Anestésicos locais Flashcards
fármacos capazes de impedir reversivelmente a gênese e condução de impulsos nas fibras nervosas sensitivas, promovendo a anestesia local, isto é, uma supressão temporária de todos os tipos de sensibilidade de uma área sem a perda da consciência.
Cocaína
- principal anestésico no passado
- altamente viciante: promove um aumento inicial da neurotransmissão de dopamina e serotonina (sensação de prazer)
- radical apolar, uma cadeia intermediária e um grupamento amônio quaternário polar.
-> características lipossolúveis e hidrossolúveis
-> a depender do pH do meio: ela viaja pelo sangue e atravessa membranas. - base fraca: meio ácido -> ioniza -> menor lipofilicidade
Outros anestésicos
- Procaína:
- efeito adverso de hipersensibilidade
- alívio sintomático de irritações locais.
- Lidocaína (xilocaína)
- uso amplo
- Bupivacaína
- ação prolongada e intensa
- efeitos cardiotóxicos
- enantiômeros S (-) e R (+) (mais cardiotóxico)
- produção de derivados mais S (-):
> levobupivacaína (simocaína),
> ropivacaína (levopropivacaína)
> menor efeito cardiotóxico, duração prolongada e efeito vasoconstritor intrínseco, mas são muito caros. - Prilocaína
- pouco efeito
- Articaína
- recentemente desenvolvido
- efeitos hepatotóxicos e à hipersensibilidade, sendo proibido em certos locais
- Tetrodotoxina (TTX) é uma toxina
- produzida naturalmente em peixes
- intenso efeito anestésico local,
- pode evoluir para um efeito paralítico progressivo até a morte: grande toxicidade, a TTX
- não exige a entrada em neurônios para desencadear seu efeito anestésico: seria muito benéfico para utilização em áreas de inflamação (pH ácido, o qual prejudica a absorção dos anestésicos locais, que são bases fracas)
Classificações de Anestésicos Locais
Os anestésicos podem ser classificados conforme sua cadeia intermediária (ésteres e amidas) e segundo seu radical apolar (derivados do PABA, da xilidida, da toluidina ou do metil-tio-fenol).
Anestésicos Locais Ésteres
- apresentam um éster (COOCH2CH2) em sua cadeia intermediária.
Derivados do ácido-p-amino-benzóico (PABA)
- procaína (Novocaína): alívio sintomático de irritações.
- tetracaína (Pantocaína): alívio da dor no meato acústico externo.
- benzocaína (Dequadin): conformação estrutural diferente -> mais
hidrossolúvel -> permitindo que aja contra irritações nas mucosas e contra prurido.
Anestésicos Locais Amidos
- apresentam um amido (NHCOCH2) em sua cadeia intermediária.
Derivados da xilidida
- lidocaína (Xilocaína) é o anestésico local mais comumente utilizado.
- mepivacaína (Carbocaína/Scandicaine) tem ação mais prolongada do que a lidocaína.
- bupivacaína (Neocaína/Marcaína) tem ação ainda mais prolongada e intensa, mas é cardiotóxica.
Derivados da toluidina
- prilocaína e etidocaína: não têm efeito satisfatório.
Derivados do metil-tio-fenólico
- articaína é um fármaco moderno, mas com efeitos hematotóxicos e de hipersensibilidade.
Efeitos Adversos dos Anestésicos Locais
Hipersensibilidade
- principalmente com ésteres, metabissulfito (conservante de vasoconstritores) e parabeno (conservante de anestésicos).
Coração
- redução da força de contração (inotropismo negativo),
- redução de frequência cardíaca (cronotropismo negativo),
- redução de velocidade de condução e excitabilidade.
Sistema Nervoso Central
Fase I = Excitação: Ao inibir os inibidores do SNC, há efeito inicial de excitabilidade, com convulsões e tremores e ↑ FC, FR e PA.
Fase II = Depressão: Causa depressão, com sonolência, indiferença, ↓ FC, FR e PA, podendo chegar a comas e morte.
Sangue
- A prilocaína e a articaína impedem a redução do ferro da hemoglobina do sangue, levando à metemoglobinemia, em gatos e
coelhos.
Vasos Sanguíneos
- vasodilatação. Por isso é importante usar vasoconstritores para prolongar seu efeito.
Fatores que Influenciam Ação de anestésicos locais
pH
- moléculas estão em sua forma lipossolúvel no interstício.
- inflamação: o interstício é acidificado -> moléculas ionizam no interstício -> incapaz de entrar na célula
Tempo de difusão da ponta da agulha ao nervo
- mais próximo está o nervo do sítio de administração = mais rápida será a anestesia.
Tempo de difusão para fora
- define o tempo de ação
- depende da passagem do fármaco do interstício à circulação.
-> quanto menor o fluxo de sangue, mais prolongada é a ação.
* Os vasoconstritores são utilizados associados aos anestésicos para reduzir o diâmetro dos vasos (↑ R periférica) e, assim, reduzir o fluxo na região.
Diâmetro da fibra nervosa
- maior a disponibilidade de sítios de interação = mais
moléculas de anestésico precisam se ligar para gerar um efeito.
-> quanto maior o diâmetro da fibra, mais difícil será anestesiar.
! Portanto, sabemos que a melhor forma de verificar se um animal está anestesiado é pelo tato (e não pela dor).
Estímulo Prévio
- para anestésico se ligue ao canal de Na+, ele deve estar inativo, o que significa que ele precisa ter estado aberto antes
-> é mais fácil anestesiar uma região que previamente estava sofrendo estímulos.
Concentração do Anestésico
- as moléculas devem ser suficientes para gerar um efeito.
Ação dos Anestésicos Locais
- são bases fracas =>
1. interstício: não-ionizada, lipossolúvel, capaz de atravessar as membranas do neurônio =>
2. Citosol: ionizam, hidrossolúvel
3. ligam-se aos canais de Na+ dependentes de voltagem que encontram-se inativos,
4. Impedem que sejam novamente ativados.
*inativos = periodo refractario absoluto, não abre nem com potencial de ação
*captura pelos vasos sanguíneos => fármacos saem de neurônios => permite potencial em neurônios