2. Aterosclerose Flashcards

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1
Q

Definição

A

• Doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre

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2
Q

Epidemiologia

A
  • A doença aterosclerótica é a mais prevalente da sociedade moderna e a principal causa de morte prematura e incapacidade
  • Até 2020 – será a primeira causa mundial de morte
  • Dados da OMS - caráter epidêmico das doenças cardiovasculares. Do total de 50 milhões de mortes nas últimas décadas, as doenças cardiovasculares (DCV) foram responsáveis por 30% desta mortalidade, ou seja, 17 milhões de pessoas
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3
Q

Fisiopatologia

A

• O início e evolução dependem da presença dos “agressores”, os fatores de risco
Dislipidemia, HAS, DM, Tabagismo

Mecanismos complexos:

  • Genéticos
  • Ambientais
  • Resposta inflamatória
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4
Q

Fatores de risco

A
Os 5 principais:
• História familiar de DAC precoce (♂55
a, ♀65)
• Dislipidemia
• Tabagismo
• HAS
• Diabetes
  • Idade
  • Obesidade e síndrome metabólica
  • Sedentarismo
  • Fatores psicossociais
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5
Q

Dislipidemias

A

• O perfil lipídico deve ser avaliado a partir dos 20 anos em qualquer indivíduo

Entre 2 anos e 19 anos
• História de DAC precoce
• Parentes de primeiro grau com CT>=240 mg/dL, TG >=400 mg/dL
• Obesidade, sedentarismo, tabagismo, HAS, DM, HDL-c <=35 mg/dL
• Sintomas e sinais clínicos de dislipidemia genética: pancreatite aguda, xantomas eruptivos, arco corneano palpebral,

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6
Q

Classificação das dislipidemias

A
  • Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL).
  • Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum).
  • Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum).
  • Se TG ≥ 400 mg/dL, o cálculo do LDL-c pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando o não HDL-c ≥ 190 mg/dL.

• HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG.

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7
Q

Tabagismo

A
  • Mais importante fator de risco modificável
  • Prevalência: IBGE – Brasil – 24% (30 anos a 49 anos)
  • Prevalência entre 1971 a 1988 – 35% a 40%
  • Consumo de 20 cig/dia ou mais – aumento de 2 a 3x o risco de DAC
  • Disfunção endotelial, aumento da oxidação das partículas de LDL-c, ↑ atividade inflamatória, ↑ fatores pró-trombóticos
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8
Q

DM - Diagnóstico

A
  • Glicemia de jejum com valores ≥ 126 mg/dL em duas ocasiões
  • Glicemia esporádica > 200 mg/dL acompanhada de sintomas de poliúria, polidipsia, polifagia e/ ou perda de peso acentuada
  • Glicemia plasmática ≥ 200 mg/dL após 75g de glicose anidra (ou 82,5 g de dextrosol) administrada oralmente, com medidas de glicose nos tempos 0 e 120 minutos
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9
Q

DM - Riscos

A
  • > 2 a 8 vezes mais risco de eventos cardiovasculares
  • O risco se inicia antes do diagnóstico clínico – S. metabólica
  • Extensa carga de placa aterosclerótica – artérias de maior calibre e microcirculação
  • Nefropatia diabética = Microabuminúria = marcador de mortalidade
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10
Q

Obesidade e Sd Metabólica

A

Obesidade abdominal (cintura > 94 cm ♂, e 80 cm ♀)
Triglicérides ≥ 150 mg/dL
HDL-c < 40 mg/dL ♂e < 50 mg/dL♀
Pressão arterial ≥ 130/85 mmHg
HAS controlada e glicemia ≥ 100 mg/dL ou tratamento para DM
V Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia

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11
Q

Escore de Risco Global

A

• Estima o risco de infarto do miocárdio, AVE, insuficiência vascular periférica e insuficiência cardíaca em 10 anos

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12
Q

ERG - Fase 1 - Risco muito alto

A
  • Indivíduos que apresentem doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica com ou sem eventos clínicos)
  • ou obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial
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13
Q

ERG - Fase 1 - Alto Risco - Exames

A

• Indivíduos em prevenção primária:

Portadores de aterosclerose na forma subclínica documentada por metodologia diagnóstica:
• Ultrassonografia de carótidas com presença de placa;
• Índice Tornozelo-Braquial (ITB) < 0,9;
• Escore de Cálcio Arterial Coronariano (CAC) > 100
• Presença de placas ateroscleróticas na angiotomografia (angio-CT) de coronárias

