Cirurgia Geral Flashcards

1
Q

Necessidade proteica de um paciente cirgurgico

A

1,2-1,5 a 2,0 g/kg/dia

Em vítimas de lesões extensas, esses valores
podem alcançar a faixa de 3 g/kg/dia.

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2
Q

Pacientes de alto risco para desnutrição (6)

A

(1) Índice de Massa Corpórea (IMC) < 18,5 ou perda ponderal > 10% do peso habitual em seis meses.
(2) Ingesta insuficiente de alimentos ou jejum por mais de sete a dez dias.
(3) História de doenças associadas à má absorção, fístulas entéricas, abscessos drenados, complicações graves da ferida operatória.

(4) Estados hipermetabólicos: sepse, queimadura,
febre prolongada, trauma e pancreatite.

(5) Abuso de álcool ou uso de medicações que prejudiquem a ação de nutrientes ou provoquem hipercatabolismo: glicocorticoides, antimetabólitos (metotrexato), imunossupressores, agentes antitumorais.

(6) Péssimas condições de habitação e higiene,
isolamento, idade avançada.

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3
Q

Equação de Harris-Benedict

A

Homem GEB = 66,5 + (13,75 × peso em kg)
+ (5,003 × altura em cm) – (6.775 × idade
em anos)

Mulher GEB = 65,5 + (9,563 × peso em kg)
+ (1.850 × altura em cm) – (4,676 × idade
em anos)

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4
Q

Quando iniciar dieta enteral em pacientes cirurgicos ou graves (por outras doenças)?

A

deve ser iniciada precocemente, isto é, em 24
a 48 horas (até 36 horas) da admissão

Pacientes instaveis hemodinamicamente não devem receber dieta enteral. A dieta enteral será iniciada (ou reiniciada) após estabilização do quadro hemodinâmico.

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5
Q

Quantas kcal deve ser oferecida ao paciente em dieta enteral?

A

em torno de 25 a 30 kcal/kg/dia.

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6
Q

Indicação de nutrição enteral por gastrostomia ou jejunostomia

A

Pacientes com previsão de nutrição enteral prolongada (> 4 semanas) devem ser submetidos à gastrostomia

Pacientes com retardo no esvaziamento gástrico, refluxo frequente e episódios de aspiração devem ter a jejunostomia como método de escolha (deve ser adminstrada em baixos volume e deve ser iso ou hipoosmotica)

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7
Q

Indicações de uso exclusivo de nutrição

parenteral.

A
  • Vômitos ou diarreias intratáveis
  • Íleo paralítico prolongado
  • Fístulas digestivas de alto débito
  • Obstrução ou suboclusão do trato gastrointestinal
  • Fases inicias de adaptação de síndrome do intestino curto

Obs: indicação não exclusiva de NP: a prescrição de NP em indivíduos que não conseguem atingir suas metas calóricas totais utilizando apenas a via enteral, como em
casos de distúrbios absortivos e de processos
inflamatórios intestinais.

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8
Q

Sindrome da realimentação - definição e como evitar?

A
  • alterações agudas em líquidos e eletrólitos corporais, como consequência da administração de nutrientes de forma rápida e excessiva em pacientes com desnutrição grave e prolongada (marasmo).
  • É comum hipofosfatemia e hipocalemia;
  • Insuficiência cardíaca, arritmias graves, disfunção
    diafragmática com insuficiência respiratória, alterações funcionais hepáticas, delírio e convulsões são encontrados em combinações variadas.
  • A prevenção da síndrome de realimentação consiste na administração mais cautelosa de nutrientes; é comum a oferta inicial de 50% do que é planejado para o peso atual do paciente
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9
Q

Fatores que influenciam o risco anestésico-cirúrgico (4 relacionados ao procedimento e 4 relacionados ao paciente)

A

RELACIONADOS AO PROCEDIMENTO
1- Duração > 4 horas.
2- Perda sanguínea > 1500 ml.
3- Invasão de cavidades (peritoneal, pleural).
4- Anestesia geral ou bloqueio neuraxial.
5- Cirurgia de emergência.

