8. Morfossintaxe I - Termos da oração Flashcards
Qual a ordem natural (direta) da organização de uma sentença, a estrutura base de uma oração?
SuVeCa: Sujeito + Verbo + Complementos (+ adjuntos).
Ex: Eu comprei uma bicicleta semana passada
Nós gostamos de comer em rodízios
PARA FIXAR
Dica para o estudo de toda a língua portuguesa: ache o verbo, tente colocar a sentença na ordem direta e procurar o sujeito de cada verbo.
Na análise sintática e na pontuação, essa dica salva vidas!
CERTO OU ERRADO
Toda oração tem verbo.
CERTO!
No que consiste o sujeito da oração?
A entidade sobre a qual se declara algo na oração.
No que consiste o predicado da oração?
A declaração feita a respeito do sujeito.
No que consiste o núcleo do sujeito?
O termo central, mais importante, geralmente um substantivo ou pronome.
CERTO OU ERRADO
Termos substantivados não podem ocupar a posição de núcleo do sujeito.
ERRADO! Podem sim.
Por exemplo, na frase “O correr faz bem à saúde”, “correr” é um verbo substantivado que é o núcleo do sujeito. Assim, podemos usar palavras que expressam ações ou qualidades como se fossem pessoas, coisas ou ideias, formando um sujeito completo.
Como são chamados os termos que “especificam”, “delimitam” o núcleo do sujeito?
Termos determinantes.
“Dois cães ferozes brigaram na padaria.”
Qual o sujeito e o núcleo do sujeito?
O sujeito é dois cães ferozes e seu núcleo é cães.
“Silvério e Everton são muquiranas generosos.”
Qual o sujeito e o núcleo do sujeito?
O sujeito é Silvério e Everton e o núcleo há mais de um núcleo, que também é Silvério e Everton.
“Duas de suas amigas foram aprovadas.”
Qual o sujeito e o núcleo do sujeito?
O sujeito é Duas de suas amigas e o núcleo é duas pois ela que recebeu o determinante, a locução adjetiva “de suas amigas”.
PARA FIXAR
Em situação de prova, podemos encontrar um sujeito muito extenso, carregado de determinantes longos, orações adjetivas, termos intercalados. Então, é importante localizar o “núcleo” para então conferir a concordância:
Ex: Aquelas dezenove discutíveis leis sobre as quais paira, segundo melhor juízo do operador do direito, suspeita de inconstitucionalidade superveniente supostamente — se tudo der certo — serão votadas hoje.
Se retirarmos a “gordura” e localizarmos o núcleo desse enorme sujeito, teremos somente: leis serão votadas.
Ex: Aquelas dezenove discutíveis leis sobre as quais paira, segundo melhor juízo do operador do direito, suspeita de inconstitucionalidade superveniente supostamente — se tudo der certo — serão votadas hoje.
Então, uma boa análise sintática de período começa pelo verbo, pois ele indicará o número e pessoa do sujeito e também sua identidade: o que será votado? As leis.
Resumindo: para fazer a análise sintática de um período.
1) Localize o verbo.
2) Identifique a pessoa (1ª, eu, nós; 2ª, tu, vós; 3ª, ele(a), eles(a)) e o número do verbo (singular/plural).
3) Localize o sujeito (geralmente, o “quem” do verbo e que com ele concorda em pessoa e número).
No que consiste um sujeito determinado?
Aquele que está identificado, visível no texto, sabemos exatamente quem está praticando (ou recebendo) a ação verbal.
Ex: Ela fuma. (sujeito simples, um núcleo)
Ex: João e Maria fumam. (sujeito composto, mais de um núcleo)
PARA FIXAR
O sujeito pode aparecer também na forma de uma oração, isto é, o sujeito vai ser uma estrutura com verbo:
Ex: Exportar mais é preciso. (sujeito oracional do verbo “ser” (“é”), “exportar mais”.
O núcleo desse sujeito é o verbo no infinitivo “exportar”. Quando o sujeito é oracional, o verbo fica no singular: [ISTO] é preciso.
IMPORTANTE: nesse último exemplo, temos, então, dois verbos e duas orações.
Precisamos relembrar aqui o “sujeito passivo”, aquele que “sofre” a ação, em vez de praticá-la.
Ex: [João] foi raptado por estudantes barbudos. (“João” é sujeito, mas não pratica a ação, ele sofre a ação de ser raptado.)
Ex: Admite-se [que o Estado não pode ajudar.]
[que o Estado não pode ajudar] admite-se/é admitido
[ISTO] admite-se/é admitido
Observe que nessa oração acima, temos voz passiva sintética (VTD+SE), então o sujeito é oracional E paciente.
Em regra, pronomes oblíquos têm função de complemento; contudo, há um caso especial em que o pronome oblíquo átono (o, a, os, as) pode desempenhar função sintática de sujeito. Quando isso ocorre?
Quando tais pronomes ocorrem dentro de um objeto direto oracional dos verbos causativos (deixar, mandar, fazer) e sensitivos (ver, ouvir, sentir).
Ex: Eu mandei o menino sair / Mandei-o sair.