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14
Q

ERG - Fase 1 - Alto risco

A
  • Aneurisma de aorta abdominal.
  • Doença renal crônica definida por Taxa de Filtração Glomerular (TFG) < 60 mL/min, e em fase não dialítica
  • Aqueles com concentrações de LDL-c ≥ 190 mg/dL
  • Presença de diabetes melito tipos 1 ou 2, e com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL e presença de Estratificadores de Risco (ER) ou Doença Aterosclerótica Subclínica (DASC)
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15
Q

Estratificação de Risco no DM

A

 idade ≥ 48 anos no homem e ≥ 54 anos na mulher;
 tempo de diagnóstico do diabetes > 10 anos;
 história familiar de parente de primeiro grau com DCV prematura (< 55 anos para homem e < 65 anos para mulher);
 tabagismo (pelo menos um cigarro no último mês);
 hipertensão arterial sistêmica;
 síndrome metabólica, de acordo com a International Diabetes Federation;
 presença de albuminúria > 30 mg/g de creatinina e/ou retinopatia;
 TFG < 60 mL/min.

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16
Q

Definem-se DASC no DM como:

A
  • DASC:
  • USG de carótidas com presença de placa > 1,5 mm;
  • ITB < 0,9;
  • escore de CAC > 10;
  • presença de placas ateroscleróticas na angio-CT de coronárias;
  • Pacientes com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL, do sexo masculino com risco calculado pelo ERG > 20% nos homens e nas mulheres > 10%.
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17
Q

ERG - Fase 2 - Baixo risco

A

risco calculado < 5% de apresentarem os principais eventos em 10 anos

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18
Q

ERG - Fase 2 - Risco Intermediário

A

Homens com risco calculado ≥ 5% e ≤ 20% e mulheres com risco calculado ≥ 5% e ≤ 10% de ocorrência de algum dos eventos citados
• os diabéticos sem os critérios de DASC ou ER listados anteriormente.

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19
Q

ERG - Fase 2 - Alto risco

A

risco calculado > 20% para homens e >10% para mulheres no período de 10 anos

20
Q

ERG - Estratificação de risco em pcts em uso de estatinas

A

em pacientes em uso de estatina, deve-se multiplicar o CT por 1,43.

redução média de LDL-c ~ 30% com o tratamento

21
Q

Metas terapêuticas - Muito Alto Risco

A

Redução - > 50%
Meta LDL - < 50
Metas N-HDL - < 80

22
Q

Metas terapêuticas - Alto Risco

A

Redução - > 50%
Meta LDL - < 70
Metas N-HDL - < 100

23
Q

Metas terapêuticas - Risco Intermediário

A

Redução - 30-50%
Meta LDL - < 100
Metas N-HDL - < 130

24
Q

Metas terapêuticas - Baixo Risco

A

Redução - > 30%
Meta LDL - < 130
Metas N-HDL - < 160

25
Q

TTO hipolipemiante - Baixo Risco

A

< 30%

Lovastatina 20
Sinvastatina 10
Pravastatina 10-20
Fluvastatina 20-40
Pitavastatina 1
26
Q

TTO hipolipemiante - Risco Moderado

A

30 a < 50%

Sinvastatina 20-40mg
Pitavastatina 2-4mg
Atorva 10-20mg
Rosuva 5-10mg

27
Q

TTO hipolipemiante - Alto Risco

A

≥ 50

Atorva 40-80mg
Rosu 20-40mg
Sinvas/ezetim - 40/10mg

28
Q

Triglicerídeos

A

considera-se que pacientes com valores ≥ 500 mg/dL devem receber terapia apropriada para redução do risco de pancreatite.

• Aqueles com valores entre 150 e 499 mg/dL devem receber terapia individualizada, com base no risco cardiovascular e nas condições associadas.

29
Q

Avaliação do uso de estatinas

A

A avaliação basal das enzimas hepáticas (ALT e AST) deve ser realizada antes do início da terapia com estatina. Durante o tratamento, deve-se avaliar a função hepática quando ocorrerem sintomas ou sinais sugerindo hepatotoxicidade (fadiga ou fraqueza, perda de apetite, dor abdominal, urina escura ou aparecimento de icterícia)

30
Q

Valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos)

Desejável

A

Colesterol total - com e sem jejum < 190
HDL-c - com e sem jejum > 40
Triglicérides - com jejum - < 150; sem jejum < 175

31
Q

Valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos) - Baixo risco

A

LDL-c - com e sem jejum < 130

Não HDL-c - com e sem jejum < 160

32
Q

Valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos) - Risco intermediario

