Vitalidade Fetal, Sofrimento Agudo e Crônico Flashcards
A partir de quantas semanas o feto é considerado viável?
A partir das 24 semanas.
Quais são os principais métodos para avaliação da vitalidade fetal?
- Observação da movimentação fetal
- Cardiotocografia
- Perfil biofísico fetal
- Dopplervelocimetria
Durante o parto, no período de dilatação, qual o intervalo da ausculta do BCF?
- Em pacientes de risco habitual, de 30/30 minutos;
- Em paciente de alto risco, de 15/15 minutos.
Durante o parto, no período expulsivo, qual o intervalo da ausculta do BCF?
- Em paciente de risco habitual, de 15/15 minutos;
- Em paciente de alto risco, de 5/5 minutos.
Como deve ser a ausculta do BCF no parto?
A ausculta deve ser realizada antes, durante e após o fim da contração, por 30 a 60 segundos.
O que a cardiotocografia avalia?
Integração do SNC, autônomo e cardiovascular fetal por análise dos efeitos da hipoxemia no SNC e, consequentemente, o comportamento da frequência cardíaca.
Quais são os tipos de CTG?
Em repouso, estimulação, sobrecarga.
O que é a linha de base na CTG?
Média da frequência do BCF, avaliada durante 10 minutos. Exclui-se variações de FC maiores que 25 bpm, acelerações e desacelerações.
O que é a variabilidade do BCF?
Oscilação da linha de base da frequência cardíaca fetal.
O que diminui a variabilidade do BCF?
Diminuição da variabilidade pode ocorrer por hipóxia, prematuridade, sono fisiológico fetal e uso de medicações (barbitúricos, opioides, tranquilizantes).
O que pode aumentar a variabilidade do BCF?
Aumento da variabilidade pode ocorrer devido à movimentação fetal excessiva ou hipoxemia aguda.
O que uma variabilidade moderada prediz?
Uma variabilidade moderada prediz ausência de danos cerebrais por acidose decorrente de hipóxia.
O que são acelerações transitórias na CTG?
Associada a movimentação fetal, por resultado de estímulos proprioceptores periféricos com aumento da secreção de catecolaminas e estimulação cardíaca autonômica.
Paciente com CTG com ausência de acelerações transitórias, estamos diante de um quadro patológico?
Ausência de acelerações não é necessariamente patológica, pode estar associada a sono fetal, uso de medicações ou prematuridade.
Quantas acelerações transitórias são esperadas em 20 minutos durante CTG?
É esperado pelo menos duas acelerações transitórias no período de 20 minutos.
Quais são as desacelerações que podem estar presentes na CTG?
Existem 3 tipos de desacelerações: a DIP I ou precoce ou cefálica, a DIP II ou tardia e a DIP III ou variáveis ou umbilicais.
O que é uma DIP I na CTG?
Quedas de BCF que coincidem com as contrações uterinas.
O que significam clinicamente DIP I na CTG?
São achados fisiológicos, associados a resposta autonômica às mudanças na PIC fetal e/ou no fluxo sanguíneo cerebral causada pela compressão do polo cefálico fetal durante contração uterina.
O que é uma DIP II na CTG?
Quedas de BCF aproximadamente 20 segundos após a contração uterina.
O que significam clinicamente DIP II na CTG?
Denota baixo nível de oxigenação, podendo corresponder a hipoxemia fetal por insuficiência uteroplacentária. Exigem parto cesárea de urgência em caso de DIP recorrente com demora para recuperação da linha de base.
O que é uma DIP III na CTG?
Quedas abruptas de BCF associadas a compressão do cordão umbilical, ocorrendo devido a contrações uterinas ou movimentos fetais.
O que significam clinicamente DIP III na CTG?
Costumam estar associadas com acelerações antes e depois. Não exige conduta obstétrica de urgência a princípio.
Em caso de sofrimento fetal agudo, qual a sequência de alterações fetais esperadas na CTG?
- Desaparecimento das acelerações;
- Redução da variabilidade;
- Taquicardia fetal;
- Variabilidade ausente;
- Desacelerações tardias;
- Bradicardia ;
- Óbito fetal.
Como são classificadas as CTGs?
Categoria I (normal) , Categoria II (indeterminada) e Categoria III (anormal).
Quais critérios estão presentes em uma CTG categoria I?
- Linha de base normal
- Variabilidade Moderada
- Ausência de DIP II ou III
- DIP I ausente ou presente
- Aceleração presente ou ausente
Quais critérios estão presentes em uma CTG categoria II?
