograma.

73
Q

Qual afirmativa é CORRETA em relação à gasometria na Asma Brônquica:

a) É frequente o aumento da PaCO .
b) O pH geralmente é ácido. 2
c) Alcalose respiratória é um achado frequente.
d) Nunca há hipóxia.
e) Nenhuma das respostas anteriores.

A

Veja uma questão bastante fácil sobre gasometria arterial na asma brônquica! Qual é a alteração mais comum? A alteração mais comum está relacionada à hiperventilação, que acarreta maior eliminação de gás carbônico, levando à alcalose respiratória, por hipocapnia. Nas crises com broncoespasmo severo, pode haver hipoxemia e, nos casos de falência ventilatória, retenção de gás carbônico (hipercapnia), com acidose respiratória. Guarde isso, pois pode cair na sua prova! Alternativa certa é a letra C.

74
Q

No Pronto Atendimento, a primeira conduta em uma criança de 8 anos em crise asmática aguda é:

a) Administrar corticoide endovenoso.
b) Nebulizar com drogas beta-2-agonistas.
c) Administrar sulfato de magnésio endovenoso.
d) Nebulizar com brometo de ipatropium.

A

Simples e direta: após avaliação das vias aéreas e verificação da adequação da ventilação/oxigenação (tomando medidas imedia- tas de suporte conforme a necessidade), o passo subsequente na abordagem à crise aguda de asma consiste na utilização de agen- tes broncodilatores inalatórios, com preferên- cia pelos agonistas beta-2-adrenérgicos.

Resposta certa: B.

75
Q

Criança de 10 anos é trazido para emergência com quadro de tosse e cansaço há 2 dias. Tem diagnóstico de Asma desde os 3 anos de idade. No último ano apresentou 3 crises, sendo a última há 1 mês na UTI pediátrica. Não está fazendo uso de medicação contínua, utilizando salbutamol aerossol somente nas crises. Nega febre, refere dor abdominal, sensação de aper- to no peito. Exame físico: ansiosa, com dificuldade para completar as frases, corada, hidratada, acianótica, afebril, anictérica. FC=120 bpm; FR= 32 ipm; Saturação de oxigênio (ar ambiente) 92%. Retração intercostal e subdiafragmática moderada. Murmúrio vesicular presente e sibilos difusos. Restante do exame físico sem alterações. Baseado na história do paciente, qual fator é considerado de maior risco para evolução fatal ou quase fatal?

A

Suporte ventilatório prévio ou anterior; OU crise grave prévia; OU internação prévia ou anterior em unidade de cuidados intensivos; OU UTI.

76
Q

Na asma em adultos ou em crianças acima de 5 anos, o FATOR DE RISCO MAIS FORTEMENTE associado à evolução fatal ou quase fatal é a história de crise prévia com necessi- dade de internação em UTI, especialmente com indicação de ventilação mecânica invasiva.

Quais classes de medicamentos devem ser administrados imediatamente para controle da crise?

A

Beta-2-agonista e Corticoide (OU Corticosteroide);

OU Beta-2-a- gonista e Corticoide e anticolinérgico;

OU Beta-2-agonista e Corticoide e brometo de ipratrópio; (aceitar inalatório, sistêmico, oral ou endovenoso).

77
Q

No tratamento da crise de asma, a droga de primeira escolha é?

a) Aminofilina por via intravenosa.
b) β2-agonista de curta ação por via inalatória.
c) Brometo de ipratrópio por via inalatória.
d) Corticosteroide por via intravenosa.

A

A abordagem medicamentosa começa com a prescrição de β2-agonista (droga de primeira escolha) até três doses na primeira hora.

Resposta: letra B.

78
Q

Paciente asmática procura a emergência com crise de “falta de ar”. Não consegue completar frases inteiras. Exame físico: agitada, taquicárdica, com cianose de extremidades. Ausculta pulmonar: murmúrios vesiculares diminuídos, sem ruídos adventícios. Gasometria arterial em ar ambiente: PaO2 de 58 mmHg e PaCO2 de 42 mmHg. Já está em uso de beta-agonista por via inalatória em doses elevadas e foi administrado corticosteroide IV. Qual a conduta a seguir?

a) Ofertar oxigênio por cateter nasal 4 l/min.
b) Ofertar oxigênio por máscara de Venturi a 50%.
c) Proceder à intubação orotraqueal e ventilação mecânica invasiva.
d) Proceder à ventilação mecânica não inva- siva com CPAP em torno de 10 cmH2O.

