3.6. CRASE - TEORIA Flashcards
O QUE É A CRASE?
CRASE é a “soma” de uma preposição “A” (termo regente) + um artigo “A” (termo regido).
QUAIS OS TRÊS CASOS FACULTATIVOS DA CRASE?
- Diante de pronomes possessivos femininos no SINGULAR:
- Levar a (à) sua unidade de doação documento oficial de identidade com foto. - Após “até”
- - Emocionado, ele se comoveu até as (às) lágrimas; - Antes de nome de mulher;
- -
- Antes de pronome adjetivo possessivo feminino no singular;
- “Há” indicando tempo transcorrido;
- Diante de horas e parte do dia (à noite/ a noite).
QUAIS O MANDAMENTOS DA CRASE?
1) Diante de pronome, crase passa fome!
2) Diante de masculino, crase é pepino!
3) Diante de ação, crase é marcação!
4) Palavras repetidas: crases proibidas!
5) Diante de numeral, crase faz mal!
6) Quando houver hora, crase sem demora!
7) Palavra determinada, crase liberada!
8) Vou a, volto dá = crase há / vou a, volto de = crase para quê?
9) “A” no singular, palavra no plural: crase nem a pau!
10) Palavra indefinida, crase tá fodida.
DIANTE DE PRONOME POSSESSIVO A CRASE É FACULTATIVA?
R: SE FOR NO SINGULAR É FACULTATIVA
Diante de PRONOMES POSSESIVOS femininos no SINGULAR quando o termo regente exigir a preposição “a”.
EX:
Levar a sua unidade de doação documento oficial de identidade com foto.
Levar à sua unidade de doação documento oficial de identidade com foto
ATENÇÃO 1: Se o possessivo estiver no plural, não mais haverá um caso de crase facultativa.
ATENÇÃO 2: Caso o possessivo feminino se refira a um substantivo elíptico (oculto), a crase será obrigatória.
DIANTE DO PRONOME ‘ATÉ’ A CRASE É FACULTATIVA?
R: SIM
Diante da preposição “até”, uma vez que esta preposição pode aparecer sob a forma da locução “até a”.
EX:
Emocionado ele se comoveu até as lágrimas.
Emocionado ele se comoveu até às lágrimas.
DIANTE DE NOMES PRÓPRIOS FEMININOS A CRASE É FACULTATIVA?
R: SIM
Diante de nomes próprios femininos, quando o termo regente exigir a preposição “a”. Como se sabe, os nomes de pessoas na Língua Portuguesa podem ou não vir antecedidos de um artigo. A colocação do artigo denota afetividade, proximidade, intimidade.
Ex:
Em seu discurso, ele fez referências a Joana e a Maria
Em seu discurso, ele fez referências à Joana e à Maria.
A Fernanda deixou minha gratidão por tudo que ela fez.
À Fernanda deixou minha gratidão por tudo que ela fez.
EM QUAIS OS CASOS NUNCA OCORREM CRASE?
- Diante de VERBOS;
- Diante de PALAVRAS MASCULINAS.
- Diante de PRONOMES PESSOAIS RETOS (a ti, a mim, a Vossa excelência, a você…)
- Diante de ARTIGOS INDEFINIDOS (um, uns, uma, umas…)
- Diante de PRONOMES INDEFINIDOS (este, esta, esse, essa, isso) exceção: a qual e as quais.
- Diante de um ‘‘a’’ singular e uma palavra no plural.
- Diante de SUBSTANTIVOS FEMININOS usados em sentido GERAL E INDETERMINADO.
- Diante de expressões formadas por PALAVRAS REPETIDAS (gota a gota, ponta a ponta…)
EXEMPLOS E DICAS SOBRE A CRASE
- Obedeço à lei.
Na frase 1, o verbo “Obedeço” é transitivo indireto e exige preposição “a”, e o substantivo “lei” é feminino e admite artigo “a”, por isso há crase. - Obedeço ao código.
Na frase 2, o mesmo verbo exige a preposição, porém o substantivo posterior é masculino, por isso não há crase. - Tenho aversão à atividade manual.
Na frase 3, a crase ocorre porque o substantivo “aversão” exigiu a preposição “a” e o substantivo “atividade” admitiu o artigo feminino “a”. - Tenho aversão ao trabalho manual.
Na frase 4, “aversão” exige preposição “a”, mas “trabalho” é substantivo masculino, por isso não há crase. - Refiro-me àquela casa.
Nas frases 5, 6 e 7, “Refiro-me” exige preposição “a”, e os pronomes demonstrativos “aquela”, “aquele” e “aquilo” possuem vogal “a” inicial (não é artigo), por isso há crase. - Refiro-me àquele livro.