RELACIONADOS AO PACIENTE
1- Idade > 70 anos.
2- Doença cardiovascular, pulmonar, metabólica
(diabetes), renal ou hepática.
3- Baixa capacidade funcional.
4- Instabilidade cardiovascular ou respiratória

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10
Q

ASA I e II - definição e exemplos

A

ASA I: Nenhum distúrbio orgânico, psiquiátrico, fisiológico ou bioquímico. Paciente saudável, não tabagista, sem consumo de álcool ou apenas consumo leve.

ASA II: Paciente com doença sistêmica leve. Ex: HAS bem controlada; DM sem complicação vascular;
anemia; obesidade (30 < IMC < 40); gestação;
tabagismo; consumo social de álcool; doença
pulmonar leve.

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11
Q

ASA III - definição e exemplos

A

ASA III: Paciente com doença sistêmica grave. Ex:
Doenças que impõem limitação funcional significativa, mas não são incapacitantes. Uma ou mais das condições abaixo:
- DM com complicação vascular ou pobremente controlado. História de infarto agudo do miocárdio (IAM) > 3 meses; história de doença coronária com uso de
stent > 3 meses; (AVC) ou (AIT) > 3 meses.
- Angina pectoris estável, HAS não controlada; redução moderada da fração de ejeção; marcapasso implantado.
- IRC em diálise; obesidade mórbida (IMC > 40); hepatite crônica; abuso ou dependência do álcool; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

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12
Q

ASA IV e V - definição e exemplos

A

ASA IV: Paciente com doença sistêmica grave que representa ameaça constante à vida
Ex: História de IAM < 3 meses; história de doença
coronária com uso de stent < 3 meses; história de AVC ou AIT < 3 meses.
- Isquemia coronária em curso (angina instável),
disfunção valvar grave; redução grave da fração
de ejeção.
- Sepse; CIVD; doença renal aguda; doença renal
em estágio terminal não dialisando regularmente;
DPOC agudizado.

ASA V: Paciente moribundo, ou seja, não é esperado que sobreviva com ou sem a cirurgia proposta
Ex: Rotura de aneurisma aórtico. Politrauma; hemorragia intracraniana com efeito de massa.
Isquemia intestinal na vigência de patologia cardíaca
significativa ou de disfunção sistêmica de
múltiplos órgãos.

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13
Q

ASA VI - definição e exemplos

A

ASA VI: Paciente em morte cerebral; será operado para retirada de órgãos para doação

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14
Q

Uso de anticoagulantes - como proceder quanto a eles em casos de cirurgia ambulatoriais e de emergencia?

A
  • Cumarinicos: devem ser suspensos 5 dias antes do procedimento, valores <1,5 permitem a realização da cirurgia, podendo ser retomada no dia seguinte a operação.
  • Pacientes com grande risco tromboembolico: interrompe-se cumarinicos e usa-se Heparina Nao Fracionada em dose anticoagulante em BIC até 6 horas antes da cx, sendo reintroduzida (junto com o cumarinico) 12-24 h pos procedimento.
  • Nas cirurgias emergenciais em pacientes utilizando
    warfarina, o plasma fresco congelado deve ser infundido na dose de 15 a 20 ml/kg para elevar a atividade dos fatores de coagulação
  • Novos ACO devem ser suspensos 2 a 3 dias antes da cx e reiniciados assim que o paciente tiver com hemostasia adequada
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15
Q

Uso de AAS no perioperatorio - como proceder?

A

(1) Na endarterectomia de carótida, o AAS deve
ser continuado em todo o período perioperatório;

(2) AAS e outras drogas antiplaquetárias devem ser continuadas, se possível, em pacientes com stent coronário ou em doentes que apresentaram eventos recentes, tais como IAM, síndromes coronarianas agudas outras e acidente vascular cerebral;

(3) Nos pacientes portadores de doença arterial periférica, que se submeterão a cirurgias vasculares
infra- inguinais, como reconstrução ou by-pass arterial, o AAS deve ser continuado no período perioperatório;

(4) Para outros pacientes que utilizam AAS como prevenção secundária, os riscos e benefícios do uso perioperatório da medicação devem ser avaliados pelo cirurgião, cardiologista e neurologista e discutidos com o paciente.