A

Repare que temos uma paciente previamente asmática com dispneia intensa, CIANOSE de extremidades, taquicardia e AGITAÇÃO PSICOMOTORA! Seu broncoespasmo é tão grave que não conseguimos sequer auscultar sibilos (isso pode acontecer nas crises graves de asma quando a limitação ao fluxo aéreo é muito intensa). À gasometria, observa-se HIPOXEMIA e pCO2 dentro da faixa normal, tendendo para o limite superior - lembre-se que este último acha- do seria absolutamente inesperado num paciente taquipneico, a não ser que o mesmo já este- ja apresentando fadiga da musculatura respiratória e falência ventilatória. Como sabemos, frente a um paciente em crise asmática, que evolui com cianose, alteração do nível de cons- ciência, acidose respiratória ou hipoxemia grave, devemos proceder com intubação e ventilação mecânica (devendo ajustar o ventilador para um modo controlado e não um método de “desmame” como o CPAP com pressão reduzida).

Resposta certa: C.

79
Q

Em relação à crise aguda de asma na infância, assinale a alternativa CORRETA.

a) A administração de doses adequadas e repetidas de beta-2 por via inalatória a cada 20-30 minutos constitui a primeira medida de tratamento da crise aguda de asma.
b) A nebulização deve ser a forma preferida de administrar beta-2 adrenérgicos na crise, pois o nebulizador de jato provoca deposição superior ao obtido por spray, mesmo quando este encontra-se acoplado ao espaçador.
c) O brometo de Ipratropium deve ser associa- do aos beta-2 adrenérgicos como tratamento auxiliar na crise de asma leve, pois ajuda a prevenir recidivas.
d) A dexametasona injetável na urgência em dose única é a medicação de escolha para evitar o internamento, pois os corticoides orais são contraindicados na crise de asma aguda pela demora no início de ação

A

A abordagem medicamentosa da crise asmática em crianças começa com a prescrição de β2-agonista de curta duração de 20 em 20 minutos na primeira hora. Se a crise for pelo menos grave, é ne- cessário associar o brometo de ipratrópio! Ou seja, a letra A está correta e a C, errada! Tanto faz prescrever os broncodilatadores através nebulização ou aerossol dosimetrado. O cor- ticoide deve ser administrado por via oral, se o paciente já era dependente de corticoide ou se não houve resposta adequada às medidas iniciais, estando incorreta a alternativa D. A única correta, então, é a letra A.

80
Q

Mulher, 20 anos de idade, não tabagista, com antecedentes de asma e atopia, apresenta-se em pronto-socorro com dispneia intensa, associada à sibilância torácica e confusão mental. A primeira conduta deve ser:

a) Inalação de salbutamol e ipratrópio.
b) Administração endovenosa de hidrocortisona.
c) Intubação orotraqueal.
d) Administração endovenosa de aminofilina.

A

Esta paciente apresenta confusão mental, ou seja, crise asmática muito grave! O que devemos fazer primeiro? Intubação orotraqueal e em seguida iniciar a nebulização com β2-agonista e anti-colinérgico através do circuito de ventilação. Geralmente, a extubação ocorre precocemente, ao ser resolvido o broncoespasmo severo. Perceba como esse assunto é comum nas provas de residência! Não deixe de estudar com atenção a classificação da gravidade de uma crise de asma e o seu tratamento. Resposta letra C.

81
Q

A asma é um sério problema de saúde pública, responsável por mais de 400.000 internações anuais pelo SUS. Em relação a essa doença, podemos afirmar que:

a) A síndrome clínica é exclusivamente decorrente do processo de broncoespasmo.
b) A hiper-responsividade das vias aéreas é uma característica importante, representando uma resposta exagerada das vias aéreas a uma variedade de estímulos.
c) Infecções respiratórias não são consideradas causas desencadeantes das crises asmáticas.
d) A espirometria deve ser realizada como ins- trumento auxiliar no diagnóstico e acompanha- mento do paciente asmático apenas quando as crises são claramente deflagradas ao inalar poluentes ambientais e/ou domiciliares.
e) Todo paciente em crise asmática apresenta ao exame físico, sibilos difusos, sendo a ausên- cia desses um importante critério de melhora resposta adequada ao tratamento empregado.

A

A opção correta é claramente a letra B. As demais estão erradas, pois:

  • A redução do fluxo ventilatório se dá principalmente pelo broncoespasmo, mas o edema das vias respiratórias, a congestão vascular e a obstrução intraluminar pelo exsudato também contribuem.
  • Infecções respiratórias estão entre os principais fatores desencadeantes das crises asmáticas.
  • A espirometria deve ser realizada fora das crises, para que seu resultado não seja falseado.
  • Pacientes com broncoespasmo severo podem apresentar redução da sibilância, devido ao colabamento das vias respiratórias. Isso é um indicativo de crise grave!
82
Q

Como é a classificação da gravidade da Asma?

A

Leve: Asma controlada com os passos 1 ou 2 da escada terapêutica.

Moderada: Asma controlada com o passo 3 da escada terapêutica.

Grave: Asma controlada com os passos 4 ou 5 da escada terapêutica, ou que continua sem controle a despeito destes (“asma refratária”).