Análise de dados em epidemiologia Flashcards
EM UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO, FORAM INCLUÍDAS 100 CRIANÇAS COM A DOENÇA DE KAWASAKI E 100 CRIANÇAS SEM ESSA DOENÇA. ENTRE AS CRIANÇAS COM A DOENÇA, 50 FORAM EXPOSTAS AO COMPOSTO QUÍMICO C NAS 3 SEMANAS PRÉVIAS AO DIAGNÓSTICO. ENTRE AS CRIANÇAS SEM A DOENÇA, 25 FORAM EXPOSTAS AO COMPOSTO QUÍMICO C NAS 3 SEMANAS PRÉVIAS AO DIAGNÓSTICO. ELABORE A TABELA 2X2, DEFINA O TIPO DE ESTUDO, CALCULE A (S) PRINCIPAL (IS) MEDIDA (S) DE ASSOCIAÇÃO (ÕES) E INTERPRETE-A (S).
Trata-se de um estudo de caso-controle, pois o estudo iniciou com grupo de pessoas doentes (doença de Kawasaki) e outro grupo controle (pessoas sem a doença de Kawasaki) e, a partir daí buscou relação com um fator de risco (exposição ao composto químico C). A medida de associação que deve ser empregada neste caso é o OR ou Odds Ratio, também chamada de razão de chances ou razão dos produtos cruzados.
OR = 3
Pacientes com doença de Kawasaki tem 3 vezes mais chances de terem sido expostas ao composto químico C quando comparados a pacientes sem a doença de Kawasaki.
PARA EXAMINAR O POSSÍVEL PAPEL DO DIABETES MELLITUS (DM) NA ETIOLOGIA DO CÂNCER DE PÂNCREAS (CP), FORAM INVESTIGADOS 720 PACIENTES COM DIAGNÓSTICO RECENTE DE CP E 720 INDIVÍDUOS INTERNADOS COM OUTRAS DOENÇAS. OS PARTICIPANTES FORAM RECRUTADOS EM 3 HOSPITAIS, DURANTE UM PERÍODO DE 2 ANOS. ENTRE AQUELES COM CP, 200 REFERIRAM HISTÓRIA PRÉVIA DE DM, JÁ NO GRUPO COM OUTRAS DOENÇAS, 50 REFERIRAM (TAMBÉM HÁ PELO MENOS 2 ANOS ANTES DA DATA DE INTERNAÇÃO). ELABORE A TABELA 2X2, DEFINA O TIPO DE ESTUDO, CALCULE A (S) PRINCIPAL (IS) MEDIDA (S) DE ASSOCIAÇÃO (ÕES) E INTERPRETE-A (S).
Trata-se de um estudo de caso-controle, pois o estudo iniciou com grupo de pessoas doentes (câncer de pâncreas) e outro grupo controle (pessoas com outras doenças) e, a partir daí buscou relação com um fator de risco (história prévia de DM). A medida de associação que deve ser empregada neste caso é o OR ou Odds Ratio, também chamada de razão de chances ou razão dos produtos cruzados. OR = 5,15
Pacientes com câncer de pâncreas tem 5,15 vezes mais chances de terem história prévia de DM quando comparados a pacientes com outras doenças.
UMA PACIENTE DE 60 ANOS, DIABÉTICA HÁ 10 ANOS, PROCURA O SEU MÉDICO DE FAMÍLIA E COMUNIDADE PARA AVALIAÇÃO DE ROTINA. DURANTE A CONSULTA, O MÉDICO PROPÕE A SUBSTITUIÇÃO DO HIPOGLICEMIANTE ORAL QUE USA HÁ 8 ANOS (DROGA “A”) POR OUTRO MAIS EFETIVO (DROGA “B”), PORÉM LOGO É QUESTIONADO SOBRE OS REAIS BENEFÍCIOS DA TROCA. PARA AJUDAR NA DECISÃO, SÃO APRESENTADAS AS INCIDÊNCIAS DE COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO DIABETES DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO REALIZADO POR 10 ANOS: GRUPO QUE UTILIZOU A DROGA “A”: 20%; GRUPO QUE UTILIZOU A DROGA “B”: 5%. DETERMINE O PERCENTUAL DE COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO DIABETES, PREVISTAS NO GRUPO “A”, QUE SERIAM EVITADAS NAS PESSOAS DO GRUPO “B”?