A

LDL-c - com e sem jejum < 100

Não HDL-c - com e sem jejum < 130

33
Q

Valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos) - Alto risco

A

LDL-c - com e sem jejum < 70

Não HDL-c - com e sem jejum < 100

34
Q

Valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos) - Risco muito alto

A

LDL-c - com e sem jejum < 50

Não HDL-c - com e sem jejum < 80

35
Q

Risco muito alto

A

Indivíduos que apresentem doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica, com ou sem eventos clínicos, ou obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial

36
Q

Medidas de Controle de Hipertrigliceridemia

A

Redução de peso +++ A
Redução da ingestão de bebidas alcoólicas

Redução de ingestão de açúcares simples

Redução da ingestão de carboidratos

Substituição (parcial) ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados

Aumento da atividade física

37
Q

TTO Hipercolesterolemia - Estatinas

A

EA: musculares, desde miaglia até rabdomiólise.

A dosagem de CK deve ser avaliada no inicio do tto principalmente em indivíduos de alto risco de eventos adversos musculares, como pacientes com antecedentes de intolerância à estatina; indivíduos com antecedentes familiares de miopatia; o uso concomitante de fármacos que aumentem o risco de miopatia.

Avaliação basal de AST e ALT deve ser realizada antes do inicio do tto.

38
Q

TTO Hipercolesterolemia - Ezetimiba

A

Inibe a absorção de colesterol na borda em escova do intestino delgado.

Redução do nível plasmático de LDL-c de 10-25%

39
Q

TTO Hipercolesterolemia - Resinas

A

Reduzem a absorção enteral de ácidos biliares

Colestiramina

EA: constipação, plenitude gástrica, nauseas e meteorismo, além de exacerbação de hemorroidas preexistentes.

40
Q

TTO Hipertrigliceridemia - Fibratos

A

Agem estimulando os PPAR-alfa, que leva ao aumento da produção da LPL, responsavel pela hidrolise intravascular dos TG

Reduz TG de 30-60%. Aumento de HDL de 7-11%

EA: distúrbios gastrintestinais, mialgia, astenia, litíase biliar (mais comum com clofibrato), diminuição de libido, erupção cutânea, prurido, cefaleia e perturbação do sono.

41
Q

TTO Hipertrigliceridemia - Niacina

A

Reduz ação da lipase tecidual nos adipócitos, levando à menor liberação de ácidos graxos livres parra a corrente sanguínea.

Reduz LDL em 5-25%, aumenta HDL-c em 15-35% e diminui TG em 20-50%

EA: rubor facial ou prurido

42
Q

Dislipidemias monogênicas

A

alterações mais graves do perfil lipídico; histórico familiar de dislipidemia e/ou aterosclerose precoce; idade de apresentação da dislipidemia (infância ou adolescência); presença de sinais e sintomas determinados por alterações lipídicas extremas, muitos dos quais patognomônicos de algumas formas monogênicas; ausência de fatores secundários que justifiquem a presença de alterações lipídicas importantes ou em idades precoces.

43
Q

Hipercolesterolemia familiar

A

doença hereditária autossômica dominante, caracterizada por concentrações de LDL-c plasmático aumentadas e risco considerável de DAC precoce

TTO de escolha com estatina

44
Q

Estratificação de risco na hipercolesterolemia familiar

A

Doença coronariana ou cardiovascular
estabelecida - História prévia de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença arterial periférica, revascularização miocárdica, angina estável ou instável, ataque isquêmico transitório e estenose

Tabagistas

História clínica - Paciente portador de doença coronária prematura (homens < 55, mulheres < 60 anos). Paciente portador de doença cerebral ou periférica prematura (homens < 55, mulheres < 60 anos)

Diabete melito

História familiar de doença coronária prematura - Parentes de primeiro ou segundo graus com início da doença antes dos 45 anos no sexo masculino e antes dos 65 anos no sexo feminino

45
Q

Fatores de risco em indivíduos com hipercolesterolemia familiar

A

Idade

    • Homem com mais de 30 anos
    • Mulher com mais de 40 anos

LDL-c basal > 250 mg/dL

Sexo masculino

Tabagismo atual

História familiar de doença coronária prematura

    • Parentes de primeiro grau:
  • **Homem < 55 anos
  • **Mulher < 65 anos

Síndrome metabólica

HDL-c baixo:
**< 40 mg/dL para homens e < 50 mg/dL para mulheres

Hipertensão arterial sistêmica PA ≥ 140 x 90 mmHg ou tratamento medicamentoso de HAS

Aumento da lipoproteína (a) - Níveis ≥ 60 mg/dL

Exame físico -Xantoma de tendão