2017/18 Flashcards
Texto A:
A era dos memes na crise política atual
Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de irreverência do brasileiro frente à crise em que o país encontra-se imerso. A
nossa capacidade de fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise político-econômica atual nos instiga a refletir se estamos
“jogando a toalha” ou se este é apenas um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A criatividade de produzir piadas, memes e
áudios engraçados expõe um certo tipo de estratégia do brasileiro para lidar com situações de conflito: “Tira a Dilma. Tira o Aécio.
Tira o Cunha. Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, morena você é tão sensual”. Eis uma das milhares de piadas
que circulam nas redes sociais e que, de forma irreverente, estimulam o debate. Não há aquele que não se divirta com essa piada
ou outra congênere; que não gargalhe diante dos diversos textos engraçados que circulam por meio de postagens ou mensagens
de celular, independentemente do grau de escolaridade de quem compartilha. Seja por meio do deboche e do riso, é de “notório
saber” que todas as classes estão conscientes da gravidade da situação e que, por conseguinte, concordam que medidas enérgicas
precisam ser tomadas. A diferença está na forma ideologicamente defendida para a tomada de medidas.
A “memecrítica” é uma categoria de crítica social que tem causado desconforto nos políticos e membros dos poderes judiciário
e executivo, estimulando, inclusive, tentativas frustradas de mapeamento e controle do uso da internet por parte dos internautas. […]
Por outro lado, questionar as contradições presentes apenas por meio da piada, em certo aspecto politizada, não garante
mudanças sociais de grande impacto.
Esses manifestos e/ou críticas de formas isoladas (ou uníssonas) podem, mesmo sem intenção, relegar os cidadãos brasileiros
a um estado de inércia, a uma condição de estado permanente de sonolência eterna em “berço esplêndido”. Já os manifestos,
protestos e/ou passeatas nas ruas e demais enfrentamentos em espaços de poder instituídos ainda são os mecanismos mais
eloquentes e potenciais para contrapor discursos e práticas opressoras que contribuem para o caos social. É preciso o tête-à-tête,
o diálogo crítico e reflexivo em casa, na comunidade e demais ambientes socioculturais. Entretanto, um diálogo respeitoso, cordial,
que busca a alteridade. Que apresente discordâncias, entretanto respeite a opinião divergente, sem abrir mão da ética e do respeito
aos direitos humanos.
(Luciano Freitas Filho – Carta Capital (adaptado), junho/2017. Disponível em: .)
01 - Considere as avaliações dos memes enquanto prática social e assinale a alternativa que se apresenta coerente com o
proposto pelo texto:
a) Em razão do seu modo de funcionamento, os memes não têm o mesmo efeito que as manifestações convencionais.
b) As tentativas de controle da disseminação dos memes no espaço virtual, por parte dos poderes instituídos, têm gerado
situações de desconforto.
c) A adesão ao conteúdo dos memes se apresenta de modo convergente para pessoas de diferentes classes sociais e
posições políticas.
d) Por se revestirem simultaneamente de caráter de crítica e de deboche, os memes são a melhor forma de embate tête-a-
tête.
e) Apesar de sua força expressiva, os memes não constituem recurso para mudanças sociais efetivas, porque seu lugar de
circulação não goza de legitimidade.
a
Texto A:
A era dos memes na crise política atual
Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de irreverência do brasileiro frente à crise em que o país encontra-se imerso. A
nossa capacidade de fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise político-econômica atual nos instiga a refletir se estamos
“jogando a toalha” ou se este é apenas um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A criatividade de produzir piadas, memes e
áudios engraçados expõe um certo tipo de estratégia do brasileiro para lidar com situações de conflito: “Tira a Dilma. Tira o Aécio.
Tira o Cunha. Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, morena você é tão sensual”. Eis uma das milhares de piadas
que circulam nas redes sociais e que, de forma irreverente, estimulam o debate. Não há aquele que não se divirta com essa piada
ou outra congênere; que não gargalhe diante dos diversos textos engraçados que circulam por meio de postagens ou mensagens
de celular, independentemente do grau de escolaridade de quem compartilha. Seja por meio do deboche e do riso, é de “notório
saber” que todas as classes estão conscientes da gravidade da situação e que, por conseguinte, concordam que medidas enérgicas
precisam ser tomadas. A diferença está na forma ideologicamente defendida para a tomada de medidas.
A “memecrítica” é uma categoria de crítica social que tem causado desconforto nos políticos e membros dos poderes judiciário
e executivo, estimulando, inclusive, tentativas frustradas de mapeamento e controle do uso da internet por parte dos internautas. […]
Por outro lado, questionar as contradições presentes apenas por meio da piada, em certo aspecto politizada, não garante
mudanças sociais de grande impacto.
Esses manifestos e/ou críticas de formas isoladas (ou uníssonas) podem, mesmo sem intenção, relegar os cidadãos brasileiros
a um estado de inércia, a uma condição de estado permanente de sonolência eterna em “berço esplêndido”. Já os manifestos,
protestos e/ou passeatas nas ruas e demais enfrentamentos em espaços de poder instituídos ainda são os mecanismos mais
eloquentes e potenciais para contrapor discursos e práticas opressoras que contribuem para o caos social. É preciso o tête-à-tête,
o diálogo crítico e reflexivo em casa, na comunidade e demais ambientes socioculturais. Entretanto, um diálogo respeitoso, cordial,
que busca a alteridade. Que apresente discordâncias, entretanto respeite a opinião divergente, sem abrir mão da ética e do respeito
aos direitos humanos.
02 - Considere as afirmativas abaixo acerca dos usos de aspas presentes no texto:
1. Em “Tira a Dilma, Tira o Aécio, Tira o Cunha, Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota o fio dental, morena você é
tão sensual”, as aspas cumprem o papel de demarcar citação.