Em pacientes que não se encaixam nas recomendações
acima, o AAS deve ser suspenso sete a dez dias antes de um procedimento cirúrgico

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16
Q

Uso de antihipertensivos em cirurgia - como proceder?

A

Suspender os anti-hipertensivos na manhã do procedimento e retomar na dose habitual no dia seguinte

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17
Q

Uso de betabloqueadores em cirurgia - como proceder?

A

(1) Os betabloqueadores devem ser mantidos no
período perioperatório, se bem tolerados, nos
usuários crônicos;

(2) Os betabloqueadores devem ser prescritos em pacientes de risco intermediário ou elevado de IAM demonstrado em testes de estratificação de risco pré-operatório;

(3) Nos pacientes com três ou mais variáveis (ou
fatores de risco) no IRCR, tais como, diabetes,
insuficiência cardíaca, doença arterial coronária,
acidente vascular cerebral e insuficiência renal,
parece razoável o início dos betabloqueadores;

(4) Quando há indicação de terapia com betabloqueadores, o ideal é que a droga seja iniciada em um período superior a quatro semanas antes da cirurgia proposta. Quando os pacientes que já deveriam estar tomando betabloqueadores são identificados dentro de 30 dias da cirurgia, cada caso deve ser individualizado.

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18
Q

Uso de antidiabeticos orais (em pacientes que nao usam insulina) em cirurgia - como proceder?

A

Medicamentos, sulfonilureias, tiazolidinedionas, biguanidas (metformina) e drogas injetáveis não insulina
(agonista de receptores do GLP-1 [liraglutida,
exenatide]) não podem ser administrados na
manhã da cirurgia.

Assim que o paciente se alimentar no período pós-operatório, as drogas habitualmente empregadas devem ser reiniciadas. Metformina só poderá ser reiniciada caso a função renal no pós-operatório se encontre normal

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19
Q

Uso de insulina em diabeticos tipo 2 em cirurgia - como proceder?

A
  • insulina NPH, a dose da noite, na véspera da cirurgia, deve ser de 2/3 da dose habitual e, na manhã cirurgia, metade da dose utilizada rotineiramente.
  • uso de insulina glargina, a dose noturna deve
    ser reduzida de 30 a 50%.
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20
Q

Desordens hepáticas que contraindicam cirurgias eletivas (7)

A
  • Hepatite alcoólica.
  • Hepatite viral aguda.
  • Insuficiência hepática fulminante.
  • Cirrose classe C de Child-Pugh.
  • Hepatite crônica com histologia grave.
  • Coagulopatia grave (prolongamento do tempo de protrombina > 3 segundos a despeito da administração de vitamina K; plaquetas < 50.000 mm3).
  • Complicações graves extra-hepáticas (insuficiência renal aguda, cardiomiopatia, insuficiência cardíaca, hipoxemia).
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21
Q

De acordo com CHILD e MELD quando posso ou nao operar?

A
  • Procedimentos cirúrgicos eletivos estão contraindicados em pacientes com Child-Pugh C e em pacientes com MELD > 15;
  • Pacientes com Child B e com MELD 10-15 não devem se submeter a ressecções hepáticas extensas ou à cirurgia cardíaca;
  • Pacientes com Child A possuem resposta praticamente normal a todas as cirurgias; o fígado apresenta capacidade normal de regeneração.
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22
Q

principais causas infecciosas de febre no pós cirurgico

A

principais causas infecciosas de febre
incluem infecção de sítio cirúrgico (ferida operatória), infecção urinária, infecção relacionada ao cateter e à pneumonia

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23
Q

Hipertermia maligna - definição, fisiopatologia e manifestações clinicas

A
  • contração muscular incessante (devido a saida exagerada de Ca do sarcoplasma, devido a exposição a certos anestesicos) , fenômeno que leva a um aumento significativo do metabolismo muscular (gerando calor e hipertermia), à rigidez muscular mantida e a uma série
    de distúrbios metabólicos.
  • As manifestações clínicas têm início, geralmente, dentro dos primeiros 30 minutos da anestesia, mas podem ocorrer em até 24 horas de pós-operatório
  • Muitos desenvolvem intensa rigidez, notada principalmente por incapacidade do anestesista em abrir a boca do paciente, fenômeno ocasionado por espasmo do masseter (um sinal patognomônico); outros achados incluem taquipneia, flush cutâneo e hipertermia (temperatura de até 42ºC).
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24
Q

