UERJ - Pediatria Flashcards
Lactente de 18 meses é trazido para atendimento apresentando massa cervical à direita e febre de
38°C há dois dias. A família relata que a criança tem um “tumor no pescoço”, desde que nasceu, mas que
nesses últimos dias notou aumento do local. Ao exame físico, a criança está em bom estado geral e
apresenta massa cervical do lado direito, com presença de hiperemia, de consistência amolecida, cística
e dolorosa à palpação. A massa não se move à deglutição e o restante do exame físico não indica outras
alterações. A principal hipótese diagnóstica é infecção de:
a) cisto tireoglosso
b) higroma cístico
c) hemangioma
d) linfonodo
B
Menina de 9 anos é atendida com dor abdominal e diarreia há três semanas. Refere que a dor
abdominal se dá em cólicas, havendo períodos sem dor, porém a mesma vem aumentando de
intensidade. Sobre as evacuações, relata serem de consistência líquida, por vezes com presença de
sangue vivo. Há seis semanas, apresenta dor em joelho esquerdo e cotovelo direito, com piora pela
manhã ao acordar. Ao exame físico, a criança está em regular estado geral, emagrecida, referindo dor à
palpação profunda de abdômen, sem sinal de irritação peritoneal, apresentando edema de joelho
esquerdo e cotovelo direito, com aumento da temperatura local e limitação à movimentação passiva e
ativa. Os exames complementares mostram anemia leve normocítica, aumento de proteína C reativa no
sangue e aumento de calprotectina nas fezes. A coprocultura é negativa. Nesse caso, o diagnóstico mais
provável é:
a) doença inflamatória intestinal
b) porfiria aguda intermitente
c) artrite idiopática juvenil
d) doença celíaca
A
Lactente de 7 meses é trazido para consulta de puericultura por sua avó, que refere que a criança
está bem, com bom desenvolvimento e aceitando os alimentos oferecidos. Ao exame da região da
genitália, notam-se lesões eritematosas confluentes, com presença de pequenas lesões satélites
papulares, algumas pustulosas, estendendo-se para fora da área de contato com a fralda. Nesse caso, o
principal agente causador é:
a) Papiloma Vírus
b) Candida albicans
c) Herpes Vírus tipo 2
d) Trichophyton tonsurans
B
Recém-nascido (RN) a termo, no segundo dia de vida, apresenta quadro de cianose. A mãe não fez prénatal e chegou à maternidade em período expulsivo. Ao exame físico, o RN encontra-se com cianose labial e
periférica, tiragem subcostal moderada, FR = 70ipm, FC = 150bpm, SatO2 = 80% e a ausculta cardíaca revela sopro sistólico leve, em borda paraesternal, apagamento de B1 e hiperfonese de B2. O ecocardiograma (ECO) mostrou transposição de grandes vasos, com septo atrioventricular íntegro. Para esse caso, o tratamento medicamentoso urgente é:
a) morfina
b) furosemida
c) propranolol
d) prostaglandina
D
Menina de 7 anos é trazida para consulta ambulatorial com queixa de baixa estatura. A mãe refere que a
criança tem desenvolvimento normal, mas que é bem menor que seus colegas de turma da escola. Ao ser
questionada sobre doenças prévias, a mãe relata que a menina foi internada mais de cinco vezes por
infecção urinária, com presença de febre e que o primeiro episódio aconteceu aos três meses de vida. À
época, foi pedida uma ultrassonografia (USG) de vias urinárias, que não conseguiu realizar. Ao exame físico,
a criança apresenta PA = 128 x 86mmHg, FC = 98bpm, FR = 34ipm, sem outras alterações, exceto pela baixa
estatura, classificada como abaixo do alvo genético e do z escore -3 para a idade. O IMC é adequado para a
idade. A mãe trouxe um hemograma que mostra: Hgb = 9g/dL, VCM = 79, RDW = 11. Para a investigação
diagnóstica dessa criança, é essencial solicitar:
a) cinética de ferro
b) cultura de urina
c) função renal
d) mielograma
C
Sobre o aleitamento materno, é correto afirmar que:
a) retirar um pouco de leite antes de colocar o bebê no peito pode facilitar a pega, se a mama estiver