2. Em “jogando a toalha”, as aspas estão demarcando uma expressão idiomática.
3. Em “memecrítica”, as aspas estão demarcando um deslocamento do sentido usual da palavra.
4. Em “berço esplêndido” as aspas demarcam ironia pela via do recurso da intertextualidade.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras
c
Texto B:
Glória Pires incapaz de opinar no Oscar, Eduardo Jorge, Tapa na pantera, Luisa Marilac, Japonês da federal, John Travolta
confuso, diferentona, cala a boca Galvão, Nissim Ourfali, Winona Ryder em choque, e tantos outros memes e virais – que costumam
ser tratados como mera zoeira, simplesmente uma das mil manias derivadas da internet – passaram a ser tratados como peças de
museu, literalmente. Criado como um projeto do curso de Estudos de Mídia na Universidade Federal Fluminense (UFF), o Museu
dos Memes leva justamente a zoeira a sério. […]
Ainda que sejam tratados como besteira, para o criador e coordenador do museu, Viktor Chagas, os memes possuem, para
além de sua função cômica, uma função social – basta olhar para as diversas hashtags de denúncia em causas como dentro do
movimento negro e feminista para entender que tal lógica possui mais desdobramentos, possibilidades e sentidos do que
imaginamos em seu aspecto mais pueril.
(Disponível em: . Acesso em 29/09/17)
4
03 - Com base no texto B, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A função cômica, própria dos memes, é apresentada como atenuante da função social, que também é própria
deles.
( ) O autor do texto antecipa-se a uma avaliação negativa acerca dos memes e apresenta contra-argumento em
relação a ela.
( ) Os exemplos de memes como peças de museu, apresentados no início do texto, servem de sustentação à ideia
de paradoxo entre zoeira e seriedade.
( ) O autor apresenta a denúncia em causas como a feminista e a do movimento negro para explicitar a lógica de
funcionamento das hashtags.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – V – F.
b) F – V – F – V.
c) V – F – F – V.
d) V – F – V – F.
e) F – F – V – V.
a
Texto A:
A era dos memes na crise política atual
Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de irreverência do brasileiro frente à crise em que o país encontra-se imerso. A
nossa capacidade de fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise político-econômica atual nos instiga a refletir se estamos
“jogando a toalha” ou se este é apenas um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A criatividade de produzir piadas, memes e
áudios engraçados expõe um certo tipo de estratégia do brasileiro para lidar com situações de conflito: “Tira a Dilma. Tira o Aécio.
Tira o Cunha. Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, morena você é tão sensual”. Eis uma das milhares de piadas
que circulam nas redes sociais e que, de forma irreverente, estimulam o debate. Não há aquele que não se divirta com essa piada
ou outra congênere; que não gargalhe diante dos diversos textos engraçados que circulam por meio de postagens ou mensagens
de celular, independentemente do grau de escolaridade de quem compartilha. Seja por meio do deboche e do riso, é de “notório
saber” que todas as classes estão conscientes da gravidade da situação e que, por conseguinte, concordam que medidas enérgicas
precisam ser tomadas. A diferença está na forma ideologicamente defendida para a tomada de medidas.
A “memecrítica” é uma categoria de crítica social que tem causado desconforto nos políticos e membros dos poderes judiciário
e executivo, estimulando, inclusive, tentativas frustradas de mapeamento e controle do uso da internet por parte dos internautas. […]
Por outro lado, questionar as contradições presentes apenas por meio da piada, em certo aspecto politizada, não garante
mudanças sociais de grande impacto.
Esses manifestos e/ou críticas de formas isoladas (ou uníssonas) podem, mesmo sem intenção, relegar os cidadãos brasileiros
a um estado de inércia, a uma condição de estado permanente de sonolência eterna em “berço esplêndido”. Já os manifestos,
protestos e/ou passeatas nas ruas e demais enfrentamentos em espaços de poder instituídos ainda são os mecanismos mais
eloquentes e potenciais para contrapor discursos e práticas opressoras que contribuem para o caos social. É preciso o tête-à-tête,
o diálogo crítico e reflexivo em casa, na comunidade e demais ambientes socioculturais. Entretanto, um diálogo respeitoso, cordial,
que busca a alteridade. Que apresente discordâncias, entretanto respeite a opinião divergente, sem abrir mão da ética e do respeito
aos direitos humanos.
Texto B:
Glória Pires incapaz de opinar no Oscar, Eduardo Jorge, Tapa na pantera, Luisa Marilac, Japonês da federal, John Travolta
confuso, diferentona, cala a boca Galvão, Nissim Ourfali, Winona Ryder em choque, e tantos outros memes e virais – que costumam
ser tratados como mera zoeira, simplesmente uma das mil manias derivadas da internet – passaram a ser tratados como peças de
museu, literalmente. Criado como um projeto do curso de Estudos de Mídia na Universidade Federal Fluminense (UFF), o Museu
dos Memes leva justamente a zoeira a sério. […]
Ainda que sejam tratados como besteira, para o criador e coordenador do museu, Viktor Chagas, os memes possuem, para
além de sua função cômica, uma função social – basta olhar para as diversas hashtags de denúncia em causas como dentro do
movimento negro e feminista para entender que tal lógica possui mais desdobramentos, possibilidades e sentidos do que
imaginamos em seu aspecto mais pueril.
04 - O que distingue centralmente o texto A do texto B é:
a) o caráter de seriedade atribuído aos memes no texto A em contraste com o de zoeira no texto B.
b) a crítica de caráter político atribuída aos memes no texto A em contraste com a crítica de caráter social no texto B.
c) a referência a alguma forma de efeito produzido pelos memes, presente no texto B, em contraste com sua ausência no
texto A.
d) a crítica aos memes como prática com limites de alcance, explicitada no texto A, em contraste com a ausência dessa
crítica no texto B.
e) a larga circulação dos memes apresentada no texto A em contraste com sua fixidez e imobilidade apresentadas no texto
d
A crise final da escravidão, no Brasil, deu lugar ao aparecimento de um modelo novo de resistência, a que podemos chamar
quilombo abolicionista. No modelo tradicional de resistência à escravidão, o quilombo-rompimento, a tendência dominante era a
política do esconderijo e do segredo de guerra. Por isso, esforçavam-se os quilombolas exatamente para proteger seu dia a dia, sua
organização interna e suas lideranças de todo tipo de inimigo, curioso ou forasteiro, inclusive, depois, os historiadores.
Já no modelo novo de resistência, o quilombo abolicionista, as lideranças são muito bem conhecidas, cidadãos prestantes,
com documentação civil em dia e, principalmente, muito bem articulados politicamente. Não mais os grandes guerreiros do modelo
anterior, mas um tipo novo de liderança, uma espécie de instância de intermediação entre a comunidade de fugitivos e a sociedade
envolvente. Sabemos hoje que a existência de um quilombo inteiramente isolado foi coisa rara. Mas, no caso dos quilombos
abolicionistas, os contatos com a sociedade são tantos e tão essenciais que o quilombo encontra-se já internalizado, parte do jogo
político da sociedade mais ampla.
