ASMA Flashcards
Qual a epidemiologia da Asma no Brasil?
- 10% da população
- 160 mil internações por ano.
- Mais meninos que meninas
- Pico na faixa dos 3 anos
- Maioria se inicia antes dos 25
Qual a definição de Asma?
Doença caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas inferiores, potencialmente reversível, que acarreta hiper- reatividade da árvore traqueobrônquica a formas diversas de estímulos, como alérgenos inalados, micro-organismos, frio e exercício físico, manifestando-se, portanto, como doença episódica, marcada por recorrência de dispneia, tosse, desconforto torácico e sibilos.
O que é Atopia?
- Síndrome que torna o sistema imune propenso à síntese de imunoglobulinas da classe IgE após exposição a certos tipos de antígeno (chamados de alérgenos).
- Tal processo é denominado “sensibilização alérgica”, e as IgE ficam ligadas à superfície de mastócitos na mucosa da via aérea, promovendo degranulação imediata dessas células (com liberação de substâncias broncoconstrictoras) caso o indivíduo entre em contato com o alérgeno novamente.
- Mais de 80% dos asmáticos são atópicos, porém nem todos os atópicos têm asma, o que significa que fatores adicionais são necessários para o desenvolvimento de asma em portadores de atopia.
Quais os fatores de Risco para Asma?
- Atopia (principal)
- Genética
- Alérgos
- Ocupação
- Obesidade (IMC >30)
Quais são os Fatores Desencadeantes de Broncoespasmo em asmáticos?
- Alérgenos
- Infecções Virais
- Fármacos
- Exercicios físicos
- Dieta
- Poluição
- Hormônios
- DRGE
- Estresse
Qual substância é pouco produzida pela mucosa respiratório dos asmáticos que os deixam suscetiveis às infecções virais?
Interferon
Acredita-se que qual é a principal etiologia da crise asmática?
IVAS (infeções de Vias Aéreas Superiores)
Quais fármacos podem desencadear asma?
Os principais são Betabloqueadores** e os **AAS
IECA não causa! sua tosse NÃO é maior nos asmáticos
NENHUM TEM CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA P/ ASMÁTICOS
Porque exercicios físicos podem desencadear a asma?
- A hiperventilação desidrata a camada líquida na superfície da mucosa respiratória, aumentando sua osmolaridade.
- A hipertonicidade resultante estimula a degranulação dos mastócitos, especialmente aqueles que têm IgE ligada em sua superfície.
- Excesso de riso e choro (que em crianças pequenas “equivalem” a fazer exercício), bem como mudanças climáticas abruptas, também podem produzir o mesmo efeito.
Porque alimentos com conservantes pode desencadear a asma?
- O metabissulfito (conservante) libera dióxido de enxofre ao ser metabolizado no estômago.
- Este gás acaba sendo inalado pelo paciente, causando efeito irritativo sobre a via aérea.
Porque a DRGE é mais frequente em asmáticos?
As drogas broncodilatadoras relaxam o esfíncter esofagiano inferior aumentando os episódios de refluxo.
Qual a fisiopatologia da Asma?
- Alérgeno estimula a infiltração de linfocitos Th2 (CD4)
- Th2 secretam IL- 4,5 e 13
- IL - 5 recruta e ativa eosinofilos
- IL - 4 e 13 estimulam a produção de IgE pelos linfocitos B
- HIPERATIVIDADE BRONQUICA
- Resposta Regenerativa
- Deposição de colágeno na membrana basal do epitelio
- Areas de desnudamento epitelial e exposição de terminações nervosas que podem desencadear reflexos colinérgicos broncoconstritores.
- Neoanginogenese e vasodilatação da parede bronquica, com aumento da permeabilidade capilar e eritema/edema local.
- Hiperplasia e hipertrofia das células caliciformes (secretoras de muco), das glandulas submucosas e da camada muscular.
Qual a principal alteração fisiopatológica da asma?
Obstrução variável e reversível ao fluxo aéreo, que ocorre de forma predominante na fase EXPIRATÓRIA da respiração.
Um paciente com Asma apresenta quais dados alterados na espirometria?
O parâmetro mais afetado é o VEF1, que diminui subitamente.
A relação VEF1/CVF (Índice de Tiffenau) se reduz, atingindo a faixa dos distúrbios obstrutivos da ventilação (< 0.75-0.80 em adultos ou < 0.90 em crianças).