Abordagem do paciente com hipertermia maligna. (10)

A
  • Interromper o agente anestésico deflagrador.
  • Hiperventilar o paciente com O2 a 100%.
  • Administrar anestesia alternativa (BNM não despolarizantes, opioides, propofol, etomidato etc.).
  • Interromper a cirurgia assim que possível.
  • Administrar dantrolene 2,5 mg/kg em bolus, seguido de nova dose a cada cinco minutos e, a partir de então, iniciar 1 a 2 mg/kg/h até desaparecimento dos sintomas.
  • Uso de cobertores térmicos, compressas com gelo e líquidos parenterais frios.
  • Tratar acidose com bicarbonato.
  • Controlar as arritmias com betabloqueadores e lidocaína.
  • Promover débito urinário elevado, cerca de 2
    ml/kg/h utilizando furosemida ou manitol na prevenção de necrose tubular aguda por mioglobinúria.
  • Infusão de insulina e glicose para o controle da hipercalemia.
  • Monitorar níveis de cálcio e de outros eletrólitos.
  • Monitorar gases arteriais.
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25
Q

Fatores de risco para hipotensão para pacientes em cirurgia (4)

A
  • cirurgia em extremos das idades;
  • cirurgia em cavidades;
  • cirurgia com tempo de duração superior a uma
    hora;
  • emprego de modalidade anestésica combinada (anestesia geral + epidural)
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26
Q

Seroma - definição e manifestações clinicas

A
  • acúmulo de soro e linfa no tecido celular subcutâneo; - - acredita-se que seja decorrente de lesão de pequenos canais linfáticos;
  • manifestações: abaulamento indolor e sem sinais flogísticos da ferida operatória, com eventual drenagem de líquido de aspecto claro;
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27
Q

Tratamento do seroma

A
  • aspiração com agulha calibrosa seguida de curativo compressivo, na tentativa de obliterar os linfáticos.
  • Nos seromas que reacumulam após duas aspirações, a drenagem aberta da coleção somada à compressão
    da ferida com gaze umidificada são medidas
    recomendadas. Nesses casos, a ferida deve ser
    deixada cicatrizar por segunda intenção.
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28
Q

Fatores associados à deiscência aponeurótica. (12)

A
  • Técnica cirúrgica incorreta no fechamento de aponeuroses e fáscias
  • Cirurgia de emergência
  • Infecção intra-abdominal
  • Idade avançada
  • Infecção de ferida, hematoma, seroma
  • Pressão intra-abdominal elevada
  • Obesidade
  • Uso crônico de glicocorticoide
  • Episódio anterior de deiscência
  • Desnutrição
  • Radioterapia ou quimioterapia
  • Doença sistêmica (uremia, diabetes mellitus)
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29
Q

Uso de antihipertensivos em cirurgia - como proceder?

A

Suspender os anti-hipertensivos na manhã do procedimento e retomar na dose habitual no dia seguinte

30
Q

Tipos de cirurgia quanto à contaminação bacteriana (4 CLASSES)

A
  • CIRURGIA LIMPA (Classe I): Não traumática, sem inflamação, não há entrada em Trato Gastrointestinal (TGI), Trato Geniturinário (TGU) ou trato respiratório.
    Ex.: Cirurgia cardíaca, neurocirurgia, cirurgia plástica, cirurgia ortopédica, herniorrafia, tireoidectomia.
  • CIRURGIA LIMPA-CONTAMINADA ou POTENCIALMENTE CONTAMINADA (Classe II):Cirurgias em trato gastrointestinal ou respiratório sem extravasamento de conteúdo ou pouco extravasamento.
    Ex.: Cirurgia orofaríngea, esôfago, jejunoileal, biliar, cólon-reto, urológica, ginecológica (histerectomia) e cesariana.
CIRURGIA CONTAMINADA (Classe III) - Extravasamento grosseiro de conteúdo luminal de víscera oca;
- Ferida traumática recente; Entrada no TGI ou TGU na presença de bile infectada ou infecção urinária; Infecção à distância. Ex.: Apendicite aguda inicial, colecistite aguda.