Qualquer traçado que não pode ser alocado nas categorias I ou III.
Quais critérios estão presentes em uma CTG categoria III?
- Variabilidade ausente e qualquer um dos seguintes:
- DIP II recorrente
- DIP III recorrente
- Bradicardia persistente
- Padrão sinusoidal
Quais são medidas de reanimação intrauterina para melhorar o traçado da CTG?
Estimulo mecânico ou sonoro, alimentação/glicose, decúbito lateral, suspensão de ocitocina (caso a gestante esteja tomando), hidratação venosa, oxigenação suplementar.
O que avalia o perfil biofísico fetal (PBF)?
- Frequência cardíaca fetal;
- Movimentos corpóreos;
- Movimentos respiratórios;
- Tônus fetal;
- Volume de líquido amniótico.
Qual o único marcador de sofrimento fetal crônico?
Volume do líquido amniótico.
Qual a sequência de alteração do PBF em caso de SFA?
Inicialmente, a frequência cardíaca é alterada. Seguida de movimentos respiratórios fetais, movimentos corporais fetais e, por último, o tônus fetal.
Quando os movimentos respiratórios fetais são considerados normais no PBF?
Considera-se normal um episódio de duração de 30 segundos em 30 minutos de observação.
Em quais condições os movimentos respiratórios fetais podem estar diminuídos no PBF?
Na hipóxia, na infecção ovular e na hipoglicemia.
Em quais condições os movimentos respiratórios fetais podem estar aumentados no PBF?
Na hiperglicemia e no uso excessivo de cafeína.
Quando os movimentos corpóreos fetais são considerados normais no PBF?
Considera-se normal 1 movimento rápido e amplo ou 3 movimentos discretos em 30 minutos de exame.
Como se avalia o tônus fetal no PBF?
Pela presença de movimentos corpóreos fetais. Se ausente, avalia-se a presença de abertura e fechamento das mãos, movimentos palpebrais ou de sucção. Avalia-se durante 30 minutos a ocorrência destes sinais.
Como é medido o volume de líquido amniótico no PBF?
Pelo maior bolsão vertical ou pelo índice de líquido amniótico (ILA).
O que é considerado um PBF simplificado?
CTG associada a avaliação do líquido amniótico.
Como o PBF auxilia no diagnóstico de sofrimento fetal agudo?
Cada parâmetro do PBF recebe uma nota de 0 ou 2, num máximo de 10 em caso de inclusão do CTG no índice. Utiliza-se então o score associado ao ILA para definição de risco e conduta.
Qual valor de PBF exige uma conduta ativa?
PBF menor igual a 6 em IG menor que 34 semanas. Está associada a acidose ao nascimento e é padrão-ouro de sofrimento fetal.
Cite indicações gestacionais de acompanhamento com USG com dopplervelocimetria:
- Diabetes;
- Hipertensão;
- Trombofilias;
- Cardiopatias;
- Pneumopatias.
O que indicam alterações nas artérias uterinas?
Indicam invasão trofoblástica inadequada e estão relacionas ao maior risco de crescimento intrauterino restrito (CIUR ) e PE.
Quais são as alterações possíveis nas artérias umbilicais?
- IP > p95;
- Relação sístole/diástole > p95;
- Índice de resistência > p95;
- Diástole zero;
- Diástole reversa.
O que é a centralização fetal?
Fenômeno em que o organismo fetal prioriza a oxigenação de regiões nobres em detrimento das demais, em ambientes hipoxêmicos.
Fisiologicamente, o que caracteriza a centralização fetal?
Vasodilatação da artéria cerebral média para que diminua a resistência vascular e a oxigenação ocorra de maneira mais facilitada.
Como avaliamos o componente venoso fetal e o que indica alterações neste componente?
Utilizamos o ducto venoso. Suas alterações denotam indícios finais de sofrimento fetal com insuficiência placentária muito grave e associadas à acidose ao nascimento.
Em caso de diástole reversa das artérias umbilicais e ducto venoso com IP superior a 1,5, qual a conduta?
Interrupção imediata da gestação.
Em caso de ducto venoso com IP entre 1 e 1,5. Qual a conduta?
Corticoterapia e interrupção da gestação com 24 horas após a segunda dose (Betametasona 12mg/dia IM).
Em caso de hipoxemia crônica, qual alteração fisiológica explica a diminuição do líquido amniótico?
Diminuição da perfusão do pulmão e dos rins, o que acarreta menor diurese e consequentemente, menor volume do líquido amniótico.
Quais os valores de ILA e MBV normais?