A resistência das vias aéreas aumenta, e pode ocorrer hiperinsuflação pulmonar (aprisionamento aéreo), com aumento do volume residual pulmonar.
No paciente com Asma pode existir uma relação VEF1/CVF normal? Porque?
Sim. Na Asma Grave.
Um aprisionamento aéreo muito intenso, com aumento desproporcional do volume residual, pode reduzir a Capacidade Vital Forçada (CVF), fazendo a relação VEF1/ CVF ficar artificialmente “normalizada”.
Pode-se ter a falsa impressão de um distúrbio restritivo da ventilação.
Clinicamente, no entanto, em tais casos não costuma haver dúvida quanto ao diagnóstico de asma, pois a história é geralmente típica…
O que é esperado na gasometria do paciente asmático?
HIPOCAPNIA (queda da pCO2, devido à hiperventilação alveolar - alcalose respiratória aguda).
Por outro lado, se houver normo ou mesmo hipercapnia (pCO2 normal ou aumentada, respectivamente), temos um importante sinal ominoso, indicando que o paciente está entrando num processo de fadiga progressiva da musculatura respiratória, devendo ser intubado e colocado em prótese ventilatória.
A fadiga aparece mais precocemente nas crianças asmáticas com menos de dois anos de idade.
Quando ocorre hipoxemia no Asmático?
Nas crises muito graves especialmente aquelas que afetam as pequenas vias aéreas periféricas e comprometem a ventilação alveolar, ocorre HIPOXEMIA.
O mecanismo é o desequilíbrio entre ventilação e perfusão (distúrbio V/Q), isto é, o parênquima pulmonar (alvéolos) não recebe ventilação, mas continua sendo perfundido. Assim, o sangue passa pela circulação pulmonar sem ser adequadamente oxigenado, gerando queda da pO2 e da SpO2.
A inflamação das vias aéreas na asma possui características peculiares da doença?
Sim! O infiltrado inflamatório é predominantemente eosinofílico e linfocítico, diferente da DPOC, na qual o infiltrado inflamatório é predominantemente neutrofílico e monocitário.
Qual a patogênese da Asma?
Classificada em quatro tipos, de acordo com o mecanismo etiopatogênico envolvido:
- Asma extrínseca atópica ou alérgica: > 90% das crianças e até 50% dos adultos. É o tipo mais frequente de asma.
- Asma criptogênica (“intrínseca”): 50% ou mais dos adultos. É o principal tipo de asma que se inicia na fase adulta e parece ter alguma relação com viroses respiratórias e exposição a poluentes.
- Asma extrínseca não alérgica: 10% dos casos de asma. Existe uma lista de substâncias que podem induzir asma após contato repetitivo, em profissões. A substância mais incriminada é o isocianato (tintas, vernizes, plásticos, etc.). O mecanismo etiopatogênico pode ser: (1) Alérgico ou (2) Efeito irritativo (ex.: isocianatos). O diagnóstico é suspeitado quando os sintomas de asma aparecem nos dias de trabalho e se resolvem nos fins de semana, feriados ou períodos de férias.
- Asma induzida por aspirina: Cerca de 10% dos casos de asma em adultos são induzidos por AAS ou AINEs. O mecanismo parece ser o bloqueio preferencial da via da ciclo-oxigenase, desviando todo o metabolismo do ácido aracdônico para a via lipoxigenase, com produção exagerada de cisteinil-leucotrienos. Trata-se de uma forma grave de asma e está frequentemente associada à rinossinusite e polipose nasal. É fundamental que o paciente pare de fazer uso de AAS ou qualquer AINE.
A asma de acordo com o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde. ‘’Ocorrem no Brasil, em média, 350.000 internações anual- mente. A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total), conforme o grupo etário considerado. Estima-se que no Brasil existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. ‘’ (SBPT- 2013). Gatilhos da asma são fatores que quando o asmático é exposto a eles podem piorar muito a asma ou fazer aparecer sintomas. Com base nas informações acima, são considerados gatilhos de asma:
a) Exposição ao calor, poluição ambiental, infecções virais, fumaça de cigarro, infecção bacteriana.
b) Exposição ao ar frio, poluição ambiental, infecções virais, ácaros, obesidade.
c) Exposição ao ar frio, poluição ambiental, infecções virais, fumaça de cigarro, ácaros.
d) Poluição ambiental, infecções virais, fuma- ça de cigarro, ácaros, umidade do ar elevada.
e) Predisposição a fatores genéticos, poluição ambiental, infecções virais, stress, ácaros.
c) Exposição ao ar frio, poluição ambiental, infecções virais, fumaça de cigarro, ácaros.
