ASMA Flashcards
Fisiopatologia da asma.
A asma se classifica como uma doença de HIPERSSENSIBILIDADE TIPO 1, possuindo em sua resposta inflamatória:
A diferenciação de LTCD4 em TH2, a ação de IgE, recrutamento de eosinófilos e a produção de mediadores inflamatórios por basófilos e mastócitos, como Histaminas e as vias de degradação do àc. Aracdônico de COX-1 e de LIPOX, gerando prostaglandinas e leucotrieno, que agravam ainda mais a inflamação.
A asma vai se manifestar principalmente após um segundo contato com o alérgeno/gatilho, pois é a partir daí que haverá a degranulação de mastócitos e basófilos, iniciando as vias de COX e LIPOX e produzindo prostaglandinas e leucotrieno.
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DA ASMA:
PRIMEIRO CONTATO
- Gatilho (alérgenos, atividade física…)
- Identificação da substância por APC’s residentes e apresentação (por MHC II) desta ao LTCD4.
- LTCD4 se diferencia em TH2
- TH2 produz IL-4 e IL-13: estimula a diferenciação de Linfócitos B em plasmócitos e a produção de anticorpos IgE
- Além disso, TH2 produz IL-5 que recruta EOSINÓFILOS ao sítio inflamatório.
- Ligação de IgE a yc de mastócitos e macrófagos.
- Mastócitos liberam histamina: resposta inflamatória
A PARTIR DA SEGUNDA EXPOSIÇÃO
- Gatilho
- Organismo já possui IgE específica E ligada a mastócitos e basófilos
- Desgranulação de mastócitos e basófilos -> liberam histaminas e vai ativar a degradação do àc. Aracdônico.
- Histaminas: vasodilatação (diapedese + extravamento de líquido pro brônquio – muco)
- Fosfolipídeos de membrana “soltos” (pela desgranulação) - possuem Ác. Aracdônico
- Degradação do Ác. Aracdônico:
- Pela COX: gera prostaglandina -> inflamação
- Pela LIPOX: gera leucotrieno -> broncoconstrição
-> inflamação crônica
Como a dieta é capaz de influenciar a resposta inflamatória da asma?
O ácido aracdonico está presente nos nossos fosfolipideos! Nossos fosfolipideos da membrana são compostos atraves da dieta lipidica que tivermos. Quanto mais “saudável” os lipideos que ingerirmos (azeite, por exemplo, omega 3,5..), menor incidencia de acido aracdonico nos nossos fosfolipideos de membrana, menor a reação em leucotrieno. A via de leucotrieno é uma via inflamatória.
Para doenças respiratorias como asma, vamos optar por ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS, inibindo a fosfolipase A2, e, assim, inibi-se TODA a via (tanto a da prostaglandina quanto do leucotrieno).
Por que AINES (anti-inflamatórios não esteroidais) NÃO são indicados para tratamento de asma?
Anti-inflamatorios nao esteroidais nao sao indicados pra quem tem asma.
Os AINES vai inibir a via COX da degradação do Ác. Aracdônico, impedindo a formação de prostaglandinas.
Sim, as prostaglandinas são substâncias pró-inflamatórias, mas seus efeitos possuem menor repercussão que os do LEUCOTRIENO (potente via inflamatória)
Ao inibir a via do COX-1, desviamos toda a degradação do ácido aracdônio para a VIA DO LEUCOTRIENO, produzindo muito mais leucotrieno e PIORANDO A RESPOSTA INFLAMATÓRIA.
Isso resulta em PIORA DA BRONCOCONSTRIÇÃO.
BRONCOCONSTRIÇÃO:
Agonistas interagem com receptores nas células brônquicas (RECEPTORES MUSCARÍNICOS, HISTAMÍNICOS), ativando a Proteína G. A subunidade alfa se desloca e ativa a fosfolipase C, que será responsável pela clivagem do PIP2, formando DAG e IP3. O IP3 se liga a seus receptores no retículo endoplasmático e libera o Ca2+ INTRACELULAR - CONTRAÇÃO do músculo liso do brônquio.
Agonistas: ACETILCOLINA (SNA parassimpático), LEUCOTRIENO e HISTAMINA.
TRATAMENTO DA ASMA
A base do tratamento é CI (corticoide inalatório) + LABA (beta-agonista de ação prolongada)
Ex.: Alenia (ambos os fármacos), Clenil HFA
EFEITOS ADVERSOS DO TRATAMENTO DA ASMA
- Irritação da garganta -> fazer gargarejo após uso do corticóide inalatório
- Candidíase oral
- Disfonia
- principalmente causados pelos corticoides inalatórios: produto acaba “machucando” a via aérea e causa imussupressão local
A longo prazo: - redução da densidade mineral óssea
- infecções respiratórias
- catarata
- glaucoma
- supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
Inchaço – corticoides mais fortes agem imitando o aldosterona: retenção de Na+, aumento da reabsorção de água.