ILA normal: entre 8 e 18cm.
MBV normal: entre 2 e 8cm.
Quais os valores de ILA e MBV que indicam oligodrâmnio?
ILA menor igual a 5cm.
MBV menor igual a 2cm.
Quais os valores de ILA e MBV que indicam polidrâmnio?
ILA > 25cm
MBV maior igual a 8
Qual a conduta em caso de oligodrâmnio?
Acompanhamento até a maturidade fetal. Se isolado, resolução com 37 semanas. Se ILA < 3cm, realizar parto com 34 semanas.
Em caso de oligodrâmnio associado com CIUR e/ou alterações no doppler sugestivas de insuficiência placentária, qual a conduta?
Resolução da gestação. Se entre 25 e 34 semanas, cogitar conduta conservadora para realização de corticoterapia (48 horas).
Qual deve ser o acompanhamento de paciente com oligodrâmnio?
Se ILA menor igual a 3cm, avaliação fetal diária.
Se ILA menor igual a 5cm e maior que 3 cm, avaliação fetal duas vezes na semana.
Durante exame físico da gestante, qual alteração pode indicar oligodramnia e CIUR?
AFU reduzido para a IG.
O que caracteriza CIUR?
Fetos com peso estimado inferior ao percentil 10 para a IG.
Quais causas de morbimortalidade fetal estão associadas ao CIUR?
Hipóxia, aspiração de mecônio, insuficiência respiratória, hipoglicemia, hipocalcemia, policitemia, hipotermia, hemorragia pulmonar, prejuízo no desenvolvimento neuropsicomotor, além de alterações tardias como DM2, hipercolesterolemia, coronariopatias e HAS.
Cite fatores de risco para CIUR:
- Idade materna > 40 anos
- Baixo ganho de peso materno
- Mãe e pai nascidos com CIUR
- Tabagismo, uso de cocaína
- Doença renal com hipertensão
- Hemorragia
- Exercício vigoroso diário
- História prévia de CIUR
- História de natimorto
- Hipertensão crônica
- Diabetes com complicação vascular
- SAAF
- Intestino hiperecogênico.
O que é RCIU tipo I?
Tipo I/simétrico/precoce → Fetos que apresentam alteração no início da gestação, apresentando crescimento simétrico. Geralmente causas fetais como doenças gênicas, cromossômicas e infecciosas estão nesse grupo.
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O que é RCIU tipo II?
Tipo II/assimétrico/tardio → Fetos afetados em uma fase mais tardia da gestação. Normalmente, causados por fatores extrínsecos aos fetos como insuficiência placentária e doenças materna como HAS. O padrão é assimétrico, cursando com uma alteração na circunferência abdominal em relação ao polo cefálico e do fêmur.
O que define RCIU estágio I?
- CIUR com insuficiência placentária moderada.
- Índice de pulsatilidade da artéria umbilical > percentil 95 ou da artéria cerebral média < 50.
Qual a conduta de RCIU estágio I?
O acompanhamento da vitalidade fetal deve ser feito semanalmente. Considerar a indução do parto com 37 semanas.
O que define RCIU estágio II?
- CIUR com insuficiência placentária grave.
- Corresponde aos casos de diástole zero da artéria umbilical.
Qual a conduta de RCIU estágio II?
A vitalidade fetal, nesses casos, deve ser realizada a cada dois dias. Indicado parto cesárea com 34 semanas.
O que define RCIU estágio III?
- CIUR com deterioração fetal avançada.
- São os casos de diástole reversa na artéria umbilical.
Qual a conduta de RCIU estágio III?
Está indicado acompanhamento da vitalidade fetal diariamente. Fazer cesárea com 30 semanas, após completadas as duas doses de corticoide.
O que define RCIU estágio IV?
- CIUR com alta probabilidade de acidose fetal ou risco de óbito fetal.
- Corresponde à presença de alteração no ducto venoso com onda A reversa, com pouca variabilidade na CTB.
Qual a conduta de RCIU estágio IV?
Nesses casos, é de suma importância informar aos pais os riscos associados à idade gestacional e à gravidade do caso. A interrupção da gestação por cesárea eletiva está indicada no momento do diagnóstico, de imediato.
O que diferencia um feto PIG para um feto restrito?
- Mães hígidas;
- Ausência de sinais de sofrimento fetal.
Em relação aos fetos PIG, qual a conduta?
Acompanhamento com doppler quinzenal em regime ambulatorial, sendo adotada conduta conservadora, com possibilidade de parto por via vaginal, no termo, com 40 semanas.