muito cheia nos primeiros dias, após a apojadura
b) colocar o bebê no seio materno na primeira hora de vida não é vantajoso, uma vez que este ainda
está muito sonolento
c) se deve evitar colocar o bebê para sugar a mama que estiver apresentando fissura ou mamilos
machucados
d) se deve evitar amamentação na posição deitada, pelo maior risco de otite no bebê
A
Lactente de 8 meses chega para primeira consulta na unidade básica de saúde, com história de mielomeningocele ao nascer, corrigida na maternidade. Também necessitou de colocação de derivação
ventriculoperitoneal (DVP), devido à hidrocefalia. Ao exame físico, nota-se a presença de pé torto congênito. Nessa síndrome, outro distúrbio ou malformação comumente presente é:
a) rim policístico
b) arritmia cardíaca
c) bexiga neurogênica
d) defeito de septo AV
C
Lactente de 4 meses, sexo masculino, é levado à emergência devido a choro inconsolável, há cerca de
uma hora, e aumento de volume de bolsa escrotal à direita. Ao exame físico, apresenta dor à mobilização e
discreta hiperemia local, além de abaulamento, com transiluminação testicular negativa. A redução digital
do abaulamento é realizada com sucesso, havendo a regressão do choro. Nesse caso, a melhor conduta a
ser tomada é:
a) internação hospitalar; cirurgia de urgência
b) seguimento ambulatorial; sem indicação cirúrgica
c) seguimento ambulatorial; cirurgia eletiva em duas a três semanas
d) internação hospitalar; alta sem indicação cirúrgica, se assintomático
C
Menina, com dez dias de vida, é levada à emergência por estar “mais amarela do que o normal”.
Seus responsáveis referem que ela apresenta evacuações com fezes claras e urina escurecida desde o
nascimento, e que as sorologias maternas do pré-natal são negativas. Ao exame físico, apresenta bom
estado geral, está ativa e reativa, com fontanela anterior normotensa, ictérica 4+/4+ (zona V de Krammer), acianótica, hidratada, corada com boa perfusão periférica, fígado palpável, a 5cm do rebordo costal direito, FC = 135bpm, FR = 45irpm e SatO2 = 99%.
A principal hipótese diagnóstica e alteração
esperada na dosagem de bilirrubinas, respectivamente, são:
a) policitemia /predominância de bilirrubina indireta
b) hepatite viral / predominância de bilirrubina direta
c) icterícia fisiológica / predominância de bilirrubina indireta
d) atresia de vias biliares / predominância de bilirrubina direta
D
Lactente de 2 meses de vida é trazido ao serviço de cardiologia para realização de ecocardiograma
agendado, para acompanhar um “buraco no coração”, segundo a mãe, que também relata que a avaliação auditiva diagnosticou surdez, através de potencial evocado. Ao exame físico, o lactente está em bom estado geral, à ectoscopia dos olhos é notada provável catarata à direita e o ecocardiograma detecta persistência do canal arterial, de tamanho pequeno, sem repercussão hemodinâmica.
Nesse caso, a principal hipótese diagnóstica é:
a) sífilis congênita
b) herpes neonatal
c) rubéola congênita
d) citomegalovirose congênita
C
No RN a termo, com asfixia neonatal, a manobra de reanimação a ser realizada que apresenta maior
efetividade é:
a) infusão de adrenalina pelo cateter umbilical
b) ventilação com pressão positiva
c) intubação orotraqueal
d) massagem cardíaca
B
No paciente com quadro de pneumonia bacteriana de repetição, em uma mesma topografia
pulmonar, o exame que mais auxilia a investigação diagnóstica é:
a) tomografia computadorizada de tórax
b) dosagem de imunoglobulinas
c) contagem de células CD
d) broncoscopia pulmonar
D
Menino de 13 anos é trazido pelos pais ao pronto atendimento com quadro de disúria há três dias.
Paciente nega febre e está em uso de cefalexina há dois dias sem melhora dos sintomas. A mãe refere que ele não tem histórico de doenças prévias ou quadros semelhantes.