CIRURGIA INFECTADA -SUJA (Classe IV):
- Infecção clínica com supuração prévia à cirurgia;
- Víscera perfurada prévia à cirurgia;
- Transecção de tecido “limpo” para se ter acesso à coleção purulenta;
- Ferida traumática com tecido desvitalizado, corpo estranho ou contaminação fecal.
Ex.: Inflamações intra-abdominais necrosadas ou supuradas (apendicite aguda supurada, colecistite aguda com empiema de vesícula ou perfuração); laparotomia no trauma abdominal com rotura prévia de alça.

31
Q

Uso de antibiotiprofilaxia de acordo com a classe de contaminação da cirurgia

A
  • Classe I: apenas cefalosporinas de primeira geração. Ex: cefalotina ou cefazolina
  • classe II e classe III: fluoroquinolona (ou aminoglicosídeo) e metronidazol, cefazolina e metronidazol ou o uso de ampicilina-sulbactam
    também podem ser recomendadas.
  • As cirurgias infectadas (classe IV) não necessitam
    de profilaxia antibiótica e sim de terapia antibiótica – antibioticoterapia.
32
Q

quando devemos recomendar transfusão pré-operatória?

A

pré-operatório incluem:

(1) níveis de Hb < 6 g/dl;
(2) valores entre 6 e 10 g/dl na presença de doença isquêmica do miocárdio ou doença cerebrovascular;
(3) valores entre 6 e 10 g/dl em procedimentos cirúrgicos que se acompanham de uma perda estimada de mais de 30% da volemia (em um indivíduo de 70 kg, mais

obs: Em casos de trombocitopenia, contagens abaixo de 100.000/mm3 impedem a realização de cirurgias oftalmológicas e neurocirurgias. Contagens abaixo de
50.000/mm3 impedem a realização de qualquer
procedimento cirúrgico. de 1.500 ml).

33
Q

em quais casos é necessaria abordagem em centro cirurgico de infecções de sitio cirurgico (nos casos de ISC superficial e profunda)?

A

ISC incisionais superficiais acompanhadas

de celulite, ISC incisionais profundas (fasciíte, miosite), repercussões sistêmicas e imunossupressão

34
Q

Fistulas gastrointestinais - definição

A
  • são definidas como uma espécie de comunicação entre duas superfícies epiteliais, sendo que uma delas obrigatoriamente deve ser um órgão ou víscera oca.
  • No trato digestivo, esta complicação pode acontecer entre dois órgãos ou entre um órgão digestivo e outra
    estrutura não relacionada, como pele, bexiga, vagina etc
35
Q

Classificação das fistulas (em relação ao débito)

A
Do ponto de vista fisiológico, as fístulas são
classificadas como:
- de alto (> 500 ml/24h),
- de médio (200 a 500 ml/24h) ou
- de baixo débito (< 200 ml/24h).
36
Q

Tratamento de fistulas enterocutaneas

A
  • O tratamento consiste em:
  • reposição hídrica (os pacientes com fístulas de alto débito se encontram extremante depletados),
  • correção eletrolítica,
  • controle da sepse com antibióticos,
  • dieta zero (para diminuir as secreções pelo trato digestivo) e suporte nutricional (NPT).
  • A ferida operatória, se infectada, deve ser aberta e drenada; em casos de abscessos intra-abdominais,
    estes devem ser drenados (via percutânea ou cirúrgica).
  • uso de IBP ou inibidores do receptor H2 devem ser usados, pois diminuem o debito da fistula
  • As fístulas que não fecham necessitam de
    intervenção cirúrgica, complexas devem ser reabordadas em 6 a 12 meses e simples em 12 semanas
37
Q

Em ordem crescente: quanto tempo os setores do TGI demoram para retomar sua atividade (em média), após procedimento cirurgico

A
  • intestindo delgado: poucas horas
  • estomago: 24-48 horas
  • cólon: 48-72 horas
38
Q

Ileo pós-operatório - definição

A

adinamia do intestino (de todas porções e nao somente do ileo), provavelmente como resposta normal a agressão cirurgico-anestesica, que se resolve de 2 a 4 dias

