Urologia Flashcards

1
Q

Nefrolitiase - epidemiologia

A
  • Prevalencia: 3%
  • 12% das pessoas terão calculos em algum momento da vida, destes 20-30% necessitarão de abordagem terapeutica/intervencionista
  • mais comuns em homens e tem seu pico de incidência entre 20-40 anos
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2
Q

Fatores de Risco para nefrolitiase (9)

A

(1) história pessoal de nefrolitíase;
(2) história familiar de nefrolitíase;
(3) baixa ingesta hídrica;
(4) urina ácida (como acontece na vigência de resistência à insulina, obesidade, diabetes mellitus tipo 2, diarreia crônica);
(5) história de gota;
(6) hipertensão arterial sistêmica;
(7) cirurgia bariátrica;
(8) uso prolongado de certos medicamentos (ex.: indinavir em adultos e ceftriaxone em crianças);
(9) infecção urinária crônica ou recorrente.

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3
Q

Quais são os pontos de obstrução que determinam a colica nefretica? (3)

A

(1) junção ureteropélvica – mais comum: dor em flanco e sinal de Giordano precocemente positivo.
(2) terço médio do ureter (cruzamento com os vasos ilíacos internos): dor abdominal com irradiação para o ligamento inguinal e/ou testículo/grande lábio ipsilateral.
(3) junção vesicureteral: disúria, polaciúria, urgência e dor uretral (no homem: dor peniana).

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4
Q

Composição dos calculos coraliformes

A

mais comumente formados por estruvita (fosfato de amônio magnesiano), porém, podem ser de cistina ou ácido úrico

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5
Q

que tipo de calculo é radiotransparente (não aparece) no raio x simples?

A

calculos de acido urico

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6
Q

qual tipo de calculo nefretico só é produzido na presença de infecção?

A

cálculos de estruvita, só se desenvolvem na presença de infecção urinária por germes produtores de urease, como Proteus e Klebsiella.

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7
Q

Indicações para intervenção urológica precoce em nefrolitíase (5)

A
  • cálculos > 10 mm
  • infecção urinária associada
  • sintomas refratários ao tto clínico
  • obstrução persistente ou progressiva
  • IRA (obstrução bilateral completa ou em rim único)
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8
Q

Situações em que a litotripsia extracorpórea e contraindicada (3)

A
  • cálculos maiores que 20 mm
  • calculos localizados no polo inferior do rim
  • cálculos duros
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9
Q

Cálculos renais complicados - definição

A

São aqueles que se associam a infecção renal ou a obstrução ureteral total levando a IRA pós-renal

Nestes casos a intervenção deve ser o mais precoce possível com:

  • nefrostomia percutânea (cateter unico-J)
  • stent ureteral (cateter duplo-J)
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10
Q

Qual diurético aumenta a excreção de cálcio na urina? Ou seja, serve para reduzir a calciúria, em pacientes com litíase rica em cálcio

A

Hidrocloratiazida..
Reduz a calciúria ao aumentar a absorção de cálcio no TCD

Obs: os diuréticos de alça aumentam a hipercalciuria ao promoverem maior disponibilidade de sódio no TCD

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11
Q

Manifestações clínicas da HPB (10)

A

Obstrutivas: esforço miccional; hesitação; gotejamento terminal; esvaziamento incompleto; incontinência paradoxal (por transbordamento); retenção urinária

Irritativas: urgência, polaciúria, nictúria, incontinência de urgência; dor suprapubica

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12
Q

Tratamento da Hipercalciúria idiopática - 3 medidas

A
  • Restrição de sódio na dieta;
  • Restrição proteica (menos calcio retirado dos ossos para neutralizar o H+ liberado do metabolismo proteico);
  • DIURÉTICOS TIAZÍDICOS:
  • NÃO está indicada a restrição de cálcio
    na dieta
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13
Q

Tratamento da Hiperoxalúria Entérica

A
  • Colestiramina: resina ligadora de oxalato. Dose = 8-16 g/dia
  • Suplemento de cálcio: o cálcio alimentar se liga ao oxalato intestinal, evitando sua absorção
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14
Q

Divisão anatomica da prostata (3 zonas + estroma)