A exposição ao ar frio e seco é um clássico desencadeante das crises de asma: o ar frio desidrata o epitélio da mucosa brônquica inflamada e desnuda, reduzindo a espessura da camada de muco protetor, aumentando, desse modo, o contato entre os gatilhos propriamente ditos células capazes de liberar mediadores do broncoespasmo. O ar quente e úmido exerce efeito contrário, reduzindo a ocorrência de crises. As toxinas em suspensão no ar poluído são reconhecidamente “gatilhos propriamente ditos” da asma, quer dizer, sua presença na mucosa brônquica estimula a degranulação das células sensíveis presentes na mucosa de indivíduos predispostos. Insultos inflamatórios acrescidos por infecções virais ou bacterianas são gatilhos igualmente importantes das crises, assim como o contato com certos alérgenos comumente encontrados no ambiente, como os antígenos oriundos dos ácaros que habitam nossa pele, nossas roupas e a poeira que se acumula nos domicílios… Obesidade e genes de predisposição à asma são fatores associa- dos ao surgimento da doença crônica, e não ao desencadeamento de crises aguda propriamente
Asma é doença que afeta parcela significativa da população mundial. Apesar de ser frequente e causar elevado custo social e econômico, sua letalidade é baixa. As afirmativas abaixo fazem parte do conceito desta importante doença, EXCETO:
a) Quando não há remodelamento, a obstrução do fluxo aéreo é reversível, espontaneamente ou com o tratamento.
b) Mastócitos e eosinófilos têm importante papel na inflamação das vias aéreas.
c) A hiperrensponsividade brônquica é a tradução do aumento da reatividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos.
d) A resposta mediada por IgA é o fator predisponente mais significativo para o desenvolvimento da asma.
d) A resposta mediada por IgA é o fator predisponente mais significativo para o desenvolvimento da asma.
A grande marca clínica das crises de asma é a reversibilidade, espontânea ou após tratamento adequado. Contudo, nos pacientes com doença de longa data, que já evoluíram com remodelamento, uma parcela razoável da limitação ao fluxo aéreo pode ser permanente (A correta). O mecanismo inflamatório na asma envolve uma complexa cascata inflamatória, que mobiliza células inflamatórias (macrófagos e células dendríticas, linfócitos Th2, neutrófilos, eosinófilos e mastócitos) e diversos mediadores inflamatórios (B correta). Hiperresponsividade brônquica é a reação exagerada da musculatura brônquica a diversos estímulos (alérgenos, exercício, ar frio e úmido), causando broncoconstrição e secreção mucosa, tendo papel fundamental na sintomatologia da asma (C correta).
Por fim, a IgE, e não a IgA, é a imunoglobulina mais envolvida com os processos alérgicos, uma vez que induz a degranulação dos mastócitos (D incorreta – gabarito).
Em relação à asma, é correto afirmar que:
a) A eosinofilia no sangue periférico está presente em todos os casos.
b) Está associada a edema brônquico e aumento de muco, além de apresentar reatividade à histamina e metacolina.
c) Costuma estar associada a aspergilose pulmonar.
d) É precoce a destruição tecidual na evolução da patologia.
e) Fora dos eventos de broncoespasmo, a capacidade de difusão do monóxido de carbono encontra-se alterada.
b) Está associada a edema brônquico e aumento de muco, além de apresentar reatividade à histamina e metacolina.