Nas frases 5, 6 e 7, “Refiro-me” exige preposição “a”, e os pronomes demonstrativos “aquela”, “aquele” e “aquilo” possuem vogal “a” inicial (não é artigo), por isso há crase. - Refiro-me àquilo.
Nas frases 5, 6 e 7, “Refiro-me” exige preposição “a”, e os pronomes demonstrativos “aquela”, “aquele” e “aquilo” possuem vogal “a” inicial (não é artigo), por isso há crase. - Esta é a casa à qual me referi.
Na frase 8, “me referi” exige preposição “a”, e o pronome relativo “a qual” é iniciado por artigo “a”, por isso há crase. - Não me refiro àquela casa da esquerda, mas à da direita.
Na frase 9, “me refiro” exige preposição “a”, “aquela” possui vogal “a” inicial (não é artigo) e “a” tem valor de “aquela”, por isso há duas ocorrências de crase.
ensino à distância
C/E
ERRADO
O correto é falar de ensino a distância sem o acento indicativo da crase.
Lembre-se de que a palavra distância só o admitirá se estiver determinada:
'’O inimigo estava a distância; no entanto, para que pudessem observá-lo melhor, aproximou-se, colocando-se à distância de dois metros.’’
à partir de
C/E
ERRADO
Não use à partir de, pois não se coloca o sinal indicativo da crase antes de verbo. Escreva, simplesmente, a partir de:
'’As inscrições para o processo seletivo estarão
abertas a partir de 1o de junho.’’
De segunda a sexta, não estaremos funcionando.
C/E
CERTO
Todos ficaram a observar o evento, a cerca de vinte metros do local.
C/E
CERTO
Não ocorre crase diante de VERBOS, veja outros exemplos:
'’Muitos chegaram a comprar o carro, só porque a promoção falava de amor.’’
'’Os advogados estavam dispostos a curtir o bom momento da carreira.’’
'’Temos algo a resolver.’’
'’Estamos a esperar por você.’’
O quadro foi pintado à óleo.
C/E
ERRADO
Não ocorre crase antes de palavras masculinas, veja:
'’Ele sempre comprava a prazo.’’
'’Aquele pacote cheirava a vinho.’’
'’Gosto de andar a pé.’’
'’Envie o documento a Paulo.’’
'’Foi ao Rio de Janeiro a serviço do Tribunal de Contas da União.’’
'’Comprei um belo quadro pintado a óleo.’’
Veio a esta cidade ontem.
C/E
CERTO
Não ocorre crase antes de pronomes demonstrativos.
este, esta, esse, essa, isto e isso:
'’Não me refiro a isto, e sim a isso que está em seu bolso.’’
“Vinde à mim as criancinhas…”
C/E
ERRADO
Não ocorre crase antes de pronomes pessoais e de tratamento:
'’Dei um presente A ela, A Vossa Senhoria e A você.’’
Obs.:
a) Diante de senhora, senhorita e madame, pode-se utilizar o acento:
Entregamos o perfume à senhora. (ao senhor)
… à senhorita Valéria.
… à madame.
b) A palavra dona não aceita artigo definido; por isso, é proibido o uso do sinal da crase:
Dei um presente a dona Maria. (para dona Maria)
Apresentamos o gerente a dona Ester. (para dona Ester)
Não conte os segredos a qualquer pessoa, a alguém que não mereça confiança.
C/E
CERTO
NÃO ocorre crase antes de Pronomes indefinidos (algum, nenhum, tudo, nada, cada, pouco, certo, vários, tantos….etc)
'’Você pode assistir A alguma comédia.’’
A que pessoas você entregou o dinheiro?
C/E
CERTO
Pronomes relativos
Observe a correspondência entre feminino e masculino:
A que pessoas você entregou o dinheiro?
A que indivíduos você entregou o dinheiro?
A poesia a que me refiro é de João Cabral de Melo Neto.
O poema a que me refiro é de João Cabral de Melo Neto.
Não conheço a garota a quem você se reporta com suas observações.
Não conheço o garoto a quem você se reporta com suas observações.
A mulher a cuja situação ele se referiu esteve aqui há pouco.
A mulher a cujo filho ele se referiu esteve aqui há pouco.
A qual das pessoas você solicitou paciência?
A qual dos meninos você solicitou paciência?
Não leve em consideração as atividades às quais todos se entregam imotivadamente.
Não leve em consideração os projetos aos quais todos se entregam imotivadamente.
Não me refiro a esta norma, mas à (àquela) que foi objeto de repúdio.
C/E
CERTO
Mas, cuidado!
