A utilização dos rendimentos Flashcards
Rendimento disponível
O rendimento disponível é aplicado em consumo ou em poupança. As famílias vão aplicar o seu rendimento disponível na satisfação das suas múltiplas necessidades, isto é, no consumo. Contudo, nem todos os agentes económicos gastam a totalidade do seu rendimento disponível. Há agentes que reservam uma parte dos seus rendimentos para fazer face situações futuras, constituindo uma poupança.
Duas situações que as famílias podem enfrentar quanto ao seu rendimento
Há famílias que gastam para além do seu rendimento, entrando em situações de sobre-endividamento. Porém há outras que, pelas mais variadas razões, renunciam à satisfação imediata de algumas necessidades, prevendo a possibilidade de satisfazer necessidades futuras. A poupança permite, assim, diferir o consumo para momentos futuros.
Fatores que influenciam a poupança- Nível de rendimentos
A poupança depende de múltiplos fatores, em primeiro lugar, do nível dos rendimentos. Quanto mais elevados foram os rendimentos, maior será a possibilidade de as famílias pouparem após terem efetuado as necessárias despesas de consumo. O rendimento determina, portanto, em grande parte o nível de poupança.
Fatores que influenciam a poupança- Política fiscal
A politica fiscal conduzida pelo estado, através dos impostos diretos, que incidem sobre o rendimento ou sobre o património, bem como dos indiretos, que incidem sobre o consumo, na medida que altera os rendimentos disponíveis das famílias, tem, naturalmente, uma influência direta sobre os níveis da poupança.
Fatores que influenciam a poupança- Incerteza quanto ao futuro
A poupança pode, também, ser determinada pela incerteza quanto ao futuro. As expectativas quanto ao nível de rendimentos no futuro, situações imprevistas como o desemprego ou doença, ou qualquer outro tipo de despesas imprevistas podem levar famílias a reservarem uma parte do seu rendimento para possíveis aquisições futuras.
Fatores que influenciam a poupança- Aquisições ou investimentos futuros
O desejo de aquisições futuras, como um carro, uma casa, ou até a programação de umas férias, pode levar as famílias a amealharem dinheiro durante um certo período de tempo até perfazerem a quantia total.
Fatores que influenciam a poupança- Consumismo
Tendo em conta que vivemos numa sociedade de consumo, a poupança, depende também do grau de consumismo das famílias. A publicidade, o marketing e as facilidades de crédito geram consumos exagerados e desnecessários, provocando, mesmo nas famílias com rendimentos disponíveis mais elevados, uma menor canalização do dinheiro para a poupança.
Que outro agente económico efetua poupança
Não são só as famílias que canalizam parte do seu rendimento para a poupança. As empresas também poupam. Reservam uma parte do seu rendimento para assegurar a possibilidade de novos investimentos no futuro. A conjugação da poupança das famílias, das empresas e até do próprio estado é fundamental para a atividade económica. Essas poupanças quando são colocadas em instituições financeiras, poderão, posteriormente, ser canalizadas para a manutenção ou ampliação da capacidade produtiva de um país, através da concessão de empréstimos.
Os destinos da poupança
As poupanças efetuadas pelos agentes económicos têm motivações e objetivos diversos. Constituindo uma reserva de rendimento para satisfação de necessidades futuras, os agentes terão, entretanto, de lhes assegurar um destino. Em termos genéricos, podemos apresentar 3 possíveis destinos para as poupanças: a colocação financeira, entesouramento e investimento.
Colocação financeira
Os detentores de poupança fazem uma aplicação da mesma quando a colocam nas instituições financeiras. Uma das formas de aplicar a poupança é através da respetiva colocação em produtos financeiros, permitindo, desse modo, obter um rendimento adicional, como o caso dos juros numa aplicação a curto prazo. Deste modo a colocação financeira corresponde à aplicação da poupança em produtos financeiros disponibilizados através das instituições financeiras.
Colocação financeira- exemplos de produtos financeiros
- Depósitos a prazo;
- Ações
- Obrigações;
- Certificados de Aforro;
- Bilhetes de tesouro;
- Planos de poupança/ Fundos de Investimento;
O montante a colocar e o período de tempo em que o aforrador está disposto a renunciar à aplicação do capital são dois fatores decisivos na escolha dos produtos financeiros. Depois de ter em conta todos os aspetod deve escolher o produto que melhor se ajuste às suas necessidades, ou então optar pela diversificação que tem menos risco. Que aspetos temos de ter em conta?
- O risco- se o produto garante ou não uma determinada rentabilidade ou se a sua taxa de rentabilidade é fixa ou variável. Muitos destes produtos têm uma rentabilidade incerta, ou não têm garantido retorno do capital aplicado;
- A rentabilidade- se o rendimento esperado do produto é mais ou menos elevado;
- A liquidez- Se o título é mais ou menos facilmente convertido em moeda;
- Fiscalidade- se existem benefícios associado ao produto e o tipo de tributação que incide sobre os rendimentos daí derivados;
Entesouramento- definição
Há entesouramento quando a poupança fica à guarda dos seus proprietários ou, caso fique à guarda de terceiros, essa entrega não é feita com o objetivo de aumentar o valor do capital, poi o entesouramento não tem o intuito de rentabilização do património. No entanto, isso não significa que, por exemplo, uma obra de arte adquirida como objeto de decoração, que não se destina a ser revendida, não possa constituir um entesouramento que, mais tarde, se venha a valorizar.