(Quilombo abolicionista – cap. 1; p. 11. SILVA, Eduardo: As Camélias do Leblon e a abolição da escravatura: uma investigação de história cultural.
SP: Cia das Letras, 2003.)
05 - Com base no texto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Segundo o autor, a organização quilombola, no período pré-abolição, não era constituída exclusivamente como modelo
de resistência belicoso.
b) As lideranças de ambos os tipos de organização quilombola apontados no texto eram ocupadas por indivíduos de prestígio
na sociedade circundante.
c) Cada um dos tipos de quilombo apontados pelo autor do texto, no Brasil, tinha estratégias e finalidades diferentes.
d) Quilombos inteiramente isolados não eram tão comuns, segundo Silva, contrariamente ao que sempre se acreditou.
e) Os chamados quilombos abolicionistas eram mais integrados à sociedade circundante, mantendo com ela uma estreita
relação.
b
A crise final da escravidão, no Brasil, deu lugar ao aparecimento de um modelo novo de resistência, a que podemos chamar
quilombo abolicionista. No modelo tradicional de resistência à escravidão, o quilombo-rompimento, a tendência dominante era a
política do esconderijo e do segredo de guerra. Por isso, esforçavam-se os quilombolas exatamente para proteger seu dia a dia, sua
organização interna e suas lideranças de todo tipo de inimigo, curioso ou forasteiro, inclusive, depois, os historiadores.
Já no modelo novo de resistência, o quilombo abolicionista, as lideranças são muito bem conhecidas, cidadãos prestantes,
com documentação civil em dia e, principalmente, muito bem articulados politicamente. Não mais os grandes guerreiros do modelo
anterior, mas um tipo novo de liderança, uma espécie de instância de intermediação entre a comunidade de fugitivos e a sociedade
envolvente. Sabemos hoje que a existência de um quilombo inteiramente isolado foi coisa rara. Mas, no caso dos quilombos
abolicionistas, os contatos com a sociedade são tantos e tão essenciais que o quilombo encontra-se já internalizado, parte do jogo
político da sociedade mais ampla.
06 - As expressões ‘cidadãos prestantes’ e ‘instância de intermediação’, no segundo parágrafo, podem ser interpretadas,
segundo o contexto de ocorrência, respectivamente, como:
a) ‘pessoas que têm crenças religiosas’ e ‘foro oficial’.
b) ‘indivíduos que prestam serviços’ e ‘lugar de recurso’.
c) ‘cidadãos que se distinguem na sociedade’ e ‘nível de mediação’.
d) ‘cidadãos que são prestativos’ e ‘intermediários eventuais’.
e) ‘pessoas que protestam contra injustiças’ e ‘nível intermediário’
c
A crise final da escravidão, no Brasil, deu lugar ao aparecimento de um modelo novo de resistência, a que podemos chamar
quilombo abolicionista. No modelo tradicional de resistência à escravidão, o quilombo-rompimento, a tendência dominante era a
política do esconderijo e do segredo de guerra. Por isso, esforçavam-se os quilombolas exatamente para proteger seu dia a dia, sua
organização interna e suas lideranças de todo tipo de inimigo, curioso ou forasteiro, inclusive, depois, os historiadores.
Já no modelo novo de resistência, o quilombo abolicionista, as lideranças são muito bem conhecidas, cidadãos prestantes,
com documentação civil em dia e, principalmente, muito bem articulados politicamente. Não mais os grandes guerreiros do modelo
anterior, mas um tipo novo de liderança, uma espécie de instância de intermediação entre a comunidade de fugitivos e a sociedade
envolvente. Sabemos hoje que a existência de um quilombo inteiramente isolado foi coisa rara. Mas, no caso dos quilombos
abolicionistas, os contatos com a sociedade são tantos e tão essenciais que o quilombo encontra-se já internalizado, parte do jogo
político da sociedade mais ampla.
07 - Assinale a alternativa em que o ‘se’ apresenta a mesma função que a do termo sublinhado na sequência “Por isso,
esforçavam-se os quilombolas exatamente para proteger seu dia a dia […]”.
a) Cada um dos debatedores questionava se seria possível chegar a um acordo entre as partes.
b) O desembargador Coelho Bastos quis pôr fim à cantoria abolicionista que se fazia na Gávea.
c) Abolicionistas e escravos entreolharam-se aturdidos com a situação apresentada.
d) Agindo de forma violenta, coercitiva e autoritária, os escravocratas prejudicavam-se ainda mais.
e) Os negros não tinham direito a queixar-se à polícia, por castigo de senhor branco
e
Olá, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês? Eu sou Felipe Castanhari. E vocês devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na
Síria. Que estamos o tempo todo na tevê e na internet. E eu notei que a grande maioria das pessoas não fazem ideia do que tá
rolando. Por que uma galera tá enchendo os barcos com risco de morrer só pra sair de um país? Mano, o que está acontecendo?