Ex.: Hidrocortisona
Mecanismo BRONCODILATADORES – Beta 2 agonistas
Mecanismo de ação:
O medicamento é simpaticomimético – mimetiza a ADRENALINA.
No organismo: A adrenalina se liga ao seu receptor no músculo liso dos brônquios, o BETA2adrenérgico, ativando a proteína G. Isso vai fazer com que o ATP se converta em AMPc, o acúmulo de AMPc leva àativação da proteína quinase A (PKA), que realiza uma série de reações que culminam na diminuição dos níveis de Ca2+, promovendo o relaxamento muscular e, assim, a BRONCODILATAÇÃO
Beta 2 agonistas – “BOMBINHAS”
DE AÇÃO PROLONGADA: FORMOTEROL (LABA) E SALMOTEROL
Beta 2 agonistas – “BOMBINHAS”
DE AÇÃO PROLONGADA: FORMOTEROL (LABA) E SALMOTEROL
* São fármacos lipofílicos -> transpassam a membrana e conseguem agir por mais tempo no organismo.
* Formoterol possui porção hidrofílica, permitindo ação mais rápida que a do salmoterol
* Formoterol pode ser utilizado como terapia de resgate (em crises) e como tratamento (cronicidade).
* Salmoterol é somente lipofílico, tendo sua ação mais prolongada e seu início mais demorado
* Salmoterol não é utilizado em crises como terapia de resgate.
FORMOTEROL:
- Duração da ação: mantém a broncodilatação por até 12h (ação prolongada)
- Início da ação: 1 a 3 minutos (início rápido)
SALMOTEROL:
- Duração da ação: mantém a broncodilatação por até 24h (ação bem prolongada)
- Início da ação: 20 a 30 min (início demorado)
Beta 2 agonistas – “BOMBINHAS”
- DE CURTA DURAÇÃO: SALBUTAMOL (SABA)
- Utilizado em crises
- É uma substância hidrofílica, portanto, não consegue transpassar a membrana: fica para fora da membrana. -> Não se acopla ao receptor B2, mas se aproxima o suficiente a promover o estímulo.
- Não é suficiente sozinho, geralmente tem que associar com Corticóide Inalatório.
- Uso TÓPICO: não entra na corrente sanguínea, idealmente – pode acabar entrando e causar TAQUICARDIA (EFEITO ADVERSO)
- SABA NÃO TEM EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO
- Pacientes que utilizam o SABA com frequência possuem maior tendência a sofrer um mal de asma – apenas realiza a broncodilatação, não soluciona o problema.
- lembrar imuno: quanto mais vezes exposto ao alérgeno, maior o número de IgE que se ligam a basófilos e mastócitos -> maior degranulação e liberação de pró inflamatórios na próxima exposição (ex.: liberação maciça de histaminas) mal de asma.
POSOLOGIA:
Via inalador de dose medida (com espaçador): 4 a 8 inalações (100mcg) a cada 20 min, na primeira hora
Via nebulização: 2,5mg a cada 20 min na primeira hora
Duração da ação:
- promove broncodilatação por até 4h (curta duração)
- começa a agir em 20/30min
CORTICÓIDE INALATÓRIO – Anti-inflamatórios
EX.: BUDESONIDA
Medicamentos corticoides inalatórios vão inibir a expressão gênica de substâncias pró-inflamatórias e estimular a expressão gênica de substâncias anti-inflamatórias.
Mecanismo de ação:
Medicamento se liga ao seu receptor de membrana (cortisol possui receptores espalhados por todo o organismo). Após isso, complexo do receptor se dirige ao NÚCLEO da célula. O corticoide interage na transcrição gênica, causando:
- inibição de RNA mensageiros de substâncias pró-inflamatórias
- estimulação de RNA mensageiros para substâncias anti-inflamatórios
- maior expressão de B2 -> favorece a broncodilatação
ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS
- Impedem a ligação de Acetilcolina à receptores muscarínicos, que estimulariam a broncoconstrição.
- TIOTRÓPICO: de longa duração. Pode ser administrado por bomba de inspiração ou inalador oral
- IPRATÓPICO: de curta duração. Pode ser administrada por nebulização ou inalação oral
- Os antagonistas muscaríneos revertem a broncoconstrição ao estado NORMAL (não promovem a broncodilatação sozinhos).
ANTAGONISTAS DE LEUCOTRIENOS
EX.: MONTELUCASTE
Inibem a ação dos leucotrienos, ao se ligarem a receptores de leucotrienos e os inibir.
Ações do leucotrieno:
- potente pró-inflamatório
- causa broncoespasmo
- causa vasodilatação e a produção de muco