Na asma brônquica, existe uma inflamação crônica (potencialmente reversível) das vias aéreas inferiores, envolvendo brônquios e bronquíolos, podendo também haver acometimento das vias aéreas proximais, como traqueia, brônquios fonte e lobares. O mecanismo envolve uma complexa cascata inflamatória, que mobiliza células inflamatórias (macrófagos e células dendríticas, linfócitos Th2, neutrófilos, eosinófilos e mastócitos) e diversos mediadores inflamatórios. O estímulo inicial é deflagrado por um alérgeno, com ativação desta cascata e liberação de histamina pelos mastócitos, resultando em edema e broncoconstrição, hipersecreção, aumento do tônus da musculatura lisa, alterações da função mucociliar e remodelamento das vias aéreas inferiores. O eosinófilo parecer exercer uma função importante no mecanismo de infiltração das vias aéreas pelas células inflamatórias, pois ao serem ativados, liberam uma série de mediadores inflamatórios contidos em seus grânulos. Mesmo assim, não costuma haver eosinofilia no sangue periférico associada à asma, podendo ser detectada nos pacientes francamente atópicos.
A capacidade de difusão do monóxido de carbono é normal na asma, pois não há destruição estrutural das unidades de troca gasosa, diferente do que ocorre na doença pulmonar obstrutiva crônica.
Uma das formas clínicas da aspergilose é a aspergilose broncopulmonar alérgica, causada por hipersensibilidade tipo I ao fungo, manifestando-se como uma asma brônquica persistente moderada ou grave, com febre episódica, tosse com tampões mucoides infiltrados pulmonares migratórios. Não é propriamente um quadro de asma, porém clinicamente semelhante.
A prova broncodilatadora, feita com beta-agonista, e o teste de broncoprovocação, que pode ser feito com histamina, metacolina ou carbacol, são testes importantes para avaliar a reversibilidade da obstrução das vias aéreas através da espirometria, em especial no diagnóstico da asma brônquica.
Qual o quadro clínico da asma?
É EPISÓDICA OU FLUTUANTE.
Isso significa que o paciente tem os sintomas eventualmente, muitas vezes precipitados por fatores como exercício físico, mudança de temperatura e umidade do ar atmosférico, inalação de aeroalérgenos, poluição atmosférica, inalação de produtos químicos etc.
Asma é uma doença muito comum com imenso impacto social. Resulta de um estado de inflamação subaguda persistente das vias aéreas. Sua característica fisiopatológica é a diminuição do diâmetro da via aérea, seguida de contração da musculatura lisa, congestão vascular, edema da parede brônquica e secreção e com sintomas e achados físicos próprios. Levando em consideração os dados apresentados escolha a alternativa CORRETA:
a) A tríade sintomática é representada por dispneia, tosse e “chiado no peito”.
b) Nos episódios de exacerbação, a insuficiência respiratória é comum.
c) Os medicamentos anticolinérgicos são contraindicados em pacientes com doença cardíaca concomitante.
d) Os glicocorticoides são indicados para os pacientes com sintomas iniciais da doença e com manifestações clínicas pouco evidentes.
e) As catecolaminas são drogas de longa duração, e são efetivas quando administradas por via oral.
a) A tríade sintomática é representada por dispneia, tosse e “chiado no peito”.
A sintomatologia da asma é classicamente referida pelo paciente como “chiado” no peito (sibilância), “aperto” no peito, tosse e dispneia, em combinações variáveis, o que torna a alternativa A correta.
A crise asmática não tem como desfecho frequente a insuficiência respiratória. Isto se deve ao uso de corticosteroides na exacerbação da doença. Esta droga, por reduzir a inflamação, tem acelerado a recuperação e diminuído o risco de crises fatais.
O brometo de ipratrópio é um anticolinérgico de meia-vida curta que está indicado no manejo da crise asmática (juntamente com o β2-agonista de meia-vida curta). Esta droga pode ser prescrita em pacientes com doença cardíaca concomitante.
As catecolaminas via oral não fazem parte do arsenal terapêutico da asma, pois além de não trazerem benefício algum, ainda aumentam a incidência de efeitos colaterais adrenérgicos.
Quais doenças podem causar sibilancia e são dx diferencial da asma?
- Bronquiolite por VSR
- DPOC
- TEP
- Fibrose cística
- Insuficiência cardíaca (“asma cardíaca”)
- Vasculite pulmonar
- BOOP
- Bronquiectasias
- Doença da traqueia
- Doença da laringe
Diante de um paciente com história de tosse e dispneia, são fatores que DIMINUEM a probabilidade de asma:
a) Eosinofilia sem outra justificativa.
b) História familiar de atopia.
c) Antecedente de tabagismo importante (> 20 maços/ano).
d) Sibilos, dispneia e tosse que pioram com exercício e resfriamento do ar inspirado.
e) Sibilos, dispneia e tosse após ingestão de salicilato ou betabloqueador.
c) Antecedente de tabagismo importante (> 20 maços/ano).