A
  1. ZONA PERIFÉRICA
    Situada posterolateralmente, representa a porção mais volumosa da próstata normal e contém cerca de 75% de todo o tecido glandular. Nesta zona, origina-se a maior parte dos adenocarcinomas da próstata.
  2. ZONA DE TRANSIÇÃO
    Situa-se na face anterior da uretra prostática, “abraçando-a”, abrangendo 5% do volume da próstata normal. Apesar de seu pequeno volume, é nesta zona que se origina a HPB.
  3. ZONA CENTRAL
    Possui forma piramidal, com seu ápice na extremidade
    distal da uretra prostática e sua base sob o colo vesical. É atravessada pelos dutos ejaculadores e abrange 20% do tecido prostático.
  4. ESTROMA FIBROMUSCULAR ANTERIOR
    Forma a parede anterior da próstata e é constituído
    por tecido conjuntivo e muscular compacto,
    sem qualquer estrutura glandular
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15
Q

Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) - definição

A
  • proliferação (hiperplasia) das células do epitélio e do estroma prostático, formando um tecido nodular adenomatoso. Tal processo geralmente promove aumento no volume da glândula, justificando sinais e sintomas obstrutivos/irritativos.
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16
Q

Quais são os principais fatores de risco

para HPB?

A
  • Idade avançada (que leva ao aumento de estrogênios circulantes - o que aumenta consequentemente os receptores para androgênios)
  • Produção de androgênios (isto é, presença dos testículos)
  • Influência genética
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17
Q

complicações da HPB (6)

A
  • retenção urinária aguda
  • litíase vesical
  • infecção urinária
  • falência do detrusor,
  • insuficiência renal pós-renal
  • hematúria
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18
Q

Qual achado no toque retal nos faz pensar em neoplasia de prostata?

A
  • presença de nódulos endurecidos é sugestiva de adenocarcinoma, e sempre indica a realização de uma biópsia transretal da próstata guiada por USG
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19
Q

Exames laboratoriais necessarios para confirmar/excluir HPB

A

Parcial de urina

Ureia e creatinina

PSA: Em pacientes com > 60 anos, o valor normal é inferior a 4,0 ng/ml; níveis acima de 1,6 ng/ml estão
relacionados à maior risco de progressão da HPB.

20
Q

Indicações Absolutas de Abordagem Intervencionista na HPB (6)

A
  • Retenção Urinária Aguda*
  • ITU de Repetição
  • Hematúria Macroscópica Persistente
  • Litíase Vesical
  • Insuficiência Renal
  • Divertículos Vesicais Grandes
  • Refratária à tentativa de retirada do cateter vesical
    ou recidivante.
21
Q

Medicamentos utilizados para tto clinico da HPB

A
  • Bloqueadores Alfa-1-Adrenérgicos
    seletivo: Tamsulozina (0,4-0,8 mg 1x/dia),
    nao seletivo: Doxazozina (4-8 mg 1x/dia)
  • Inibidores da 5-Alfa-Redutase (Antiandrogênicos)
    finasterida (5mg 1x/dia)
22
Q

Quais são as modalidades cirúrgicas mais utilizadas para tratamento de HPB?

A
  • Ressecção Transuretral da Próstata (RTUP)

- Prostatectomia Subtotal - melhor resultado em prostatas maiores (ex >80 g)

23
Q

Fatores de Risco para o Adenocarcinoma de Próstata (8)

A
  • Idade
  • Etnia
  • História Familiar
  • Mutações BRCA-1 e BRCA-2
  • Mutação HPC-1
  • IGF-1
  • Dieta rica em gorduras
  • Obesidade

OBS: Tabagismo, etilismo e HPB não são fatores de risco para Ca de prostata

24
Q

alteração genética mais comum do Ca de próstata (100% dos casos)?

A

é a hipermetilação do gene GSTP1

A hipermetilação do GSTP1 parece imprescindível para a iniciação do Ca de próstata!

25
Q

achado patognomônico de Ca de próstata na

biópsia?

A

é a presença de invasão perineural

26
Q

escore de Gleason - definição

A

Ele classifica a citoarquitetura tecidual em 5 graus distintos, sendo o grau 1 o mais bem diferenciado (isto é, o mais “parecido” com o tecido normal, com formação de glândulas contidas dentro de nódulos), e o grau 5 o menos diferenciado (sem formações glandulares, apenas células “soltas” infiltrando o estroma ou formando cordões e ninhos).