Para responder ao que se pede, será necessário calcular a redução de risco relativo (1 - RR). Para tal, inicialmente, deve-se calcular o RR (incidência tratado/incidência controle); nesse caso, tratado refere-se à droga B, e controle, à droga A. RR = 0,05/0,20 = 0,25, ou seja, a droga nova (B) é protetora. Agora, RRR = 1 - 0,25 = 0,75 x 100 = 75%. Logo, se o grupo que usou a droga A tivesse usando a droga B, 75% dos desfechos seriam evitados.
EM UM DOS ESTUDOS DE CASO-CONTROLE, REALIZADO PARA AVALIAR A ASSOCIAÇÃO ENTRE RETINOPATIA AVANÇADA E O SURGIMENTO DE CATARATA EM PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 1, VERIFICA-SE O SEGUINTE RESULTADO ESTATÍSTICO QUANTO À FORÇA DESSA ASSOCIAÇÃO (RAZÃO DE CHANCE OU ODDS RATIO): OR = 2,18 (IC 95% 0,90 A 3,97). DIANTE DESSES RESULTADOS EXPLIQUE O QUE SE PODE CONCLUIR.
O odds ratio é a razão de chance de exposição entre casos e controles. Quando as chances são iguais nesses grupos, esse estimador resulta em “1”, por isso, para interpretar o intervalo de confiança desse estimador, basta verificar se na sua amplitude a unidade “1” está incluída; se sim, dizemos que, embora o estimador tenha resultado em fator de risco (maior que 1) ou de proteção (menor que 1), se for considerada a variação aleatória de 95%, ele não será significativo. O que pode-se concluir é que não existe associação entre a retinopatia avançada e o surgimento de catarata.
UM ESTUDO RECRUTOU 60 PESSOAS COM CERTO TIPO DE CÂNCER (GRUPO X) E 180 PESSOAS SEM ESSA DOENÇA (GRUPO Y). FOI APLICADO QUESTIONÁRIO EM TODAS AS 240 PESSOAS, QUE REVELOU O SEGUINTE: NO GRUPO X, 35% ESTAVAM EXPOSTOS A UM DETERMINADO FATOR DE INTERESSE E, NO GRUPO Y, 40%. DETERMINE O VALOR DE OR.
Entre os casos (grupo x, 60 pessoas), 35% foram expostas a determinado fator, o que corresponde a 21 pessoas expostas (60 x 0,35) e, consequentemente, 39 pessoas doentes e não expostas (60 - 21). Já entre os controles (grupo y, 180 pessoas), a exposição foi de 40%, logo, 72 pessoas (180 x 0,40) expostas e 108 não expostas e sadias (180 - 72). Dessa forma, calculando a razão de chances (odds entre os casos/odds entre os controles) = a x d / c x b = 21 x 108/72 x 39 = 0,8076 = 0,81.
UMA INVESTIGAÇÃO REALIZADA EM BANCO DE SANGUE DE UM HOSPITAL CHEGOU AOS SEGUINTES RESULTADOS: ENTRE 2 MIL PESSOAS QUE RECEBERAM TRANSFUSÃO SANGUÍNEA, ACOMPANHADAS DURANTE UM ANO, 200 CONTRAÍRAM HEPATITE. NO GRUPO CONTROLE, 5 MIL PESSOAS QUE NÃO RECEBERAM TRANSFUSÃO, ACOMPANHADAS IGUALMENTE DURANTE PERÍODO IDÊNTICO, APENAS 5 CONTRAÍRAM A DOENÇA. ELABORE A TABELA 2X2, DEFINA O TIPO DE ESTUDO, CALCULE A (S) PRINCIPAL (IS) MEDIDA (S) DE ASSOCIAÇÃO (ÕES) E INTERPRETE-A (S).
Trata-se de um estudo de coorte, individuado, observacional, longitudinal, prospectivo. O início do estudo foi a divisão de indivíduos sadios em dois grupos: o que realizou transfusão sanguínea (grupo exposto) e o que não realizou transfusão sanguínea (grupo não exposto). Houve um seguimento por um período de um ano e, ao final deste tempo, observou o surgimento de hepatite nos grupos.
RR = 100
Pacientes que realizam transfusão sanguínea têm um risco 100 vezes maior de desenvolver hepatite quando comparados a pessoas que não realizam transfusão sanguínea
RA = 9,9 %
A transfusão sanguínea contribui em 9,9% para o desenvolvimento de hepatite.