Sabemos que o tabagismo não é causa direta de asma, mas sim um fator de risco. Porém, frente a um caso de tabagismo significativo (> 20 maços-ano), aumenta-se a probabilidade de que a DPOC, e não a asma, seja a causa dos sintomas relatados. As demais alternativas listam achados característicos das diversas formas de asma.
O que é necessario para confirmar o diagnóstico de Asma?
1- Presença de sintomas compatíveis
2- Hiper-reatividade brônquica comprovada objetivamente.
Como comprovar a hiper-reatividade brônquica de forma objetiva?
- Espirometria com prova Broncodilatadora:
Padrão Obstrutivo + Prova Broncodilatadora Positiva (os valores numéricos variam de acordo com a referência).
Global Initiative for Asthma (GINA):
- Padrão obstrutivo (VEF1/CVF < 75-80% em adultos e < 90% em crianças)
- Prova broncodilatadora positiva (aumento do VEF1 > 200 ml e > 12%, em relação ao valor pré-broncodilatador em adultos ou aumento do VEF1 > 12% do valor previsto em crianças).
V Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, SBPT 2012:
- Padrão obstrutivo (redução da relação VEF1/CVF)
- Prova broncodilatadora positiva (aumento do VEF1 em 200 ml ou mais e 12% ou mais, em relação ao valor pré-broncodilatador, ou aumento do VEF1 ≥ 200 ml e ≥ 7% do valor previsto).
2. Teste de Broncoprovocação (com agentes Broncoconstritores ou exercício)
Global Initiative for Asthma (OMS)
- Queda do VEF1 ≥ 20% após dose baixa de metacolina, histamina ou carbacol. Ou
- Queda do VEF1 ≥ 15% após hiperventilação, salina hipertônica ou manitol.
- Outra opção: queda do VEF1 > 200 ml e > 10% após exercício físico (em crianças queda do VEF1 > 12%).
IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma
- Queda do VEF1 > 20%, após dose baixa de metacolina, histamina ou carbacol. Ou
- Queda do VEF1 > 10 a 15% após exercício físico.
3. Variabilidade do pico de Fluxo Expiratório (PFE)
Global Initiative for Asthma (OMS):
- Aumento do PFE em 20% ou mais após broncodilatador ou
- Variação diurna do PFE maior do que 10% (> 13% em crianças).
V Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma:
- Variação diurna do PFE > 20%.
Assinale, entre as alternativas abaixo, o exame que você escolheria para confirmar o diagnóstico de Asma Brônquica em paciente com história típica, mas com espirometria normal:
a) Pletismografia.
b) Testes cutâneos alérgicos.
c) Estudo radiológico do tórax em ins e expiração máxima.
d) Teste de broncoprovocação pela metacolina.
e) Nenhuma das opções acima.
d) Teste de broncoprovocação pela metacolina.
Não é raro o paciente com sintomas sugestivos de asma apresentar espirometria normal e ausência de resposta ao broncodilatador durante o exame espirométrico. Tal fato ocorre em função de a asma ser uma doença que caracteristicamente intercala períodos de sintomas com períodos nos quais o paciente permanece assintomático. Assim, a espirometria pode não detectar a obstrução se for realizada em um momento de remissão dos sintomas, principalmente nos pacientes com doença mais leve. Como a asma se caracteriza por apresentar hiper-responsividade brônquica, a detecção desta resposta exagerada das vias aéreas pode sugerir o diagnóstico da doença. Desse modo, em indivíduos com função pulmonar normal e suspeita clínica de asma, a detecção da hiper-responsividade brônquica através de testes de broncoprovocação podem ser muito úteis -Tais testes consistem em submeter o paciente a estímulos externos e verificar o grau de broncoconstrição desencadeada.
Os exames mais realizados são:
(1) teste de broncoprovocação com agentes broncoconstritores (metacolina, histamina, carbacol), com queda do VEF1 em pelo menos 20%, com alta sensibilidade e alto valor preditivo negativo;
(2) teste de broncoprovocação por exercício demonstrando queda do VEF1 acima de 10% a 15%.