Basicamente, o que tá rolando ali é uma guerra civil que está devastando o país. São centenas de milhares de pessoas mortas. E
tem muita gente desesperada tentando sair desta M. Pessoas que perderam suas casas, perderam suas famílias estão tentando
deixar o país a procura de uma vida decente. Mas como assim, a Síria chegou nessa situação de M.? Vamos imaginar que a Síria
é um grande colégio, uma grande escola. E esse colégio é governado por um cara chamado Bashar al-Assad, que está comandando
esse grande colégio desde 2000. Antes disso, quem comandava esse grande colégio era seu pai, um rapaz chamado Hafez al-
Assad. Digamos que a democracia não é um conceito muito cultuado nesse colégio, porque é a mesma família que manda naquela
P. há 40 anos. Só que aconteceu uma grande M. em 2011 e tudo mudou. Lembra que estamos fazendo de conta que a Síria é um
grande colégio, certo? Então temos várias turmas no ensino médio. Cada uma delas com 30 alunos mais ou menos. Ninguém
gostava do diretor, do dono da escola. Só que mesmo assim o pessoal ficava meio de boa. Ficava todo mundo meio que passando
de ano, sabe? […] Só que em 2011 a galera de uma das salas resolveu descer pro pátio e protestar contra o diretor. Porque ele dava
meio que uns privilégios só pra umas turmas. E o resto do colégio meio que se F., meio que se F. legalmentis. Então, tinha uma
galera que tava meio cansada disso e foi lá pro pátio protestar. Eles foram lá e fizeram um protesto pacífico. Ele chegou lá e viu
aquela confusão no pátio e resolveu expulsar todo mundo que tava ali protestando. […] Meteu bala geral. […] Só que foi aí que
começou a virar uma loucura, porque as próprias salas começaram a se dividir. Então ao invés do colégio inteiro partir pra cima do
diretor, eles começaram meio que formar panelinhas. E quando as panelinhas se encontravam no pátio, elas começavam a brigar
entre elas. […] Véio, isso é um P. absurdo […]. Pessoal, vamo entender isso. As pessoas preferem arriscar suas vidas e morrer
afogado no mar do que ficar lá na Síria. Olha a M. que tá acontecendo. […] Além de ter bombardeio, as pessoas de Alepo, a principal
cidade do conflito da Síria, elas estão sem água, sem comida, remédios, energia elétrica. Alepo virou um verdadeiro inferno. E a
gente pode fazer um pouquinho mais do que ficar indignado. Talvez isso esteja muito longe da gente. Mas a gente aqui no Brasil
tem como ajudar. Existem várias entidades como a Unicef que estão fazendo um trabalho de socorro aos civis na Síria,
especialmente as crianças, galera. A gente pode fazer doações para essas entidades. E às vezes uma pequena quantia pra você
pode fazer uma P. diferença pruma criança lá na guerra.
08 - Segundo a argumentação do texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A analogia entre a guerra na Síria e o funcionamento de um colégio expõe o atual estado de conflito interno no
país.
( ) Os riscos que os sírios enfrentam, sem condições de infraestrutura básica, sustenta o apelo à ajuda humanitária.
( ) A fragmentação das facções de resistência ao governo é apresentada como a causa da distribuição de privilégios
pelo governo sírio entre seus aliados.
( ) Felipe Castanhari explicita seu posicionamento em relação à guerra na Síria com a frase “Véio, isso é um P.
absurdo”.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – V – F – V.
b) F – V – V – V.
c) F – V – F – F.
d) V – F – V – F.
e) V – F – V – V.
a
O texto abaixo, uma transcrição da fala em vídeo do youtuber Felipe Castanhari, é referência para as questões 08 a 10.
Olá, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês? Eu sou Felipe Castanhari. E vocês devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na
Síria. Que estamos o tempo todo na tevê e na internet. E eu notei que a grande maioria das pessoas não fazem ideia do que tá
rolando. Por que uma galera tá enchendo os barcos com risco de morrer só pra sair de um país? Mano, o que está acontecendo?
Basicamente, o que tá rolando ali é uma guerra civil que está devastando o país. São centenas de milhares de pessoas mortas. E
tem muita gente desesperada tentando sair desta M. Pessoas que perderam suas casas, perderam suas famílias estão tentando
deixar o país a procura de uma vida decente. Mas como assim, a Síria chegou nessa situação de M.? Vamos imaginar que a Síria
é um grande colégio, uma grande escola. E esse colégio é governado por um cara chamado Bashar al-Assad, que está comandando
esse grande colégio desde 2000. Antes disso, quem comandava esse grande colégio era seu pai, um rapaz chamado Hafez al-
Assad. Digamos que a democracia não é um conceito muito cultuado nesse colégio, porque é a mesma família que manda naquela
P. há 40 anos. Só que aconteceu uma grande M. em 2011 e tudo mudou. Lembra que estamos fazendo de conta que a Síria é um
grande colégio, certo? Então temos várias turmas no ensino médio. Cada uma delas com 30 alunos mais ou menos. Ninguém
gostava do diretor, do dono da escola. Só que mesmo assim o pessoal ficava meio de boa. Ficava todo mundo meio que passando
de ano, sabe? […] Só que em 2011 a galera de uma das salas resolveu descer pro pátio e protestar contra o diretor. Porque ele dava
meio que uns privilégios só pra umas turmas. E o resto do colégio meio que se F., meio que se F. legalmentis. Então, tinha uma
galera que tava meio cansada disso e foi lá pro pátio protestar. Eles foram lá e fizeram um protesto pacífico. Ele chegou lá e viu
aquela confusão no pátio e resolveu expulsar todo mundo que tava ali protestando. […] Meteu bala geral. […] Só que foi aí que
começou a virar uma loucura, porque as próprias salas começaram a se dividir. Então ao invés do colégio inteiro partir pra cima do
diretor, eles começaram meio que formar panelinhas. E quando as panelinhas se encontravam no pátio, elas começavam a brigar
entre elas. […] Véio, isso é um P. absurdo […]. Pessoal, vamo entender isso. As pessoas preferem arriscar suas vidas e morrer
afogado no mar do que ficar lá na Síria. Olha a M. que tá acontecendo. […] Além de ter bombardeio, as pessoas de Alepo, a principal
cidade do conflito da Síria, elas estão sem água, sem comida, remédios, energia elétrica. Alepo virou um verdadeiro inferno. E a
gente pode fazer um pouquinho mais do que ficar indignado. Talvez isso esteja muito longe da gente. Mas a gente aqui no Brasil
tem como ajudar. Existem várias entidades como a Unicef que estão fazendo um trabalho de socorro aos civis na Síria,
especialmente as crianças, galera. A gente pode fazer doações para essas entidades. E às vezes uma pequena quantia pra você
pode fazer uma P. diferença pruma criança lá na guerra.
09 - Considere o trecho que vem na sequência da fala de Castanhari.
