Anemias hiperproliferativas Flashcards

1
Q

O que significa hemocaterese?

A

Hemocaterese é o processo fisiológico de destruição das hemácias a partir de 120 dias de vida. O principal local da hemocaterese, assim como a hemólise, é no baço, o que justifica uma esplenomegalia em uma hemólise.

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2
Q

Nem toda hemólise vai gerar uma anemia. Explique os mecanismos necessários para uma hemólise compensada.

A

Há 3 mecanismos/fatores necessários:

  1. hiperplasia da medula
  2. estoques adequados Fe, B12 e ác. fólico (esse é o que acaba mais facilmente, por isso sua reposição em deonças hemolíticas crônicas)
  3. morre com mais de 20 dias (se antes disso, não tem como ser compensada)
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3
Q

Como se dá a hiperplasia de medula a fim de compensar a hemólise?

A

Com a hemólise, há uma queda de hemácias e consequentemente diminuição do aporte de O2 para os tecidos. O rim é especialmente sensível à essa hipóxia e então produz e libera eritropoietina, a qual age na medula estimulando sua hiperplasia. A medula é capaz de hiperplasiar de 6 a 8x sua capacidade. Com a hiperplasia, haverá grande produção de reticulócitos, os quais acabam sendo liberados no sangue, gerando reticulocitose e, por fim, aumento de hemácias, compensando a hemólise. Como os reticulócitos são células maiores que as hemácias, acabam aumentando o VCM.

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4
Q

Quais as principais causas de reticulocitose?

A

A grande causa é anemia hemolítica.

Outra possível causa é a melhora a anemia ferropriva, após cerca de 7 a 10 dias do início do tratamento.

Por fim, sangramentos agudos, porém não é tão comum na prática e nem em provas.

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5
Q

Consequências imediatas da hemólise?

A

↑LDH (enzima intracelular que é liberada após hemólise e por isso aumenta)

↑bilirrubina ind. (após hemólise, é liberada a protoporfirina do grupo heme que é convertida em biliverdina e posteriormente em bilirrubina ind.)

↓haptoglobina (proteína que se liga às globinas após hemólise. Ao se ligar às globinas, vai ser metabolizada no fígado e seus níveis caem). É um marcador muito sensível de hemólise.

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6
Q

Qual a clínica da anemia hemolítica?

A

Sd. anêmica: letargia, fadiga, cefaleia, angina, taquicardia, palpitação

Esplenomegalia possível (devido hemólise)

Icterícia leve possível (↑ billirubina ind.)

Hemoglobinúria possível (colúria)

Cálculo biliar de bilirrubinato de Ca (visível no raio-X abdmonen)

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7
Q

Qual o laboratório da anemia hemolítica?

A

Hemograma:

Hg e/ou Ht ↓

VCM ↑

Reticulocitos ↑ (policromatofilia)

Outros:

LDH ↑

Bilirrubina ind. ↑

Haptoglobina ↓

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8
Q

Quais as principais complicações da anemia hemolítica?

A

As principais complicações são as crises anêmicas agudas, que são basicamente uma pessoa com hemólise crônica que de repente cursa com importante piora da anemia (“anemião”) + alguma manifestação.

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9
Q

Quais as principais crises anêmicas agudas e suas causas?

A

Crise aplásica (infecção dos eritroblastos por parvovírus B19)

Crise megaloblástica (def. ác. fólico)

Anemia hemolítica aguda (def. G6PD, aranha marrom - Loxosceles)

Sequestro esplêncio (anemia falciforme)

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10
Q

Explique como se apresenta a crise aplásica, sua causa e tratamento.

A

Crise aplásica: piora anemia + reticulocitopenia

Causa: Dá-se pela infecção dos eritroblastos pelo parvovírus B19, o que impede a formação de reticulócitos.

Tratamento: suporte, e pode ser necessário até transfusão sanguínea

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11
Q

Explique como se apresenta a crise megaloblástica, sua causa e tratamento.

A

Crise megaloblástica: piora da anemia + reticulocitopenia + neutrófilos hipersegmentados

Causa: def. ác. fólico (pcte com hemólise crônica deixou de repor ác. fólico, combustível para eritropoiese)

Tratamento: ác. fólico diariamente (5g)

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12
Q

Explique como se apresenta a hemólise aguda grave, sua causa e mecanismo patológico.

A

Hemólise aguda grave: piora da anemia + injúria renal aguda (IRA)

Causa: def. G6PD (dç hereditária. A G6PD é importante no metabolismo das hemácias, para detoxificação de agentes oxidantes eritrocitários. Na sua def., pode haver hemólise na presença de gatilhos (infecção, AAS, outros med.). Outra causa é envenenamento por aranha marrom (Loxosceles).

Mecanismo patológico: por alguma dessas causas, haverá uma hemólise maciça, com muita liberação de hemoglobina, que vai causar IRA. Ou seja, tem-se uma hemoglobinúria maciça com lesão renal. A apresentação da IRA será uma necrose tubular aguda (NTA) com oligúria.

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13
Q

Qual a crise que se apresenta com piora da anemia e esplenomegalia? Qual anemia ela é bastante característica?

A

Crise de sequestro esplênico. Pode cursar em qualquer anemia hemolítica, mas é bastante característica da anemia falciforme.

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14
Q

Como se apresenta a anemia hemolítica autoimune?