Formas de entesouramento
O entesouramento pode ser realizado através da guarda de valores em cofres ou outro locais semelhantes ou, então, através da aquisição sem intenção de revenda, de bens que não se despreciem com o tempo, como, por exemplo, joias ou barras de ouro.
Desvantagens do entesouramento
- Destruição material das notas;
- Não aumenta o valor do capital quando guardamos as nossas poupanças num cofre em casa, não vamos obter qualquer rendimento das mesmas;
- Podemos assistir a uma desvalorização, em períodos inflacionários, o valor da poupança não irá acompanhar a perda do valor da moeda e o aforrador e, quando aplicar o respetivo valor em atos de consumo, vai satisfazer menos necessidades do que as que satisfaria no momento em que entesourou o rendimento
Investimento
O investimento é outra alternativa para a utilização de poupança. Trata-se de canalizar a poupança para a atividade produtiva, de forma a possibilitar a manutenção ou o aumento de capacidade. A poupança é, assim, utilizada na aquisição ou substituição de equipamentos e na reposição dos stocks das matérias-primas que são utilizadas no fabrico de bens.
Componentes da formação de capital (investimento)
A formação do capital divide se em duas componentes (FBCF (formação bruta de capital fixo) e variação de existências)
Formação de capital- formação bruta de capital fixo
Designa o valor do investimento líquido realizado com a aquisição de bens duradouros (capital fixo), juntamente com o valor do capital fixo qua foi consumido (amortizações), isto é, engloba o valor total que foi investido em bens de equipamento, edifícios, etc., independentemente de se tratar da aquisição de bens novos ou dos encargos suportados com a substituição ou reparação dos equipamentos já existentes.
Formação de capital- Variação de existências
Representa as oscilações de stocks de existência entre dois períodos diferentes. Normalmente, considera-se o período de um ano e o seu cálculo é efetuado subtraindo-se o valor das matérias-primas, produtos semiacabados e produtos acabados que havia no início do ano ao valor existente no final do ano, apurando-se, desse modo, as variações dos stocks de existências que ocorreram ao longo o ano.
Fórmula da Formação de capital
Formação de capital= Formação bruta de capital fixo + variação de existências
Classificação dos investimentos- principais polos
Quanto à natureza- investimento material/ Investimento imaterial/Investimento financeiro
Quanto à função- Investimento de substituição/ Investimento de inovação/ Investimento de capacidade
Quanto ao agente- público ou privado
Classificação dos investimentos- Quanto à natureza
- Investimento material- quando diz respeito à aquisição de bens tangíveis, isto é, à compra de bens com existência física, bens corpóreos;
- Investimento imaterial- quando se refere à aquisição de bens intangíveis, bens não corpóreos, como a prestação de serviços relacionada com a formação I&d (Investigação e Desenvolvimento), a aquisição de marcas, patentes ou software informático, as despesas com publicidade, etc.
- Investimento financeiro- quando se envolve com a aquisição de ativos financeiros, como exemplo, as Ações ou as obrigações;
Classificação dos investimentos- Quanto à função
- Investimento de substituição- assegurar a manutenção da capacidade produtiva, através da reposição do capital à medida que vai ser utilizado e aquisição e existências (repor o capital fixo e a adquirição de capital circulante);
- Investimento de inovação (ou racionalização) - manter os equipamentos e os processos de fabrico tecnologicamente atualizados para garantir a eficiência e competitividade das unidades produtivas;
- Investimento de capacidade- possibilitar o aumento da capacidade produtiva da unidade de produção, através da aquisição de mais bens de equipamento;
Classificação dos investimentos- Quanto ao autor
- Público- quando é efetuado pelo estado
- Privado- quando é realizado por agentes privados
Porque os investimentos privados e públicos são importantes par um país
São importantes para um país, pois permitem criar emprego e aumentar a sua riquez, dando mais lugar à poupança, que, por sua vez, gera novos investimentos e potencia um crescimento económico sustentado.
Inovação tecnológica e a investigação e desenvolvimento (I&D)
O investimento em inovação tem vindo a ganhar cada vez mais importância nas sociedades atuais, desempenhando a tarefa fundamental de dinamizar a atividade económica. Durante muitos séculos, os processos de descoberta decorreram de forma muito lenta. O ritmo das descobertas aumentou muito com a Revolução Industrial, tendo acelerado ainda mais a partir da segunda metade do século XX. Hoje em dia, os processos de descoberta desenrolam-se de forma muito rápida, pois deles depende a sociedade de consumo em que vivemos.