PARA FIXAR
Não podemos trocar o pronome oblíquo “o” por outro quando este estiver fazendo função de sujeito:
✔ Mandei-o sair
X Mandei-lhe sair
X Mandei ele sair
Esse é o raciocínio detalhado, para entender. Para efeito de prova, grave:
Com os verbos Deixar, Fazer, Mandar, Ver, Ouvir, Sentir, o pronome oblíquo pode ser sujeito, como nas sentenças abaixo:
Ex: Deixe-me estudar / Não se deixe aborrecer / Ela o fez desistir / Mandei-a ir embora.
Outro detalhe importante, como temos duas orações e, em uma delas, o sujeito é o pronome, as formas deixe aborrecer, fez desistir, mandei ir etc. NÃO SÃO LOCUÇÕES VERBAIS, MAS DUAS ORAÇÕES EM UM PERÍODO COMPOSTO.
No que consiste um sujeito oculto?
Um sujeito que não aparece mas é determinado, pois podemos identificá-lo facilmente pelo contexto ou pela terminação do verbo (desinência).
Ex: Encontramos mamãe.
o sujeito é “nós”, mesmo que a palavra “nós” não esteja escrita, expressa na oração.
Como também pode ser chamado o sujeito oculto?
Sujeito elíptico ou desinencial.
No que consiste um sujeito indeterminado?
Aquele que não se pode identificar no período. Não sabemos exatamente quem é o sujeito e não conseguimos inferir do contexto.
Em que pessoa do verbo ocorre a indeterminação do sujeito indeterminado?
Na 3ª pessoa.
Ex: Hoje me contaram que você joga futebol muito mal. (quem contou?)
Ex: Dizem que ela teve um caso com o chefe. (quem diz?)
Ex: Roubaram nosso carro! (quem roubou?)
Como ocorrerá a indeterminação do sujeito na 3ª pessoa do singular?
Nas frases que o verbo na terceira pessoa do singular estiver junto com “se”.
Ex: Falou-se do aquecimento global no simpósio.
Precisa-se de tradutor.
Mente-se para as crianças.
Sonha-se muito alto.
Nunca se está livre de desgraças.
Sempre se fica nervoso durante um assalto.
PARA FIXAR
Temos uma expressão que simplesmente “DESPENCA” em prova: “tratar-se de” (VTI+SE).
Essa expressão, quando tem sentido de assunto/referência ou quando funciona como uma espécie de substituto do verbo “ser”, é sempre invariável, indica sujeito indeterminado. Observe os exemplos.
Ex: Ela recebeu uma herança estranha: trata-se de duas moedas de cobre.
Ex: Não foi por amor que ela veio. Trata-se de interesse.
Ex: Não se trata de quem é mais inteligente. Trata-se de quem persiste mais.
Lembramos que o sujeito não deve ter preposição (“de”, por exemplo) no seu início, dessa forma a expressão que vem após “tratar-se de” jamais poderá ser um sujeito. Além do mais, a preposição “de” é, nesse caso, exigida pelo próprio verbo “tratar”, o que indica que esse é um verbo transitivo INDIRETO. Se o termo não é o sujeito, então não vai fazer o verbo se flexionar. Logo, o verbo fica na terceira pessoa do singular.
Por outro lado, se tivermos Verbo Transitivo DIRETO (VTD) + SE, essa estrutura vai indicar voz passiva pronominal. Abordaremos mais à frente o assunto, mas já adiantamos que diante de VTD + SE, o verbo vai se flexionar para concordar com o sujeito (paciente), como na frase abaixo:
Ex: Vendem-se casas > Casas são vendidas. (sujeito plural, verbo no plural).
PARA FIXAR
O infinitivo impessoal apresenta sentido genérico ou indefinido. Não se relaciona com nenhuma pessoa e sua forma é invariável.
PARA FIXAR
SUJEITO x REFERENTE
Sujeito é uma função sintática, tem a ver com o papel funcional e estrutural que um termo (substantivo, pronome etc.) desempenha na oração.
Referente é um termo semântico, está relacionado à ideia e ao contexto da frase e não necessariamente coincide com a função sintática do termo a quem se refere. Na maior parte dos casos, o sujeito e o referente são iguais. Mas é possível o verbo ter um “sujeito” diferente do seu “referente”.
Ex: Os meninos jogam futebol. Jogam futebol todos os dias.
Na primeira oração, “os meninos” é o sujeito de “jogar” e também o referente de jogar, pois são os meninos que jogam. Na segunda oração, “os meninos” é apenas o “referente” de “jogar”; sintaticamente, o sujeito está oculto, omitido, elíptico, mas o referente, no mundo das ideias, é ainda “os meninos”. Observe o trecho:
[Os meninos] jogam futebol. (Eles = Os meninos) Jogam futebol todos os dias.
Ex: Vi os meninos que jogam futebol.
Agora, na oração sublinhada, “os meninos” continuam sendo o referente, pois, semanticamente, são os meninos que jogam. Porém, o sujeito sintático é o pronome “que”. Nesse caso, referente e sujeito não coincidem.
Ex: Uma dezena de médicos avaliou o candidato.
Nessa oração, o verbo “avaliou” concorda no singular com o núcleo do sujeito “dezena”; porém, semanticamente, o referente da ação é “médicos”, pois são os médicos que de fato avaliam.