Apendicite Flashcards

1
Q

Quando o manejo conservado não cirúrgico é possível?

A
  1. Imagem: apendicite não perfurada (não complicada)
  2. Contraindicações:
    a. relativas: acima dos 45 anos (risco de apendicite por neoplasia) e apendicolito (ou fecalito; para Dr. Maurício é CI absoluta);
    b. absolutas: peritonite difusa, instabilidade hemodinâmica, sepse e grupos especiais (grávidas, imunodeprimidos, DII)

Ou falha de tratamento:
- Obstrução intestinal, sepse, dor febre ou leucocitose persistente

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2
Q

Vantagens e Desvantagens do Tratamento Conservador e Cirúrgico para Apendicite não Complicada

A

Antibióticos
- Vantagens: evita cx e anestesia, menor tempo de incapacidade e recuperação mais rápida
- Desvantagens: 10-20% falham em 30 dias; 30-40% recidivam em 1 ano; 40-50% recidivam em 5 anos, risco de não tratar causas neoplásicas (>45a), impossibilidade se dificuldade de acesso a serviço de saúde (caminhoneiros)

Cirurgia
- Vantagens: praticamente zero recidivas, menor risco de internações subsequentes
- Desvantagens: necessidade de cirurgia e anestesia, maior duração de incapacidade e tempo de recuperação por conta da cirurgia

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3
Q

Apendicite pode ser complicada (perfurada) em 15-20% dos casos
- Manejo depende se paciente está instável/estável e perfuração contida/livre.

A
  • Paciente instável: estabilizar para cx
    ○ Sepse e instabilidade hemodinâmica, estabilizar primeiro; diagnóstico pode ser feito apenas ao abrir.
    ○ Atenção especial para DHE e desidratação se vômitos.
  • Perfuração contida por estruturas adjacentes
    ○ Dor localizada em QID, na imagem há perfuração contida (massa inflamatória- phlegmon- ou abcesso)
    ○ Iniciar com ATB EV, descanso intestinal e reposição de fluidos. Cx imediata é associada a aderências e pior prognóstico
    ○ Abordagem
    § Abcesso <= 3cm: apendicetomia
    § Abcesso > 3cm: drenagem percutânea e ATB EV até possibilidade de CX (ambulatorial)
    § Phlegmon: apendicetomia se possível, caso contrário iniciar com ATB EV e internação
  • Perfuração livre é mais rara: Peritonite associada a dor difusa
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4
Q

Tratamento conservado apendicite:
- Esquemas ATB
- Acompanhamento
- Critérios de falha

A

Esquemas: Metro + Cipro (levo/cefazolin, cefuroxima, ceftriaxona, cefotaxime) ou Pipera+Tazobactam

Sintomas tendem a ceder em 24-48h. Manejo pode ser em enfermaria ou ambulatorial (idealmente com telessaúde dando suporte)

Ou falha de tratamento:
- Obstrução intestinal, sepse, dor febre ou leucocitose persistente

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5
Q

Modelo de prescrição inicial para paciente com apendicite

A

1) NPO
2) CSVR
3) Dipirona 1g 6/6h EV SN
4) Tramadol 50mg 6/6h EV SN
5) Metoclopramida 10mg 8/8h EV N/V
6) Ciprofloxacino 200mg 2 frasco-ampola 12/12h EV
7) Metronidazol 500mg 1 frasco ampola 8/8h EV

A depender do médico: AINE

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6
Q

Patogênese da apendicite e progressão da dor
- Causa mais comum em crianças e adultos

A
  • Progressão : inflamação da parede > isquemia > perfuração > abcesso contido/peritonite generalizada
  • Se a causa é obstrução, há aumento da pressão luminal e intramural, que resulta em trombose e oclusão de pequenos vasos e estase linfática. Com a distensão há aferência visceral para dor. Essa dor é vaga e central/periumbilical. Quando a dor é localizada há envolvimento de peritônio parietal.
  • Obstrução do apêndice pode ser causada por fecalito (massa fecal endurecida), cálculo, hiperplasia de linfonodo, processo infeccioso, e neoplasias malignas e benignas
  • Em jovens, a principal causa é hiperplasia linfoide folicular. Em pacientes mais velhos a principal causa de obstrução é fibrose, fecalito, neoplasia ou mucocele. Parasitas podem ser cogitados em áreas endêmicas.
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7
Q

História Clínica da Apendicite Aguda

A
  • Dor, em FID, anorexia, N/V
  • Dor costuma abrir o quadro.
  • 50% progride Periumbilical > FID conforme inflamação
  • Febre costuma ser mais tardia
  • Sintomas inespecíficos: indigestão, flatulência, hábitos GI irregulares, diarreia, mal-estar generalizado
  • Sintomas dependem da localização do apêndice.
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8
Q