39
Q

Ileo adinamico ou paralitico - definição e principais causas

A
  • adinamia do intestino, causada por uma serie de fatores, que dura mais do que 4 dias
  • causas: Pancreatite; Infecção intra-abdominal (peritonite ou abscesso); Hemorragia e inflamação retroperitoneal; Anormalidades eletrolíticas; Cirurgia prolongada; Medicações (narcóticos e agentes psicotrópicos); Pneumonia; Hipocalemia.
40
Q

Sinais de IAM no perioperatório

A
  • dispneia, elevação da frequência cardíaca, hipotensão,
    sinais de insuficiência respiratória, alteração do estado mental e glicemia de difícil controle em diabéticos.
  • A maioria dos infartos não apresenta elevação do segmento ST (IAM sem supra de ST); nesses casos, podemos encontrar qualquer um dos traçados eletrocardiográficos: eletrocardiograma normal, presença de infradesnível do segmento ST ou onda T invertida,
    com amplitude aumentada e simétrica.
  • As troponinas cardioespecíficas obrigatoriamente se
    elevam (troponina I > 1 ng/ml).
41
Q

Regra dos 25% em complicações pulmonares de pacientes cirurgicos

A
  • 25% é o percentual de complicações respiratórias em pacientes cirúrgicos.
  • 25% dos óbitos em cirurgia ocorrem por complicações respiratórias.
42
Q

Qual é a complicação pulmonar mais frequente no paciente cirurgico?

A

Atelectasia (colapso alveolar segmentar)

O quadro clínico geralmente é discreto com febre baixa e eventual desconforto respiratório. Devemos lembrar que a atelectasia é a causa mais comum de febre nas primeiras 72 horas de pós-operatório, principalmente
nas primeiras 48 horas.

43
Q

Como evitar atelectasia em pacientes cirurgicos?

A
  • É muito importante que o paciente seja incentivado a respirar fundo e a tossir, para evitar a atelectasia
  • Em cirurgias de andar superior do abdome, uma analgesia pós-operatória bem conduzida evita a hipoventilação (provocada pela dor) e a atelectasia.
  • As medidas profiláticas também devem ser empregadas como tratamento, resolvendo a maioria dos casos. Em pacientes pouco responsivos, precisamos lançar mão de ventilação não invasiva com pressão positiva e também recomendarmos fisioterapia respiratória
44
Q

O que é a sindrome de Mendelson?

A

Pneumonite causada por aspiração de conteudo gastrico para arvore traqueo-bronquica

tratamento: IOT com ventilação por pressao positiva

45
Q

Principais fatores de risco para a doença tromboembólica em pacientes cirúrgicos

A
  • Idade > 40 anos (aumentando ainda mais após os 60 anos).
  • Obesidade.
  • Tromboembolismo prévio.
  • Imobilização, restrição ao leito.
  • Neoplasias e quimioterapia.
  • Insuficiência cardíaca.
  • Politrauma, traumatismo raquimedular e fraturas.
  • Varizes em membros inferiores.
  • Síndrome nefrótica, vasculites e hemoglobinúria
    paroxística noturna.
  • Outras síndromes de hipercoagulabilidade,
    hereditárias ou adquiridas.
  • Gestação e uso de contraceptivos orais em altas doses.
  • AVC, sobretudo no lado parético.
  • Cateteres venosos de permanência.
  • Doença inflamatória intestinal.
46
Q

Qual discrepancia de sintoma e exame fisico faz pensar em TEP?

A

Paciente com dispneia aguda porem com ausculta pobre em achados, alem de raio x toracico inexpressivo

47
Q

Exame a ser pedido na suspeita de TEP

A

TC helicoidal de torax com contraste

se tiver indisponivel (ou paciente com disfunção renal), pode ser feito Doppler de vasos inferiores, que se mostrar TVP confirma o TEP e autoriza a realização do tratamento especifico

48
Q

Quais são os componentes do funiculo espermatico (quais estruturas passam em seu pelo canal espermatico)? (9)

A
  • fibras do músculo cremáster;
  • vasos cremastéricos;
  • ducto deferente com sua artéria e veia;
  • artéria e veia testiculares;
  • artéria e veia espermáticas externas;
  • conduto peritoneovaginal (processos vaginalis) obliterado;
  • plexo pampiniforme;
  • ramo genital do nervo genitofemoral;
  • nervo cremastérico e vasos linfáticos.
49
Q

Quais estruturas passam pelo canal inguinal?

