0 - Princípios expressos e implícitos da Administração Pública Flashcards
Os princípios constitucionais do direito administrativo podem justificar decisões administrativas sem a intermediação da lei, tal como aconteceu com a interpretação feita pelo Conselho Nacional de Justiça acerca de nepotismo.
CERTO ou ERRADO?
CERTO. O CNJ editou Resolução vedando a prática do nepotismo nos órgãos do Poder Judiciário. Na ocasião, entidades questionaram a Resolução, alegando que não havia
vedação ao nepotismo na CF e que o assunto dependia de lei em sentido formal. Contudo, o STF entendeu que a vedação donepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que a proibição decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37 da CF. Assim, os princípios constitucionais podem justificar as decisões administrativas independentemente de lei, pois são autoaplicáveis.
Isso significa que são de aplicabilidade plena?
O rol de princípios constitucionais do direito administrativo enumerados no art. 37 da CF (LIMPE) é taxativo ou exemplificativo?
Exemplificativo. Existem vários outros, tanto na própria CF quanto em leis infraconstitucionais. Existem, inclusive, princípios implícitos, não positivados.
Os princípios constitucionais do direito administrativo são imponderáveis, porquanto enunciam máximas fundamentais para a compreensão do direito administrativo. CERTO ou ERRADO?
ERRADO. Quando dois princípios conflitam em si, é necessário ponderá-los para decidir qual, e em qual medida, prevalecerá. Exemplo: se o ato é nulo, ele (em regra) será anulado (prevalece o princípio da legalidade), mas se foi praticado há muito tempo será possível realizar a sua manutenção (prevalece o princípio da segurança jurídica).
Enumere alguns direitos derivados do princípio da publicidade.
- Acesso à informação
- Direito a obter certidões
- Direito de peticionar
- Direito de impetrar ação de habeas data
- Exigência de publicação em órgãos oficiais
- Transparência ativa
Os princípios constitucionais do direito administrativo são autoaplicáveis, e podem justificar decisões administrativas, independentemente de lei. CERTO ou ERRADO?
CERTO.
Uma das facetas do princípio da legalidade, a reserva de lei para reger determinadas matérias nem sempre implica necessidade absoluta de lei ordinária, pois, mesmo em áreas de aplicação rigorosa do princípio, como o direito tributário, admite-se, por exemplo, instituição de tributo por medida provisória.
CERTO. Porém há situações em que a CF exige lei em sentido estrito (material e formal), não admitindo medida provisória.
A reserva de lei é uma das facetas do princípio da legalidade.
CERTO. Quais são as outras facetas?
O ato administrativo será inválido se não for apto a atingir, por inteiro, a finalidade à qual se dirija. CERTO OU ERRADO?
ERRADO. Nem sempre a
Administração poderá alcançar integralmente o fim desejado (e isso não vai gerar a nulidade do ato).
Exemplo: um terreno foi desapropriado para a construção de uma escola e de um terminal rodoviário. No final, faltou dinheiro para terminar de construir parte do terminal rodoviário, mas a escola foi construída (o fim foi parcialmente alcançado). Isso não vai gerar a nulidade do ato de desapropriação.
Como se subdivide o Princípio da Razoabilidade (ou Proporcionalidade) dos atos administrativos? (3)
- Adequação (pertinência, aptidão): o meio empregado deve ser efetivo para os resultados que se deseja alcançar. Ex.: não adianta desapropriar um terreno para construir uma escola se ele não serve para este fim.
-
Necessidade (exigibilidade): não deve existir outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar aquele objetivo, isto é, o meio escolhido deve ser o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos.
Ex.: às vezes, ao invés de desapropriar todo o terreno, a desapropriação parcial poderá ser suficiente. -
Proporcionalidade em sentido estrito: a vantagens a serem conquistadas devem superar as
desvantagens (ex.: dissolver uma empresa que descumpre normas pode gerar muito desemprego, logo essa medida deve ser excepcional, para não gerar mais prejuízos do que benefícios).
Explique o conceito de adequação presente no Princípio da Razoabilidade (ou Proporcionalidade) dos atos administrativos.
Adequação (pertinência, aptidão): o meio empregado deve ser efetivo para os resultados que se deseja alcançar. Ex.: não adianta desapropriar um terreno para construir uma escola se ele não serve para este fim.
Explique o conceito de necessidade presente no Princípio da Razoabilidade (ou Proporcionalidade) dos atos administrativos.
Necessidade (exigibilidade): não deve existir outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar aquele objetivo, isto é, o meio escolhido deve ser o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos.
Ex.: às vezes, ao invés de desapropriar todo o terreno, a desapropriação parcial poderá ser suficiente.
Explique o conceito de proporcionalidade em sentido estrito presente no Princípio da Razoabilidade (ou Proporcionalidade) dos atos administrativos.
-
Proporcionalidade em sentido estrito: a vantagens a serem conquistadas devem superar as
desvantagens (ex.: dissolver uma empresa que descumpre normas pode gerar muito desemprego, logo essa medida deve ser excepcional, para não gerar mais prejuízos do que benefícios).
Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado. Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da confiança legítima.
Contudo, caso o servidor já tenha se aposentado, reconhece-se o fato consumado. CERTO ou ERRADO?
CERTO
Primeiro, precisamos ter em mente que a teoria do fato consumado seria um mecanismo de estabilização
de atos ou decisões, em casos excepcionais, nos quais a restauração da estrita legalidade seria faticamente
impossível ou, ainda que possível, causaria danos sociais de grande monta e irreparáveis. Em resumo, seria uma espécie de convalidação da situação pelo decurso de longo prazo. Logo, ainda que o fato fosse ilegal, em virtude do longo período de tempo, a Administração não realizaria a anulação, por considerar que o fato “se consumou” pelo tempo.
Todavia, tal teoria, em regra, não se aplica quando o caso tomar por base decisões judiciais de caráter precário. Isso porque, nestas situações, a parte interessada sabe que a questão está sendo discutida judicialmente e que, em qualquer momento, o Poder Judiciário poderá cassar a decisão anterior.
Se o ato praticado é questionado pela Administração Pública, que, desde o início defende que ele é irregular, não se deve aplicar a teoria do fato consumado, mesmo que tenha transcorrido muitos anos.
Nessa hipótese, verificada ou confirmada a ilegalidade, o ato deverá ser desfeito, salvo se tiver havido uma consolidação fática irreversível – por exemplo: o órgão não existe mais na localidade anterior; ou o servidor já tenha se aposentado, aí não teria como voltar à situação anterior.
O princípio da supremacia do interesse público implica que o interesse privado é intrinsecamente oposto ao interesse público, pois, em sua atuação, o poder público limita a esfera privada de direitos e impõe-lhe ônus como, por exemplo, o de pagar tributos. CERTO ou ERRADO?
ERRADO. Não necessariamente o interesse privado é sempre oposto ao público. Em uma licitação, por exemplo, o interesse é comum.
O que o princípio da supremacia do interesse público prevê é que, em caso de conflito entre interesse público e privado, o interesse público deve prevalecer.
O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela Constituição Federal de 1988, impõe à administração o dever de apresentar tempestiva resposta. A demora excessiva e injustificada da administração para cumprir essa obrigação é omissão violadora do princípio da eficiência. Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima confiança que o cidadão comum deposita na atuação da administração pública, tal mora atenta também contra o princípio da moralidade. CERTO ou ERRADO?
CERTO
Pode haver limite de idade para inscrição em concurso público?
Sim, desde que justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido (Súmula 683 do STF). No entanto, somente lei pode prever essa limitação (princípio da legalidade). A limitação de idade não pode ser estabelecida por ato administrativo (edital).
Um ato administrativo pode prever limite de idade para inscrição em concurso público?
Não, somente lei pode prever essa limitação (princípio da legalidade).
É legítima a publicação, em sítio eletrônico mantido pela administração pública, de nomes de servidores e dos valores
dos respectivos salários?
Sim. STF já decidiu.
A anulação de atos ilegais pela Administração Pública deve respeitar o prazo decadencial de 5 anos. Há alguma exceção a esse prazo?
Sim, quando a anulação é por violação expressa à Constituição, não há limite de prazo para a anulação.
Quais são os princípios da administração pública expressos na CF?
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência.
princípio da confiança = princípio da segurança jurídica
CERTO ou ERRADO?
CERTO
Explique o princípio administrativo da finalidade.
Princípio da finalidade: a atuação administrativa deve ter como fim o interesse da coletividade.
Dessa forma, um ato praticado com fins diversos, buscando primariamente prejudicar ou beneficiar particulares, será considerado um ato ilegal.
O conceito de regime jurídico‐administrativo é formado pelo binômio: supremacia do interesse público(prerrogativas) e indisponibilidade do interesse público (sujeições).
CERTO ou ERRADO?
CERTO
Segundo o princípio da legalidade, os agentes públicos só podem atuar de acordo com o que está autorizado em lei. Não podem ir além. CERTO ou ERRADO?
CERTO
Qual é a diferença entre atos nominados e atos inominados?
Atos nominados são os atos previstos em lei, já descritos e “nomeados” nela. A administração pública só pode praticar atos nominados.
Já os atos inominados são atos não previstos em lei. Somente os particulares podem praticá-los.
A administração pública pode praticar atos nominados e inominados? E os particulares, também podem?
A administração pública pode praticar apenas atos nominados.
Os particulares podem praticar atos nominados e atos inominados.
Qual é a diferença entre o princípio da legalidade e a reserva legal?
O princípio da legalidade postula que a administração pública só pode atuar nos limites da lei em sentido amplo, incluída aí desde a CF até a legislação infralegal como portarias e etc..
A reserva legal é a obrigatoriedade de lei em sentido estrito para regulamentar determinados assuntos.
É possível a utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada?
A prova emprestada pode sim ser utilizada. Princípio da eficiência, celeridade, economia processual.