Incidência = 2,9%
Dos indivíduos participantes, 2,9% desenvolveram hepatite
FOI REALIZADO UM ESTUDO DE COORTE PARA A INVESTIGAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO HÁBITO DE FUMAR NO DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER DE PRÓSTATA. APÓS O SEGUIMENTO FOI OBTIDO UM RISCO RELATIVO DE 8,6 (IC 95% 2,3 A 10,6). O QUE PODEMOS CONCLUIR COM ESTE ESTUDO?
O risco relativo (RR), ou razão de riscos, corresponde à razão entre o risco de desfecho no grupo dos expostos e o risco de desfecho no grupo dos não expostos. Indica quantas vezes é mais provável de indivíduos expostos virem a desenvolver uma doença em relação aos não expostos. Como o RR foi igual a 8,6 pode-se dizer que a pessoa que fuma tem um risco 8,6 vezes maior de desenvolver câncer de próstata, quando comparado a uma pessoa que não fuma. E como no intervalo de confiança (IC) não há o número 1, posso inferir que o hábito de fumar é fator de risco para câncer de próstata.
FOI REALIZADO UM ESTUDO PARA VERIFICAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC), AO LONGO DE 10 ANOS, EM 150 MULHERES, DAS QUAIS 80 USAVAM PÍLULA ANTICONCEPCIONAL. NO GRUPO DAS QUE FAZIAM USO, 35 SOFRERAM AVC E NO GRUPO DAS QUE NÃO USAVAM PÍLULA SOMENTE 10 DESENVOLVERAM AVC. ELABORE A TABELA 2X2, DEFINA O TIPO DE ESTUDO, CALCULE A (S) PRINCIPAL (IS) MEDIDA (S) DE ASSOCIAÇÃO (ÕES) E INTERPRETE-A (S).
Trata-se de um estudo de coorte, individuado, observacional, longitudinal, prospectivo. O início do estudo foi a divisão de indivíduos sadios em dois grupos: as que usavam pílula anticoncepcional (grupo exposto) e as que não usavam pílula anticoncepcional (grupo não exposto). Houve um seguimento por um período de 10 anos e, ao final deste tempo, observou o surgimento de AVC nos grupos.
RR = 3,06
Mulheres que usam pílula anticoncepcional têm um risco 3,06 vezes maior de desenvolver AVC quando comparadas mulheres que não usam pílula anticoncepcional.
RA = 29,5 %
O uso da pílula anticoncepcional contribui em 29,5% para o desenvolvimento de AVC.
Incidência = 30%
Dos indivíduos participantes, 30% desenvolveram AVC
A EXPOSIÇÃO A SITUAÇÕES ESTRESSANTES PODE SER UM FATOR DE RISCO IMPORTANTE PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES. UM GRUPO DE PESQUISADORES ALEMÃES REALIZOU UMA INVESTIGAÇÃO PARA TESTAR A HIPÓTESE QUE ESSE TIPO DE EXPOSIÇÃO AUMENTA O RISCO DE DOENÇAS CARDÍACAS AGUDAS, COMO INFARTO, ARRITMIAS E PARADA CARDÍACA. FORAM COMPARADAS AS TAXAS DE DOENÇAS CARDÍACAS AGUDAS EM MUNIQUE, NOS DIAS DE JOGOS DA SELEÇÃO ALEMÃ DE FUTEBOL DURANTE A COPA DO MUNDO DE 2006, COM TAXAS OBSERVADAS EM DOIS PERÍODOS PRÓXIMOS À REALIZAÇÃO DO MESMO EVENTO. NOS DIAS DE JOGOS DA SELEÇÃO ALEMÃ, A TAXA MÉDIA DE DOENÇA CARDÍACAS AGUDAS FOI 600/100.000 PESSOAS/ ANO. ENQUANTO A TAXA MÉDIA OBSERVADA NOS OUTROS PERÍODOS PRÓXIMOS FOI DE 200/100.000 PESSOAS/ANO. CALCULE E INTERPRETE A MEDIDA DE ASSOCIAÇÃO ADEQUADA ENTRE SITUAÇÃO ESTRESSANTE (DIAS DE JOGOS DA SELEÇÃO ALEMÃ) E RISCO DE DOENÇAS CARDÍACAS AGUDAS.
A medida de associação adequada é a razão de prevalências.
RP 3
Portanto, o risco de apresentar doenças agudas é 3 vezes maior nos períodos de jogos.