A

Sd. anêmica

Hg e/ou Ht ↓ (anemia)

Reticulócitos ↑ (compensação hemólise)

LDH e Bilirrubina ind. ↑ (devido hemólise)

Haptoglobina ↓

COOMBS direto + = anemia hemolítica autoimune (se negativo, não tem anemia hemolítica autoimune)

Microesferócitos / esferócitos no esfregaço de sangue periférico

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15
Q

Coombs direto + e esferócitos no sangue periférico é sinônimo de?

A

Anemia hemolítica autoimune

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16
Q

O que é o Coombs direto e indireto?

A

O Coombs é um teste que avalia a presença de anticorpos especícos contra os eritrócitos. O Coombs direto avalia diretamente a hemácia enquanto o indireto avalia a presença dos anticorpos no plasma. O Coombs positivo indica anemia hemolítica autoimune.

17
Q

Qual as causas de anemia hemolítica autoimune?

A

Há importância em se dividir as anemia hemolíticas autoimunes quanto ao tipo de anticorpo:

Por anticorpo quente, IgG, responsável por 75% dos casos, a maioria dos casos tem causa idiopática. Porém, pode-se dar secundária a infecção, LES e LLC (leucemia linfocítica crônica). Ou até mesmo por penicilina e metildopa. O tratamento consiste em tratar a causa, corticoide e rituximabe. Pode chegar a ser necessário até mesmo esplenectomia, onde há a hemólise.

Por anticorpo frio, IgM, as principais causa são infecção por micoplasma, monoclueose ou mesmo macroglobulinemia. O tratamento consiste em tratar a causa e rituximabe, não entra corticoide aqui. Nesse caso, a hemólise se dá muito no fígado, então não justifica esplenectomia, mas pode ser necessário plasmaferese.

18
Q

Quais as principais anemia hemolíticas hereditárias?

A

Esferocitose hereditária;

19
Q

Qual a etiopatogenia da esferocitose hereditária, sua clínica, diagnóstico e tratamento?

A

A esferocitose é uma dç hereditária, em que há defeitos nas proteínas estruturais da membrana; as hemoglobinas dentro das hemácias se aproximam, a hemácia adquire forma de esferócito, perde plasticidade e aumenta a fragilidade de sua membrana. Ao passar pleo baço, de forma mais lenta pela perda de plasticidade, ocorre hemólise pelos macrófagos.

Clínica: por ser hereditária, vai ser uma criança com anemia hemolítica, HCM ↑ (hipercrômica pq as hg se juntam), esferócitos e esplenomegalia (devido hemólise).

Diagnóstico: pode ser dado pelo teste de fragilidade osmótica, pq na esferocitose as hemácias ficam mais frágeis.

Tratamento: acompanhamento, com medidas a depender do contexto do pcte. Pode ser reposto ác. fólico, eritropoietina ou realizado transfusão.

O tratamento curativo é a esplenectomia, porém sabe-se que o baço é um importante órgão imune, então devem ser pesados os riscos e benefícios. <6 anos → esplenectomia parcial; >6 anos → esplenectomia total. É indicada se anemia grave ou refratária e/ou pelas repercussões clínicas.

20
Q

Qual o teste que melhor diferencia anemia hemolítica autoimune da esferocitose hereditária?

a) Coombs direto
b) Coombs indireto
c) Teste de fragilidade osmótica
d) mielograma

A

Coombs direto.

A fragilidade osmótica é presente nas duas condições.

21
Q

Explique a etipatogenia, clínica, diagnóstico e tratamento da deficiência de G6PD.

A

A glicose-6-fosfato desidrogenase é um enzima fundamental para geração do aporte de NADHP (“lixeiro”), o qual atua na detoxificação dos agentes oxidantes eritrocitários. Sua deficiência é uma doença hereditária, mais comum em homens (pois é ligado ao X) e afrodescendentes.

Patogenia: na deficiência de sua atividade, as hemácias acumulam radicais superóxidos (espécies reativas de O2) o que leva a hemólise. Entretanto, essa hemólise acontece após 20 dias, o que possibilita a compensação dessa hemólise pelo organismo. Então, geralmente, a deficiência de G6PD é assintomática.

Os problemas podem acontecer no que é denominado crise anêmica de hemólise aguda grave que acontece a partir de algum gatilho, o qual vai gerar uma superoxidação, acelerando a hemólise, a qual pode repercutir com IRA. Os principais gatilhos são:

Infecções (mais comum)

Drogas: Sulfas, primaquina, dapsona, naftalina, nitrofurantoína, rasburicase.

Diagnóstico:

Pesquisa de corpúsculos de Heinz, Hemácias mordidas (bite cells), Medida da ativ. de G6PD

Tratamento:

Prevenção (conhecimento sobre a doença e atenção sobre os gatilhos)

22
Q

Defina hemoglobinúria paroxística noturna e explique sua fisiopatologia, clínica, diagnóstico e tratamento.

A

Trata-se de uma desordem genética adquirida extraútero.

Fisiopatologia: em resumo, trata-se de mutação que deixa a hemácia e até mesmo leucócitos mais fáceis de serem lisados pelo complemento.

Clínica: homem, 30 a 40 anos, com a tríade: hemólise + pancitopenia + tromboses abdominais (gera-se um quadro de hipercoagulabilidade). Apenas 25% dos casos é noturno, apesar do nome.

Diagnóstico: citometria de fluxo: ↓ CD55/CD59

Tratamento: eculizumabe; pegcetacoplan (mais recente, melhor)