E outra coisa que você podia fazer é não apoiar pessoas de políticas do mal ou contra os refugiados da Síria. Porque no meio
disso tudo tem pessoas ignorantes que dizem que os refugiados da Síria são todos terroristas. Porque no meio disso tudo, o
que as pessoas precisam é de países dispostos a estender a mão para elas. Porque no meio de todo esse sofrimento, dessa
guerra, de toda essa morte, a única esperança que um refugiado tem de ter uma vida normal está nas mãos de um país vizinho
disposto a estender a mão pra essa pessoa. […]
Assinale a alternativa que sintetiza o trecho em formato de discurso indireto.
a) O youtuber propõe uma política internacional de defesa dos refugiados contra as ameaças de morte que eles encaram em
países vizinhos, pois na maioria dos casos esses refugiados são considerados terroristas, e isso põe a comunidade
internacional em estado de alerta contra ataques.
b) Nós, brasileiros, podemos ajudar e lutar contra os políticos sírios que rotularam estrategicamente os refugiados como
terroristas. A ajuda está em nossas mãos, pois além dos países vizinhos, os países de outros continentes são também
responsáveis pelo acolhimento.
c) Felipe Castanhari defende que os brasileiros podem colaborar. Apesar de haver pessoas que consideram os refugiados
terroristas, eles precisam de ajuda, pois sua única esperança pode estar na solidariedade de outros países.
d) Os usuários do YouTube concordam com Felipe Castanhari quanto à proposta de que eles precisam diferenciar os bons
políticos – que defendem ajuda humanitária de qualquer país, inclusive os mais distantes – dos maus políticos, que
consideram os refugiados terroristas.
e) Os refugiados precisam de ajuda, pois não há condições de vida no país. Você e os usuários do YouTube fazem parte dos
países que podem ajudar com amparo humanitário, desfazendo o equívoco internacional do juízo desses refugiados como
terroristas.
c
Olá, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês? Eu sou Felipe Castanhari. E vocês devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na
Síria. Que estamos o tempo todo na tevê e na internet. E eu notei que a grande maioria das pessoas não fazem ideia do que tá
rolando. Por que uma galera tá enchendo os barcos com risco de morrer só pra sair de um país? Mano, o que está acontecendo?
Basicamente, o que tá rolando ali é uma guerra civil que está devastando o país. São centenas de milhares de pessoas mortas. E
tem muita gente desesperada tentando sair desta M. Pessoas que perderam suas casas, perderam suas famílias estão tentando
deixar o país a procura de uma vida decente. Mas como assim, a Síria chegou nessa situação de M.? Vamos imaginar que a Síria
é um grande colégio, uma grande escola. E esse colégio é governado por um cara chamado Bashar al-Assad, que está comandando
esse grande colégio desde 2000. Antes disso, quem comandava esse grande colégio era seu pai, um rapaz chamado Hafez al-
Assad. Digamos que a democracia não é um conceito muito cultuado nesse colégio, porque é a mesma família que manda naquela
P. há 40 anos. Só que aconteceu uma grande M. em 2011 e tudo mudou. Lembra que estamos fazendo de conta que a Síria é um
grande colégio, certo? Então temos várias turmas no ensino médio. Cada uma delas com 30 alunos mais ou menos. Ninguém
gostava do diretor, do dono da escola. Só que mesmo assim o pessoal ficava meio de boa. Ficava todo mundo meio que passando
de ano, sabe? […] Só que em 2011 a galera de uma das salas resolveu descer pro pátio e protestar contra o diretor. Porque ele dava
meio que uns privilégios só pra umas turmas. E o resto do colégio meio que se F., meio que se F. legalmentis. Então, tinha uma
galera que tava meio cansada disso e foi lá pro pátio protestar. Eles foram lá e fizeram um protesto pacífico. Ele chegou lá e viu
aquela confusão no pátio e resolveu expulsar todo mundo que tava ali protestando. […] Meteu bala geral. […] Só que foi aí que
começou a virar uma loucura, porque as próprias salas começaram a se dividir. Então ao invés do colégio inteiro partir pra cima do
diretor, eles começaram meio que formar panelinhas. E quando as panelinhas se encontravam no pátio, elas começavam a brigar
entre elas. […] Véio, isso é um P. absurdo […]. Pessoal, vamo entender isso. As pessoas preferem arriscar suas vidas e morrer
afogado no mar do que ficar lá na Síria. Olha a M. que tá acontecendo. […] Além de ter bombardeio, as pessoas de Alepo, a principal
cidade do conflito da Síria, elas estão sem água, sem comida, remédios, energia elétrica. Alepo virou um verdadeiro inferno. E a
gente pode fazer um pouquinho mais do que ficar indignado. Talvez isso esteja muito longe da gente. Mas a gente aqui no Brasil
tem como ajudar. Existem várias entidades como a Unicef que estão fazendo um trabalho de socorro aos civis na Síria,
especialmente as crianças, galera. A gente pode fazer doações para essas entidades. E às vezes uma pequena quantia pra você
pode fazer uma P. diferença pruma criança lá na guerra.
10 - A fala do youtuber Felipe Castanhari tem características fortes da oralidade, que são diferentes das características da
variante escrita da língua. Assinale a alternativa que apresenta uma comparação correta.
a) As repetições “porque no meio disso tudo…” e “porque no meio de todo esse sofrimento…” são características da escrita
e são usadas pelo youtuber para ajudar o leitor a guardar as ideias em sua memória.
b) Na fala, precisamos nos direcionar ao ouvinte com expressões do tipo “Mano” e “Véio”, ao passo que a escrita não dispõe
de recursos para abordagem direta do leitor.
c) As frases curtas, como “Meteu bala geral”, são típicas da oralidade, e a escrita é o lugar preferencial das frases longas,
em períodos complexos.
d) Os verbos no imperativo, tais como “Lembra que estamos fazendo de conta…” e “vamos entender isso…”, revelam o
tratamento que o texto oral dispensa ao ouvinte, enquanto na escrita os imperativos restringem-se à fala de personagens.
e) Diferentemente da escrita, na fala, o uso do ‘que’ como articulador abre um leque variado de interpretações a ser resolvido
pelo ouvinte, como em “E vocês devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na Síria. Que estamos o tempo todo na tevê e
na internet”.
e
TV a Serviço da Tecnologia e do Racismo
Os meios de comunicação, todos eles, têm sido braço direito e esquerdo da propagação das tecnologias da estrutura racista.
Isso é uma verdade que se pode confirmar com absoluta facilidade em todos os veículos de comunicação disponíveis, em especial
a televisão.