OS RESULTADOS DE UM ESTUDO DE COORTE PARA INVESTIGAR A ASSOCIAÇÃO ENTRE VITAMINA A E CÂNCER DE LARINGE EM HOMENS DE 50 A 70 ANOS DE IDADE SÃO MOSTRADOS ABAIXO. CALCULE O RISCO RELATIVO DESTE ESTUDO E INTERPRETE-O
Quando o RR é maior que um, o fator avaliado pode ser considerado de risco. Se RR for igual a 1, não há associação entre causa e desfecho. Como o RR foi menor que 1, significa que o desfecho (câncer de laringe, no caso) foi mais frequente nos expostos (uso de vitamina A). Isso significa que o fator avaliado pode ser de proteção. Portanto, o risco de indivíduos que usam vitamina A desenvolver câncer de laringe é 81% do risco de indivíduos que não fazem uso de vitamina A desenvolver câncer de laringe.
UM ESTUDO REALIZADO EM DIVERSOS PAÍSES DEMONSTRA UMA CORRELAÇÃO ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVA (R = 0,72; P = 0,02) ENTRE AS PREVALÊNCIAS DE TABAGISMO E OS PIBS DOS PAÍSES. DETERMINE O TIPO DE ESTUDO REALIZADO E JUSTIFIQUE.
Trata-se de um estudo ecológico em que não há avaliação individual, e todos os dados levantados não estão no nível individual, e sim no coletivo (país). É
a principal característica deste estudo.
EM UM DOS ESTUDOS DE CASO-CONTROLE, REALIZADO PARA AVALIAR A ASSOCIAÇÃO ENTRE RETINOPATIA AVANÇADA E O SURGIMENTO DE CATARATA EM PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 1, VERIFICA-SE O SEGUINTE RESULTADO ESTATÍSTICO QUANTO À FORÇA DESTA ASSOCIAÇÃO: OR = 2,18 (IC 95% 0,90 A 3,97). EXPLIQUE O QUE PODEMOS CONCLUIR COM ESTES DADOS.
Diante destes dados podemos concluir que não existe associação entre retinopatia avançada e o surgimento de catarata. O Odds Ratio é a razão de chances de exposição entre casos e controles. Quando as chances são iguais nesses grupos, esse estimador resulta em 1, por isso, para interpretar o intervalo de confiança deste estimador, basta verificar se na amplitude a unidade 1 está incluída; se sim, dizemos que, embora o estimador tenha resultado em fator de risco (> 1) ou de proteção (< 1), se for considerada a variação aleatória de 95%, ele não será significativo.
UMA QUESTÃO CONSIDERADA FUNDAMENTAL EM EPIDEMIOLOGIA ENVOLVE A CONCEITUAÇÃO E A OPERACIONALIZAÇÃO METODOLÓGICA DA CAUSALIDADE. DISCUTA E DIFERENCIE OS CRITÉRIOS DE CAUSALIDADE PROPOSTOS POR KOCH DAQUELES PROPOSTOS POR BRADFORD HILL.
Os postulados de Koch aplicam-se quando a causa específica é um agente infeccioso, químico ou outro agente específico que não possui portador saudável. Traz a explicação monocausal para as doenças. Já os critérios de Bradford Hill mostram uma evolução no modelo de pensamento para o processo saúde-doença, pois passa da ideia de monocausalidade para a de especificidade de causa e efeito, e multicausalidade para as doenças.
EXPLIQUE A IMPORTÂNCIA DO CRITÉRIO DE TEMPORALIDADE, USADO POR HILL PARA A RELAÇÃO ENTRE CAUSA E EFEITO.
A temporalidade diz que a causa precede o efeito, ou seja, a exposição ao fator de risco antecede o aparecimento da doença. Estudos longitudinais conseguem fazer uma relação cronológica entre exposição e desfecho, fenômeno que não poderá ser obtido por meio de estudos transversais. Nestes, a avalição entre exposição e desfecho ocorrem ao mesmo tempo.
“UMA ASSOCIAÇÃO SERÁ TÃO MAIS FORTE QUANTO MAIS DISTANTE DO VALOR DE NULIDADE ESTIVER A MEDIDA DE EFEITO DE INTERESSE CALCULADA”. IDENTIFIQUE O CRITÉRIO DE ASSOCIAÇÃO PROPOSTO POR HILL QUE SE ENCAIXA NA AFIRMAÇÃO.
Esta afirmativa diz respeito à força de associação, a qual determina que quanto mais forte a associação medida pelo risco relativo (ou estimada pelo odds ratio), maior a probabilidade de ser causal a associação observada.