Lucila tem 8 meses e foi internada duas vezes por sibilância e dificuldade respiratória. Na consulta ambulatorial, sem queixas agudas, você nota, à ausculta pulmonar, sibilância bilateral. Você deseja identificar o risco de Lucila ter asma considerando o Índice Preditivo de Asma (IPA), proposto para a avaliação clínica de lactentes sibilantes em diferentes Consensos Internacionais e Nacionais. Para predizer o risco de asma, considera-se um critério maior a seguinte condição em Lucila:
a) Ser a mãe asmática.
b) Haver IgE sérica elevada.
c) Apresentar sibilância persistente.
d) Existir eosinofilia no hemograma.
O diagnóstico de asma em lactentes é considerado um desafio, já que menos da metade das crianças sibilantes recorrentes, nesta faixa etária, apresentam asma verdadeira. Assim, foi desenvolvido um índice para caracterização dos lactentes e pré-escolares com maior probabilidade de serem verdadeiros asmáticos. Para que o Índice Preditivo de Asma (IPA) tenha acurácia adequada, a criança deve ter uma história de pelo menos quatro episódios de sibilância, tendo sido diagnosticado por médico em pelo menos um dos eventos. Os critérios modificados são:
Principais: Pai ou mãe com asma; dermatite atópica.
Secundários: Rinite alérgica; Sibilos sem resfriado; Eosinofilia > 4%.
O índice é considerado positivo na presença de 2 critérios principais ou 1 principal + 2 secundários.
Neste caso, gabarito letra A.
Em crianças menores de 3 anos de idade, com história de sibilância recorrente, qual dos critérios abaixo NÃO está relacionado ao risco de asma no futuro?
a) Pai e/ou mãe com histórico de asma (diagnóstico médico).
b) Eczema atópico (diagnóstico médico).
c) Rinite alérgica (diagnóstico médico).
d) Eosinofilia periférica maior que 4% (na ausência de parasitose intestinal).
e) Sibilância durante os quadros virais das vias aéreas superiores.
A questão foi bastante objetiva. Dos critérios apresentados, o único que não se apresenta como um fator de risco para desenvolvimento de asma no futuro, ou seja, que não faz parte do Índice Preditivo de Asma, é a sibilância durante quadros virais de vias aéreas superiores. As infecções virais são importante causa de sibilância em qualquer idade, e não estão relacionada a maior risco de asma no futuro.
Resposta: E.
JMCN, 2 anos, sexo masculino, branco. Aos 5 meses iniciou quadro de lesões eritematodescamativas em face, extremamente pruriginosas, causando muita irritação e perturbação do sono. Com o tempo, as lesões passaram a manifestar-se em regiões de flexuras dos membros superiores e inferiores. Nos últimos dois meses apresentou três episódios de tos- se, chiado no peito e falta de ar que melhoraram com a inalação de broncodilatador de curta duração. A mãe não conseguiu estabelecer o fator desencadeante desses quadros. Nasceu de parto normal, gestação a termo, sem intercorrências. Aleitamento natural exclusivo até os 4 meses. Qual o diagnóstico mais provável para os episódios de sibilância?
a) Traqueomalácia.
b) Bronquiolite.
c) Alergia a proteína do leite de vaca.
d) Bronquite viral.
e) Asma brônquica.
Ora, uma criança com crises episódicas de tosse, sibilância e dispneia, que melhoram com a utilização de broncodilatadores, e que ainda apresenta quadro sugestivo de dermatite atópica (lesões eritematodescamativas, pruriginosas, em face e áreas de dobras) provavelmente tem asma do tipo alérgica, tipo de asma mais comum da infância (90% dos casos). A asma, sendo uma manifestação de doença atópica, cursa frequentemente com outras manifestações clínicas, como por exemplo, a rinite, conjuntivite e dermatite (como no caso clínico). Em geral, a associação de asma e rinite alérgicaé muito comum e segundo alguns autores a sua associação com eczema confere maior gravidade à asma. Considera-se que 80% dos asmáticos tenham rinite e 50% dos pa- cientes com rinite tenham asma. Embora este paciente não preencha os critérios do Índice Preditivo de Asma (apenas um critério principal – dermatite atópica – e provavemente um secundário – sibilos sem resfriado), pela história clínica não dá pra marcar outra coisa.
Resposta: letra E.