Ao exame da genitália, há saída de secreção purulenta pela uretra, Tanner G3P3. O EAS mostra piúria e na secreção uretral coletada foi identificado diplococo gram negativo. Nesse momento, o tratamento indicado é:
a) azitromicina
b) ciprofloxacina
c) amoxicilina + clavulanato
d) sulfametoxazol + trimetoprim
A
Criança de 6 anos, com diagnóstico recente de leucemia e cateter totalmente implantado para
tratamento quimioterápico, é trazida para atendimento por seu responsável, pois apresentou um pico
febril (38°C) e episódio de diarreia líquida. No relato, refere dor abdominal em cólica e nega uso de antibióticos, nos últimos dois meses. Ao exame físico, a criança está em regular estado geral, afebril, com FC = 120bpm, FR = 28ipm e dor à palpação profunda e superficial de abdômen. O hemograma mostra Hgb de 7,5g/dL, 300 leucócitos, com 10% de neutrófilos, 15 mil plaquetas. A tomografia de abdômen mostrou espessamento importante do ceco. Nesse momento, a principal hipótese diagnóstica e a conduta adequada, respectivamente, são:
a) giardíase / iniciar secnidazol
b) tiflite / iniciar piperacilina com
tazobactam
c) colite pseudomembranosa / iniciar vancomicina
d) diarreia aguda viral / iniciar terapia de reposição hídrica
B
Adolescente de 15 anos, sexo feminino, comparece ao ambulatório de pediatria, pois deseja um
“atestado para frequentar academia”. Paciente relata que realiza exercícios físicos há dez meses, correndo cerca de 20km por dia, além de dieta restritiva para emagrecer baseada em sopas e água.
No momento, pesa 39kg e tem 160cm de altura, com IMC de 15,2kg/m2 (abaixo do z escore -3), porém sente-se “inchada” e refere incômodo com suas dobras cutâneas, em quadril e região abdominal. Nesse tipo de distúrbio alimentar apresentado pela paciente, é correto afirmar que:
a) suicídio é uma das principais causas de morte
b) amenorreia e anovulação são alterações irreversíveis
c) taquicardia sinusal é o achado eletrocardiográfico mais comum
d) hipercalemia e alcalose hipoclorêmica são alterações metabólicas comuns em caso de vômitos
A
Com relação ao acompanhamento de pacientes com Síndrome de Down, é correto afirmar que:
a) instabilidade atlantoaxial é encontrada na maioria dos pacientes, sendo necessário o rastreio anual
com radiografia da coluna cervical, desde o nascimento
b) o uso de gráficos de estatura específicos é dispensável, uma vez que a estatura final desses indivíduos
costuma ser igual à da população geral
c) hormônios tireoidianos devem ser solicitados anualmente, sendo comum o hipertireoidismo
d) ecocardiograma deve ser realizado devido ao risco aumentado de cardiopatias congênitas
D
Menino de 7 anos é levado pelo responsável ao pronto socorro infantil com queixa de febre alta há
cinco dias, associada à diarreia com presença de sangue, sem muco ou pus. Os exames complementares revelam anemia hemolítica grave, plaquetopenia, aumento de ureia e creatinina e isolamento da bactéria Escherichia coli O157:H7, produtora da toxina shiga. Sobre o tratamento indicado para esta doença, é correto afirmar que a:
a) prescrição de antibióticos é contraindicada, pois pode aumentar a liberação de toxina
b) despeito da plaquetopenia, está indicada a prescrição de anticoagulação terapêutica
c) transfusão de hemácias está contraindicada pelo risco de sobrecarga volêmica
d) maioria dos pacientes necessita de suporte dialítico na fase aguda
A
Menino de 2 anos e 3 meses comparece ao ambulatório com a avó. Preocupada com o desenvolvimento da criança, a senhora relata que, diferente de seus outros netos, o paciente ainda não fala nenhuma palavra, embora emita sons, escute bem e aponte o que deseja. A avó nega história de
prematuridade, asfixia perinatal ou comorbidades e o menino não apresenta prejuízo no desenvolvimento
motor ou na interação social. Nesse caso, em relação à investigação, o médico deve:
a) orientar a avó sobre o desenvolvimento do menino que será acompanhado sem intervenção imediata
b) solicitar ressonância magnética do crânio e eletroencefalograma para fechar o diagnóstico
c) excluir o diagnóstico de deficiência auditiva, tomando como base o relato da avó
d) encaminhar o menino para avaliação multidisciplinar e terapias de estímulo
D