Como a doença tende a ser multifocal, em geral são encontrados pelo menos 2 graus distintos na mesma biópsia, e a pontuação final é dada pelo seu somatório. Por exemplo: quando o padrão dominante possui grau 3 e o padrão secundário possui grau 4, o Gleason final é 7

27
Q

Interpretação Clínica do Escore de Gleason - classificação quanto a pontuação no escore

A
  • Bem Diferenciado: Gleason 2-4
  • Intermediário: Gleason 5-6
  • Pouco Diferenciado: Gleason 7
  • Indiferenciado (alto grau): Gleason 8-10

Tumores com Gleason entre 2-4 são achados tipicamente “incidentais” em material de RTU de próstata durante o tratamento da HPB. A maioria dos tumores detectados pelo screening com PSA possui Gleason entre 5-7. Um Gleason ≥ 8 se associa a tumores avançados com baixa probabilidade de cura.

28
Q

A disseminação hematogenica do CA de prostata acomete principalmente qual orgao?

A

O Ca de próstata costuma se disseminar localmente e à distância. O sítio mais comum de metástase à distância é o esqueleto axial, onde na maioria das vezes observam-se lesões osteoblásticas. Em ordem decrescente de frequência, as regiões mais acometidas são:

(1) coluna lombar;
(2) fêmur proximal;
(3) pelve;
(4) coluna torácica; e
(5) costelas.

29
Q

Manifestações clinicas do CA de prostata

A
  • maioria das vezes é assintomatica, identificada apenas devido ao screening
  • obstrução urinária (hesitação, jato intermitente e/ou fraco) acompanham a doença localmente avançada que invade a uretra ou o colo vesical, fazendo diagnóstico
    diferencial com HPB.
  • hematúria e, principalmente, hematoespermia achados não esperados na HPB isolada
  • metástases esqueléticas costumam ser indolores no início, mas com o tempo queixas como dor óssea crônica (lombar, pelve, quadril) e/ou aguda (fratura patológica) vão se tornando mais frequentes.
30
Q

Recomendações para Screening do Ca de Próstata - Sociedade brasileira de Urologia

A
  • O screening deve ser feito em todos os homens entre 50-75 anos, desde que a expectativa de sobrevida seja > 10 anos
  • Se alto risco (negros, história familiar), começar aos 45 anos
  • O screening deve ser feito com PSA + TR
  • Um TR positivo (nódulo, induração) indica biópsia, independentemente do PSA
  • O valor de referência do PSA para considerar a realização de biópsia é 4 ng/ml, porém, para homens
    < 60 anos este valor passa a ser 2,5 ng/ml. Todavia, cabe ao médico avaliar individualmente o ponto de corte do PSA
  • PSA < 1,0 ng/ml pode fazer PSA + TR a cada 2-4 anos
  • PSA > 1,0 ng/ml, negros ou história familiar positiva devem fazer PSA + TR anualmente
31
Q

Valores de PSA e sua relaçao com a doença da prostata

A

Nas patologias prostática benignas, o PSA costuma
se manter na faixa entre 4-10 ng/ml. Valores > 10 ng/ml são mais específicos para câncer, e valores muito aumentados (> 100 ng/ ml) predizem com grande acurácia a existência de doença metastática. O acompanhamento evolutivo dos níveis séricos de PSA é útil para monitorar a resposta ao tratamento.

32
Q

Estratégias Validadas para o Tratamento do Ca de Próstata

A
  • DOENÇA LOCALIZADA (estágios I e II):
    1. Conduta Expectante (Active Surveillance)
    2. Prostatectomia Radical (aberta, laparoscópica manual
    ou RALP)
    3. Radioterapia Externa
    4. Braquiterapia
  • DOENÇA AVANÇADA (estágios III e IV):
    Hormonioterapia (deprivação androgênica)
33
Q

Hormonioterapia (deprivação androgênica) - como é feita? - medicações etc

A

bloqueio androgênico é feito na grande maioria dos pacientes com agonistas do GnRH em monoterapia (ex.: goserelina subcutânea mensal).