A
  • Funiculo espermatico;
  • nervo ilioinguinal;
  • nervo íleo-hipogástrico
50
Q

Limites e estruturas que formam o canal inguinal?

A
  • aponeurose do músculo oblíquo externo forma o limite anterior do canal.
  • formando sua parede superior e posterior, estão o músculo oblíquo interno e o músculo transverso do
    abdome com sua aponeurose
51
Q

Estruturas que delimitam o Trígono de Hasselbach

A
  • região triangular, limitada pelo ligamento inguinal, inferiormente; à borda do reto abdominal, medialmente; e aos vasos epigástricos inferiores, lateralmente
  • corresponde à região de maior fraqueza da fascia transversalis e por isso, é vulnerável à formação de hérnias
52
Q

estruturas que delimitam o canal femoral?

A

O canal femoral é limitado anteriormente pelo trato ileopúbico, ligamento de Cooper posteriormente
e pela veia femoral lateralmente.

53
Q

Hernias inguinais - epidemiologia

A

Representam 75% das hernias da parede abdominal, as indiretas sao mais prevalentes, sendo mais frequente em homens, do lado direito, e aumentam de prevalencia com a idade

Obs: Um saco herniário que durante a abordagem
anterior se anuncia lateralmente aos vasos epigástricos corresponde à hérnia indireta. Um saco herniário que se anuncia medialmente aos vasos epigástricos é sinônimo de hérnia direta.

54
Q

Hernia inguinal indireta - etiologia

A
  • são secundárias a alterações congênitas decorrentes do não fechamento do conduto peritoneovaginal (processus vaginalis), uma espécie de túnel criado pela
    descida do testículo (que vai empurrando o peritônio à sua frente) da cavidade abdominal em direção à bolsa escrotal. Normalmente esse conduto é obliterado totalmente, recebendo o nome de ligamento de Cloquet
55
Q

Hernia inguinal direta - etiologia

A
  • Ocorrem devido a um enfraquecimento da musculatura da parede posterior do canal inguinal, ocorrendo NO triangulo de Hasselbach
56
Q

Situações clinicas das hernias inguinais (redutivel, encarcerada ou estrangulada) - definição de cada situação

A

(1) Hérnia redutível: é aquela que é reduzida, ou seja, o saco herniário retorna à cavidade abdominal, espontaneamente ou através de manobra manual (manobra de Taxe);
(2) Hérnia encarcerada: é aquela em que não é possível a redução manual do saco herniário e, por isso, dita irredutível;

(3) Hérnia estrangulada: ocorre quando o encarceramento leva ao comprometimento vascular,
com o paciente apresentando dor intensa, acompanhada de sinais flogísticos na região inguinal.

57
Q

Como diferenciar hernia direta de indireta pelo exame fisico?

A
  • Caso seja palpada protusão que vem de encontro
    ao nosso dedo, estamos frente a uma hérnia indireta.
  • Caso a protusão seja sentida na polpa digital, a partir do assoalho do canal inguinal, a suspeita é de hérnia direta
58
Q

Classificação de Nyhus para hérnia. (I a IV)

A

Tipo I: Hérnia indireta com anel inguinal profundo normal (até 2 cm).

Tipo II: Hérnia indireta com anel inguinal interno alargado, porém com parede posterior
preservada.

Tipo III: Defeito na parede posterior:
A - Hérnia direta;
B - Hérnia indireta com alargamento do anel interno e destruição da parede posterior (mista);
C - Hérnia femoral.

Tipo IV: Hérnias recidivadas:
A - Direta;
B - Indireta;
C - Femoral;
D - Mistas ou combinadas.
59
Q

O que é manobra de Taxe?

A

Redução incruenta de uma hernia encarcerada

obs: A tentativa de redução manual do saco herniário
estará contraindicada na presença de sinais suspeitos
de comprometimento isquêmico da alça herniada, tais como: queda do estado geral, hiperemia local, dor local intensa, dor abdominal intensa, hipotensão e alteração em exames laboratoriais ou de imagem, como leucocitose e sinais de sofrimento isquêmico na TC de abdome.