Sintomas associados a apêndice inflamado em posição pélvica

A
  • Localização pélvica:
  • Sintomas urinários alteração da frequência urinária e disúria
  • Sintomas retais como tenesmo e diarreia
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9
Q

Exame físico na apendicite aguda
- Localização do apendice influencia
- Sinal de McBurney
- Sinal de Rovsing
- Sinal do psoas
- Sinal do obturador

A
  • Febre baixa inicialmente
    • Rigidez em quadrante inferior direito com acometimento do peritonio parietal
    • Apêndice retrocecal não faz esse padrão por não haver contato direto com peritônio parietal.
    • Sinais semiológicos
      ○ Ponto de McBurney (S 50-94%, E 75-85%)
      ○ Sinal de Rovsing (S 22-68%, E 58-96%) dor em FID à compressão de FIE, revelando irritação peritonieal em FID
      ○ Sinal do psoas, associado com apéndice retrocecal (S 13-42%, E 79-97%) dor à extensão passiva da articulação coxofemoral
      ○ Sinal do obturador, associado com apêndice pélvico (S 8%, 94E %, baixa sensibilidade justifica não realizar), dor à rotação externa passiva da coxa flexionada
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10
Q

Lab na Apendicite Aguda

A
  • Leucocitose e desvio à esquerda (S 80%, E 55%). Pode ser baixa na fase inicial e cresce se gangrena ou perfuração.
    PCR >10mg/L pode ser equivalente à leucocitose
  • Importante pedir Beta-HCG para mulheres
  • Pode haver elevação de bilirrubinas séricas, contudo não é útil na clínica
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11
Q

Diagnóstico de imagem na apendicite aguda
- Critérios de TC

A
  • TC é padrão ouro (pode ser feita com contraste oral e venoso)
    ○ Diâmetro aumentado (>6mm) com oclusão do lúmen
    ○ Espessamento da parede (>2mm)
    ○ Infiltrado de gordura adjacente
    ○ Fecalito ou apendicolito (25% dos pacientes)
    ○ Destaque da parede
    • USG: apêndice >6mm
    • RX de abdome agudo não costuma ser útil ao diagnóstico de apendicite
    • RM: útil em gestantes, positivo se >7mm, 6-7 mm é inconclusivo
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12
Q

Critéri de Alvarado
- Utilidade
- Escore

A

Especialmente útil para situações de dúvida, progredir com investigação de imagem. Escore baixo (<4) é mais útil para excluir diagnóstico do que um escore alto (≥7) é útil para confirmar.

Total = 9
- 2 pontos: leucocitose >10.000 e dor à descompressão brusca em QID
- 1 ponto: dor migratória, anorexia, náusea/vômito, dor em QID, febre (37,5ºC)

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13
Q

Diagnósticos diferenciais de apendicite aguda (não GO)

A
  • Perfuração: progressão possível, ameaça à vida, infecções intra-abdominais, sepse, abcesso intraperitoneal. Atraso de horas ou poucos dias no tratamento não estão associados a maior risco de perfuração. Deve-se considerar em pacientes com febre alta maior que 39,4ºC, leucocitose maior que 15.000 e imagem que revela coleção líquida em QID
    • Divertículo cecal: raro
    • Diverículo de Meckels: raro
    • Ileíte aguda: diarreia é um sintoma mais importante. Especialmente a Yersinia pode simular quadro de apendicite pela localização da dor em FID. Outros MO são Campylobacter, Salmonella e outros.
    • Crohn em exacerbação aguda: fadiga, diarreia prolongada com dor abdominal, perda de peso, febre, com ou sem sangramento intestinal são característicos. Pensar em pacientes que continuam sintomáticos após cirurgia e com AP normal.
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14
Q

Diagnósticos diferenciais Ginecológicos e Obstétricos para apendicite aguda

A
  • Abcesso Tubo Ovariano: complicação de DIP, associado a corrimento vaginal, mais comum em mulheres em idade reprodutiva
    • DIP: pode ser sintomático apenas com dispareunia, exame ginecológico aponta DX (exame bimanual, corrimento endocervical purulento). História e TC ajudam a diferenciar
    • Ruptura de cisto ovariano
    • Dor do meio (Mittelschmerz)
    • Torção ovariana ou de tromba de falópio: atenção para isquemia e perda de função ovariana
    • Endometriose: dor crônica, mais severa durante ovulação e menstruação
    • Gravidez ectópica
    • Endometrite (após manipulação)
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