O poderoso e influente jornalista Assis Chateaubriand foi o responsável pela primeira transmissão televisiva no Brasil, em 18
de setembro de 1950, pela TV Tupi, em São Paulo. No ano seguinte, seria a vez de o Rio de Janeiro ser contemplado com essa
novíssima ferramenta, viabilizada por recursos importados dos Estados Unidos. O Brasil, então, passou a ser o quarto país do mundo
a operar esse tipo de veículo, ficando atrás apenas da Inglaterra, França e dos próprios Estados Unidos. O país seguia pouco mais
de meio século de pós-abolição. Uma pós-abolição que ora tentava se livrar das sobras humanas, cuja exploração explícita já não
era mais permitida pela lei, ora se valia da fragilidade dessas sobras vivas para prosseguir com os acúmulos de riqueza construída
à custa da exploração histórica e não reparada. […]
(Joice Beth, Le Monde Diplomatique Brasil, junho/2017, p. 38. Adaptado.)
11 - Com relação à palavra “sobras” citada na última frase do texto, é correto afirmar que refere:
a) os recursos humanos da TV.
b) os negros pós-abolição.
c) a sociedade manipulada pela TV.
d) os profissionais da tecnologia televisiva.
e) os líderes abolicionistas.
b
TV a Serviço da Tecnologia e do Racismo
Os meios de comunicação, todos eles, têm sido braço direito e esquerdo da propagação das tecnologias da estrutura racista.
Isso é uma verdade que se pode confirmar com absoluta facilidade em todos os veículos de comunicação disponíveis, em especial
a televisão.
O poderoso e influente jornalista Assis Chateaubriand foi o responsável pela primeira transmissão televisiva no Brasil, em 18
de setembro de 1950, pela TV Tupi, em São Paulo. No ano seguinte, seria a vez de o Rio de Janeiro ser contemplado com essa
novíssima ferramenta, viabilizada por recursos importados dos Estados Unidos. O Brasil, então, passou a ser o quarto país do mundo
a operar esse tipo de veículo, ficando atrás apenas da Inglaterra, França e dos próprios Estados Unidos. O país seguia pouco mais
de meio século de pós-abolição. Uma pós-abolição que ora tentava se livrar das sobras humanas, cuja exploração explícita já não
era mais permitida pela lei, ora se valia da fragilidade dessas sobras vivas para prosseguir com os acúmulos de riqueza construída
à custa da exploração histórica e não reparada. […]
12 - O parágrafo a seguir dá continuidade ao texto de Joice Beth.
O mito da democracia racial foi amplamente propagado, __________ sempre, nas telenovelas, negros e brancos conviviam de
forma pacífica, __________ alicerçou na mentalidade do sujeito negro uma aceitação inexistente da negritude, __________
essa convivência era claramente hierarquizada, estabelecendo sem nenhum constrangimento quem era “superior” – e mandava
– e quem era “inferior” – e, __________, obedecia.
Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas, na ordem em que aparecem no texto.
a) visto que – o que – pois – portanto.
b) onde – desse modo – mas – no entanto.
c) mesmo que – por isso – de modo que – por isso.
d) que – a qual – entretanto – por conseguinte.
e) pois – contudo – sendo que – assim.
a
13 - A respeito dos poemas que compõem o livro Últimos Cantos (1851), do maranhense Gonçalves Dias, assinale a
alternativa correta.
a) O nacionalismo romântico se expressa no antológico poema “Canção do exílio”, que abre o livro com um tom laudatório:
“Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores, / Nossos bosques têm mais vida, / Nossa vida mais
amores”.
b) O embate entre tribos indígenas, com a consequente prisão de um guerreiro, é narrado em “I-Juca-Pirama”, poema
marcado por variedade métrica: “O prisioneiro, cuja morte anseiam, / Sentado está, / O prisioneiro, que outro sol no ocaso
/ Jamais verá!”.
c) A pureza racial dos indígenas brasileiros é exaltada no poema “Marabá” por meio da descrição da personagem-título: “—
Meus olhos são garços, são cor das safiras, / — Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; / — Imitam as nuvens de um céu
anilado, / — As cores imitam das vagas do mar!”.
d) O aspecto fúnebre das lendas românticas é representado no poema “O gigante de pedra”, em que se destaca a
monstruosidade do personagem: “Gigante orgulhoso, de fero semblante, / Num leito de pedra lá jaz a dormir! / Em duro
granito repousa o gigante, / Que os raios somente puderam fundir”.
e) O lirismo romântico prefere temas delicados, como as brincadeiras inocentes da criança em “Mãe-d’água”: “Minha mãe,
olha aqui dentro, / Olha a bela criatura, / Que dentro d’água se vê! / São d’ouro os longos cabelos, / Gentil a doce figura, /
Airosa leve a estatura; / Olha, vê no fundo d’água / Que bela moça não é!”.
b
14 - No romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto, o narrador tece considerações generalizantes a respeito da sociedade
de sua época, ao mesmo tempo em que narra a vida da protagonista, de sua família e a malandragem de Cassi Jones.
A respeito de aspectos da construção de Clara ou de fatos de que ela participa, assinale a alternativa correta.
a) A afirmação “é próprio do nosso pequeno povo fazer uma extravagante amálgama de religiões e crenças de toda a sorte,
e socorrer-se desta ou daquela, conforme os transes e momentâneas agruras de sua existência” (capítulo I) explica a
frequência de Clara a igrejas e templos de diferentes religiões.
b) A frase “A gente pobre é difícil de se suportar mutuamente; por qualquer ninharia, encontrando ponto de honra, brigando,
especialmente as mulheres” (capítulo VII) alude às provocações que Clara desferia contra suas vizinhas.
c) A ponderação “Cada um de nós, por mais humilde que seja, tem que meditar, durante a sua vida, sobre o angustioso
mistério da Morte, para poder responder cabalmente, se o tivermos que o fazer, sobre o emprego que demos a nossa
existência” (capítulo VIII) refere-se à cena da morte de Clara.
d) O comentário “O seu ideal na vida não era adquirir uma personalidade, não era ser ela, mesmo ao lado do pai ou do futuro
marido. Era constituir função do pai, enquanto solteira, e do marido, quando casada. Não imaginava as catástrofes
imprevistas da vida” (capítulo VIII) prenuncia as dificuldades que Clara enfrentou no seu casamento com Cassi.
e) A análise “A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela devia ter aprendido da boca dos seus pais
que a sua honestidade de moça e de mulher tinha todos por inimigos, mas isto ao vivo, com exemplos, claramente…”
(capítulo X) denuncia a frágil educação recebida por Clara como responsável pelo seu destino.
e
15 - Considere os versos da canção abaixo:
Nosso amor é mais gostoso
Nossa saudade dura mais
Nosso abraço mais apertado
Nós não usa as “bleque tais”!