60
Q

Tratamento das hernias inguinais

A

Hernias redutiveis: tratamento eletivo

Hernias encarceradas que sao reduzidas após manobra de Taxe: tratamento com cirurgia eletiva

Hernias estranguladas: Cirurgia de emergencia, com abordagem por regiao inguinal, ou laparotomia exploratoria no caso de sinais de peritonite

61
Q

Como diferenciar hernia femoral de hernia inguinal?

A

Clinicamente, as hérnias femorais apresentam
sintomatologia semelhante à das hérnias inguinais.
No exame físico, entretanto, notamos abaulamento na região inguinal localizado inferiormente ao ligamento inguinal

62
Q

Hérnia de Amyand - definição

A

quando o conteudo herniario, de uma hernia inguinal, é o apendice vermiforme inflamado.

63
Q

hérnia de Littré - definição

A

A hérnia de Littré é caracterizada pela presença
do divertículo de Meckel no saco herniário.

se localiza na borda antimesentérica do íleo, a cerca de 60 cm da válvula ileocecal, sendo por isso mais comum à direita

64
Q

Principais vantagens da raquianestesia.

A
  • Evita manipulação das vias aéreas e, portanto, potenciais complicações da intubação orotraqueal.
  • Mantém a consciência em procedimentos onde esta medida é necessária como na RTU*; nesses casos, alterações no nível de consciência podem indicar hiponatremia transoperatória, uma possível complicação desta cirurgia.
  • Quando comparada à anestesia geral, apresenta menor incidência de delirium e confusão mental no pós-operatório de cirurgias ortopédicas de quadril em idosos.
65
Q

Principais complicações da raquianestesia

A
  • Hipotensão
  • Bradicardia
  • Cefaleia pós-punção
  • Dor lombar
  • Retenção urinária
  • Parada cardiorrespiratória por extensão cefálica do AL**
66
Q

Contraindicações absolutas à raquianestesia

A
  • Coagulopatia
  • Elevação da Pressão Intracraniana (PIC)
  • Infecção no sítio de punção
  • Hipovolemia grave
  • Sepse/bacteremia
  • Anticoagulação terapêutica
67
Q

Fios absorviveis

A
  • catgut: anastomoses gastrointestinais, na sutura do peritônio, na bolsa escrotal e no períneo; eaproximação do plano muscular e do tecido celular subcutâneo
  • Poliglactina (vicryl: Utilizado em cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na aproximação do tecido celular subcutâneo
  • monocryl: suturas intestinais, do sistema urinário e, principalmente, como fechamento da pele no plano
    dérmico e subdérmico
68
Q

Fios Inabsorvíveis

A
  • seda (preto)
  • Algodão (azul).
  • Polipropileno (azul - prolene): é excelente para anastomoses vasculares, uma vez que mantém sua
    força tênsil por longo período; pode ser empregado
    também em suturas gastrointestinais, no fechamento de aponeuroses e na fixação de tela nas herniorrafias inguinais.
  • Náilon ou Nylon (preto).
69
Q

7 passos Na intubação de sequência rápida (7 P’s)

A

(1) Preparação;
(2) Pré-oxigenação com 100% de O2 inspirado;
(3) Pré-tratamento, muitas vezes não empregado (uso de fentanil para reduzir a resposta adrenérgica à laringoscopia);
(4) Paralisia com indução (na realidade, sedativo primeiro e depois bloqueador neuromuscular);
(5) Posicionamento correto da cabeça do paciente, com extensão atlanto-occipital com elevação da cabeça em 3-7 cm ou posição “em rampa” em obesos, com elevação da cabeça e tronco para o alinhamento do meato auditivo externo com a fúrcula esternal;
(6) colocação do tubo com confirmação (place)
(7) Pós-intubação

70
Q

contraindicações para uso de succinil colina

A

(1) lesões extensas por esmagamento;
(2) nas primeiras 48-72 horas após queimaduras extensas, politrauma ou evento agudo de denervação;
(3) história de hipertermia maligna;
(4) presença de hipercalemia;
(5) miopatias crônicas.
obs: succinilcolina aumenta a hipercalemia