Quando o a, diante do que, for equivalente aos demonstrativos aquele, aquela ou aquilo, o sinal indicador da crase poderá ou não ser utilizado, dependendo da regência:
Não me refiro a esta norma, mas à (àquela) que foi objeto de repúdio. (Temos referir-se a alguém ou a alguma coisa, ou seja, referir-se à norma, objeto de repúdio)
Note que ao substituirmos o termo feminino – ao qual o que se refere – por uma palavra masculina, a combinação ao aparecerá:
Não me refiro a este regulamento, mas ao (àquele) que foi objeto de repúdio.
Chegaremos à uma pequena aldeia.
C/E
ERRADO
NÃO ocorre crase antes Artigos indefinidos.
ARTIGOS INDEFINIDOS ==>UM, UNS, UMA, UMAS
Os indefinidos se antepõem ao substantivo para indicar, normalmente, que se trata de um ser desconhecido, indeterminando-o ou generalizando-o (uma escola).
Chegaremos a uma pequena aldeia.
Vá a uma farmácia de manipulação e verifique se é possível preparar a fórmula para amanhã.
Não divulgue seus projetos a pessoas que não mereçam confiança.
C/E
CERTO
NÃO se usa crase antes Palavras femininas tomadas no sentido amplo, genérico
Não divulgue seus projetos a pessoas que não mereçam confiança.
A diretora atribuiu o insucesso dos alunos a professores mal preparados.
Obs.: Não se utiliza o acento indicativo da crase na ligação de palavras repetidas: Cara a cara Corpo a corpo Frente a frente Gota a gota Uma a uma
Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, a oração “A receita satisfaz a voracidade de nossa cultura pelo remédio” poderia ser reescrita da seguinte maneira: A receita atende à avidez da nossa cultura pelo remédio. C/E
CERTO
O verbo ATENDER no sentido de “dar ou prestar atenção, ser atencioso, cuidar, servir” pode ser tanto VTD quanto VTI (Nova gramática da língua portuguesa para concursos, Rodrigo Bezerra, 5ª Edição, pág. 577, Ed. Método).
Então, na frase exposta pela questão (A receita atende à avidez da nossa cultura pelo remédio), o uso ou não da crase não atentaria contra o gabarito. Portanto, gab. CORRETO.
…DESEJO DE DAR SENTIDO À VIDA…
CESPE - o emprego do sinal indicativo de crase em “à vida” deve-se à presença do substantivo “sentido”, cujo complemento deve ser introduzido pela preposição a. C/E
ERRADO!!
A questão tenta nos induzir pensar que “quem dá sentido, dá sentido A ALGO”.
Mas a crase não é justificada na questão pelo substantivo sentido, mas sim pelo verbo DAR, que, no caso, é VTDI (verbo transitivo direto e indireto).
Deve-se analisar do seguinte ângulo: “Quem dá, dá algo (SENTIDO - OBJETO DIRETO) a alguém (A+A VIDA - OBJETO INDIRETO, logo, À VIDA).
Sendo assim, a crase é exigida não pela presença do substantivo “sentido”, e sim por ser Objeto Indireto do verbo DAR.
” Mas até o Iluminismo, no século XVIII, a humanidade não recorreu a teses raciais para justificar a escravidão (…)
CESPE - A ausência do sinal indicativo de crase em “a teses” (L.10) indica que o substantivo está sendo usado em sentido generalizado, sem a determinação marcada pelo artigo. C/E
CERTO
DICA:
A antes de plural é só PREPOSIÇÃO, não se usa crase.
Realmente o A no singular generaliza TESES, não é AS TESES e sim a TESES em geral.
CESPE 2019 - O emprego do sinal indicativo de crase em “Com isso, voltamos à ideia de patrimônio” é facultativo, razão por que a supressão desse sinal manteria o sentido original do texto e sua correção gramatical.
C/E
GAB. ERRADO
CRASE FACULTATIVA (3 CASOS)
BIZÚ ’” ATÉ SUA MARIA””
1º Depois de até
2º antes de pronome possessivo feminino NO SINGULAR
3ºantes de nome próprios femininos
CESPE 2021 - É facultativo o emprego do acento indicativo de crase no trecho “em relação à minha moradia” (l. 4 e 5).
C/E
CERTO
CRASE FACULTATIVA
1) Após a palavra ATÉ
2) Antes nomes próprios FEMININOS
3) Antes de pronomes POSSESSIVOS FEMININOS no SINGULAR (SUA/MINHA/NOSSA)
- Fui a(à) sua casa.
- Veio a(à) minha casa.
- Vieste a(à) nossa casa.
Lembrando que, se o possessivo feminino estiver no PLURAL a crase é OBRIGATÓRIA.
Gabarito: CERTO