O samba “Nóis não usa as bleque tais”, composto por Adoniran Barbosa e Gianfrancesco Guarnieri, serviu de trilha
sonora para a peça Eles não usam black-tie (1958). A respeito do assunto, assinale a alternativa correta.
a) A escolha de um samba como trilha sonora diminuiu a contundência da crítica social pretendida pelo autor da peça,
Gianfrancesco Guarnieri.
b) A diferença entre o amor “mais gostoso” e o amor de quem usa “bleque-tais”, com vantagem para o primeiro, dilui o efeito
da oposição entre interesses coletivos e individuais, tema central da peça.
c) O samba, entoado na peça pelo personagem Chiquinho, colabora para a representação e valorização da cultura popular.
d) Tião, que usa “black-tie” (smoking e gravata), representa na peça o opressor, cujo poder é empregado para reprimir a
greve organizada pelos moradores do morro.
e) A valorização da vida simples e a consequente rejeição da possibilidade de ascensão social conduzem aos finais trágicos
de Tião e de Otávio
c
16 - “Canção para álbum de moça”: Bom-dia: eu dizia à moça que de longe me sorria. Bom-dia: mas da distância ela nem me respondia. Em vão a fala dos olhos e dos braços repetia bom-dia à moça que estava de noite como de dia bem longe de meu poder e de meu pobre bom-dia. Bom-dia sempre: se acaso a resposta vier fria ou tarde vier, contudo esperarei o bom-dia. E sobre casas compactas sobre o vale e a serrania irei repetindo manso a qualquer hora: bom-dia. Nem a moça põe reparo não sente, não desconfia o que há de carinho preso no cerne deste bom-dia. Bom dia: repito à tarde à meia-noite: bom dia. E de madrugada vou pintando a cor de meu dia que a moça possa encontrá-lo azul e rosa: bom-dia. Bom-dia: apenas um eco na mata (mas quem diria) decifra minha mensagem, deseja bom o meu dia. A moça, sorrindo ao longe não sente, nessa alegria, o que há de rude também no clarão deste bom-dia. De triste, túrbido, inquieto, noite que se denuncia e vai errante, sem fogos, na mais louca nostalgia. Ah, se um dia respondesses Ao meu bom-dia: bom-dia! Como a noite se mudara no mais cristalino dia! Considerando o poema acima e o livro de que ele é parte integrante – Claro Enigma (1951), de Carlos Drummond de Andrade –, assinale a alternativa correta. a) O poema apresenta a esperança de interação do eu-lírico com uma moça, sem deixar de lado os sentimentos perturbadores que contrastam com a aparente alegria do emissor. b) O poema em questão guarda semelhanças com outro poema do mesmo livro, “Tinha uma pedra no meio do caminho”, o que se observa pela insistência num só tema e pela repetição dos versos. c) A palavra “canção”, no título, e o repetido cumprimento “bom-dia” criam uma atmosfera de leveza e romantismo presente também no poema “A mesa”, que descreve a rotina familiar. d) Observa-se uma mudança na atitude do eu-lírico quando a moça responde a seu cumprimento: de triste e inquieto, passou a se sentir alegre e túrbido pela resposta que transformou o seu dia. e) A cotidianidade da vida moderna se mostra nesse diálogo marcado pelo ritmo frenético dos versos futuristas e pela velocidade do eu-lírico que se desloca por um cenário urban
a
17 - O romance histórico A última quimera (1995), de Ana Miranda:
a) é narrado pelo poeta e cronista Olavo Bilac, o qual usa notícias de jornais cariocas para buscar fidedignidade aos fatos
históricos de que trata o enredo.
b) fornece um retrato de uma geografia pouco explorada pela ficção brasileira, isto é, os subúrbios do Rio de Janeiro, estado
natal de Augusto dos Anjos.
c) narra de maneira linear a vida de Augusto dos Anjos até seu sepultamento, e essa linearidade permite que o romance seja
classificado como histórico.
d) cita e parafraseia textos poéticos de Augusto dos Anjos, fazendo com que sua poesia construa ideias e argumentos seus
e de outros personagens.
e) parodia, nas epígrafes, trechos de crônicas de Olavo Bilac e Augusto dos Anjos, retratando de forma bem-humorada a
Belle Époque tropical.
d
18 - Sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes (século XVII), do Padre Antônio Vieira, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de um texto barroco, o que se nota pelo reaproveitamento intertextual que faz de um texto clássico, isto é, do
sermão que três séculos antes o próprio Santo Antônio havia pregado.
b) O sermão é dirigido aos outros pregadores, indicando o que devem fazer para ser o sal da terra, ou seja, para que sejam
eficazes em sua ação.
c) Na segunda metade do sermão, ao apontar os defeitos dos peixes, o Padre Antônio Vieira relaciona esses defeitos aos
problemas das sociedades humanas.
d) Os peixes voadores são louvados no sermão, já que superam suas limitações de peixe para se levantarem o quanto
possível na direção do céu, aproximando-se de Deus.
e) Vieira se refere a peixes mencionados por santos, pela Bíblia e por autores clássicos, mas não a peixes da costa brasileira,
o que denota seu desinteresse por temas locais.
c
19 - O metabolismo celular dos animais gera substâncias nitrogenadas que são eliminadas pelo processo de excreção.
Acerca desse processo, considere as seguintes afirmativas:
1. A amônia é tóxica para o organismo, mas, por ser bastante solúvel em água, é rapidamente difundida e eliminada
por animais que vivem em ambiente aquático.
2. Nas aves, a amônia é convertida em ureia, que é menos tóxica que a amônia e demanda um volume relativamente
grande de água para sua eliminação.
3. Insetos convertem amônia em ácido úrico, produzindo uma urina mais concentrada, pois o ácido úrico é pouco
tóxico e tem baixa solubilidade em água.