Alguns pacientes, no entanto, a fim de evitar ou amenizar os sintomas da síndrome de deprivação androgênica, preferem receber monoterapia com bloqueadores do receptor de androgênio (ex.: bicalutamida oral 3x ao dia) mesmo sabendo que
esta última alternativa apresenta menor eficácia
em termos de sobrevida

34
Q

Tipos de tumor de bexiga e porcentagem da ocorrencia em cada local

A

O principal tumor das vias urinárias é o Carcinoma
de Células Transicionais. Cerca de 90% desses tumores originam-se na bexiga, 8% na pelve renal e 2% no ureter e uretra proximal.

35
Q

CA de bexiga - epidemiologia

A
  • sexo masculino, na proporção de 2,5:1
  • predominando na terceira idade (pico de incidência
    entre 60-70 anos), porém, após os 40 anos já
    começa a ser encontrado.
  • raça branca é mais acometida do que a negra
36
Q

CA de bexiga - fatores de risco (9)

A

(1) tabagismo – responsável por até 50% dos casos em homens e 40% em mulheres;
(2) abuso de analgésicos derivados da fenacetina – ex.: paracetamol;
(3) cistites crônicas;
(4) cálculo vesical;
(5) irradiação pélvica no tratamento de tumores ginecológicos – aumenta em 60 vezes o risco;
(6) ciclofosfamida;
(7) exposição industrial a aminas aromáticas – fábricas de tintas, borracha, couro, têxteis e gráficas;
(8) dietas muito ricas em carne e gordura;
(9) infestação pelo Schistosoma haematobium.

37
Q

CA de bexiga - locais mais comuns de metastases

A

metástases preferencialmente para fígado, pulmão e ossos

38
Q

CA de bexiga - manifestações clinicas

A
  • hematuria macroscopica indolor (80-90% dos casos)
  • sintomas irritativos vesicais (do tipo “cistite” – disúria, polaciúria e urgência urinária) ocorrem em 20% dos casos, e são a segunda manifestação clínica mais comum
39
Q

CA de rim - epidemiologia

A

Esta neoplasia é mais comum em residentes de áreas urbanas, e predomina no sexo masculino (2:1).

A idade média do diagnóstico gira em torno de 50-70 anos

40
Q

Fatores de risco para o carcinoma de células renais (é o tumor mais frequente do rim)

A
  • tabagismo
  • obesidade
  • Doença cística renal adquirida (hemodiálise)
  • Exposição ocupacional a:
    - Cádmio
    - Derivados do petróleo (gasolina)
    - Asbesto
41
Q

Manifestações clinicas do carcinoma de celulas renais

A

(1) hematúria;

(2) massa abdominal palpável; quando palpável, o CCR
se mostra como uma massa firme, indolor, que
se move com a respiração.

(3) dor no flanco

Essa é a triade classica, porem ocorre classicamente em estagios mais avançados. Outros sintomas como perda ponderal tambem podem ocorrer.

42
Q

metastases mais comuns do tumor renal?

A

pulmão, seguido pelos ossos e pelo fígado.

43
Q

sindrome paraneoplasica do tumor renal - sinais e sintomas

A
  • anemia de doença cronica
  • policitemia (aumento da secração da eritropoetina)
  • Hipertensão arterial (renovascular)
  • febre (sem sinais de infecção)
  • hipercalcemia
Algumas formas incomuns de síndrome paraneoplásica endócrina do CCR são: feminização e masculinização
(produção ectópica de gonadotrofinas) e síndrome
de Cushing (produção ectópica de ACTH-like)
44
Q

Sinal clinico que nos faz pensar em carcinoma de celulas renais

A

Devemos suspeitar da existência de carcinoma de células renais sempre que um paciente desenvolve varicocele escrotal de maneira súbita e inexplicada.

resultado da obstrução da veia gonadal esquerda (no seu ponto de contato com a veia renal) por um trombo tumoral

45
Q

Tumor de Wilms - definição e epidemiologia

A

Tambem conhecido como nefroblastoma: neoplasia do rim em desenvolvimento, comumente associada à persistência de resíduos do tecido nefrogênico embrionário

segundo tumor abdominal mais frequente em crianças (o primeiro é o neuroblastoma)

dois a cinco anos, sendo raro antes dos seis meses,
bem como após os dez anos, igualmente em ambos os sexos.