4. Mamíferos excretam principalmente ureia, que, por ser menos tóxica, pode ser armazenada temporariamente no
corpo sem risco de intoxicação.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
d
20 - A falta de vitaminas pode causar doenças chamadas avitaminoses, cujos sintomas dependem do tipo de vitamina que
está deficiente. Em um estudo realizado em diferentes populações humanas, foram constatados os seguintes sintomas
e doenças relacionados a avitaminoses: (1) raquitismo, (2) escorbuto, (3) hemorragias e (4) cegueira noturna.
Assinale a alternativa com a dieta correta para o tratamento de cada uma das quatro avitaminoses acima identificadas.
a) (1) cenoura, abóbora e fígado como fontes de vitamina D. – (2) frutas cítricas como fontes de vitamina C. – (3) peixe como
fonte de vitamina A. – (4) vegetais com folhas verdes como fontes de vitamina K.
b) (1) peixe, leite e gema de ovo como fontes de vitamina D. – (2) frutas cítricas como fontes de vitamina C. – (3) vegetais
com folhas verdes como fonte de vitamina K. – (4) abóbora, fígado e cenoura como fontes de vitamina A.
c) (1) peixe, leite e gema de ovo como fonte de vitamina K. – (2) frutas cítricas como fontes de vitamina A. – (3) vegetais com
folhas verdes como fonte de vitamina D. – (4) cenoura, abóbora e fígado como fonte de vitamina C.
d) (1) cenoura, abóbora e fígado como fontes de vitamina D. – (2) peixe, leite e gema de ovo como fontes de vitamina K. –
(3) vegetais com folhas verdes como fonte de vitamina A. – (4) frutas cítricas como fontes de vitamina C.
e) (1) vegetais com folhas verdes como fonte de vitamina D. – (2) cenoura, abóbora e fígado como fontes de vitamina C. –
(3) frutas cítricas como fontes de vitamina K. – (4) peixe, leite e gema de ovo como fontes de vitamina A
b
21 - Os ciclos de vida de organismos com reprodução sexuada têm características em comum, como a meiose e a
fertilização. O que acontece entre esses dois eventos pode variar dependendo do tipo de ciclo de vida. Considerando
os tipos de ciclo de vida dos seres com reprodução sexuada, é correto afirmar:
a) A meiose zigótica, característica do ciclo de vida diplobionte (alternância de gerações), ocorre em plantas e algas
multicelulares.
b) No ciclo de vida haplobionte haplonte, comum em fungos, a meiose é gamética.
c) Animais apresentam ciclo de vida haplobionte diplonte, caracterizado por meiose gamética.
d) Em plantas, a meiose espórica produz gametas haploides, caracterizando o ciclo de vida haplobionte haplonte.
e) A meiose zigótica ocorre em animais que apresentam ciclo de vida haplobionte diplonte
c
22 - Uma coruja caça durante a noite e captura um morcego. Ambos são capturados por uma rede armada por
pesquisadores. Após análise cuidadosa da coruja e do morcego, os pesquisadores encontraram, sob as penas da
coruja, ácaros e piolhos, e sob os pelos do morcego, moscas hematófagas. As interações interespecíficas entre a
coruja e o morcego, entre os ácaros e os piolhos e entre as moscas hematófagas e o morcego são denominadas,
respectivamente:
a) predação, parasitismo e inquilinismo.
b) predação, mutualismo e parasitismo.
c) parasitismo, competição e predação.
d) predação, competição e parasitismo.
e) competição, inquilinismo e parasitismo
d
23 - Em uma espécie de mamíferos, a cor da pelagem é influenciada por dois genes não ligados. Animais AA ou Aa são
marrons ou pretos, dependendo do genótipo do segundo gene. Animais com genótipo aa são albinos, pois toda a
produção de pigmentos está bloqueada, independentemente do genótipo do segundo gene. No segundo gene, o alelo B
(preto) é dominante com relação ao alelo b (marrom). Um cruzamento entre animais AaBb irá gerar a seguinte
proporção de prole quanto à cor da pelagem:
a) 9 pretos – 3 marrons – 4 albinos.
b) 9 pretos – 4 marrons – 3 albinos.
c) 3 pretos – 1 albino.
d) 1 preto – 2 marrons – 1 albino.
e) 3 pretos – 1 marrom.
a
24 - A bomba de sódio-potássio:
1. é caracterizada pelo transporte de íons potássio de um meio onde se encontram em menor concentração para
outro, onde estão em maior concentração.
2. é uma forma de transporte passivo, fundamental para igualar as concentrações de sódio e potássio nos meios
extra e intracelular.
3. está relacionada a processos de contração muscular e condução dos impulsos nervosos.
4. é fundamental para manter a concentração de potássio no meio intracelular mais baixa do que no meio
extracelular.
5. é uma forma de difusão facilitada importante para o controle da concentração de sódio e potássio no interior da
célula.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 5 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras.
a
25 - Considerando a fotossíntese e a respiração celular aeróbica, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as
seguintes afirmativas:
( ) Quando a taxa de fotossíntese é maior que a taxa de respiração celular, há maior disponibilidade de carboidratos
para a planta.
( ) Em plantas, a taxa de fotossíntese é sempre superior à taxa de respiração celular aeróbica.
( ) As taxas de fotossíntese e de respiração celular podem se equivaler, de modo que todo o gás carbônico produzido
na respiração é utilizado na fotossíntese.
( ) A fotossíntese produz carboidratos, que são utilizados na respiração celular, e a respiração celular transforma os
carboidratos em dióxido de carbono, que é utilizado na fotossíntese.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – V – F.
b) V – F – V – V.
c) V – V – F – V.
d) F – F – F – V.
e) V – F – F – F.
b
26 - Um grupo de roedores é separado pelo surgimento de um rio. Ao longo do tempo, os roedores ao norte do rio tornam-
se brancos, enquanto os roedores ao sul do rio tornam-se castanhos. Nesse caso, é correto afirmar que a seleção
natural:
a) gera mutações específicas para os ambientes ao norte e ao sul do rio.
b) promove a competição entre roedores brancos e castanhos.
c) aumenta a probabilidade de sobrevivência apenas dos roedores brancos.
d) promove a cooperação entre roedores brancos e castanhos.
e) favorece diferentes fenótipos ao norte e ao sul do rio.
e